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Data da publicação:
Agosto, 2020.
Data da Publicação:
Agosto/2020
Sumário
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 12
2. CARACTERISTICAS FÍSICO-QUIMICAS E POTENCIAL DE PRODUÇÃO
DE BIOGÁS DOS SUBSTRATOS .......................................................................... 13
2.1. Água Residuária de Suinocultura (ARS) ..................................................... 13
2.2. Bovinocultura Leiteira .................................................................................... 14
2.3. Cama de Frango ............................................................................................ 16
2.4. Manupueira .................................................................................................... 17
2.5. Vinhaça ........................................................................................................... 19
2.6. Glicerol Residual............................................................................................ 20
2.7. Efluente de Laticínios .................................................................................... 21
2.8. Efluentes da Indústria Cervejeira ................................................................. 22
2.9. Resíduos de Abatedouros ............................................................................ 23
3. PRÉ-TRATAMENTO DE SUBSTRATOS ....................................................... 24
3.1. Pré-tratamento Físico .................................................................................... 24
3.1.1. Pré-tratamento mecânico .......................................................................... 25
3.1.2. Pré-tratamento por Irradiação ................................................................... 26
3.1.3. Pré-Tratamento Térmico ........................................................................... 26
3.2. Pré-tratamento Químico ................................................................................ 27
3.3. Pré-tratamento Biológico .............................................................................. 28
3.4. Comparação Técnológica ............................................................................. 29
4. CONCLUSÃO .................................................................................................... 31
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 32
Caracterização e Potencial de Substratos
Lista de Figuras
Lista de Quadros
Apresentação do Curso
Olá! Seja bem-vindo ao nosso segundo módulo do curso de atualização em
biogás. O curso como um todo, busca trazer conhecimento técnico de uma forma
didática para profissionais que queiram atuar direta ou indiretamente na cadeia
produtiva desse importante biocombustível, que vem ganhando cada vez mais destaque
no cenário nacional.
Para compreender e se adequar ao dinâmico setor do biogás brasileiro e
mundial é necessário conhecer cada uma das etapas que contemplam o fluxograma
logístico do setor. O processo de biodigestão anaeróbia, responsável pela geração de
biogás nas plantas de produção, se efetiva pela degradação de substratos orgânicos.
Deste modo, o segundo módulo desse curso visa reunir informações a respeito das
características físico-químicas dos principais substratos disponíveis no Brasil, em
especial na Região Sul do país, com potencial de utilização na produção de biogás em
larga escala.
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Caracterização e Potencial de Substratos
Desenvolvimento Proporcionado
Este módulo traz conteúdo base de extrema importância para o profissional que
visa atuar direta ou indiretamente na cadeia produtiva do biogás. Esta aula lhe
proporcionará desenvolver conhecimentos e habilidades que poderão ser colocados em
prática ao longo do curso e após a finalização das atividades propostas você estará apto
a:
COMPETÊNCIAS:
1. Compreender as características dos substratos e comparar suas
propriedades de modo que se obtenham os melhores sistemas de
produção;
2. Compreender de forma geral, os principais tipos de pré-tratamentos
disponíveis no mercado e analisar sua adequação a cada um dos
substratos.
HABILIDADES:
1. Proatividade;
2. Criatividade;
3. Tomada de decisão.
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Caracterização e Potencial de Substratos
LISTA DE ABREVIATURAS
ABPA Associação Brasileira de Proteína Animal
CH4 Metano
H2 Hidrogênio Molecular
O2 Oxigênio Molecular
pH Potencial Hidrogeniônico
ST Sólidos Totais
SV Sólidos Voláteis
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Caracterização e Potencial de Substratos
1. INTRODUÇÃO
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Caracterização e Potencial de Substratos
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Caracterização e Potencial de Substratos
Por suas propriedades a ARS tem sido amplamente estudada como substrato
auxiliar em processos de codigestão anaeróbia para balancear nutrientes, equalizar
partículas, complementar a carga orgânica e corrigir o pH de resíduos agroindustriais,
por exemplo. As características físico-químicas e potencial de produção de biogás e
metano de efluentes a partir de suinocultura estão expressos No Quadro 1.
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Caracterização e Potencial de Substratos
A concentração de resíduos
na pecuária leiteira ocorreu principalmente pela
migração do sistema de pastejo para o sistema
de confinamento.
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Caracterização e Potencial de Substratos
Até 2001, a cama de frango era utilizada como alimento para ruminantes em
todo o mundo, no entanto, problemas sanitários, como a Encefalopatia Espongiforme
Bovina ocorridos na Europa, fez com que o Ministério da Agricultura brasileiro lançasse
uma Instrução Normativa (IN 15/2001) proibindo a comercialização da cama de frango
para finalidades alimentares (FUKAYAMA, 2008). Essa mudança de cenário fez com
que os produtores buscassem uma alternativa imediata para a destinação desse resíduo
orgânico.
A utilização da cama de frango foi vista como uma interessante alternativa pela
composição nutricional do resíduo, sendo permitida sua comercialização como
fertilizante. No entanto, a aplicação do dejeto sem tratamento prévio pode provocar
eventos altamente impactantes nos solos e corpos hídricos (AIRES, 2009),
principalmente pelas elevadas concentrações de nitrogênio amoniacal presente nesse
composto.
Os teores de nutrientes presentes nas camas apresentam certa
homogeneidade independentemente da fonte vegetal utilizada. Segundo Fukayama
(2008), os fatores que influenciam significativamente a variação de sua composição
estão associados ao manejo da cama (tipo de ração empregada, quantidade de material
de cobertura, densidade de alojamento de aves, nível de reutilização, entre outros).
O Comunicado Técnico nº 466 da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (EMBRAPA) traz resultados referentes à caracterização de diferentes
camas de frango compostas em maravalha, casca de arroz, sabugo de milho, capim,
palhada de soja, restos da cultura do milho e serragem, obtendo médias de teores de
2,51% de N, 1,72% de Ca e 0,93% de P. O pH dos resíduos para as camas de diferentes
fontes variou entre 8,58 e 8,97 (DE AVILA et al. 2007). Santos et al. (2005) relatam
teores de umidade para cama de frango variando entre 21,33–39,03%.
Em sua composição, além dos nutrientes minerais, a cama de frango apresenta
elevados teores de proteínas e carboidratos advindos da ração dos animais, além disso
apresenta elevada concentração de compostos lignocelulósicos que resultam em longos
TRHs para a digestão do efluente. Outro problema associado a cama de frango se
relaciona a presença de elevados teores de nitrogênio amoniacal não dissociado, cuja
presença exerce grande efeito inibitório para a digestão anaeróbia quando em altas
concentrações (FUCHS et al. 2018).
O pH básico somado ao elevado teor de sólidos e grande quantidade de
nitrogênio amoniacal fazem com que a cama de frango seja um interessante constituinte
para sistemas de codigestão, principalmente em conjunto com efluentes de elevada
degradabilidade, relação C:N e acidez, e baixo teor de sólidos. O Quadro 3 expressa
diversos trabalhos que realizaram a digestão de resíduos da avicultura com ou sem
adição de outros substratos.
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Caracterização e Potencial de Substratos
Cama de frango e
resíduos da polpa Borowski et al.
20 dias 66,23% SV 346 mLCH4/gSV
de beterraba (2016)
sacarina
2.4. Manupueira
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Caracterização e Potencial de Substratos
Atenção:
Jiraprasertwong et al.
UASB 328 mLCH4/gDQOadic.
(2019)
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Caracterização e Potencial de Substratos
2.5. Vinhaça
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Caracterização e Potencial de Substratos
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Caracterização e Potencial de Substratos
Quadro 6 - Trabalhos que utilizaram o glicerol como aditivo para potencializar a produção de
biogás
Produção de
Teor de
Substratos Biogás Referência
Glicerol
(mL/gSV)
Glicerol + ARS 45–60% 190–670 Chen et al. (2008)
Glicerol + ARS 1–5% 260–1430 Cremonez et al. (2016)
Glicerol + ARS 3% 470 Astals et al. (2013)
Para fixar:
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Caracterização e Potencial de Substratos
Faixa de variação
Parâmetro Unidade
(1) (2)
Produção de biogás
Substrato ST SV
(Nm³.t-1 de substrato)
(g.kg-1) (g.kgST-1)
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Caracterização e Potencial de Substratos
processo fermentativo, além de elevada carga orgânica (ARANTES et al. 2018). Com
relação a caracterização físico-química das águas residuárias de cervejaria constata-se
segundo Arantes et al. (2019): DQO de 4,71–10,01 g/L, teor de carbono de até 7,22 g/L;
teor de nitrogênio de até 240 mg/L, teor de fósforo de 8,0–20,4 mg/L, 3,85–17,58 g/L de
ST e 3,67–17,06 g de SV. A relação Carbono/Nitrogênio varia entre 8 a 13, valores
inferiores aos recomendados em literatura para um bom desenvolvimento do processo
anaeróbio. O pH também é inferior ao ideal para o desenvolvimento de microrganismos
metanogênicos, variando entre 4,4–6,6.
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Caracterização e Potencial de Substratos
Pré-tratamento com
Hejnfelt e
Suíno aquecimento, adição de 489 dm³CH4/kgSV
Angelidaki (2009)
NAOH e autoclavagem
Pré-tratamento térmico
Após tratamento,
(pasteurização e Rodríguez-Abalde
Aves e Suínos incremente de 580 para
esterilização) e digestão et al. (2011)
960 mLCH4/ gSVadic.
em lotes
3. PRÉ-TRATAMENTO DE SUBSTRATOS
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Caracterização e Potencial de Substratos
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Caracterização e Potencial de Substratos
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Caracterização e Potencial de Substratos
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Caracterização e Potencial de Substratos
Métodos químicos
são usualmente submetidos a variações de
temperaturas sendo denominados:
“TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS”
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Caracterização e Potencial de Substratos
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Caracterização e Potencial de Substratos
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Caracterização e Potencial de Substratos
4. CONCLUSÃO
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Caracterização e Potencial de Substratos
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Caracterização e Potencial de Substratos
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Caracterização e Potencial de Substratos
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