Você está na página 1de 21

INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS – IFNMG PRO-REITORIA

DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E INOVAÇÃO – PROPPI PROGRAMA DE


PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA

UTILIZAÇÃO DA SILAGEM DE MILHETO EM SUBSTITUIÇÃO


DA SILAGEM DE MILHO NA ALIMENTAÇÃO DE OVINOS

Paulo Leão de Almeida


Engenheiro Agrônomo

SALINAS – MINAS GERAIS


2020
INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS – IFNMG PRO-REITORIA
DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E INOVAÇÃO – PROPPI PROGRAMA DE
PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA

UTILIZAÇÃO DA SILAGEM DE MILHETO EM SUBSTITUIÇÃO


DA SILAGEM DE MILHO NA ALIMENTAÇÃO DE OVINOS

Paulo Leão de Almeida

Orientador: Prof. Dr. Paulo Eduardo


Coorientador: Prof. Dr. Antônio Eustáquio Filho

Projeto de Pesquisa apresentado ao


programa de Pós-Graduação em
nível de Mestrado Profissional em
Reprodução e Nutrição Animal,
como parte das exigências para a
obtenção do título de Mestre em
Medicina Veterinária.

SALINAS – MINAS GERAIS


Outubro – 2020

2
SUMÁRIO
Página
RESUMO ........................................................................................................ 04
LISTA DE TABELAS ....................................................................................... 05
LISTA DE ABREVIATURAS ........................................................................... 06
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 07
2. REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................... 08
2.1. Cultura do Milheto ................................................................................ 08
2.2. Caracterização da Silagem de Milheto ................................................ 09
2.2. Caracterização da Ovinocultura ........................................................... 10
3. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 12
3.1. Objetivos Específicos ........................................................................... 12
4. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................ 12
4.1. CONSUMO, CONVERSÃO ALIMENTAR E DIGESTIBILIDADE ......... 13
4.2. DESEMPENHO PRODUTIVO ............................................................. 14
4.3. COMPORTAMENTO INGESTIVO ....................................................... 14
4.4. AVALIAÇÃO DE CARCAÇA .......……………………………….............. 14
4.5. ANÁLISE ECONÔMICA ....................................................................... 15
4.6. ANÁLISE ESTATÍSTICA ...................................................................... 15
5. VIABILIDADE FINANCIERA ....................................................................... 15
6. EXEQUIBILIDADE FINANCEIRA ............................................................... 16
6.1. ORÇAMENTO ...................................................................................... 16
6.2. EQUIPAMENTOS E INFRAESTRUTURA DO IFNMG ........................ 17
6.3. CONTRAPARTIDA NÃO FINANCEIRA DO IFNMG ............................ 17
7. PARCERIAS TÉCNICA CIENTÍFICA .......................................................... 17
8. RESULTADOS ESPERADOS .................................................................... 17
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 18

3
UTILIZAÇÃO DA SILAGEM DE MILHETO EM SUBSTITUIÇÃO DA SILAGEM DE
MILHO NA ALIMENTAÇÃO OVINOS CONFINADOS

RESUMO

O experimento será conduzido no Instituto Federal do Norte de Minas Gerais


(IFNMG), campus Almenara-MG e no Laboratório de Forragem da Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), com intuito de avaliar a utilização da
silagem de milheto na alimentação de cordeiros confinados sobre o desempenho,
características de carcaça, comportamento e viabilidade econômica. Serão
utilizados 32 cordeiros, machos castrados, em fase de crescimento, idade média de
três meses e peso vivo médio inicial de 15 kg, os quais serão distribuídos em
delineamento inteiramente casualizado, com oito repetições e submetidos a quatro
dietas experimentais. A silagem de milheto substituirá a silagem de milho na dieta
em níveis de 0, 25, 50 e 75%. O período de coleta de dados terá duração de 60
dias, divididos em três períodos de 20 dias de avaliação. Os dados serão
submetidos à análise estatística, utilizando-se o programa SAEG (UFV, 2000). Para
estimar o efeito das dietas sobre as variáveis analisadas será utilizada regressão a
5% de probabilidade.

Palavras-chave: nutrição, silagem e ruminantes.

4
LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Orçamento ..................................................................................... 11

Tabela 2. Equipe de Execução ...................................................................... 12

Tabela 3. Atribuições dos participantes do Projeto ……………………………. 13

Tabela 4. Cronograma de execução ……………………………………………. 14

Tabela 5. Cronograma de trabalhos ……………………………………………. 15

5
LISTA DE ABREVIATURAS

CFI = Capital fixo investido


COT = Custo operacional total
EE = Extrato etéreo
FDA = Fibra em detergente ácido
FDN = Fibra em detergente Neutro
GMD= Ganho médio de peso diário
IPEA = Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
MM = Matéria mineral
MO = Matéria orgânica
MS = Matéria seca
N = Número de animais utilizados no experimento
NT = Nitrogênio total
PB = Proteína bruta
PCCJ = Peso corporal em jejum
PCQ = Peso de carcaça quente
PE = Período experimental
RB = Renda bruta
RCQ = Rendimento de carcaça quente
RSCI = Retorno sobre o capital investido
T = Tempo de confinamento em dias
NRC = National Research Council

6
1. INTRODUÇÃO

No vale do Jequitinhonha, é comum a prática de criação de animais


ruminantes, onde se destaca o sistema extensivo de produção majoritariamente. No
entanto, a produtividade dessa atividade encontra-se abaixo do seu potencial devido
à qualidade inferior das forrageiras tropicais que são fornecidas aos animais. São
utilizadas principalmente as do gênero Brachiaria e Panicum, ambas produzidas
com baixo nível tecnológico, o que associado a outros fatores contribui para falta de
volumoso aos animais nos períodos de seca na região.
Visando uma alta produção animal, torna-se indispensável a produção de
alimento de boa qualidade, produtividade satisfatória e de menor custo. O uso de
técnicas de conservação de forragens tal como a ensilagem torna possível manter a
produção aproximadamente no mesmo nível das duas estações, permitindo aos
produtores uma renda constante ao longo do ano.
Dentre as culturas mais utilizadas para a produção de silagem para
alimentação animal estão o milho, o sorgo e o milheto. Sendo esta última, pouco
difundida no Vale Jequitinhonha. Contudo, estudo com a cultura em diversas
regiões do país tem mostrado que o milheto (Penissetum glaucum) tem potencial
para substituir as culturas citadas. O milheto se destaca como fonte de alimento
para dieta bovina e ovina, por sua elevada produção de matéria seca por hectare,
alto teor de proteínas, alta tolerância à seca, boa aceitabilidade e digestibilidade e
excelente teor de energia metabolizável, assemelhando-se aos demais grãos de
fonte energética, comumente utilizados na alimentação humana.
Diante deste contexto, de acordo com as características edafoclimáticas da
região do Vale do Jequitinhonha, aptidão ao cultivo do milheto, visando baixo custo
e qualidade na produção, nota-se grande relevância para criação de animais de
ciclo curto, alto potencial produtivo e raças adaptadas à região. Portanto, a criação
de ovinos consiste em alternativa para pequenos produtores, pois necessita de
pequenas áreas para criação, em comparação aos bovinos, e de instalações mais
simples e econômicas em relação às de criação de aves e suínos.
O presente projeto torna-se relevante devido à incipiência de resultados
científicos relacionados à utilização da silagem de milheto em substituição a silagem
de milho na dieta de animais ruminantes.

7
Objetivou-se avaliar o potencial de uso da silagem de Milheto em substituição
à silagem de milho na dieta de ovinos confinados.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. Cultura do Milheto

O milheto (Penissetum glaucum) é uma planta forrageira da família das


gramíneas, pertencente ao gênero Penissetum, mesmo gênero do capim elefante. É
uma gramínea C4 com uma altura média entre 1,5 a 3 m de altura, podendo chegar
a 5 m, que tem como seu centro de origem as regiões semi desérticas da África e
da Índia. Sob aspecto botânico a planta é dividida em raízes, colmo, folhas,
panícula, inflorescência e grãos (DANTAS; NEGRÃO, 2010).
A cultura do milheto surgiu à cerca 2000 anos, onde originou-se das regiões
norte da África Ocidental, sendo posteriormente difundida pelo Sudão e Índia. O
gênero Pennisetum abrange cerca de 140 espécies e encontra-se espalhado por
todo o mundo (GRAINS, 1996).
Segundo Guimarães Jr. et. al., (2009), o milheto é uma cultura que deve ser
cultivada no verão, possui bom índice de pegamento, crescimento rápido, alta taxa
de rebrota, além de tolerar períodos de estresse hídrico e ter um bom valor nutritivo.
Seu crescimento é restrito em temperaturas abaixo de 18ºC. A espécie se adapta a
diferentes tipos de solo, tolera solos ácidos e de baixa fertilidade mas não toleram
solos encharcados (MAGALHÃES et al., 2011).
De acordo com Gomes et. al., (2008), o milheto apresenta ciclos de
aproximadamente 60 a 90 dias para variedades precoces, 100 a 150 dias para
variedades tardias, sendo o sexto cereal mais importante do mundo situando-se
após o trigo, arroz, milho, cevada e sorgo, sendo mais utilizado com dois propósitos:
seus grãos são utilizados para consumo humano, a planta inteira como alimentação
de ruminantes e palhada para plantio direto (DURÃES & NETTO, 2005)
Sua tolerância a períodos de seca, deve-se ao fato da planta possuir um
sistema radicular altamente agressivo, podendo chegar atingir 3,6m de
profundidade, e sua eficiência na conversão de água em matéria seca, necessitando
de em torno de 300 a 400g de água para produzir 1g de matéria seca (BONAMIGO,
1999). No Brasil, o milheto pode ser utilizado de diversas maneiras, tais como:

8
produção de sementes, pastoreio para gado como na região sul do país, como
planta de cobertura de solo em sistema de plantio direto e até mesmo na produção
de silagem (PEREIRA FILHO & FERREIRA, 2003).
Recentemente, tem-se observado um aumento significativo da área plantada
de milheto, principalmente na região do Cerrado, devido ao seu alto potencial de
produção de massa utilizada na cobertura de solo no sistema de plantio direto, bem
como para a produção de forragem utilizada na produção de leite e de carne
(PEREIRA FILHO & FERREIRA, 2003).
O milheto é uma planta forrageira multifuncional que pode ser utilizada para
pastejo, comumente em período de safrinha, logo após a colheita da cultura
principal (SCHWARTZ et al., 2003), para implantação e recuperação de pastagens
(MAIA et al., 2000) e na forma de silagem (SILVA et al., 2014).
Com relação ao valor nutritivo, o milheto apresenta até 14% de proteína;
produções de 60 e 20 ton ha-1 de massas verde e seca, respectivamente, boa
aceitação pelos animais com índices de digestibilidade entre 60 e 78%, podendo
também ser utilizado sob forma de pastejo direto (KICHEL & MIRANDA, 2010).
O teor de aminoácidos do milheto é superior ao de outros grãos como
cevada, arroz e ate mesmo o milho e o sorgo (EJETA et al., 1987). De acordo com
Adeola e Orban (1995) os teores de lisina, metionina, aminoácidos limitantes em
plantas de interesse comercial, são mais elevados que o do milho e o sorgo.

2.2. Caracterização da Silagem do Milheto

A ensilagem é uma prática de confecção de silagem, que tem como princípio


a conservação de forragem em ambiente anaeróbico, com intuito de se produzir
uma fermentação láctica por meio de bactérias, com base de substratos como
ácidos orgânicos, açúcares solúveis, e compostos nitrogenados solúveis
(NEUMANN et al., 2010).
O milheto se torna uma excelente alternativa para produção de silagem, em
lugares com problemas de baixa pluviosidade e veranicos intensos, podendo
também ser cultivado em plantio tardio ou de safrinha, logo após a colheita da
cultura de interesse principal, que mesmo sob essas condições o milheto pode
produzir mais que outras culturas (KICHEL & MIRANDA, 2000).

9
A silagem de milheto pode ser considerada alternativa importante de
volumoso para alimentação de ruminantes, inclusive de animais mais exigentes
como vacas em lactação (AMARAL, et al., 2008b)
No Brasil, existem poucos estudos no que diz respeito à produção de silagem
de milheto, mesmo assim, é possível se alcançar boas produtividades com a cultura
mesmo na entressafra (AMARAL et al., 2008; COSTA et al., 2011).
Assim como a silagem produzida a partir de outras gramíneas, um dos
principais limitantes para o sucesso da fabricação da silagem de milheto é o teor de
MS. O momento ideal para efetuar a colheita, se quando o grão se encontra em
estado pastoso-farináceo, com teor de MS abaixo dos 30%, produzindo assim uma
silagem de boa qualidade (ALMEIDA, 1993).
Quando se colhe o grão em estádio pastoso-farináceo, encontra-se maiores
teores de MS em comparação ao sorgo granífero, sorgo forrageiro e o capim sudão,
colhidos em diferentes épocas, mostrando que o milheto produz mais forragem que
as demais espécies citadas (BISHNOI et., al., 2003).
Para Guimrães Jjunor 2009, os ruminantes tem boa aceitabilidade pela
silagem de milheto, não apresentando fatores antinutricionais que prejudiquem o
desempenho animal.
A composição química da silagem de milheto pode variar em função da
época de plantio, de colheita e cultivar a ser utilizada. Estrategicamente a silagem
de milheto vem sendo amplamente utilizada em substituição à silagem de outros
grãos como milho e o sorgo, mesmo apresentando valor energético inferior, se
destaca por ser boa fonte proteica (GUIMARÃES JÚNIOR, 2009).

2.3. Caracterização da Ovinocultura

A criação de animais ruminantes tem importante significado socioeconômico


para o Brasil. Ovinos, bovinos e caprinos são a principal fonte de proteína, incluindo
carne, leite, lã e seus produtos derivados, que crescem a cada ano para atender as
demandas dos consumidores (ANUALPEC, 2003).
Os ovinos estão entre os primeiros animais ruminantes que foram
domesticados pelo homem, se espalhando rapidamente por todo globo terrestre
devido a migração humana, podendo serem encontrados desde as regiões mais
quentes até as regiões mais frias da terra, entre montanhas e planícies,

10
considerados os animais domésticos mais distribuídos geograficamente pelo planeta
(FILHO, 2006).
Segundo Viana (2008), a criação de ovinos está presente em quase todos os
continentes, onde a ampla disseminação dessa espécie se deve principalmente
porque tem a capacidade de se adaptar a uma variedade de vegetação.
A atividade é exercida no semiárido brasileiro, que compreende também o
norte e nordeste de Minas Gerais, com suas particularidades entre clima e
temperatura, locais onde se predomina a exploração econômica à subsistência dos
pequenos agricultores familiares, sendo possível encontrar diferentes tipos de
criação, onde se predomina sistemas extensivos, em algumas vezes quase que
selvagens.
Os ovinos são animais de pequeno porte, devido a isso consomem menos
alimento, água e até mesmo menos espaço em relação a outros animais
ruminantes, sendo essas características importantes para introdução como
alternativa para pequenos produtores rurais, além disso, possuem um ciclo curto em
relação aos bovinos.
Segundo Santello et. al. (2006), entre as espécies de ruminantes
domesticados para produção de carne, os ovinos se destacam por apresentar
rápido ciclo produtivo de dez meses (cinco de gestação e cinco para cria e recria), o
que faz da ovinocultura uma das atividades pecuárias com boa possibilidade de
retorno econômico.
De acordo com Araújo (1999), na produção intensiva de ovinos, alguns
aspectos devem ser melhorados, tanto nas instalações, qualidades na alimentação,
sanidade, manejo reprodutivo, gestão dos negócios da propriedade, gerando assim
um produto final de melhor qualidade que atenda a demanda do mercado.
O cordeiro é a categoria animal que fornece carne de melhor qualidade e
apresenta, nessa fase, os maiores rendimentos de carcaça e maior eficiência de
produção, devido a sua alta velocidade de crescimento (PIRES et. AL., 1999).
O rendimento como porcentagem de carcaça em relação a um determinado
peso vivo varia enormemente em ovinos (SAÑUDO & SIERRA, 1986), sendo a base
genética um dos principais fatores dessa variação (Fernandes et al., 2008; Sousa et
al., 2008), que junto a uma boa alimentação traz resultados elevados com
viabilidade econômica e rentabilidade.

11
Segundo Viana 2008, embora restrito em comparação com outros produtos
de origem animal, o consumo de carne ovina apresenta tendência de mercado
bastante promissor. A demanda da carne de ovinos pelos países em
desenvolvimento é crescente diante do crescimento demográfico e variações das
preferências e dos hábitos alimentares (FAO, 2007).
De acordo com Medeiros (2006), os ovinos apresentam características
produtivas diferentes dos bovinos, com melhor qualidade de carne, maiores índices
de rendimentos de carcaça e eficiência de produção decorrente de sua alta
velocidade de crescimento. O confinamento de ovinos despertou o interesse de
muitos criadores, como alternativa para melhorar o sistema de produção, visando
manter a regularidade na oferta de carne e pele durante o ano para atender o
mercado nacional.

3. OBJETIVO GERAL

Avaliar o potencial de utilização Milheto em substituição à silagem de milho


na dieta de ovinos confinados.

3.1. Objetivos Específicos

- Determinar o nível de inclusão da silagem de milheto em substituição a


silagem de milho;
- Verificar os efeitos da inclusão da silagem de milheto no comportamento
ingestivo dos animais;
- Avaliar a viabilidade econômica da utilização da silagem de milheto na
alimentação de ovinos;
- Avaliar o consumo e a digestibilidade das dietas;
- Avaliar o desempenho zootécnico dos animais;
- Avaliar as características da carcaça;

4. MATERIAL E MÉTODOS

O experimento será conduzido no Instituto Federal do Norte de Minas Gerais


(IFNMG), campus Almenara-MG e no Laboratório de Forragem da Universidade

12
Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Serão utilizados 32 cordeiros, machos
castrados, em fase de crescimento, idade média de 3 meses e peso vivo médio
inicial de 15 kg, os quais serão distribuídos em delineamento inteiramente
casualizado, com quatro dietas e oito repetições. A silagem de milheto substituirá a
silagem de milho presente na dieta em níveis de 0; 25; 50 e 75%.
As dietas serão formuladas para atender às exigências diárias de ganho de
peso de 200 g, segundo o NRC (2007). A ração será fornecida em dois horários, às
8 h e 16 h, na forma de mistura completa.
O experimento terá duração total de 74 dias, de modo que os primeiros 14
dias serão destinados à adaptação dos animais ao manejo, instalações e as dietas.
O período de coleta de dados terá duração de 60 dias, divididos em três períodos de
20 dias para a avaliação do desempenho produtivo e avaliação comportamental.

4.1 CONSUMO, CONVERSÃO ALIMENTAR E DIGESTIBILIDADE

O alimento será oferecido na forma de mistura completa, duas vezes ao dia,


à vontade, de modo a permitir aproximadamente 10% de sobras. O consumo de
matéria seca (CMS) será obtido subtraindo as sobras do fornecido: CMS =
Fornecido – Sobras.
A digestibilidade aparente parcial e total será estimada a partir da produção
fecal. Ao final do período experimental, as amostras serão moídas em peneira de 1
mm e acondicionadas e armazenadas para posteriores análises. As análises serão
conduzidas no laboratório de Bromatologia do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais-IFNMG, Campus Salinas.
As análises de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), extrato etéreo
(EE), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), nitrogênio
tota (NT)l e matéria mineral (MM) nos alimentos, nas sobras e nas fezes serão
realizadas conforme Silva & Queiroz (2002), sendo que a proteína bruta (PB) será
obtida pelo produto entre o teor de nitrogênio total e o fator 6,25. Os carboidratos
não fibrosos serão obtidos pela equação 100 —(%PB + %EE + %MM + %FDN),
conforme recomendações de Sniffen et al. (1992).

13
4.2. DESEMPENHO PRODUTIVO

O ganho médio de peso diário (GMD=kg/animal/dia) será obtido por meio da


pesagem dos animais, sendo obtido pela diferença entre as pesagens realizadas no
início e ao fim do período experimental, dividido pelo número de dias em que os
animais permaneceram em confinamento.

4.3. COMPORTAMENTO INGESTIVO

Será realizada a coleta de dados em três períodos distintos, dentro do


período experimental. O acompanhamento das atividades dos animais será
realizado com anotações contínuas durante as 24:00 horas, sendo que os dias
serão divididos em quatro períodos de seis horas (PE1:6:01às12:00h;
PE2:12:01às18:00h; PE3:18:01às24:00h e PE4:0:01às6:00 h).
As de ingestão de alimento, tempo de cocho, ruminação e ócio serão
anotadas e ao fim será feita a totalização das informações por tratamento, dia e
período. Os dados climáticos serão coletados na propriedade através de uma
miniestação meteorológica “Wireless Weather Station®”(433MHZ), durante todo o
período experimental.

4.4. AVALIAÇÃO DAS CARCAÇAS

O abate será realizado após jejum e dieta hídrica de 16-24 horas seguindo
normas de abate humanitário, quando os cordeiros atingirem 60 dias de
confinamento. Após a obtenção do peso corporal em jejum (PCCJ), o animal será
atordoado via concussão cerebral e sacrificado por meio de corte na artéria carótida
e na veia jugular, seguida da esfola e evisceração.
Segundo Carvalho (1998), por conter a parte comestível do animal, a carcaça
consiste no elemento mais importante a ser observado e analisado. Ao se retirar a
cabeça, vísceras, extremidades das patas, peles, cauda, sangue e órgãos sexuais,
obtêm-se o peso da carcaça quente (PCQ). A obtenção do rendimento de carcaça
quente (RCQ) será determinada por meio da relação entre os pesos da carcaça
quente e peso corporal em jejum.

14
Para avaliação da composição química da carne far-se-á os seguintes
procedimentos: as amostras serão moídas e os teores de matéria seca, cinzas,
proteína bruta e matéria graxa total determinados, segundo metodologia da AOAC
(1980). A extração do colesterol será feita de acordo com o método descrito por Al-
Hassani et al. (1993).

4.5. ANÁLISE ECONÔMICA

Serão considerados, para avaliação do custo de produção, a metodologia de


custo operacional utilizada pelo IPEA (MATSUNAGA et al., 1976) e o critério de
lucro é o retorno sobre o capital investido para análise econômica.
Serão considerados, como renda bruta, os valores correspondentes à venda
total dos animais a preço de mercado, no momento da comercialização.
Como os custos, serão considerados os gastos e as despesas com
alimentação, medicamentos e mão de obra, sendo que, em relação a esta última,
serão considerados o salário mínimo e os encargos sociais vigentes no período.
Os custos de insumos e serviços serão calculados multiplicando-se as
quantidades efetivamente utilizadas pelos respectivos preços. A taxa de retorno
sobre o capital investido (RSCI) por animal, em cada tratamento, será calculada
com base na seguinte fórmula: RSCI (%) = [RB-COT/(CFI/2/N)]*100*365/T, em que
RB = renda bruta; COT = custo operacional total; CFI = capital fixo investido; N =
número de animais utilizados no experimento e T = tempo de confinamento em dias.

4.6. ANÁLISE ESTATÍSTICA

Os dados serão submetidos à análise estatística, utilizando-se o programa


SAEG (UFV, 2000). Para estimar o efeito das dietas sobre cada variável analisada,
será utilizada análise de regressão a 5% de probabilidade.

5. VIABILIDADE TÉCNICA E FINANCEIRA

A partir da análise econômica acima referenciada, o custo da produção será


aferido através da metodologia utilizada pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada), sendo que o critério de lucro será focado no retorno sobre o capital

15
investido para realização do experimento. Como renda bruta, serão considerados os
valores correspondentes à venda total dos animais a preço de mercado, na ocasião
da comercialização.
Em relação aos custos do experimento, serão levados em consideração os
gastos e as despesas com alimentação, medicamentos e mão de obra contratada.
Para análise do valor da mão de obra serão considerados o salário mínimo e os
encargos sociais vigentes.
Como já explanado anteriormente, a taxa de retorno sobre o capital investido
(RSCI) por animal, em cada tratamento, será calculada com base na seguinte
fórmula: RSCI (%) = [RB-COT/(CFI/2/N)]*100*365/T Em que: RB = renda bruta;
COT = custo operacional total; CFI = capital fixo investido; N = número de animais
utilizados no experimento e T = tempo de confinamento em dias.

6. EXEQUIBILIDADE FINANCEIRA

6.1. ORÇAMENTO

Ítem de despesa Custeio (a)

Quantidade Valor Unitário Valor total

Silagem de milho / silagem de Verba 6.000,00 6.000,00


Milheto / Farelo de Soja / Mineral

Reagentes para laboratório Verba 2.000,00 2.000,00


(Ácido sulfúrico, Éter, EDTA,
Ácido Clorídrico, Vermelho de
metila, Hidróxido de sódio e
outros).

Pagamento de análises verba 2.000,00 2.000,00


laboratoriais (externas)

Animais 32 250,00 8.000,00

Total 18.000,00

16
6.2. EQUIPAMENTOS E INFRAESTRUTURA O IFNMG

O campus Almenara colocará a disposição veículos de acordo às


necessidades do experimento para deslocamento dos pesquisadores.

6.3. CONTRAPARTIDA NÃO FINANCEIRA O IFNMG

O campus Almenara cederá a área, estrutura de manejo, suporte logístico,


mão-de-obra para manejo, alojamento para pessoal e estrutura laboratorial, para
realização de análises bromatológicas e de qualidade da carne.

7. PARCERIAS TÉCNICO-CIENTÍFICAS

Nome CPF Instituição Link Currículo Lattes

Paulo Eduardo Ferreira 013.994.916-01 IFNMG http://lattes.cnpq.br/1742


dos Santos 228507350916

Antônio Eustáquio 013.147.616-50 IFNMG http://lattes.cnpq.br/2007


Filho 217945307843

Paulo Leão de Almeida 068.088.826-81 IFNMG http://lattes.cnpq.br/3476


294649902461

8. RESULTADOS E IMPACTOS ESPERADOS

- Espera-se que esse estudo, possa fornecer informações que possam


contribuir para cultivo do milheto na região, visando atender aos pequenos e
grandes produtores rurais, haja vista que a pecuária é a principal fonte da economia
regional;
- Espera-se ainda que a produção dos animais possa ser satisfatória, devido
substituição da silagem de milho por silagem de milheto, sem que tenha nenhuma
diferença significativa em relação às dietas.

17
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, E.X.; TCACENCO, F.A.; STUCKER, H.; GROSS, C.D. Avaliação de


cultivares de sorgo, milho, milheto e teosinto para o vale do Itajaí. Agrop.
Catarinense, v.6, n.3, p.25 - 29, 1993.

AMARAL, P.N.C.D. et al. Qualidade e valor nutritivo da silagem de três cultivares de


milheto. Ciência e Agrotecnologia, v. 32, n. 2, pág. 611-617, 2008.

AMARAL, R. C. D.; BERNARDES, T. F.; SIQUEIRA, G. R.; REIS, R. A. Estabilidade


aeróbia de silagens do capim-marandu submetidas a diferentes intensidades de
compactação na ensilagem. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v. 37, n. 6, p.
977- 983, 2008b.

ANUALPEC 2003: Anuário estatístico da produção animal. São Paulo: FNP-


Consultoria & Comércio,. 2003. 380 p.

ARAÚJO FILHO, J. A. de; CARVALHO, F. C.; SILVA, N. L. Criação de ovinos a


pasto no semi-árido Nordestino. Sobral: Embrapa Caprinos, 1999.18p. (Embrapa
Caprinos. Circular Técnica,19). Disponível em: . Acesso em: 05 out. 2020.

ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods os


analysis of the AOAC. 11th ed, W ashington, 1970. 1015p.

BISHNOI, U. R.; OKA., G. M.; FEARON, A. L. Quantity and quality of forage of pearl
millet in comparison to sudax, grain and forage sorghum harvested at different
growth stages. Tropical Agriculture, v 70, n. 2, p 98-102, 2003.

BONAMIGO, L. A. A cultura do milheto no Brasil: implantação e desenvolvimento no


cerrado. In: WORKSHOP INTERNACIONAL DE MILHETO, 1999, Planaltina, DF.
Anais... Brasília: Embrapa-CPAC/Embrapa-CNPMS, 1999. p. 31-68.

CARVALHO, S. Desempenho, composição corporal e exigências nutricionais de


cordeiros machos inteiros, machos castrados e fêmeas alimentados em

18
confinamento. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) - Universidade Federal de
Santa Maria, 1998, Santa Maria. 102 f.

DURÃES, F.O.M.; NETTO, A.M.; Milheto, Milheto tecnologias de produção e agronegócio,


EMBRAPA, Informações Tecnológicas, p.17, 2005.

EJETA, G.; HANSEN, M.M.; MERTZ, E.T. In vitro digestibility and amino acid
composition of pearl millet (Pennisetum typhoides) and others cereals. Proceedings
of National Academy of USA, v.84, p.6016-6019, 1987.

GRAINS. In: NATIONAL RESEARCH COUNCIL. Lost crops of África. DC: National
Academy, Washington, v. 1, n. p. 77-125, 1996.

GUIMARÃES JÚNIOR, R.; GONÇALVES, L. C.; RODRIGUES, J. A. S. Silagem de


milheto: uma opção alimentar para ruminantes. Planaltina, DF: Embrapa Cerrados,
2009.

GUIMARÃES JÚNIOR, R.; GONÇALVES, L. C.; RODRIGUES, J. A. S. Utilização do


milheto para produção de silagem. 1.ed. Planaltina: Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária - Embrapa Cerrados, 2009. 30 p

DANTAS, C. C. O.; NEGRÃO, F. M. Características agronômicas do Milheto


(Pennisetum glaucum). PUBVET, Londrina, V. 4, N. 37, Ed. 142, Art. 958, 2010.
MATSUNAGA, M.; BEMELMANS, P.F.; TOLEDO, P.E.N. et al. Metodologia de custo
de produção utilizado pelo IPEA. Agricultura em São Paulo, v.23, n.1, p.123-39,
1976.

FAO. Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação. Estatísticas FAO,
2007. Disponível em: Acesso em: 23 jun 2012.

FERNANDES, M. A. M.; MONTEIRO, A. L. G.; POLI, C. H.E. C.; BARROS, C. S.;


RIBEIRO,T. M. D.; SILVA, A.L. P. Características das carcaças e componentes do
peso vivo de cordeiros terminados em pastagem ou confinamento. Acta Scientiarum
Animal Sciences. Maringá, v. 30, n. 1, p. 75-81, 2008.

19
KICHEL, A. N.; MIRANDA, C.H.B. Uso do milheto como planta forrageira. Embrapa
Gado de Corte. Campo Grande, MS, dez. 2000 no 46.

MATSUNAGA, M.; BEMELMANS, P.F.; TOLEDO, P.E.N. et al. Metodologia de custo


de produção utilizado pelo IPEA. Agricultura em São Paulo, v.23, n.1, p.123-39,
1976.

MAGALHÃES, P. C. et al. Ecofisiologia. In: RODRIGUES, J.A.S. (Ed.). Cultivo do


sorgo. 7.ed. Sete Lagoas: Embrapa Milho e Sorgo, 2011. (Sistema de produção 2).

MAIA, M. C.; PINTO, J.C.; ANDRADE, I. F. Estabelecimento de Pastagem de


Capimtanzânia Usando Milheto como Cultura Acompanhante. Revista Brasileira de
Zootecnia, Viçosa, v. 29, n.05, p. 1312-1319, 2000.

MEDEIROS, G. R. Efeito de níveis de concentrado sobre o desempenho,


características de carcaça e componentes não carcaça de ovinos Morada Nova em
confinamento. Tese de Doutorado em Zootecnia. Universidade Federal Rural de
Pernambuco. Recife. 108p. 2006.

NATIONAL RESEARCH COUNCIL - NRC. Nutrient requirements of small ruminants. 6.ed.


Washington, D.C, 2007, p. 362.

NEUMANN, M.; OLIBONI, R.; OLIVEIRA, M.R.; FARIA, M.V.; UENO, R.K.;
REINERH, L..L.; DURMAN, T. Aditivos químicos utilizados em silagens. Pesquisa
aplicada & Agrotecnologia, v. 3, n. 2, mai-ago, 2010.

PEREIRA FILHO, I.A., FERREIRA, A.S., COELHO, A.M., CASELA, C.P., KARAM,
D., RODRIGUES, J.A.S., CRUZ, J.C., WAQUIL, J.M. Manejo da Cultura de Milheto.
Circular Técnica 29. MAPA. Sete lagoas. Dez. 2003.

PIRES, C.C. et al. Características quantitativas e composição tecidual da carcaça de


cordeiros terminados em confinamento. Revista Ciência Rural, v.29, n.03, p.539-
543. 1999.

20
SANTELLO, G. A.; MACEDO, F. A. F.; MEXIA, A. A.; SAKAGUTI, E. S.; DIAS, F. J.;
PEREIRA, M. F. Características de carcaça e análise do custo de sistemas de
produção de cordeiros ½ Dorset Santa Inês. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 35,
n. 4, p. 1852-1859, 2006.

SAÑUDO. C. SIERRA, I. Calidad de canal em la especie ovina. Barcelona, Espanã:


One p. 127-153, 1986.

SCHWARTZ, F.; ROCHA, M. G.; VERAS, M.; FARINATTI, L. H.; PIRES, C. C.;
CELLA JÚNIOR, A. Manejo de milheto (Pennisetum americanum Leeke) sob pastejo
de ovinos. Revista Brasileira de Agrociência, Pelotas, v. 9, n.2, 2003.

SILVA, A. H. G.; RESTLE, J.; MISSIO, R.; BILEGO, U. O.; FERNANDES, J. J. R.;
REZENDE, P. L. P.; SILVA, R. M.; PEREIRA, M. L. R.; LINO, F. A. Milheto em
substituição ao milho na dieta de novilhos confinados. Seminário: Ciências Agrárias,
Londrina, v. 35, n.4, p.2074-2094, 2014.

VIANA, J.G.A. Panorama Geral da Ovinocultura no Mundo e no Brasil. Revista de


Ovinos, v.1, n.12, p.10-19, 2008.

WALKER, C.E. Evaluating pearl millet for food quality. In: INTSORMIL ANNUAL
REPORT, 1987, Lincoln: University of Nebraska, 1987, p.160 - 166

21

Você também pode gostar