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SE AS RENEGOCIAÇÕES NÃO FOREM SUFICIENTES, A RECUPERAÇÃO JUDICIAL

CABE PARA SUA EMPRESA?

Com o agravo da pandemia, as empresas afetadas buscam inúmeras opções de continuarem sobrevivendo,
tendo em vista a redução de receita auferida, bem como o aumento de suas dívidas.

A recuperação judicial e extrajudicial possuem o escopo de assegurar as empresas a possibilidade de


preservação de seus trabalhos, apresentando um plano que facilite a solução dos problemas que
provocaram a crise.

Na recuperação extrajudicial, os credores que se enquadram nessa modalidade participam de uma


negociação prévia, podendo, posteriormente, ser homologada pelo poder judiciário.

Em contrapartida, na recuperação judicial, o seguimento ocorre através de uma ação judicial proposta
pela empresa, sem a aprovação ou atuação prévia dos credores.

Na modalidade judicial, a empresa possui 60 dias para apresentar um Plano de pagamento, no qual deverá
demonstrar aos credores a proposta para pagamento das dívidas contraídas e a solução para reverter a
situação de prejuízo financeiro em que se encontra.

É de suma importância a elaboração de um plano de recuperação adequado, pois dele dependerá o


sucesso de persuasão dos credores para que concordem com as condições apresentadas,
necessitando de auxílio profissional na sua confecção.

| MEDIDAS PREVISTAS NO PROJETO DA NOVA LEI DE FALÊNCIAS QUANTO


AO CORONAVÍRUS

Percorre na Câmara dos Deputados o projeto da reforma da Lei de Recuperação Judicial e Falências (PL
n° 6.229, de 2005)1, incluído na redação um capítulo excepcional com medidas específicas à situação
gerada pelo COVID-19.

Consta na minuta da reforma a criação de um procedimento de negociação coletiva permitindo as


empresas e empreendedores que sofrerem uma redução de mais de 30% do seu faturamento estejam
protegidos em face de ações de cobrança por até 90 dias.

Esse procedimento se trata de uma medida preventiva, cujo objetivo é de alcançar uma negociação
coletiva para empresas que ainda não se encontram em processo de recuperação judicial, incluindo

1
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=307272
microempreendedor individual e profissionais liberais. Sendo menos burocrática e sem a necessidade de
intervenção do juiz, poderá ser realizado de forma individual com cada credor.

Prevê ainda que as medidas de emergência teriam validade por um período de 360 dias e a possibilidade
de as garantias fiduciárias serem suspensas pelo mesmo período.

Também há previsão no texto de medidas relacionadas à empresas que já se encontram em processo de


recuperação judicial. Em síntese, há a possibilidade da empresa recuperanda apresentar, dentro do prazo
de 90 dias, um novo plano de pagamento aos seus credores, podendo incluir as dívidas posteriores ao
processo, não sendo permitido no regimento atual.

| RECOMENDAÇÃO DO CNJ QUANTO A EMPRESA QUE DESCUMPRIR A


RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Foi aprovado no dia 31 de março de 2020, pelo Conselho Nacional de Justiça – CNJ, uma série de
recomendações aos magistrados, quanto as empresas que se encontram em recuperação judicial, em meio
aos impactos econômicos da crise causada pelo COVID-19.

A norma aprovada pelo CNJ abre espaço para a análise de casos concretos. Se os juízes entenderem que a
recuperação judicial foi descumprida por conta das regras de quarentena e isolamento social, a orientação
é para não aplicarem medidas drásticas.

O CNJ orienta ainda que os juízes permitam que as empresas apresentem novos planos de pagamento aos
credores "em prazo razoável", desde que elas comprovem que a capacidade de honrar os compromissos
foi afetada pela crise criada com a pandemia, e que avaliem com "especial cautela" medidas como
"decretação de despejo por falta de pagamento".

| CONCLUINDO

A recuperação judicial ou extrajudicial possuem o objetivo básico da preservação da empresa,


considerando sua função social. A empresa que planeja percorrer por esse rumo visando a
autopreservação, deve agir com muita cautela e responsabilidade, tendo sempre um profissional
orientando as decisões tomadas, pois afetará toda a cadeia econômica a sua volta. 

Mesmo a empresa que esta passando por dificuldades financeiras, ainda sim consegue preservar sua
marca, carteira de clientes, entre outros, a recuperação judicial apresenta-se como a melhor solução neste
aspecto, tendo em vista que o fôlego proporcionado pela proteção legal trará condições para a empresa
realizar as adequações estruturais necessárias.
Para maior segurança jurídica, todas as medidas deverão ser assistidas por um advogado
especialista, e nós do Grupo Mathesis estamos prontos a auxiliá-los da melhor maneira,
preservando a sobrevivência de sua empresa.

Ficou com alguma dúvida?


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