Você está na página 1de 47

LUIS ALBERTO DE SÁ

SELEÇÃO DE VESTIMENTAS DE PROTEÇÃO E


RELEVÂNCIA DE SEU USO EM TRABALHOS DE
MANUTENÇÃO DE PAINÉIS ELÉTRICOS

ETEP FACULDADES
Engenharia Elétrica
Taubaté
2017
LUIS ALBERTO DE SÁ

SELEÇÃO DE VESTIMENTAS DE PROTEÇÃO E


RELEVÂNCIA DE SEU USO EM TRABALHOS DE
MANUTENÇÃO DE PAINÉIS ELÉTRICOS

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação


em Engenharia Elétrica apresentado à
Faculdade ETEP, como parte dos requisitos
para colação de grau.
Orientador: Prof. Fernando Abel Rodrigues de
Araújo

ETEP FACULDADES
Engenharia Elétrica
Taubaté
2017
Sá, Luis Alberto de
S111s Seleção de vestimentas de proteção e relevância de seu uso em trabalhos de manutenção
de painéis elétricos / Luis Alberto de Sá - 2017.
46fls.; il.; color.

Orientador: Prof. Fernando Abel Rodrigues de Araújo

Trabalho de Conclusão de Curso - ETEP Faculdades, Taubaté, Curso de Engenharia

Elétrica.

1. Arco elétrico. 2. Vestimentas de proteção. 3. Energia incidente. 4. Manutenção


Elétrica. I. Araújo, Fernando Abel Rodrigues. II. Título.

CDU: 621.3
LUIS ALBERTO DE SÁ

SELEÇÃO DE VESTIMENTAS DE PROTEÇÃO E


RELEVÂNCIA DE SEU USO EM TRABALHOS DE
MANUTENÇÃO DE PAINÉIS ELÉTRICOS

ETEP FACULDADES - Taubaté - SP

Data: ___________________
Resultado: _______________

Banca Examinadora

Prof. Fernando Abel Rodrigues de Araújo ETEP FACULDADES


Assinatura_________________________________

Prof.(a) Geisylene Diniz Ricardo ETEP FACULDADES


Assinatura_________________________________

Prof. Rodrigo de Gouveia Matos Fiorante ETEP FACULDADES


Assinatura_________________________________
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à minha pequena filha Haifa, que com seus sorrisos me alegrou
nos momentos de estresse e cansaço.
Aos meus orientador e co-orientadora, Professor Fernando Abel Rodriguez de Araújo e
Professora Geisylene Diniz Ricardo, pelas dicas, ensinamentos e experiências compartilhadas,
fatores fundamentais para o sucesso na execução deste.
Aos meus colegas de aula, pelo companheirismo e amizade durante estes anos de curso.
RESUMO

Este trabalho tem como objetivo a seleção de vestimentas de proteção adequadas para trabalhos
de manutenção de painéis elétricos assim como a conscientização para a relevância de seu uso,
explicando os riscos de arcos e choques elétricos. Além disso indica-se as exigências legais que
determinam o fornecimento destas pelos empregadores e apresentando um estudo de caso com
definições de todos os parâmetros elétricos, informações sobre a instalação e resultados obtidos.
O estudo de caso que exemplifica a seleção utiliza os cálculos do padrão IEEE 1584 aplicados
em um sistema elétrico hipotético. Todos os parâmetros, definições e ordem de execução destes
cálculos são amplamente explicados visando a possibilidade de reprodução do estudo de caso
para outros sistemas elétricos reais. Também são apresentadas as categorias e tipos de
vestimentas para uso em manutenção indicadas pelo órgão NFPA no padrão 70E.

Palavras-chave: arco elétrico; vestimentas de proteção; energia incidente; manutenção


elétrica.
ABSTRACT

This work aims the selection of protective clothing suitable to electrical panel maintenance
works as well as the awareness to the relevance of their use, explaining the risks of electrical
shock and arc-flash. Furthermore, indicates the law requirements that determine its supplying
by the employers and presenting a case study with definitions of all electrical parameters,
information about the installations and obtained results. The case study that exemplifies the
selection uses the calculations of IEEE 1584 Standards applied in an electrical system
hypothetical. All parameters, definitions and order of execution of these calculations are largely
explained aiming the possibility of case study reproduction to others real electrical system. It
also introduce categories and clothing’s types to use in maintenance indicated by NFPA organ
in Standard 70E.

Keywords: arc-flash; protective clothing; incident energy; electrical maintenance.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Painel Tipo Alimentador para Baixa Tensão - Detalhe Interno............................... 15


Figura 2 - Painel Tipo Alimentador para Alta Tensão Isolado a Ar - Detalhe Interno ............ 16
Figura 3 - Painel Tipo Alimentador para Alta Tensão Isolado a Gás SF6 - Detalhe Interno ... 17
Figura 4 - Gaveta Tipo Fixa ..................................................................................................... 18
Figura 5 - Gaveta Tipo Extraível .............................................................................................. 18
Figura 6 - Relação Tempo x Temperatura - Tolerância do Tecido Humano ........................... 21
Figura 7 – Poder Destrutivo do Arco Elétrico em Função do Tempo ...................................... 22
Figura 8 - Sistema de Detecção Contra Arcos Elétricos da ABB ............................................ 23
Figura 9 - Eletricistas Utilizando Vestimentas de Proteção ..................................................... 30
Figura 10 - Vestimenta Categoria 4 Completa ......................................................................... 30
Figura 11 - Camisa Categoria 1 ................................................................................................ 31
Figura 12 - Camisa Categoria 2 ................................................................................................ 32
Figura 13 - Calça Categoria 2 ................................................................................................... 32
Figura 14 - Protetor Facial Categoria 2 .................................................................................... 33
Figura 15 - Balaclava Categoria 2 ............................................................................................ 33
Figura 16 - Jaqueta Categoria 3 ................................................................................................ 34
Figura 17 - Macacão Categoria 3 ............................................................................................. 34
Figura 18 - Parka Categoria 3 ................................................................................................... 34
Figura 19 - Macacão Categoria 4 ............................................................................................. 35
Figura 20 - Capuz Categoria 4.................................................................................................. 36
Figura 21 - Luvas Categoria 4 .................................................................................................. 36
Figura 22 - Sistema Elétrico Gamma – Diagrama Unifilar Simplificado ................................ 38
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Classes de Tensão para Painéis e Afastamentos Típicos entre Barramentos .......... 25
Tabela 2 - Classes de Tensão para Painéis e Distâncias de Trabalho Típicas .......................... 25
Tabela 3 - Fatores de Ajuste para Equipamentos e Classes de Tensões................................... 27
Tabela 4 - Equações para Energia Incidente e Distância de Proteção ...................................... 29
Tabela 5 - Dados dos Transformadores .................................................................................... 39
Tabela 6 - Cálculos CDC1 ........................................................................................................ 39
Tabela 7 - Cálculos CDC2 ........................................................................................................ 40
Tabela 8 - Cálculos QDF1 ........................................................................................................ 40
Tabela 9 - Cálculos CCM1 ....................................................................................................... 41
Tabela 10 - Resultados dos Cálculos de Vestimentas .............................................................. 42
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 11

1.1 Problema de pesquisa .................................................................................................. 11

1.2 Objetivo ........................................................................................................................ 11

1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................. 11

1.2.2 Objetivo Específico ...................................................................................................... 12

1.3 Justificativa .................................................................................................................. 12

1.4 Delimitação da Pesquisa.............................................................................................. 13

2. REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................. 14

2.1 Painéis Elétricos ........................................................................................................... 14

2.1.1 Painéis Alimentadores ................................................................................................. 14

2.1.2 Centro de Controle de Motores - CCMs ................................................................... 17

2.2 Normas Regulamentadoras Números 6 E 10 - NR 6 E NR 10................................. 19

2.3 Choque Elétrico ........................................................................................................... 19

2.4 Arco Elétrico ................................................................................................................ 20

2.5 Sistema de Proteção contra Arcos Elétricos para Painéis ....................................... 22

2.6 Padrão IEEE 1584 ....................................................................................................... 23

2.6.1 Dados do Sistema Elétrico .......................................................................................... 24

2.6.2 Método para Definição da Categoria de Vestimenta de Proteção .......................... 26

2.7 Tipos de Vestimentas de Proteção.............................................................................. 31

2.7.1 Categoria 1 ................................................................................................................... 31

2.7.2 Categoria 2 ................................................................................................................... 31

2.7.3 Categoria 3 ................................................................................................................... 33

2.7.4 Categoria 4 ................................................................................................................... 35

3. METODOLOGIA........................................................................................................ 37

3.1 Objetivo da Pesquisa ................................................................................................... 37


3.2 Método: Estudo de Caso - Sistema Elétrico Gamma ................................................ 37

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 42

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 44


11

1. INTRODUÇÃO

A importância da eletricidade na sociedade contemporânea é indiscutível pelo nível


tecnológico alcançado com o desenvolvimento de equipamentos elétricos e eletrônicos para as
mais diversas atividades, seja na indústria, aumentando a produtividade; no comércio,
melhorando a qualidade de serviços prestados ou nas residências, trazendo conforto e
comodidade. Os riscos que as pessoas estão sujeitas ao manusear equipamentos elétricos,
principalmente na manutenção de painéis elétricos no setor industrial, são inúmeros, devido ao
perigo de choque e arco elétrico. Este trabalho é voltado ao estudo técnico da seleção de
vestimentas de proteção como equipamento de proteção individual (EPI) em situações onde
existir a possibilidade de tais riscos, e evidenciar o perigo à vida do trabalhador que estes
fenômenos podem trazer. A metodologia utilizada é uma pesquisa técnica experimental
aplicada a um sistema elétrico hipotético, utilizando-se de métodos matemáticos reconhecidos
internacionalmente na escolha do EPI, em diferentes níveis de tensão elétrica.

1.1 Problema de pesquisa

A manutenção de painéis elétricos em plantas industriais consiste em uma atividade de


suma importância para manter os sítios fabris funcionando e produzindo. Pela característica
invisível da eletricidade e os riscos que o contato humano com partes energizadas oferece, são
necessárias medidas preventivas para evitar esse contato. (Ministério do Trabalho e Emprego
(MTe), 2004).
A Norma Regulamentadora Número 10 (NR 10) (2004, p. 2), documento oficial
brasileiro regulador para segurança em instalações e serviços em eletricidade, define
necessidade de trajes especiais para os trabalhadores. Assim sendo, deve-se buscar métodos
normalizados para a correta seleção destes trajes objetivando aumentar a segurança do
trabalhador.

1.2 Objetivo

1.2.1 Objetivo Geral

Conscientizar o trabalhador do setor elétrico industrial dos efeitos danosos do choque e


do arco elétrico, explanar os diferentes tipos de vestimentas de proteção para trabalhos com
12

eletricidade e o método de cálculo para sua escolha.

1.2.2 Objetivo Específico

Exemplificar método de cálculo para seleção de vestimentas para diferentes níveis de


tensão elétrica conforme padrões internacionalmente reconhecidos e evidenciar a relevância do
uso da vestimenta adequada.

1.3 Justificativa

Com a publicação da NR 10, os trabalhadores do setor elétrico receberam mais atenção


dos empregadores em relação à sua segurança e também a base legal para exigência de seus
direitos em caso de omissão de responsabilidades quanto à equipamentos de proteção.
No Brasil, embora a NR 10 (alínea 10.2.9.2) estabeleça a obrigatoriedade de vestimentas
adequadas, de acordo com Queiroz (2012b, p. 43), atualmente não há normalização especifica
para cálculo da energia incidente do arco elétrico. Logo, são utilizadas literaturas estrangeiras
para esta finalidade, como por exemplo, textos publicados pelos órgãos “NFPA - National Fire
Protection Association” [Associação Nacional de Proteção contra Incêndios] e “IEEE - The
Institute of Electrical and Electronics Engineers” [Instituto de Engenheiros Elétricos e
Eletrônicos].
Conforme Kindermann (2005, p. 6), os efeitos da corrente elétrica circulando pelo corpo
humano são variados e ainda, segundo Lee (1982, p. 246), durante a incidência do arco elétrico,
não é necessário o contato para que sejam causados danos ao ser humano.
Portanto, há a necessidade de esclarecimentos sobre os efeitos e danos que a eletricidade
pode causar em contato com o corpo humano visando demonstrar aos trabalhadores do setor de
manutenção em painéis e às empresas que possuem funcionários em manutenção de painéis
elétricos que uma vestimenta requer características construtivas especiais para ser considerada
EPI.
De forma a exemplificar a escolha de vestimenta específica e demonstrar as diferentes
categorias de vestimentas, este trabalho utiliza um método de cálculo de energia incidente para
um sistema elétrico hipotético, explicado detalhadamente no decorrer do texto.
13

1.4 Delimitação da Pesquisa

Os cálculos são baseados no modelo matemático definido especificamente no


documento “IEEE Standard 1584™ - 2002 - Guide for Performing Arc-Flash Hazard
Calculations” [IEEE Padrão 1584TM - 2002 - Guia para Realizar Cálculos dos Perigos do Arco
Elétrico]. Deste modo, modelos matemáticos com finalidades similares não serão
exemplificados.
Refere-se exclusivamente a um estudo de caso único com um sistema elétrico hipotético
e características próprias definidas, não abrangendo total ou em partes, qualquer sistema elétrico
similar.
Não é objetivo deste trabalho explicar o embasamento teórico dos cálculos em questão,
sendo objetivo apenas a resolução destes aplicada ao sistema elétrico hipotético citado.
14

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Painéis Elétricos

Pode-se definir um painel elétrico como sendo um conjunto de dispositivos


eletromecânicos e mecânicos responsável pela manobra, comando, proteção, controle ou
medição de equipamentos elétricos. Estes conjuntos compreendem ainda todas as interconexões
elétricas e mecânicas entre seus dispositivos, totalizando um equipamento robusto de maneira
a manter a operabilidade do sistema elétrico. (ABNT, 2003)
Existem diversos tipos de painéis com relação às suas características físicas ou à função
exercida dentro de um sistema elétrico, podendo ainda ser aplicados em baixa ou alta tensão.
São fabricados em estruturas metálicas mecanicamente robustas e recobertos com
chapas de aço, possuem portas para acesso com dispositivos de interface para acionamento dos
equipamentos internos.

2.1.1 Painéis Alimentadores

Os painéis do tipo alimentadores (Quadro Geral de Baixa Tensão - QGBT; Centro de


Distribuição de Cargas - CDC; Quadro de Distribuição de Força - QDF) geralmente são
compostos de dispositivos para proteção como disjuntores, fusíveis; dispositivos de manobra
como chaves seccionadoras; relés de proteção; dispositivos modificadores de tensão como
transformadores para comando e fontes de corrente contínua para controle.
São responsáveis pela distribuição de energia elétrica em um sistema, englobando
funções de proteção dos circuitos. Em alta tensão, podem ser responsáveis tanto pela
distribuição primária como secundária.
Os painéis alimentadores disponíveis no mercado são aplicados em baixa tensão (até
1kV) e em alta tensão (acima de 1kV). Para alta tensão são encontrados disponíveis nas tensões
nominais de:
- 7,2kV;
- 12kV;
- 17,5kV;
- 24kV;
- 27,5kV;
- 36kV;
- 40,3kV.
15

Os painéis em baixa tensão têm a característica de utilizar o próprio ar como isolante de


seus barramentos (estruturas geralmente fabricadas em cobre responsáveis pela distribuição
elétrica interna do painel) conforme a Figura 1. Os painéis em alta tensão, por sua vez, podem
ser isolados a ar ou a gás. (SIEMENS, 2017)

Barramentos

Disjuntores de
Saída

Figura 1 - Painel Tipo Alimentador para Baixa Tensão - Detalhe Interno


Fonte: Adaptado de WEG (2016)

Painéis em alta tensão isolados a ar possuem dimensões maiores em relação aos de baixa
tensão pois necessitam de espaçamentos maiores entre seus barramentos de potência. Seus
compartimentos de baixa tensão, onde geralmente são instalados dispositivos de comando e
controle, ficam isolados do compartimento de potência.
16

A Figura 2 ilustra as separações internas de um painel em alta tensão isolado a ar:

Figura 2 - Painel Tipo Alimentador para Alta Tensão Isolado a Ar - Detalhe Interno
Fonte: ABB (2017)

Os painéis isolados a gás utilizam o gás chamado hexafluoreto de enxofre (SF6) para
isolamento de seus barramentos. Este gás possui excelentes características dielétricas e
propriedades de extinção de arco (DILO, 2017), o que favorece sua aplicação em relação ao
isolamento a ar pois possibilitam a redução dos espaçamentos entre barramentos, implicando
assim em painéis mais compactos.
A Figura 3 apresenta o detalhe interno deste tipo de painel: notam-se os componentes
localizados dentro do compartimento de gás como barramentos, disjuntor, chave de três
posições, além do compartimento de baixa tensão localizado separado.
17

Figura 3 - Painel Tipo Alimentador para Alta Tensão Isolado a Gás SF6 - Detalhe Interno
Fonte: SCHNEIDER (2012)

2.1.2 Centro de Controle de Motores - CCMs

Os CCMs são equipamentos completos constituídos de dispositivos de proteção e


manobra de cargas, sendo estas em sua maioria motores. Podem portar dezenas de
compartimentos, destacando como vantagem a modularidade. Têm a função de manter a
continuidade dos processos fabris, centralizando os acionamentos de motores em um único
lugar facilitando assim a manutenção. (ABNT, 2003)
18

A principal característica dos CCMs é a compartimentação de seus dispositivos de


saídas em chamadas gavetas, podendo estas serem fixas ou extraíveis.
As gavetas fixas (Figura 4) possuem os dispositivos necessários para cada
manobra/proteção fixados em placas de montagem do painel e a manutenção é feita apenas
local, não sendo estes componentes desconectados da rede.

Figura 4 - Gaveta Tipo Fixa


Fonte: SIEMENS (2016)

Os CCMs com gavetas extraíveis (Figura 5), por outro lado, trazem a obrigatoriedade
de desconexão da rede em caso de manutenção e extração da gaveta. Esta desconexão ocorre
naturalmente devido aos mecanismos do sistema extraível.
Outra vantagem deste sistema é a intercambialidade entre gavetas facilitando, por
exemplo, a troca de uma gaveta defeituosa por outra em boas condições sem a necessidade de
desconexão da carga.
Os CCMs apresentam tamanhos variáveis de gavetas e qualquer tipo de manobra ou
comando pode sem implementada, como partida direta, partida por Soft-Starter, partida por
inversor de frequência.

Figura 5 - Gaveta Tipo Extraível


Fonte: SOLUÇÕES INDUSTRIAIS (2017)
19

2.2 Normas Regulamentadoras Números 6 E 10 - NR 6 E NR 10

Normas técnicas são documentos de suma importância em uma sociedade, tendo como
objetivo estabelecer padrões de produção de bens e serviços, dando suporte à construção de
uma sociedade competitiva nacional e internacionalmente. (ABNT, 2016)
Dentre estes documentos técnicos existem ainda àqueles voltados especificamente à
regulamentação e fiscalização do trabalho contemplando várias áreas e setores, chamados
Normas Regulamentadoras (NRs). São divididas numericamente e a NR 10 é aquela voltada à
segurança em instalações elétricas e serviços em eletricidade.
A alínea 10.2.8.1 da NR 10, conforme MTe (2004, p. 2), estabelece prioridade da
aplicação de medidas de proteção coletiva para segurança e saúde dos trabalhadores e ainda, a
alínea 10.2.9.1, define a necessidade de EPIs, tais como vestimentas de proteção (alínea
10.2.9.2).
A NR 6 é a norma regulamentadora voltada à regulamentação, fiscalização,
obrigatoriedade e definição dos EPIs, contudo, não define especificamente quais vestimentas
de proteção são adequadas às diferentes atividades em diferentes níveis de tensão elétrica.
As vestimentas de proteção em trabalhos com eletricidade são importantes para prevenir
o contato do corpo do trabalhador com superfícies eletrificadas e evitar o choque elétrico e seus
riscos. Além disso, a vestimenta de proteção adequada auxilia a proteção do trabalhador contra
os efeitos térmicos de arcos elétricos.

2.3 Choque Elétrico

Kindermann (2005, p. 5) descreve o choque elétrico como “a perturbação de natureza e


efeitos diversos que se manifesta no organismo humano ou animal quando este é percorrido por
uma corrente elétrica”.
Os efeitos do choque elétrico no corpo são variados e dependem de inúmeros fatores
ligados à maneira como o indivíduo foi exposto ao choque. A passagem da corrente por um
material é relacionada à intensidade da resistência elétrica deste, portanto, fatores como: área
de contato, condições da pele, pressão do contato e local do choque no corpo, influenciam
diretamente a resistência elétrica e estão ligados à amplitude deste fenômeno.
(KINDERMANN, 2005, p.5)
Kindermann (2005, p. 6) exemplifica as reações do corpo humano ao choque:
- Parada respiratória causada por alteração no funcionamento dos centros nervosos;
20

- Modificação no ritmo cardíaco podendo levar a fibrilação ventricular e, por


conseguinte, parada cardíaca;
- Necrose dos tecidos ocasionada por queimaduras;
- Alterações no sangue;
- Possíveis sequelas em órgãos internos;
- Desordem no sistema nervoso.
O choque dinâmico é a categoria, dentre as três definidas pelo autor (choque dinâmico,
choque estático e descarga atmosférica), que mais oferece riscos ao ser humano. Caracterizado
pelo contato com rede elétrica energizada, é o mais perigoso pois esta rede continua energizada
em contato com a pessoa e a corrente continua passando pelo seu corpo. Quanto maior o tempo
em que a corrente elétrica passa pelo corpo, maiores são os riscos de danos irreversíveis aos
órgãos e perigo de óbito. (KINDERMANN, 2005)

2.4 Arco Elétrico

O arco elétrico é o fluxo de grandes quantidades de corrente elétrica através do que


anteriormente era ar, entretanto, o condutor desta corrente é o vapor que se formou pelo material
do ponto final do arco, geralmente material metálico. (LEE, 1982, p. 246)
Segundo Lee (1982, p. 246), a temperatura do arco elétrico em sua origem pode alcançar
algo em torno de 20000K, o que é aproximadamente quatro vezes a temperatura da superfície
do sol. A esta temperatura, qualquer substância conhecida na terra seria simplesmente
vaporizada.
Sua principal causa é o curto-circuito sendo o curto-circuito fase-terra o mais comum.
Em painéis elétricos, o rompimento da distância entre barramentos de fase ou entre fase e a
massa aterrada, ou seja, diminuição da isolação (neste caso o ar), leva a corrente elétrica a seguir
o caminho de menor resistência (ruptura dielétrica) e percorrer o ar para continuar seu fluxo.
Neste percurso fluindo pelo ar, a corrente elétrica aquece suas moléculas, causando expansão
térmica e deslocamento da massa de ar ao redor desse gás condutor, gerando ondas de pressão
e calor. (LEE, 1982, p. 247)
Diferentemente do choque elétrico, conforme Lee (1982, p. 246), o arco elétrico pode
causar ferimentos mesmo sem o contato devido às altas ondas de calor e pressão emanadas.
Conforme analisado por Queiroz (2012b, p. 50-51), pode-se resumir os principais riscos
ao ser humano:
- Queimaduras, devido ao calor irradiado;
21

- Fraturas, traumatismo craniano, surdez, perda de membros e esmagamento do pulmão


resultantes da alta pressão gerada pela expansão térmica;
- Lesões nos olhos como cegueira e catarata podem ser ocasionadas pela luz emitida
estar em grande parte na zona de raios ultravioleta;
- Ferimentos ocasionados por estilhaços que podem vir a ser lançados pelo arco.
A potencialidade de causar queimaduras de terceiro grau é a principal causa de óbito e
está ligada ao fato de que as células humanas não têm grande resistência à temperatura e morrem
sem possibilidades de regeneração, conforme dados da Figura 6:

[°C]
100

90
Morte das células
80 (cicatriz incurável)
Temperatura da pele

70
Queimadura
Curável

60

55

50

45

40
0,1 1 2 5 10 100 k 10k 100k [s]

1 10 [h]

Tempo de exposição da pele à Temperatura

Figura 6 - Relação Tempo x Temperatura - Tolerância do Tecido Humano


Fonte: LEE (1982)

Ainda, Queiroz (2012b) afirma que:


Além do problema da elevação da temperatura da pele, um arco elétrico pode causar
a ignição das vestimentas de um trabalhador, aumentando substancialmente o risco de
queimaduras. Por conta disso, vestimentas para proteção contra agentes térmicos são
utilizados nas atividades sujeitas a riscos de arco elétrico (elevada energia incidente).
22

2.5 Sistema de Proteção contra Arcos Elétricos para Painéis

A potencialidade destrutiva do arco elétrico não se restringe apenas aos riscos contra o
trabalhador de manutenção, sendo igualmente destrutivo ao sistema elétrico causando
destruição, levando a interrupção no sistema e consequentemente, gerando grandes prejuízos
financeiros. Esse fato levou fabricantes de componentes e painéis a desenvolver sistemas de
proteção para diminuir os danos de um arco elétrico ao painel.
O principal conceito acerca do fenômeno arco elétrico pelo qual estes sistemas baseiam-
se é o fato de que o tempo de exposição do sistema ao arco elétrico é diretamente proporcional
à destruição causada, conforme mostra a Figura 7. Por conseguinte, a diminuição deste tempo
de exposição é a maneira utilizada para diminuir os danos causados. (ABB, 2012a)

Figura 7 – Poder Destrutivo do Arco Elétrico em Função do Tempo


Fonte: ABB (2012b)

Estes sistemas de proteção detectam o arco e enviam um comando para o dispositivo de


seccionamento para que interrompa a alimentação do barramento atingido, possibilitando
assim, a extinção do arco. Um dos métodos de detecção utilizados é a captação da luz do início
da propagação do arco elétrico e o envio de um comando para a abertura do alimentador do
barramento. Sistemas de proteção por relés microprocessados são relativamente lentos (ordem
de 500ms) quando se trata da interrupção do sistema visando a extinção do arco. Os sistemas
23

de proteção dedicados contra arcos são mais sensíveis e rápidos (menor que 2,5ms). (ABB,
2012a)
A detecção do arco elétrico é geralmente realizada de duas maneiras: através de um
sensor de luz instalado próximo aos barramentos e devidamente desenvolvido para captação do
tipo de espectro de luz produzido pelo arco ou por um sensor tipo fibra óptica que percorre todo
o perímetro próximo aos barramentos, tendo a sensibilidade de detecção em todo o perímetro
do seu corpo. A característica de comunicação por luz do sensor de fibra óptica diminui para
até 2,5ms o envio de sinal de desligamento. (ABB, 2012a)

Figura 8 - Sistema de Detecção Contra Arcos Elétricos da ABB


Fonte: ABB (2012b)

A Figura 8 mostra o sistema de detecção de arco REA do fabricante ABB: um sensor de


fibra óptica em forma de anel percorre todo o perímetro do painel e o controlador tem a
possibilidade de enviar sinal de desligamento do seccionador tanto a montante do painel como
a montante do transformador alimentador.

2.6 Padrão IEEE 1584

O padrão IEEE 1584 (2002) ilustra modelos empíricos de cálculos dos riscos de arco
elétrico baseados em dados estatísticos de ensaios e abrange soluções para arcos trifásicos em
baixa e alta tensão até 15 kV. É destinado ao cálculo de energia incidente e distância de proteção
24

contra arco elétrico para que estas informações sejam utilizadas no desenvolvimento de
estratégias para diminuir os danos ao trabalhador. Dentre estas estratégias está a especificação
de vestimenta conforme categorias de riscos apresentadas no documento da NFPA (2015).
O uso da vestimenta mesmo calculada conforme os parâmetros adequados não elimina
completamente as lesões pelo Arco Elétrico: é uma maneira de atenuar os efeitos do arco sobre
o corpo humano. (IEEE, 2002)
O objetivo do guia IEEE é indicar a vestimenta adequada baseado nos dados do sistema
estudado para proteger o trabalhador contra queimaduras, porém, evitando o dimensionamento
excessivo: vestimentas com classe superior de proteção são desconfortáveis e restringem os
movimentos do trabalhador.
Este guia é amplamente utilizado na indústria e existem softwares no mercado que
realizam estes cálculos com base nele. Estes são utilizados para sistemas complexos que exigem
um grande número de dados a serem levantados e organizados. Para sistemas elétricos mais
simples como o do estudo de caso mostrado neste trabalho, um software de planilhas de cálculos
é suficiente.

2.6.1 Dados do Sistema Elétrico

A primeira tarefa a ser realizada é a obtenção de dados técnicos e funcionais do sistema


elétrico a ser avaliado. Os diagramas unifilares do sistema, quando atualizados, devem ser
analisados para obter as informações necessárias. Caso estes diagramas não estejam
atualizados, deve-se realizar uma pesquisa em campo para levantar as informações sobre o
sistema. Todos os painéis elétricos devem ser relacionados nesta pesquisa. A obtenção de
informações com trabalhadores que tenham familiaridade com o sistema elétrico, aliado com a
pesquisa de campo, é um método bastante eficaz para obtenção de dados sólidos sobre o sistema
em análise. (IEEE, 2002)
Caso o sistema elétrico não possua diagrama unifilar, a elaboração deste é recomendada,
pois ele é uma forma simplificada, direta e sucinta para obtenção de informações sobre o
sistema e pode ser utilizado em outros tipos de estudos sobre o sistema elétrico, como fluxo de
carga, seletividade de proteções, curto-circuito, entre outros. (IEEE, 2002)
Para realizar os cálculos são necessárias as informações a seguir: (IEEE, 2002)
- Corrente de curto-circuito máxima e corrente de curto-circuito de arco em cada
barramento do painel onde se deseja as informações de energia incidente, levando em
consideração todos os modos de operação do sistema, seja com vários alimentadores, geradores
25

em paralelo, etc;
- Características dos dispositivos de proteção como disjuntores, fusíveis e relés de
proteção para determinar o tempo de atuação destes e consequentemente, o tempo de duração
do arco elétrico. Para a obtenção destes dados em sistemas existentes, deve-se realizar um
levantamento de campo listando todos os parâmetros configurados nos dispositivos em todos
os pontos onde se deseja calcular. Para estudos simplificados como este trabalho, é possível
utilizar dados de fabricantes destes dispositivos de proteção.
- Informações sobre as classes de tensão dos painéis e afastamentos entre seus
barramentos para permitir o cálculo baseados em classes e afastamentos padronizados,
conforme Tabela 1:

Tabela 1 - Classes de Tensão para Painéis e Afastamentos Típicos entre Barramentos

Fonte: IEEE (2011)

Tabela 2 - Classes de Tensão para Painéis e Distâncias de Trabalho Típicas

Fonte: IEEE (2011)

- Informações sobre as distâncias de trabalho padronizadas (definida como a soma da


distância do trabalhador até o cubículo com a distância entre a frente do cubículo até a potencial
fonte do arco) por classe de tensão dos painéis conforme Tabela 2 devido ao cálculo da energia
26

incidente levar em consideração a ação dos efeitos térmicos do arco sobre a região do tórax e
cabeça do trabalhador.
- Determinar a energia incidente em todos os barramentos;

2.6.2 Método para Definição da Categoria de Vestimenta de Proteção

Para definir a Categoria de Vestimenta de Proteção adequada conforme as


características de cada barramento em painéis elétricos de um determinado sistema elétrico, é
necessário calcular a energia incidente para cada situação.
O modelo matemático utilizado para os cálculos de energia incidente é baseado em
análise de dados estatísticos e aplicado em sistemas com características conforme as
delimitações: (IEEE, 2002)

- Sistemas trifásicos com tensão nominal entre 208 e 15000 V;


- Frequências de operação de 50 ou 60 Hz;
- Correntes de curto-circuito entre 0,7 e 106 kA;
- Todos os tipos de aterramento e sem aterramento;
- Invólucros de equipamentos com dimensões comumente disponíveis;
- Afastamentos entre condutores entre 13 e 152 mm;
- Curtos-circuitos trifásicos.

As etapas para obtenção da energia incidente são: (IEEE, 2002)

1) Encontra-se a corrente de arco prevista para o sistema utilizando as equações (1) ou


(2) e (3):

- Para tensão nominal inferior a 1000 V:

lgIa = K + 0,662 lgIbf + 0,0966 V + 0,000526 G (1)


+ 0,5588 V (lgIbf) − 0,00304 G (lgIbf)

- Para tensão nominal igual ou superior a 1000 V:


27

lgIa=0,00402 + 0,983 lgIbf (2)

2) Obtém-se a Corrente de Arco:

Ia=10lgIa (3)
Onde:
lg: log10;
Ia: corrente de arco kA;
K: (−0,153) para configurações em espaços abertos ou
(−0,097) para configurações em cubículos;
Ibf: corrente de curto-circuito máxima trifásica (RMS) kA;
V: tensão nominal kV;
G: afastamento entre barramentos mm (ver Tabela 3).

Tabela 3 - Fatores de Ajuste para Equipamentos e Classes de Tensões

Fonte: IEEE (2002)

3) Encontra-se a energia incidente normalizada, baseada em um arco elétrico agindo


por 0,2 s com uma distância de trabalho de 610 mm, utilizando as equações (4) e (5):

lgEn = K1 + K2 + 1,081 lgIa + 0,0011 G (4)


28

En=10lgEn (5)

Onde:
En: energia incidente normalizada J/cm²;
K1: (−0,792) para configurações em espaços abertos e
(−0,555) para configurações em cubículos;
K2: (0) para sistemas não aterrados e sistemas aterrados por alta impedância e
(−0,113) para sistemas aterrados;
G: afastamento entre barramentos mm (ver Tabela 3).

4) Converte-se o resultado da forma normalizada para a configuração do sistema


analisado:

Ej = 4,184 Cf En (t/0,2) (610x/Dx) (6)

Onde:
Ej: energia incidente J/cm²;
Cf: (1,0) para tensões nominais acima de 1kV e
(1,5) para tensões nominais iguais ou inferiores à 1kV;
En: energia incidente normalizada J/cm²;
t: tempo do arco s;
D: é a distância de trabalho mm (utilizar valores típicos conforme Tabela 2 ou
conforme sistema analisado);
x: exponente da distância conforme Tabela 3.

5) O último passo dos cálculos é converter a unidade de energia incidente de J/cm² para
cal/cm²:

E =Ej / 4,184 (7)

Onde:
Ej: energia incidente em J/cm²;
E: energia incidente em cal/cm².
29

Além dos cinco passos de cálculo citados, o padrão IEEE (2002) estabelece uma lista
padronizada (Tabela 4) com cálculos resumidos para ser utilizada em situações onde o painel
seja protegido por disjuntores de baixa tensão que estejam dentro do range indicado.

Tabela 4 - Equações para Energia Incidente e Distância de Proteção

Fonte: IEEE (2002)


Onde:
Ibf: corrente de curto-circuito máxima trifásica (RMS) kA;
MCCB: disjuntor de caixa moldada;
ICCB: disjuntor de caixa isolada;
LVPCB: disjuntor de potência em baixa tensão;
TM: unidade de TRIP termomagnética;
M: unidade de TRIP magnética (apenas instantâneo);
E: unidade de TRIP eletrônica, que pode ter três características, utilizadas
separadas ou combinadas:
- Tempo longo (L);
- Tempo curto (S);
- Instantâneo (I).

Após a obtenção do valor de energia incidente de cada painel, verifica-se


individualmente a qual das quatro categorias de vestimenta de proteção o valor se enquadra,
obtendo-se assim a proteção adequada para trabalhos de manutenção no painel (Figura 9 e
Figura 10).
30

Figura 9 - Eletricistas Utilizando Vestimentas de Proteção


Fonte: CAPE FEAR SAFETY (2015)

Figura 10 - Vestimenta Categoria 4 Completa


Fonte: SOLAR PROFESSIONAL (2017)

Importante salientar que as vestimentas mesmo quando utilizadas adequadamente


dentro de cada categoria calculada, não tem a função de proteção contra eventuais traumas
físicos que possam ocorrer devido as forças mecânicas da explosão de arcos elétricos, sendo
sua proteção restrita a efeitos térmicos.
31

2.7 Tipos de Vestimentas de Proteção

As vestimentas de proteção para trabalhos com energia elétrica são divididas em quatro
categorias, sendo cada categoria resistente à um valor mínimo de energia incidente.
(NFPA, 2015)

2.7.1 Categoria 1

• Vestimenta de proteção contra arco elétrico, categoria 1, mínima energia incidente


tolerada de 4 cal/cm²:
- Camisa de mangas longas (Figura 11) e calça ou macacão resistentes à chama;
- Protetor facial ou capuz resistentes à chama;
- Jaqueta, parka ou capa de chuva resistentes à chama (opcional).

• Equipamentos:
- Óculos de segurança;
- Capacete de proteção;
- Protetor auricular;
- Luvas de couro ou luvas isolantes de borracha;
- Calçados de segurança.

Figura 11 - Camisa Categoria 1


Fonte: PROTCAP (2017)

2.7.2 Categoria 2

• Vestimenta de proteção contra arco elétrico, categoria 2, mínima energia incidente


tolerada de 8 cal/cm²:
32

- Camisa de mangas longas (Figura 12) e calça (Figura 13) ou macacão resistentes à
chama (totalizando no mínimo duas camadas de tecido);
- Protetor facial (Figura 14) e balaclava (Figura 15) ou capuz resistentes à chama;
- Jaqueta, parka ou capa de chuva resistentes à chama (opcional).

• Equipamentos:
- Óculos de segurança;
- Capacete de proteção;
- Protetor auricular;
- Luvas de couro ou luvas isolantes de borracha;
- Calçados de segurança.

Figura 12 - Camisa Categoria 2


Fonte: VECTRAWORK (2017)

Figura 13 - Calça Categoria 2


Fonte: VECTRAWORK (2017)
33

Figura 14 - Protetor Facial Categoria 2


Fonte: EPIBRASIL (2017)

Figura 15 - Balaclava Categoria 2


Fonte: VECTRAWORK (2017)

2.7.3 Categoria 3

• Vestimenta de proteção contra arco elétrico, categoria 3, mínima energia incidente


tolerada de 25 cal/cm²:
- Camisa de mangas longas e calça e macacão (Figura 17) resistentes à chama
(totalizando no mínimo duas ou três camadas de tecido);
- Protetor facial e balaclava ou capuz resistentes à chama;
- Jaqueta (Figura 16), parka (Figura 18) ou capa de chuva resistentes à chama (opcional).

• Equipamentos:
- Óculos de segurança;
- Capacete de proteção;
- Protetor auricular;
- Luvas categoria 3;
34

- Calçados de segurança de couro.

Figura 16 - Jaqueta Categoria 3


Fonte: VECTRAWORK (2017)

Figura 17 - Macacão Categoria 3


Fonte: VECTRAWORK (2017)

Figura 18 - Parka Categoria 3


Fonte: BIGBILL (2017)
35

2.7.4 Categoria 4

• Vestimenta de proteção contra arco elétrico, categoria 4, mínima energia incidente


tolerada de 40 cal/cm²:
- Camisa de mangas longas e calça e macacão (Figura 19) resistentes à chama
(totalizando no mínimo três ou mais camadas de tecido);
- Protetor facial e balaclava ou capuz (Figura 20) resistentes à chama;
- Jaqueta, parka ou capa de chuva resistentes à chama (opcional).

• Equipamentos:
- Óculos de segurança;
- Capacete de proteção;
- Protetor auricular;
- Luvas categoria 4 (Figura 21);
- Calçados de segurança de couro.

Figura 19 - Macacão Categoria 4


Fonte: PROTCAP (2017)
36

Figura 20 - Capuz Categoria 4


Fonte: ADAM DISTRIBUIDORA (2017)

Figura 21 - Luvas Categoria 4


Fonte: YOUNGS TOWN GLOVE COMPANY (2017)
37

3. METODOLOGIA

Gil (2002, p. 17) definiu pesquisa como “[...] o procedimento racional e sistemático que
tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos”.
A metodologia empregada é a pesquisa técnica qualitativa aplicada voltada ao estudo
de caso de seleção de vestimenta de proteção para uso durante a manutenção em painéis
elétricos. Leva-se em consideração as categorias de risco para vestimentas definidas pelo
documento da NFPA (2015).
A seleção de vestimenta toma por base um sistema elétrico hipotético de onde são
retiradas as informações necessárias aos cálculos. Estes são baseados no padrão internacional
IEEE (2002), o qual é amplamente empregado em situações reais deste tipo de cálculo.
Conforme o resultado dos cálculos é realizado uma análise comparativa dos tipos de
vestimentas cabíveis a cada nível de tensão elétrica de forma a ilustrar a relevância destas,
independentemente do nível de tensão elétrica referenciado em cada situação.

3.1 Objetivo da Pesquisa

Conforme explicado no capítulo 2, diversos dados sobre o sistema e a instalação devem


ser levantados previamente à realização dos cálculos. A pesquisa realizada neste trabalho tem
por objetivo ilustrar os passos para realização de seleção de vestimentas de proteção para uso
dos trabalhadores de manutenção.
Os dados são levantados sobre um estudo de caso hipotético mostrando desde a coleta
de informações até a análise dos resultados.
O resultado dos cálculos, por sua vez, mostra a obrigatoriedade do uso das vestimentas
face às características elétricas do sistema. Indica também, a categoria de vestimenta adequada.

3.2 Método: Estudo de Caso - Sistema Elétrico Gamma

Conforme o padrão IEEE (2002), para a correta seleção das vestimentas, é necessário
conhecimento do sistema elétrico a ser analisado (informações complementares no capítulo 2).
As informações a seguir descrevem o sistema elétrico base.
O sistema elétrico hipotético Gamma conforme ilustrado no diagrama unifilar
simplificado (Figura 22) e sobre o qual são realizados os cálculos, consiste, de um
transformador principal identificado como TF1 alimentado por uma linha de distribuição aérea
38

em 34,5kV. Este apresenta o lado secundário no nível de tensão de 13,8kV e alimenta o painel
principal identificado como CDC1.

RD-34,5kV-3Ø-60Hz

TF1
34,5/13,8kV
5MVA
Z= 6,5%

CDC1
S0
630A
13,8kV-3Ø-60Hz

S1 S2 S3
630A 630A 630A

TS1 TS2 TS3


13,8/0,44kV 13,8/0,22kV 13,8/0,44kV
2MVA 0,75MVA 1,5MVA
Z= 5,8% Z= 5,5% Z=6,2%

CDC2 QDF1 CCM1


3200A 2500A 2500A

0,44kV-3Ø-60Hz 0,22kV-3Ø-60Hz 0,44kV-3Ø-60Hz

M M M M
CARGAS CARGAS 3~ CARGAS CARGAS CARGAS 3~ 3~ 3~

MOTORES MOTORES MOTORES MOTORES

Figura 22 - Sistema Elétrico Gamma – Diagrama Unifilar Simplificado


Fonte: Autor (2017)

O painel CDC1 alimenta três transformadores de serviço identificados como TS1, TS2
e TS3, que alimentam respectivamente três painéis identificados como CDC2, QDF1 e CCM1.
Os painéis CDC2 e CCM1 possuem tensão nominal de 0,44kV e o painel QDF1 de
0,22kV, sendo suas proteções de entrada por meio de disjuntores em caixa aberta com módulos
de proteção eletrônicos. O painel CDC1 é do tipo isolado a ar e possui sistema de detecção de
arco elétrico com características conforme o sistema ilustrado na Figura 8.
39

A Tabela 5 lista os dados complementares dos transformadores:

Tabela 5 - Dados dos Transformadores

Tensão Tensão
TAG Potência Impedância Z
Primária Secundária
Transformador MVA %
kV kV
TF1 5 6,5 34,5 13,8
TS1 2 5,8 13,8 0,44
TS2 0,75 5,5 13,8 0,22
TS3 1,5 6,2 13,8 0,44
Fonte: Autor (2017)

Os parâmetros utilizados nos cálculos conforme as Equações 1 a 7 são retirados das


tabelas 1 a 3 conforme IEEE (2002). O parâmetro de tempo de arco “t“ da Equação 6 é de
77,5ms para o painel CDC1 (2,5ms + 75ms = tempo de detecção do arco pelo sistema + tempo
de abertura do disjuntor) e de 150ms para os painéis CDC2, QDF1 e CCM1 (100 ms + 50ms =
tempo de atuação do módulo de proteção + tempo de abertura do disjuntor).
As tabelas 6 a 9 apresentam os parâmetros utilizados e para seu entendimento, o capítulo
2 deve ser verificado.

Tabela 6 - Cálculos CDC1


Cálculos CDC1
Corrente de Arco
Ibf (kA) 3,2182
lgIa 0,5030
IakA 3,1843
Energia Incidente
K1 -0,555
K2 -0,113
G (mm) 153
lgEn 0,0441
En 1,1068
Cf 1
t (s) 0,0775
x 0,973
D (mm) 910
E (J/cm²) 1,2159
E (cal/cm²) 0,2906
CATEGORIA 1
Fonte: Autor (2017)
40

Tabela 7 - Cálculos CDC2


Cálculos CDC2
Corrente de Arco
Ibf (kA) 45,2469
K -0,097
V (kV) 0,44
lgIa 1,3359
IakA 21,6716
Energia Incidente
K1 -0,555
K2 -0,113
G (mm) 25
lgEn 0,8036
En 6,3621
Cf 1,5
t (s) 0,15
x 1,641
D (mm) 455
E (J/cm²) 48,4477
E (cal/cm²) 11,5798
CATEGORIA 3
Fonte: Autor (2017)

Tabela 8 - Cálculos QDF1


Cálculos QDF1
Corrente de Arco
Ibf (kA) 35,7862
K -0,097
V (kV) 0,22
lgIa 1,0389
IakA 10,9367
Energia Incidente
K1 -0,555
K2 -0,113
G (mm) 25
lgEn 0,4825
En 3,0376
Cf 1,5
t (s) 0,15
x 1,641
D (mm) 455
E (J/cm²) 23,1318
E (cal/cm²) 5,5286
CATEGORIA 2
Fonte: Autor (2017)
41

Tabela 9 - Cálculos CCM1


Cálculos CCM1
Corrente de Arco
Ibf (kA) 31,7458
K -0,097
V (kV) 0,44
lgIa 1,20785
IakA 16,1386
Energia Incidente
K1 -0,555
K2 -0,113
G (mm) 25
lgEn 0,6652
En 4,6259
Cf 1,5
t (s) 0,15
x 1,641
D (mm) 455
E (J/cm²) 35,2269
E (cal/cm²) 8,4195
CATEGORIA 3
Fonte: Autor (2017)

O sistema elétrico descrito foi criado pelo autor com fins apenas didáticos, não
representando nenhum sistema existente. Entretanto, ilustram situações de aplicabilidade
técnica comuns em sistemas industriais.
Os dados das tabelas 6 a 9 embora fictícios, foram retirados de catálogos de
equipamentos existentes no mercado. Os métodos de proteção existentes para painéis e sistemas
elétricos são diversos, variados e complexos. (MAMEDE FILHO, 2017) Esse fator levou o
autor a criar o sistema estudado com métodos simplificados para melhorar a didática no
exemplo.
Nota-se conforme as informações relacionadas ao sistema elétrico Gamma que o
parâmetro de tempo de arco “t” é essencial ao cálculo e pode variar de inúmeras maneiras de
sistema para sistema pois está intimamente ligado ao método de proteção utilizado. Este
parâmetro constitui-se do tempo do arco até o início de sua supressão, o que basicamente, é a
soma do tempo que a proteção leva para perceber a anomalia que gerou o arco (curto circuito,
por exemplo) com o tempo de interrupção pelo disjuntor, chave, etc.
Para que este estudo de caso seja aplicado à uma situação real, análises aprofundadas
sobre todos os métodos de proteção em todos os painéis alvo do estudo devem ser realizadas
para assim obter o parâmetro tempo de arco “t” correto.
42

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os objetivos do trabalho foram alcançados: o trabalho de manutenção em painéis


elétricos traz riscos à integridade física e à vida do trabalhador em razão da possibilidade de
choque e arco elétrico conforme capítulo 2. A NR10 identifica estes riscos e é clara em relação
ao uso de vestimentas adequadas, contudo, não as define. A utilização do padrão IEEE 1584
(2002) para o cálculo da energia incidente de arco elétrico em painéis e do documento da NFPA
(2015) para selecionar a vestimenta conforme a capacidade de energia incidente tolerada
mostra-se um método complementar à esta carência de informações da NR10.
Os cálculos de vestimenta conforme o padrão IEEE 1584 (2002) aplicados aos painéis
integrantes do sistema elétrico hipotético Gamma demonstram a distinção destas conforme as
características de cada painel (Tabela 10):

Tabela 10 - Resultados dos Cálculos de Vestimentas

Corrente de Curto Categoria de


TAG Tensão Tempo de Arco Energia Incidente
Circuito Máxima Vestimenta
Painel kV ms cal/cm²
kA Calculada
CDC1 13,8 3,22 77,5 0,29 Categoria 1
CDC2 0,44 45,25 150 11,58 Categoria 3
QDF1 0,22 35,79 150 5,53 Categoria 2
CCM1 0,44 31,75 150 8,42 Categoria 3

Fonte: Autor (2017)

Nota-se que o nível de tensão elétrica não influi diretamente nos resultado pois o painel
CDC1 embora seja no maior nível de tensão do sistema estudado, obteve o resultado de seleção
de vestimenta com a menor categoria. Por outro lado, a corrente de curto circuito máxima,
conforme os cálculos, manteve-se diretamente proporcional à categoria de Vestimentas.
Importante salientar que apesar da vestimenta categoria 1 calculada para o painel CDC1,
a NFPA (2015) recomenda Categoria 4 para trabalhos em painéis de tensão entre 1 e 15kV.
O resultado de vestimentas Categoria 2 para a tensão de 220V alerta com relação a
desvalorização dos riscos que oferecem pelo seu nível de tensão relativamente baixo. Este
resultado indica que mesmo nesta tensão, os riscos são altos e deve-se utilizar a vestimenta
adequada.
Os cálculos, embora relativamente simples, exigem diversas informações do sistema
elétrico aplicado, demandando um levantamento de dados pontual para obter-se resultados
satisfatórios.
43

O uso de vestimentas selecionadas conforme o padrão IEEE 1584 (2002) aliado às


recomendações do documento da NFPA (2015) demonstra abrangência satisfatória visando
diminuir os riscos ao trabalhador de manutenção de painéis devido à variedade de equipamentos
de proteção contra arco e choque elétrico indicados pela NFPA.
Sugere-se como continuação deste trabalho, uma pesquisa de outros modelos de cálculo
de vestimenta e realizar o paralelo de seus resultados para um mesmo sistema elétrico, podendo
assim, evidenciar os resultados mais e menos conservativos.
44

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ADAM DISTRIBUIDORA. 2017. Equipamentos de Segurança - Vestimentas. Disponível


em: <http://www.adamdistribuidora.com.br/produto.php?cod=1506>. Acesso em: 09 set. 2017.

AMMERMAN, R. F.; NELSON, J. P.; SEN, P. K. Arc Flash Hazard Incident Energy
Calculations - A Historical Perspective and Comparative Study of the Standards: IEEE 1584
and NFPA 70E. In: IEEE Petroleum and Chemical Industry Technical Conference, 2007,
Calgary, Alta. Canadá. Anais Eletrônicos... New York: IEEE, 2007. Disponível em:
<http://ieeexplore.ieee.org/document/4365779>. Acesso em: 22 jun. 2017.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 5410: 2004 -


Instalações Elétricas de Baixa Tensão. 2ª Edição. Rio de Janeiro: ABNT 2004.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 14039: 2005 -


Instalações Elétricas de Média Tensão de 1,0 kV a 36,2 kV. 2ª Edição. Rio de Janeiro:
ABNT 2005.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT; INTERNATIONAL


ELECTROTECHNICAL COMMISSION - IEC. NBR IEC 60439-1: 2003 - Conjuntos de
Manobra e Controle de Baixa Tensão - Parte 1: Conjuntos com Ensaio de Tipo
Totalmente Testados (TTA) e Conjuntos com Ensaio de Tipo Parcialmente Testados
(PTTA). 1ª Edição. Rio de Janeiro: ABNT 2003.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT; INTERNATIONAL


ELECTROTECHNICAL COMMISSION - IEC. NBR IEC 60439-2: 2004 - Conjuntos de
Manobra e Controle de Baixa Tensão - Parte 2: Requisitos Particulares para Linhas
Elétricas Pré-fabricadas (Sistemas de Barramentos Blindados). 1ª Edição. Rio de Janeiro:
ABNT 2004.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT; INTERNATIONAL


ELECTROTECHNICAL COMMISSION - IEC. NBR IEC 60439-3: 2004 - Conjuntos de
Manobra e Controle de Baixa Tensão - Parte 3: Requisitos Particulares para Montagem
de Acessórios de Baixa Tensão Destinados a Instalação em Locais Acessíveis a Pessoas
Não Qualificadas Durante Sua Utilização - Quadros de Distribuição. 1ª Edição. Rio de
Janeiro: ABNT 2004.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. Missão, Visão e Valores.


Disponível em: <http://www.abnt.org.br/abnt/missao-visao-e-valores>. Acesso em: 19 abr.
2017.

ASEA BROWN BOVERI - ABB. 2012a. Abb Safe and Secure Power Distribution - Arc
Fault Protection Solutions. Disponível em: < https://library.e.abb.com/public/
eb374766b23ad8a2c1257a8c0025fb0b/Arc%20fault%20protection%20solutions_broch_7565
96_LRENa.pdf >. Acesso em: 08 set. 2017.

ASEA BROWN BOVERI - ABB. 2012b. Arc Fault Protection System REA 10 - Product
Guide. Disponível em: <http://new.abb.com/medium-voltage/distribution-automation/arc-
fault-protection/arc-fault-protection-system-rea/rea-101>. Acesso em: 08 set. 2017.
45

ASEA BROWN BOVERI - ABB. 2017. UniGear ZS3.2 - Air-Insulated Medium Voltage
Switchgear. Disponível em: < http://new.abb.com/medium-voltage/switchgear/air-
insulated/iec-and-other-standards/iec-air-insulated-primary-switchgear-unigear-zs3-2>.
Acesso em: 08 set. 2017.

BIGILL. 2017. Parka Arctic With Reflective Material. Disponível em: < http://bigbill.com/
products/ m305us7 >. Acesso em: 09 set. 2017.

CAPE FEAR SAFETY. 2015. 2015 Revisions to NFPA 70E. Disponível em:
<https://www.capefearsafety.com/blogs/news/35791813-2015-revisions-to-nfpa-70e>. Acesso
em: 09 set. 2017.

DILO. 2017. Interesting Facts About SF6. Disponível em: < https://www.dilo-
gmbh.com/en/sf6-know-how/interesting-facts-about-sf6/properties.html>. Acesso em: 08 set.
2017.

EPIBRASIL. 2017. Protetor Facial Classe II. Disponível em: < http://www.epibrasil.com.br/
protetor- facial-classe-ii-p4849/>. Acesso em: 08 set. 2017.

FONSECA, J. J. S. Metodologia da Pesquisa Científica. Fortaleza: UEC, 2002. Apostila.

GIL, A.C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa, 4ª Edição. São Paulo: Atlas, 2002.

INSTITUTE OF ELECTRICAL AND ELECTRONICS ENGINEERS - IEEE. Standard


1584 - IEEE Guide for Performing Arc-flash Hazard Calculations, 2002 ed. New York:
IEEE, 2002.

INSTITUTE OF ELECTRICAL AND ELECTRONICS ENGINEERS - IEEE. Standard


1584a - IEEE Guide for Performing Arc-flash Hazard Calculations - Amendment 1,
2004 ed. New York: IEEE, 2004.

INSTITUTE OF ELECTRICAL AND ELECTRONICS ENGINEERS - IEEE. Standard


1584b - IEEE Guide for Performing Arc-flash Hazard Calculations - Amendment 2:
Changes to Clause 4, 2011 ed. New York: IEEE, 2011.

KINDERMANN, Geraldo. Choque Elétrico, 3ª Edição. Florianópolis: UFSC: EEL:


LABPLAN, 2005.

LEE, R. H. The Other Electrical Hazard: Electric Arc Blast Burns. IEEE Transactions on
Industry Applications, v. IA-18, p. 246-251, May/June 1982.

MAMEDE FILHO, J. Instalações Elétricas Industrias, 9ª Edição. São Paulo: LTC, 2017.

MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa. 5ª Edição. São Paulo: Atlas, 2002.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO - MTe. NR 6 - Equipamento De Proteção


Individual - EPI. Brasília: MTe, 2015.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO - MTe. NR 10 - Segurança em Instalações e


Serviços em Eletricidade. Brasília: MTe, 2004.
46

NATIONAL FIRE PROTECTION ASSOCIATION - NFPA. NFPA 70E - Standard for


Electrical Safety - Requirements for Employee Workplaces. 2000 ed. Quincy: NFPA, 2000.

NATIONAL FIRE PROTECTION ASSOCIATION - NFPA. NFPA 70E - Standard for


Electrical Safety in the Workplace. 2015 ed. Quincy: NFPA, 2015.

PROTCAP. 2017. Equipamentos de Segurança. Disponível em: <http://www.protcap.


com.br>. Acesso em: 09 set. 2017.

QUEIROZ, A. R. S.; SENGER, E. C. Capítulo I - A Natureza e os Riscos do Arco Elétrico. O


Setor Elétrico, São Paulo, ano 7, n. 72, p. 46-51, jan. 2012a.

QUEIROZ, A. R. S.; SENGER, E. C.; OLIVEIRA, M. F. Capítulo II – Principais Normas Sobre


os Riscos de Arcos Elétricos. O Setor Elétrico, São Paulo, ano 7, n. 73, p. 42-47, fev. 2012b.

SCHNEIDER. 2012. GHA up to 40.5 Kv - Gas-Insulated Switchgear With Vacuum


Circuit-Breaker for Primary Distribution. Disponível em: < http://www.schneider-
electric.com/en/product-range-download/60685-gha#tabs-top >. Acesso em: 08 set. 2017.

SILVA, E. L. Metodologia da Pesquisa e Elaboração de Dissertação. 4ª Edição.


Florianópolis: UFSC, 2005

SIEMENS. 2015. Siemens 2015 - Sivacon S8 - Technical Planning Information – 10/2015.


Disponível em: < https://www.siemens.com/global/en/home/products/energy/low-voltage/
systems/s8-power-distribution-boards.html >. Acesso em: 08 set. 2017.

SIEMENS. 2017. Medium Voltage Systems. Disponível em: < http://w3.siemens.com/


powerdistribution/global/EN/mv/medium-voltage-switchgearPages/medium-voltage-
switchgear.aspx >. Acesso em: 07 set. 2017.

SOLAR PROFESSIONAL. 2017. Selecting Arc-Flash PPE. Disponível em:


<https://solarprofessional.com/selecting-arc-flash-ppe>. Acesso em: 09 set. 2017.

VECTRAWORK. 2017. Vestimentas FR. Disponível em: < http://www.vectrawork.com.br/>.


Acesso em: 08 set. 2017.

WEG. 2016. Automação - Quadros Elétricos. Disponível em: < http://old.weg.net/br/


Produtos-e-Servicos/Paineis-Eletricos/Painel-Eletrico/Centro-de-Controle-de-Motores-de-
Baixa-Tensao-CCM-aUs-BT>. Acesso em: 07 set. 2017.

YOUNGS TOWN GLOVE COMPANY. 2017. FR Ground Glove Lined With Kevlar.
Disponível em: <http://ytgloves.com/gloves/fr-ground-glove-lined-w-kevlar>. Acesso em: 09
set. 2017.

Você também pode gostar