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Sobre o autor:

Designer e fotógrafo de formação, Rodolfo Miró é pastor da igreja Amor sin límites em Buenos Aires
www.amorsinlimites.tv autor dos livros "A igreja relevante nas redes sociais", "Como viver da
fotografia" e "Resgate em alto mar", é casado há 13 anos e tem dois filhos: Melissa e Daniel. Através
da sua paixão pelo marketing digital ajuda pastores a alcançar os sem igreja da cidade e a
potencializar o ministério através da internet.

Através do site www.triboaudiovisual.com dá treinamento online de edição de imagem


(Photoshop), edição de vídeo (Premiere) e animação (After Effects).

Outros livros:
Sumário:
● Como alcançar os sem igreja da sua cidade através da internet?______________________pág 01

●Qual o poder do marketing na igreja? ___________________________________________pág 07


Contexto cristofóbico
Uma ferramenta a serviço do reino

● Como conseguimos nos conectar com os sem igreja em Buenos Aires? ________________pág 14

● A bússula do target__________________________________________________________pág 20

●Estratégia: quem não planeja, planeja fracassar___________________________________pág 26


Nome da igreja
A importância de uma logomarca
A importância do site
Redes sociais
O que a igreja pode postar nas redes sociais?

● O desafio de delegar: controlar ou crescer? ______________________________________pág 64


Já entendi que devo delegar, mas a qual profissional?
Mas o que é que o tal do designer sabe e que eu (pastor) não sei?
Freelas & voluntários

●Por que investir em vídeos? ___________________________________________________pág 70


As câmeras

● Orçamento________________________________________________________________pág 74

● Curso “A igreja relevante nas redes sociais”: _____________________________________pág 75

● Apêndice – Dicas práticas_____________________________________________________pág 76

● Considerações finais_________________________________________________________pág 77
Como alcançar os sem igreja da sua cidade através da internet?

Não me canso de dizer que uma coisa é ter um marketing moderno, visualmente
equilibrado, redes sociais atualizadas, outra coisa (diga-se de passagem bem mais complicada) é
conseguir evangelizar através da internet e ter resultados concretos: batizar pessoas e discipular
pessoalmente quem chega na igreja através do mundo online.
Definitivamente são duas coisas bem diferentes, não me entenda mal, ter uma comunicação
visual bem feita é importante, porém apenas isso não atrai o público sem igreja a ser parte da
congregação. Ter as mídias sociais bem elaboradas é o primeiro passo pra conseguir evangelizar
através do mundo online, mas somente isso não lhe dá o alcance que sua igreja pode ter. Como sei
disso?
Porque já investi muito tempo em diferentes estratégias online tentando evangelizar, e
depois de quebrar a cabeça finalmente a Amor sin límites tem visitantes toda semana nos cultos, de
fato a maior parte da igreja que pastoreio veio pela internet, batizamos e discipulamos diferentes
pessoas que chegaram a Cristo através dos conteúdos que postamos na web; recebemos mensagem
de pessoas de diferentes países que nos acompanham semanalmente; pessoas desconhecidas nos
pararam em lugares públicos para dizer que nos conhecem pela internet; então, por experiência
pessoal, sei que é totalmente possível evangelizar de forma online e colher os frutos numa escala
muito maior que no evangelismo offline.
Desde então tenho ensinado a diferentes amigos pastores algumas sacadas de marketing
digital para que possam se expandir aos sem igreja utilizando as redes sociais. No workshop online
“A igreja relevante nas redes sociais” mostro o passo a passo de como qualquer denominação pode
ter um alcance e uma influência monumentalmente maior que a realidade offline.
Muitos pastores pensam que não conseguem aprender marketing digital, pois acreditam
ser muito complicado, alguns se consideram idosos demais para entrar nesse universo e outros
dizem que é “muita informação” para eles e que por tanto não aplicam os conceitos do mundo
online em suas igrejas, deixando de lado uma grande mina de outro a ser explorada.
O mais triste disso, é que a grande maioria deles provavelmente aprendeu a instalar um
aplicativo de banco no celular, aprenderam a fazer a ativação do token de segurança e aprenderam
a usar o aplicativo realizando diferentes transações e, apesar de que no início alguns quebraram um
pouco a cabeça, depois “pegaram o jeito” e hoje já estão familiarizados com o processo.
Com o marketing pode acontecer da mesma forma, apesar de que inicialmente alguns
pastores se sentem perdidos e com a sensação de que é “muita informação” (information
overloader), poderiam tranquilamente aprender, formar equipes e colher os resultados se ao invés
de olhar pra todo o processo focassem apenas no próximo passo e fossem dando um passo de cada
vez.
A grande maioria das igrejas não faz nenhuma ação online pra evangelizar o público não
crente da cidade, a maior parte dos ministérios simplemente tem uma conta em alguma rede social
e um site, então ingenuinamente acreditam que com isso as pessoas virão, é o famoso “marketing
da esperança”: postar um conteúdo, cruzar os dedos e esperar que algum membro da igreja possa
mostrar esse post para algum amigo que não conhece a Cristo e então a igreja crescerá, só que não
funciona assim!
Isso é tão ineficiente quanto colocar uma placa na frente da igreja e esperar que no próximo
culto tenha fila na entrada, se isso acontecer pode ter certeza que foi um milagre, e dos grandes!
Geralmente isso não acontece.
É possível evangelizar através da internet e crescer com a igreja por meios online? Sim, é
totalmente possível. É fácil? Não, definitivamente não, e muito menos um processo rápido, leva
tempo, formar uma audiência online geralmente leva entre 1 ano e meio a dois anos, até pode
acontecer mais rápido, no entanto preciso ser sincero, sua expectativa não deve ser essa,
evangelismo online dá muito trabalho e você não colhe os frutos da noite pro dia!
No meu curso online “A igreja relevante nas redes sociais” mostro o passo a passo de um
método de comunicação através da internet com a audiência sem igreja e as ações necessárias para
poder evangelizar essas pessoas e integrá-las à congregação. Abrimos inscrições somente poucas
vezes ao ano, é possivel se inscrever para lista de espera da próxima turma através do site:
www.rodolfomiro.com
No entanto quero te deixar um resumo do que é possível desenvolver com sua congregação.
A estratégia que descobri, apliquei, deu resultado e que ensino, passa basicamente por quatro
etapas:

Apontar, disparar, semear e colher.

APONTAR:
Se olharmos para o mundo online percebemos que ele mudou e tem mudado a vida de
milhares de pessoas, empresas, organizações e por quê não de igrejas? O alcance que podemos ter
pela internet é infinitamente maior que o alcance presencial! O cenário das audiências online
funciona como um iceberg onde temos uma divisão de 3 camadas de pessoas: PSM (pessoa super
motivada), PLM (pessoa levemente motivada) e PNM (pessoa nada motivada).
PSM: pessoa super motivada
É o sujeito que já foi evangelizado por alguém, ainda não se converteu, mas está quase, a
semente do evangelho amadureceu dentro dele e alguém só precisa colher. Essa pessoa ainda não
conhece Jesus, mas está aberta e buscando a Deus. O primeiro que vier a evangelizar esse alguém
vai se alegrar muito de ver a receptividade dela. Nessa categoria entram também aqueles que já são
crentes e por alguma razão estão buscando uma igreja, por mudança de cidade, bairro ou mesmo
de país.

PLM: pessoa levemente motivada


É o indivíduo que não está ativamente buscando uma igreja ou buscando a Deus, mas que
tem perguntas não respondidas, tem um certo nível de sede de Deus, não é alguém resistente ao
evangelho ou a Bíblia, apenas não deu o primeiro passo e está postergando.

PNM: pessoa nada motivada


É a pessoa que não está buscando uma igreja e que não sabe que precisa de Deus, seu
termômetro espiritual está bem frio.
Para cada pessoa que se encontra na ponta do iceberg (PSM), há 50 pessoas que se
encontram na parte do meio (PLM), e para cada pessoa levemente motivada existem 100 pessoas
nada motivadas na parte mais profunda do iceberg.
O problema é que a igreja se comunica somente com a ponta do iceberg e não sabemos ao
certo como atingir as outras duas partes.
Alcançar os outros dois públicos exige mais tempo, dinheiro, energia e uma boa dose de
paciência, mas é totalmente possível, e é justamente com essas duas camadas mais de baixo que a
“mágica” do evangelismo online acontece.
Então, na etapa que chamo de apontar é onde sua igreja vai identificar um alvo, um perfil
de pessoas que deseja alcançar. Todo trabalho posterior fica mais fácil quando você tem esse
público definido.
Muitas vezes as igrejas jogam suas flechas para qualquer lado e depois vão lá pintar o alvo
ao redor do lugar onde alguma flecha já caiu, outra coisa bem diferente é estabelecer uma meta e
realmente se esforçar para alcançá-la.
DISPARAR:
Essa etapa é onde você vai focar num público específico, na etapa anterior você encontrou
um nicho, nessa você vai encontrar um subnicho, mas como assim?
Sempre digo que não existe igreja completa, sempre haverá “um buraco” em toda
congregação, toda igreja tem pontos fortes e fracos, é um mito dizer que existe uma igreja completa
em tudo, não existe.
Muitos pastores se cansam tentando se destacar em tudo, ao invés de focar no que
realmente fazem bem. Acredito que todo ministério tem uma graça especial dada por Deus para
falar de um determinado assunto a um grupo específico de pessoas, chamo isso de voz de influência.
Talvez Deus te capacitou para falar com casais sobre restauração no casamento, quem sabe
você ou sua igreja tem facilidade em ajudar pessoas com problemas emocionais como a depressão,
solidão, suicídio, síndrome do pânico e etc, ou quem sabe o seu ponto forte é ensinar pais a
educarem os filhos, ou ainda, ensinar as pessoas a lidarem com a vida financeira delas.
Eu não sei qual é a voz de influência que Deus te deu, mas tenho certeza que você e que a
igreja que o Senhor te confiou tem algo especial, uma facilidade e unção pra ajudar um determinado
tipo de pessoa.
Você precisa identificar qual é sua voz de influência. Só para fazer uma ilustração didática
vamos supor que você tem a habilidade de ensinar sobre educação de filhos aos pais. É desse ponto
que você vai começar, você precisa focar em ajudar especificamente esse tipo de pessoa: pais que
não sabem como educar os filhos.
Com base nisso você vai entender quais são os sonhos e as dores desse público, e produzir
consistentemente contéudo para ajudá-los. No exemplo em questão, o sonho desses pais é saber
como educar os filhos, vê-los crescer de forma obediente, se tornarem adultos responsáveis e com
relacionamentos de sucesso na vida, já as dores seriam não conseguir “domar” os filhos, não ser
capaz de estabelecer uma rotina, se sentirem fracassados e sem autoridade diante do descaso dos
filhos, vergonha de ir em lugares públicos e a lista continua.
Com isso em mãos todo santo dia você vai postar conteúdo 100% grátis sem nenhuma
chamada para ação (call to action) para esse público, sem nenhum convite pra igreja, sem link nem
nada do tipo.
Para isso você vai investir dinheiro em anúncios no Facebook e no Instagram, não precisa
ser muito, o mais importante vai ser a consistência e a correta segmentação para conseguir
direcionar esses posts para as pessoas corretas.
SEMEAR:
Além de postar constantemente todo dia e de prover conteúdo de real valor a esse público,
você vai intensificar o seu relacionamento com essa audiência através de email, e dessa forma vai
aprofundar sua ajuda e fortalecer seu vínculo com essas pessoas, ajudando-as a solucionarem suas
dores e auxiliando-as no alcance de seus sonhos.
O conteúdo que você vai disponibilizar tem que ser tão bom que poderia facilmente ser
vendido, mas você vai liberar gratuitamente, igual esse e-book que você está lendo agora de graça,
algo que seja realmente de valor e percebido pela sua audiência como algo estimado.
Nesse constante contato por e-mail você vai prover conteúdo e recursos nos quais sua
audiência perceba que você não tinha a menor obrigação de entregar, tem que ser visto como um
grande presente. Podem ser vídeos, e-books, pdfs, podcasts, lives, webinários, enfim, o ponto chave
aqui é realmente prover valor.
Nesse processo de entregar algo muito valioso a esse público é saber com precisão os
sonhos e as dores deles, isso é fácil de fazer, dá para criar um formulário online pelo Google forms,
e também é possível criar enquetes no Facebook e Instagram, conferindo dessa forma que o seu
conteúdo está indo de encontro as necessidades deles, assim é só intensificar a quantidade das
postagens e do contato virtual, sem tentar vender nada, sem tentar convidar para igreja e sem
evangelizar diretamente.
A ideia nessa etapa é mostrar a eles que seus conselhos são exatamente o que eles
precisam, e que na verdade os conselhos não são seus, os princípios que você ensina vem da Bíblia.
A palavra de Deus tem resposta pra tudo, e podemos comunicá-la aos incrédulos em áreas onde
eles ficam quebrando a cabeça, e essas pessoas realmente sofrem nos relacionamentos, nas
finanças e em diferentes áreas! Quando as pessoas não tem a sabedoria de Deus elas mergulham
no caos profundo, e nesse lugar de extrema necessidade são mais propensas ao evangelho.
Após estabelecer essa “mentoria” online e de “aquecer” sua lista de e-mails, você poderá
avançar para próxima etapa, que é a mais emocionante de todas!
COLHER:
Depois de ter dado os três passos iniciais: apontar (identificar seu público não crente),
disparar (apresentar conteúdo que resolva suas dores), semear (aprofundar o relacionamento),
chegou o momento de finalmente colher, ou seja, evangelizar e integrá-los a igreja.
A forma que encontramos de fazer essa colheita e que vimos mais resultados foi através de
eventos presenciais relacionados as dores das pessoas. Se você focar em ajudar aqueles pais que
tem dificuldade de educar os filhos é preciso fazer um evento presencial sobre essa temática, se for
para ajudar casais no casamento o foco será a restauração matrimonial, se a audiência em questão
sofre emocionalmente, o evento será sobre como superar a depressão, sindrome do pânico e etc.
É muito importante preparar esse evento com antecedência e com excelência, é justamente
o gancho para que os não crentes da sua cidade finalmente conhecam a igreja pessoalmente no
mundo offline, não dá pra fazer esse evento de qualquer jeito ou fazer dele um culto, tem que ser
um evento focado 100% no não crente.
Nessa etapa você vai aumentar o relacionamento online antes do evento presencial para
poder ajudá-los a tomarem a decisão de ir presencialmente, não é tão simples, mas funciona. Como
pastores estamos muito acostumados a falar com a igreja, a nos comunicarmos com o crente, só
que trazer uma pessoa que não conhece a Jesus da internet para dentro da igreja e pregar para essa
pessoa é um trabalho que leva muito tempo.
Obviamente não é o resultado somente de estratégias de marketing e esforço humano,
evidentemente tem muita oração e jejum no processo, mas faço questão de enfatizar a parte natural
do processo, pois geralmente é onde nós pastores temos mais dificuldade de aplicar.
No evento ao vivo você vai poder se conectar com essas pessoas, mostrar mais provas
sociais (testemunhos) de que aquela área onde você está se dispondo a ajudar realmente funciona
aplicando os princípios biblicos, e que você é uma autoridade nesse assunto.
Esse momento é onde você vai poder explicar melhor porque o conteúdo e as soluções que
há meses eles vem recebendo por email, e vendo nas redes sociais, traz resultados, porque a Bíblia
não se trata somente de um livro religioso antigo, mas ao ser a palavra de Deus ela é atual e prática.
Nessa fase você pode facilmente trazer testemunhos e apresentar Jesus a elas, falar da
igreja, convidá-las a conhecer mais essa comunidade de pessoas que compartilham a mesma paixão.
Não preciso explicar em detalhes isso porque se você está lendo esse e-book é porque
provavelmente você é pastor ou alguém muito envolvido na igreja, e portanto sabe compartilhar
sua fé, não existe um passo a passo pré estabelecido nesse momento.
Claro que essas quatro etapas para o evangelismo online estão muito resumidas aqui nesse
e-book, no curso online “A igreja relevante nas redes sociais” eu te mostro em mais detalhes, o passo
a passo de cada etapa, quais ferramentas e recursos usar, como abordar sua audiência, como se
conectar e se apresentar a eles através de anúncios pelas redes sociais, mas acredito que apenas
com o conteúdo desse livro você já poderá aplicar muita coisa no seu ministério.
É possível se inscrever na lista de espera da próxima turma do workshop online “A igreja
relevante nas redes sociais”através do site www.rodolfomiro.com que você será notificado por e-
mail quando abrirem as inscrições, isso acontece poucas vezes ao ano, dependendo de quando você
esteja lendo esse material, pode ser que esteja perto de abrir uma nova turma ou não, por isso
minha recomendação é que você entre na lista de espera pelo site para ser notificado por e-mail
quando abrirem as inscrições.
Esse foi um resumo das quatro etapas e de um processo de evangelismo online que tem
funcionado muito bem para nós aqui com a igreja em Buenos Aires. Se funcionou com a gente que
veio sem equipe alguma, para outro país, começando uma igreja do absoluto zero, sem dinheiro,
tendo que trabalhar secularmente período integral para sobreviver no novo país, nos adaptando a
uma nova cultura, com pouco tempo e dinheiro pra nos dedicarmos ao ministério e sem voluntários
pra ajudar no começo, com certeza absoluta pode funcionar em seu ministério também!
No decorrer desse e-book vou te mostrar algumas opções para desenvolver seu ministério
nas redes sociais, vou deixar algumas recomendações de boas práticas, no entanto, é o que eu falo
sempre, uma coisa é ter as mídias sociais da igreja bem elaboradas, outra bem mais complicada é
conseguir evangelizar através delas, se comunicando com os sem igreja de sua cidade e tendo um
crescimento real na vida offline.
Essa “pescaria” de trazer pessoas do mundo online para o offline é o que eu mais curto
ensinar, e aquilo que mais me emociona de ver é outros ministérios aplicando os mesmos princípios
e passo a passo para chegar no não crente!
Pessoalmente diria que o “ouro” desse processo de alcançar os sem igreja é essa etapa
inicial do e-book, o restante dele é válido e com certeza absoluta pode ajudar nessa pescaria, mas é
mais relacionado a funcionalidades e não tanto a estratégia em si.

Qual o poder do marketing na igreja?


Contexto cristofóbico
Antes de lancar qualquer estratégia de marketing precisamos nos perguntar: que imagem
as pessoas têm sobre o assunto que estamos falando? Esse é nosso ponto de partida. As pessoas
tendem a ter uma ideia prévia sobre determinado assunto antes de ouvir qualquer coisa nova sobre
ele, essa ideia é construída ao longo do tempo por coisas que elas ouviram ou viveram, e essa
mentalidade afeta a maneira como recebem qualquer informação sobre aquele assunto.
Se desconhecemos qual é este contexto, nossa chance de falhar será grande, por outro lado,
se entendemos o que as pessoas pensam sobre a igreja, estaremos dando o primeiro passo certeiro
para sermos relevantes no mundo digital.
Que visão as pessoas que não frequentam igreja têm dos cristãos e da igreja como
instituição? Se sairmos pelas ruas questionando os incrédulos, o que eles opinariam sobre ambas
coisas? O que nos diriam? Escutaríamos elogios ou críticas? Admiração ou desprezo? Obviamente
escutaríamos diferentes respostas, mas, generalizando, acredito que escutaríamos uma impressão
muito negativa.
Como os sem igreja formam sua opinião sobre a instituição igreja? Como podem criticar o
que não conhecem? Como apontam erros se não fazem parte? E como se aventuram a expressar
tanta condenação se desconhecem o ABC do evangelho?
Não me surprende que exista tamanha reprovação por parte da sociedade às diferentes
instituições e atividades religiosas. Isso acontece porque eles já possuem uma opinião previamente
moldada pelo que julgam conhecer em relação a "igreja", e esse pseudo-conhecimento vem da
mídia.
O mais lógico é que um individuo que não é crente e não tem familiares ou amigos cristãos,
seja doutrinado pelo o que a mídia diz sobre o assunto. O único contato do incrédulo com esse
"universo religioso” se dá por meio da televisão, jornais, novelas, internet, revistas, rádios, livros,
filmes, músicas e famosos humoristas carregados de preconceito contra os cristãos.
A mídia é o veículo de informações com maior poder de moldar a opinião das pessoas com
relação a um assunto. Diariamente uma verdadeira enxurrada de escândalos e notícias
religiosamente tendenciosas são divulgadas:

-Pastor acusado de pedofilia é preso em cidade do interior


-Pastor é encontrado com três malas cheias de dólares em aeroporto
-Ex-atriz famosa, agora missionária evangélica, diz que homossexualismo é "do satanás"
Junte milhares de notícias dessa natureza, misture-as a centenas de fake news e as
reproduza sistematicamente em grande escala em diferentes meios de comunicação. Qual será o
resultado? Uma sociedade cristofóbica com aversão e ódio aos cristãos, à Bíblia e aos pastores. A
leitura inconsciente pelos consumidores dessas notícias, é generalizar a informação e considerar
que todos os pastores são ladrões e que ser cristão é ser ignorante e legalista.
A mídia exibe seletivamente a minoria de pastores e igrejas que lhes convém apresentar
para sustentar essa imagem negativa.
Quantos pastores de bom caráter poderiam ter espaço na TV para mostrar o real
cristianismo? Quantos projetos de ação social apenas se concretizaram por desprendimento
financeiro e dedicação de um missionário ou pastor? Tudo isso poderia ser noticiado, mas não é do
interesse da mídia promover o real significado e impacto da igreja.
Muitos anos atrás, um amigo não cristão me disse que tinha visto na TV aquelas reportagens
nas quais os motoristas são abordados no trânsito cometendo infrações e têm que explicar ao vivo
porquê estão dirigindo sem cinto de segurança entre outras faltas.
Então ele me contou que enquanto assistia a reportagem tinha tido uma idéia para ficar
famoso, e consistia em passar sem cinto de segurança propositalmente onde estivessem fazendo
esse tipo de reportagem e quando a repórter lhe perguntasse o porquê ele responderia: “Porque o
pastor lá da minha igreja mandou, ele disse que é pecado usar cinto porque nossa vida está nas
mãos de Deus e se o Senhor todo poderoso não quer que a gente morra, não precisamos e não
devemos usar cinto de segurança”.
Logo ele concluiu: se eu fizesse isso com certeza iria aparecer nos jornais: “Vejam o absurdo
que as igrejas estão fazendo com as pessoas, pastores estão fazendo lavagem cerebral nos cultos!”
Fiquei pasmo quando ouvi desse colega sua “brilhante ideia para ficar famoso”. Ele estava
disposto a se expor na televisão como um ignorante só para denegrir a imagem dos pastores,
cristãos e igrejas evangélicas.
Se esse indivíduo, que não acreditava em nada, teria a disposição de abrir mão de sua
reputação para ferir a imagem da igreja, quanto mais os religiosos fanáticos que desejam
explicitamente gerar uma imagem negativa dos evangélicos! Eles são capazes de fazer qualquer
coisa para este fim!
Talvez até mesmo se finjir de pastores e esbanjar em rede nacional um escândalo atrás do
outro. Muito mais eficiente que falar mal dos evangélicos é se fazer passar por um deles, praticar
absurdos e deixar que a mídia propague toda essa informação caluniosa.
Quase não se fala sobre a perseguição aos cristãos que existe atualmente, a crentofobia.
Apesar da liberdade de culto que temos, essa perseguição midiática é extremamente forte e gera
uma mentalidade em massa contra os cristãos.
A grande maioria das vezes em que aparece um evangélico em uma novela, filme, jornal ou
apresentação humorística é para ridicularizar, o crente é apresentado como um retrógrado
ignorante e legalista, a mídia inclusive promove e fomenta uma verdadeira luta ideológica entre
evangélicos e homossexuais, visando gerar mais rejeição da sociedade a tudo o que se refere ao
cristianismo.
Essa perseguição é absolutamente explícita. Em pleno século XXI, a revista VEJA lança uma
matéria infeliz e preconceituosa de autoria do editor José Roberto Guzzo, com o título “Evangélicos,
essa gente incômoda”, onde abertamente diz que os evangélicos estão perturbando “as pessoas de
bem” no Brasil.
Claramente o autor desconhece a realidade do que é ser um cristão genuíno. Imagine se o
título da matéria fosse: “Homossexuais, essa gente incômoda”, seria o maior alvoroço, mas como
era só mais uma alfinetada nos crentes não teve grande alarde.
Em 2013, a crentofobia ficou ainda mais evidente na partida de futebol entre os times
Atlético Paranaense e Vasco da Gama, pela última rodada do Campeonato Brasileiro. Esse jogo ficou
marcado pelas cenas de violência entre os membros das torcidas dos dois times. Entre as imagens
mais chocantes do confronto está a de um membro da torcida organizada vascaína Força Jovem,
flagrado usando uma barra de ferro para agredir um rapaz que já estava caído e desacordado.
No dia seguinte sai a manchete na Rede Globo e em diversos outros jornais: “Torcedor do
Vasco preso por agredir rapaz com barra de ferro em jogo de futebol, era saxofonista em igreja
evangélica.”
Foi uma matéria intencionalmente manipulada. Na verdade, no passado, o rapaz tinha sido
membro de uma igreja evangélica e não estava frequentando mais, no entanto, com o jogo de
palavras da machete, dava a entender que ele era atualmente um músico da igreja que quase matou
um torcedor no estádio e consequentemente um hipócrita.
Ainda que fosse verdade, entre uma multidão se agredindo, quantos eram católicos,
espíritas, mórmons, ateus, agnósticos? A mídia fez questão de pinçar com maldade um suposto
“evangélico” para enfatizar o quão “hipócrita e sem caráter esses fundamentalistas religiosos são”.
Adicione à perseguição crentofóbica dos meios de comunicação, o mau testemunho de
crentes mornos que são famosos, mais a amargura de crentes feridos com igreja e meia dúzia de
pastores sem sabedoria que discutem entre si através das redes sociais, e você terá a mistura
explosiva para manchar a imagem da igreja. Essa triste realidade antecede todas as tentativas de
divulgação de qualquer igreja evangélica na sociedade.
É em meio a esse cenário negativo que a igreja está inserida. Nos primeiros séculos da
história do cristianismo, sob o domínio do Império Romano, muitos cristãos foram jogados aos leões
no Coliseo. Atualmente vivemos o mesmo nível de violência, contudo, contextualizada a essa
ditadura midiática. Entender isso é fundamental pra desenvolver qualquer planejamento de
marketing, caso contrário, o tiro sairá pela culatra.

Uma ferramenta a serviço do Reino


Muitos anos atrás, quando me convidaram para pregar pela primeira vez em um culto
público, despreocupado como sou, fui com uma calça de moletom e chegando lá aprendi uma
verdeira lição de marketing: antes de receber a mensagem as pessoas recebem o mensageiro!
Esse princípio é infalível, as pessoas se interessam pelo conteúdo dependendo da
apresentação da embalagem. Isso também se aplica ao ministério. Não importa quão boa, relevante
e saudável seja sua igreja, se os que não a conhecem não a veem dessa forma, dificilmente terão
vontade ou curiosidade de visitá-la.
A Bíblia já alertava que o homem vê o exterior e Deus o interior:
“... O Senhor não vê como vê o homem. O homem olha para o que está diante dos olhos,
porém o Senhor olha para o coração” 1 Samuel 16:7.
O homem vê o exterior. A própria palavra de Deus também diz que os olhos são a janela da
alma e que nunca se saciam de tanto ver (Mt 6:22-23 / Pv 27:20). É evidente que a aparência conta.
Lemos em 1 Tl 5:22 que devemos evitar a aparência do mal, encontramos em diversas partes da
Bíblia a questão da aparência:
Daniel era um homem de boa aparência, Ester teve um longo período de preparação para
cuidar de sua aparência e comparecer diante do rei, a mulher de Potifar ficou atraída pela boa
aparência de José, que por sua vez reparou na aparência de preocupação do copeiro e do padeiro.
O antigo testamento mostra detalhes da aparência do templo que foi construído por Salomão, Eva
achou boa a aparência da fruta que comeu no jardim do Éden, e após o término da criação, Deus
observou o que tinha feito e viu que era bom.
No contexto cristão muitas vezes ignoramos essa verdade porque enfatizamos
excessivamente a importância do interior, do conteúdo ao invés da embalagem, e por isso tendemos
a ir a um outro extremo. Pensamos que a única coisa que importa é a mensagem que queremos
compartilhar com o mundo, mas não pensamos o quão importante é a forma em que essa
mensagem será apresentada.
Em diferentes partes da Bíblia vemos a importância do visual (aparência). Sem dúvidas o
maior teaser1 da história foi a vinda do Messias, quantas profecias foram anunciadas apontando a
Jesus? A própria Bíblia dá fé dos princípios de gestão de marketing em diferentes personagens e
histórias.
A igreja, de uma forma geral, tem abandonado idéias retrógadas como as de que dançar,
aplaudir e ter bateria nos cultos “é do diabo”, no entanto, ainda vemos alguns resquícios dessa
mentalidade antiquada quando falamos de marketing no contexto cristão.
Vemos ainda um forte legalismo daqueles que se opõe a qualquer implementação de
profissionalizar a comunicação visual da igreja, muitos alegam falta de fé em Deus para que o

1
O teaser é uma técnica usada em marketing para chamar a atenção para uma campanha publicitária, aumentando o
interesse de um determinado público alvo a respeito de sua mensagem, por intermédio do uso de informações enigmáticas
no início da campanha
ministério seja frutífero, outros lançam acusações de que a igreja “não pode” fazer uso do marketing
porque é “pecado”, e ainda há aqueles que não levantam nenhuma bandeira sobre o assunto, mas
o consideram irrelevante.
Permita-me dizer que, se você deseja ser relevante e influente nessa geração, inserida em
um contexto digital crescente, a comunicação visual é uma das áreas mais importantes do seu
ministério.
Mas não é Deus que traz os resultados? Para que serviria o marketing? João 15:5 é muito
claro: “Sem mim nada podeis fazer.” Não há estratégia humana ou qualquer modismo que possa
substituir a mão de Deus.
“...não por força nem por violência mas pelo meu Espírito diz o Senhor.”
Zacarias 4:6
Sem dúvidas o Senhor da igreja é Cristo, foi Ele quem morreu por ela e que a sustenta em
todos os sentidos, no entanto, é papel da igreja divulgar, da melhor maneira possível, Cristo e a
mensagem do evangelho, e é exatamente neste ponto que a comunicação visual se torna uma
ferramenta poderosa para ser usada a favor do Reino de Deus. Mateus 10:16 diz que devemos ser
simples como a pomba e prudentes como a serpente. Devemos usar todo nosso esforço e
inteligência para comunicar a mensagem de Cristo ao mundo.
Não podemos simplesmente alegar que as pessoas estão “fechadas ao evangelho” se não
estamos sabendo comunicá-lo de maneira eficiente, é nossa responsabilidade sermos facilitadores
para que a palavra de Deus alcance o mundo, e isso inclui uma cultura de receptividade: banheiros
limpos, sinalização clara, estacionamento, ar condicionado e muitas outras coisas que podem
anestesiar o preconceito da sociedade contra a igreja e abrir seus corações para quando a
mensagem chegar. Tudo isso funciona como uma espécie de boas vindas, uma preparação que
facilitará a receptividade das pessoas ao evangelho.
“O meu povo é destruído porque lhe falta o conhecimento.”
Oséias 4:6
Podemos falhar na comunicação visual da igreja simplesmente por falta de conhecimento.
Uma definição objetiva de marketing é: suprir as necessidades das pessoas da melhor forma
possível. Se não é isso que a igreja faz, então eu não sei o que mais que ela pode fazer.
Qualquer atividade ou ação desenvolvida para atender melhor os clientes, ou para
aprimorar a qualidade de um serviço, pode ser classificada como uma atividade de marketing, sendo
assim, todas as igrejas fazem marketing, sem exceção.
A única diferença, é que algumas igrejas sabem disso, enquanto outras o fazem sem saber.
Se todos fazemos uso do marketing, por que não fazê-lo de forma excelente e que colabore para o
crescimento da igreja?
Quando falamos de marketing na igreja, não estamos descartando a fé em Deus para que o
ministério seja frutífero, é evidente que quem traz o crescimento é Deus e os frutos são por Ele e
para Ele. Usar o marketing não significa abandonar a fé, fazer as coisas na nossa própria força,
substituir a mensagem ou abrir mão de valores e princípios, significa simplesmente fazer uma
esforço intencional para comunicar o evangelho de forma mais eficiente.
A tarefa da igreja é expandir a palavra de Deus para todo o mundo. Vivemos em uma era
onde a tecnologia é parte do dia a dia das pessoas, das empresas, dos governos e das instituições,
portanto a igreja deve estar pronta para se adaptar a essa nova realidade de comunicação.
Quando falamos de influência digital, não importa o quão saudável e relevante seja seu
ministério entre as quatro paredes do templo, você é chamado a alcançar o mundo, e isso inclui as
pessoas que estão fora de sua congregação.
Para que você seja eficiente nessa árdua tarefa, é fundamental entender que o uso do
marketing é estratégico, tanto para alcançar o perdido como para se comunicar melhor com os que
já fazem parte da igreja.
O mundo se atualiza constantemente e a igreja não pode estagnar. Como cristãos devemos
preservar os princípios bíblicos, os mandamentos e todo o ensino de Jesus, isso é imutável, no
entanto, a forma de comunicar e as estratégias não só podem, como devem mudar.
Um grande erro que podemos cometer é querer santificar coisas e processos. O púlpito da
igreja, a decoração, as canções, as roupas, o templo, os instrumentos, os horários, tudo isso pode
ser reajustado sem comprometer a mensagem. A igreja é um organismo vivo e a forma de
desenvolvê-la é dinâmica, portanto reajustes no decorrer da caminhada não apenas são bem vindos
como fundamentais.
O trabalho da igreja é parecido ao de um professor, muitas vezes é necessário explicar uma
aula de diferentes formas, uma vez que nem todos os alunos aprendem da mesma maneira, cada
um tem um ritmo diferente e talvez os mesmos exemplos do conteúdo não sirvam para todos, então
o professor adapta a explicação da matéria para que diferentes alunos possam comprender, e é
exatamente isso que a igreja deve fazer, mudar a forma como transmite a mensagem, não o
conteúdo em si.
As vezes estamos tão acostumados a fazer as coisas da mesma maneira, que não temos a
disposição de repensar, reavaliar e mudar o que é necessário. No livro de Hebreus no capítulo 8
podemos ler a declaração que “o que está velho e antiquado irá desaparecer”, no contexto bíblico
estava se referindo a mudança da lei pela graça, do velho pacto pela nova aliança através de Jesus,
no entanto, creio que o princípio também se aplica à comunicação da igreja nos dias atuais.
Alguns pastores estão obstinados em manter um imutável roteiro de culto pelo simples fato
de ter sido sempre realizado daquela mesma forma, a liturgia deveria adaptar-se às novas gerações
e à sociedade que precisa de Cristo.
Se um pastor insiste em fazer atividades para jovens nos sábados pelas manhãs, e não
entende o motivo da baixa adesão, provavelmente deveria repensar em mudar o horário das
reuniões para a noite. Músicas que em décadas passadas foram parte de um forte mover de Deus
tem seu valor, mas pessoalmente creio que Deus quer liberar criatividade e unção para uma
adoração que tenha impacto nos dias atuais.
Como igreja, é nosso papel encurtar a distância (que parece ser cada vez maior), entre o
evangelho e as novas gerações. Temos o grande desafio de aprender a se conectar com os
adolescentes e jovens. Isso exigirá algumas mudanças em nossa forma de pensar.
O apóstolo Paulo conta no livro de 1 Coríntios, capítulo 9, que ele se fez Judeu para ganhar
os Judeus, sem lei para ganhar os sem lei, fraco para ganhar os fracos e assim por diante, ele se
ajustou com um só objetivo: ganhar essas vidas.
A igreja precisa falar de Jesus na “mesma língua” da atualidade, precisamos abandonar a
mentalidade de que usar a internet para a igreja ou investir em marketing é errado, se vivemos na
atualidade vamos usar as estratégias da atualidade para anunciar o evangelho, esse é o princípio
que o apóstolo Paulo ensinou!
Jesus fazia o mesmo, adaptava sua mensagem ao contexto do seus ouvintes, se Ele
conversava com uma mulher num poço de água falava da água da vida, se encontrava um pescador,
em lugar de dizer “serás um evangelista” dizia serás “pescador de homens”, se era com alguém do
campo falava de semeadura e colheita, Jesus fazia uso do princípio de manter o conteúdo mas
adaptar a embalagem segundo o seu receptor.
Já me deparei com muitas pessoas que se opõe radicalmente quando a igreja fala de
crescimento e, após ver isso reiteradas vezes, percebi que em muitas vezes a raíz dessa resistência
ao crescimento é o julgamento.
Muitos julgam a intenção e motivação da liderança em crescer, e por isso nunca se somam
aos esforços de suas congregações. Uma igreja que não quer crescer é uma igreja indiferente,
qualquer igreja que se importe com os perdidos tem o objetivo de alcançá-los, pois o crescimento
é reflexo de que novas vidas estão sendo salvas, e aqui não me refiro aquele tipo de “crescimento
eclesiástico industrializado” a todo custo e que suga a vida dos membros.
Como cristãos não só podemos como devemos buscar crescimento pessoal e crescimento
como corpo da igreja, para que a grande comissão se cumpra, e o marketing funciona justamente
como uma ferramenta para este crescimento.
Voltando à pergunta inicial, de modo geral, o que as pessoas pensam sobre os cristãos e a
igreja? Não é difícil concluir que a imagem coletiva da sociedade é que ser cristão é algo para pessoas
de baixa capacidade intelectual e que são facilmente dominadas pelas más intenções eclesiásticas
de lideres mal intencionados.
A sociedade não conhece a verdadeira identidade cristã, não sabe o trabalho que o
ministério exige, o esforço, a motivação correta, os desafios, as dificuldades, a doação, o amor, o
caráter, a amizade e a sabedoria, toda essa realidade o mundo desconhece.
Por isso é importante entender que se a igreja não fizer seu marketing, o mundo o fará, e
com o claro objetivo de denegrir sua imagem.
Como conseguimos nos conectar com os sem igreja em Buenos Aires?
Quando Deus me chamou para plantar uma igreja em Buenos Aires, passei por um período
de assimilar esse chamado, foi um lento e dolorido processo. Antes de vir morar na Argentina,
quando lia na Bíblia que devemos cuidar dos pobres, viúvas e estrangeiros, não entendia muito bem
o porquê dos estrangeiros serem mencionados, parecia que não tinha relação com os pobres e as
viúvas, eu não sabia o quão difícil é ser um estrageiro até me tornar um e entender pela minha
própria experiência as dificuldades inerentes a essa realidade.
Em setembro de 2012, eu e minha esposa nos mudamos definitivamente para Buenos Aires,
e todo o processo de sair do Brasil e nos inserirmos em uma nova cultura foi um grande aprendizado
em vários sentidos.
Jamais planejei sair do Brasil, viver na Argentina e muito menos começar uma igreja. Na
verdade sempre relutei um pouco com o chamado pastoral pelo fato da sociedade ver com maus
olhos a figura do pastor, e também por presenciar de camarote como é desgastante o ministério
em vários aspectos conhecendo a vida de muitos amigos que são pastores.
Por muito tempo argumentei com Deus em oração que eu tinha estudado, que era formado,
e que ao ter uma profissão teria boas perspectivas financeiras se permanecesse no Brasil e me
dedicasse à minha carreira.
Repetidas vezes repeti em oração que eu não precisava que as pessoas me julgassem por
simplesmente ser um pastor, eu sabia que teria que conviver com a crítica e julgamento de pessoas
que não me conheciam, sabia que isso viria no combo de aceitar um chamado dado por Deus, e
sinceramente isso não era nada atraente.
Foram muitos anos em uma verdadeira queda de braço com Deus, resistindo a um claro
chamado ao ministério. Tive que viver um processo de amadurecimento desse chamado que trazia
consigo outro grande desafio: o de viver em um novo país.
Desde o dia em que Deus nos chamou para Buenos Aires, estudei tudo o que estava ao meu
alcance sobre o país, a cultura, a história e o idioma. Minha esposa e eu colocamos todo nosso
esforço para fazer uma imersão cultural.
As diferencas culturais chamaram muito nossa atenção, em um primeiro momento a
adaptação era mais em relação ao clima, à comida, aos costumes, ao trabalho, e outras coisas
naturais, mas depois de um tempo começamos a ver a diferença espiritual entre os países, e isso foi
ainda mais chocante!
O Brasil é um país enorme e muito evangelizado, com uma grande quantidade de igrejas , o
brasileiro por ser alegre, é receptivo e faz novas amizades com facilidade, é um povo aberto ao
evangelho e primordialmente não é cético.
Na Argentina, e principalmente em Buenos Aires, o contexto é outro. A quantidade de
habitantes na nação é consideravelmente menor, o argentino não é tão alegre ou extrovertido como
o brasileiro, o portenho é mais reservado e desconfiado.
O círculo de amizades é extremamente restrito e as amizades demoram muito tempo para
se consolidarem. O argentino é cético e questionador. As poucas igrejas que existem são
tradicionais, em muitas delas o batismo no Espírito Santo e os dons espirituais não parecem muito
ativos, e para piorar, a maioria das congregações carecem de líderes e pastores jovens. O buraco
geracional nas igrejas de Buenos Aires é ainda maior que o GAP geracional que tem no Brasil, e que,
diga-se de passagem, não é pequeno!
Desconhecendo tantas diferenças, evidentemente fracassamos olímpicamente em nossas
primeiras tentativas de evangelismo em terras argentinas. Quando recém chegamos à cidade,
alugamos um apartamento temporário por quarenta dias no bairro da recoleta, numa zona nobre
da capital. Logo na primeira semana fiz um plano com minha esposa para nos apresentarmos aos
vizinhos na tentativa de fazer amizade e, então compartilhar nossa fé e começar um pequeno grupo
de estudo bíblico em casa.
No Brasil já havíamos feito isso antes e tinha sido muito bom, então nos parecia uma
excelente maneira de comecar, uma vez que não conhecíamos ninguém na cidade.
O plano era simples. O edifício tinha aproximadamente vinte andares e seis apartamentos
por andar, iríamos a todos os apartamentos do edifício, nos apresentaríamos como os novos
vizinhos, levaríamos um presentinho, uma caixa de bolachas e um torrone, amarrados com uma fita
vermelha, e faríamos novos amigos.
Imprimi uma planilha com um esquema de todos os apartamentos e uns ícones que
funcionassem como uma espécie de legenda, onde poderíamos avaliar no fim do dia o quão
receptiva cada pessoa estava.
Lembro-me que o melhor ícone da legenda era um rosto gargalhando, que usaríamos no
caso de alguém que fosse batizado no Espírito Santo, cheio com o poder de Deus, ou oferecesse sua
casa para iniciar um grupo de estudo bíblico, ou que no mínimo nos convidasse para entrar e tomar
um mate.
Minha ingenuidade foi revelada nos primeiros cinco minutos da tentativa. No primeiro
apartamento uma senhora gritou lá de dentro para que eu fosse embora! Pensei “Que mal-
humorada!” No apartamento seguinte a mesma coisa.
Na terceira tentativa, um jovem ficou espiando em silêncio pelo olho mágico da porta, após
eu repetir diversas vezes que era somente um estrangeiro tentando se apresentar dos vizinhos, ele
abriu somente uma pequena fresta da porta, sem tirar a corrente de proteção, espiou, estendeu a
mão para pegar o presente e em seguida fechou a porta e lá de dentro disse “gracias!”.
Depois de algumas tentativas frustradas, minha sábia esposa disse que era melhor a gente
parar e repensar a estratégia, porque aquele padrão se repetia, e quem sabe fosse algo da cultura
deles que não entendíamos. E era. Levou um certo tempo para que conhecessemos alguns aspectos
da cultura portenha que não tínhamos a menor idéia.
Com poucas semanas vivendo na Argentina, percebemos que o assunto predominante em
qualquer estabelecimento era a insegurança. No princípio não entendia o porquê de tanto alarde
em torno desse assunto se Buenos Aires, sendo uma grande cidade com mais de quinze milhões de
habitantes incluindo a província, tinha menos assalto e assasinato que várias outras cidades
brasileiras, inclusive bem menores.
Depois de uns meses estudando a história do país e conversando com pessoas mais velhas,
que coinscidentemente são as que mais reclamam dessa questão, descobri que poucas décadas
atrás Buenos Aires era uma cidade muito tranquila, as senhoras de idade andavam nas ruas com
jóias caras penduradas nos pulsos e pescoço sem medo de assaltos, as pessoas estacionavam os
carros nas ruas e não se preocupavam em trancá-los, assim era a tamanha segurança que havia no
país. Obviamente esse cenário mudou, a cidade cresceu, e com o aumento natural da insegurança
o argentino se tornou extremamente temeroso.
Algumas cidades brasileiras com bem menos habitantes que Buenos Aires, como o Rio de
Janeiro por exemplo, superam o índice de criminalidade com uma margem gigantesca de diferença,
mas, mesmo assim, o argentino considera a capital uma cidade muito perigosa, o que para mim é
um pouco difícil de entender, já que por ser brasileiro nunca experimentei essa paz que houve
anteriormente em Buenos Aires.
No Brasil, desde pequeno aprendi a olhar pelos ombros quando andava nas ruas para não
ser assaltado. Desconhecer essa parte da cultura foi um choque em nossa primeira tentativa de se
conectar com o povo argentino.
Após retornar ao nosso apartamento, frustrados com a sacola de bolachas cheia, pois só
tínhamos conseguido entregar dois presentes dos cento e vinte pacotes que compramos, o porteiro
do edifício nos chamou dizendo que os morados estavam com medo de serem assaltados e
pensaram que nós eramos ladrões. Levou algumas semanas para que entendessemos o receio que
eles têm.
No Brasil estávamos acostumados a pedir pizza por telefone e que o motoboy subisse até a
porta da nossa casa após abrir o portão pelo interfone, mas para nossa surpresa, descubrimos que
na Argentina não é permitido um entregador de comida subir “por motivos de segurança”, quem
faz o pedido é que tem que descer.
Até mesmo ao perguntar as horas na rua para um desconhecido, se percebe o medo de ser
assaltado. Essas e outras situações nos ajudaram a entender que precisávamos mudar a estratégia
para nos conectar com o povo.
Por várias semanas tentamos fazer algum vínculo com qualquer argentino não cristão,
convidamos alguns contatos para um jantar em nossa casa, então descobrimos que o argentino não
tem o costume de comer na casa de um novo conhecido, geralmente prefere se encontrar em um
café.
Algumas semanas se passaram e depois de várias tentativas frustradas de nos conectarmos
com o não crente, finalmente entendemos que o ritmo de estabelecer novas amizades em Buenos
Aires é extremamente lento, principalmente para um estrangeiro, teríamos que ter paciência para
construir relacionamentos a longo prazo.
Apesar de estar convicto de que Deus tinha nos chamado para plantar uma igreja na cidade,
eu não esperava que o início acontessesse de maneira tão rápida como foi, ainda mais com o choque
de cultura inicial que tivemos!
Minha expectativa era me estabelecer na cidade, aprender bem o idioma, a cultura, os
costumes, me organizar financeiramente e depois de pelo menos um ou dois anos já adaptado,
avançar com o plano de iniciar a igreja, mas para minha supresa as coisas aconteceram bem antes
disso.
Apesar de estar ativamente buscando me conectar com o não crente, eu não estava
conseguindo. Então um dia orando por isso em meu quarto, senti que deveria criar uma fanpage da
igreja no Facebook, mas confesso que fiquei relutante por algumas razões:
A primeira é que não tinha certeza se essa idéia tinha vindo realmente de Deus ou se era
algo da minha cabeça, não tinha sido uma experiência espiritualmente profunda, foi só uma
impressão enquanto orava, como se Deus tivesse vendo minhas fracassadas tentativas de pescar e
estivesse me sugerindo uma nova isca. Além dessa incerteza, na época eu não entendia muito de
Facebook, tinha só um perfil pessoal que raramente usava, mas não sabia nem como criar uma
fanpage.
Além disso também pensei que não tinha muito sentido ir para o Facebook se a igreja ainda
nem tinha começado, não tínhamos definido nem sequer o nome e a logo! E ainda que já
tivéssemos, que conteúdo postaríamos nessa página se ainda não havia reuniões?
Parecia um passo prematuro e nada promissor, mas apesar de não entender e me sentir um
pouco contrariado, decidi criar a página, pois cada vez que orava, essa ideia voltava com mais força.
Não achei que isso fosse produzir resultado e muito menos tão rápido, mas foi justamente a criação
da fanpage que desencadeou uma sequência de eventos que levou ao nascimento da igreja ASL -
Amor sin límites.
Nessa época eu estava fazendo um trabalho como freelancer para uma produtora de video
perto de casa, evangelizei um colega de trabalho equatoriano que estava desviado e contei a ele a
razão pela qual tinha vindo a Buenos Aires.
Um dia ele permitiu que eu orasse por ele, depois da oração vi que ele estava com os olhos
marejados, então ele me disse: Rodolfo, você veio como missionário para começar uma igreja em
Buenos Aires, não é? Quando for começar essa igreja me avise porque eu quero ir!
Naquele mesmo dia recebi uma ligação no celular de um número desconhecido, era um
casal que estava buscando uma igreja e me contou a seguinte história: na noite anterior eles tinham
orado pedindo para que Deus os ajudasse a encontrar uma igreja onde congregar em Buenos Aires,
logo após a oração, se conectaram à internet para procurar um lugar, quando abriram o Facebook
encontraram uma mensagem de uma amiga recomendando nossa fanpage!
Então ela me disse a mesma frase que meu amigo equatoriano me havia dito algumas horas
antes: quando você for começar a igreja me avise porque eu quero ir!
Voltei para casa surpreso, parecia ser a hora de começar a igreja, os peixes estavam pulando
para dentro do barco! No mesmo dia duas pessoas diferentes falaram exatamente a mesma coisa:
quando você começar a igreja me avise porque eu quero ir. Deus estava nos surpreendendo e
mudando nossos planos!
Com menos de três meses morando em Buenos Aires, no dia 12/12/2012 fizemos a primeira
reunião da igreja em nosso apartamento. Não tínhamos quase nenhum móvel no apartamento
porque tínhamos vendido todas as nossas coisas no Brasil, então compramos uns bancos de plástico,
preparamos um lanche e convidamos aqueles contatos que tinham dito que gostariam de vir.
Nesse dia nasceu a igreja, e daquela semana em diante nunca deixamos de ter pessoas na
reunião. Progressivamente, o grupo que se reunia em nossa casa cresceu, e chegou o dia no qual
alugamos o salão de um hotel para começarmos as reuniões públicas, permanecemos nesse hotel
alguns anos para posteriormente alugar um outro salão e depois mudarmos novamente, avançando
em novas etapas.
Foi e tem sido um grande desafio, com certeza o maior que tive até hoje, e a razão pela qual
compartilho um pouco da história de como a igreja nasceu, é porque ela mostra como podemos
usar as redes sociais a nosso favor.
Muitas vezes eu tinha a sensação de que a cidade de Buenos Aires era um concreto
impenetrável, conversando com as pessoas no trabalho, na rua, no edifício, nas tentativas de
evangelismo, eu saia sempre com a impressão de que o argentino sem igreja não é somente
resistente a Deus e a igreja, mas para novos relacionamentos com desconhecidos, tornando tudo
bem mais difícil.
Qualquer evangelista sabe que compartilhar a fé com conhecidos é muito mais eficaz que
pregar para pessoas desconhecidas, pois com seus amigos você “tem crédito” para falar. Eu me
perguntava como pregar para o argentino não crente, se estabelecer amizades é uma tarefa a longo
prazo?!
Repetidas vezes falei para minha esposa: Buenos Aires é como uma lagoa de pesque e pague
cheia de peixes (são mais de quinze milhões de habitantes), mas ainda não conseguimos encontrar
uma única isca que os faça sequer beliscar!
Foi assim que as redes sociais e a internet começaram a fazer diferença. Talvez em outras
cidades e culturas a presença virtual da igreja não teria sido uma “questão de vida ou morte”, mas
sem dúvidas no nosso caso foi!
Uma cidade como Buenos Aires onde ninguém tem tempo pra nada, a insegurança é o
assunto do momento, a rotina apressada torna as pessoas insensíveis ao próximo e é difícil fazer
amizades, a internet foi o meio pelo qual conseguimos dar nossos primeiros passos para o
crescimento da igreja, e o melhor de tudo, escalar isso com o tempo.
Já havíamos tentado evangelismo em praças públicas e com diversas outras tentativas sem
sucesso, até que encontramos uma isca certa, e pouco a pouco começamos a pescar um peixe atrás
do outro!
Quando viemos para Argentina, tínhamos quase todos os ingredientes para tudo dar errado:
éramos estrangeiros, não conhecíamos muito bem a cultura, tínhamos que falar outro idioma,
viemos sem equipe, não conhecíamos ninguém na cidade e não tínhamos suporte financeiro para a
igreja, éramos somente dois jovens dispostos a fazer a vontade de Deus e nossa única estratégia era
confiar Nele.
Quando encontramos a isca e descobrimos que a internet e redes socias poderiam ser
usadas como uma ferramenta para alcancar o não crente, começamos a investir nessa área e os
resultados foram visíveis: 42% dos membros da igreja chegaram através da internet, mais de 30%
de nossos visitantes nos cultos nos conheceram através da internet, e em quase todos os eventos
que fazemos como igreja algum dos participantes se inscreveu porque viu a publicidade do evento
pela internet.
Atualmente temos uma média de mais de 20 visitas todo mês nos cultos, e a isca principal
continua sendo as redes sociais. Essas pessoas chegaram na igreja através de diferentes canais:
Facebook, Instagram, Youtube, Twitter, Google maps e outros. Toda semana temos visitantes nos
cultos, é muito raro que tenhamos um fim de semana sem visitas!
Além, obviamente do crescimento numérico que tivemos, um eco visível desse investimento
na comunicação visual da igreja foi o impacto online: pessoas de diferentes países nos escrevendo
recomendando a igreja para amigos na cidade; desconhecidos nos parando em lugares públicos para
contar que conheciam nossa história pela internet; contatos e amizades em países longínquos;
graças a uma isca que Deus nos deu e que hoje tenho a grata alegria de ensinar e treinar outros
pastores em diferentes cidades da Argentina e do exterior a se projetarem na web com o ministério
que Deus lhes confiou.
A bússula do target
Alguns anos atrás li o livro “Uma igreja com propósitos” do pastor Rick Warren, e fui muito
impactado. Uma das coisas que o autor comenta é que existem diferentes tipos de igreja para
diferentes tipos de pessoas, creio nisso de todo meu coração. Nem todas as igrejas são iguais,
justamente porque as pessoas são diferentes umas das outras, por isso é saudável que existam
diversas culturas de igreja na sociedade, aumentando o potencial de alcance do corpo de Cristo na
cidade e no país.
Quando uma empresa vai lançar um produto, estuda o perfil de cliente, analisa a interação
com a marca, avalia cuidadosamente a melhor forma de se comunicar com esse público alvo,
conhece bem suas peculiaridades, seus gostos, hobbies, sua forma de pensar e viver.
E justamente porque se dedicam a conhecer com quem vão interagir, são eficientes na
publicidade. Falamos anteriormente que sabemos que a igreja não é uma empresa e que o
evangelho não é um produto, no entanto, existem princípios de comunicação que como cristãos
podemos aprender para sermos mais eficientes em nosso serviço a Deus.
Sempre tive um grande temor frente ao versículo:
“Ai daquele que fizer minha obra relaxadamente”
Jeremias 48:10.
A consciência de que um dia teremos que prestar contas a Deus, não somente de tudo o
que fizemos, mas de como o fizemos, gera em mim um desejo de me esforçar e dedicar o máximo
a Jesus. Creio que essa convicção é o que impulsiona líderes, pastores e cristãos apaixonados por
Cristo a fazerem profundas renúncias pessoais e se sacrificarem para serem mais frutíferos no
chamado que Deus lhes deu.
O cristão deve ser o melhor funcionário em uma empresa, o melhor estudante em uma
universidade, porque se entendemos o quão importante é fazer tudo o que chega às nossas mãos
como se fosse a Jesus, a excelência se refletirá em nosso estilo de vida.
A igreja é chamada a ser totalmente excelente em tudo que faz, a ponto do mundo se
inspirar nela, e não o contrário. As grandes organizações deveriam olhar para a igreja e aprender
com ela, infelizmente, na maioria dos casos, essa não é a realidade.
Para que esse nível de excelência seja alcançado em muitas áreas da igreja, podemos
aprender com grandes empresas e organizações. Geralmente quando se fala nesse assunto com
pastores e líderes, a tendência natural é justificar que a gestão da igreja é algo espiritual e que
compete aos pastores fazê-la, então tudo acaba ficando centralizado neles, que geralmente estão
despreparados para a gestão administrativa da igreja.
A área ministerial: liderança e visão geral da igreja, sem dúvidas compete aos pastores, mas
para ter excelência verdadeira em muitas outras áreas da igreja há a necessidade de profissionais
capacitados e treinados para diferentes tarefas, inclusive na comunicação visual da igreja.
Se centralizamos todo o trabalho no pastor, além do processo ser cansativo, muitas coisas
serão feitas em qualidade inferior, creio que Deus coloca no corpo diferentes pessoas com dons,
habilidades e estudos que podem ser de grande serviço à igreja.
Se você aprende a identificar essas pessoas e delegar a elas diferentes tarefas estará sendo
muito mais efetivo e terá maior probabilidade de êxito. A igreja tem muito mais semelhanças do
que diferenças ao ser comparada com uma empresa. Se deixarmos de lado o preconceito podemos
aprender com esse paralelo, seremos muito mais eficientes em nossa forma de fazer igreja.
Como uma empresa lança um produto ou campanha? Como delegam tarefas? Como
supervisionam? De qual forma funciona o processo de dar autonomia de decisão às pessoas? Como
motivam seus funcionários? Avaliam o progresso que estão fazendo? Como corrigem erros e
ajustam o andamento dos projetos? Como reagem as críticas? Como melhoram os processos? De
qual maneira lidam com conflitos? Valorizam os funcionários? Como treinam as pessoas? Como
trabalham em equipe?
Percebe como a comparação da igreja com empresas é muito mais saudável que perigosa?
A igreja deveria ensinar esses aspectos para o meio empresarial, mas infelizmente ainda
engatinhamos nesse processo, e somos nós que precisamos sentar e aprender com aqueles a quem
deveriamos ensinar.
Basta pensar em como uma igreja lança uma meta, geralmente não se mensura
absolutamente nada, se lanca um objetivo somente com fé. É claro que cremos em milagres, cremos
que Deus é aquele que traz os frutos, e realmente não podemos engessar a noiva de Cristo a um
modelo meramente empresarial.
Sem dúvida existe o fator sobrenatural e a fé, ambos vitais para a vida da igreja. A questão
crucial aqui, é que todo plano de ação da igreja, pensado para fora das quatro paredes, geralmente
acontece sem um planejamento adequado.
A liderança lança uma ideia ou campanha, os membros trabalham sobre ela, mas em
nenhum momento o processo é devidamente estudado, avaliado, mensurado, corrigido, alterado
ou celebrado!
De um modo geral, não se faz um acompanhamento do plano, não sabemos dizer se
funciona ou não, se estamos parados ou avançando, o motivo de não atingirmos a meta, onde
falhamos ou como corrigimos. Por outro lado vemos como grandes corporações fazem um trabalho
prévio de avaliar cuidadosamente a quem irão se dirigir, como fazê-lo, e por fim monitorar se
cumpriram com o propósito.
Quando se fala de comunicação visual dentro de uma empresa, qualquer campanha
publicitária bem elaborada, vai ter um target claramente definido, isso é, um público alvo, que
dependendo do produto poderá ser bem específico.
Com base nesse nicho é que toda estratégia será definida. Ou seja, a empresa primeiro
conhece o cliente a quem quer alcancar e apenas depois estabelece uma comunicação, a igreja deve
fazer exatamente o mesmo!
Conhecer profundamente o grupo de pessoas ao qual é chamada a influenciar, aprender
seus gostos, suas necessidades, adequar o dialeto religioso a uma linguagem objetiva para que eles
possam compreender claramente. Obviamente para qualquer igreja, esse nicho são os sem igreja,
ou não convertidos, porém creio que podemos ser mais específicos do que isso.
Ao não trabalhar dessa forma, a igreja se torna extremamente ineficiente em sua
comunicação, podendo ser, por exemplo, como uma churrascaria fazendo publicidade para
veganos, por melhor que seja a carne e a peça publicitária, está sendo direcionada para o público
errado. Da mesma forma, não adianta somente a igreja querer chegar no não crente, ela deve
aprender a fazer isso, e nesse processo é fundamental entender no que a igreja realmente se
destaca (com base na opinião dos outros).
Não existe igreja completa, toda igreja carece de algo, algumas são excelentes com música
mas fracas na ação social, outras se destacam na comunhão mas têm dificuldade no evangelismo,
outras ainda são excelentes em organizar eventos evangelísticos mas carecem de estrutura no
ministério infantil, e isso é normal. É uma ilusão pensar que uma única congregação será completa
e referência em tudo!
Sempre que chegam pessoas novas na Amor sin límites, eu explico quais são os nossos
pontos fortes, e também dedico tempo em explicar quais não são as nossas prioridades, sei que
como igreja não podemos fazer tudo, temos uma visão clara e um plano para cumprí-la.
A tendência de um pastor, ao querer agregar novas pessoas, é tentar ser completo, e nessa
tentativa muitas vezes deixa de comunicar as áreas que não são prioridade nas atividades da igreja,
o que futuramente pode fazer com os membros se sintam iludidos e saiam frustrados.
Definir um público-alvo que realmente se identifica com a cultura da igreja faz com que ela
se expanda, ao invés de restringir seu alcance, tornando-a muito mais eficiente do que tentar
englobar a todos os que visitam a congregação. Deve-se identificar aqueles que tem identidade e se
esforçar em comunicar o DNA da instituição, os que não se identificam não permanecem, e os que
se identificam permanecem e dão frutos.
Imagine uma rádio que toca todos os estilos musicais em uma única tarde! Como seria?
Absolutamente estranha, uma rádio geralmente foca num nicho e é justamente o foco que a faz
mais efetiva, e assim é com a igreja, podemos dizer que acontece a mesma coisa. Tentar ser boa em
tudo é o caminho mais rápido para não ser boa em nada.
Como pastor você deve conhecer qual é o perfil de pessoa que tem maior chance de ter
empatia com a cultura de sua igreja. É importante ter bem claro esse target, o público alvo que
desejam alcançar. Conversando com pastores amigos vejo que muitos relutam em definir um target
porque querem alcançar o mundo todo para Jesus.
Dizem que a igreja é a casa de Deus e portanto não devem restringir suas atividades a um
determinado grupo de pessoas. Entendo a linha desse pensamento, de que a igreja ao ser a casa de
Deus é aberta a todos, e é lógico que devemos ter uma atitude de boas vindas sem exceção, no
entanto, o trabalho de alcançar o mundo inteiro não será feito por uma única igreja, mas cada igreja
irá ganhar uma porção de pessoas, e ao não definir um target, somos menos eficientes em nos
conectar com aquela porção de pessoas que fomos chamados a ganhar.
Estabelecer um público que tem mais probabilidade de se identificar com a igreja não a
torna exclusiva a esse grupo. Devemos estar abertos a todos os que desejem participar, no entanto,
quando sabemos reconhecer o perfil específico do grupo de pessoas que tem a maior propenção a
ser parte da congregação, temos uma grande mina de ouro a ser explorada!
Tome o tempo que for necessário para identificar esse perfil. Pense nas pessoas que já
fazem parte de sua igreja, nas atividades que ela realiza, na visão que está em seu coração. Uma vez
que identificamos esse público, podemos ser muito mais eficientes em alcançá-lo e em estabelecer
um plano de comunicação virtual com eles.
O medo que muitos pastores têm de definir esse target é um engano, o temor deles é
restringir o foco e deixar de alcançar pessoas, mas é justamente o contrário, a igreja que tem seu
target definido aumenta sua capacidade de evangelismo, comunhão e fortalece os vínculos, porque
o efeito “dominó” de uma conversão é muito mais amplo que qualquer estratégia de marketing!
Se uma igreja tem jovens como seu target, é só uma questão de tempo para que pessoas
mais velhas comecem a visitar os cultos, pois os pais, tios, avós e outros contatos de outras gerações
desses jovens que se converteram, serão impactados pelo testemunho dos mesmos, e o alcance da
igreja acabará sendo muito maior que seu target. O público alvo representa apenas a isca principal
da sua pescaria, mas uma vez que você se mantém focado nela, muitos outros tipos de peixe virão
com o tempo.
Em nossa igreja identificamos claramente dois grupos de pessoas que temos
constantemente em mente, o primeiro deles é o grupo dos que não se conectam conosco, ou seja,
me refiro as pessoas que genuinamente querem se envolver no ministério, mas que não tem
identidade com a cultura da nossa igreja. E o segundo grupo são aqueles que se identificam.
A realidade de Buenos Aires é dura porque além do ceticismo genérico que há entre os
portenhos, existem muitas “igrejas” brasileiras que se apresentam constantemente na TV falando
um evangelho distorcido e comercializando a fé, então, quando um portenho escuta que sou
brasileiro e vim plantar uma igreja na cidade, imediatamente tem a tendência de me associar a esse
grupo errado.
Por essa razão, nós nos esforçamos bastante para aprender bem o idioma e eliminar o
portunhol do nosso vocabulário, além disso, investimos na construção de uma imagem institucional
que nos diferencie ao máximo desse grupo apresentado na TV.
Nosso foco é sermos relevantes na cultura argentina para o povo local. Buenos Aires é uma
cidade com um elevado número de estudantes brasileiros de medicina, então tivemos que fazer
um esforço ainda maior para não alcançar os brasileiros, pois essa não é nossa visão, sempre digo
que se meu chamado fosse para brasileiros estaria no Brasil, renunciamos tudo e deixamos muitas
coisas para trás porque nosso coração é ganhar as pessoas do país que escolhemos viver.
Até fomos flexíveis e fizemos uma frustrada tentativa de fazer cultos em português e ganhar
brasileiros já que a cidade está cheia deles, fizemos isso depois de muitos anos que já tínhamos
consolidado a grande maioria da igreja sendo nativos da cidade e de outros países da América Latina,
mas claramente não funcionou e corrigimos o curso rapidamente.
Quem sabe futuramente quando a igreja estiver em outra etapa e tivermos um volume de
brasileiros maior na nossa equipe, talvez até possamos pensar em como alcançá-los, mas, desde
que começamos a igreja, rapidamente identificamos que esse grupo não era nosso público alvo e
que nosso esforço não deveria estar aí.
Isso foi muito importante porque principalmente nos primeiros anos isso nos focou em
outro grupo, e também nos levou a tomar algumas ações que nos manteriam “fora do radar” dos
brasileiros da cidade, para nós isso era essencial porque boa parte deles alimenta uma forte
rivalidade contra os argentinos, povo que temos a visão de ganhar.
Vimos que este perfil de pessoas nos dificultava cumprir nossa visão que é amar, se conectar
e alcançar o argentino não cristão, então tão importante como conhecer a quem apontávamos era
conhecer quem não se identificaria com nossa cultura de igreja.
Essa estratégia funcionou tão bem, que hoje talvez sejamos a igreja de Buenos Aires com
menos brasileiros.
Além de identificar o target “negativo” (no sentido de empatia, claro que não me refiro que
o brasileiro é negativo, eu mesmo vim do Brasil), também identificamos o público que se conecta
mais facilmente conosco, afinal são nosso alvo.
Voltando ao exemplo da churrascaria, seria como excluir de uma publicidade online os
veganos, pra poder direcionar a propaganda somente pra quem tem interesse em carne.
Todos nós temos a tendência natural de atrair pessoas parecidas conosco, solteiros atraem
solteiros, casados atraem casados, idosos atraem idosos e por aí vai. Quando cheguei em Buenos
Aires, para começar a igreja, tinha trinta anos de idade e essa faixa etária permitiu me conectar
naturalmente com pessoas dez anos mais jovem e dez anos mais velhas.
Além disso, ao ser um casal jovem, atraímos casais jovens. Consequentemente, nos
primeiros anos da igreja identificamos facilmente um público que tinha identidade com a Amor Sin
Límites:
- Casais jovens (entre 25 e 35 anos)
- Sem filhos ou com filhos pequenos
- Que vivem e trabalham na capital
- Classe média/alta
- Que moram longe da família (argentinos, venezuelanos, colombianos, chilenos e peruanos que
tem família em outra cidade ou país).
Essas são as características predominantes do nosso target, obviamente queremos alcançar
solteiros, idosos, adolescentes, famílias inteiras e não restringir o que Deus quer fazer, hoje temos
pessoas que já são avós, no entanto, focamos em estabelecer uma conexão com esse grupo
específico entre 25 e 35 anos e temos sido surprendidos por isso!
Estabelecer pontos em comum é fundamental para que a congregação passe a ter um senso
de família. As pessoas estão em busca de empatia, quando encontram outras pessoas semelhantes
a elas, as conversas e relacionamentos se estabelecem de forma mais rápida e profunda.
Por isso quando chega uma advogada tentamos conectá-la com outras advogadas da igreja,
quando vem um engenheiro, o apresentamos a outros engenheiros e assim sucessivamente,
gerando vínculos por afinidade.
Algo que ajuda a entender melhor o target é personalizá-lo, ou seja, criar um personagem
“fictício” (mas com estimativas reais) com as características que percebemos, muitas empresas o
fazem assim. Essa metodologia é conhecida como “persona” ou “avatar”, no nosso caso por
exemplo, nosso avatar (“cliente perfeito”) seria o seguinte casal:
Facundo, (33 anos) arquiteto, e Celeste (27 anos) fotógrafa, moram no bairro colegiales na
cidade de Buenos Aires, não tem filhos, ambos são argentinos mas tem familiares em outra cidade
ou província. Eles tomam mate todos os dias, trabalham de segunda a sexta-feira no horário
comercial, ela como autônoma e ele em uma empresa.
Nos fins de semana gostam de ir passear com o cachorro nos parques da cidade, andam
juntos em bicicleta, sempre viajam nas férias. Espiritualmente ele é agnóstico, ela católica não
praticante, ambos adeptos a yoga e meditação, consumidores assíduos do horóscopo e de literatura
do tipo Tony Robbins, Paulo Coelho entre outros. Admiradores do Papa Francisco. Ambos tem medo
da morte, tem um conhecimento extremamente superficial da Bíblia e possuem um casamento frágil
onde existe muita desconfiança entre eles.
Ter essas características no papel ajuda muito, ainda que sejam detalhes idealizados são
dados importantes, porque esses detalhes são criados a partir de dados concretos.
Conhecer esse perfil específico ajuda a amadurecer os relacionamentos, influenciar melhor
o contexto dos não crentes ao seu redor, e ministrar com mais eficiência, principalmente nas redes
sociais, pois segmentar um público online não é uma tarefa simples, sem saber orquestrar isso
direito é muito fácil desperdiçar dinheiro em campanhas online totalmente ineficientes.
Imagine que após um bom período de pesquisa e avaliação com base em métricas, não em
suposições (importantíssimo), você conclua que seu target são jovens. Provavelmente você vai
desenvolver atividades esportivas, artísticas e ministrará exaustivamente sobre namoro, sexo,
amizades e outros temas que gerem interesse nesse grupo.
Por outro lado, se ao avaliar a sua igreja você identifica que o target são os idosos, o caminho
é outro, talvez um plano de prevenção de doenças recorrentes da idade ou um plano focado em
saúde possa despertar mais interesse e sua mensagem chegue com mais precisão nesse público.
Toda ação da igreja nas mídias depende de quem é o público alvo, ao identificá-lo você já
sabe o que comunicar (o evangelho) e a quem comunicar (target), isso te levará a pensar em como
comunicar.
Porém, ao não ter um target específico, o mais provável é que você se canse em meio a
muitas estratégias, porque seria como a rádio que toca vários estilos musicais sem cativar ninguém.
Não tenha medo de encontrar seu target, isso não vai te limitar, muito pelo contrário, vai
potencializar seu crescimento e sua capacidade de comunicação com os sem igreja.
Por ser formado em design, programação visual, e ter trabalhado por muito tempo como
editor de vídeos, percebo que tenho facilidade em me conectar com pessoas dessa área, geralmente
são pessoas com tatuagem, estilo “bicho-grilo”, cabeludos, com piercing, com roupas alternativas,
pessoas mais artísticas e criativas.
Não preciso me esforçar para gerar uma conexão com pessoas assim, acontece
naturalmente pois temos vários pontos em comum em nossos gostos, conhecimentos e conversas.
O mesmo acontece no ministério, a igreja pode ser esse ímã que atrai um determinado tipo
de pessoa, por isso, não despreze a singularidade do que Deus te confiou, com certeza seu ministério
é “feito sob medida” para outras pessoas como você, e vocês se complementam.
E para isso é importante identificar o target e fazê-lo sem pressa, leve o tempo que for
necessário. É melhor você demorar nesse processo do que dar um tiro no escuro.

Estratégia: quem não planeja, planeja fracassar


Quando você sabe o que comunicar e para quem, o como é uma consequência de
planejamento e também de algumas tentativas e acertos. Sempre quando a autencidade está
presente o impacto é mais profundo.
Toda igreja deveria dedicar o tempo necessário não só para identificar com precisão seu
target, mas também para saber em quais áreas ela se destaca, quais são seus pontos fortes, pois as
duas coisas são fundamentais.
Sem um auto-conhecimento verdadeiro o target será incompleto, ou seja, passará a ser
meramente uma meta, um desejo de qual público a igreja gostaria de alcançar, sendo que na
realidade o target é mais do que isso, é o público que queremos e podemos alcançar, e para isso é
fundamental identificar qual perfil de pessoas atualmente a igreja já atrai.
Esse é um target verdadeiro e possível de alcancar, pois a realidade mostra que esse público
já se identifica com a cultura da igreja. Esse processo exige uma grande auto-percepção, porque
sem identificar quais são pontos fortes da sua igreja dificilmente você saberá comunicá-los
eficazmente.
Todo pastor deve ter a disposição de ser uma espécie de “camaleão” e adaptarse a
diferentes grupos de pessoas. Na medida que a igreja vai crescendo essa atitude é fundamental para
conservar o espírito inclusivo da igreja, no entanto, é inevitável que a empatia nos relacionamentos
gere conexões diferentes, pois existem pessoas que tem uma identidade maior conosco diferindo
de outros.
É imprescindível que nessa avaliação dos pontos fortes e definição do target, a liderança da
igreja seja altamente sincera consigo mesma.
Neste caso, o erro comum é considerar a meta futura como uma realidade presente, por
exemplo, se sua igreja tem o desejo de ser relevante entre os jovens, porém ao observar a cenário
real você percebe que não se conecta com a juventude, mas com os idosos, em lugar de lutar contra
a realidade, creio que seria mais efetivo abraçar essa identidade e trabalhar para ser ainda mais
eficiente em alcançar as pessoas idosas.
Se uma determinada congregação gostaria de ser influente entre pessoas de classe alta, mas
ao analisar a igreja, concluem que a grande maioria são de classe baixa, em lugar de lutar contra a
correnteza, podem usá-la a seu favor.
Quando líderes se negam a olhar o real perfil dos membros da igreja, a comunicação nunca
atinge seu potencial máximo. Uma simples pesquisa que pode ser feita online já permite um
diagnóstico mais específico das caracteristicas das pessoas.
Cresci escutando que toda igreja é “a cara do pastor”, e confesso que por muitos anos
pensava que isso não deveria ser assim, pois a igreja é de Jesus e não do pastor.
No entanto, hoje entendo que a autoridade delegada por Deus se reflete muito na liderança
da igreja e em suas características, e mais do que nunca creio que realmente a congregação reflete
muito, não só as convicções, mas a personalidade do pastor.
A Amor sin límites é uma igreja absolutamente informal em tudo. Nunca preguei de terno e
gravata porque nunca tive empatia com a formalidade, sempre imaginei uma igreja que não
constrange o visitante ficar de pé num auditório lotado para dar as boas vindas, (será que o indivíduo
não teria vontade de se transformar num avestruz e enterrar a cabeça no chão de vergonha?). Não
estou dizendo que as congregações que funcionam desta maneira estejam erradas, cada igreja tem
uma forma de ser, e o que funciona em uma, não necessariamente funciona em outra, nenhuma
igreja é superior a outra, apenas digo que esse modelo formal de igreja nunca me atraiu.
Quando nos mudamos para a Argentina revi muitos aspectos em minha forma de pensar a
igreja, conversei exaustivamente com minha esposa sobre qual seria nossa cultura de igreja, e
sempre nos permitimos duas coisas:
Primeiro, nos adaptar a cultura local, abandonando nossos conceitos do Brasil e entendendo
que o “diferente” não se trata de ser melhor ou pior, mas somente é diferente, e segundo, nos
perguntarmos sempre “por quê?”, essa simples pergunta nos fez entender que muito da liturgia de
culto que conhecíamos como a “correta” era simplesmente uma forma de fazer as coisas e não “a
única forma”.
Quando nos perguntamos o porquê fazemos as coisas como fazemos e não temos uma
resposta, podemos estar diante de uma tradição, tudo o que fazemos como igreja deve ter um
propósito claro, do contrário somos somente um eco e não uma voz, corremos o risco de
simplesmente replicar um modelo que herdamos sem perceber.
Muitos consultores de marketing ensinam que para ter sucesso, é preciso pensar como o
cliente pensa, esse é um bom exercício para qualquer cristão, pensar como o peixe, se esforçar para
ver um pouco o mundo pela perspectiva dos que estão fora da igreja, afinal, estes são os que
queremos alcançar com o evangelho.
Não somos obrigados a concordar com eles e tão pouco a ceder a qualquer tipo de pressão,
mas se colocar em seus sapatos definitivamente ajuda muito a estabelecer uma linha de
comunicação mútua.
A autencidade aparece quando a igreja apresenta o que ela é, e não dá voltas pra expor sua
identidade. Ser autêntico é ter identidade própria, não se trata de modismo ou irreverência, mas de
assumir o único DNA que Deus nos deu, e valorizá-lo nos tornando quem Deus nos chamou a ser,
não tendo um disfarce, mas a liberdade de sermos quem somos em qualquer ocasião.
Conversando com algumas pessoas da igreja você poderá identificar algumas destas
peculiaridades da personalidade da sua congregação.
Em nosso caso, em diferentes situações fomos surprendidos ao escutar as mesmas frases
de diferentes pessoas, ouvimos afirmações como: “Me chamou a atenção a liberdade que tem na
igreja pra se relacionar com Deus e com os outros sendo quem você realmente é sem ser julgado”.
Muita gente nos disse ter sido impactada com a cultura de inclusão e aceitação. Identificar
estes pontos fortes será extremamente importante no momento de definir como comunicar-se com
os de fora da igreja.
Uma outra característica de nossa igreja é que, além da informalidade, somos muito bem
humorados, e de certa forma isso é um choque positivo na cultura local, já que o portenho tem uma
tendência a ser mais sério. Em todo culto nos divertimos!
Não se trata de sermos irreventes ou debochados, mas de acreditar que servir a Deus é a
melhor coisa do mundo e não necessariamente precisa ser de uma forma séria. Jesus é alegre e a
igreja é sua noiva, por isso acreditamos que se tem um lugar na terra que deve ser muito alegre,
esse lugar deve ser a casa de Deus!
Sempre nos comunicamos com humor, essa é uma de nossas características, rir faz bem e é
o melhor quebra-gelo que existe. O argentino sem igreja relaxa diante de um sorriso, e melhor ainda
se há um mate acompanhado de uma boa piada (por isso ele sempre vai encontrar mate e risadas
no hall de entrada da igreja), e os que já são da família, ao rirem e brincarem, podem esquecer por
algumas horas dos problemas que estão atravessando e se conectarem com Deus e com o próximo.
Essa é uma combinação poderosa de uma recepção alegre que toca o coração das pessoas.
Incentivo constantemente as pessoas que pregam nos cultos a usarem humor, e não me
preocupo que outros nos julguem porque sabemos ser sérios nos momentos que precisamos, numa
mesma reunião que começamos rindo podemos terminar chorando na presença de Deus.
O humor não é a única característica que incentivamos na cultura da igreja, também
cultivamos a santidade, os dons do Espírito, a transparência, a unidade e o temor a Deus.
Para nós, identificar essas características, como humor e informalidade, foi a chave para
desenvolver nossa comunicação visual. O humor, além de estar presente nos cultos e das atividades
presenciais, faz parte do nosso conteúdo nas mídias, o agregamos em tudo o que se pode agregar,
claro que com bom senso, no entanto, sempre tentamos nos conectar e ensinar com um sorriso.
O poder de viralização de conteúdo com humor nas redes sociais está mais do que
comprovado, os canais mais acessados do Youtube e as páginas com mais seguidores são justamente
as de humoristas.
Quando falamos do impacto midiático que uma congregação pode ter, entre outras coisas
estamos falando também do poder de fogo dos compartilhamentos. Quando alguém retwitta ou
compartilha um conteúdo postado por você, essa pessoa está “emprestando” sua audiência para
você ou sua organização, e essa visualização se expande de uma forma muito mais rápida do que se
fosse acessada apenas por seus seguidores, e é justamente neste momento que o humor pode ser
um grande aliado.
As pessoas tendem a compartilhar coisas engraçadas, a grande maioria das pessoas não faz
uma conta no Facebook, ou em outra rede social, para discutir política, futebol ou religião.
Todos temos diferentes amigos com comportamento virtualmente “chato”, aquele que só
posta assuntos políticos como se um de seus posts fosse convencer alguém a mudar de ideologia;
ou aquele que sendo incapaz de resolver seus conflitos interpessoais recorre as redes para postar
indiretas; ou o crítico de plantão que usa a internet para distribuir suas críticas; o desatualizado que
ainda compartilha fotos para juntar fundos para cirurgia de um suposto paciente terminal com
câncer; mas apesar destes comportamentos isolados, todos gostam de rir e a maioria das pessoas
busca fazê-lo, ainda que inconscientemente, através da web.
Em 2018 a Argentina estava muito próxima de ser eliminada da classificação para a copa do
mundo na Rússia, na etapa crucial das eliminatórias, em um jogo contra o Equador, postamos uma
foto do Messi apontando pro céu com as duas mãos levantadas e a frase: “Que seja o que Deus
quiser: que ganhe a Argentina ou que perca o Equador.”

Em poucas horas tivemos mais de 1.400 compartilhamentos, não é um número gigantesco


quando falamos em redes sociais, mas para as nossas interações foi um número muito grande!
Buscamos usar um pouco de humor para mostrar a imagem da igreja a muitos argentinos não
cristãos.

A maioria dos não cristãos não espera ver humor vindo de uma igreja, e quando o vêem
interagem bem, então aproveite as oportunidades que tiver para usá-lo! Os que não reagem bem
são os religiosos, estão sempre presentes com suas críticas afiadas nas redes sociais, destes
recebemos alguns comentários legalistas como:
“Veja quão distraída está a igreja com os prazeres deste mundo, ao invés do futebol
deveríam se esforçar pelas almas!” Ao marcar presença nas redes sociais é inevitável receber
críticas, e geralmente elas vem “de irmãos na fé”, mais adiante falaremos sobre como lidar com os
haters.
Não existe fórmula mágica para a comunicação visual da igreja, o mais importante consiste
em você identificar as peculiaridades e pontos fortes de sua igreja e usá-los em sua comunicação,
no entanto acredito que dois ingredientes que podem ajudar muito no seu plano de marketing são
a autenticidade e o humor.
Agora estamos prontos para definir uma estratégia de como comunicar o evangelho ao
nosso target, e isso começa com a definição de alguns itens extremamente importantes: nome,
logomarca e site da instituição.
Nome da igreja
O primeiro contato do não crente com a igreja que lhe proporcionará uma primeira
impressão, ainda que inconsciente, não é a pregação, site ou qualquer outro meio, mas o nome. A
primeira pergunta que alguém faz ao ser convidado a um culto é: de qual igreja?
Muitos pastores subestimam o impacto que um nome pode causar. No meio publicitário
existe um processo chamado “Naming”, no qual se realiza uma extensa pesquisa buscando
referências, tendências e se avalia a linguística do nome pretendido.
Uma série de fatores adicionais é levado em consideração antes de definir o nome do
negócio: deve ser fácil de pronunciar e memorizar; simples e curto; diferente de todos os nomes
que existem e não deve estar associado a situações, ideias ou sentimentos negativos.
Novamente quando olhamos para o cenário evangélico, esse processo é feito de maneira
muito mais simplista, em geral o pastor escolhe o nome e ponto. Nenhum profissional da área é
consultado, nenhuma pesquisa é realizada, ninguém com o mínimo de compressão publicitária é
envolvido nessa decisão, e justamente dessa base frágil é que nasce a logomarca e toda identidade
visual, alimentando o pensamento que faz com que as igrejas sejam motivo de piada entre os não
cristãos.
Pesquisando na internet não é difícil encontrar nomes estranhos e engraçados, nesse caso
o humor é prejudicial para a imagem institucional, nomes como: “Igreja batista das emocionantes
colinas cantoras” ou “Igreja vaqueira, laçando almas para Jesus” viralizam como escárnio dos
cristãos e não comunicam absolutamente nada aos sem igreja.
Ao definir o nome da congregação, a preocupação de muitos pastores se torna
exclusivamente encontrar um nome teologicamente correto, sem se importar com nenhum outro
fator. Vamos construir um exemplo fictício para entender a realidade do processo de criação de
nome no meio cristão. Um pastor escolhe o nome da sua congração como “PIBAEC – Primeira igreja
batista do avivamento eterno em Cristo”. Na perspectiva do pastor, o nome explica toda a teologia
da igreja. Começa com a explicação de que são a primeira, não a segunda, nem a terceira, mas a
primeira denominação, esse dado é completamente irrelevante para o sem igreja, imagine um
hospital ostentando que é o primeiro do bairro ou da cidade, seria desnecessário, pois o paciente
só quer saber se o hospital aceita seu plano de saúde, se funciona 24 horas, se é perto de casa e se
a atenção é boa, nada muda saber se é o primeiro ou terceiro hospital da cidade.
Depois vemos o óbvio, a palavra “igreja”. Imagine se marcas como Nike, Google, Visa,
Amazon, Facebook ou Shell tivessem que inserir a descrição do seu ramo de negócios no próprio
nome, seria impensável: Calçados Nike, empresa de serviços online Google! Além da evidente
redundância perderiam o poder de um nome curto.
Se empresas como Facebook que antes se chamavam The Facebook, eliminaram o “The”
para tornar a marca ainda mais objetiva e aumentar seu impacto, é evidente que descrever o ramo
de atuação no nome não é recomendável.
Mas surge a dúvida: Como as pessoas saberão que é uma igreja se eu não inserir no nome
a palavra igreja? O fato de não mencionar a palavra, não significa que você não consiga passar essa
informação de forma indireta. É possível definir um nome que aponte para igreja sem
necessariamente dizer igreja. Você deve se perguntar: quais nomes curtos se relacionam com seu
ministério? Busque um nome que chame a atenção das pessoas, e que desperte curiosidade nelas.
Voltando à análise do nome PIBAEC, segue a explicação de qual linha teológica pertencem.
Particularmente sempre me incomodou ver tanta ramificação da fé, não consigo ver na Bíblia Jesus
se posicionando como batista, evangélico, luterano, católico ou qualquer outra “categoria” religiosa.
Muito pelo contrário, vemos claramente no livro de Romanos 8:19 que a a criação aguarda
ansiosamente a manifestação dos filhos de Deus! Jesus não é protestante, pentecostal, católico ou
batista, ele é o filho de Deus e Senhor de todo aquele que faz a sua vontade.
Não se preocupe em comunicar no nome da igreja à qual denominação pertencem, as
pessoas não crentes nem entendem isso, você pode se apresentar como uma igreja cristã que crê
em Jesus e na Bíblia.
Se tentar explicar mais do que isso a um não crente, só fará confusão na sua cabeça e
reforçará a ideia pré concebida de que é tudo muito confuso e complexo no meio cristão, sendo que
na verdade devemos apresentar o evangelho de maneira simples para que qualquer pessoa possa
entender.
Após esclarecer a qual linha teológica pertencem, o nome tenta transmitir todos os valores
bíblicos que o pastor julga serem importantes, no exemplo fictício seria o “avivamento eterno em
Cristo”. No dialeto crentês a palavra “avivamento” é uma das mais pronunciadas e, para alguns
pastores, se for combinada com a “eternidade em Cristo” o nome será “coerente” com sua visão e
“chamará a atenção”. Realmente chamará a atenção, mas negativamente.
Um nome como “Primeira igreja batista do avivamento eterno em Cristo” ficaria tão longo
que consequentemente se transformaria em uma sigla com suas iniciais: “PIBAEC”, gerando ainda
menos compreensão e impacto, a abreviação do nome em uma sigla não necessariamente é um
problema desde que seja curto.
O nome longo e com muita informação, provavelmente favoreceria uma logomarca ruim,
tema que falaremos mais adiante. Analisando o nome final, fica evidente que seria incompreensível
aos de fora:
P: Primeira (irrelevante)
I: Igreja (redundante)
B: Batista (irrelevante)
A: Avivamento (incomprensível)
E: Eterno (incomprensível)
C: em Cristo (incomprensível)
Em 2011, meus sogros se mudaram para o Rio de Janeiro para plantar uma igreja na Barra
da Tijuca, eu participei do processo de criação do nome da igreja, o objetivo era criar um nome que
se comunicasse com as pessoas de fora, com os cariocas sem igreja.
Por vários meses estivemos pensando, pesquisando e conversando, estudamos os valores
inseridos na cultura carioca, e depois desse processo finalmente chegamos ao nome “Vida Rio”. A
escolha de cada uma das duas palavras desse nome foi resultado de pesquisa e cumpre com o
propósito de se comunicar com o não cristão.
Vida é uma palavra de aceitação universal, nem mesmo um suicida deseja a morte, mas sim
uma vida diferente da qual vive, além disso é um nome que tem significado prático e bíblico, Jesus
disse que veio para dar vida e vida em abundância (João 10:10), disse também ser o caminho, a
verdade e a vida (João 14:6), é uma palavra que define a própria essência de Deus, de quem Ele é.
A palavra Rio, que faz referência à cidade do Rio de Janeiro, foi escolhida porquê o carioca
tem orgulho da cidade, são apaixonados por ela, e unir esse conceito ao sentido espiritual de “vida”
é uma excelente junção. Vida Rio é um nome, curto, simples e comunica um conceito positivo e
atraente aos que estão fora da igreja. Além disso, buscavámos um nome que valorizasse a cultura
brasileira já que o Rio de Janeiro é como um símbolo do país.
O Brasil está americanizado no linguajar e diversas marcas e organizações misturam um
nome em português com partes de um nome em inglês, o que é muito ruim se pensamos no
processo de naming, queríamos justamente o contrário, ter um nome 100% brasileiro e a palavra
“Rio” no nome fortalecia ainda mais a identidade nacional.
Poucas marcas se destacam por valorizar a cultura brasileira, abrindo mão de um modismo
americano, como a marca Havaianas, esse é um exemplo clássico de uma empresa que soube
crescer sem recorrer ao inglês.
Creio que o mesmo pode acontecer nas igrejas, em vez de usar a palavra “worship”,
podemos usar música ou adoração, em vez de church, igreja, em vez de kids ou teens podemos usar
crianças e outros nomes em português, que fazem parte do idioma do país no qual vivemos.
Ao criar o nome da igreja em Buenos Aires, usamos o mesmo princípio de aceitação
universal: Amor sem limites. A palavra amor atrai a todas as pessoas. Quem não deseja amor? Todos
o buscam, mas muitas vezes as pessoas o buscam nos lugares errados em vez de buscar em Jesus a
verdadeira fonte do amor! Sabemos que Deus é amor, Ele não somente tem amor, mas Ele é amor.
Em 1 Coríntios 13:4-8 vemos a descrição do amor:
“O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade,
não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não
suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera,
tudo suporta. O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas,
cessarão; havendo ciência, desaparecerá.”
Se substituirmos a palavra “amor” por “Deus”, o trecho continua tendo sentido, justamente
porque Deus é amor e não somente o possui. Amor sem limites, revela a essência de Deus e vai de
encontro às necessidades mais profundas das pessoas, sejam elas crentes ou não.
O próprio nome de Deus, na Bíblia, é revelado com tantos outros nomes que expressam
características de quem Ele é, da mesma maneira existem diversos nomes para as igrejas que podem
refletir valores do Reino, gerar empatia com os de fora e estabelecer uma forte comunicação com
eles.
Aqui em Buenos Aires existe um outro exemplo de igreja com um nome que se comunica
muito bem com o não cristão: “Llegar alto” (Chegar alto), é um nome que desafia, que inspira e
atinge o coração do não crente. Assim como essa igreja fez, muitas outras podem usar da
criatividade para revelar facetas do caráter de Deus através de um nome e slogan.
Da mesma forma como o nome é importante, o slogan reforça o conceito da marca. É uma
forma de comunicação um pouco mais extensa que o nome e tem o propósito de fixar o conceito
da marca, o espírito da organização. Em nossa igreja o slogan é “Amor sem limites – uma revolução
com Deus”.
A história da Argentina é marcada por momentos de grande tensão e por lutas sociais, os
portenhos tem um ímpeto muito forte de protestar frente às injustiças sociais, revolução é uma
palavra que desperta um ímpeto de batalhar no argentino, se a igreja consegue canalizar esse
ímpeto a favor do reino de Deus, o resultado pode ser surprendente.
Na etapa de definição do nome, sem sombra de dúvidas, o erro mais comum é a suposição.
Supor que o nome, a logo, ou o slogan funcionam sem realizar nenhuma pesquisa ou fazendo uma
pesquisa rasa. Isso é comum porque uma congregação pode até numericamente crescer, tendo uma
comunicação visual inadequada para os que estão fora, no entanto, perde muito do potencial de
expansão e influência. Em vez de supor, devemos realmente pesquisar e concluir.
Imagine que uma empresa de guarda-chuvas quer abrir uma sede numa cidade que
praticamente não chove, ou que uma empresa que vende um produto específico para um público
jovem tenta abrir uma loja numa cidade predominantemente de idosos!
Isso não acontece com empresas sérias, porque elas levam o tempo necessário para avaliar
se existe demanda para o produto que estão oferecendo, se é compatível e se tem mercado.
Basicamente, é uma avaliação se o negócio é viável e se terá sucesso, essa pesquisa prévia mostra
fatos concretos em lugar de suposições. A igreja deveria fazer o mesmo com relação à criação de
sua identidade visual.
Geralmente o nome da igreja é definido pelo pastor e nenhuma pesquisa é realizada,
nenhum dado é coletado, nenhuma estatística é considerada! Não sabemos responder
objetivamente: o nome funciona? por que ele funciona? Se somente aqueles que criaram o nome
pensam que ele é bom, temos um cenário perigoso pela frente, devemos perguntar aos que estão
fora da igreja o que eles realmente opinam (sem se sentirem “pressionados” indiretamente a
elogiar), devem poder dizer livremente qual impressão eles tem desse nome, afinal, eles são o alvo
da igreja, e com certeza perguntarão pelo nome a próxima vez que forem convidados a um evento!
Devemos nos esforçar para entender a cabeça dos sem igreja e questioná-los. Antes de
decidir o nome da igreja aqui de Buenos Aires, conversamos com uma infinidade de pessoas,
perguntamos honestamente o que achavam do nome, o feedback era fundamental para o que
viemos fazer na cidade, comunicar o evangelho ao argentino não cristão. Despois de ter definido o
nome, algumas vezes saímos com camisetas da igreja para evangelizar nos parques e muitas pessoas
nos paravam para perguntar o que era “Amor sem limites” e quando dizíamos que era uma igreja
eles diziam: Eu adorei!
A pesquisa do nome deve ser real e honesta, e o resultado deve se basear no que as pessoas
realmente dizem sobre o nome, e não no que queremos que elas digam, se a grande maioria rejeita
o conceito que o nome transmite, é melhor repensá-lo. A pesquisa deve ser realizada com
incrédulos, desconhecidos, e com o maior número possível de pessoas.
Recomendo formente a contratação de alguma agência de propaganda com foco em
naming, são profissionais treinados para auxiliar nesse processo, pessoas criativas que não vão ter
medo de avaliar o real impacto do nome na sociedade, e o melhor de tudo: não crentes te dando a
letra de qual nome eles gostam.
Qem sabe você esteja se perguntando: O que fazer se já tenho uma igreja que funciona há
anos com um nome definido? Creio que a reflexão é igualmente válida, nenhum nome é imutável.
Grandes empresas como Starbucks, Google, Nike, Sony, Nintendo, BlackBerry, Yahoo e outras
mudaram seus nomes no decorrer da jornada por entender que adaptar-se é melhor do que manter
o que já não funciona somente por tradição.
Muitos pastores tem uma grande relutância em mudar o nome de suas congregações,
reagem como se fosse uma mudança de doutrina, sendo que na realidade o nome não é nada
sagrado, nada espiritual, somente uma adaptação da apresentação para que o ministério seja mais
eficiente!
O que acontece geralmente com uma organização antiga, é que no decorrer dos anos a
liderança se apega muito ao nome (ainda que seja um nome bem ruim), e por esse apego, podem
perder o timing de mudar aquilo que evidentemente não funciona, por algo melhor!
Antes de descartar uma mudança, se pergunte se realmente o nome atual está funcionando
bem, lembre-se que você não terá uma segunda oportunidade para causar uma boa primeira
impressão!
A importância de uma logomarca
Assim como o nome, a logomarca é fundamental, pois compõe a sua apresentação,
podendo ou não causar uma boa impressão. Muitas pessoas não entendem o poder de uma
identidade visual bem desenvolvida, no entanto ela pode projetar uma organização em uma
velocidade maior e fidelizar pessoas.
A identidade visual pode fixar o empredimento na mente das pessoas com apenas um
símbolo gráfico, para constatar isso basta olhar a logo de empresas como McDonald’s, Nike, Apple,
Pepsi, Puma, Mercedez, Microsoft e Adidas, entre várias outras.
Ao olhar o símbolo já reconhecemos a marca, e dependendo do conceito da mesma, já
carrega o estilo próprio do seu nicho de mercado e das peculiaridades do negócio. No caso da Coca-
cola, por exemplo, exploraram a ideia do “abra a felicidade”, dando a conotação de que é o produto
perfeito para ser compartilhado entre família e amigos em momentos especiais.
É muito importante que o logo tenha um diferencial de outras igrejas para ser reconhecido
e associado à sua organização. Deve ser simples para que seja memorável, pois quanto mais as
pessoas começam a reconhecer a sua logo, mais confiança ela transmite.
É indispensável que esse elemento visual sempre reflita o conceito da organização,
proporcionando distinção e reconhecimento em diferentes mídias.
Ao ser a principal representação gráfica da igreja, baseado na qual se criará todo restante
da comunicação visual, e sabendo que deve-se evitar a todo custo elementos gráficos
contraditórios, inconsistentes ou incompreensíveis, é altamente recomendável que se contrate um
designer para realizar esse trabalho, um site com inteligência artificial que te permite “criar uma
logo em 5 minutos” não vai conseguir fazer isso pro seu ministério.
Várias grandes empresas adaptaram sua identidade visual de acordo com o tempo,
Starbucks e Pepsi são um exemplo perfeito desse redesign. Se assim como o nome, a logomarca da
igreja é ultrapassada, é muito válido reformulá-la.
Nos primeiros anos da igreja nós mudamos a nossa identidade visual ao perceber que apesar
de ser uma marca visualmente equilibrada, era um tanto feminina, e precisávamos corrigir esse
conceito.
Não foi uma mudança radical, mas alguns ajustes no design original. Dessa forma a mudança
é apropriada, mas não é recomendável que a logo frequentemente sofra alterações, pois isso não
ajudaria na fixação da mesma.
Analisando o “universo evangélico”, fica evidente a diferença de qualidade visual das marcas
em comparação ao meio secular. As igrejas que se destacam por uma logomarca bem desenvolvida
geralmente são americanas, as igrejas latinas em sua grande maioria não contratam profissionais
para fazer esse trabalho e o resultado amador se reflete nas marcas.
Isso acontece em grande parte pela desvalorização da profissão de um designer. Em uma
grande empresa multinacional, se investe muito em estrutura, equipamentos, documentos,
funcionários, seguros, serviços e fornecedores e todo esse investimento será representado em uma
única imagem!
Sem dúvidas é uma grande responsabilidade criar essa marca, e por isso deverá ser realizada
por um profissional, para trazer os resultados desejados.
Nas igrejas geralmente não se olha com essa perspectiva para a logomarca, quase nunca se
contrata um profissional e então se utilizam imagens com conceitos religiosos e clichês. Geralmente
usam símbolos extremamente óbvios como pomba, coração, aliança, bonecos estilizados, fogo,
globo terrestre e cruz entre outros.
O problema disso é que a marca fica extremamente amadora, e o conceito que isso
transmite é negativo.

Voltando ao exemplo da igreja fictícia “PIBAEC – Primeira igreja batista do avivamento


eterno em Cristo”, além de usar símbolos clichês, acabam fazendo um mix de todos eles na mesma
marca:
É uma overdose visual terrível: muitos símbolos, muitas cores e sem equilíbrio visual.
Centenas de logos de igreja vão nessa linha! Mais uma vez se reflete a ansiedade de querer incluir
toda a simbologia bíblica que identifica o ministério na identidade visual.
O pior ainda é quando essa logo é acompanhada de um slogan em inglês, como: PIBAEC
church – we love people! E de quebra uma Bíblia aberta em chamas por trás de tudo!
Como mencionei anteriormente, em 2011, meus sogros foram plantar a igreja “Vida Rio”,
estivemos vários meses estudando e pesquisando o processo de criação da marca, da qual o briefing
era o desenvolvimento de uma identidade visual moderna e simples que transmitisse esperança,
confiança, intensidade e atração. Duas palavras que definem a igreja: Vida e compromisso.
Demos enfase à “vibe” alegre da cidade, ao clima tropical, e usamos cores chamativas e
uma linguagem simples e descontraída. No fim do processo de criação, haviam quatro opções de
marca que exploravam basicamente a mesma linha visual:

Finalmente a escolha foi a terceira logo que refletia melhor o briefing em questão:
Tipografia: a fonte redesenhada foi com caracteres sem serifa para causar um impacto
maior e facilitar a legibilidade, permitindo seu uso de forma mais dinâmica como a palavra “vida”
realinhada sobre ela mesma.
Cores: o laranja transmite uma forte sensação visual de convite e atração, utilizado com o
verde caracteriza o Rio de Janeiro e o Brasil. As cores remetem à alegria, confiança e amizade.
Simbolo: a própria tipografia foi alterada para ser também um símbolo visual de impacto,
os caracteres vazados dão unidade visual e força gráfica e simbolizam algo contemporâneo, simples
e objetivo.
Quando criei a logo da Amor sem limites em Buenos Aires, optei por um símbolo circular
que combinado com a cor vermelha, proporcionasse maior atração à palavra amor, deixando do
lado externo do círculo as palavras “sem limites”:

Depois de alguns anos, percebemos que apesar de visualmente equilibrada, era uma marca
mais feminina, e que precisávamos de um redesign para deixá-la mais unisex, foi aí que fizemos
alguns ajustes, mudando a tipografia, engrossando o círculo externo, inserindo a abreviação do
nome da igreja dentro do círculo vermelho e eliminando a sombra que havia no círculo, deixando
apenas a cor homogênea:

Conseguimos redirecionar a marca de acordo com a necessidade encontrada, mantivemos


a simplicidade, mas ajustando a um conceito mais unisex. A nova logo nos proporcionou o uso
somente do círculo em diversas aplicações de uso da marca.
Sem dúvidas é altamente recomendável que a igreja invista o tempo e recursos necessários
nas etapas de definição de target, nome e logomarca. Estes três elementos são a base para começar
o planejamento estratégico do ministério nas mídias.

A importância do site
Ter um site atualizado é altamente recomendável para qualquer igreja que queira marcar
presença e ser relevante na era digital, através dele é possível ter um impacto e um alcance mais
amplo aos de fora da igreja, além de fortalecer a relação com a audiência dos que já acompanham
o ministério.
Ao desenvolver um site, a igreja deve pensar em três etapas diferentes: conteúdo,
tecnologia e divulgação.
CONTEÚDO:
O grande segredo para que um site seja funcional e relevante, é aprender a pensar com a
cabeça do usuário ao momento de criá-lo e não com a sua! O que acontece, na grande maioria das
vezes, é que os pastores pensam que as informações que devem estar no site são as que eles
consideram importantes. Porém, na verdade a maior parte esse conteúdo é irrelevante, e os que as
pessoas realmente estão buscando quando acessam o site da igreja é outro tipo de informação.
Para ilustrar isso me permita usar de exemplo uma pizzaria. Se ao lançar um site, postam
textos enormes sobre a tradição culinária que carregam, as curiosidades, os desafios, uma enorme
quantidade de fotos da história, mas pouco conteúdo sobre preço, endereço, cardápio e delivery, a
relevância desse site será praticamente nula!
Quando o cliente acessa o site, ele não quer saber se a pizzaria começou há 60 anos ou há
6 meses, se o processo de produção teve melhorias ao longo da última década ou se teve novas
aquisições tecnológicas na cozinha. Ele simplesmente quer saber o preço, ver recomendações, ver
o produto, saber se fazem delivery, descobrir os horários e poder pagar online num sistema seguro
e fácil.
Alguns ministérios focam o conteúdo do site em informações históricas do mesmo, que
obviamente tem grande valor, mas principalmente para os fundadores do ministério, ou para os
que estão muito próximos deles. Para o usuário do site não é uma informação tão relevante, as
pessoas não perdem o tempo lendo longos textos que contam toda a trajetória ministerial, todas as
conquistas e desafios da longa jornada pastoral, ninguém busca isso em um site eclesiástico.
A igreja não deve fazer o site para si mesma, deve pensar nos usuários e se colocar no lugar
deles, uma vez que eles não tem o mesmo interesse e nem valorizam necessariamente as mesmas
coisas. Mudar a perspectiva e aprender a ver com os olhos do outro, é o ponto de início para planejar
o conteúdo inserido no site e de que forma fazê-lo.
Os textos devem ser curtos e objetivos. Atualmente as pessoas não tem paciência de ler
conteúdos longos, cada vez mais a comunicação deve ser muito objetiva e rápida! Textos, vídeos,
posts, tudo deve ser o mais direto possível, é importante manter o conceito do Twitter em toda
estratégia de marketing: limitar a quantidade de caracteres.
É desnecessário inserir textos quilométricos sobre o conjunto de crenças, ou a “declaração
de fé”: cremos no batismo, na ressurreição, no arrependimento, no lago de fogo e etc.
Muitas igrejas insistem em manter essa seção no site com o argumento de que ajuda as
pessoas a verem que não são uma seita, mas na verdade, se a igreja tem uma doutrina saudável,
isso aparece nas pregações, nos relacionamentos, e mesmo online,- através do conteúdo postado
nas redes sociais.
Dedicar uma página específica a isso no site não parece ser a melhor estratégia,
principalmente quando falamos de ser relevante entre os não crentes.
As informações do site devem ser bem objetivas, nesse caso menos é mais, cada conteúdo
inserido no website deve ter um propósito claro. Se a igreja tem um site específico para um instituto
bíblico ou missões, é mais pertinente colocar esse tipo de informação detalhada no lugar próprio do
que no site geral da igreja, visando reduzir conteúdo.
No site da igreja é recomendável ter pregações disponíveis para download e para
reprodução online, serviços como Soundcloud ou Spotify são excelentes! Além disso, é importante
uma seção de fotos e videos, isso ajuda o internauta curioso a “sentir” um pouco a congregação,
permitindo a pessoa a criar coragem de visitar o lugar, pois previamente já viu que não se trata de
uma seita ou algo do gênero. Também é fundamental disponibilizar email, Whatsapp, telefone e
mapa, e de maneira bem clara e fácil disponibilizar os dias e horários de reunião.
Na medida do possível, é recomendável evitar ter informações bancárias na página da igreja
com o propósito de receber doações e/ou ofertas, essa informação no site colabora para que os não
crentes percam o interesse.
Essa informação pode estar nos envelopes de ofertas ou até mesmo numa página interna
da igreja, que somente os membros tenham acesso, ou no caso de estar na página, buscar não ser
de uma forma apelativa com a repetição da informação.
É importante descentralizar as informações no website que deve ter o link para outros sites
de ministérios específicos, caso contrário haverá um acúmulo enorme de informações que
dificultará a navegação e a praticidade do mesmo.
Se uma igreja tem por exemplo, quatro grandes eventos anuais, ela poderá ter o site
principal, e os sites referentes a cada um dos eventos (quatro sites próprios), dessa forma se
mantém clara a informação e se evita transformar o site em um portal de noticias com muito volume
de conteúdo.
Outro cuidado ao desenvolver o site, é evitar as páginas em construção. Se determinada
seção ainda não está pronta, é melhor não tê-la publicada até que esteja finalizada. Quando o
usuário vê uma parte do site em contrução, dificilmente continua navegando em busca de mais
informações, pois praticamente o empurramos para fora do site ao mostrá-lo inacabado.
O mesmo problema ocorre com links quebrados, se o link não funciona ou leva a uma página
incorreta, incentiva o usuário a deixar o site, aumentando a taxa de rejeição2 do mesmo.
Algo muito importante é disponibilizar um email na sessão de contato, muitas igrejas têm
mapa, telefone, e formulário de contato, mas não deixam nenhum email, erro grave. Não tem
problema ter um formulário (desde que o mesmo não seja repleto de campos obrigatórios e que o
botão “enviar” realmente funcione), mas um email é fundamental porque permite ao usuário
decidir como prefere entrar em contato, é uma maneira simples e fácil de permitir que as pessoas
entrem em contato com a igreja.
Outros dois recursos excelentes, gratuitos, e que tem trazido muitas pessoas a visitar a igreja
aqui em Buenos Aires, é o Google maps e o Google meu negócio, você pode inserir o endereço da
igreja na página e isso ajuda os internautas a te encontrarem, principalmente os que buscam uma
igreja perto de casa, o processo é muito simples e rápido de ser feito.
No site, quando houver algum link de um site externo (como Facebook por exemplo), o ideal
é que a página se abra em uma nova tab, evitando sair do site principal. Um detalhe que passa
desapercebido e é muito importante são as fotos, desde a seleção das mesmas até a resolução.
É mais recomendável que sejam fotografias que expressem a cultura da igreja local. Se a
característica mais forte do ministério, por exemplo, é o ministério de recepção, então pode-se usar

2
Percentual de quando o internauta saiu do seu site sem interagir com ela.
imagens das boas vindas, de pessoas sorrindo, se abraçando e conversando, a chave é destacar os
pontos fortes através das imagens.
Na seleção de fotos é recomendável eliminar fotos de baixa qualidade ou que não refletem
o DNA da congregação, assim como prezar por uma quantidade moderada de imagens. Uma grande
quantidade de fotos de um mesmo culto ou evento não é muito envolvente, o termômetro aqui não
é a quantidade, mas a qualidade. Lembre-se de pensar como o usuário, o visitante provavelmente
não tem o mesmo interesse em ver todas as fotos da igreja como o pastor tem.
Além das fotos tiradas pelos voluntários, é altamente aconselhável que todas as outras
imagens usadas pela igreja tenham a devida autorização de uso para evitar problemas de direito de
imagem. Existem diversos sites com imagens em alta qualidade e livre de direitos autorais. Para isso
você pode consultar ao final do livro a sessão de apêndice onde indico alguns deles.
Outro erro clássico de um website é não fazer uma revisão ortográfica, é de suma
importância, se você deseja ter relevância online, ter esse cuidado. Quando o conteúdo é digitado
diretamente no site, existem grandes chances de conter erros recorrentes de datilografia, por isso
a revisão deve ser feita em todo novo post.
Além da revisão ortográfica, deve-se testar o site inteiro, em diferentes plataformas,
sistemas e navegadores, com o propósito de identificar possíveis erros de layout, função, links e etc,
principalmente em celular.
Esse processo é usado em diversas empresas como “controle de qualidade”, onde os
profissionais envolvidos têm a tarefa de garantir que o trabalho em questão seja concluído com
qualidade, e esse mesmo nível de excelência devemos ter na igreja.
Um website de uma igreja pode atingir o público sem igreja, mas também pode envolver
um outro grupo, cristãos que congregam em diferentes igrejas e que frequentemente buscam
conteúdo para se inspiraram aprenderem, principalmente pregações e estudos bíblicos. Então, é
fundamental que o conteúdo do site seja atualizado com frequência, principalmente novas
mensagens, fotos e videos.
O ideal é que seja atualizado toda semana. Se um usuário retorna ao site é porque
intencionalmente está buscando consumir informação desse ministério, se o encontra
desatualizado o mais provavel é que não retorne, e dessa forma você perde uma excelente
oportunidade de fidelizar os internautas, apesar de que atualmente esse dia a dia também acontece
com mais facilidade através das redes sociais.
Atualmente uma ferramente que muitas empresas têm usado e que funciona muito bem é
um aplicativo próprio. Com a explosão dos androides e iphones houve um aumento massivo do uso
de apps. Para muitas companhias essa novidade permitiu o fortalecimento da relação com o
consumidor, divulgação de eventos, promoções, lançamentos e fidelização de clientes. No caso da
igreja, um aplicativo poderia disponibilizar pregações, estudos, fotos, vídeos, além de informações
especificamente destinadas aos membros como um calendário mensal, por exemplo.
Para a igreja muitas dessas vantagens podem ser aplicadas visando aumentar a interação
do ministério e potencializar a sua eficiência. É uma forma bem interessante de aproximar as
pessoas do que a igreja está fazendo, é um canal extra de comunicação, que cada pastor e líder
pode usar com o propósito de edificar a fé das pessoas, além de mantê-las atualizadas com a
programação e agenda.
Obviamente o site deve promover as redes sociais da igreja redirecionando o usuário às
respectivas páginas, o recomendável é ter apenas os ícones com os links de cada serviço. Apesar do
Twitter permitir a incorporação de posts no site não parece ser a melhor estratégia, talvez a inclusão
do botão “curtir” do Facebook dentro do site possa ajudar, mas não mais do que isso.
Com exceção do pixel de conversão do Facebook, que é extremamente útil (mais adiante
falaremos dele), não se recomenda trabalhar com inclusão de conteúdos externos de cada rede
social para dentro do site, um link direcionando a cada uma delas é o suficiente.
TECNOLOGIA:
O uso crescente de celulares mudou radicalmente o funcionamento dos diferentes sites.
Antigamente o acesso à internet era restrito aos computadores desktop, disso tivemos uma rápida
evolução e atualmente a maior parte dos acessos a web é via celular, obrigando qualquer site a
ajustar-se a essa realidade. Por isso, a antiga forma de desenvolvimento de sites ficou ultrapassada,
exigindo o uso da tecnologia de site responsivo, que basicamente o que faz é ajustar o layout do site
para visualização em tablets ou celulares, ou seja, a função responsivo adapta o layout de acordo
com a plataforma.
Ao invés de ter que dar um zoom no celular para ler os textos, o mesmo se adapta
automaticamente a tela do celular, ou ao invés de arrastar os dedos para ler o menu, ele
automaticamente aparece compatível com a tela da tablet ou celular, através do ícone de menu,
com três linhas horizontais, que intuitivamente sugere que ao ser tocado, o menu se abrirá
mostrando diferentes opções de navegação.
É possível ver se um site é responsivo testando em qualquer navegador, não é necessário
testá-lo em outros aparelhos, basta diminuir a janela do navegador para que o site não esteja mais
em tela completa, será possível visualizar em tempo real se o site reorganiza o layout e os textos,
ou se a informação é cortada ficando fora da área escolhida, se o site é responsivo, toda informação
se reajustará de acordo ao tamanho de tela escolhido.
Evidentemente quando se trata de compras, confirmação de dados, cadastros e outras
ações que requerem completar formulários, apesar de ser possível no celular, as pessoas se sentem
mais à vontade de fazê-lo em um computador.
No entanto, ao não ter um site responsivo, você estará sacrificando a maior parte dos
acessos ao site, pois como já mencionado, a maioria dos acessos a web é feito através de um
dispositivo móvel e não de um desktop.
Ter o certificado SSL ativo no site é sensacional, porque basicamente é um protocolo de
segurança gratuito. Quando seu site tem esse certificado a Google entende que é um site seguro
para os usuários e para você também não tomar um strike com seu próprio site, além de que as
ferramentas de publicidade do Facebook e Instagram quando tem campanhas com o objetivo de
tráfego, por exemplo, terão uma performance muito melhor se o site tiver esse certificado.
É simples e grátis conseguir um certificado SSL para seu site, e as vantagens são enormes!
Na dúvida de como conseguir habilitar esse certificado contrate um programador, mas não é uma
coisa de outro planeta, você mesmo pode fazer isso.
DIVULGAÇÃO:
Já tem seu site pronto? Conteúdo relevante e objetivo, correção ortográfica, imagens com
qualidade, vídeos, tecnologia responsiva e uma revisão de controle de qualidade? Você tem 50% do
trabalho feito, os outros 50% consiste na divulgação, de nada adianta tê-lo online e funcionando
perfeitamente e não ter acessos, correto?
Por isso é importante que o site contenha informações relevantes ao internauta, no
momento de definir o conteúdo, devemos pensar como o usuário. Do contrário, o site funciona
somente para o pastor, e não para os internautas que são o público alvo do ministério.
A pergunta chave é: como conseguir mais acessos ao site? A resposta a essa pergunta
depende muito do que se trata o site em questão e do nicho específico de internautas interessados
nele. O crescimento de acessos a uma página é uma somatória de alguns fatores: conteúdo
relevante + publicidade + redes sociais + parcerias + tecnologia.
Se você tem diferentes redes sociais, elas podem direcionar ao seu site (e vice-versa). Um
blog com palavras chave, uma série de twites bem pensados com as devidas hashtags, um post de
qualidade no Facebook, tudo isso pode trazer pessoas para seu site.
O mecanismo não é tão simples, por isso existe profissionais exclusivos para isso chamados
“Community manager” e “Gestor de tráfego”, que são responsáveis por toda gestão online do
negócio.
No entanto, simplificando o processo funciona assim: basicamente as redes sociais em
conjunto com diferentes ferramentas da Google podem alavancar os acessos orgânicos (buscas sem
publicidade), ou seja, os acessos de usuários que chegam ao seu site através dos motores de busca
da Google e não por uma publicidade paga.
Apesar do crescimento orgânico ser possível, se você deseja crescer significamente com seu
site, é necessário pagar por isso. O recomendável é investir no Google Adwords, que basicamente
cria campanhas que utilizam diferentes palavras-chave e redirecionam os usuários ao seu site
quando estes escreverem essas palavras no campo de busca da Google.
Por exemplo, se você tem uma igreja na zona sul do Rio de Janeiro, e fez uma campanha no
adwords com as palavras chaves: “Igreja evangélica em Copacabana”, quando alguém digitar isso
no Google o seu site deverá aparecer entre os primeiros resultados.
O resultado vai depender de quanto você está disposto a pagar, de como está configurado
sua campanha e de outras que contenham as mesmas palavras chave, uma vez que a ferramenta
funciona como uma “espécie de leilão”, onde se há muita busca por uma determinada palavra-chave
o custo sobe.
O uso de palavras chave negativas também pode ser útil, por exemplo, se você não quer
desperdiçar seu orçamento com palavras-chave vinculadas ao seu negócio, mas que não
necessariamente são do seu interesse. No meu caso que vendo cursos de edição de video online e
photoshop, constantemente faço publicidade para conseguir novos alunos, posso negativar as
palavras-chaves “curso de edição de vídeo gratuito”, pois claramente esse internauta busca material
gratuito que não é o meu objetivo, então negativando esses termos evito gastar meu orçamento
com internautas que dificilmente serão meus clientes. Geralmente me concentro em palavras chave
como “Curso de After Effects barato”, por exemplo, que retratam melhor a realidade das minhas
aulas.
O aconselhável na publicidade do site é trabalhar de duas formas: que o pastor delegue essa
tarefa a alguém, e que o profissional contratado tenha sólida experiência em adwords. Não é uma
ferramenta simples e o resultado não é imediato, é um processo onde é necessário entender a quem
se dirigir, como e com qual propósito.
Inicialmente não se deve investir muito dinheiro, o ideal é estabelecer um target e persegui-
lo, encontrar a formatação da campanha que funciona, e depois de uns meses de prova investir
valores mais altos.
A grande vantagem de uma ferramenta como adwords, é que a Google une a você a pessoa
que quer o que você está oferecendo, ou seja, o adwords permite uma publicidade orientada a
quem realmente deseja aquilo que você oferece.
Imagine por exemplo, que você é dono de um restaurante japonês no bairro higienópolis da
cidade de São Paulo, uma opção de marketing seria colocar um outdoor numa avenida principal da
cidade e torcer para atingir as pessoas corretas, afinal de contas por essa avenida vão passar vários
tipos de pessoas, algumas odeiam comida japonesa, outras amam, algumas tem dinheiro, outras
não, algumas não verão o anúncio, outras sim.
Agora imagine se você pudesse colocar um outdoor numa grande avenida onde só
passassem pessoas que adoram comida japonesa e que estão com fome! É exatamente isso que o
adwords faz, te proporciona um espaço para divulgação por segmentação, favorecendo em muito
os resultados.
Uma boa prática para constantes melhorias no site da igreja, é realizar um levantamento
das estatísticas de acesso ao site através do Google Analytics, uma ferramenta gratuita de métricas
da Google. Ter alguém que possa interpretar os dados propondo ajustes constantemente é
realmente importante.
Uma solução simples e rápida para ter um site profissional a um preço acessível, é comprar
um template de wordpress responsivo no site themeforest.net (existem modelos por menos de 20
dólares), e contratar um profissional de wordpress pelo site da Workana (site especializado em
conectar freelancers e clientes), para usar esse template na construção do site, esse é
provavelmente o caminho mais barato e simples.
Redes sociais
Facebook:
A infinidade de recursos que a plataforma oferece é impressionante. Como empresa contam
com uma base de tecnologia e informação que os coloca em um lugar privilegiado. Isso explica como
mesmo após a denúncia do vazamento ilegal de dados dos usuários (que teve uma grande
repercussão inclusive internacional), as ações da empresa continuaram a subir, apesar dessa
enorme falha, a empresa continua crescendo com mais de 2 bilhões de usuários, um número
impressionante!
A companhia comprou o Instagram e WhatsApp entre várias outras aquisições milionárias,
e constantemente se mostra ativa em inovar tecnologicamente a plataforma, investindo em
pesquisas e tendências.
Diferenças entre: conta, FanPage e Business Manager
Existe uma infinidade de recursos que o Facebook oferece, no entanto, para compreender
estes recursos é importante entender a diferenca entre usuário pessoal e FanPage. Uma coisa é
uma conta pessoal na plataforma, outra bem diferente é uma FanPage.
Muitas igrejas usam a rede social com uma conta pessoal comum, consequentemente
deixam de ter acesso à inúmeras ferramentas que a plataforma oferece exclusivamente para
FanPages.
No caso de uma igreja, se recomeda ter uma FanPage, jamais uma conta pessoal! A FanPage
é um espaço na rede, que lhe permite se conectar com as pessoas, apresentando seu serviço ou
produto. Funciona como uma vitrine online. Para criar a FanPage é preciso ter um usuário de uma
conta pessoal, que será o administrador da página.
Além da conta pessoal e da FanPage, um terceiro elemento que é igualmente importante e
distinto, é o Business Manager, que consiste no administrador da FanPage. O grande diferencial do
Business Manager, é que a gestão da plataforma passa a ser feita de uma forma muito mais eficiente
e profissional, pois conta com diversos recursos e métricas que ajudam no desenvolvimento da
página.
Ao criar uma página para a igreja no Facebook, é importante definir uma URL com o mesmo
nome das outras redes sociais da igreja, isso facilita a fixação da marca e a interação dos usuários
com suas distintas redes sociais. Na Amor sin límites por exemplo usamos “/iglesiaasl”no Twitter,
Instagram, Facebook, Youtube e TikTok.
Objetivos:
Uma das razões pelas quais recomendo o uso do Facebook, é pela amplitude dos objetivos
de marketing oferecidos pela empresa: reconhecimento de marca, alcance, tráfego, envolvimento,
instalações de aplicativo, visualizações do vídeo, geração de cadastros, mensagens, conversões,
vendas do catálogo e visitas ao estabelecimento. São muitas opções úteis.
Através do Facebook é possível criar anúncios pagos para alcançar um determinado público,
por exemplo: mulheres casadas, entre 20 e 30 anos de idade, que moram em determinada cidade e
que tem interesse em família. Dessa forma o Facebook exibe o post somente no feed dos usuários
com essas características.
Em cada anúncio pago a plataforma lhe dá a opção de escolher um objetivo a alcançar, e
permite também uma série de outras especificações para que seu conteúdo seja vinculado ao
público que você deseja e que alcance sua meta.
Para aprender passo a passo como realizar uma publicidade abordando diferentes objetivos
de marketing, você pode acessar a página www.rodolfomiro.com onde poderá se inscrever na lista
de espera da próxima turma do curso online “A igreja relevante nas redes sociais”, assim poderá
conhecer em profundidade como trabalhar com os diferentes objetivos na plataforma.
Basicamente essas opções oferecem diferentes meios para alcançar o seu público e conduzi-
lo a uma ação. Existem várias formas de construir um público nas redes sociais, e para uma igreja,
essas possibilidades são mais amplas do que se pode imaginar!
Capa:
A foto de capa pode ser uma alternativa para incluir os horários de culto e o endereço do
site, lembre-se de que é muito importante que as fotos tenham boa resolução e principalmente
reflitam o seu DNA, principalmente por se tratar de uma foto de destaque.
Apesar do Facebook permitir a inserção de vídeo no espaço da capa, não parece ser tão
vantajoso, porque no celular se visualiza a imagem estática. Provavelmente com o tempo melhorem
esta função, mas atualmente ainda existe uma limitação técnica, de qualquer forma é uma opção
interessante, principalmente se o primeiro frame do vídeo conter as informações mais importantes
que serão vistas como uma foto no celular.
Importante considerar a proporção da imagem para as tablets e os celulares, o layout deve
concentrar no meio da imagem de capa as informações mais relevantes, para que sejam visualizadas
sem cortes em celulares.
Foto de perfil:
Se tratando de igreja, não consigo pensar em outra imagem que não seja a logo. Se fosse
um perfil de usuário comum até se justificaria ter uma foto de um objeto ou paisagem, mas para
uma congregação se recomenda a logomarca como foto de perfil, porém somente a logo sem
slogan, bordas ou elementos adicionais. O ideal é que a logo esteja em boa resolução em um fundo
branco, numa proporção menor ao limite das bordas. Diferente da foto de capa, não é
recomendável mudar periodicamente a imagem de perfil.
Sobre:
Neste campo deve-se inserir todos os dados importantes sobre o ministério, porém nada de
textos quilométricos, pode-se deixar uma breve descrição da igreja, com endereço, dias de reunião
e horários, juntamente com mapa, e-mail e telefone. É possível adicionar produtos no campo
“sobre”. Se a igreja vende livros, cds ou outros materiais, este é o lugar ideal para mencioná-los.
Avaliação:
A plataforma permite a avaliação dos internautas na FanPage. É uma opção interessante e
muito útil para que as pessoas vejam a opinião de outros em relação à igreja. Funciona igual às
demais recomendações de diferentes serviços na internet. Quando você vai reservar um hotel
desconhecido ou se interessa por um restaurante, provavelmente olha o que os clientes dizem sobre
o serviço e, em certa medida, isso influencia sua decisão de avançar ou não na compra.
O mesmo acontece com a igreja. As pessoas tendem a ver as opiniões de outros antes de
conhecer pessoalmente. Isso pode ser bom ou ruim, dependendo da avaliação, ou melhor, das
avaliações, no plural, porque se vemos uma grande quantidade de qualificações positivas, entende-
se a crítica como uma exceção, ou vinda de alguém mal intencionado querendo difamar o lugar.
Muitos anos atrás fui para São Paulo produzir um vídeo institucional de uma agência, o
trabalho era simples, ir nos principais clientes e coletar pequenos depoimentos que mostrassem as
vantagens daquela empresa. O conceito daquilo era poderoso, em vez da companhia ficar se auto-
elogiando, eles mostravam a opinião positiva dos principais clientes. As avaliações do Facebook
podem proporcionar a mesma experiência, ou seja, recomendações que favoreçam outras pessoas
se aproximarem da igreja.
Uma má avaliação pode ser resultado de uma falha da instituição, no entanto não é difícil
ser mal avaliado por pessoas que literalmente não sabem usar a ferramenta, te avaliam com uma
estrela (que é a qualificação mais baixa) e escrevem um elogio do tipo: “Muito linda a página! Amei!”
Isso não é um problema já que além de ser uma avaliação isolada tem um comentário positivo. É
uma ferramenta que ainda precisa melhorar, mas pode ser útil. Se você não deseja ter avaliações
da igreja publicadas, a ferramenta pode ser desabilitada pelo administrador da FanPage.
Integração do Youtube e Instagram:
O Facebook permite integrar o Youtube e instagram na FanPage, o que possibilita que o
conteúdo postado nestas redes seja visualizado se o usuário clica nos respectivos ícones em sua
FanPage, no entanto essa função não aparece no celular, somente no desktop, pelo menos até a
data de hoje, por isso é um recurso mais limitado, ainda assim, é uma forma de marcar presença em
outras redes.
Eventos:
Uma possibilidade excelente da plataforma é a criação de eventos, principalmente porque
o sistema notifica as pessoas que seus amigos têm interesse em determinado evento que é perto
da sua casa, e dessa forma a publicidade orgânica ajuda bastante. Ao criar um evento você tem a
opção de especificar se o mesmo será pago ou gratuito, e também convidar amigos. Na medida em
que as pessoas interagem com o post, as notificações destas ações aparecem no feed dos
conhecidos, ajudando na difusão do evento.
Os principais eventos da agenda da igreja podem ser incluídos nesta seção, assim, na medida
em que as pessoas acessam a página, elas se informam sobre o que já aconteceu e o que ainda virá.
Isto ajuda não só na difusão dos eventos, mas é uma outra oportunidade da igreja mostrar o seu
DNA através dos eventos que realiza.
Fotos:
Um diferencial desta rede é o reconhecimento facial nas fotos, pois facilita muito as
marcações em cada imagem, é possível marcar amigos e conhecidos nas fotos, ao fazê-lo, a
publicação pode entrar no feed 3 da pessoa marcada (se ela aprovar), aumentando o envolvimento
com o post.
Sobre a organização das fotos, o mais recomendável é ter diferentes álbuns que agrupem
as imagens por evento ou data. Uma vantagem de manter álbuns de fotos nomeados pelos anos, é
que se no decorrer dos meses novas fotos forem adicionadas a determinado álbum, somente estas
fotos mais atuais entram no feed, sem mostrar todas as outras já postadas, neste caso para visualizar
todas as fotos, o usuário pode entrar no álbum em questão.
É uma boa ferramenta, principalmente pela interação que proporciona. No entanto, é
preciso ainda dosar a quantidade de imagens, assim como as marcações das pessoas, ninguém quer
ser insistentemente marcado em fotos.

Vídeos:

3
Linha do tempo da rede social.
Pessoalmente acho que os videos do Facebook tem buffer de carregamento de vídeo meio
lento, você é obrigado a exportar seus vídeos com um bom codec de compressão4, como o H264
por exemplo, para que não trave, tenho a sensação que o Youtube reproduz sem travar tanto.
Acho que o ideal seria uma interação entre as duas plataformas, mas como não são parte
da mesma empresa parece menos viável, no entanto vemos alguns avanços da interação entre
ambas, o Facebook antes tinha restrições ao carregar as miniaturas de vídeos do Youtube, pois a
miniatura do vídeo era muito pequena no feed em comparação às miniaturas de vídeos postados
diretamente no Facebook, que eram bem maiores, facilitando muito mais o engajamento das
pessoas com o conteúdo postado, isso foi atualizado e já não existe esse problema, talvez seja um
indício de futuras mudanças.
Por outro lado, a vantagem é que os vídeos carregados no Facebook podem ganhar uma
legenda automatica (editável por quem posta).
Além disso, as visualizações dos vídeos carregados na plataforma fornecem dados que
posteriormente o Facebook pode utilizar para criar um público com alta probabilidade de interação
com seus próximos vídeos, basicamente gerando um perfil de público semelhante aos dos usuários
que já consumiram seus vídeos.
As estatísticas das publicidades em vídeo no Facebook devem ser observadas
cuidadosamente para não serem mal interpretadas, pois a plataforma pode mostrar, por exemplo,
que você gastou R$300,00 e teve cem mil visualizações, no entanto, se você entrar nas
configurações das estatísticas e ler “as letras miúdas do contrato”, verá que mesmo com poucos
segundos de reprodução é contabilizado uma visualização.
Muitos usuários têm habilitado a opção de reprodução automática, então ao deslizar o feed
no celular o vídeo roda automaticamente e consequentemente é computado como uma
visualização completa, sendo que na verdade o usuário pode ter “assistido” somente três segundos.
Ao entrar no analytics do video em questão, podemos ver em detalhes o número de
visualizações completas e parciais, então podemos concluir por exemplo que das cem mil
visualizações anunciadas inicialmente, somente cinco mil foram completas, assim podemos saber o
real impacto do vídeo através desta análise.
Como muitos internautas têm a reprodução automática de vídeo habilitada no Facebook e
muitos destes têm o som desabilitado, é interessante legendar os vídeos, assim, ainda que o usuário
assista o vídeo sem som, receberá o conteúdo completo, o mesmo vale para o Instagram.
Uma recomedação para as igrejas especificamente é a criação de pequenos vídeos que
contenham partes de uma pregação.
Assim, é uma forma de engajar os usuários a acessarem o link completo da pregação no
Youtube, por exemplo, mais adiante em outro capítulo falo mais sobre outras opções de conteúdo
para as igrejas.

Dicas para postagem:

4
Programa que codifica arquivos de mídia, favorecendo sua visualização.
Existem algumas dicas excelentes para a postagem de conteúdo, detalhes que muitos
desconhecem e que fazem toda diferença.
Eliminar links:
Quando postar um link do Youtube, após o Facebook reconhecer a miniatura do vídeo é
possível apagar o link do post, dessa forma se visualiza somente a miniatura sem o texto
“http://www.videodoyoutube.com”, essa dica serve pra qualquer outro site também, não se aplica
só a vídeo, fica um post visualmente mais limpo e amigável.
Emotions:
O uso de Emotions nos posts pode complementar uma ideia e tornar o post mais atraente e
com mais probabilidade de interação.
Encurtador de links:
Caso suas postagens contenham links para páginas externas, com o intuito de não deixar
links longos nos posts, principalmente quando são de download ou que complementam o link
principal da postagem, podemos usar encurtadores pelo site bitly.com, por exemplo, no entanto, se
o link não for realmente muito grande é recomendável deixar o endereço completo, a desconfiança
do usuário ao ver um link encurtado ainda é grande, pois pode ser confundido com vírus.

Melhores horários para postar no Facebook:


Abaixo deixo alguns dados mas vale lembrar que cada FanPage possui um tipo de audiência
e portanto deve ser testada, nada do que é mencionado abaixo deve ser tomado como regra, só
como um “caminho das pedras”.
- O maior uso da rede é as 11h, 15h e às 20h.
- Pico de usuários é às 15h em dias de semana, especialmente nas quartas-feiras.
- Os fãs são menos ativos aos domingos.
- Postagens feitas pela manhã obtém 40% mais engajamento.
- Divulgue as principais histórias no início da manhã.
- Poste no pico de hora para a maior interação, entre 13h e 16h: aqui é importante ressaltar que
muitos especialistas em marketing afirmam que as 15h é o horário de maior produtividade no
trabalho para a grande maioria das pessoas, então, por mais que muitos usuários estejam
conectados, os posts desse horário podem não ter tanto engajamento, pois as pessoas estão mais
concentradas e ocupadas no trabalho e por isso não se envolvem tanto com as postagens.
Apesar dessas referências fornecidas por especialistas, é aconselhável fazer diferentes
testes com sua audiência e monitorar as respostas. Para nossa página da Amor sin límites por
exemplo, vimos que os dois maiores picos do dia, pela manhã e pela noite, funcionam melhor que
o período da tarde.
Amigos dos amigos:
Uma boa estratégia para gerar maior confiabilidade nos anúncios do Facebook é direcioná-
los aos amigos dos amigos que já curtiram a página, ao ver a sua publicidade, o Facebook informará
o indivíduo que “fulano” que é seu amigo curtiu a página e, de certa forma, ao ver que um amigo já
segue a instituição, o usuário estará mais propenso a ver a publicidade, ou pelo menos ter mais
confiança no post apresentado.
Tempo de respostas:
Um recurso interessante também é o tempo de resposta. Se o administrador da página
responde rapidamente as mensagens inbox, a rede lhe confere um ícone especial, que indica rapidez
nas respostas. Apesar de não ser um recurso essencial para a igreja, na somatória de fatores,
colabora para uma melhor interação, no caso de um restaurante que faz delivery, por exemplo, esse
recurso é crucial.
Convites para curtir:
Uma vantagem indireta de um post que viraliza, é a possibilidade de convidar as pessoas
que interagiram com o post a curtirem a página, caso ainda não o tenham feito. Nem todos os
convidados aceitam o convite, mas ainda assim, é possível conseguir uma grande quantidade de
novos seguidores na página.
Como lidar com os haters?
"Hater"ou odiador, é um termo usado na internet para classificar pessoas que postam
comentários de ódio ou crítica sem muito critério. Infelizmente, existe um grande número de
pessoas infelizes com a própria vida, e viciadas em criticar e julgar a vida alheia. Esse tipo de gente
tem um comportamento virtual extremamente agressivo e caluniador.
Como vivemos numa sociedade cristofóbica e altamente presente nas redes sociais, a igreja
é uma instituição com muita propensão a ser atacada.
Quando fala-se de religião as pessoas fazem muita confusão, misturam fogueira da
inquisição com famosos avivalistas, adicionam pitadas de cientologia com ateísmo, um pouco de
filosofia chinesa com crendices populares e pronto! Uma acusação supostamente “teológica”é
inventada e apontada na direção de seu ministério.
O mais lamentável é que quando Deus levanta alguém e dá visibilidade a um detereminado
ministério, os primeiros a criticar não são os da mídia secular, não são os jornais, as revistas e os
meios de comunicação repletos de incrédulos, mas sim a igreja da esquina, que movida por inveja
ou competição, usa o púlpito e as redes sociais para lançar críticas a outro pastor, dando munição
para que a mídia secular explore a divisão presente entre os cristãos, manchando ainda mais a
imagem da igreja.
Assim como acontece com o indivíduo que queria ter sido jogador de futebol profissional e
não conseguiu, e então se torna “crítico de futebol”, ou aquele que queria ser cineasta e nunca
produziu um filme, se tornando “crítico de cinema”, da mesma forma há muita gente que se
transformou em “crítico ministerial de internet”.
Pessoas que desejaram ser missionários, pastores, servir a Deus de alguma maneira, e como
isso não aconteceu, se tornam ressentidos e críticos com aqueles que estão servindo.
Esse tipo de gente não tem “papas na língua”, e estão dispostos a qualquer coisa para atacar
a igreja. O bom do Facebook, é que lhe permite filtrar palavrões e determinadas palavras nos
comentários e não exibir aqueles que contenham estas palavras. Ainda, permite excluir
comentários, deixando visível somente para a pessoa que o escreveu e para os amigos dela, e nos
casos mais extremos, também é possível banir pessoas da página, o que significa que ela não terá
acesso a nenhum conteúdo da FanPage.
De maneira geral, aconselho você a não se preocupar com os haters. Se escrevem algo a seu
respeito ou a da igreja, que não seja verdade, isso entra na porcentagem mínima das avaliações, e
no fim das contas se torna irrelevante. Inclusive é possível usar uma crítica infundada para expor a
mentira ou má interpretação da pessoa de uma forma pública, ressaltando os valores da igreja.
Quem passa vergonha na verdade é o hater que tem um comportamento infantil e caluniador.
Temos uma playlist no Youtube da igreja só de testemunhos de conversão, um dos vídeos
conta uma história de conversão onde a pessoa menciona sua trajetória espiritual em busca de
Deus, que incluia algumas experiências no catolicismo.
Quando subimos este vídeo no canal, uma católica ferrenha comentou no post do vídeo que
era um absurdo uma igreja postar um vídeo onde a pessoa que testemunhava “falava mal da santa
igreja católica”.
Foi uma excelente oportunidade de responder educadamente a acusação infundada.
Aproveitamos a situação para dizer publicamente que não falamos mal de nenhuma religião e
aproveitamos para dizer que várias pessoas de diferentes religiões e inclusive ateus frequentavam
nossas reuniões e eram sempre bem vindos.
Em alguns casos pode ser interessante responder as críticas, Jesus geralmente ignorava os
críticos, em outras ocasiões dedicava um tempo para responder expondo a incoerência das
acusações.
Como regra geral, penso que o melhor é ignorar a grande maioria dos haters. Quando a
pessoa é muito agressiva e mal educada, é mais simples banir da página.
Notas:
Outro recurso do Facebook são as “notas”, que basicamente são posts de textos visualizados
como uma publicação de um blog, mas ao invés de direcionar a um site externo estão inseridos na
rede. Se apresentam no feed comum, porém com um layout diferenciado permitindo também a
adição de uma imagem. É uma boa ferramente para textos curtos, estudos bíblicos, e avisos entre
outras coisas.

Hashtags:
Muitas pessoas não sabem usar as hashtags corretamente. O indivíduo vai na piscina de
férias e posta: #Um #dia #simplesmente #incrivel #na #piscina #de #ferias #com #toda #minha
#familia. Esta não é a maneira correta de usá-las. A ideia não é por o sinal # em frente de toda
palavra da frase, senão usá-la no contexto do que está viralizando ou do que se pretende viralizar.
As hashtags são palavras-chave antecedidas pela cerquilha (#), que as pessoas geralmente
utilizam para identificar o tema do conteúdo que estão compartilhando nas redes sociais. Isso
possibilita o agrupamento de informação por diferentes assuntos, sendo muito útil por exemplo
para telejornais identificarem a interação dos telespectadores com diferentes notícias e temas
polêmicos.
Eventos possibilitam uma viralização grande com o uso das hashtags, como a copa do
mundo, nessa época é comum que as pessoas postem uma foto, vídeo, meme ou simplesmente
uma frase acompanhada com a hashtag #CopaDoMundo, então automaticamente esse post entra
no “universo” desse código, permitindo a visualização por mais pessoas além dos seguidores da
pessoa que o posta.
É uma ferramenta muito útil para que empresas promovam suas marcas, eventos e
produtos. Incentivar os clientes a utilizarem determinadas hashtags para participar de sorteios ou
promoções é uma excelente forma de envolver as pessoas e viralizar conteúdo. Ao postarem aquele
mesmo código usando a hashtag de determinada campanha de marketing, os usuários basicamente
“emprestam” sua audiência à empresa aumentando a influência da mesma em suas redes sociais.
Apesar da igreja não ser uma empresa, as mesmas estratégias podem ser aplicadas com o
intuito de alcançar um número maior de pessoas.
Para diferentes eventos, atividades e posts, cada congregação pode usar determinadas
hashtags para gerar um impacto virtual mais abrangente. As melhores redes sociais para incluir
hashtags são Twitter e Instagram, apesar do Facebook também ter implementado, estudos
mostram que a probabilidade de interação com um post cai quando o mesmo contém hashtags, foi
uma funcionalidade que não pegou no Facebook.
Importante destacar que além do erro em usar o símbolo # para cada palavra do post,
também seria um erro inserir uma grande quantidade de informação em uma apenas uma hashtag
como #AIgrejaQueSacodeATerraComOpoderDeDeus ou ainda usar acentos ortográficos, as
hashtags não têm acentos.
Verificação de texto da imagem:
Se você quer crescer com sua igreja nas redes sociais precisa fazer anúncios pagos, e pra
fazê-los precisa entender a verificação de texto das imagens, do contrário vai perder muito dinheiro
e não vai ter resultado!
O Facebook não aceita a promoção de anúncios (publicidade paga) onde o layout da imagem
contenha mais de 20% de texto, pela simples razão de manter um alto padrão visual na plataforma,
favorecendo o objetivo dos anunciantes, e ajudando-os a chegar com mais eficiência na audiência
desejada.
Antigamente a rede dispunha de uma grade online que permitia calcular o espaço do texto
na imagem, no entanto recentemente mudaram o sistema de verificação para que o mesmo seja
feito automaticamente pela plataforma, basta entrar em:
https://www.facebook.com/ads/tools/text_overlay e fazer o upload da imagem do anúncio
e imediatamente saberá se é aprovada. A rede oferece um feedback do material subido em 4
categorias:
1- Texto da imagem: OK
O seu anúncio será veiculado normalmente.
2- Texto da imagem: Baixa
O alcance do seu anúncio pode ser um pouco menor.
3-Texto da imagem: Média
O alcance do seu anúncio pode ser muito menor.
4-Texto da imagem: Alta
O seu anúncio pode não ser veiculado.
O ideal é que o anúncio esteja sempre na primeira categoria, para evitar um alcance
limitado, por isso é altamente recomendável verificar a porcentagem de texto antes de postar o
conteúdo, do contrário estará desperdiçando orçamento, tão necessário para viralizar.
Para solucionar a proporção do texto, recomendo que as imagens sejam desenvolvidas por
um designer, que saberá adaptar o texto ao layout, além de proporcionar melhor visual gráfico ao
anúncio.
Lembre-se que é possível inserir diretamente no post o restante do texto que deseja
divulgar, não é necessário que toda informação textual esteja na imagem, o ideal é usá-la como uma
isca para trabalhar em conjunto com o restante do conteúdo do post.
Gerenciador de anúncios:
Uma vez que sua FanPage está pronta e sua gestão é feita pela Business Manager, com tudo
devidamente configurado você tem acesso ao gerenciador de anúncios. É nesse lugar que podemos
ver e editar toda publicidade da nossa página na plataforma.
Nessa aba vemos basicamente quatro opções:
“Visão geral da conta”, onde há uma série de dados de estatísticas da conta, “Campanha”,
onde aparecem todas as campanhas, seguida de “Conjunto de anúncios” e finalmente a opção
“Anúncios”. Essas opções descrevem basicamente o fluxo de trabalho da ferramenta Business.
Aplicando à realidade da igreja poderíamos ter por exemplo, uma campanha de natal, como
um culto especial onde o objetivo é trazer novos visitantes à igreja. Então teríamos a campanha
“Culto de Natal”, de forma online usaríamos 1 vídeo, 1 imagem e a criação do evento na plataforma,
então na aba “conjuntos de anúncios” veríamos os 3 itens devidamente listados, e finalmente na
aba “anúncios” veríamos separadamente cada um deles com a arte, o orçamento e o público
específico. Em outras palavras, cada campanha pode ter vários conjuntos de anúncios.
A gestão do que está sendo publicado de forma orgânica e paga é bem intuitiva, apesar da
ferramenta ser completa e complexa, os painéis são bem explicativos, cada um contém diferentes
dados, que variam desde público-alvo, orçamento, duração, resultado e etc.
Em nosso curso online “A igreja relevante nas redes sociais” você poderá conhecer melhor
essa parte da plataforma, de qualquer forma se for na central de ajuda e se tomar o tempo de ler
com certeza irá aprender muito!
Pixel de conversão:
O Facebook permite que através da sua business page (página que administra sua FanPage),
você gere um código chamado “pixel de conversão” que pode ser introduzido ao HTML de seu site,
tornando possível o rastreio de navegação dos usuários do Facebook em seu site.
Este é um recurso incrível, pois permite que tenhamos um claro panorama comportamental
dos internautas.
Com isso em mãos, pode-se traçar uma campanha online focada neste mesmo tipo de
usuário. Ou seja, o Facebook rastreia o perfil de pessoas que visitam seu site e depois busca esse
mesmo perfil entre os seus usuários para apresentar seus anúncios. Assim, você alcança quem tem
interesse em seu negócio, aumentando seu potencial de conversão a baixo custo.
Através do pixel de conversão é possível entender melhor as decisões dos usuários em um
site, por exemplo, pode-se ter a estimativa de quantos foram até a página de compra (quando se
trata de um e-commerce) e adicionaram produtos ao carrinho mas não finalizaram a compra.
Na hora de criar uma publicidade no Facebook e direcioná-la a uma audiência, é possível
escolher exatamente um perfil de usuários como esses, que quase compraram o produto, e assim
gastar o orçamento somente com pessoas com maior probabilidade de comprar seu serviço. Você
já deve ter notado que quando navega pela internet em busca de algum produto é comum que
aparecam publicidades de produtos semelhantes em seu feed do Facebook em sua próxima
conexão, este é o motivo, se chama remarketing.
No caso da igreja por exemplo podemos usar essa ferramenta para aqueles que clicaram no
botão “como chegar” na seção de contato no site, já que quem clicaria nesse tipo de botão estaria
mostrando maior interesse em conhecer a igreja.
Segmentação:
O segredo do sucesso de um anúncio ou campanha no Facebook é o mesmo do Adwords: a
segmentação do público. Se a publicidade está direcionada ao público correto vai funcionar e você
pagará muito pouco para viralizar, do contrário, não terá muito retorno e gastará mais para atingir
as pessoas.
Por essa razão é fundamental que você tenha um público alvo em mente, e que o tenha
bem definido, que saiba explorar qual o perfil de pessoas que mais se identificam com sua igreja,
que tipo de gente se sente a vontade congregando em seu ministério. Sem um target claro, colocar
dinheiro em publicidade é um “tiro no escuro”.
Além do seu conhecimento em relação aos gostos e preferências de sua audiência, o
Facebook também oferece diversas opções automatizadas para criação de diferentes públicos,
dependendo de como eles interagem com sua página ou similares. Através da base de dados da
plataforma, a rede consegue identificar potenciais “clientes”, pessoas com mais probabilidade de
interagir com sua FanPage ou site (nesse último caso, somente se já tem o pixel de conversão
inserido em seu site).
É muito importante considerar o comportamento online das pessoas que quer atingir, o
sucesso da segmentação depende muito do perfil de seu negócio. Na venda de meus cursos online,
posso filtrar meus anúncios para usuários ativos em compras online nos últimos noventa dias, isso
me ajuda muito, por ser mais específico nos requisitos posso até pagar mais caro para essa
publicidade chegar nessa audiência, mas sei que terei retorno.
No entanto, essa mesma informação para a igreja é irrelevante, pois não vendemos nada e
nosso objetivo não é financeiro.
Para a FanPage da Amor sin límites, costumamos trabalhar mais enfocados em outros
pontos, como por exemplo nos manter “fora do radar” dos brasileiros que moram em Buenos Aires.
Como já explicado antes, apesar de todos serem bem vindos, inclusive brasileiros, nós não queremos
ser uma igreja predominantemente de brasileiros.
Com isso em mente, “nos escondemos” virtualmente deste perfil de pessoas, na hora de
criar um anúncio, podemos filtrar que o mesmo não seja exibido para brasileiros que moram em
Buenos Aires, que têm interesse em medicina e na UBA (Universidad de Buenos Aires). Tem
funcionado tão bem, que acredito que somos a igreja com menos brasileiros da cidade.
Outro exemplo que pode funcionar para uma igreja são os casais. Já fazem alguns anos que
temos feito diferentes workshops para casais como um meio evangelístico e usamos o Facebook e
o Instagram para isso.
Além de filtrar a publicidade somente para casados, também é possível especificar mais o
filtro, para que o anúncio chegue somente as pessoas casadas com interesse em divórcio, dessa
forma podemos ter certeza de que os internautas que verão o conteúdo são pessoas com
dificuldades no casamento e/ou insatisfeitas com o mesmo. Logo, como o foco do workshop
apresentado é abordar essa temática, essa estratégia nos ajuda a encontrar as pessoas certas, as
que necessitam de um processo de restauração nos seus casamentos.
Da mesma maneira que a igreja pode alcancar este público, um advogado de divórcios
também pode fazer uso do mesmo público com a intenção de ganhar clientes concretizando o
divórcio, por isso é importante colocar um valor maior do que o sugerido no custo manual do
anúncio, pois cada um funciona como um tipo de leilão, onde dependendo do valor e do público, o
maior lance obterá mais visibilidade.
Não quer dizer que você gastará aquele valor, provavelmente não o fará, mas ao subir o
lance está dizendo à plataforma de anúncios que está disposto a pagar mais, caso necessário, para
ter prioridade de visualização entre aquela determinada audiência escolhida.
Muita gente pergunta se não é uma boa opção pra igreja usar o objetivo de campanha “visita
ao estabelecimento” já que é possível direcionar o post escolhendo um raio de distância do
endereco que deseja atingir, pode ser 1km por exemplo ou mais. Sinceramente eu acho uma opção
ruim, pois testamos algumas vezes e nunca teve um resultado bom, no entanto, entre isso e o
famoso e ultrapassado “panfletar na vizinhança” ainda prefiro o anúncio no Facebook.
Apesar de que toda igreja deveria ter um canal no Youtube, vale a pena também ter os
vídeos postados no Facebook para poder usar a audiência que assistiu os seus vídeos para criar um
público personalizado. Ao gerar uma nova campanha você poderá usar essa audiência criada pelo
próprio algoritmo do Facebook para direcionar o conteúdo a um público mais certeiro.
Esta opção estará disponível com a ferramenta de criação de público para suas campanhas,
e uma vez salvo este público você poderá usá-lo em diferentes anúncios. Isso te possibilita exibir
seu anúncio as pessoas com alta probabilidade de interação com seu conteúdo, já que são pessoas
com perfis semelhantes aos daquelas que visualizaram seus vídeos.
Não existe uma regra mágica nem uma única forma de criar segmentação na rede, isso é
um processo de tentativas e acertos, de variar o direcionamento e aos poucos construir uma
audiência online. O mais importante é conhecer os costumes e tendências do seu target, estudar
seu comportamento.
Uma característica que ajuda a filtrar o tipo de pessoa com quem você deseja se comunicar
é o gosto musical, dependendo do post, pode ser um bom fator a ser levado em conta na hora de
criar uma campanha.
Você pode disponibilizar no site da igreja um espaço onde os internautas assinem uma
newsletter e essa lista de emails pode servir como um recurso para ser usado posteriormente no
Facebook, a plataforma permite criar públicos semelhantes aos da sua lista através de um simples
upload desses emails.
Se a igreja já tem uma base de dados ampla, pode fazer bom uso dela. Além disso, você
também pode se comunicar com esta audiência de emails a través do envio de newsletters com as
notícias da igreja, tendo em vista não se misturar com a audiência já mencionada no início do e-
book como target, ou seja, aqueles que deseja evangelizar.
Um excelente recurso para identificar quais campanhas estão funcionando melhor e quais
públicos estão tendo mais engajamento é o painel Analytics do Facebook, este painel te oferece
todo feedback necessário para conclusão sobre suas campanhas, anúncios e com quais grupos e
lugares temos mais interação. Tome tempo para analisá-lo, vale a pena.
Agendar posts:
Um desafio para qualquer Community manager é manter as redes sociais atualizadas. Se
você está começando seu trabalho nas redes sociais, é melhor ter somente uma rede social
atualizada que várias redes desatualizadas. As vezes é preferível esperar uma única rede social estar
bem feita para então adicionar outras redes, uma vez que isso exige trabalho em equipe e mão de
obra!
Uma rede social desatualizada não funciona. Qualquer plano de marketing exige constância,
principalmente tratando-se de uma instituição como a igreja que visa “fidelizar o usuário”, a
frequência de conteúdo deve ser diária.
Pensando na constância e no volume de imagens, vídeos e textos, se recomeda o
agendamento previo dos posts, que acaba com a necessidade de estar postando manualmente.
Provavelmente numa igreja pequena, o próprio pastor será o “Community manager”, e para um
pastor, tempo não é algo que geralmente sobra, por isso, é melhor se tomar o tempo e programar
as redes sociais da igreja com antecedência.
O Facebook permite que você programe conteúdo para no máximo 6 meses depois da data
de programação. Em nosso caso, planejamos um ano de conteúdo antecipado para nossas redes
sociais, mas justamente por essa limitação do Facebook, fazemos esse trabalho de agendamento
de posts duas vezes no ano, uma em Janeiro e outra em Julho.
No entanto o Facebook não restringe a quantidade de posts que podem ser programados
neste período de 6 meses, isso é excelente pra quem tem um volume alto de conteúdo a ser
postado.
Tanto no Facebook como no Instagram é possível agendar seus posts com antecedência,
seja o conteúdo de foto ou video.
Esta plataforma permite um universo de possibilidades e está em constante atualização, por
isso, para aprender mais detalhes sobre o Facebook te aconselho a ler a central de ajuda deles, lá
tem tudo o que você precisa, lembrando também que você pode se inscrever na lista de espera para
próxima turma do workshop online “A igreja relevante nas redes sociais”.

Twitter:
A rede teve seu ápice, e atualmente se encontra em decadência, no entanto, continua sendo
uma plataforma com muitos usuários trocando informações e fazendo a roda da comunicação
online girar.
Trataremos objetivamente das funcionalidades do twitter, já que além de ser uma rede que
está em declínio, suas funcionalidades são bem mais simples que as do Facebook.
Alguns estudos dizem que o tempo de vida útil de um post no Twitter é de aproximadamente
30 a 45 minutos, pois o feed do aplicativo é repleto de mensagens que vão se acumulando fazendo
com que um post deixe de permanecer visível rapidamente, diferente de outras redes sociais onde
o post sobrevive mais tempo “na vitrine” virtual.
Por essa simples razão é recomendável postar no Twitter de 3 a 5 vezes por dia em
diferentes horários, é uma rede social que exige uma constância maior. Se você postar menos de 3
vezes por dia, dificilmente crescerá e terá relevância digital na rede.
O uso das hashtags é fundamental, e é possível acompanhar as tendências dos assuntos
relevantes no momento para gerar conteúdo atual, no entanto, pela quantidade limitada de
caracteres também não é aconselhável usar mais de duas hashtags por post, já que limitaria muito
o conteúdo do post.
Apesar do ponto forte da rede ser texto, é possível agregar fotos e vídeos, mas o grande
“segredo” do Twitter são os posts de textos curtos e as hashtags. Existem diversos programas que
te informam os melhores horários e dias para postar com base no perfil dos seus seguidores, um
deles é o “Tweriod”.
Encontramos uma infinidade de sites adicionais ao Twitter que permitem agendar posts
previamente. Diversas ferramentas te dão a facilidade de subir um arquivo do excel com todos os
posts e com um simples upload, fazer o agendamento em massa com base em uma grade horária
de sua escolha. É muito rápido programar e o resto do trabalho os programas fazem por você.
Se ignorar haters no Facebook já é aconselhável, no Twitter ainda mais. Se um hater com 50
seguidores te insulta e você ignora, provavelmente apenas ele e meia dúzia de seus amigos haters
verão o insulto, porém se você dá um reply ao “@hater” você dá visibilidade a ele e aos seguidores.
Se você tem 30 mil seguidores, por exemplo, ao responder a crítica você estará emprestando essa
audiência a ele e popularizando o insulto.
Por isso, o melhor a fazer é ignorar as críticas, tenho certeza que se Jesus tivesse redes
sociais seria amplamente criticado, principalmente pelos religiosos, e na verdade quem passa
vergonha ao criticar é o ofensor .
Um conteúdo que viraliza facilmente nessa rede e específicamente para igrejas, são as
frases de impacto e verdades bíblicas, como por exemplo “Há amigo mais fiel que um irmão.” ou
“Não siga seu coração, guie-o.”
Esse tipo de frase curta, fácil de entender e ao mesmo tempo profunda, tem grandes
chances de ser retuitada, e com isso as pessoas “emprestam” a audiência delas a você, te ajudando
a ter novos seguidores e consequentemente novos retuites.
Não caia na tentação de seguir gente desconhecida e que nada tem a ver com seu ministério,
aquele típico perfil do “me segue que te sigo de volta” não funciona, você pode até ganhar alguns
seguidores, mas definitivamente não será uma audiência engajada com seu conteúdo, essa
estratégia de seguir pessoas só pra ganhar seguidores não funciona!
Para crescer de verdade em qualquer rede social é importante ter paciência, constância,
produzir conteúdo de qualidade, postar nos melhores horários e fazer bom uso das hashtags, além
de obviamente respeitar as regras do site, nada de follow ou unfollow em massa, nem processos de
automatização tipo gerenciagram, ou ferramentas similares, tudo que é no automático vai funcionar
menos ainda.
Instagram:
A empresa comprada pelo Facebook, em 2012, teve diversos updates que a potencializaram
de uma forma impressionante: stories, perfis corporativos, links patrocinados, filtros, alterações de
algoritmo, gifs, emojis, vídeos, carrosséis e anúncios múltiplos no stories. Todas estas inovações a
uma velocidade incrível.
Antigamente a rede não tinha um algoritimo, então todos os seguidores eram alcançados
pelo conteúdo divulgado, como funcionava no Twitter, por exemplo.
No entanto isso mudou e agora temos o algoritmo da rede, fazendo com que o alcance real
seja uma porcentagem muito baixa, o que significa que na medida em que as postagens vão tendo
mais interações, a plataforma considera o conteúdo relevante o suficiente para dar mais
visibilidade, Youtube, Facebook e as demais redes sociais funcionam assim, se você quer crescer
nelas precisa pagar.
Nesse sentido é essencial usar de forma adequada as hashtags, evitando uma “overdose”,
além de conhecer o público e testar os melhores horários para postar, e principalmente se dedicar
à criação de conteúdos relevantes, isso sem dúvida é o mais importante.
Evite a todo custo os famosos aplicativos que oferecem “mais seguidores”, a rede não
funciona assim, geralmente esses “seguidores” comprados são perfis falsos, ou pessoas aleatórias
que recebem remuneração por like ou perfis seguidos, ou ainda pior, podem ser robôs! Não existe
essa receita mágica para ganhar seguidores em nenhuma rede social! O crescimento é resultado de
um bom uso da ferramenta.
Em relação ao melhor horário de postagem, depende muito da sua audiência, não existe
uma regra simples e universal, dependendo do comportamento dos seus seguidores, isso pode
variar demais.
Alguns especialistas em marketing dizem um determinado horário, outros dizem
justamente o contrário, por isso a experiência é mais importante, no entanto, existem alguns
conceitos que em linhas gerais se aplicam a quase todos os perfis, tirando alguns tipos de avatar.
Evite postar às 15h, este é o horário pico de produtividade laboral das pessoas, e como elas
estão mais acupadas e concentradas, o uso das redes pode cair comprometendo o engajamento. Os
finais de semana proporcionam mais tempo livre aos usuários.
Diversas empresas de e-commerce concordam que os consumidores finais (B2C5) tem mais
propensão a comprar nos fins de semana, por isso, para os posts que ocorrem na semana, uma saída
pode ser usar os momentos fora do horário comercial, quando os usuários estão em casa ou na

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Business to consumer, comércio direto entre empresa e consumidor final.
saída do trabalho, quando muitos se conectam à web. Levando em conta que o Instagram é um
software voltado para celular, esse é um bom momento para postar.
Uma recomendação às igrejas, é que usem a conta do Instagram como um perfil comercial
para que possam acompanhar as métricas, que trazem muitas informações importantes sobre o
perfil da conta, permitindo entender os resultados e planejar com mais eficiência. A ferramenta
possui alguns parâmetros super válidos:

- Saídas: um dado específico para stories. Mostra quantas vezes um seguidor foi de uma de suas
stories para a de outro perfil
- Cliques: número de usuários que acessaram o link da bio
- Atividades dos seguidores: média de vezes que seus seguidores acessam o Instagram por dia
- Alcance: número de contas únicas que viram seu post
- Dados demográficos: gênero, idade, país e cidade dos seus seguidores
- Impressões: total de views da postagem
- Salvas: número de usuários que salvaram seu post
- Visualizações de vídeos: número de vezes que seu vídeo foi visualizado. A métrica considera replays
de mais de 3 segundos.
Algo interessante para fazer no Instagram são as montagens, usar diversas fotos para
compor um quadro maior na visualização em miniatura. Geralmente essa montagem é feita com
seis ou nove fotos para formar uma única imagem, essa técnica é mais conhecida como efeito
mosaico, é simples de fazer e o resultado chama a atenção.
Além disso, vale explorar as histórias e o live da rede, que são iscas poderosas para envolver os
seguidores.
Algo pouco usado pelas igrejas mas que pode ser explorado é o engajamento com a
audiência, fazer perguntas, enquetes, lives com a participação de algum seguidor, espaço pra
pergunta e respostas, e uma série de recursos mais que a ferramenta está disponibilizando.
Postar videos no IGTV é sensacional porque por enquanto a ferramenta está entregando até
5x ou 6x mais seu conteúdo aos seus seguidores, e com certeza isso não vai ser assim sempre, depois
tende a diminuir a entrega.
Recentemente o Instagram permitiu fazer download das próprias lives e salvá-las
diretamente no IGTV podendo ainda ser compartilhado diretamente na linha do tempo, além de
criar séries tipo playlists para armazenar essas lives.
Se você tem tempo pra investir somente em uma única rede social te aconselho a priorizar
o Instagram, parece ser a mais promissora atualmente.
TikTok:
Apesar de ter ficado conhecida por uma rede social de humor e de seu súbito crescimento
ser algo recente, pessoalmente acredito que a igreja deveria entrar nessa plataforma. A TikTok é
conhecida como uma rede social de humor para adolescentes e jovens principalmente pela
audiência que atualmente está lá, no entanto se novos usuários com alcance maior começam a
formar parte da rede ela pode sim se tornar “o novo Instagram do momento”, e quanto antes a
igreja chegar, maior probabilidade terá de crescimento e influência.
Youtube:
Depois da Google, o Youtube é o segundo maior buscador na internet, contando com mais
de 1,5 bilhões de usuários mensais. Estudos apontam que 95% da população online brasileira acessa
a plataforma de exibição de vídeos. Apesar de existirem outros sites específicos para transmissão
de vídeos, como Vimeo por exemplo, o Youtube conta com uma estrutura melhor em diversos
aspectos, com muitos recursos disponiveis, como as opções de vídeo privado e não listado.
É uma plataforma mais preparada para uploads de alta definição como 4K, 8K e 16K. Há mais
de 10 anos a Google comprou o Youtube e diversas implementações foram feitas no decorrer desses
anos, levando a rede a se tornar como a conhecemos hoje.
A igreja pode usar seu canal do Youtube para divulgar pregações, estudos, entrevistas,
workshops, conferências, músicas, transmitir o culto ao vivo e fazer os anúncios das atividades
mensais da congregação. O recomendável é transmitir a filmagem do culto completo, porém se você
não conta com uma equipe de filmagem, uma alternativa é gravar o áudio do culto e subí-lo para o
seu canal do Youtube com uma imagem estática com o título da mensagem.
Uma forma objetiva de dividir o conteúdo do seu canal é criar playlists, é possível dividí-las
por temas, na Amor Sin Límites, por exemplo, temos diferentes playlists: pregações em português,
outra só de pregações em espanhol, músicas, testemunhos de conversão e etc.
Pessoalmente creio que poderia existir um agrupamento de playlists, inserir uma playlist
dentro de outra, isso ajudaria na organização de conteúdos em mais idiomas sem ter a necessidade
de criar canais adicionais, quem sabe futuramente isto possa ser uma novidade!
Um recurso sensacional desta plataforma é a possibilidade de inserir links externos no vídeo,
ou seja, links a outros sites que não do próprio Youtube, e para que serve esse recurso?
Para uma infinidade de coisas, por exemplo, uma igreja pode divulgar um evento, e inserir
no vídeo de divulgação o link do site onde é possível fazer a inscrição ao evento; ou um pastor pode
fazer um vídeo divulgando um curso e deixar o link para mais informações; ou ainda para a compra
de um livro ou álbum de música; ou uma campanha de crowdfunding de ação social; ou para a
construção de uma escola no campo missionário; enfim, o fato de ter link com todas as informações
a só um clique de distância do vídeo é excelente, pois favorece bastante o engajamento do usuário
com o vídeo.
Além dos links externos, canais e playlists, outro recurso interessante são as pesquisas, com
a possibilidade de se fazer uma pergunta e ter a resposta do usuário.
O Youtube trabalha muito com sugestões de vídeos, podemos perceber isso quando um
vídeo termina e aparece um outro vídeo sugerido para ser reproduzido, geralmente com o nome
parecido ou do mesmo assunto. Ao embedar um vídeo a um site é possivel evitar isso através de
um pequeno código.
No entanto, melhor do que evitar isso, é redirecionar o internauta para outro vídeo do seu
próprio canal, aumentando o engajamento, para isso existem as chamadas “telas finais”, que
habilitam a inserção de um link a outro vídeo de seu canal.
Em uma série de mensagens, por exemplo, pode ser um recurso interessante, isso no caso
do vídeo não estar inserido em uma playlist, porque se já está em uma playlist, automaticamente
reproduzirá o próximo vídeo da lista.
Para que seu vídeo seja encontrado nas buscas do Youtube é fundamental conferir a
ortografia do título, colocar um nome fácil e curto, e que os usuários realmente tenham interesse
ao ler, para isso recomendo uma breve pesquisa no Google Trends6, além de fazer bom uso das
palavras-chave. A configuração do upload deve ser feita com atenção, desde a descrição do vídeo e
idioma, até a miniatura a ser subida.
É interessante deixar o campo de comentários habilitado, pois para que um vídeo ganhe
mais relevância na plataforma e, consequentemente, passe a ser mais exibido, o combo de número
de usuários inscritos + comentários + likes , funciona bem. Não importa se o comentário é positivo
ou negativo, a plataforma entende que se está tendo interação é porque o conteúdo pode ser
interessante.
Como todo o canal, deve ser administrado com cuidado, a aparência também é importante,
é possível subir uma marca d´água em cada vídeo, dessa forma sempre que suba um novo vídeo já
terá aplicado a logo sobreposta a ele, o que confere um visual mais atrativo ao canal.
Apesar de que a rede permite upload de vídeo em altíssima definição (4K,8K e 16K), não é
recomedável fazê-lo nessas configurações, pois dependendo do serviço de internet do país
dificilmente o vídeo será bem reproduzido se o usuário não tiver uma velocidade de internet muito
veloz, as configurações em HD (1280x720) ou full HD (1920X1080) já são suficientes.
O Youtube oferece a possibilidade de monetizar com mais de mil inscritos em seu canal, ou
seja, diferentes publicidades são exibidas nos seus vídeos e quanto mais exibições destas
publicidades seu canal tenha, mais dinheiro você recebe. Obviamente uma igreja não vai lucrar o
que um Youtuber tempo integral lucra, no entanto, com o tempo esta poderia ser uma fonte de
renda extra para o ministério.
Pessoalmente acredito que no futuro outras redes sociais vão contar com diferentes meios
de monetização, atualmente o cenário não é tão abrangente, mas o Youtube já dispõe dessa função,
assim como o Facebook, que inclusive paga 3x mais que o Youtube, no entanto a FanPage precisa
ter pelo menos 10 mil seguidores para monetizar.
O Youtube não permite o uso de qualquer trilha sonora nos vídeos, muita gente acaba tendo
o seu vídeo bloqueado ou restringido por mal uso da trilha sonora, e esse é um erro bastante comum
e desnecessário.
A plataforma permite somente o uso de trilhas sonoras de autoria do próprio canal ou
músicas livres de direito autorais, e conta também com uma biblioteca de música e efeitos sonoros,
com liberação de uso e gratuita. Estas são boas alternativas para evitar o inconveniente do bloqueio
ou restrição nos seus vídeos.
Para aprender mais detalhes de como usar todos os recursos do Youtube você pode ver
gratuitamente os cursos da escola de criadores de conteúdo, existem diversas aulas que abordam
desde marketing de conteúdo até produção de vídeo:
https://creatoracademy.youtube.com/page/welcome
Podcast:
Talvez o recurso mais buscado em um site de igreja sejam as pregações, por isso o mais
aconselhável é disponibilizar duas alternativas: a reprodução online e o download. Muitas igrejas

6
Ferramenta da Google que mostra os termos mais buscados na web.
dispõe somente da primeira opção, que obriga o usuário a estar conectado à internet. Ainda que
muita gente escute pregações e podcasts online, muitos procuram baixá-las para escutar
posteriormente em algum outro momento ou em outro dispositivo, tendo inclusive a flexibilidade
de estar offline.
Em Amor Sin Límites subimos todas novas pregações a nossa playlist do Youtube, e na
descrição de cada vídeo deixamos o link para download através do SoundCloud. Quando postamos
nas redes sociais, geralmente subimos um vídeo para o Facebook e Instagram com um pequeno
trecho da pregação legendado (muitos usuários utilizam o aplicativo com o som desabilitado), e os
links de reprodução do Youtube e de download do SoundCloud.
É uma forma rápida de mostrar uma parte relevante da mensagem e deixar o usuário com
a curiosidade de ver mais. Sempre informe aos seus usuários os links dos vídeos completos e se
existe a opção de download das mensagens.
Atualmente existem centenas de serviços online de podcast: SoundCloud, Itunes, Ivoox,
Stitcher, Podomatic, Spotify entre outros, o mais recomendável é ter uma conta paga no SoundCloud
e na Spotify e importar o RSS do site para os outros serviços aqui mencionados, dessa forma
automaticamente se atualizam novos podcasts em cada site separadamente, sem a necessidade de
novos uploads, é simples e muito prático.
Não subestime o alcance de uma mensagem através da internet! Com poucos meses
investindo na divulgação de pregações através de diferentes plataformas, tínhamos um alcance
baixo. Cada mensagem tinha uma média de 80 reproduções, porém um dia subimos uma mensagem
sobre perdão que em menos de duas semanas teve mais de 13 mil reproduções, não é um número
muito grande quando falamos de viralização na internet, mas para nós foi um salto enorme!
Imagino quantos relacionamentos podem ter sido restaurados pela decisão de alguém em
perdoar ou pedir perdão, apesar da minha curiosidade, dificilmente vou saber quem nos escutou e
o fruto disso em sua vida.
Uma minoria se toma o tempo de nos escrever para contar, mas já fomos surprendidos
algumas vezes por relatos de pessoas que não nos conhecem pessoalmente, mas nos escutaram
pela internet e queriam nos agradecer porque se sentiam encorajados em momentos difíceis. Esses
feedbacks alegram muito nosso coração e nos inspiram a continuar trabalhando para Deus.
Hoje vivemos uma realidade de alcance que no passado era impossível, podemos ter um
impacto muito maior do que a igreja física dos domingos, temos na web uma ferramenta poderosa
de expansão do reino ao nosso dispor. Imagine quantas viagens e quanto tempo demorava
antigamente para uma mensagem evangelística chegar a um novo povo ou cidade, porém hoje
temos a possibilidade de levar essa mensagem a pessoas de qualquer lugar do mundo
instantaneamente através da internet e devemos explorar este recurso.
Pesquisar no Google Trends os nomes e assuntos mais procurados pode ajudar com que
suas pregações sejam mais relevantes entre os sem igreja.
Pesquisar as necessidades e desafios da sociedade em que vivemos é uma atitude
inteligente. Ao colocar um título mais chamativo ao indivíduo que não é crente baseado em suas
necessidades, estamos facilitando o envolvimento dele com o evangelho.
Creio que era exatamente isso que Jesus fazia ao recrutar pescadores para o ministério
usando a expressão “pescadores de homens”, ou com a mulher samaritana ao falar da água da vida,
e ainda usar exemplos de agricultura quando falava com gente do campo através de parábolas. Se
o título e a maneira como apresentamos a mensagem cativa a atenção e, ainda, é de fácil
compreensão pelo não cristão, o alcance desta mensagem será muito maior.
Bechmarking
É um processo de avaliação empresarial em relação à concorrência, por meio do qual a
companhia que o adota, incorpora os melhores desempenhos de outras empresas, e aperfeiçoa os
seus próprios métodos.
Em outras palavras, é quando uma empresa analisa a concorrência, e como fruto dessa
observação, faz mudanças em seus diversos processos atuais com a intenção de crescer e melhorar,
ou seja, é uma observação que os leva a um aperfeiçoamento.
Sabemos que a igreja não é uma empresa, e também sabemos que outras congregações não
são concorrentes, no entanto, se tomamos o principio de bechmarking como um processo de
melhorias e inspiração, ele pode ser aplicado no contexto eclesiástico, inclusive com mais eficiência,
já que independente de bandeiras denominacionais, estamos todos no mesmo time e lutando por
uma única causa, ou seja, o reino de Deus.
Quando uma companhia compra outra empresa, principalmente quando é da mesma área
de atuação, melhorias acontecem e a uma velocidade surprendente porque existe um facilitador de
compartilhamento de informação. Como agora há uma fusão, já não são mais rivais de mercado
senão parceiros, somam forças e aprendem mutuamente, o mesmo deveria acontecer entre as
igrejas.
Sem dúvidas a comparação é algo terrível, porque nos conduz a um processo negativo para
nossa autoestima, ou nos sentimos piores, ou nos sentimos melhores, sendo que na verdade não
somos nem uma coisa nem outra, somos simplesmente diferentes! Deus repartiu diferentes
características divinas para cada ministro e com cada ministério, o reconhecimento e valorização
disso é a base do bechmarking cristão.
Não se trata de tentar copiar o outro, ou de fingir ser algo que não somos, pois cada pastor
e cada igreja tem sua identidade, sua forma de trabalhar e ministra a um perfil de pessoas que
alcanca mais fácil, sabemos que não funciona querer “usar a armadura de Saul sendo Davi”. A idéia
desse processo não é um xeróx, mas uma inspiração, como resultado de um aprendizado.
Como pastor não posso ter uma auto estima tão baixa, a ponto de não crer que o ministério
que Deus me confiou possa inspirar a outros, e da mesma maneira não posso me tornar orgulhoso
a ponto de pensar que não tenho nada para aprender com os demais, me tornando auto suficiente.
Estar atento ao que outros ministérios estão fazendo, me inspira a crescer e provar novas
coisas em Deus. Aprender de outros, ver como diferentes culturas de igreja funcionam,
compreender qual a dinâmica que adotam, ler livros, participar de seminários, se capacitar, ir a
retiros de pastores, tudo isso favorece o compartilhamento de experiências e aprendizado.
O dia no qual eu deixar de aprender deixo também de crescer, por isso devo conservar não
só na minha vida pessoal, mas na vida da igreja esse espírito de aprendizado constante. Creio que
no que se refere às redes sociais podemos nos inspirar em outras igrejas e ministérios e contribuir
mutuamente para o crescimento uns dos outros.
O que a igreja pode postar nas redes sociais?

Essa é uma dúvida muito comum entre aqueles que querem crescer e ganhar influência
online. Ao não ter uma grade de planejamento pré estabelecida, a maioria das igrejas cai na
monótona rotina de postar somente duas coisas: algumas fotos do último culto e um convite para
o culto seguinte, e nesse ping-pong se torna difícil envolver o público sem igreja.
As redes socias mais recomendadas para as igrejas são: Facebook, Instagram e Youtube, que
são excelentes canais para explorar. Em nossa igreja, além destas, também usamos Twitter,
SoundCloud, Spotify e TikTok. Também utilizamos Google Maps e Google My Business que são
excelentes ferramentas.
Existe uma infinidade de opções de conteúdo, por exemplo: músicas próprias, pregações,
estudos, testemunhos, avisos, fotos, artes, animações, curiosidades bíblicas, entrevistas, culto ao
vivo, webinars de diferentes assuntos, versículos, frases de impacto ou motivacionais, pesquisas,
notícias e muitos outros temas.
Em Amor sin límites temos uma estrutura de posts variados:
- Pregação
- Fotos
- Vídeos
- Versículos
- Verdade universal: uma frase de impacto (não bíblica), mas que comunica verdades bíblicas e são
amplamente aceitas pelos sem igreja
- Curiosidades bíblicas
- Live do culto
- Entrevistas
- Músicas
- Versículos que abençoam cidades, e que relacionamos a Buenos Aires
- Convites para o culto
- Divulgação dos pequenos grupos (GBO)
- Estudos bíblicos
- Mini vídeo de 30 segundos com pequenas partes do culto
- Eventos
Sempre será mais interessante pensar num conteúdo propenso a viralizar, as vezes uma
frase de impacto que funciona como uma “verdade universal” pode ter mais visibilidade, porque as
pessoas tendem a compartilhar mais esse tipo de post do que as fotos da igreja.
Dessa maneira a página da igreja será visualizada por mais pessoas e consequentemente os
que tiverem interesse irão buscar outros conteúdos como as fotos dos cultos. Estes posts que
servem como “iscas” são muito relevantes para gerar interações na página.
A melhor maneira de organizar os conteúdos dos posts é ter um calendário mensal e deixar
os posts previamente agendados (o Facebook permite agendar até seis meses de postagens), os
posts que não podem ser agendados, como por exemplo as fotos de um culto que ainda não
aconteceu, serão postados na data.
Esta é a maneira que trabalhamos na Amor Sin Límites, mantendo a frequência de pelo
menos um post por dia, nos baseamos no nosso cronograma mensal de posts. É importante manter
uma linha de tempo de postagem coerente, não tem muito sentido postar as fotos de um evento
muito depois da realização do mesmo, ou anunciar um evento muito perto da data, são erros que
podem ser evitados se organizamos as atividades com antecedência.
Postar notas de falecimento dos membros ou de aniversário nas redes não é nada
estratégico quando pensamos em evangelismo, comunicados dessa natureza devem ser informados
por outros meios de comunicação que não sejam públicos, como, por exemplo, uma lista de e-mail
dos membros, ou uma intranet para quem já é da igreja.
Para conseguir uma comunicação fluida e clara é importante separar as informações
destinadas a quem já é da igreja das informações destinadas aos que ainda não a conhecem. A
abordagem e o foco da mensagem muda de acordo ao público.
Um conteúdo que subimos constamente às nossas redes sociais e que geram excelentes
feedbacks são os mini vídeos, que chamamos de “domingos em ASL” (Amor sin límites). São vídeos
curtos, de 30 segundos, com pequenas partes do culto editadas de uma forma bem dinâmica e
objetiva. Esse tipo de material permite que o visitante online veja um pouco do culto.
O sentimento predominante que uma pessoa sem igreja tem ao visitar uma igreja é o medo,
pois de alguma maneira ela teme se sentir deslocada ou exposta, porém ao ver um vídeo que lhe dá
um pequeno vislumbre do que acontece na reunião, ela provalvelmente terá mais coragem para
visitar a igreja.
Quando as pessoas já conheceram seu ministério virtualmente, isso favorece que elas deêm
o passo de se aproximar fisicamente para conhecer.
Atualmente temos na pessoas na igreja que vieram através do Twitter, Facebook, Instagram,
Youtube e Google maps, além obviamente dos convidados de membros da igreja, mas o interessante
é que dessas pessoas que chegaram através das redes sociais muitas disseram ter a sensação de
familiaridade, pois já conheciam as pessoas da igreja, tinham visto vídeos de nossa história e tinham
ouvido diversas pregações, e essa interação virtual amenizou aquele “receio” da primeira visita
presencial.
Quando falamos de redes sociais, acredito que a organização deve ser aliada à criatividade
da equipe, do contrário o planejamento ficará manco, e já se sabe que quem falha no planejamento,
planeja fracassar.
O desafio de delegar: controlar ou crescer?
Ou controlamos ou crescemos, fazer ambas coisas é impossível. Escutei essa frase muitos
anos atrás e ainda hoje ela me impacta pela verdade que carrega consigo: é impossível crescer
controlando tudo! Se realmente desejamos crescer, é necessário delegar, e fazê-lo dando
autonomia de execução e decisão de tarefas às pessoas a quem delegamos.
Muitos pastores querem crescer quando falamos de investir no conceito visual da igreja
através dos meios online, mas não querem abrir mão do controle, então claramente têm resultados
limitados e de curta duração.
Se você verdadeiramente quer crescer, é preciso delegar essa área a profissionais de design
e publicidade, do contrário será um desperdício de tempo, dinheiro e você terá voluntários
frustrados por estarem engessados no processo criativo.
Quando falamos de marketing aplicado ao contexto eclesiástico, na maioria dos casos todo
o processo fica nas mãos de alguém sem conhecimento profissional, geralmente o pastor ou equipe
pastoral, e o resultado fica muito aquém do que poderia ser.
O responsável por essa área na igreja deve ter sólidos conhecimentos e ser realmente um
profissional, essa é a melhor forma de administrar as finanças sem gastar dinheiro excessivo e
desnecessário na área de comunicação visual, porém a falta de conhecimento, o medo de arriscar,
e de delegar geralmente produzem maus resultados e gastos desnecessários e excessivos.
O objetivo deste livro não é transformar pastores em publicitários, designers e gestores de
tráfego. Um profissional estuda muitos anos para ter a bagagem técnica e conceitual da área, além
da experiência de trabalho que lhe dá conhecimento e habilidade, o propósito do livro é lhe dar uma
visão geral da área, e de como é possível estruturar esse ministério.
Muitos defendem que designer “de verdade” tem que ser formado em design. Eu discordo,
apesar de eu ter formação universitária em design, pois já vi muito designer formado com trabalhos
amadores, e já vi muita gente autodidata que, independente de ter feito uma universidade, correu
atrás de informação e poderiam dar aulas em qualquer faculdade de design sem ter se formado, são
donos de um portfólio incrível!
O que define se uma pessoa é amador ou designer de verdade não é o título profissional em
si, mas a atitude profissional e a qualidade do trabalho.
A maioria dos cursos de design não ensina a parte operacional dos programas, 90% do curso
é puro conceito, matérias como estética, produção e análise da imagem, tipografia, antropologia,
metodologia do projeto e semiótica, envolvem muito mais a parte teórica que fornece conceitos
que sustentam a parte operacional do processo de criação. Saber a parte operacional (usar os
sotfwares) é importante, mas não faz da pessoa um designer.
O fato de uma pessoa se considerar apta a desenvolver uma atividade, a impede de buscar
ajuda. Infelizmente, embora alguns pastores não considerem que precisam de ajuda para
desenvolver o marketing da igreja, eles realmente precisam! E como!
Alguns pastores alegam que já tem uma igreja grande e portanto não precisam de marketing
digital, esses casos são os mais tristes, porque ao ser uma igreja grande teriam condições de
expandirse virtualmente de uma forma diferenciada alcançando os sem igreja da cidade.
A experiência pastoral não é a mesma coisa que a experiência com publicidade, design e
marketing. Muitas igrejas com talentos de sobra entre os voluntários têm um marketing amador
por não delegar o trabalho aos profissionais. Para os pastores, delegar a tarefa de cuidar da imagem
institucional da igreja é uma missão difícil por se preocuparem muito com a reputação e imagem
dela. Realmente delegar a alguém é abrir mão do controle, e isso é dificil, mas extremamente
necessário.
No ministério de louvor das igrejas, quem normalmente escolhe as músicas, o tom, o ritmo,
a introdução, e a escala dos músicos e novos integrantes, é o indivíduo que fica responsável pelo
ministério, na área de comunicação precisa acontecer da mesma forma, com a mesma autonomia.
Sem liberdade a criatividade é tolida. Se delegamos a criação de um projeto a alguém mas
antes de imprimir “o pastor tem que aprovar a arte” não delegamos realmente. Se após a finalização
do projeto, se solicita ao designer mudar a cor, a forma, trocar as fotos e fontes, além de outras
alterações baseadas no “gosto”da liderança da igreja, dificilmente o ministério de comunicação da
igreja se desenvolverá de forma profissional.
É claro que neste processo é muito importante entender que existe uma hierarquia de
autoridade e uma visão pastoral que direciona toda ação da igreja, a autonomia que se dá ao
designer ou outro profissional não está em deixá-lo definir o que se deve fazer, mas em dar-lhe
liberdade de criação para usar seus conhecimentos profissionais visando justamente alcancar da
maneira mais efetiva a visão da igreja.
É uma via de mão dupla, o pastor precisa delegar e dar liberdade ao voluntário, este por sua
vez precisa se submeter à autoridade e visão da igreja. É impossível trabalhar com pessoas rebeldes
em qualquer área da igreja, sempre terão uma atitude crítica, e tratarão de ir contra uma
orientação, então se torna inviável essa via de mão dupla.
Sem dúvidas o delegar com liberdade é necessário, mas deve acontecer num processo de
provar o coração do voluntário. Como ele reage frente a uma orientação? Frente a uma objeção?
Frente a um pedido? Como ele se relaciona com as outras pessoas da igreja e da equipe? Tem um
coração submisso? Respeita autoridade? É alguém responsável? É reativo? É emocionalmente
maduro ou quando sua idéia não é acatada se rebela? É competitivo? Tudo isso deve ser
considerado para que se encontre a pessoa e a equipe correta a quem delegar.
Prove as pessoas no pouco, e só se corresponderem terão oportunidades no muito, isso é
bíblico e foi uma grande lição que aprendi a duras penas nos primeiros anos do ministério. Lembre-
se, quando encontrar estes voluntarios fiéis, dê a liberdade que eles precisam no processo de
criação, assim a igreja poderá se desenvolver com qualidade nesta área.
Já entendi que devo delegar, mas a qual profissional?
A área de comunicação visual engloba diversas profissões e cargos como: diretor de arte,
designer, analista de comunicação, publicitário, redator, diretor de fotografia, webdesigner,
videomaker, animador, storyboard, diretor de criação, ilustrador, marqueteiro, RP entre outros. A
pergunta é: qual profissional eu devo contratar?
O melhor resultado que a igreja poderia ter seria a integração dos profissionais de
marketing, publicidade, design e rádio e TV, porém cada igreja tem uma realidade ministerial e
financeira que a diferencia das demais. Por isso é fundamental entender bem a diferença dos
profissionais que atuam em conjunto, e com base nisso decidir quem contratar.
O profissional que é especializado em marketing, tem o conhecimento para estruturar todo
o processo comercial de um produto, desde a concepção, criação, desenvolvimento,
posicionamento, lançamento, sobrevivência, estabilidade, ascensão e declínio do mesmo.
O marqueteiro estuda os possíveis clientes, os nichos de mercado e suas peculiaridades, a
mentalidade do consumidor, as tendências, exigências, novas oportunidades de negócio e
distribuição. O sinônimo de marketing é muito mais do que simplesmente “vendas” ou “estratégias
de vendas”, é fazer um “raio-x” completo do consumidor para conquistá-lo e conseguir informações
importantes para concepção de produtos e serviços.
Contudo, o problema é que muitos marqueteiros se auto-intitulam designers e publicitários,
e se aventuram a executar layouts e peças gráficas ao invés de focar nas tarefas pertinentes à sua
profissão. É como os pilotos de fórmula 1, obviamente eles tem uma noção de mecânica, porém se
esforçam em aperfeiçoar sua habilidade que é a de pilotar um carro.
Um marqueteiro que acaba desenvolvendo peças gráficas na verdade é como um piloto de
fórmula 1 que tenta montar um motor ao invés de somente conduzir o carro.
Creio que uma das grandes diferenças entre designers e publicitários, é que os publicitários
têm mais experiência em copy, ou seja, na criação de slogans, textos e anúncios. Já os designers
têm mais experiência em criar a identidade visual e suas aplicações em diferentes peças gráficas.
Também existe o profissional de RP, que vem para aprimorar e executar o planejamento de
marketing. O marketing sabe o que precisa fazer (um evento de lançamento, por exemplo), o RP
sabe como torná-lo viável.
Muita gente confunde a palavra “designer” com “design”, já vi citações das duas palavras
no mesmo sentido, porém não são sinônimos. Design é a atividade e designer é o profissional que
executa a atividade, como engenharia e engenheiro, medicina e médico.
O designer não é um executor de pedidos e tarefas, mas sim um pensador, um arquiteto de
informações, que cria soluções gráficas. É o profissional que aplica leis visuais e gráficas na criação
de uma imagem. O designer não somente sabe desenhar, mas sim o que deve desenhar!
Mas o que é que o tal do designer sabe que eu (pastor) não sei?
Na verdade o designer não trabalha para desenhar uma idéia pré-estabelecida pelo cliente,
mas para descobrir o que desenhar visando trazer o resultado que o seu cliente deseja. Ninguém
melhor do que o designer para definir como será a marca, seu formato, tamanho, cores, tipografia,
e o desenho que será realizado. Mas lembre-se de que ele é um pensador, e não um mero executor!
Muitos relutam em contratar um profissional pois pensam que este processo está
relacionado com seu gosto pessoal, sendo assim acreditam que se eles gostam, seus clientes
também irão gostar, mas na verdade o gosto não deve ser o fator determinante de um projeto
gráfico. Como diz o ditado popular “gosto não se discute.”
Todos nós acreditamos entender um pouco de design, porque acreditamos que seu conceito
tem a ver com gosto. Mesmo quem nunca estudou tipografia, psicologia das cores, forma, textura,
harmonia, semiótica, estética entre outros assuntos, geralmente tem uma forte opinião gráfica,
ainda que sem argumentos realmente profissionais. Enquanto todos acharem que entendem do
assunto, jamais valorizarão um profissional!
Quando um paciente explica seu problema ao médico, este passa a examiná-lo, e faz
diversas perguntas referentes aos sintomas para ter condições de fazer um diagnóstico correto
(briefing dos designers), e por fim dar o tratamento adequado ao paciente.
Na área de comunicação visual “os pacientes” só querem que “o doutor” lhes dê a receita,
pois os remédios e o diagnóstico eles mesmos querem escolher!
O gosto pessoal, ao ser algo tão particular, se encontra arraigado dentro do ser humano, e
na área de design os clientes e os designers precisam entender que não devem pautar uma peça
gráfica meramente em seus gostos pessoais, pois se o objetivo é despertar interesse nas pessoas e
estas por sua vez não tem o mesmo gosto, como alcancar este objetivo?
Na comunicação visual existem padrões, regras, teorias e leis que auxiliam todo o processo
de criação, como por exemplo, as leis da Gestalt (escola de psicologia experimental que realizou
intensas pesquisas sobre a percepção do homem sobre as formas, o termo Gestalt tornou-se
sinônimo de “boa forma”).
Vários padrões visuais formam parte de uma estrutura visual que compõe uma imagem, por
isso ao criar uma peça gráfica, o gosto não é o guia, é somente um fator adicional em um processo
bem mais complexo que se baseia em fatos, e padrões visuais que não tem nenhuma relação com
a preferência artística pessoal.
Além do conhecimento técnico, o profissional tem o plus da experiência. Ao ter experiência
no mercado, o designer pode prever situações que o amador desconhece e realizar um trabalho
muito melhor por um preço muito mais justo.
Não existe nada melhor para a igreja neste contexto do que ter profissionais da área ativos
no mercado de trabalho, dentro de multinacionais e atualizados com novas técnicas, processos e
tecnologia.
Muitos recursos poderiam ser implementados na gestão da igreja se a mesma soubesse
valorizar e empoderar os voluntários com liberdade de criação e autonomia de decisões.
Se as igrejas têm voluntários capazes e talentosos para dar os resultados que os pastores
tanto desejam, por que descartá-los? A a única opção que resta são as agências de publicidade, que
são caríssimas e muitas vezes são também inflexíveis.
Algumas empresas denominadas “cristãs” atendem somente a igrejas prestando serviço de
design, propaganda e multimídia, pessoalmente acho uma roubada enorme, é o caminho mais
rápido e certeiro de frustrar os voluntários da igreja que podem e querem servir, além de jogar
dinheiro no lixo.
Nenhuma empresa vai desenvolver o marketing da sua igreja com o mesmo coração que
um voluntário que é “filho da casa”, a empresa que oferece os serviços para sua igreja também
oferece para várias outras igrejas, logo não será um serviço diferenciado, mas meramente uma
transação comercial, onde você lhes dá dinheiro e em troca eles fazem o que você não sabe fazer.
Nada se compara com voluntários, além de custo financeiro zero, eles tem seu coração pela
igreja, é o sentimento de casa, nada melhor que voluntários dispostos a arregaçar as mangas, pensar
e executar ideias para igreja; ao contratar uma empresa pra fazer a comunicação visual da igreja
você colhe 3 coisas tenebrosamente ruins: sepulta a motivação dos voluntários criativos da sua
igreja em servir e ser parte, sepulta o seu próprio crescimento no processo de formar equipe, confiar
e delegar, e por último ganha um serviço raso que é meramente funcional sem tempero próprio,
sendo somente fruto de mais uma transação comercial.
Uma forma de manter seus voluntários motivados, é presenteá-los com livros, conferências,
cursos, e outras ações que além de capacitá-los também comunicam gratidão ao investimento de
tempo deles no ministério.
A motivação vem do sentimento de ser parte de algo grande, e isso desperta um senso de
responsabilidade e compromisso que leva as pessoas envolvidas a dar o melhor de si em favor de
uma missão.
Freelas & voluntários
De nada adianta ter a melhor estratégia do mundo se não temos condições de executá-la.
Para que a igreja possa avançar nesse processo visual, necessitará de pessoas para executá-lo, seja
contando com um único voluntário ou contratando diferentes freelancers.
O primeiro passo para estabelecer qualquer objetivo com a igreja deve ser conhecê-la
profundamente. Coletar dados importantes de seus membros e visitantes, informações que
forneçam uma noção clara e profunda da vida de quem participa de sua visão, e isto é a chave para
a comunicação interna.
Se você está apenas dando os primeiros passos como igreja nas mídias e com sua identidade
visual, e não conta com muitos profissionais em sua igreja, nem tem um grande orçamento para
investir, pode iniciar uma equipe recrutando voluntários.
Algumas execuções necessariamente precisarão de profissionais, porém a igreja pode por
exemplo contar com um grupo de voluntários não profissionais para tirar fotos e fazer filmagens
dos cultos.
Como mencionado, se a igreja pode investir na capacitação destes voluntários, com
palestras e cursos terá um resultado ainda melhor. Se você não conta com a equipe ideal, talvez seja
necessário começar de alguma maneira. Creio que Deus coloca dentro de nossa igreja todo o
potencial que necessitamos para cumprir a visão que nos deu. Comece dando espaço aos seus
voluntários e capacitando-os, você poderá se surpreender com os resultados.
A igreja pode montar aos poucos um banco de imagens próprio com seus voluntários, ao
longo dos anos é possível ter um amplo acervo de fotos, vídeos, música e vetores disponíveis para
o ministério, e o melhor de tudo: de sua própria autoria.
Se sua igreja se encontra no estágio inicial deste processo visual, existem diferentes recursos
que podem lhe ajudar a aplicar os princípios aqui apresentados em seu ministério, um deles é
contratar diferentes freelancers através da internet, existem muitos sites específicos para isso, um
deles é o workana.com.
Este é um site gratuito onde você pode publicar seu projeto e recrutar diferentes
profissionais para executá-lo a um preço justo e acessível. O processo é muito simples e
descomplicado. Primeiro você se cadastra e posta sua necessidade, por exemplo: “Preciso de um
designer com sólida experiência (comprovada) em criação de logomarca e suas aplicações básicas”.
Então vários usuários da página vão se condidatar ao trabalho, e fazer suas propostas de
orçamento e prazo. Neste processo você também pode pesquisar por profissionais cadastrados no
site e convidá-los a fazer uma proposta para seu projeto. Antes de escolher o profissional analise o
curriculum, portfólio, formação profissional, leia as recomendações e verifique quantos projetos o
profissional já fez pela plataforma. Além do orçamento, veja a data de entrega do projeto.
Uma vez que você aceita a proposta feita, você paga ao Workana, eles retém esse
pagamento e só liberam ao freelancer quando você autorizar e confirmar que o trabalho está
devidamente finalizado.
É seguro para os dois lados, para quem contrata porque o pagamento só é liberado quando
se aprova a entrega, e para o freelancer uma vez que apesar de só receber o pagamento ao finalizar
o trabalho, ele tem essa garantia uma vez que o cliente paga antecipadamente para a plataforma,
além de ter a motivação de finalizar o quanto antes para receber o dinheiro.
Você também pode pesquisar outros sites que trabalham com a mesma metodologia para
contratar freelancers para realizar seus projetos. Essa é uma excelente opção para igrejas que não
possuem profissionais contratados nesta área e nem tem voluntários.
Não ter voluntários profissionais na igreja não é desculpa pra não profissionalizar a
comunicação visual dela, e se você ainda não tem voluntários pode contratar a preço de banana
(quase literalmente) freelancers através da internet, mas definitivamente não tem porque você que
é o pastor ficar atualizando o site e as redes sociais, além de ficar tentando criar diferentes peças
gráficas, pagando valores simbólicos consegue que freelancers trabalhem pra você até que tenha
voluntários na igreja.
Porque investir em videos?
A seguir listo uma série de razões pelas quais é recomendável fazê-lo:

- Mais de 80% do tráfego de internet mundial é por meio de vídeos (Dados da Cisco).
Essa é uma porcentagem impressionante! Não produzir vídeos, será basicamente desperdiçar a
visibilidade da maior “vitrine” da comunicação online.
- O Youtube é o segundo buscador mais acessado do mundo, perdendo somente para a Google.
Ao escolher adequadamente o nome do vídeo, bem como as palavras chave, certificando-se de que
o video tenha boa qualidade e as configurações estejam devidamente corretas, a igreja se coloca no
principal buscador online de videos podendo alcancar grande influência através deste meio.
- O Youtube é o terceiro site com mais visitas, perdendo somente para a Google e Facebook.
- Grandes empresas atentas ao futuro da web já investiram no dominio .tv
A tendência é que tenhamos cada vez mais webtvs e a igreja pode acompanhar essa tendência.
- Os vídeos são potencializados através das redes sociais. O conteúdo compartilhado através das
diferentes mídias sociais, proporciona o engajamento das pessoas e espalha a uma velocidade maior
a mensagem dos vídeos.
- A produção de vídeos para as mídias tem um custo muito menor se comparado à TV e alcança uma
quantidade maior de visualizações.
- Os vídeos permitem uma participação (interação) mais forte do usuário com a marca.
- Pode-se segmentar os vídeos especificamente a um grupo de usuários. Conhecendo o público alvo
é possível desenvolver um video com conteúdo direcionado e focado a determinado tipo de
pessoas.
- A empresa Axonn Research descobriu que 7 de cada 10 pessoas olham para as marcas de uma
forma mais positiva depois de ver um vídeo sobre a empresa.
Para ter resultados não basta somente produzir um vídeo atrás do outro, mas contar com
um profissional para criá-los. Existem diversos fatores técnicos na hora de rodar um vídeo que serão
ignorados por um amador, como planos cinematográficos, enquadramento, movimentos de
câmera, iluminação, e outros aspectos que influenciam muito na qualidade. Daí a necessidade de
um profissional, para realmente alcancar resultados de verdade.
As câmeras
Muita gente se pergunta qual câmera uma igreja deveria comprar para começar a produzir
vídeos. A resposta mais objetiva à uma pergunta tão ampla é: depende!
Depende principalmente do seu orçamento, e do uso ao qual se destinará a câmera
(filmagens, fotografia ou ambos), isso irá definir o que é importante que a câmera tenha e o que
não. Portanto antes de escolher o equipamento tente responder as seguintes perguntas:
1) Qual é meu orçamento?
Nem sempre o equipamento mais caro é o melhor, o lançamento de hoje “amanhã” deixa
de ser novidade, e o mercado tecnológico avança com uma velocidade incrível! Antes de tudo
estabeleça uma faixa de preço que se adapte à sua realidade, depois disso analise as especificações
técnicas das câmeras que estão dentro desta margem de orçamento, lembre-se que também é
provável que você precise complementar com acessórios como lentes, tripé, case, chroma key e etc.
2) Para qual uso se destinará o equipamento?
Você pretende fazer trabalhos amadores ou profissionais? Deseja filmar ou tirar fotos? As
fotos serão feitas em estúdio ou externas? Se pretende realizar vídeos, você vai precisar capturar o
áudio com boa qualidade? Vai fazer filmes para o cinema ou para o mercado publicitário? Utilizará
a câmera para eventos?
Ter estas respostas lhe ajudará a perceber o que é a prioridade na hora da compra:
qualidade ou velocidade? praticidade ou complexibilidade? Filmagem ou fotografia? Ambas? Ao
definir o uso da câmera você saberá quais são as ferramentas necessárias para aquela determinada
situação.
Quando se fala em câmeras, vale a dica de não comprar uma “Ferrari” se você só sabe dirigir
um “Fusca”, a habilidade do piloto é que ganha a corrida, e não a marca do carro! É importante
adquirir uma câmera que seja compatível com suas habilidades de usá-la ou de sua equipe.
Comprar uma câmera usada pode ser uma boa opção se você conta com um orçamento
mais reduzido, porém lembre-se de testar e verificar que o produto esteja em boas condições, já
que neste caso você não contaria com a garantia.
Algumas dicas práticas ao momento de escolher uma câmera para produção de vídeos e
conteúdos para as mídias:
– Priorize câmeras de 3 CCDS ao invés de 1 CCD, quanto maior a quantidade e o tamanho
do chip eletrônico (CCD) melhor será a imagem.
– Escolha câmeras que filmam em Widescreen (16:9) o modo 4:3 está desaparecendo cada
vez mais (este número se refere à proporção da imagem na tela).
– Priorize câmeras com cartão de memória, fita já é ultrapassado e não se utiliza mais. Uma
das inúmeras vantagens do cartão é poder capturar numa velocidade não linear, na fita se você
filmou 30 minutos vai ter que esperar 30 minutos para capturar.
– Procure câmeras com controles manuais de funções vitais como: exposição, níveis de
áudio, foco e balanço de branco.
– Veja qual é a entrada de áudio da câmera e escolha preferencialmente entradas XLR, se
sua câmera tem somente a entrada “mini stereo mic” (P2) compre um adaptador para XLR, vale a
pena porque isso altera muito a qualidade do som.
– Verificar a taxa de lux, que é a capacidade para filmar com pouca luz também é
fundamental.
Muitos fabricantes não dizem exatamente a verdade sobre o produto que vendem quando
a questão é a taxa de lux, muitos inflam um pouco a potência real, por isso converse com outros
profissionais e leia muito sobre o produto antes de adquirí-lo.
Câmeras DSLR são basicamente para fotos, elas permitem filmar, mas é importante lembrar
que essa é uma função secundária e que é preciso estar atento às entradas de áudio. Embora já
exista DSLR com formato 8K e modelos famosos por uma boa qualidade como a 7D e a 5D (mark III),
esse tipo de câmera (DSLR) ainda sofre com superaquecimento, têm curto tempo de gravação
contínua (algumas só gravam até 12 minutos) e vários outros problemas que as tornam inadequadas
dependendo do modelo para filmagens longas.
Uma vantagem destas câmeras é que elas são muito mais econômicas que as câmeras como
a Red One ou a Alexa da Arri, porém com todos os acessórios necessários para uma grande produção
e com jogo de lentes completo para um roteiro profissional não saem tão econômicas, ainda assim
é uma boa opção para quem deseja começar no cinema e produzir curta-metragens.
Um diferencial delas é que por serem pequenas e bem mais leves que outras câmeras
profissionais, ou mesmo semi-profissionais, podem ser acopladas a um drone controlado por
controle remoto, e realizar filmagens aéreas por preços muito mais econômicos do que seria locar
um helicóptero. Algumas empresas como a “Altitude Shots” têm equipes especializadas para filmar
com esse tipo de equipamento.
A Canon 5D é uma outra opção muito boa para fotografar e filmar. Ela tem uma curva de
luz maior e é full frame, o preço é um pouco mais caro que a T3i e a 7D, mas também oferece
algumas vantagens, a 7D exige um cuidado maior para filmar de noite, se não possuir um bom
cinegrafista a imagem pode ficar granulada. Contudo, já na 5D esse problema foi contornado e a
câmera foi usada inclusive na produção de seriados norte-americanos.
Dentre as DSLR, a canon T3i é uma opção bem mais econômica se comparada com os
modelos já citados e com as novas versões como a T5i, T6i e T7i, oferece uma qualidade excelente
para filmar e não existe grande diferença em vídeo em relação à 7D. A T3i, filma em 24p
(progressivo), Full HD (1920×1080) e oferece balanço de branco, foco e exposição manual e ainda
permite adaptar um XLR no P2 dela.
A Canon T4i foi lançada pouco depois da T3i mas aparentemente não vale a diferença de
mais de R$500,00 reais com o modelo anterior (T3i). Uma das maiores novidades da T4i é o foco
automático, porém na T3i é possível utilizar o follow focus e observando a cena pelo viewfinder
acoplado o foco automático não seria tão necessário, desde que a cena seja planejada. A Canon
têm também modelos mais avançados como a T7i, altamente recomendável e a um preço acessível.
Outra boa opção é a NEX FS100N da Sony que entrou no mercado para competir com a 5D.
Outras opções seriam as filmadoras da linha EX (XDcam) da Sony (com preços mais caros que as
DSLR), e a Red One, que seria uma câmera muito mais cara, porém com excelente qualidade de
imagem, embora revele carecer de negro na imagem, pois sua escala de cinza (números de stop) é
um pouco limitada, para corrigir isso pode-se utilizar o seu software de ingest e correção de cor (Red
cine x).
O software parece ser mais incrível do que a própria filmadora! Câmeras como esta e a Alexa
da Arri têm uma qualidade de imagem tão grande que muitos maquiadores profissionais de cinema
e vídeo foram obrigados a reaprender a maquiar uma vez que a nitidez da imagem é muito alta.
Hoje em dia fala-se também na qualidade das filmagens com iphones e alguns até
comparam estes vídeos com os de câmeras profissionais, porém a o iphone está muito atrás de
qualquer DSLR ou mesmo de uma câmera compacta quando se fala de qualidade de imagem,
controles manuais, foco, e etc, apesar de que os nvos modelos estão cada vez mais aperfeiçoando
as lentes e os controles manuais.
Da mesma forma não podemos comparadar DSLR com câmeras como a Red One e a Alexa,
as DSLR são câmeras de fotos que também filmam, possuem uma qualidade muito boa, mas têm
limitações no áudio e apesar da qualidade de imagem ser muito boa, não podem ser comparadas
com câmeras profissionais que foram desenvolvidas exclusivamente para filmar e saem
infinitamente mais caras.
Uma opção antes de comprar o equipamento seria alugar algumas câmeras e testá-las,
dessa forma é possível experimentar o comportamento delas em diversas situações, e após ter tido
uma vivência com elas, escolher o modelo.
Orçamento
Investir nas redes sociais e na imagem institucional da igreja, demandará um investimento
financeiro, no entanto esse custo é exatamente isso, um investimento, e não um gasto. Rick Warren
menciona em seu livro “Uma igreja com propósitos” que os primeiros anos da igreja devem ser os
que mais se investe em publicidade porque é justamente o período no qual a igreja mais precisa de
divulgação.
Com o passar dos anos, os próprios membros irão trazer os amigos sem igreja, mas no início
isso é mais difícil e a igreja pode utilizar algumas estratégias de publicidade para conseguir alcançar
o não crente.
O investimento pode ser diversificado entre mídias offline (ou print) e mídias online. As
mídias offline incluem tudo o que for impresso: cartão de visita, banners e folders entre outros, e a
mídia online inclui sites, redes sociais, vídeos e app entre outros. Uma boa estratégia é direcionar
cerca de 80% do orçamento nas mídias online.
O orçamento destinado às redes sociais e mídias impressas vai depender da realidade
financeira de cada igreja e deve-se adequar à sua realidade, porém sempre será interessante ter
algum valor mensal destinado a isso, e sem dúvidas a maior parte para o online.
O importante é entender o gerenciador de anúncios e tráfego pago tanto no Facebook como
no Instagram, do contrário é queimar dinheiro às cegas. Contratar um gestor de tráfego pode ser
uma excelente opção.
Curso “A igreja relevante nas redes sociais”:
Se no decorrer da leitura você se sentiu um pouco perdido com tantos termos técnicos, ou
se deseja aprender como trabalhar com as ferramentas mencionadas de forma prática, você pode
se inscrever na lista de espera de nosso curso online “A igreja relevante nas redes sociais”, disponível
no site www.rodolfomiro.com .
O curso contém uma série de vídeo aulas que mostram o passo a passo de como fazer um
anúncio no Facebook, como criar um público, princípios de design de maneira detalhada, como
trabalhar com as diferentes redes sociais e diversos outros pontos abordados no livro, porém com
a facilidade de visualizar na vídeo aula o passo a passo dentro de cada ferramenta.
Acredito que o melhor do curso não é somente aprender de forma mais prática a usar as
ferramentase recursos disponíveis para a igreja (apesar de que isso também é abordado), mas
descobrir um processo de marketing digital voltado para a igreja evangelizar e colher resultados
reais na vida offline.
Para mais informações sobre produção de vídeo visite o site www.triboaudiovisual.com
onde encontrará diversos cursos de edição de vídeo e photoshop.
O mais importante nesse processo de inclusão e desenvolvimento de sua igreja nas redes
sociais, é que você identifique o que se aplica, ou não, ao seu ministério, assim será possível traçar
um plano, visando não somente estar presente nas redes sociais, mas ter relevância e influência
através delas.
Não deixe de ler o apêndice deste livro e as dicas que estão lá, muitas das informações desta
seção valem ouro.
Lembre-se: Deus te deu uma identidade única, tanto pessoal como no ministério, use-a a
favor do reino de Deus, as ferramentas e a tecnologia são somente instrumentos que estão ao seu
dispor, não se deixe limitar com o pensamento de que “é muita informação”, você consegue sim
aprender, de fato você é muito mais capaz do que pensa! Espero de todo meu coração que essa
leitura tenha te ajudado e que as ferramentas apresentadas aqui sejam de grande utilidade para o
avanço da igreja e do Reino de Deus.
Apêndice:
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Dafont - Site gratuito de tipografia
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graphicriver.net - venda de vetores
videohive.net - venda de projetos de After Effects editáveis
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masterclass.com – site em inglês com diversos cursos de primeiro nível com os melhores do mundo
em cada área de atuação, nessa página é possível estudar cinema com Martin Scorsese, por
exemplo.
lynda.com – plataforma de ensino à distância em inglês, diversos cursos das mais variadas áreas a
um preço justo.
dapulse.com - gestão de tarefas e projetos online
creationswap.com - site de recursos audiovisuais e design voltado para igrejas
churchmediadrop.com - site de recursos audiovisuais e design voltado para igrejas
triboaudiovisual.com – Meu site de cursos de edição de vídeo e photoshop.
amorsinlimites.tv – Site da igreja Amor sin límites em Buenos Aires, onde você pode acompanhar o
que estamos fazendo no ministério.
rodolfomiro.com – Meu site pessoal onde você pode se registrar pra lista de espera da próxima
turma do workshop online “A igreja relevante nas redes sociais”.
Considerações finais

Para contactar o autor escreva para rodolfo@rodolfomiro.com


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Seria muito legal saber que resultados práticos você teve em seu ministério aplicando as dicas de
marketing desse e-book e do nosso curso online.

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