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Experimental II
Material Teórico
Teoria cinética dos gases e Segunda Lei da Termodinâmica
Revisão Textual:
Profa. Ms. Luciene Oliveira da Costa Santos
Teoria cinética dos gases e Segunda Lei
da Termodinâmica
• Introdução
• Máquinas Térmicas e a Segunda Lei da Termodinâmica
• Bombas de Calor e Refrigeradores
• O Ciclo de Carnot
• Entropia
• Mudança de Entropia na Condução Térmica
• Mudança de Entropia em um gás expandindo adiabaticamente
• Mudança de entropia em processos calorimétricos
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Unidade: Teoria cinética dos gases e Segunda Lei da Termodinâmica
Contextualização
Atualmente, a tecnologia permeia todos os campos das ciências e faz parte do dia a dia da
maioria das pessoas. Dentre os ramos da física que contribuíram para o avanço da tecnologia,
podemos destacar o estudo da termodinâmica, cujo exemplo de sua aplicação é a obtenção de
novos materiais, com novas técnicas de engenharia dos materiais. Esses estudos permitiram a
construção de carros, aviões e instrumentos mais resistentes e mais leves.
Os processos industriais transformam matéria-prima em produtos finais. O exemplo mais
típico é a indústria siderúrgica, que utiliza fornos de altas temperaturas para a produção de
vários tipos de aços. Independente do tipo de indústria, sempre podemos relacionar algum tipo
de energia sendo utilizada, e o estudo de todos os aspectos do aproveitamento desta energia
deve ser um dos pontos fundamentais de todo projeto de engenharia.
Também existe, atualmente, uma discussão muito intensa sobre as mudanças climáticas
que ocorrem no mundo e em nosso território. Mudanças na temperatura média, no regime de
chuvas, no nível do mar, nas concentrações dos gases na atmosfera, são relatadas por vários
centros de pesquisas em todo o mundo.
No século XX, houve um acréscimo extraordinário de queima de combustíveis fósseis, como
o petróleo, carvão, lenha, gás natural. O petróleo, após o processamento, produz a gasolina
dos automóveis, o diesel dos caminhões, o querosene da aviação, o combustível de um grande
número de fábricas e geradores de energia elétrica. Todas essas fontes produzem uma quantidade
grande de energia e calor, gerando também uma quantidade enorme de CO2.
Todos esses equipamentos se comportam essencialmente como uma Máquina Térmica que
trabalha com um baixo rendimento mecânico, considerando que somente 30% da energia
potencialmente acumulada no combustível são transformadas em quantidade de movimento.
Todo o restante da energia será dispersa na forma de energia térmica no meio ambiente.
O estudo das leis da Termodinâmica possibilita a construção de máquinas que operam com o
máximo de eficiência possível, contribuindo para emissões menores de energia no meio ambiente.
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Introdução
• Uma jarra numa mesa que caia no chão e esparrame o seu conteúdo no chão não se
recompõe de volta para a mesa.
A estes processos classificamos como irreversíveis, ou seja, eles só ocorrem num sentido
apenas. Do ponto de vista prático e da engenharia, a segunda lei impõe que a eficiência de
qualquer máquina térmica seja menor que a unidade, e que uma máquina operando em um
ciclo sempre vai desperdiçar parte da energia e não convertê-la totalmente em trabalho.
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Unidade: Teoria cinética dos gases e Segunda Lei da Termodinâmica
Uma máquina térmica que seja movida por uma substância (combustível) esquematicamente
opera num processo cíclico durante o qual: (1) a substância absorve calor de um reservatório
em temperatura maior (quente); (2) trabalho é realizado pela máquina; e (3) a energia gasta é
transferida na forma de calor para um reservatório a uma temperatura mais baixa (frio). Um
bom exemplo é um motor a vapor que utiliza água como substância que realizará trabalho. A
água numa caldeira absorve energia do combustível queimado e evapora, o vapor se expande
contra um pistão e assim realiza trabalho. O vapor resfria-se e condensa, voltando à fase líquida,
que retorna à caldeira e o ciclo se repete.
O esquema de uma máquina está na figura 3 abaixo. A máquina absorve uma quantidade de
energia |QQUENTE| do reservatório mais quente. Os valores envolvidos são expressos em módulo
e, se o calor “entrar” na máquina, este será positivo, se “sair”da máquina, o sinal será negativo.
A máquina, ao realizar trabalho W = Wmáquina, será positivo, se trabalho for realizado sobre a
máquina, então teremos um sinal negativo W = - Wmáquina, o calor excedente, ou gasto, irá para o
reservatório frio, |QFRIO|. Como a máquina passa por um ciclo, as energias internas inicial e final
são iguais e, portanto, ∆Eint=0. Assim, o trabalho líquido realizado pela máquina vai ser:
W=Wmáquina=|QQUENTE|-|QFRIO|
Se a substância que atua na máquina for um gás, então o trabalho líquido é representado
pela área fechada e limitada pela curva num diagrama PV, conforme a figura 4.
Figura 3 – Esquema de uma máquina térmica. A máquina realiza trabalho W, e Qquente > 0 e Qfrio < 0.
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Figura 4 – Diagrama PV de um processo cíclico de uma máquina térmica.
Como mencionado anteriormente, não há uma máquina que transforme 100 % do calor
absorvido em trabalho e, portanto, a eficiência de uma máquina térmica será dada pela razão
do trabalho líquido realizado pela energia de entrada do reservatório quente:
W QQ - QF Q
e= = = 1 - F
QQ QQ QQ
A eficiência pode ser vista como o ganho por meio de trabalho ao se fornecer energia de uma
temperatura mais alta (quente).
Em geral, um motor de carro à gasolina tem uma eficiência de aproximadamente 20%,
enquanto motores a diesel apresentam de 35% a 40% de eficiência.
Um motor ideal, como dito, teria nenhuma energia dispendida ao ambiente, isto é Qfrio = 0.
No entanto, não há, até o presente, máquina térmica que apresente este comportamento.
Exemplo:
Um motor recebe de energia 3,00 x 103 J provenientes do reservatório quente. No processo, há
uma transferência de 2,7 x 103 J para o ambiente (reservatório frio). A eficiência da máquina é:
a) 10 %
b) 20 %
c) 30 %
d) 40 %
e) 50 %
Resolução:
QF 2,7 ´10 3
e = 1 - = 1 - = 0,1 ou 10%
QQ 3,0 ´10 3
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Por exemplo, o ar condicionado para resfriar ambientes é uma bomba de calor que transfere
energia de uma sala mais fria para o ar mais quente num ambiente exterior.
Em um refrigerador, ou ar condicionado, a energia de entrada no reservatório mais frio
é despejada num reservatório com temperatura mais quente. Isso é obtido se e somente se
trabalho for realizado NA máquina térmica.
Figura 6 – Bomba de Calor (ar condicionado ou refrigerador), observe que as setas tem sentidos opostos às da
máquina na figura 3.
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A eficácia, ou eficiência, de uma bomba de calor é descrita em termos de um número chamado
coeficiente de performance (COP), que é a razão da energia transferida do reservatório
mais quente pelo trabalho realizado sobre a máquina no modo aquecimento:
QQUENTE
COP =
W
O Ciclo de Carnot
Em 1824, um engenheiro francês de nome Sadi Carnot concebeu uma máquina teórica,
denominada hoje de Máquina de Carnot, que serviu de modelo para estudos teóricos e
práticos. Essa máquina opera seguindo um ciclo ideal e reversível, chamado de Ciclo de
Carnot, que é a troca entre dois reservatórios de energia, sendo o ciclo mais eficiente possível.
E, na prática, todas as máquinas reais são menos eficientes do que uma máquina que obedeça
ao Ciclo de Carnot, pois não operam através de um ciclo reversível.
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Unidade: Teoria cinética dos gases e Segunda Lei da Termodinâmica
O Ciclo de Carnot consiste de dois processos adiabáticos, isto é, sem alteração da energia
interna do sistema, dois processos isotérmicos, ou seja, com mesma temperatura.
Figura 7 – Sadi Carnot
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O trabalho líquido realizado no processo é cíclico e reversível e corresponde à área
limitada pela curva ABCDA no diagrama PV. Como a troca de energia interna é nula o
trabalho realizado é igual a:
W=|QQUENTE|-|QFRIO|
A eficiência térmica neste processo é definida da mesma maneira que a anterior e assim:
W QQ - QF Q
e= = = 1 - F
QQ QQ QQ
No caso específico de Ciclo de Carnot, podemos escrever que a eficiência seja dada por:
TF
eC = 1 -
TQ
Ainda podemos definir que a COP, nos modos de aquecimento e resfriamento, seja dada por:
TQ
COPAQUECIMENTO =
TQ - TF
TF
COPRESFRIAMENTO =
TQ - TF
Exemplo:
Uma caldeira opera a 400 K. A energia do combustível que evapora a água é utilizada para
expandir o volume em um pistão. A temperatura do reservatório frio é de aproximadamente
200 K. A eficiência máxima desse sistema vai ser:
a) 10 %
b) 30 %
c) 40 %
d) 50 %
e) 60 %
Solução:
A eficiência máxima é aquela fornecida pelo Ciclo de Carnot, portanto:
TF 200
eC = 1 - = 1- = 0,5 ou 50%
TQ 400
Na tabela abaixo, relacionamos os ciclos térmicos e suas eficiências máximas atingidas. Para
os mais interessados, sugerimos consultar a página:
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Unidade: Teoria cinética dos gases e Segunda Lei da Termodinâmica
Wikimedia Commons
Entropia
A Lei Zero da Termodinâmica introduziu o conceito de temperatura, e a Primeira Lei
introduziu o conceito de energia interna. Temperatura e energia são variáveis de estado, isto é,
elas descrevem o estado termodinâmico de um sistema. Outro conceito bastante abstrato, que
se relaciona desta vez com a Segunda Lei da Termodinâmica, é a Entropia , S.
A entropia foi formulada como um conceito útil em termodinâmica, mas também ganhou
importância na descrição microscópica da matéria que se utiliza de muitos conceitos estatísticos.
A entropia tem um fator de escala grande e pode ser aplicada em processos macroscópicos
e microscópicos, e mede a tendência de um sistema se desorganizar ou atingir um estado
de desordem. Uma forma de se imaginar o conceito de entropia é arrumar uma caixa de
fichas em cores separadas, e então fecharmos a caixa e chacoalharmos com força. Qual seria
a probabilidade de encontrarmos a caixa de fichas ordenada por cores? Do ponto de vista
probabilístico, ela não seria zero, mas bem próximo disso.
Nessa abstração colocada acima, poderíamos estender nosso sistema de maneira que todo o
Universo fosse incluído e, aí, chegaríamos à conclusão de que a entropia do Universo cresce
em todos os processos reais.
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Se uma quantidade infinitesimal de energia for transferida na forma de calor em um sistema
que segue caminhos reversíveis entre os estados, então a variação na entropia vai ser igual à
quantidade de energia dividida pela temperatura absoluta:
dQ
dS =
T
Se quisermos saber a mudança no processo entre dois estados, então:
f f
dQ
DS = ò dS = ò
i i
T
Lembrando que o menos a frente do segundo termo é porque o calor deixa a máquina de
Carnot. Vimos, no entanto, que numa máquina de Carnot:
QFRIO TFRIO
=
QQUENTE TQUENTE
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Exemplo:
Um gás ideal monoatômico com 1 mol está numa pressão inicial de 1,00 atm e volume de
0,025 m3, e é aquecido até atingir uma pressão de 2,00 atm e volume de 0,040 m3. A mudança
de entropia vai ser:
a) 18,4 J/K
b) 19,4 J/K
c) 20,4 J/K
d) 21,4 J/K
e) 22,4 J/K
Solução:
f
dQ T V
DS = ò = nCV ln f + nR ln f
i
T Ti Vi
Assim sendo:
f
dQ PV V
DS = ò = nCV ln f f + nR ln f
i
T PVi i Vi
3 2,00 ´ 0,040 0,040
DS = 1,00 8, 314 ln + 1,00 ´ 8, 314 ´ ln = 18, 4 J / K
2 1,00 ´ 0,025 0,025
Quando o processo for irreversível, ou seja, real, é importante definirmos a energia total
transferida e a energia total que seria transferida se o processo fosse reversível, lembrando que,
no cálculo da variação de entropia, utilizamos a energia transferida num processo reversível.
Uma consequência direta já mencionada é que o estado de entropia do Universo sempre
aumenta, desse modo, para processos irreversíveis:
∆S>0
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Ou seja, para que o processo ocorra, a variação de entropia sempre tem que aumentar, isto
é, ser maior que zero.
e
dQ=dE-dW=-dW
Mas num processo isotérmico:
Vi
W = nR ln
Vf
e
Vf
-W = nR ln
Vi
Portanto,
Vf
DS = nR ln
Vi
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Tf Tf
DS = m1c1 ln + m2c 2 ln
Tfrio Tquente
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Material Complementar
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Textos
Termodinamica
1) http://www.fem.unicamp.br/~em313/paginas/textos/apostila.htm
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Vídeos Diversos:
https://pt.khanacademy.org/science/physics/thermodynamics
http://goo.gl/kOv76z
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Referências
SEARS, F.; ZEMANSKY, M. W. Física II. Termodinâmica e Ondas. 12ª ed. São Paulo: Addison
Wesley, 2003.
ALONSO, M. Física: Um curso universitário. 12ª ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2011.
NUSSENZVEIG, H. M. Curso de Física Básica: fluidos, oscilações e ondas, calor. 4ª ed. São
Paulo: Edgard Blücher Ltda., 2002.
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Anotações
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