Você está na página 1de 1

Mestrado Intra-Corpus em Missão Urbana Módulo II

Fenômeno Religioso na Cidade

Aluno: Marcos Elias Pereira de Carvalho

Documentário Ministérios Fracassados

O vídeo aborda o assunto do sucesso religioso. O que é sucesso? As perguntas


são feitas para revelar no entrevistado o insucesso de seu ministério. Pelas perguntas
sucesso para o entrevistador é quando o pastor ganha muito dinheiro, viaja muito para
pregar em vários lugares, tem uma venda de seus produtos de forma relevante além de
possuir milhares de seguidores. Pelo que entendi sucesso para o entrevistador tem a
ver com reconhecimento financeiro, estrutural (megas igrejas) e pessoal. Todos os
entrevistados revelam um sentimento de frustração que buscam conforto entregando
para Deus esse sentimento. Isso faz com que eles continuem da mesma forma
impedindo de buscar novos horizontes.

Embora transmitam sinceridade naquilo que estão fazendo e reconhecimento de


que não são tão relevantes na sociedade, eles não conseguem encontrar noutras
atividades a realização que encontram em seus ministérios. Para eles, sucesso não é
ser um mega pastor, mas ser ovelha de um supremo pastor, Cristo Jesus. Um
sentimento comum a todos os entrevistados é: Se eu sou limitado, se minha igreja é
pequena, se não consigo pagar um plano de saúde para minha família, se não tenho
carro ou qualquer outra infelicidade é porque Deus quer que eu viva dessa forma. Para
mim uma redução do plano de Deus para a vida do homem e até mesmo do plano de
Deus para a pregação do evangelho.

Um outro aspecto que o vídeo realça sobre ministério fracassado é quando o


ministro faz da sua vida o próprio ministério, quando ele faz de si a solução que os
outros precisam e quando ele atribui para si os atributos do próprio Deus.

Nessas perspectivas os ministérios fracassados parecem que carregam consigo a


característica da religiosidade ou religião em que as igrejas e como consequência o
ministério tem um fim em si mesmo. A impressão que passa é que os ministros
entrevistados vivem como se fosse na idade média onde a religião influenciava a vida
cotidiana tornando-os alheios a sociedade onde estão inseridos.

Essa visão de uma religiosidade os impede de criticar a lógica das realidades em


que vivem como afirma Daniel Lins conceituando o que é filosofia, ou de desnaturalizar
o natural como afirma Marilena Chauí. Fogem completamente de um pensamento
ideonômico onde a ebulição das ideias é reprimida pelo transcendente (teonomia), ou
seja, tudo que acontece é a vontade de Deus, um afastamento também da autonomia,
capacidade de reger suas próprias conclusões.

Você também pode gostar