COLÉGIO UNIVERSITÁRIO FILOSOFIA 3C PROF.: DAVI GALHARDO MÁRCIO ANDRÉ COSTA SAMPAIO ANALISE DO FILME M- O VAMPIRO DE DÜSSELDORF
O filme foi baseado em um caso verídico, do assassino em série Peter Kuerten,
na mesma cidade de Dusseldorf do filme, embora o roteiro tenha muitos elementos fictícios, e fala sobre um infanticida que vem aterrorizando as mães daquela cidade (o assassino original não matava crianças). O criminoso põe toda a força policial e toda a população em alerta, e começa a ser caçado intensamente, a ponto de chegar a atrapalhar os negócios da máfia local, que passa a procurá-lo sem parar também. Sem a confiança na polícia, a máfia entra no caso e consegue o desvenda o assassino pela ajuda de um senhor vendedor de balões cego, que reconheceu o simples assoviar do assassino que logo foi marcado com a letra M. Embora o filme seja fictício, retrata muitos fatores associados a opiniões e ações de uma população aterrorizada e à mercê de um assassino sem rosto que faz recorrer a organizações criminosas descreditando no aparato repressor do Estado, a polícia. Porém, o Estado possui o monopólio legitimo da força, o que implica dizer que o papel de fazer justiça com as próprias mãos foi sendo retirado dos indivíduos da sociedade, o que representou um ganho no processo civilizatório. No filme, a máfia quebra esse conceito ao, por ela mesma, procurar o assassino e realizar seu próprio julgamento ao culpado. Nas últimas cenas do filme, o assassino foi pego e estar sendo julgado por integrantes da máfia com apoio de júri popular e é nesse momento que a polícia adentra o recinto e prende o assassino, como na cena em que todos estão de mãos ao alto. Ele é julgado no âmbito da lei, onde não há crime, nem pena, sem prévia definição legal. Esse princípio foi de grande importância no confronto do arbítrio de governos absolutos. É nessa conjuntura de constante insegurança que surge os regimes totalitários. Como o de Hitler, na Alemanha, palco desse filme que consolidou a ascensão do nazismo, ideologia rígida, mas pregava o que a população mais precisa, a segurança. M serve, porque não, como uma crítica sutil (não literal) a esse regime ditatorial que, anos mais tarde, aterrorizaria meio mundo. No sentido realista, o filme faz do estudo do comportamento humano, sobra ainda espaço para o humor, obviamente que de forma leve, quase invisível. Toda a cena em que os perseguidores da máfia perseguem o personagem de Lorre na fábrica vazia é uma grande piada, no bom sentido. O filme de 1931, retrata de modo análogo o contexto de insegurança no Brasil, onde regimes que pregam o autoritarismo ascende, significativamente, em nosso país tudo por um sentido de paz e segurança para a nação.