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Sequencer Prático

SEQUENCER
PRÁTICO

Dicas sobre como otimizar o uso do sequenciador MIDI

ver 3.8

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Sequencer Prático

PARTE – 1

Qual a utilidade do sequenciador?

Um sequenciador (sequencer) é um gravador musical de dados MIDI. Num


sequenciador nós não gravamos o som do teclado, ou seja, não gravamos
áudio, e sim informações que foram geradas por um teclado musical, como por
exemplo: nota tocada, pedal acionado, troca de timbre (patch/program)
realizada com as teclas correspondentes no painel do instrumento, dentre
outras coisas. Isto é tão verdadeiro que para se gravar uma música no
sequencer, basta que o cabo MIDI esteja ligado da MIDI OUT do teclado na
MIDI IN do sequencer e que este esteja em modo de gravação. Você não
precisa nem mesmo estar ouvindo o som do teclado. Se alguém precisa gravar
o som de um teclado deve utilizar um gravador de áudio ou um software que
faça isso.

Quando os primeiros sequenciadores surgiram não havia esta quantidade


imensa de teclados multitimbrais. Hoje é fantástico o recurso que encontramos
nestes modernos equipamentos. Você pode utilizar um único sequencer
conectado a um teclado bem simples e obter uma orquestra no resultado final.
Com um sequencer e um teclado multitimbral (teclado que toca vários
instrumentos ao mesmo tempo em canais MIDI independentes), o
instrumentista pode gravar a execução de uma música completa, envolvendo
bateria, contra-baixo, piano, cordas, sax, dentre outros instrumentos, cada um
em uma trilha, como se estivesse em um estúdio de gravação com uma banda
completa, gravando cada instrumento em uma trilha independente. Mas as
comparações aqui são meras semelhanças, pois os dois sistemas são
diferentes.

Num gravador de áudio nós gravamos som, ou seja, ondas sonoras que podem
ser analógicas, quando gravadas num antigo gravador de rolo, ou
digitalizadas, quando gravadas em um software de áudio. No sequencer,
gravamos números, isto é, combinações de dígitos 0 e 1 que permitem
identificar qual nota ou controlador foi acionado no teclado. No sequencer,
podemos alterar uma única nota se necessário, sem precisar regravar a
música inteira.

Tem mais, para executar a música gravada no antigo gravador de rolo,


precisaríamos apenas tocar a fita. Para executar a música gravada num
sequencer, precisamos que um teclado (ou módulo de som) multitimbral esteja
conectado via MIDI ao sequencer, para fornecer os sons que serão
executados, sendo que preferencialmente devemos escolher o mesmo teclado
(ou módulo gerador de som) que foi utilizado durante a gravação dos dados
MIDI.

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A música gravada no gravador de rolo não pode ter seu andamento alterado,
nem mesmo os instrumentos podem ser trocados, pois para fazer isto
precisaríamos chamar toda a banda de novo para regravar a música. No
sequencer, podemos diminuir ou aumentar o andamento ou a tonalidade da
música, ou mesmo trocar os instrumentos que foram utilizados na gravação de
cada trilha, tudo isto sem perder a fidelidade sonora.

Tipos de sequencer existentes


(exemplos de modelos e softwares-um canal MIDI por trilha ou trilhas
multicanais).

Atualmente não encontramos muitos modelos novos de sequencer no


mercado, recurso que passou a ser mais utilizado em softwares, devido à
maior quantidade de recursos e facilidade de uso. As máquinas que foram
fabricadas para este fim específico são chamadas de SEQUENCERS
DEDICADOS. Exemplos:

Akai ASQ10
Alesis MMT-8
Kawai Q-80, Q-80EX
Korg SQD-1, SQ-8
Roland MC-50, Roland MC-300, MC-500, MC-80, MC-80EX MSQ-700, PR-100
Yamaha QX3, QX5

Há aparelhos dedicados (alguns inclusive de pequeno porte) que possuem,


além do sequencer, um gerador de sons multitimbral interno (YAMAHA QY20,

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KORG X3R, ROLAND MC-80EX). Todas estas máquinas foram largamente


utilizadas. Entretanto, talvez por uma questão de CUSTO vs BENEFÍCIO, os
computadores tomaram definitivamente o lugar dos sequencers dedicados.

Não podemos nos esquecer dos poderosos WORKSTATIONS MUSICAIS


(exemplos: ROLAND FANTOM, KORG TRITON, YAMAHA MOTIFF), que são
teclados magníficos, com um poder imenso. São estações de trabalho que
incorporam gerador de sons, sequencer interno, portas MIDI, sampler, tudo
dentro de um único teclado.

Há também uma grande diferença entre sequenciadores que gravam apenas


um canal por trilha (todos os sequencers dos antigos workstations da KORG) e
outros que gravam vários canais por trilha (ROLAND MC-50 e MC-80, software
SONAR). No caso do ROLAND MC-50 ele é obrigado a gravar vários canais
MIDI numa única trilha, pois ele somente oferece 8 trilhas reais, complicando
um pouco o processo de edição, entretanto, oferece a vantagem de que o
usuário pode ter diversas amostras de um mesmo instrumento em trilhas
diferentes. Já nos sequenciadores que permitem gravar apenas um único
canal por trilha, temos a vantagem de saber com precisão onde estão
gravados cada um dos instrumentos da música, facilitando o processo de
edição individual ou mesmo no momento de emudecer uma destas trilhas, em
tempo real, durante uma execução ao vivo.

• Sequencer tem limite de polifonia?

Não, nem os sequencers, nem os teclados controladores que não possuem


timbres internos, salvo quando o fabricante impõe algo neste sentido, devido a
velocidade processamento interno de dados. O limite de polifonia é algo que
pertence apenas ao gerador de som que você está utilizando. Teclados com
timbres, módulos de som e samplers possuem um gerador de som interno com
limite de polifonia pré-determinado. No sequencer, podemos gravar quantas
notas quisermos ao mesmo tempo, mas o teclado ou módulo de som que você
está utilizando somente executará a quantidade de notas dentro do limite de
polifonia que ele possui.

Quando o sequencer possui um limite imposto de polifonia máxima de notas


que possam ser executadas ao mesmo tempo, podemos ter um sério problema
no futuro, uma vez que os teclados novos estão todos sendo fabricados com
maior capacidade de polifonia. Hoje, os teclados geralmente saem de fábrica
com 128 vozes de polifonia ou mais. O limite relevante de um sequencer
dedicado reside em algo diferente: a quantidade máxima de eventos que ele
pode gravar, marcados em "quantidade de eventos".

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• Qual a melhor opção, sequencer dedicado ou software sequencer?

Atualmente, os SOFTWARE SEQUENCERS são largamente utilizados. São


programas de computador voltados para este fim. Existem várias opções no
mercado (SONAR, LOGIC, CUBASE, etc.). As versões mais sofisticadas
permitem até mesmo que se grave áudio digital, desde que o computador
possua todos os requisitos de hardware necessários. Pode-se também
imprimir partituras da música gravada com satisfatória qualidade de impressão.

Uma vantagem do sequencer dedicado é ser uma máquina pequena, fácil de


transportar, e que pode, em certos casos, armazenar algumas músicas na
memória interna, mesmo quando desligado. Sendo assim, quando você está
num show, utilizando um sequencer dedicado, e ocorre uma pequena queda
de energia, quando a alimentação voltar ao normal, o sequencer estará
rapidamente pronto para executar a música.

No caso dos computadores eles precisam de um tempo um pouco maior para


estarem totalmente pronto para uso, quando há queda de energia e estamos
trabalhando sem usar nobreak.

Outro detalhe, um computador destes grandes (desktop) no palco pode não


ser muito funcional por tomarem espa, além do que são frágeis para serem
transportados. O melhor mesmo seria um Notebook, mais confiável para ser
transportado de um lado para outro, podendo operar bateria interna, sem
necessidade de alimentação elétrica constante.

Os softwares sequenciadores possuem muito mais recursos do que os


sequencers dedicados, sem contar que a tela do computador é colorida e mais
amigável na hora de realizar gravações e edições.

Em geral, os computadores oferecem muito mais atrativos do que o sequencer


dedicado. Afinal, no computador podemos sequenciar, imprimir partituras,
colocar a letra da música, gravar muito mais eventos do que no sequencer
dedicado, fazer lista de clientes e amigos, balanço mensal familiar, acessar
Internet, jogar vídeo games, etc.

• Sequencer+gravadores digitais de áudio - o conceito de Home-


Studio

Os novos softwares de produção musical incorporam capacidade de gravar


dados MIDI e editar áudio digital. Isto significa que você pode gravar cantores,
locutores ou qualquer outro tipo de instrumento acústico. Tudo fica amostrado
digitalmente e sincronizado com as trilhas MIDI já gravadas pelo sequencer.

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Os custos para se montar um estúdio pessoal são bem acessíveis.


Com baixo investimento é possível montar um setup bem razoável, envolvendo
computador, placas, softwares e um teclado controlador com gerador de som
interno, permitindo gravações com uma qualidade fora do comum.

Obviamente, os gastos com um estúdio pessoal compensam, não só em


termos de satisfação do ego, mas principalmente devido às reduções no custo
de produção, se comparado com estúdios de grande porte.

• Qual o melhor tipo de teclado controlador?

Quem comprou um computador para sequenciar músicas, precisa de um bom


teclado para tocar e transmitir dados de performance ao computador.

A escolha deste teclado segue algumas regras:

1- Se seu computador tem uma placa de som ou módulos MIDI externos com
qualidade sonora profissional, basta adquirir um CONTROLLER sem timbres
internos. Se você não possui placa de som, pense em adquirir um teclado
sintetizador, com timbres internos e que seja pequeno para não ocupar espaço
em frente ao seu computador.
2- Um teclado controlador não deve ser apenas pequeno ou com bons timbres.
Ele precisa oferecer mecânica de teclado confortável.

3- Verifique se o teclado escolhido oferece VELOCITY SENSIVITY,


AFTERTOUCH e controladores como PITCH WHEEL (ou pitch bender) e
botões deslizantes configuráveis.

O controlador que será utilizado no computador não precisa ter várias saídas
MIDI. Basta uma única MIDI OUT e, principalmente, porta de conexão USB.

• Quais são os controladores alternativos?

Além dos tecladistas, outros músicos também podem sequenciar. Através de


controladores alternativos, como por exemplo a guitarra MIDI ou baterias
eletrônicas em forma de kit, estes músicos também podem usufruir da
tecnologia atual para gravar música no sequencer.

CURIOSIDADE: Em seus shows ao vivo, o tecladista Jean Michel Jarre toca


algumas músicas utilizando uma harpa de luzes. Aquilo é real, pois utiliza um
sistema de corrente luminosa continua, que ao ser interrompida, é interpretada
como uma nota MIDI e pode ser transmitida a qualquer módulo de som.

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• Preparando para iniciar a sequência - Parte A - Ajustes para


sequencers dedicados e softwares

Aqui estão algumas dicas passo-a-passo para realizar as preparações básicas


do sequencer antes de iniciar a gravação:

1- Sempre tenha em mãos lápis e papel para anotar tudo o que for importante,
principalmente se você está utilizando um sequencer dedicado (os
computadores permitem escrever detalhes nas próprias trilhas, junto com as
músicas).

2- Realize as conexões MIDI básicas entre seu teclado e o sequencer (ou


computador). Procure utilizar cabos MIDI de boa qualidade. Se o seu teclado é
apenas controlador do sistema, basta conectar a saída MIDI OUT do mesmo
na entrada MIDI IN do sequencer (ou computador). A MIDI OUT do sequencer
deverá ser conectada no módulo de som externo. Se você tiver mais do que
um módulo para conectar, procure usar um sequencer com pelo menos duas
MIDI OUTPUTS ou uma interface MIDI para computador que possua duas ou
mais saídas MIDI. Atualmente, os teclados modernos possuem porta USB,
para conexão direta com o computador, sendo que esta conexão é de dupla
via, ou seja, tanto envia dados MIDI quanto recebe, tudo num único cabo,
simplificando a conexão.

3- Sabendo a música que será gravada, anote num papel quantos


instrumentos você vai utilizar, quais são estes instrumentos, o nº de banco e
de programa de cada um deles e a família (naipe) a qual pertencem (cordas,
pianos, percussão, metais, etc.). Faça uma tabela que contenha, além do
nome da música e a quantidade de instrumentos que serão utilizados, os
seguintes dados em detalhe:

nº da trilha nome do instrumento família bank sel. program


2 Super Violin cordas CC0=0 CC32=2 45

4- Procure fazer uma regra para você mesmo com relação ao nº das trilhas
(trilhas) e o naipe de instrumentos que você irá utilizar nas mesmas. Isto fará
com que você, durante uma edição, sempre saiba onde foram gravados todos
os instrumentos, independente da música que estiver sendo editada.

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Por exemplo, acostume-se a gravar os instrumentos nesta ordem:

Melodia principal trilha 4


(principalmente se for uma música compatível com o padrão SMF/GM)

percussão trilha 10
(principalmente se for uma música compatível com o padrão SMF/GM)

baixo trilha 2
(principalmente se for uma música compatível com o padrão SMF/GM)

piano trilha 1
madeiras trilha 3
metais trilha 5
cordas trilha 6

A tabela acima é apenas uma sugestão. Você deve estabelecer seus próprios
padrões pessoais de acordo com a sua conveniência.

5- As faculdades e conservatórios musicais ensinam técnicas de orquestração


que podem muito bem serem aplicadas aos sintetizadores. Mas temos que
tomar certos cuidados quando trabalhamos com instrumentos eletrônicos. Nem
sempre uma mistura de timbres ideal para uma orquestra acústica funciona de
maneira adequada no teclado. Muitas vezes os geradores de som podem
deixar certos timbres fiquem "embolados", fazendo com que a música perca
sua clareza.

Outra dica importante é tentar encorpar mais o som dos instrumentos,


dobrando certas passagens importantes com dois instrumentos iguais
posicionados em diferentes trilhas e com diferença de uma oitava entre eles.
Dois sons iguais em trilhas diferentes e com uma leve diferença na afinação
podem gerar um CHORUS natural e muito eficiente.

Ao experimentar diferentes orquestrações, tente realizar misturas de


instrumentos com características sonoras bem diversificadas, por exemplo,
misturando um som de flauta com xilofone, ou um som de efeito tipo
"FANTASIA" com PADS analógicos. O resultado pode ser bem interessante.

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• Preparando para iniciar a sequência - Parte B - Para quem utiliza


Sequencer dedicado

OBS: Se você tem um sequencer do tipo MC50, Q80EX, QX1 ou similar, leia
este capítulo inteiro. Se você tem um computador rodando CAKEWALK, leia o
próximo capítulo.

1- Alguns sequencers dedicados possuem apenas uma saída MIDI OUT. Neste
caso, ligue a MIDI OUT do sequencer na MIDI IN do teclado. Se você tiver
mais um ou dois teclados ou módulos que deverão receber informações do
sequencer, conecte-os assim:

Se você tiver mais do que 3 módulos ou teclados para conectar a este


sequencer, adquira um MIDI PATCH BAY com 4 ou 8 portas para dividir o sinal
MIDI sem problemas. Um MIDI PATCHBAY possui várias portas MIDI OUT,
sem contar que o seu circuito interno garante que uma mesma mensagem
MIDI possa chegar a vários destinos sem atraso ou interrupção.

Outros sequencers mais sofisticados, como o MC-50 e o Q80-EX, possuem


duas saídas MIDI OUT. Se você tem apenas um único teclado (com timbres
internos) para ser comandado pelo sequencer, utilize apenas uma destas
portas.

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Se você possui dois teclados (ou um teclado e um módulo de sons) e gostaria


de controlar os dois, ligue cada um em uma porta MIDI OUT do sequencer
assim (considerando que na figura abaixo, o teclado “A” é controlador e
gerador de som ao mesmo tempo):

A figura anterior é ilustrativa, pois temos que saber qual a porta do sequencer
que será conectada ao teclado principal (controlador). É necessário descobrir
qual destas portas possui SOFT THRU=ON (ligado) ou MIDI ECHO=ON
(ligado). Esta é a porta que será ligada no teclado controlador. Deixe o
comando MIDI LOCAL CONTROL de seu teclado DESLIGADO. Não é preciso
fazer ajustes de LOCAL CONTROL no outro teclado (ou módulo), apenas no
teclado que será controlador e gerador de sons ao mesmo tempo.

Se o seu teclado principal é apenas controlador sem timbres e não vai receber
dados do sequencer, a ligação correta seria esta:

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2- Se o seu sequencer é como o Q80-EX (que tem 16 ou 32 trilhas), procure


não alterar o nº de canal midi da cada trilha! Deixe sempre ajustado assim
para evitar confusão:

Trilha Canal MIDI


1 1
2 2
3 3
4 4
5 5
6 6
7 7
etc. .........
....... .......
16 16

A justificativa disto é a seguinte: duas trilhas com o mesmo nº de canal MIDI


tocam juntas, exatamente ao mesmo tempo, como se dois televisores
estivessem selecionados na mesma emissora. E se uma destas trilhas tiver
troca de programa gravada (program change), a outra responde junto e muda
para o mesmo som e tudo vira uma "salada"!

Nós somente devemos alterar canais das trilhas em situações especiais, por
exemplo, quando queremos GANHAR ESPAÇO na memória do sequencer,
sempre que precisamos de dois ou mais instrumentos tocando exatamente a
mesma linha melódica. Neste caso, gravamos apenas uma das trilhas (sem
troca de programa, é claro) e a outra responde por INDUÇÃO (ou SIMPATIA),
pelo fato de estarem com o mesmo nº de canal MIDI.
3- Sempre dê um nome para a sua música, de maneira que seja fácil localizá-
la na memória interna ou numa mídia externa. Se você gravou vários exemplos
de uma mesma música em songs diferentes, utilize números, chamando de
(ex.): AQUARELA1, AQUARELA2, etc.

OBS: Não salve sua música em S.M.F.! Utilize o formato padrão de seu
sequencer. Somente devemos salvar uma música em S.M.F. quando vamos
armazená-la em alguma mídia externa (disquete, cartão de memória, disco zip,
pendrive, etc.), para transportá-la para outro equipamento (computador,
sequencer ou teclado workstation).

OBS: Lembre-se que em alguns teclados WORKSTATION mais antigos (ex


Korg X3, N364, O1W, Trinity, etc.), nome de música é diferente de nome de
arquivo! Quando a gente salva um arquivo, o teclado salva todas as músicas
que estão presentes na memória interna do teclado. Portanto, o nome de
arquivo deve ser algo que ajude o usuário a lembrar quais são as músicas que
ele vai encontrar ali, quando carregar este arquivo para a memória.

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4- Antes de começar a gravar é importante analisar se você vai utilizar


AFTERTOUCH e mensagens SYS-EX. Se você não vai utilizar estas
mensagens durante a gravação ou se você nem sabe o que isso significa ,
entre nos parâmetros GLOBAL ou SYSTEM de seu sequencer e procure os
FILTROS MIDI. Em seguida, desabilite a recepção de MIDI SYS-EX e
AFTERTOUCH para que o sequencer não gaste memória em excesso com
informações desnecessárias.

Mas por quê? Porque AFTERTOUCH, por exemplo, consome uma memória
considerável do sequencer. Se o seu teclado possui aftertouch, cada vez que
você acalca uma nota no teclado para gerar aftertouch, o sequencer irá gravar
dezenas de eventos que representam a posição exata de aftertouch em função
do tempo. Por isso devemos habilitar a recepção e gravação de
AFTERTOUCH apenas quando este recurso for realmente necessário.

Os controladores como PITCH BENDER e MODULATION também consomem


muita memória. Uma forma rápida e prática de diminuir a quantidade de PITCH
BENDER e MODULATION sem deixar de utilizá-los é a seguinte:
Grave sua música normalmente, utilizando BENDER e MODULATION. No
final, utilize a quantização agindo apenas sobre os controladores e não sobre
as notas no trecho gravado. Execute uma quantização com fator de
semicolheia. Isto já reduz bastante o excesso de informação na trilha. Você
verá que seu sequencer ganha um pouco mais de memória livre.

5- Faça os ajustes de volume da trilhas, mas não se preocupe muito com isto
agora, porque depois de terminada a gravação com todos os instrumentos
tocando, fica mais fácil de realizar a mixagem, abaixando o volume das trilhas
que estiverem excessivamente altas.

6- Ajuste o BEAT (pulso/tempo/andamento) e o volume do METRÔNOMO de


seu sequencer. Prepare-o para operar apenas durante a gravação (REC) e
não durante a execução da música (PLAY).

7- Ajuste o TEMPO de sua música. Não é necessário gravar na velocidade


original da música. Aliás, se você eleva ou reduz constantemente a velocidade
de sua música, em função dos trechos de execução mais fáceis ou difíceis,
você encerrará sua gravação mais rápido do que se imagina. Deixe para
regular o tempo ideal e correto da música no final, quando tudo já estiver
gravado e corrigido.

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OBS: Os sequencers podem oferecer uma trilha chamada de TRILHA DE


TEMPO, onde podem ser gravadas as flutuações de andamento da música.
Quando sua música tiver mudanças de tempo automáticas, deixe para gravar
isto no final, quando todas as trilhas já estiverem prontas. É muito mais difícil,
por exemplo, gravar a bateria com o sequencer executando estas alterações
de andamento, as notas acabam não saindo exatamente onde deveriam.

8- Escolha o modo de gravação. Se você está começando a gravar agora e vai


tocar a bateria primeiro, você tem duas opções: utilize OVERWRITE para
gravar vários instrumentos da bateria em várias trilhas diferentes (por exemplo,
chimbau na trilha 10, bumbo e caixa na trilha onze, tom-toms na trilha 12, etc.).
Se você pretende gravar vários instrumentos percussivos apenas na trilha 10,
utilize o modo OVERDUB (ou MIX). Assim, você pode começar gravando
apenas o chimbau, depois bumbo e caixa, depois tom-toms, tudo na mesma
trilha, sem apagar o que já estava gravado antes.

O modo PUNCH IN/OUT somente será utilizado depois, quando você precisar
corrigir trechos no meio da música. O modo PUNCH permite correções em
qualquer trecho de compassos, sem perder o que está gravado antes e depois
do trecho determinado. Nós utilizamos muito este modo para efetuar ajustes de
trechos que não foram bem gravados.

• Iniciando a gravação no sequencer dedicado

Agora que fizemos todos os ajustes necessários, queremos gravar! O que


devemos fazer primeiro?

1- Prepare seu sequencer em StandBy. Geralmente, teremos que pressionar


apenas a tecla REC para deixá-lo em StandBy. Você escutará o metrônomo.

2- Escolha uma trilha a ser gravada. Por exemplo, trilha 1- contrabaixo.

3- Não selecione ainda o timbre que você quer. Pressione START (ou PLAY)
para iniciar a contagem regressiva (geralmente um ou dois compassos).
Quando o primeiro compasso for acionado, não toque nada, apenas selecione
rapidamente o timbre que você quer utilizar (banco e programa), por exemplo,
FRETLESS BASS-BANCO C-24. Toque a partir do compasso nº 2.

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OBS: Esta dica é muito importante, pois você não precisará utilizar
MICROSCOPE ou EVENT EDIT para inserir as trocas de programa iniciais da
música. Fazendo o que foi descrito acima para todas as trilhas, você terá a
garantia de que todas sempre serão executadas com o instrumento correto.
O único problema é que o primeiro compasso da música sempre será o 2. Se a
música é anacrúsica, o primeiro compasso real será o 3. Alguns teclados,
como o TRINITY e outros workstations da KORG já armazenam
automaticamente o timbre inicial que está sendo utilizado em cada . Em outros
teclados, como por exemplo o Roland XP-80, é necessário montar uma
perfomance que será utilizada com a música que você pretende gravar, pois
as SONGS sempre ficam vinculadas a uma performance.

4- Quando terminar a gravação de todas as trilhas, salve a música em uma


mída externa.
FINAL DA PARTE -1
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ou envie e-mail para fpak@ig.com.br

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