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EVAPORAÇÃO DE LAGOS

⇒ O principal efeito relacionado à construção dos reservatórios de acumulação é a


evaporação ocorrida nos lagos formados pelas barragens.

Tabela 1. Dados relativos aos reservatórios de Três Marias e Sobradinho

Reservatório Três Marias Sobradinho


Localização Três Marias, MG Sobradinho, BA
Rio São Francisco São Francisco
Início de operação 1962 1978
Potência instalada (MW) 396,0 1.050,30
Número de unidades geradoras 6 6
Comprimento total da barragem 3.250,0 8.500,0
(m)
Altura máxima da barragem (m) 56,9 41,0
Volume útil do reservatório (m3) 15,278 bilhões 34,1 bilhões
Área do espelho d’água (m2) 1.040.000,0 4.214.000,0

Estimativa da evaporação em reservatórios por meio de


modelos climatológicos

⇒ Tanque Classe A

⇒ Modelo conceitual de relação complementar CRLE (Complementary


Relationship Lake Evaporation), desenvolvido por Morton (1983)

⇒ Modelos proposto por Kohler (1955)

⇒ Modelos proposto por Linacre (1993)

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⇒ Com os valores das estimativas da quantidade de água evaporada pode-se obter
a vazão decorrente da evaporação, média mensal, pela seguinte equação:

Ev A r
Q ev =
86400

Qev = vazão evaporada no lago, m3 s-1;


Ev = evaporação, m dia-1;
Ar = área considerada do reservatório, m2.

1) Tanque Classe A

⇒ A evaporação no lago é determinada multiplicando-se a evaporação no tanque


(Ep) por um coeficiente (Cp) que relaciona a evaporação de um reservatório e do
tanque classe A.

E L = Cp E P

em que

EL = evaporação no lago,mm dia-1;


Cp = coeficiente do tanque;
EP = evaporação no tanque classe A, mm dia-1.

⇒ O coeficiente (Cp), em geral, é menor que 1, sendo comum admitir-se os valores


0,7 a 0.8.

⇒ Segundo Dias e Kelman (1987), entretanto, há evidências de uma forte variação


de acordo com a região, aproximando-se de 0,5 em climas áridos.

⇒ Gangopadhyaya et al. (1966) fazem algumas considerações quanto aos aspectos


climáticos, que podem afetar o coeficiente do tanque Classe A. Assim, o
coeficiente 0,7 é utilizado no caso em que as temperaturas do ar e da água no
tanque são iguais, enquanto para climas quentes e áridos, quando a temperatura
média da água é menor que a do ar, aplica-se o coeficiente 0,6. Para áreas úmidas,
quando a temperatura da água no tanque for maior que a do ar, utiliza-se o
coeficiente 0,8.

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2) Modelo de Linacre

⇒ O método de Linacre (1977) é uma boa alternativa para estimar a evaporação de


um lago, visto que necessita apenas da temperatura média do ar e das coordenadas
geográficas do local. Como a temperatura média do ar também é uma função das
coordenadas geográficas, fica fácil fazer estimativa da evaporação média.

⇒ Quando os dados de precipitação e de velocidade do vento são também


disponíveis, Linacre (1993) propõe a seguinte equação para a estimativa da
evaporação d’água nos lagos:

( )
E L = 0,015 + 0,00042T + 10 −6 z [0,8R s − 40 + 2,5Fu (T − Td )]

em que

EL = evaporação, mm dia-1;
T = temperatura média diária, ºC, obtida pela média dos valores extremos
diários;
Z = altitude do local, m;
Rs = irradiância solar na superfície do lago, W m-2;
U = velocidade média do vento, m s-1 tomada a 2 m de altura da superfície;
Td = temperatura do ponto de orvalho, ºC;
F = 1,0 − 0,000087 z é o fator de correção devido a altitude do local.

⇒ O valor de Rs pode ser calculado tendo por base os dados de chuva. Este
cálculo baseia-se no princípio de que as nuvens interferem na transmitância da
radiação (atenuação de Ra) solar extraterrestre e, por conseguinte, na irradiância
solar à superfície. Assim, Rs é calculada com a seguinte equação:

Rs = Ra (0,85 − 0,047C)

em que

Ra = radiação extraterrestre, W m-2;


C = média do número de décimos
do céu ocupado pela nuvem no
momento da observação.

⇒ O valor de C é calculado em função da precipitação média mensal (Pm, mm)


utilizando-se da seguinte expressão:

C = 1 + 0,51 log (Pm ) + [log (Pm )]


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