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HISTÓRIA DA MATEMÁTICA

AULA 01 – (04/08) Prof. Me. Tharley Passos Maciel

PENSANDO COM LETRAS


“Talvez o assunto pareça muito difícil, bem como ele é estranho para a maioria das pessoas (iniciantes
estão, via de regra, demasiado prontos a desistir do sucesso); você, entretanto, com o impulso de seu
entusiasmo e o benefício de meu ensino, verá que é algo fácil de dominar; pois quando a ansiedade por
aprendizado é somada à instrução, o progresso rápido ocorre naturalmente”. Assim escreve Diofanto em
sua dedicatória do livro Aritmética, para seu amigo Dionísio.
Diofanto, um matemático grego que viveu em Alexandria, no Egito, durante o século 3, é considerado o pai
da álgebra, e Aritmética é um dos livros mais influentes na história da matemática. Diofanto não criou a
notação algébrica dos dias de hoje, mas foi o primeiro a usar símbolos para quantidades desconhecidas.
O uso de letras como símbolos para representar números foi introduzido por François Vieta (1540-1603),
um matemático francês. Outro matemático francês, René Descartes (1596-1650) decidiu que as letras do
princípio do alfabeto, a, b e c, seriam usadas para números conhecidos e aqueles no final do alfabeto, x, y
e z para os desconhecidos.
Os sinais de mais e menos (+ e -) foram usados pela primeira vez em um livro impresso na Alemanha em
1489. Contudo, os sinais já haviam sido usados antes por trabalhadores portuários para indicar que
determinados sacos de grãos eram mais pesados ou mais leves que o peso padrão. O sinal da multiplicação
(x) foi usado primeiramente em 1631 pelo matemático inglês William Oughtred (1575-1660), enquanto o
sinal de divisão (÷) surgiu em um livro de álgebra do matemático suíço Johann Rahn (1622-1676). O
matemático galês Robert Recorde (1510-1558) inventou o sinal de igual (=).
“Para evitar a tediosa repetição das palavras ‘é igual a’”, ele escreveu e um livro impresso em 1557, “eu
escreverei sempre que necessário um par de linhas, como =, pois nenhum outro par de coisas pode ser
mais igual”. Os sinais de maior e menor (> e <) apareceram pela primeira vez em um livro do matemático
britânico Thomas Harriot (1560-1621), impresso em 1631, dez anos após sua morte.
A palavra “álgebra” vem da palavra árabe al-jabr, que significa “a reunião das partes quebradas”, e aparece
no título do livro Kitab al-jabr w’al-muqabala, escrito no século 9 pelo matemático árabe Muhammad ibn
Musa al-Khwarizmi.
A álgebra é “fácil de dominar” se você tiver “ansiedade de aprendizado”, como prometido pelo próprio
fundador, quer você concorde ou não com a opinião do poeta e autor americano Oliver Wendell Holmes
(1809-1894), sobre os méritos relativos da aritmética e da álgebra: “Um dos vários modos de classificar
mentes é com os intelectos aritméticos e algébricos. Toda sabedoria econômica e prática é uma extensão
da seguinte fórmula aritmética: 2 + 2 = 4. Toda proposição filosófica tem o caráter mais geral da expressão
a + b = c. Somos mais operacionais, empíricos e egoístas até que aprendemos a pensar em letras ao invés
de números”.

Referência Bibliográfica: VERMA, Surendra. Ideias geniais na matemática: teoremas, teorias e curiosidades. São
Paulo: Editora Gutenberg, 2013.
HISTÓRIA DA MATEMÁTICA
AULA 01 – (04/08) Prof. Me. Tharley Passos Maciel

“Antes que possamos criar, devemos entender”


Na Aritmética de Diofanto, vemos uma conjectura que diz que todo número inteiro é a soma de dois,
três ou quatro quadrados.
Nunca são necessários mais de quatro quadrados para expressar qualquer número, independente
de seu tamanho. Por exemplo:

23 = 32 + 32 + 22 + 12
31 = 52 + 22 + 12 + 12
97 = 82 + 52 + 22 + 22

Diofanto não forneceu uma prova para a conjectura. A primeira prova veio em 1770 do matemático
francês nascido na Itália Joseph-Louis Lagrange (1736-1813). Devido a essa prova, a conjectura é
conhecida hoje como o teorema dos quatro quadrados de Lagrange.
Lagrange deu contribuições para várias áreas da matemática, incluindo cálculo, teoria dos números,
probabilidade e álgebra. Ele é um dos 72 cientistas e outras pessoas notáveis cujos nomes são
homenageados na Torre Eiffel. Os nomes aparecem em letras de 60 cm, em placas fixadas
permanentemente aos lados da torre, logo abaixo da primeira plataforma, com 18 nomes por lado. Lagrange
comentou certa vez: “Antes que tomemos o mar, devemos dominar a terra. Antes que possamos criar,
devemos entender”, o que é a pura verdade!

Referência Bibliográfica: VERMA, Surendra. Ideias geniais na matemática: teoremas, teorias e curiosidades. São
Paulo: Editora Gutenberg, 2013.

ATIVIDADE
1) Vocês devem ter observado os nomes de muitos matemáticos nos textos, escreva em apenas 3
linhas um resumo da biografia de cada matemático citado no texto, 3 linhas para cada biografia.

2) (a) Qual destes matemáticos viveu mais? (b) Qual foi o mais jovem a morrer?

3) Quais são os nomes dos 72 cientistas observados na Torre Eiffel?

4) Usando a Conjectura de Diofanto ou o teorema dos quatro quadrados de Lagrange, escreva os


quadrados dos seguintes números:
(a) 36

(b) 85

(c) 201

(d) 1003

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