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Precisamos de Mais Agitadores na Igreja!

(We Need More Troublemakers In the Church!)

Por David Wilkerson


4 de julho de 1988
__________

Precisamos de mais agitadores na igreja! Oro para que todo membro do corpo de
Cristo se transforme num agitador! Necessitamos de um exército de agitadores tão
cheios do Espírito Santo, que agitem e perturbem Nova York e todas as outras
metrópoles do mundo; que agitem instituições ímpias - desafiem as igrejas
tradicionais mortas - que perturbem os líderes, os prefeitos, as câmaras municipais,
os líderes de comunidade! Em outras palavras, necessitamos de agitadores do
Espírito Santo que estejam se movendo no Espírito, proclamando o reinado de
Cristo de um modo tão eficiente que cidades inteiras sejam abaladas!

Paulo e Silas foram dois dos maiores agitadores no mundo! A Bíblia fala de
“homens... que têm arriscado a vida pela causa do nosso Senhor Jesus Cristo”
(Atos 15:26 BV). Paulo, Barnabé, Silas e Timóteo eram homens deste tipo, que
andavam no Espírito. Como vemos em Atos 16, quando o Espírito Santo os proibiu
de pregar a palavra na Ásia, eles obedeceram. Tentaram ir para a Bitínia, mas não
lhes sendo isto permitido pelo Espírito, Este os dirigiu para Troas. Paulo então teve
a visão de um varão chamando-os para a Macedônia; então partiram
imediatamente para Filipos, a principal cidade da Macedônia. Quando chegaram,
uma adivinhadora começou a segui-los gritando: “...Estes homens são servos do
Deus Altíssimo e vos anunciam o caminho da salvação” (Atos 16:17). Depois de
agüentar isto por muitos dias, Paulo se voltou e “...disse ao espírito: Em nome de
Jesus Cristo, eu te mando: retira-te dela. E ele, na mesma hora, saiu” (Atos
16:18). De repente a cidade virou o maior tumulto: a adivinhadora aparentemente
era uma grande atração turística, mas agora tinha sido curada e estava louvando o
Senhor!

Paulo tinha bagunçado o status quo. Ele desafiou o diabo que, durante anos, fazia o
que queria. Os proprietários da escrava que fora liberta então arrastaram Paulo e
Silas à praça para enfrentar julgamento diante dos magistrados da cidade. A
acusação era: “Estes homens...perturbam a nossa cidade” (Atos 16:20). “Levantou-
se a multidão, unida contra eles, e os pretores, rasgando-lhes as vestes, mandaram
açoitá-los com varas. E, depois de lhes darem muitos açoites, os lançaram no
cárcere, ordenando ao carcereiro que os guardasse com toda a segurança. Este,
recebendo tal ordem, levou-os para o cárcere interior e lhes prendeu os pés no
tronco” (Atos 16:22-24). Parecia que Satanás tinha vencido. Os novos convertidos
devem ter ficado abalados!

Mas todo o poder de Deus repousa nos agitadores do Espírito Santo! “Por volta da
meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam louvores a Deus, e os demais
companheiros de prisão escutavam. De repente, sobreveio tamanho terremoto, que
sacudiu os alicerces da prisão; abriram-se todas as portas, e soltaram-se as
cadeias de todos” (Atos 16:25-26). O carcereiro, vendo o que tinha acontecido,
chegou a se prostrar diante de Paulo e Silas, dizendo: “...Senhores, que devo fazer
para que seja salvo?” (Atos 16:30).

Mas que comoção no dia seguinte! Posso imaginar os sargentos batendo na porta
do prefeito, dos vereadores e dos líderes religiosos, dizendo: “Depressa! Venham à
prefeitura - estamos com um terrível problema!” Em estado de choque, os
responsáveis provavelmente responderam: “O que? Um terremoto? As portas da
prisão se abriram? As correntes se soltaram? Eles nem tentaram escapar? O
carcereiro abraçou a fé deles? Eles são romanos?!?” Bem, eles realmente estavam
com medo. Era crime bater em cidadãos romanos (Paulo e Silas eram ambos
romanos).Teriam perguntado “O que você quer dizer com 'eles não vão se
movimentar da prisão?' Eles exigem o quê? Exigem que vamos até lá, peçamos
desculpas e os escoltemos para fora da cadeia?” “Então, foram ter com eles...e,
relaxando-lhes a prisão, rogaram que se retirassem da cidade” (Atos 16:39).

Gosto disto! Lá estavam eles; não que estivessem se gabando da sua autoridade
espiritual, mas meramente agindo como embaixadores do Rei Jesus. Tendo
testemunhado a zombaria que fora feito do poder de Cristo, Paulo e Silas agora
queriam que aquele grupinho de oração que estava em torno, visse como Deus
manifesta o Seu poder àqueles que se levantam contra as forças do inferno. Foram
direto para a casa de Lídia - e que tremenda reunião deve ter ocorrido! Acho que
Paulo deve ter dito ao grupo na casa: “Vejam! O diabo pode se enfurecer, as
potestades podem ameaçar - mas Deus detém todo o poder! Deus se posicionará
junto a você, se você tomar uma posição!”

Eu prego muito sobre a oração, e creio na eficácia da fervorosa súplica do justo.


Mas orar só, orar em grupos de dois ou três, ou mesmo em uma grande reunião de
oração não irá, por si só abalar uma cidade! Elias era um homem de poderosa
oração, mas foi mais do que suas orações que abalaram o reino de Acabe e
enfureceram Jezabel: ele chamou os falsos profetas para o Monte Carmelo e os
desafiou. Jezabel havia trucidado os profetas de Deus e levou Israel à apostasia e à
terrível idolatria de adorar a Baal - e ninguém a havia desafiado! Sete mil crentes
não haviam se curvado, mas estavam em silêncio, ignorados, e temerosos.

Mas lá vem Elias, o agitador! Acabe o chamava “perturbador de Israel”! (I Reis


18:17). Elias acabou no ribeiro de Quisom com uma espada na mão, matando
centenas de falsos profetas de Baal “em nome de Jeová.”

Elias não era um polido cavalheiro com o diabo e os seus. Enquanto “...se
movimentavam ao redor do altar...Elias zombava deles [ridicularizava-os]” (I Reis
18:26-27).

A igreja ultimamente tem se acovardado diante dos poderes das trevas devido à
falta de santidade, pois as Escrituras dizem: “...o justo é intrépido como o leão”
(Provérbios 28:1). Alguns dirão, “mas Jesus era manso - Ele não abriu a boca e
nem resistiu quando O levaram para ser crucificado!” Mas isso foi porque a hora
das trevas havia chegado, a hora em que Ele teria de ser entregue nas mãos do
inimigo. Ele não ficou em silêncio no templo ao expulsar os cambistas. Ele não ficou
em silêncio ao chamar os líderes religiosos de serpentes, guias cegos, sepulcros
caiados, raça de víboras (v. Mateus 23). Ele até chegou a dizer a alguns, com
ousadia, que Satanás era o pai deles!

Muitas igrejas hoje estão cheias de cavalheirescos e silenciosos diplomatas que não
querem fazer marolas! Ninguém quer saber de encrenca! E assim o reino do diabo
continua sem ser desafiado. Temos um número mais do que o suficiente de cristãos
sorridentes e silenciosos como um camundongo!

Eu ouvi a raiva de um homem que me disse: “Vamos fazer uma aposta - o quanto
você quiser! Vocês da igreja não conseguem interromper coisa alguma! Conseguem
um pouco de publicidade, mas nada muda. Vocês não conseguem fechar nada!
Vocês não têm força!” Ele estava falando de aborto e pude detectar a zombaria de
Satanás na sua voz. Foi muita ousadia! Era como se estivesse dizendo a todos os
cristãos: “Vocês são todos débeis espiritualmente. Vocês não sustentam a briga;
vocês desistem quando a oposição aperta. Vão voltar correndo para dentro de casa
e se esconder!”

Quero lhe mostrar como e onde os apostólicos homens de Deus desafiaram os


poderes das trevas - as áreas onde nós também devemos agir.

Paulo e Silas Desafiaram um


Sistema Religioso Morto e Corrupto !

“...chegaram a Tessalônica, onde havia uma sinagoga de judeus. Paulo, segundo o


seu costume, foi procurá-los e...arrazoou com eles acerca das Escrituras, expondo
e demonstrando ter sido necessário que o Cristo padecesse e ressurgisse dentre os
mortos; e este, dizia ele, é o Cristo” (Atos 17:1-3). A sinagoga na Tessalônica
provavelmente estava há anos tendo reuniões tranqüilas, sem agitação.
Diligentemente ensinavam as Escrituras e externamente pareciam muito santos.

Aí entra em cena Paulo, o agitador, e em apenas três semanas de pregação sobre a


realeza de Jesus, ele vira de cabeça para baixo toda a região de Tessalônica! Ele já
sabia por experiência, que só uns poucos devotos iriam ouvir a exigente palavra
vinda de Cristo, sabia que a maioria não iria abandonar suas carcomidas tradições
religiosas. Também sabia que iriam ficar cheios de inveja e de ódio contra qualquer
coisa que atrapalhasse o seu jeito de fazer as coisas. Paulo declara que a pregação
do evangelho causava contendas: “... tivemos ousada confiança em nosso Deus,
para vos anunciar o evangelho de Deus, em meio a muita luta” (I Tessalonicenses
2:2). A versão em inglês NAS diz: “com muita oposição.”

O que causava contendas, oposição violenta? Paulo e Silas não eram grosseiros e
não faziam provocações - não estavam roubando as igrejas. Mais tarde, em carta
àqueles de Tessalônica que prosseguiram com o Senhor, Paulo escreve: “Pois a
nossa exortação não procede de engano, nem de impureza, nem se baseia em
dolo...não para que agrademos a homens e sim a Deus, que prova o nosso coração.
A verdade é que nunca usamos de linguagem de bajulação, como sabeis, nem de
intuitos gananciosos. Deus disto é testemunha...todavia, nos tornamos carinhosos
entre vós, qual ama que acaricia os próprios filhos...estávamos prontos a oferecer-
vos não somente o evangelho de Deus, mas, igualmente, a própria vida; por isso
que vos tornastes muito amados de nós” (I Tess. 2: 3-8).

Estes religiosos que por anos agiram de maneira tão recatada e amorosa com Deus
agora estão enfurecidos. Transformam-se numa turba furiosa, assaltam a casa de
Jasom, alvoroçando o povo e os governantes da cidade (v. Atos 17). A causa de
toda esta contenda era uma afirmação firme que declarava “ser Jesus outro rei”
(Atos 17:7).

A pregação de Paulo sobre o senhorio de Jesus não era igual ao que ouvimos hoje
sobre o assunto! Não foi uma frase para animar a torcida, ou um agito emocional.
Acredito que Paulo tenha ficado horas diante dos religiosos judeus, expondo todo o
ônus de seguirmos Jesus como Rei. Ele pregou a derrubada dos ídolos e o
abandono dos prazeres do pecado. Pregou a auto-negação e o sofrimento pela
glória de Cristo, chegando até ao martírio. Sua mensagem sobre a realeza de Cristo
incluía uma advertência para deixarem de seguir homens, mestres ou suas
doutrinas, não serem guiados por homens que mercadejam outros; pelo contrário,
pregava a adoção de uma vida de santidade e de separação de toda aparência do
mal, cessando a comunhão com os ímpios.

Sei de cristãos que são totalmente apaixonados por seus pastores e sua igreja, até
mesmo quando se sabe com segurança que há orgulho, dominação dos espíritos,
manipulação, e carnalidade. Mas dizem: “Aqui ouvimos a mensagem certa.
Ouvimos sobre a santidade, sobre o senhorio de Jesus! Não se aceita o pecado em
nossa igreja!” Se é assim, por que estes mesmos ministros e suas congregações
ficam tão furiosos e hostis com os outros que começam a pregar e a viver
plenamente o preço real de tornar Cristo o rei de suas vidas? Por que há tanta
oposição com os crentes que praticam fielmente os inflexíveis mandamentos de
Deus?

“Estes que têm transtornado o mundo chegaram também aqui” (Atos 17:6). O
mundo de quem está transtornado? É o mundo daquele círculo religioso onde
ninguém leva a sério a realeza de Cristo. A esposa de um pastor aqui de Nova York
me disse: “Acredito que a Igreja de Times Square bagunçou com todas as igrejas
carismáticas da cidade. Você está sabendo disso, não está?” Eu não sabia disso.
Não sei se realmente é verdade. Mas se for, e se for devido à arrogância no púlpito
ou devido às pessoas estarem alardeando que esta é a única igreja que prega a
verdadeira santidade, então estaremos cometendo um terrível erro! Mas por outro
lado, se os ministros e as congregações estão sendo “transtornados” porque
pregamos a realeza de Cristo sem concessões , se as pessoas estão deixando
algumas destas igrejas porque seu pecado não foi exposto e desafiado - se as
pessoas saem daqui tornando-se mais como Jesus, andando na Sua pureza - então
somos o tipo certo de agitadores do Espírito Santo!

Posso lhe garantir a partir da Palavra de Deus que nada abala ou enfurece mais as
igrejas e os pastores mortificados que uma pessoa se movendo na plenitude de
Cristo, que viva e pregue um evangelho que exija santidade como a de Paulo. Ela
se torna uma repreensão!

Em toda igreja você encontra uns poucos “cristãos consagrados” como Paulo
chamava. Mas no dia que você disser como Paulo: “As coisas deste mundo são
como estrume. Deixo os ídolos para servir o meu Rei. Não vou mais servir a dois
senhores. Vi uma grande luz e me afastei dos ímpios, dos incrédulos, dos
apóstatas, dos obreiros da iniquidade” - neste dia você será marcado como
agitador! Deveria você “ir até eles” como Paulo fez e compartilhar a luz que você
recebeu, arrancando os outros do engano? Certamente! Por fone, através de
visitas, de tapes, de todas as maneiras, vá disposto até mesmo a dar sua própria
vida por eles.

“E logo, durante a noite, os irmãos enviaram Paulo e Silas...” (Atos 17:10). Mais
uma vez parecia que Satanás tinha vencido a batalha, tendo os dois de fugir da
cidade na escuridão da noite. Imagine só as pessoas se jactando com orgulho no
sábado seguinte: “Que belo 'reavivamento' hein? Nós chegamos aqui antes deles, e
continuamos aqui agora que se foram. As pessoas simplesmente não querem este
tipo de pregação por aqui! Prossigamos com Deus, sem interrupções destes
agitadores da santidade!” Mas Paulo e Silas tinham desviado os olhos dos
convertidos de si próprios para Jesus, que puderam sair da cidade e o corpo ainda
continuar florescendo. Sob perseguição a igreja de Tessalônica ficou tão forte na fé,
que se tornou uma testemunha poderosa para toda a Ásia - e a alegria do coração
de Paulo!
Paulo Agitou as Coisas na Praça

Paulo agitou as coisas bem lá no seu trabalho pregando Jesus o Rei com o poder da
ressurreição: “...dissertava...na praça todos os dias...pregava a Jesus e a
ressurreição” (Atos 17:17-18). Se há um lugar onde os cristãos escondem sua luz
mais do que em qualquer outro é no seu lugar de trabalho. Há multidões de
cristãos neste país que se assentam na casa de Deus proclamando seu intenso
amor por Jesus, porém quando vão para o trabalho, são tímidos e envergonhados
de Cristo! Como Pedro, dizem com seu silêncio: “Não conheço este homem!”
Temem perder seus empregos e também serem ridicularizados ou rejeitados.

Por que há esta covardia silenciosa em relação a Jesus no trabalho em cristãos que
oram, devoram a Palavra, e andam em santidade? É porque, diferentes de Paulo,
nossos corações não se agitam ao vermos por todo lado as pessoas entregues à
idolatria (v. Atos 7:16). Temos a ousadia de dizer: “Mas Paulo era um pregador. Ele
foi chamado para esta tarefa!” Todos somos embaixadores de Jesus Cristo e somos
ordenados a jamais ocultar nossa luz sob um alqueire.

Os atenienses eram igualzinhos às pessoas com as quais você trabalha hoje, pois
eles “de nenhuma outra cousa se ocupavam, senão de dizer e ouvir alguma
novidade...em tudo...um tanto supersticiosos” (Atos 17:21-22). Nos EUA muitos
cristãos foram levados a crer que o Presidente era um crente nascido de novo em
Cristo, mas o tempo todo parece que ele a esposa consultam os astros! Torna-se
agora visível que os moradores da Casa Branca são supersticiosos e têm sido
guiados por condutores espíritas! Creio que Deus se zanga com isso pois mentimos
para o mundo ao proclamar: “Nós confiamos em Deus.” A ira de Deus é expressa
em Isaías: “As tuas vergonhas serão descobertas, e se verá o teu opróbrio; tomarei
vingança...multidão das tuas feitiçarias e da abundância dos teus muitos
encantamentos. Porque confiaste na tua maldade e disseste: Não há quem me
veja. A tua sabedoria e a tua ciência, isso te fez desviar...Pelo que sobre ti virá o
mal que por encantamentos não saberás conjurar...Deixa-te estar com os teus
encantamentos e com a multidão das tuas feitiçarias...Levantem-se, pois, agora os
que dissecam os céus e fitam os astros; os que em cada lua nova te predizem o
que há de vir sobre ti.” (Isaías 47:3, 9-13). “Se te remontares como águia e
puseres o teu ninho entre as estrelas, de lá te derribarei...” (Obadias v.4). Segundo
estas Escrituras, tais líderes são levados à vergonha!

E assim ocorre no país inteiro: a maioria das pessoas que o cercam no trabalho
estão entregues à idolatria, às fofocas, e a todos os tipos de superstição. Em Wall
Street a última palavra é a “força do cristal”! Corretores ricos e poderosos jogam
milhares de dólares num pedaço de cristal ou de jade e os colocam no escritório
para receberem “raios brilhantes” e “vibrações” para lhes passar segredos. Outros
vão para a ioga, meditação, ocultismo, e agora muitos não fazem nada antes de
consultarem seus gurus ou o horóscopo!

Atenas era uma cidade inteiramente entregue à idolatria. O pecado e impiedade


deveriam ser ainda maiores do que o que temos nas grandes metrópoles de hoje,
pois inexistia a luz do evangelho, não havia igreja lá. A população estava sob a
influência de duas poderosas doutrinas ilusórias: a dos epicureus e a dos estóicos -
doutrinas gêmeas, satânicas! Os epicureus não acreditavam na vida pós morte.
Criam que a morte é o fim de tudo, e que a felicidade era alcançada através de um
desligamento meditativo, e que a alegria só podia ser encontrada na amizade. O
resultado era sensualidade, glutonaria, prazeres exóticos. Os estóicos, por outro
lado, possuíam uma religião de racionalizações humanas, de proximidade com a
natureza. Arrazoavam que servir a outra pessoa através do amor produzia dor e
sofrimento; por isso encorajavam-se a encontrar a salvação na natureza, alinhando
a vontade com a sabedoria universal. Era algo tão desesperador que muitas vezes
levava ao suicídio. [Hoje chamamos isso de “nova era”, com Satanás procurando se
tornar a mente universal.] No fim os atenienses acabavam se degenerando em
sádicos sanguinários, encontrando prazer no morticínio de gladiadores.

Em seu tempo, Atenas era uma das cidades mais modernas, avançadas e
intelectuais do mundo. Era pomposa, agitada, forte, e ímpia! Fico imaginando
Paulo, um construtor de tendas, enquanto esperava que Silas e Timóteo chegassem
da Beréia, indo ao mercado da praça procurar agulhas, cordas novas, e comparar
as lonas.

Paulo tinha visitado muitas cidades e já tinha visto de tudo: a bebedeira de Corinto,
o espírito homossexual que governava Roma, as trevas espirituais de Jerusalém.
Mas nunca permitiu que seu coração se endurecesse; ele ainda ficava tocado por
tudo isto. Ao andar pela praça de Atenas vertendo lágrimas, “o seu espírito se
revoltava...” (Atos 17:16). Paulo não tinha estratégia, um plano para evangelismo,
um esquema ou tática. Ele tinha apenas um coração quebrantado cheio da
apreensão de Cristo. Dizia para si: “Todos eles estão indo para o inferno. Estão
todos perdidos, cegos. Alguém tem de fazer alguma coisa!”

Eu pergunto àqueles que vivem em Nova York ou que a visitaram, alguma vez
vocês ficaram no cruzamento de Times Square ao meio dia e olharam as multidões,
a massa humana de profissionais passando na correria, ou à noite já viram a
escória da humanidade vagando? Você não chorou “Senhor, eles estão perdidos!
Esta cidade está indo para o inferno - o diabo está fazendo o que quer, e parece
que ninguém quer corrigir esta loucura!”? Ou você está tão acostumado com as
trevas, a pobreza, o crime, a sujeira, e tão enjoado dos mendigos, que nem se
agita mais? Sei como a gente se sente sendo bombardeado por mendigos por todos
os lados, sabendo que as esmolas vão para as drogas e álcool. Você não pode
concordar com isto; mas há o perigo de se permitir que se formem calos no
coração, e então no trabalho você não se agita mais pelo pecado e pela dor que o
cerca.

Paulo se Concentrou no Poder


de Ressurreição do Evangelho.

Paulo não foi dissuadido pela imensidão do problema. Não ficou aniquilado pela
força que Satanás tinha na cidade porque sabia que tinha uma arma secreta contra
isso: o poder de ressurreição do evangelho! Paulo desviou o olhar daquilo que o
diabo tinha feito, e se concentrou no que Jesus poderia fazer na força da
ressurreição! Não importava que o chamassem de “tagarela”, querendo dizer
parasita, desocupado, pregador de besteiras. Alguma vez você foi chamado de
“agitador que fala muito”? Alguém já lhe disse: “Pare de ultrapassar os meus
direitos. Pare de forçar sua religião em cima de mim. Pare de tentar me fazer crer
nas coisas que você crê!” Nenhuma destas zombarias puderam parar Paulo porque
seu coração estava sangrando. Eles que falassem o que quisessem, ou lhe
chamassem como quisessem - ele sabia que se não assumisse uma posição por
Cristo, eles morreriam no pecado, sem receberem um testemunho.
Não é suficiente só viver uma vida correta ou “dar um bom exemplo”. Por muito
tempo nos escondemos no velho clichê: “o que você faz, fala mais alto do que você
diz.”

Nos declaramos testemunhas silenciosas vivendo a vida de Cristo. O testemunho


precisa incluir a palavra sendo proferida: “Eis o grito dos teus atalaias! Eles erguem
a voz...” (Isaías 52:8). “...E como ouvirão, se não há quem pregue?” (Romanos
10:14).

Há um Ministério como o de Filipe


Para Todo Crente que
Anda na Santidade de Cristo

“Filipe, descendo à cidade de Samaria, anunciava-lhes a Cristo. As multidões


atendiam, unânimes, às cousas que Filipe dizia, ouvindo-as e vendo os sinais que
ele operava. Pois os espíritos imundos de muitos possessos saíam gritando em alta
voz; e muitos paralíticos e coxos foram curados. E houve grande alegria naquela
cidade”(Atos 8:5-8). Filipe era um leigo, cheio do Espírito Santo. Não era um
homem de púlpito, mas um leigo que simplesmente cria no poder da vida
ressurrecta de Cristo. Então ele ia para todos os lados esperando milagres. Era um
homem da praça principal.

Nunca produziremos impacto nesta cidade e em nenhuma outra até que todo
membro do corpo se torne um Filipe consumido por Cristo, um evangelista leigo
com fé para expulsar espíritos imundos, e com fé para orar pela salvação e a cura
de seus companheiros de trabalho. Nós podemos e vamos agitar esta cidade
corrompida!

Se Não Obedecermos a Ordem do Senhor


Para Pregar o Evangelho, Nos Tornaremos
Egoístas e Obcecados Por Nossos Próprios Problemas

Os Irmãos de Plymouth começaram em Plymouth, na Inglaterra há muitos anos


atrás. Constituíam um grupo piedoso que levava o evangelho às ruas. Que amor
eles tinham pelas almas! Um grande reavivamento irrompeu e Cristo foi revelado a
eles como um glorificado homem no céu. Mas eles se consumiram tanto estudando
Cristo, se concentraram tanto na sua forma de adoração, que perderam a paixão
pelas almas que estavam morrendo. Dividiram-se em dois grupos, os irmãos
abertos e os fechados. Os irmãos fechados acabaram permitindo que ninguém
participasse da comunhão com eles a menos que fossem convidados. Hoje tudo o
que resta do movimento original são os grandes escritos de homens como Darby,
Stoney, Mackintosh, e Raven, todos grandes ensinamentos sobre Cristo e a
santidade. Mas o elitismo espiritual tinha se infiltrado, sem ardor pelas almas.

Necessitamos da Palavra profunda, pura e da ardente paixão pelos que se perdem.


Podemos ouvir tanta pregação e ensino, que nos tornamos “tardios em ouvir”
(Hebreus 5:11). Recebo pacotes de profecias, longos e complicados escritos
“espirituais” da parte de cristãos, que afirmam estar passando dias, semanas e até
meses em oração. É uma tempestade de “assim diz o Senhor”, muitos destes sem
o menor significado! Um marido me pediu para orientar sua esposa. Ela disse às
pessoas como que, supostamente morreu e foi para o céu, dançou com Jesus, e
saltou de pára-quedas em queda livre com Ele! Ela afirmava que a revelação
chegou após orar por horas.

Por que estas pessoas queridas não estão lá fora no meio do povo pregando um
Jesus ressurrecto? Por que gastam seu tempo censurando os outros sem se
quebrantar pelos que se perdem? A melhor cura para isso é entrar no meio dos
pecadores, pregando, curando, expulsando demônios. Nós oramos “Vem, Espírito
Santo!” Mas para quê? Só para nos abençoar e atender às nossas necessidades? Ou
para nos equipar e nos revelar o coração partido de nosso Senhor? As últimas
palavras de Jesus antes de deixar a terra foram: “Ide por todo o mundo, e pregai o
evangelho à toda criatura” (Marcos 16:15).

Temos orado para que Deus feche o bar de travestis vizinho à nossa Igreja de
Times Square. O proprietário nos disse: “Pessoal: vocês estão com um terrível
problema. Vocês não sabem com quem estão lidando!” Não! Ele é que não sabe
com quem está lidando!

Jesus disse: “Toda a autoridade me foi dada...” (Mateus 28:18). Logo, “afirmemos
confiantemente: O Senhor é o meu auxílio, não temerei; que me poderá fazer o
homem?” (Hebreus 13:6). Paulo ora “para saberdes...qual a suprema grandeza do
seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder, o
qual exerceu ele em Cristo...acima de todo principado, e potestade, e poder, e
domínio, e de todo nome que se possa referir não só no presente século, mas
também no vindouro. E pôs todas as cousas debaixo dos (Seus) pés...” (Efésios
1:18-21).

“...sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder” (Efésios 6:10). Satanás


está colocando medo em alguns de vocês: medo de cair, medo daquele pecado que
assedia ou de um hábito que persegue, e medo dos homens. Mas a Palavra diz:
“...resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tiago 4:7). Quem foge não é você! “Com
grande poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus...”
(Atos 4:33).

“Ainda que um exército se acampe contra mim, não se atemorizará o meu coração;
e, se estourar contra mim a guerra, ainda assim terei confiança...Pois, no dia da
adversidade, ele me ocultará no seu pavilhão...elevar-me-á sobre uma rocha”
(Salmo 27:3,5).

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