Paroquia Nsa Sra Brotas - 190 Anos Uma História de Fé e Devoção

Paróquia
Nossa Senhora
de Brotas
Ubiratã Nascentes Alves
190 Anos – Uma História de Fé e Devoção

Atenas, Akrópolis
Ubiratã Nascentes Alves iniciou alfabetização no colo da sua avó,

a Prof ª. Amélia de Arruda Alves/Lobo, depois escolas públicas
no RJ, SC e RS. Cursou o ginásio no Imperial Colégio Militar do RJ,
concluiu o 2º grau pelo Colégio Pedro II, é graduado, pós-graduado
pela Escola Brasileira de Adm. Pública da FGV/RJ, venceu concurso
público sobre história de MT pela SEC/MT, atuou na SEPLAN/MT,
CODEMAT, fez Direito na UFMT, pós-graduado, Procurador do Estado
concursado, publicou livros, ingressou na Academia Mato-Grossense
de Letras ocupando os cargos de Secretário-Geral e Presidente, mem-
bro fundador de Conselhos Estaduais, professor universitário, foi
agraciado com a Medalha Tiradentes/RJ, Ordem do Mérito de MT
– Comendador, Medalha do Mérito do Ensino Militar, obra no prelo,
em Paris/França.
"FECI QUOD POTUI, FACIANT MELIORA POTENTES”.

Paróquia
Nossa Senhora
de Brotas
190 anos
Uma História de Fé e Devoção
Acorizal-MT
2023
© Ubiratã Nascentes Alves, 2023
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
F382m Alves, Ubiratã Nascentes
Paróquia Nossa Senhora de Brotas – 190 anos – Uma

História de Fé e Devoção /Ubiratã Nascentes Alves - 1ª Edição
- São Paulo: Paruna Editorial, 2023.
200p.: Il.
ISBN: 978-65-85106-16-0
1. História, 2. História de Mato Grosso 3. Religião
CDU 94(417.2)
Revisão e Normalização Textual:

Do autor
Capa, Editoração e Projeto Gráfico:
Candida Bitencourt Haesbaert – Paruna Editorial
Imagens:
Acervo da Paróquia Nsa. Sra. de Brotas / Comunidade
Paruna Editorial Paróquia Nsa. Sra. de Brotas

Rua Lima Barreto, 29 – Vila Monumento Centro, Acorizal-MT, Brasil, CEP 78490-000
CEP: 01552-020 – São Paulo, SP Fone: 65 3353-1280
Fone: 11 3796-8555 pnsbrotas@cuiabaarquidiocese.net
www.paruna.com.br Contato autor: ubirata100@gmail.com
Prefácio
Quis Nossa Senhora de Brotas que viéssemos habitar estas pa-
ragens acobertadas por seu sagrado manto, onde além de ganhar
preciosas amizades, alavanquei minha fé cristã e testemunhei o
poder de intercessão da Virgem Santa, fatos que por si já preen-
cheram esse coração sedento de paz. Estes fatos bastavam para o
encerramento de uma vida marcada por muitas batalhas físicas
e espirituais, todas vivenciadas ao seu tempo e vencidas. Mas,
não foi só, eis que Nossa Senhora de Brotas registra sua presença
alimentando o povo acorizano/“acorizalense” de fé e acalento
por mais de 190 anos, desde antes da criação da Paróquia que
recebeu por justa decisão do Império – Período Regencial – o
nome de Paróquia Nossa Senhora das Brotas. Era preciso retra-
tar os 190 anos em que, oficialmente, Nossa Senhora de Brotas
derrama sobre nós suas bênçãos, e como poderíamos fazê-lo?
Todos Paroquianos de Brotas sabem que somos pastoreados por
um líder sem igual, frágil física e forte espiritualmente, pequeno,
franzino, e portador de uma fortaleza sem igual, além de tudo,
revestido de uma coragem silenciosa e estupenda.
Assim, Pe. Edevando Acindino Martins, pároco de Brotas, con-
vidou o autor Dr. Ubiratã Nascentes Alves para produzir a obra
retratando o caminhar de Nossa Senhora de Brotas entre seus
filhos de Acorizal. Então, sabendo disto, envaideci-me no intento
de prefaciar a obra mesmo que limitada ao lidar com as letras,
porque encontrei aqui a oportunidade de retratar o quão grata
sou por ter o Autor como colega de cargo, Procurador do Estado,
onde já logrou sua aposentação após anos de dedicação, inclusive
com expressivo trabalho e publicação em prol da infância e
juventude. É renomado autor de diversas obras, com destaque
para o título “Cuiabá 300 anos”, obra alusiva ao tricentenário de
nossa capital. O autor ocupa a cadeira de número 01 na Acade-
mia Mato-Grossense de Letras e possui inegável currículo; mas,
o mais importante: é nosso amigo pessoal e de nossa Paróquia!
A obra está redigida em linguagem de fácil compreensão, divi-
dida em 9 capítulos, retratando um período histórico de Acorizal
e da Paróquia Nossa Senhora de Brotas; faz abordagem do início
da formação das comunidades católicas locais e de Jangada, com
destaque para a presença das Filhas da Caridade São Vicente de
Paulo, retrata o desmembramento da Paróquia Nossa Senhora
Aparecida e demonstra a semeadura da fé cristã, hoje fortalecida
em comunidades e sua matriz; revela as conquistas atuais de
nosso povo católico sob orientação administrativa e espiritual do
Pe. Edevando Acindino Martins. Enfim, é uma obra que dentro
de certa singeleza exterioriza a grandeza da fé e da irmandade
católica de Brotas.
Nossa Senhora de Brotas, rogai por nós!
Cibélia Maria Lente

Sumário
1. Considerações iniciais................................................................................ 9
2. Decreto de criação da paróquia ............................................................... 13
3. Evolução histórica.................................................................................... 17
3.1. Alteração do nome.............................................................................. 20
3.2. Hino da Padroeira............................................................................... 21
3.3. Imagens locais.................................................................................... 22
3.4. Hino do município.............................................................................. 25
4. Religiosos que atuaram na Paróquia......................................................... 27
5. Comunidades da Paróquia Nossa Senhora de Brotas................................. 33
1. Aldeia – Padroeira: N. Sra. de Santana.................................................... 36
2. Aleixo – Padroeira: N. Sra. do Perpétuo Socorro ..................................... 40
3. Baús – Padoeira: Nossa Senhora da Imaculada Conceição....................... 42
4. Boa Vista – Padroeira: Coração Imaculado de Maria................................ 45
5. Cabeceira do Mutum e Olho d'Água – Padroeiro: São José Operário ......... 49
6. Carumbé – Padroeiro: São Sebastião....................................................... 53
7. Chapada da Vacaria – Padroeiro: São Vicente de Paulo............................ 56
8. Chapéu-do-Sol – Padroeiro: Sto. Antônio de Pádua.................................. 61
9. Córrego Fundo – Padroeiro: São Benedito .............................................. 66
10. Vale da Serra, Gleba Baús – Padroeiros: Nossa Senhora do Rosário
e São Benedito..................................................................................... 69
11. Laranjeiras – Padroeira: N. Sra. Aparecida............................................. 72
12. Pedregulho – Padroeira: Imaculado Coração de Maria........................... 75
13. Tenda – Padroeira: N. Sra. Aparecida . .................................................. 80
14. Xavier – Padroeira: N. Sra. da Guia........................................................ 84
15. Sítio Uembê – Padroeira: Nossa Senhora da Guia .................................. 86
16. Campo Limpo – Padroeiro: São João Batista .......................................... 89
6. As comunidades de Jangada – Desmembramento..................................... 92
Relação das Comunidades Eclesiais Localizadas – Jangada.......................... 93
1. Vaquejador ........................................................................................... 94
2. Buriti Cumprido.................................................................................... 96
3. Mato Grosso.......................................................................................... 98
4. Barra do Buriti......................................................................................102
5. Mutum-Boa Vista..................................................................................105
6. Minhocal.............................................................................................107
7. Raizama...............................................................................................109
8. Tombador............................................................................................111
9. Quilombo.............................................................................................113
10. Salobra...............................................................................................115
11. Barra do Tira Barro ............................................................................117
12. Buriti Escuro . ....................................................................................118
13. Espinheiro..........................................................................................120
14. Laginha..............................................................................................122
15. Santo Antônio do Barreiro...................................................................124
16. Barcada..............................................................................................125
17. Buritizinho.........................................................................................127
7. A Presença das Filhas da Caridade São Vicente de Paulo ..........................129
7.1. Experiências da Irmã Dagmar ...........................................................135
7.2. Agradecimentos das irmãs Dagmar e Ângela.......................................141
8. Paróquia Nossa Sra. de Brotas – Comunidade Matriz ...............................147
8.1 Histórico............................................................................................147
8.2 Criação da Paróquia e Construção da Capela........................................150
8.3. Organização Administrativa...............................................................160
8.4. O Trabalho Pastoral e Evangelização na Paróquia Nossa Senhora
de Brotas............................................................................................163
8.4.1. Catequese..................................................................................163
8.4.2. ECC – Encontro de Casais com Cristo . .......................................165
8.4.3. Adoração ao Santíssimo Sacramento..........................................167
8.4.4 Grupo de Jovens.........................................................................168
8.4.5. Grupo de Acólitos e Grupo de Leitoras........................................170
8.4.6. Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística ..................173
8.4.7 Ministérios de Música e Escola Católica de Música
Augusta Rainha..................................................................................174
8.4.8. Equipe de organização para a Santa Missa..................................179
8.4.9. Pastoral dos Vicentinos..............................................................181
8.5. Busca da Autonomia Financeira ........................................................183
8.6. Projetos Sociais e de Interesse Público ...............................................185
8.6.1. Escola de Música.......................................................................186
8.6.2. Grandiosa Festa de Nossa Senhora de Brotas...............................190
8.6.3. Projeto A-Cor-Jovem...................................................................193
8.6.4. Bazar da Imaculada...................................................................193
8.6.5. Projeto de Reforço Escolar..........................................................194
8.7. O Jubileu de 190 Anos . ......................................................................195
9. A Família Vicentina ................................................................................197
1. Considerações iniciais
Recebi com imensa alegria a notícia, através da dileta colega
Cibélia Lente, que o Pe. Edevando Acindino Martins havia me
convidado para registrar o histórico da pequenina Paróquia
Nossa Senhora de Brotas e sua igreja matriz, em referência às
comemorações dos 190 anos. Súbito o coração deste pecador, que
atire a primeira pedra “aquele que não tiver pecado”, encheu-se
de júbilo!
Ademais, lembrança que invadiu de graças o escolhido, den-
tre o universo de tantos que registraram a história do Colosso
como os Mendonças e Aquinos. Sobressai a humildade na singela
Acorizal, que se no garimpo e no agro nem tanto destaca-se, na
fé religiosa mostra sua força por intermédio dos teus servos de
batina ou leigos, dentre eles honestos e simplórios lavradores,
mulheres piedosas e juventude fervorosa, todos engajados no
serviço do Reino de Deus.
A presença da Igreja pastoreando no silêncio é poucas vezes
reconhecida, mas em vários rincões onde as instituições estatais
não alcançam ou oferecem um lenitivo para os verdadeiros guer-
reiros, senão que apenas tributos. A Igreja ali se mostra presente!
Realiza celebrações diversas, assim como casamentos, primeiras
eucaristias, natais, batismos, até penitências; ainda, encontro
de comunidades distantes, levando apoio espiritual aos exilados
do contato direto em nossa sociedade, interligando-os. Nestes
locais realizam-se reuniões onde além de práticas religiosas para
o conforto espiritual, indiretamente, descobrem-se lideranças
locais preparando-as para desenvolverem outros papéis em suas

próprias vidas aperfeiçoando-as, assim servindo a comunidade.
Neste múltiplo trajeto nossa querida Paróquia Nossa Senhora
de Brotas, vem cumprindo seu papel há quase 2 séculos de tra-
balho e evangelização, sempre aliada ao povo e em função dele,
inclusive promovendo destacado serviço social no município.
Oportuno reconhecer a incansável e diuturna labuta dos Clérigos
e Irmãs de Caridade que nunca mediram esforços para atender
ao seu povo, em questões de ordem religiosas e também outras
de natureza humana, segundo uma necessidade imperiosa. Estes
são os leais servidores da sua Casa, filhos de Nossa Senhora de
Brotas e não medirei esforços em registrar.
Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor!

Salmo 122:1
10
2. Decreto de Criação
da Paróquia
Neste capítulo apresentamos ao leitor o instrumento legal para
criação da “Capella de Nossa Senhora das Brotas” o Decreto N. 30
de 26 de agosto de 1833, logo após o dia 25 comemorativo da San-
ta, localizado através complexas buscas na Biblioteca Nacional/
RJ, sendo esta uma verdadeira certidão de nascimento! Assim,
fica incluso nesta obra de celebração do aniversário da querida
Paróquia, o documento legítimo da constituição comprovando
sem dúvidas esta assertiva. Remonta do início do período do
Brasil Imperial em 1833, durante a Regência, antecedendo o im-
perador D. Pedro II, calcado na imorredoura fé e agora tradição.
14
Paróquia Nossa Senhora de Brotas – Histórico de Acorizal-MT
15
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3. Evolução Histórica
Os donos originais das terras que hoje formam o município de
Acorizal eram índios da etnia Bororo, grandiosa tribo do Brasil
cobriam vasta área entre a Bolívia até os rios Araguaia e Taquari,
cujo nome significa “pátio da aldeia". Usualmente construíam as
moradas em círculos, ficando no centro esse espaço. A dizimação
desta gente ocorreu por motivo do aprisionamento para traba-
lhos e contato desordenado, apagando os seus registros, abrindo
espaço ao garimpo. Esta segunda fase, perdurou por um período
curto, enquanto havia a lavra fácil sendo em princípio a simples
cata e paulatinamente rareando, além de outros agentes refrea-
dores, como a sanha do fisco, falta de víveres para subsistência.
Obstante o breve período gravou existência ao nominar algumas
localidades, a exemplo de Candonga, que significa no linguajar
do faiscador “falso carinho”.
Apesar destes fatores, deixaram um embrião que deu origem
ao povoado e uma terceira etapa da economia local, a cana-de-
-açúcar que ganhou adesão de famílias e garimpeiros retirantes
de Cuiabá, buscando novas áreas promissoras. O fator marcante
foi a chegada de parentelas portuguesas em 1817 fugidias de per-
seguições, dentre estas ressalta a família do pioneiro Antonio da
Silva Lara. Repercutindo a “Noite das Garrafadas” ocorrida em
1831 no Rio de Janeiro e capitais, revolta contra os lusos que em
Mato Grosso chamou-se Rusga – 1834.
Um destes pioneiros grupos, fixou-se no local onde hoje existe
a Igreja Nossa Senhora de Brotas, praticavam a noviça lavoura
da cana, a pesca, caça e ainda garimpagem, vindo ter com os
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indígenas Bororos um amistoso relacionamento. Sendo que eles

possuíam a imagem de uma Nossa Senhora, à qual se atribuiu
marcante milagre, fomentando a veneração dos fiéis que se
propaga firmemente.
O povoado experimenta ênfase promissora, invertendo-se
os papéis e passa a fornecer víveres para Cuiabá, facilmente
embarcados na corrente fluvial. A lavoura neste ínterim veio a
se expandir, elevando no bojo o nome de Brotas, que aumenta
o plantio da cana-de-açúcar, cultivando canaviais na beira dos
rios, surgindo engenhos e fabrico de rapadura, açúcar e cachaça,
incipiente indústria.
Surge novo impulso, em razão de outro ciclo que se apresenta
na região norte, a extração do látex nos seringais, tornando-se
assim, Brotas parada estratégica.
Adveio um avanço político, coroando o progresso local na Lei
Provincial, era do Brasil Império, em 25 de agosto de 1833 ao criar
o Distrito Paroquial de N. Sra. de Brotas, sendo este subordinado
à freguesia de N. Sra. de Livramento.
Ocorreu outra mudança com a Lei nº 211, publicada em 10 de
maio de 1899, tornando agora o distrito de Brotas, novamente
vinculado à esfera de Cuiabá. Entretanto, menos de ano por força
da Resolução nº 229, de 8 de março 1900, foi Brotas novamente
entregue para a gestão de Nossa Senhora do Livramento. A Lei nº
380 em 27 de maio de 1903, veio a transferir o distrito de Brotas
definitivamente para esfera do município de Cuiabá e demarca
os novos limites.
Chegando em Brotas a 7 de agosto de 1907, o grande Cândido
Mariano da Silva Rondon, inicia a instalação da linha telegráfica
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Cuiabá – Porto Velho, assim torna-se a urbe em 15 de agosto, im-

portante posto de comunicação. Nestas plagas o Major Rondon,
concluiu as derradeiras deliberações voltadas para a identifica-
ção e mapeamento do Rio Juruena, que eram até esse momento
precariamente conhecidos, vindo este trabalho definir a carta
política do Estado.
A mudança do nome, foi outra questionável mudança de
origem política, relegando a histórica raiz religiosa, em razão
da abundância do coqueiro Acori. Alteração esta foi decretada,
através da Lei nº 208 em 26 de outubro de 1938, perpetrando a
troca do anterior nome... Nossa Senhora de Brotas para Acorizal.
Primeiro foram redefinidos os limites dos Distritos Policiais
dos distritos de Acorizal, Aleixo e Baús em dezembro 10 de
1953, estes os atos preparatórios. Logo de imediato foi decretada
através da Lei n. 691 em dezembro 12 de 1953, a emancipação
política do nascente Município de Acorizal, que veio ter Prefeito
e vereadores, esta de autoria do nobre Deputado Estadual Lenine
de Campos Póvoas.
Artigo 1º - Fica criado o município de Acorizal, consti-
tuindo dos territórios dos atuais distritos de Acorizal,
Engenho e Jangada, que serão desmembrados de Cuiabá.
Novas mudanças geopolíticas no município, desta feita pela

Lei n. 5.051, de 11.09.1986, desmembra o distrito de Jangada,
tornando-se novo município. Finalmente, pela Lei Ordinária
n. 5.043, em 1º de setembro de 1986, foi criado o distrito de
Baús, fechando a formação atual: a sede Acorizal, Engenho e
Baús, entretanto, todos fervorosos devotos da milagrosa Nossa
Senhora de Brotas.
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3.1. Alteração do Nome

A alteração do nome do município, foi outra questionável
mudança de origem puramente política, relegando a histórica
raiz religiosa, em razão de uma propalada abundância do co-
queiro Acori. Alteração esta foi imposta, através do Decreto-lei
estadual n. 545, de 31 de dezembro 1943, que perpetrou a troca
de Nossa Senhora de Brotas para a pseudo originalidade de uma
árvore, Acorizal.
A omissão do clero e o silêncio popular, ao contrário do ocor-
rido no vizinho Nossa Senhora do Livramento, fez com que se
perdesse em definitivo sua denominação originária de Nossa
Senhora de Brotas, fato que não agradou. A reversão do nome
inicia com o manifesto popular referendado em Plesbicito, abrin-
do 2 caminhos a trilhar; a iniciativa de lei do poder executivo
municipal, por meio do Estado que se ele cria, funde, desmembra
e é mais fácil alterar nomes.
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3.2. Hino da Padroeira
Senhora de Brotas, Salve Rainha,

Mãe de Misericórdia, nossa mãe divina!
Senhora de Brotas, sois vida e doçura,

esperança nossa és toda ventura!
Senhora de Brotas, salve a vós bradamos,

somos filhos de Eva, em vós suspiramos!
Senhora de Brotas, gemendo e chorando,

neste vale de lágrimas a vós esperamos!
Senhora de Brotas, sois nossa advogada,

vossos olhos nos salve, Mãe de Deus amada!
Senhora de Brotas ó fruto do vosso ventre,

ó doce e piedosa sempre virgem clemente.
Senhora de Brotas para que sejamos dignos

das promessas de Cristo nosso Deus Benigno.
Amém Jesus, cantemos também,

na vida e na morte para sempre amém
Nossa Senhora de Brotas
21
3.3. Imagens locais
Foto: Acervo da Paróquia Nossa Senhora de Brotas
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Vistas diurna e noturna parciais aéreas – central da sede Acorizal
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24
A paróquia Nossa Senhora de Brotas
3.4. Hino do município
Hino de Acorizal
Música: José Alberto Filho | Letra: Maria Adelina
Acorizal / minha terra

Acorizal / nossa torão
Tu eras brotas
Antigamente...
E sempre estás no coração
Teu nobre povo hospitaleiro
Tem suas belas tradições
Na sua exposição
As tuas festas empolgando
Os visitantes e os devotos
E a Santa nos abençoando
Teus ancestrais amam tanto
E te desejam mil aventuras
E todos nós manifestando
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4. Religiosos que
Atuaram na Paróquia
Neste capítulo serão apontados os clérigos que atuaram na
Paróquia de Brotas, que mantiveram a fé cristã e forte devoção na
padroeira, promovendo acalento e amparo a todos cristãos que
nesta Casa de Deus vieram buscar acolhimento, do nascimento
ao descanso eterno. Religiosos que pelo trabalho que realizaram,
devem ter seus nomes registrados na história.
Criada a partir de decreto da Regência Permanente e em
nome do Imperador D. Pedro II de nº 30 datado de 1833, por
desmembramento da freguesia do senhor Bom Jesus de Cuia-
bá – Cuyabá – erigindo da categoria de Freguesias as Capelas
de Nossa Senhora das Brotas e de Nossa Senhora do Rosário à
condição de paróquias, pois já tinham pia batismal e cemitério.
A novel Paróquia de Nossa Senhora das Brotas, era antes “das
Brotas” era delimitada de início por extensa área geográfica, nos
seguintes termos:
“Art. 2º - Semelhantemente fica desmembrada da citada
Frequezia do Senhor Bom Jesus do Cuyabá, e erecta em
Parochia, a Capella de Nossa Senhora das Brotas, filial
da dita Freguezia, que já tem Pia Baptismal e Cemiterio,
abragendo os seus limites desde o sitio de Tarumá ex-
clusive, até as margens do Coxipó-Assú da parte d’além,
servindo de divisa para o centro o carreador do dito sitio
do Tarumá ao Cedral, e dahi á estrada, que vai ter ao Ri-
beirão do Mutum, e ao engenho de D. Cardoza de Lima
inclusive, e da parte d’além do Cuyabá o Porto do Rio,

que confronta com o predito sitio do Tarumá, e dahia
em rumo, por linha divisória, até o engenho das Araras
inclusive; e da parte de baixo até a fazenda e morada do
Coronel José Antonio Pinto de Figueiredo, abaixo da Barra
do Coxipó-Assú.”
Iniciaremos pelos Vigários Encomendados1, vindos de outras

paróquias e ainda se detiveram ainda em responder por Nossa
Senhora de Brotas, adiante listados, cumprindo salientar que do
ano de 1833 até 1843 não se verificou o registro destes vigários
pioneiros, pois estavam designados em outra paróquia.
Constam estarem oficialmente relacionados:
• Pe. Victhoriano Monuciano de Souza, de 1843 até 1847
• Pe. Antônio Joaquim Seixas, de 1847 até 1857
• Pe. José Martins da Cruz, de 1852 até 1856
• Pe. Antônio Rolim da Costa Vianna, de 1856 até 1858
• Pe. José Maria Viegas, de 1858 até 1860
• Pe. José Ignácio Seixas de Brito, de 1865 até 1869
• Pe. Antonio Molinetto. de 1870 até 1876
• Pe. Benedito de Araujo Filgueira, de 1882 até 1884
• Pe. Jacintho Ferreira de Carvalho, de 1884 até 1894
• Pe. João de Deos Gomes, de 1894 até 1895
1 É um título de um cargo da Igreja Católica dado aos sacerdotes provisórios de uma

Paróquia.
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Cumpre assinalar que houve igualmente designação de Padres

Colados2, sendo os que acumulavam 2 comunidades simultanea-
mente, em duplo encargo.
• Pe. Sebastião da Silva Freire, de 1860 até 1862
• Pe. Christão Arcanjo de Mello e Silva, de 1862 até 1864
• Vigário Capitular - Cônego Manoel Pereira Mendes, em 1877
• Capelão – Pe. Constantino Társio, de 1881 até 1877
Religiosos Salesianos, por igual desempenharam com fervor
essa função.
• Pe. Antonio Maria Malan, de 1896 até 1902
• Pe. Leão Maria Valleries, de 1902 até 1911
• Pe. Cyrillo Bispo Codjutão, de 1911 até 1913
• Pe. Agostinho Colly, 1904
• Pe. João Huber, 1942
• Pe. Luis Maria Ghisoni, de 1942 até 1953
• Pe. Antonio Colussi, de 1949 até 1976
• Pe. João Augusto Madzuiski, de 1947 até 1949
• Pe. Raimundo Cruz Pombo, de 1947 até 1949
• Pe. Nelson Chrzarvousski, de 1947 até 1949
• Pe. Firmo Borrini, de 1948 até 1949
• Pe. Nelson Pombo, 1948 até 1956
• Pe. João Humberto Panarrotto, de 1948 até 1949
• Pe. Ricardo Remetter, de 1949 até 1949
• Pe. Camilo Faresin, de 1948 até 1949
• Pe. Agostinho Colli, de 1948 até 1949
2 Sacerdotes indicados para assumir em caráter permanente uma Paróquia Canônica

legalmente constituída.
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Vejamos os clérigos provenientes da TOR – Terceira Ordem

Regular de São Francisco, eles viviam em pobreza, castidade e
obediência, em ambiente de clausura, estes os Franciscanos que
serviram a paróquia de N. Sra. de Brotas:
• Frei Antonio Daydê, de 1908 até 1924
• Frei Cypriano Bonnet, de 1913 até 1922
• Frei Carlos Valette, de 1907 até 1924
• Frei Ambrósio, de 1901 até 1922
• Frei Antonio Teixeira, de 1901 até 1922
• Frei Maria Galibert, 1906 até 1910
• Frei Antonio Maria Billotf, de 1908 até 1912
• Frei Aristide Iveeriguere, de 1913 até 1927
• Frei Raymundo Perrier, de 1923 até 1928
• Frei Teodoro, de 1925 até 1941
• Frei Rom Lott, 1925
• Frei Romualdo Lettieri, 1925
• Frei Alfredo Vallery, de 1906 até 1918
• Frei Berardo Alves Mendes, de 1919 até 1921
• Frei João Crippa, de 1920 até 1924
• Frei José Xhardy, de 1925 até 1941
• Frei Luis Zeferino, de 1926 até 1931
• Frei Castulo Steiger, de 1932 até 1934
• Frei Luis Sutera, 1933
• Frei Mario Blandino, de 1039 até 1944
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Continuando... vejamos os Freis Franciscanos da Terceira

Ordem Menor:
• Frei Quirino Franz, de 1942 até 1987
• Frei Teodardo Leitez, 1944
• Frei Salvador Fleck, de 1950 até 1952
• Frei Vicente Agramunt Valls, de 1953 até 1964
• Frei Saturnino Benzing, de 1949 até 1953
• Frei Inocêncio Luzny, de 1953 até 1955
• Frei Matheus Rofhmann, de 1955 até 1957
• Everardo Kremper, de 1957 até 1958
• Frei Eraldo Winter, de 1961 até 1962
• Frei Canuto Amonn, de 1963 até 1966
• Frei Donato Schin, de 1976 e 1995
• Frei Roberto Miguel, 1995
• Frei Hilário Frighetto, de 1993 até 1994
Havendo poucos padres diocesanos, apenas depois de 1994
que estes vieram efetivamente ocupar seu lugar nas paróquias
geridas pelos religiosos. Adiante os que de início vieram a ocupar
a Paróquia de Nossa Sra. de Brotas.
• Pe. Paulo Agueci3, de 1973 até 1983
• Pe. Josemar de Campos Maciel, de 1994 até 1995
• Pe. Gaspar Goldschmidt, 1995
• Pe. Benjamin Borsatto, de 1987 até 1995
3 Responsável pela vinda das Irmãs, filhas da Caridade de São Vicente de Paulo para
Brotas.
31
• Pe. José Dilson de Almeida Barbosa, de 1995 até 1999

• Pe. Julio Paulino da Silva, de 1999 até 2000
• Pe. Felix Sebastião de Almeida, 2000
• Pe. Orivaldo Egídio da Silva, de 2001 até 2003
• Pe. Reginaldo Lucas, de 2003 até 2006
• Diácono Enivaldo Dias de Oliveira, 2006
• Pe. Gerbson Alves de Andrade, 2008 até 2014
...
• Pe. Jeferson Correa, de 2014 até 2018

• Vigário: Wellyngthon Jonny de Oliveira
• Pe. Edevando Acindino Martins, de 2018 até o presente
• Vigários: Pe. Flávio de Jesus 2018 até 2022
• Pe. Marco Rodrigues Lima 2022 até o presente
Nota: Material colhido do Livro “Arquidiocese de Cuiabá, História e Vida”, 1910-2010,

uma exaustiva pesquisa Elaborada pelo Autor Pe. Felisberto Samoel da Cruz.
32
5. Comunidades da Paróquia
Primeiramente, de bom alvitre esclarecer o significado deste
termo. Por comunidades entendeu-se, já no início do cristia-
nismo, o modo de vida assumido ao se converter e aderir ao
caminho ensinado por Jesus Cristo, como nos mostra o livro dos
Atos dos Apóstolos1. Na organização da Igreja, as comunidades
são essenciais, pois é na experiência da vida comunitária que os
homens são atraídos a vida cristã e levados a assumir para si este
novo modo de vida. Este grupo de pessoas reunidas geralmen-
te em função da proximidade física ou afetiva, cujo objetivo é
sempre voltado para leitura da Palavra de Deus, orações comu-
nitárias, celebrações das Santa Missas etc.
“A paróquia, entendida como comunidade, é o local onde
se ouve a convocação feita por Deus, em Cristo, para que
todos sejam um e vivam como irmãos. É a Igreja que está
onde as pessoas se encontram, independentemente dos
vínculos de território, de moradia ou de pertença geográ-
fica. É a casa-comunidade onde as pessoas se encontram.
O chamado é para todos. É vocação para todos formarem
a grande família de Deus, a família dos que ‘ouvem a
Palavra de Deus e a põem em prática’ (Lc 8,21)” (Cf Do-
cumento 101 da CNBB – Comunidades de Comunidades,
uma nova paróquia §171)
1 Atos dos Apóstolos 2, 37-47

Como narrado nos Atos dos Apóstolos a comunidade forma-se

pela experiência de fé das pessoas, que possam a experimentar
o desejo mútuo de uma vida nova segundo os ensinamentos de
Cristo transmitidos pelos Apóstolos. Na estrutura organizacional
da Igreja Católica ela representa a menor parcela, o conjunto de
comunidades dá existência à paróquia; o conjunto desta origina
uma Diocese.
Assim, a Paróquia Nossa Senhora de Brotas é formada por 16
Comunidades, a Matriz no Município de Acorizal e as demais
comunidades nos distritos e na Zona Rural que prestam apoio
de várias formas espiritual e material aos membros da Igreja.
Cada Comunidade tem seu próprio padroeiro:
1. Aldeia – N. Sra. de Santana
2. Aleixo – N. Sra. do Perpétuo Socorro
3. Baús - N. Sra. da Imaculada Conceição
4. Boa Vista – Coração Imaculado de Maria
5. Cabeceira do Mutum – São José Operário
6. Carumbé – São Sebastião
7. Chapada da Vacaria – São Vicente de Paulo
8. Chapéu-do-Sol – Sto. Antônio de Pádua
9. Córrego Fundo – São Benedito
10. Vale da Serra/Gleba Baús – N. Sra. do Rosário e São
Benedito
11. Laranjeiras - N. Sra. Aparecida
12. Imaculado Coração de Maria
34
13. Tenda – N. Sra. Aparecida

14. Xavier – N. Sra. da Guia
15. Sítio Uembe – N. Sra. da Guia
16. Campo Limpo - São João Batista
As comunidades que hoje formam a Paróquia Nossa Senhora
de Brotas, algumas delas com suas capelas já bem edificadas,
enquanto outras não, possuem calendário mensal de celebra-
ções de Santas Missas, batizados, encontros, formações para
os serviços da Igreja, matrimônios, catequese etc. Em algumas
dessas comunidades é mantido a experiência dos primórdios,
de se reunirem nas casas, lembrando a domus ecclesiae, como no
início do cristianismo.
As Comunidades Eclesiais serão registradas de forma autên-
tica quando disponível, desde relato histórico entre aspas e foto;
ainda a sua situação atual.
35
1. Aldeia – Padroeira: N. Sra. de Santana
Templo sendo construído pelos moradores em mutirão.
Celebração da Santa Missa na Capela construída por suas próprias mãos.
36
Não se pode discorrer sobre a Comunidade de Aldeia, sem re-

cordar as informações do Pe. Edevando Martins, quando chegou
para assumir a Paróquia, no ano de 2018. Encontrou alguns dos
membros que mantinham a centelha acesa, porém em reduzido
número. Lembra, sem pretender macular o valor e importância
de cada um dos integrantes, a postura e fé da Sra. Jairtes, de D.
Bernardina e Sr. Benone, Adriana, Professor Joacy, Sr Lenine e
outros. Também, naquela oportunidade ali chegou um jovem
casal, Dagoberto e Karol, que demonstraram um grande interesse
pelas demandas existentes e revelaram bastante fervor e ainda
devoção alavancando os que se achavam tocados por algum de-
sânimo ou tímida participação nas atividades eclesiais.
A comunidade de Aldeia nos dias atuais
37
A comunidade hoje dispõe de Capela, cuja estrutura física

equivale às dimensões da Matriz Nossa Senhora de Brotas. Todos
os domingos celebra-se a Santa Missa, com boa participação
dos fiéis. Realizam-se ali catequese das crianças e também para
adultos, aproveitando catequistas da própria região.
Importante destacar o notável serviço de evangelização que ob-
teve a presença de missionários vindos de Várzea Grande, trabalho
que durou um ano e meio, nos anos 2018 e 2019, logrando o êxito al-
mejado, pois Aldeia carecia ganhar uma força na fé cristã. O desem-
penho catequético resultou um inegável crescimento na participa-
ção dos fiéis em todos os atos religiosos, notório nas celebrações
da Santa Missa. Oportuno destacar, por medida de gratidão, que os
referidos evangelizadores tiveram empenho de grande relevância e
bem cumpriram a missão à qual se propuseram graciosamente, as-
sim merecem ter os seus nomes aqui lembrados, sendo eles Gilson
José da Cruz, Robson dos Santos Alves e Fernando Mascarenhas.
Nos anos de 2020 e 2021 Aldeia recebeu também a presença
da Missão Enchei-vos, um movimento católico que vem expan-
dindo consideravelmente nas Dioceses deste Estado. Surgiu no
seio da Renovação Carismática Católica em São Paulo, chegou a
38
Cuiabá pelas graças do casal Cristiano e Cleide Costa. O objetivo

da referida Missão é realizar um trabalho de evangelização nas
Paróquias, através de curso semestral, portanto, com duração
mais estendida, obtendo um superior resultado e crescimento
espiritual de seus participantes. Este curso tem como fundamen-
to três pilares de sustentação, o primeiro diz respeito ao Estudo
Bíblico; depois aprofundar o conhecimento da Doutrina Católi-
ca; por fim, a Vida de Oração. Desta forma, Aldeia foi agraciada
com a realização da Missão por 2 semestres, deixando grande
contribuição pastoral e espiritual.
A Padroeira Nossa Senhora de Santana, tem considerável número
de devotos aqui e em toda baixada Cuiabana, que realizam atos de
veneração nos festejos em todos os anos. Um primeiro religioso,
celebrando a Santa Missa e procissão em 26 de julho, na data cele-
bram ainda o dia de São Joaquim, estes que são os pais da Virgem
Maria. Segundo um evento social, normalmente no domingo
subsequente, fazem leilões, armam barracas de comidas típicas,
vários petiscos regionais, como pastéis, churrascos, suco de laran-
ja, ainda apresentações musicais de cunho religioso, danças tradicio-
nais mato-grossenses, enfim uma ampla e saudável festividade.
Tradicionais festejos da
Padroeira, Nossa Senhora
de Santana
39
2. Aleixo – Padroeira: N. Sra. do Perpétuo Socorro
Os passos iniciais dos Pioneiros, para formar a comunidade
Sabemos por registro da Irmã da Congregação das Filhas da

Caridade de São Vicente de Paulo, Irmã Maria de Lourdes Ama-
ral, mais conhecida por Irmã Gabi, haver essa comunidade ini-
ciado em 1980, com a novena do Natal. Conforme reproduz-se:
“São 15 famílias. Uma catequista de Acorizal Maria Eva, ficou
conosco para nos ajudar e tomar consciência de comunidade.
Reunimos todas as sextas-feiras à noite para celebrar.
Pessoas que marcaram os primeiros passos: Marinalva,
Geraldina, Manoel Faustino. Um momento importante da vida da
comunidade foi a visita de Nossa Senhora de Brotas. A celebra-
ção de Missa, visita das Irmãs.” As Irmãs de Caridade referidas
no texto, dentre estas a saudosa Vera Lôbo, Dagmar Assunção,
foram as primeiras evangelizadoras nessa florescente localidade.
Na trajetória a Comunidade do Aleixo - Nossa Senhora do Per-
pétuo Socorro, aproveitou o trabalho pastoral do então semina-
40
rista Dener Jacob, hoje pároco da igreja N. Sra. da Guia – Distrito

da Guia. Ele no ano 2014, tendo como base a formação litúrgica e
visitação às famílias, em muito fortaleceu esta comunidade. Des-
tacando como fato notório, que eles não haviam definido ainda
o seu padroeiro, até o seminarista presentear os locais com uma
tela de N. Sra. do Perpétuo Socorro, que entusiasmados, imedia-
tamente adotam a referida Santa como sendo a padroeira. Após
esta adoção a comunidade tomou certeira decisão de edificar
sua capela, sendo uma das mais belas da Paróquia de N. Sra. de
Brotas, fato este que demonstra o resultado da fé despertada nos
devotos pelo trabalho deste promissor, seminarista!
A Comunidade do Aleixo está em obras, edificando também
o Centro de Evangelização, como local de formação espiritual
da Paróquia de N. Sra. de Brotas.
Tem destaque na comunidade a realização do festejo anual da
sua padroeira, com celebração de Santa Missa no dia 27 de junho,
este o dia da santa protetora, realizam outro evento animado,
uma grande festa de cunho social, no início de julho.
Comunidade de Aleixo na atualidade e sua belíssima Capela
41
3. Baús – Padoeira: Nossa Senhora

da Imaculada Conceição
O Bonito e Inicial Trabalho para Catequese de Crianças e Adolescentes
Sabemos por relato da Irmã Gabi, que:

“Na nossa comunidade há aproximadamente 150 famílias,
A presença do Pe. Paulo e as Imãs em nossa comunidade,
chamaram-nos a reunir.
De início aos domingos na Escola Rural Mista Franhellin
Cassiano de Baús.
Havia uma boa participação.
42
Depois foi feito em mutirão uma capela pequena mas que

abrigava muita gente para as celebrações, catequeses, festas de
ano, celebração de Batismo, Crisma etc.
Depois houve a decisão de construir uma nova Igreja para
ter mais espaço.
A primeira Igreja tem 25 anos de Fundação a segunda foi
inaugurada no dia 20 de abril de 1986.
Nossos primeiros dirigentes foram: Cezaltino e Odacila Ribei-
ro Lima e Maria da Conceição Zarck, mais tarde passou para a
Assembleia de Deus, e o casal mudou-se.
Os atuais dirigentes são: Elzira Ribeiro Lima e Maria Pinto
Martins.
O povo se reúne mais para rezas antigas, as ladainhas.
Já houveram várias turmas de 1ª Eucaristia de crianças e
continua a catequese.”
A Comunidade de Baús, sob a proteção de Nossa Senhora
Imaculada Conceição, é a segunda maior em número de fiéis,
fica atrás apenas da matriz Nossa Senhora de Brotas. A capela é
muito bem edificada e arquitetônicamente possuí traços barroco.
Destaca-se relevante força da fé dos seus devotos, com os esforços
para a referida obra, esta comporta a sua numerosa população,
onde as Santas Missas são celebradas todas semanas nos sába-
dos, observando-se a notória e crescente participação dos fiéis.
Esta comunidade realiza um grande festejo anualmente, no
dia de sua padroeira, 8 de dezembro, seguindo-se um outro de
natureza social logo no domingo subsequente.
43
O Resultado da Fé e Determinação dos Irmãos Unidos
44
4. Boa Vista – Padroeira: Coração Imaculado de Maria
Nos olhos das crianças a pureza e a alegria de estar com Deus
45
Coletamos rico relato também da Irmã da Irmã Gabi, quem

em seus apontamentos testemunhado por acervo fotográfico,
assim descreveu o histórico da comunidade:
“É formada por 9 famílias, que convivem bem e participando
de todas as atividades.
Começou no mês de agosto de 1980, de um convite feito por
Pe. Paulo para que as famílias se reunissem para discutir o valor
da vivência em comunidade. Nesse dia, veio o Pe. Paulo com
mais dois outros padres e a professora Delza, que passaram dois
dias conosco, conversamos muito sobre o valor da vida em co-
munidade. No final houveram 8 casamentos e foi celebrada uma
bonita Missa e depois animado e gostoso almoço comunitário. A
partir daí começamos nossa caminhada, assumindo o celebrar
do culto todos os domingos, as novenas de Natal, a Campanha da
Fraternidade, terço, estudos Bíblicos, etc.. Elegemos o conselho
da comunidade e já o renovamos várias vezes.
De início celebrávamos sempre na casa do Anastácio, depois
passamos a celebrar nas casas.
As pessoas que marcaram os primeiros passos foram: Pe.
Paulo, Irmãs Vera, Dagmar e Rita. Os casais: Dionísio e Benedita
(já falecidos); Armindo e Leocádia, Aurélio e Lucinda, Sebastião
e Maria, Gregório e Edite, Venusiano e Sônia, Hermínio e Ester,
Paulo e Laurinda, Anastácio e Alzira, Elídio e Maria.
Os momentos importantes: são os de aprofundamento na fé,
antes não sabíamos bem o sentido das coisas; celebração da pa-
lavra de Deus transformou nossa vida para melhor, aprendemos
que para ser cristãos temos de saber amar e perdoar, partilhar o
que temos e o que somos.
46
Nossa comunidade é pequena, mas cada família tem sua casa,

sua roça para trabalhar; quando aparece uma festinha todos
participam com alegria, quando alguém precisa de ajuda, todos
participam, contribuem com sua parcela.
As pessoas que acompanham a comunidade desde o início
são: Hermínia, Estanelina e filhos, Paulo e Laurinda, Licínio e
Sônia, Sebastião - Maria e filhos, Gregório – Edith e filhos, Anas-
tácio – Alzira e filhos.
Apoio para a comunidade foram Pe. Paulo, depois Frei José,
Pe. Benjamim, Frei Hilário e as Irmãs: Vera, Ângela e Gabriela.
Temos grande Admiração por todos.”
Hoje, destacam-se como membros atuantes dessa comu-
nidade os filhos dos patriarcas, dentre eles, os filhos do casal
Anastácio e Alzira que sempre fazem frente às demandas da
circunvizinhança e são participativos em todos os atos.
Fato notório é que a comunidade é dispersa em grande ex-
tensão geográfica, contudo, verifica-se presença maciça em toda
celebração e outros de interesse geral, embora até recentemente
não tivesse edificado sua capela, no ano de 2019, mediante doa-
ção de um terreno pelo Sr. Anastácio e sob liderança de seus
filhos, com efetiva e notável participação de toda comunidade,
em regime de mutirões, com recursos de doações e de sua quer-
messe realizada no mês de agosto iniciaram a construção da
capela almejada. Importante destacar peculiaridades da quer-
messe no que tange sua excepcional organização, participação e
diversidade de prendas para o leilão, barracas de comidas típicas
e danças tradicionais.
47
Observa-se nas foto abaixo o estágio da edificação da capela

e logo adiante a felicidade por terem a obra, quase concluída.
Templo em finalização e satisfação dos fiéis ostentando imagem da Padroeira
48
5. Cabeceira do Mutum e Olho d'Água –

Padroeiro: São José Operário
Gente de incrível simplicidade e muita fé, prestigiada pelo Arcebispo
49
A comunidade Cabeceira do Mutum, acabou por unir-se à

comunidade vizinha denominada Olho d’Água, o que veio a
fortalecer em número de seus fiéis. Verifica-se pelas fotografias
acima que tratava de uma comunidade expressiva atestada pela
presença, em um de seus encontros religiosos, do então Arce-
bispo de Cuiabá Dom Bonifácio Piccinini, que se prontificou a
prestigiar. Ele faleceu aos 91 anos, em 28 de novembro de 2020.
Foi encontrado não apenas registros fotográficos da extinta
comunidade, como também precioso relato abaixo:
“Moram nesta região 18 famílias.
A comunidade começou em 1984, com a chegada do Sr. Divino
e sua família que iniciou as rezas e palestras entre as famílias,
que reuniam aos domingos para celebrar.
As pessoas que marcaram os primeiros passos da comunidade
foram: Elza, Valdemar, Rosilda e Sivaldo, Natanael e Rosália.
Os momentos e acontecimentos mais importantes da cami-
nhada do Olho D’Água foram: o teatro de Natal, História de José
e Maria na espera do Menino Jesus, também a novena de Natal
de 88, que houve muita festividade: bandeiras, cartazes, e um
grande presépio.
As casas são de barrotes, pau a pique, cobertas de sape, outras
de adobe cobertas de telhas de eternit ou de barro.
A terra é de pouca cultura e bastante campos, com vários
montes e vales. O trabalho é braçal, embora alguns tenham
máquinas, como trator, motosserra.
O lazer é: futebol, festas, bailes, caça e pesca.
50
Os articipantes desde o início são: Ozana, Antonio, Santília,

Natanael, Rosália, Benedito, Marilza, Edson, Sivaldo, Divino,
Rosilda etc.
A catequese é feita por Rosilda às quartas-feiras, no período
das aulas. A celebração é preparada pela Rosilda e seus alunos,
feita domingo à tarde, na casa do Sr. Divino.
A Campanha da Fraternidade é feita nas casas das famílias.
A Pastoral da Saúde é feita por Rosilda através da homeopatia.”
A Comunidade Cabeceira do Mutum é a mais distante da sede
da Paróquia, aproximadamente 60 km, é formada por pequeno
número de fiéis anciões, no entanto, das comunidades rurais,
registra o maior número de participantes nas Santas Missas,
que se realizam no quarto domingo do mês, pois é grande a
participação de familiares que residem em Cuiabá e tem acesso
à comunidade pela Estrada do Manso.
Equipe das obras de construção da capela que foram iniciadas (lado esquerdo)
51
A presença do Pároco, sempre traz um Alento, aos fiéis prestigiados
Eis o Projeto, cuja edificação já teve início no ano em curso e

a comunidade almeja concluir em breve.
O arrojado e diferenciado projeto da capela destaca-se pela modernidade
52
6. Carumbé – Padroeiro: São Sebastião
A inocência e pureza Estampadas nos rostos dos fiéis
53
Em continuidade aos registros e iniciais produzidos pela Irmã

Gabi, destacam-se as fotos acima, demonstrando a nobreza dessa
preciosa gente:
“Somos 17 famílias. Começou com 4 famílias, que depois de
certo tempo compraram a terra para fazer roças, mais tarde casas
e foi crescendo foi fundada em 11 de abril de 1958.
Os primeiros dirigentes da comunidade foram: Benedito José
de Almeida, Feliciana de Arruda. Atualmente Miro José e D.
Bruna de Almeida. Da parte mais da Igreja a dirigente é Leonice
M. S. Almeida.
A comunidade foi fundada com as visitas e orientação do Pe.
Paulo.
Nossa alegria é quando nos reunimos para celebrar e neste
momento comemoramos com bolo, doces. Rezamos de casa em
casa o terço e para celebração.
Nossa alegria também é já ter energia e água encanada.
Somos alegres também porque somos todos católicos e devo-
tos de N. Sra. Aparecida, São Sebastião.
Nossas dificuldade são mais no campo da saúde, porque não
temos posto de saúde, médico, dentista. Na Escola só tem um
professor da 1ª a 4ª séries. Depois tem de parar de estudar, porque
não tem nem carro para levá-las para outra escola.”
54
A bandeira de Nossa Senhora de Brotas visitando os lares
Esta comunidade fica localizada no início da Serra, onde se

situa o ponto turístico Cachoeira do Macaco, a particularidade
dessa comunidade é que a maior participação atual é das mu-
lheres, a Santa Missa é celebrada todo quarto sábado do mês,
às 08h00 . Segundo o pároco percebe-se um crescimento na fé,
com forte anseio na edificação da Capela, o que está movendo
os homens para maior participação nos atos litúrgicos.
55
7. Chapada da Vacaria – Padroeiro: São Vicente de Paulo

Encontramos um relato histórico, deixado pela Irmã Dagmar
Assunção, Filha da Caridade de São Vicente de Paulo, antes de
sua partida para serviços de evangelização em Mato Grosso do
Sul. Segue o texto nos seguintes termos:
“ A comunidade tem 15 famílias. Foi fundada em 79 com a aju-
da do Padre Paulo, ficando como dirigentes: Conrado, Segundo
e outros. Os atuais dirigentes são: Manoel Anastácio, Carmindo
e Faustino.
Nossas alegrias são quando nos reunimos para celebração,
reuniões, as visitas do Padre e das Irmãs.
Evento prestigiado pelo Arcebispo e a dedicada Irmã Dagmar
56
Marcante a visita do Arcebispo na Comunidade reunindo os Irmãos
Nossas dificuldades são a falta de estrada, terra para trabalhar,

energia elétrica, posto de saúde, a precariedade da escola, falta
de condições para trabalhar.
A nossa comunidade foi fundada por nossos avós: João Batista
Lemes de Brito e Balbina Maurícia Brito, que foram os primeiros
habitantes.
No mais, estamos muito felizes com a ajuda das Irmãs em
favor da comunidade, esforçando-se para nos ajudar.”
A Comunidade Chapada da Vacaria, tendo como padroeiro
São Vicente de Paulo, ao longo de sua existência recebeu os fiéis
da extinta comunidade Cabeceira do Alferes, que nas nas déca-
das de 80 e 90 teve papel de destaque naquela região pelo que se
observa do seguinte registro histórico encontrado:
57
O Embrião da Comunidade sempre reunindo, obreiros de muita fé
58
“A comunidade começou a participar na casa de Luiz André.

Em 1980 veio Pe. Paulo, Irmãs Vera e Rita e Delza e conver-
saram e motivaram o pessoal. Em setembro houve batizados.
Continuaram a participar juntos.
Em 82 ou 83 é que começaram a reunir na Cabeceira do Al-
feres, aí tem 16 famílias, compreende vários sítios: do Alferes,
Leanor, Capão Fresco, Pe. Inácio e Praia.
A comunidade reúne aos domingos à tarde de casa em casa.
Pessoas que marcaram presença: Pe. Paulo, Irmãs Vera, Dagmar,
Joana, Erondina, João Ramos. Momentos importantes: a visita
das Irmãs, quando tem Missa, as celebrações é alegria por que
se encontram, os mutirões, as festas, os bailes.
A Escola funciona com 12 crianças, a professora é Erondina.
Rezam terço nas famílias.”
A turma ganha reforço da esmerada equipe de cozinha
59
Esta comunidade tem destaque para notável presença da fé ca-

tólica no seio de suas famílias, e ainda, nota-se grande força da ju-
ventude, a qual precisa ser trabalhada com maior dedicação, em
todos os atos religiosos que ali se realizam. A comunidade con-
tou até o ano de 2020, com a liderança católica do Sr. Manoel
Anastácio da Silva. É atendida, face sua localização geográfica no
mesmo dia do mês que se celebra na Comunidade Carumbé, e por
enquanto as Santas Missas realizam-se nas casas de alguns de seus
membros. Os membros desta comunidade espelhados na lide-
rança do falecido Sr. Manoel Anastácio tem demonstrado interes-
se e vontade de terminar a construção da Capela iniciada por ele.
Enquanto não fica pronta a capela se fazem reuniões sob as árvores
60
8. Chapéu-do-Sol – Padroeiro: Sto. Antônio de Pádua
O embrião da comunidade eclesial reunido com os pioneiros
Outra vez, valendo-nos do precioso legado da conhecida e

querida Irmã Gabi, sobre a comunidade Chapéu-do-Sol, desta-
camos ipisis literis o seguinte:
“Nasceu no Sítio Boa Vista – nas rezas de Manoel Américo.
Começou bonito.
61
O povo dava muita atenção. O proprietário da capela não

quiz que continuassem se reunindo lá. Em 1975 começaram a
se reunir na comunidade. Primeiro na casa do Sr. Luis e D. Valé-
ria. Deram a sugestão de construir uma Igreja. Fizeram ofertas,
passaram bandeiras.
Em junho de 1976 começou a construção da Igreja.
Muitos fizeram cursilhos: Adão, Luis, Valéria, Miguel, Mateus.
Que deram muita animação à comunidade.
As celebrações são feitas aos domingos.
Acontecimentos importantes: Curso Bíblico com Frei Plínio.
Retiro com a paróquia Cristo Rei. A inauguração da Igreja com a
presença de Dom Bonifácio. A Eucaristia. Celebração de Crisma.
Todos tem sua terra.”
As Santas Missas habitualmente com a participação de crianças
62
Ainda do legado da Irmã Gabi, tivemos acesso a fotografias e

registro de uma extinta comunidade denominada Bom Jesus –
Sítio Aniceta, que veio a fundir-se com a inicialmente retratada
aqui neste item. Considerando ser um registro histórico da Pa-
róquia N. Sra. de Brotas, inserimos uma foto e o relato:
A inocência humana podemos notar nos olhos desta gente simples
Sítio Aniceta:
“A comunidade é pequena, tem 6 famílias. No início partici-
pávamos com a comunidade vizinha de Chapéu de Sol. Em 1991,
resolvemos assumir a comunidade. Reunimo-nos
Na casa de D. Felipa. Os primeiros passos foram dados com
a ajuda de D. Valéria do Chapéu de Sol.
63
A capela sempre recebendo seus fiéis para fazerem as orações
Os momentos mais importantes da comunidade são as nossas

reuniões para fazer a celebração e refletirmos sobre a Palavra de
Deus; também nos reunimos para rezar o terço. Somos unidos e
organizados, para as várias necessidades.
O padre e as Irmãs marcam presença na comunidade.”
As missas recebem habitualmente um bom número de fiéis para adorar
64
Na atualidade a Comunidade Chapéu-do-Sol, que é bastante

antiga, sempre contou com a liderança dos irmãos Luis Messias e
Adão Messias. Porém, no mês de novembro do ano passado per-
deu o Sr. Adão Messias. Ambos tiveram formação no Movimento
de Cursilho, sendo anciãos piedosos e que assim formaram seus
numerosos filhos. Todos são católicos fervorosos, devotos de
Santo Antonio, com grande força de oração através do cenáculo
semanal, recebendo celebração da Santa Missa todo segundo
domingo de cada mês. A experiência forte de piedade na reza
do Cenáculo Mariano às sextas-feiras, teve início no ano de 2.000
pela Sra. Aparecida Medeiros. É rezado nas casas e alimenta
espiritualmente toda a comunidade.
65
9. Córrego Fundo – Padroeiro: São Benedito
Pe. Paulo Agueci, sempre dedicando especial atenção para inocentes Crianças
66
Sobre esta interessante comunidade destacamos do acervo

produzido pela Irmã Gabi e repassado pela dedicada Irmã Dagmar
Assunção, através das fotografias que se aproveitou e ainda co-
lhemos este exordial relato:
“O povo desta comunidade era muito humilde e procurava
conhecer Jesus pela Palavra, à luz da Verdade.
Eram umas 14 famílias que caminhavam 2 quilômetros para
a Igreja de Santo Antônio, na Boa Vista para rezar e refletir a
palavra de Deus.
Caminharam nesta estrada uns 4 anos. Depois iam para a
comunidade de chapéu de Sol, que fica mais adiante, 7 Km de
distância. Iam todos animados, com escuro, com chuva, com rio
cheio. Assim caminharam 5 anos.
Depois resolveram formar comunidade aqui, iniciando com
o terço nas casas.
Com a presença das irmãs fomos desenvolvendo e pedimos
para receber os folhetos do culto dominical. As primeiras reu-
niões se fizeram na casa de Paulino Nunes da Silva, depois passou
a ser na casa de Francisco da Costa Leite, isto em abril de 1982.
Depois achamos bom fazer a festa de São Benedito e ir anga-
riando fundos para construir a capela, que teve a participação de
todos na aquisição dos materiais e no mutirão de trabalho. Foi
feita a capela de São Benedito, que em 1992 sofreu uma pequena
reforma e um acréscimo de uma sacristia.
Atualmente estamos lutando para fazer um depósito e me-
lhorar o ranchão das festas. A comunidade tem muita fé e gosta
de rezar e refletir.
67
Hoje a dirigente é Joaquina, conhecida por Bugrinha, muito

participante nas reuniões da Paróquia. Também é agente de saú-
de da comunidade e procura ajudar com a homeopatia os males
das pessoas. No momento também está orientando a preparação
para a crisma.”
A capela hoje em pleno exercício de suas atividades religiosas
Esta comunidade está servida com a celebração de Santa

Missa mensal, todo segundo domingo do mês às 8h00, conta o
pároco que a princípio percebia uma grande frieza da comunida-
de na prática da fé católica, com a expansão do protestantismo,
porém, ultimamente, Ele vê com grande esperança o fortaleci-
mento da comunidade com a presença da Missão Enchei-Vos, que
vem oferecendo cursos nas comunidades da paróquia, e ainda
levando às pessoas experiências em suas casas, com o trabalho
missionário da Sagrada Família.
68
10. Vale da Serra, Gleba Baús – Padroeiros:

Nossa Senhora do Rosário e São Benedito
Os trabalhos pioneiros em Cristo desta jovem população
A comunidade Vale da Serra foi antes denominada Gleba Baús

e se avizinhava com uma outra antiga denominada Mata-Mata,
sendo que esta veio a fundir-se com a Vale da Serra, formando
um só corpo de fiéis sob o manto e proteção de N. Sra. do Rosário
e São Benedito. Dela colheu-se o relato a seguir:
69
Mata-Mata:
“São 11 famílias. Nem todas participam sempre.
As coisas boas da comunidade são: lavoura crescendo, a chuva
para ajudar, a Escola, a reza do terço, a novena de Natal, e da
Campanha da Fraternidade.
A Comunidade começou em 1990, quando o Sr. Donato sentiu
falta das reuniões do Salgado e motivou o pessoal para participa-
rem e se reunirem. Ele mesmo comunicou as Irmãs em Acorizal
e pediu que elas viessem visitar.
Reúnem às 14 horas do domingo para celebrar. As reuniões
são feitas às 6ª feira às 15 horas na Escola, depois das aulas es-
tudo, novenas etc.
D. Elza professora é quem ajuda a comunidade.”
Padre Edevando Martins dedicando habitualmente sua atenção aos fiéis
70
Trata-se de uma comunidade distante da sede da Paróquia

Nossa Senhora de Brotas, em meio a propriedades rurais de
pequeno e médio portes, distanciamento entre as moradias, o
que dificulta a reunião dos fiéis, e com Capela em construção.
Celebra-se todo quarto domingo do mês às 8:00 horas. Nota-se
a ausência dos jovens na participação dos atos litúrgicos, no
entanto, vê-se grande esforço dos anciões, que mesmo idosos e
limitados em suas mobilidades, fazem esforço para participarem
especialmente das Santas Missas.
71
11. Laranjeiras – Padroeira: N. Sra. Aparecida
Pe. Paulo Agueci e Irmãs das Filhas da Caridade, levando a Palavra de Deus
Irmã Gabi e Irmã Dagmar cuidando das famílias
72
Seguindo, sobre esta comunidade, destacamos, também da

Irmã Gabi, o seguinte relato:
“Início em 1981. Na casa de D. Paulina, que havia participado
de uma reunião na casa de D. Ana e Sr. Doro. Dona Ana per-
guntou se queria fazer a comunidade, ela disse que sim. Então
D. Ana conversou com as Irmãs, que procuraram conhecer e
ajudar, explicaram, refletiram e ensinaram a celebrar. Alguns
familiares interessados passaram a participar aos domingos e
juntos celebrar, refletir e trocar ideias juntos. No início sempre
na casa de D. Paulina, depois se reuniam nas casas das famílias
participantes e após a construção do prédio da Escola, as reu-
niões passaram a acontecer lá.
Momentos importantes da comunidade: são as celebrações,
as reuniões de preparação para o Natal e a Campanha da Fra-
ternidade.
A comunidade é pequena e fraca, mas tem se feito repre-
sentar nas reuniões e na Assembleia. Os jovens da comunidade
que ajudam. No momento há preparação para o Sacramento da
Crisma, com a ajuda da Geiza.
As pessoas que acompanham a comunidade são: Benedita,
Margarida, Joselina, Maria, Pedro, Admazinho.” 2
2 Irmã Maria de Lourdes do Amaral, conhecida no âmbito da Paróquia N. Sra. de Brotas

coma Irmã Gabi.
73
A comunidade eclesial de Laranjeiras reunida em momento de alegria
A Comunidade de Laranjeiras é a menor comunidade da

paróquia, sendo uma das mais próximas da sede, nos anos de
2021 e 2022 o Seminarista Cauê, fez grande esforço no processo
de catequização e evangelização na comunidade, notando-se
boa participação; porém, percebe-se grande evasão rural com
destino a Capital, Cuiabá, em busca de emprego. A comunidade
dispõe de espaço próprio, coberto, conforme demonstra a foto-
grafia acima. A grande referência de fé católica na comunidade
era o conhecido Sr. Chiquinho, Francisco da Cruz Teixeia, quem
faleceu deixando sua filha Geiza Antonia Teixeira na condução
dos serviços da comunidade.
74
12. Pedregulho – Padroeira:

Imaculado Coração de Maria
Início dos trabalhos em Pedregulho, em 1985
A Comunidade Imaculado Coração de Maria, surgiu no ano

de 1985 com reunião de fiéis aos domingos no local denominado
Pedregulho. Vejamos o relato deixado pelas Irmãs da Caridade
de São Vicente de Paulo:
“Habitam nesta comunidade 33 pessoas.
Começamos a nos reunir em 1985, aos domingos às 14 horas,
na sombra das árvores, atualmente na Escola.
75
Desde o início a população recorria aos atos religiosos

foram Joana Dias, Benedita Cristina - já falecida, Benedita Correa
Pinto, Gervásia, Alenir, Verônica, Emiliana, Cármem, Manoel
João, Nicolina, Ancelma, Antonia, Benedito e alguns jovens.
Os momentos mais importantes são as visitas do Padre e das
Irmãs na comunidade: a catequese com as crianças, os batizados,
os casamentos, a novena de Natal, a campanha da Fraternidade.
Na comunidade somos todos muito unidos, temos nossa mo-
radia e terra para trabalhar e plantar.
A construção da Escola, os professores, o ônibus e a luz elé-
trica, o poço trouxe muitas alegrias.
Joana Dias e outros são os dirigentes da comunidade.”
76
Comunidade de Pedregulho hoje: povo cheio de Fé
Desta feita, foi obtido preciosa declaração através de um casal,

que registrou: Comunidade de Pedregulho – Igreja Imaculada
Coração de Maria.
Segundo relato colhido por Cirilo Claro Leite e Carmelina de
Oliveira Pinto Leite e entregue ao Pároco Pe. Edevando Acindino
Martins, da Srª Joana Dias de Oliveira, 75 anos de idade nascida e
moradora até o dia de hoje na comunidade de Pedregulho, a mes-
ma afirma que no ano de 1981, juntamente com outras duas fiéis
da comunidade, Nicolina de Oliveira Pinto e Benedita Crestina
da Silva, deram início a um grupo de Oração com a denomina-
ção Jesus, Maria e José, onde se realizava as orações nas casas
das famílias da comunidade. Em seguida, com muita alegria, e
77
sentindo-se bastante honrada, conheceram e receberam a Irmã

Dagmar, que a incentivou a dar início ao trabalho de catequese,
convidando-a para a respectiva formação, desenvolvendo en-
contros com estudo bíblicos e participação em movimentos na
Matriz da Paróquia Nossa Senhora de Brotas. Passaram também
a realizar encontros com Celebração da Palavra, nos quais se fa-
ziam trabalho de catequização, nesta ocasião não dispunham
de espaço próprio, então, esses encontros se davam debaixo das
árvores do quintal de sua casa. Depois de alguns anos, também
com alegria para todos, receberam a presença do Padre Hilário
quem celebrou a primeira Santa Missa, que se deu continuidade
anualmente. Então a celebração de Santa Missa era o grande
vento anual da comunidade.
No ano de 1992 com a construção da Escola Rural do Pedre-
gulho passou a ser realizado a celebração, Catequese e a Santa
Missa nesse local. Assim a comunidade foi se fortalecendo na
vida espiritual, fazendo o Cenáculo Mariano nas residências das
famílias todas as quintas-feiras.
No ano de 2008, a comunidade sentindo a necessidade de
edificar uma Igreja Católica, reuniu-se e decidiu dar os primeiros
passos para a construção, ficando assim ao encargo e responsa-
bilidade da Srª Joana Dias de Oliveira e da Jovem Carmelina de
Oliveira Pinto, a aquisição de recursos financeiros através da
promoção de eventos e busca de doações para assim dar início
a sonhada capela. O Sr. Geraldo Martins de Oliveira e sua esposa
Joana Dias de Oliveira, ofereceram o terreno em doação. No ano
de 2013 depois de muitos eventos e valiosas doações de toda a
comunidade local e de algumas comunidades vizinhas, tivemos
a alegria de terminar a construção da Igreja Católica, tendo
78
como padroeira Imaculado Coração de Maria, cuja escolha foi

inspirada no fato da Sra. Joana Dias de Oliveira ter recebido de
presente de um de seus filhos uma imagem do Imaculado Co-
ração de Maria, imagem essa que já caminhava nas residências
com o Cenáculo Mariano.
Sabe-se que, atualmente a comunidade tem buscado, cada
vez mais, aproximar-se de Deus nas celebrações da Palavra,
nos vários encontros de orações, Terço dos Homens, Terço das
Mulheres, Catequese, Grupo de Oração, o Cenáculo Mariano nas
famílias, cuja prática permanece até a data de hoje, e sobretudo,
nas Santas Missas e nas confissões, buscando viver a fidelidade
a Jesus Cristo nosso Senhor.”
79
13. Tenda – Padroeira: N. Sra. Aparecida
Primeiros passos. Foto: Acervo Paróquia de Brotas
Começando a produzir efeitos na reunião de jovens
80
O histórico do local, será trazido através relato colhido de

morador que vivenciou a evolução desde o estado embrionário,
fiel aos detalhes e nomes, foi testemunha ocular; eis o texto fruto
de entrevista ao Sr. Cirilo Claro Leite:
“Segundo relato do Sr. Luciano Claro Leite, com seus 73 anos
de Idade, nascido e morador até o dia de hoje na comunidade
da Tenda. Nos relatou que no ano de 1973 ele participava de for-
mações na Cidade de Acorizal para realizar as celebrações nos
domingos, como não tinha a Igreja, eram realizadas as celebra-
ções cada domingo em uma casa dos moradores da comunidade,
e quando tinha missa era realizada debaixo de arvores devido o
espaço ser maior. Também nos relatou que a sua participação
nos movimentos da CEBs (Comunidades Eclesiais de Base) os
ajudou muito. Disse ainda, que Padre Paulo, as Irmãs Dagmar,
Vera, Gabriela e Ângela, fortaleceram a vida espiritual da comu-
nidade, trazendo para a comunidade a catequese e formações.
Nos anos 80 foi construído uma sala Comunitária na Tenda,
assim as celebrações e missas passaram a ser realizadas nesse
local. Porém mesmo assim a comunidade desejava a construção
de uma Igreja Católica Apostólica Romana. Diante desse desejo a
comunidade se reuniu e decidiram a dar os passos para a cons-
trução, na época ficou responsável o Sr. Jair Leite de Souza para
falar com o Bispo Dom Bonifácio, onde o Bispo deu a autorização
para a construção, assim a comunidade deu inicio a construção
da Igreja Católica no ano de 1991, o doador do terreno foi o Sr.
Vitorino Manoel da Cruz, a construção foi realizada em Mutirões
e doações. E a primeira Imagem de Nossa Senhora Aparecida foi
doada pela Srª Olária Maria Coronel. Atualmente os moradores
da comunidade buscam estar mais próximo da palavra de Deus.
81
E a Igreja Católica Apostólica Romana, com a graça de Deus, pela

Intercessão de Nossa Senhora Aparecida, São José e São Bene-
dito, vem oferecendo vários momentos de Orações para que a
comunidade possa ter acesso a palavra de Deus. Hoje temos ce-
lebração da Palavra todos os domingos, Missa uma vez ao mês na
Comunidade, toda Segunda Feira às 19 horas, Terço dos homens
em Honra a São José, na quinta feira às 16 horas Cenáculo onde
a Nossa Senhora Visita a casa dos moradores, na Sexta feira às
17 horas Terço das Mulheres Filhas Amadas de Maria, Além das
Catequeses e o Grupo de Oração Levando a Palavra.”
Esta comunidade destaca-se pelo grande fervor de fé católica,
com numerosa participação de fiéis, e em razão de ser localizada
Dias atuais colhendo os frutos plantados com a Palavra do Senhor
82
com pequena distância da comunidade Pedregulho – Imaculado

Coração de Maria, unem-se para todos os atos e celebrações da
Igreja. Destaca-se a participação geral de todos os membros da
Comunidade em encontros, reuniões de reza do Santo Terço, por
mulheres e homens, sempre fervorosos, participação da juven-
tude, enfim trata-se de uma comunidade que vive a fé católica
cotidianamente. É servida por celebração de Santa Missa todos
os primeiros domingos de cada mês.
Vale ressaltar que a missão Enchei-Vos ganhou bastante força
nesta comunidade, preparando-os satisfatoriamente de maneira
que dali saíram os atuais servos que vem levando a missão para
as demais comunidades.
83
14. Xavier – Padroeira: N. Sra. da Guia
O profícuo trabalho junto às crianças, uma rica matéria-prima
A comunidade é pequena, formada por liderança de pessoas

mais idosas, não se notando presença e participação de jovens.
Tem destaque, como referência na fé a Dona Laurinda, pessoa
idosa que faz um grande esforço para manter a comunidade,
porém, em face de seu estado de saúde está limitada na prestação
84
de serviços para a comunidade. A Dona Amância também tem

se esforçado em prol dos interesses da comunidade, tendo, in-
clusive, doado um terreno para a edificação da Capela. Cumpre
lembrar que por se tratar de comunidade rural, com residências
espalhadas e comunicação deficitária as reuniões tornam-se pre-
judicadas, pois exigem maior esforço pessoal de seus membros.
A renovação da esperança de se dar seguimento aos trabalhos
da comunidade, pelo empenho e dedicação atual, dentre outros
membros, estão as pessoas de Manoel Carlos de Arruda – Nenego
– e sua esposa Zenil Alves Soares, sempre ativos, especialmente,
após participação no ECC – Encontro de Casais com Cristo.
Atualmente segue produzindo bons frutos dentre os irmãos
A Comunidade está servida com celebração de Santas Missas

a todo terceiro domingo de cada mês, às 08h00. Por estar bas-
tante próxima da sede da paróquia, a Comunidade Xavier conta
algumas vezes com o apoio da presença de fiéis da Matriz nas
Santas Missas.
85
15. Sítio Uembê – Padroeira: Nossa Senhora da Guia

Trazemos antes de finalizar este capítulo, este registro obti-
do através solicita colaboração da fervorosa devota, Sra. Maria
Eliane do Espírito Santo, a nos testemunhar as lutas iniciais para
superar as diversas situações vividas:
Abençoado trabalho verificado junto aos felizes moradores
“Breve História da Fundação da Comunidade N. Sra. da Guia

– Sítio Uembê:
Segundo relatos de uma das moradoras mais antigas dessa
localidade, a Senhora Maurina Santana Correa Godoy, filha do
casal Elisbão Luiz Correa e Iria Maria Correa. Tudo começou por
volta do ano 1840 com a chegada do casal: Venâncio Pedro Correa
e Joaquina Maria Correa, estes vieram em caravana desbravando
essa região de Acorizal e Rosário-Oeste, fundando assim, vá-
86
rias comunidades entre elas o próprio Uembê, Chapéu-do-Sol,

Cedral, Ribeirão Grande e outros; todos de famílias católicas.
Como nesse período era tudo muito difícil de acesso e devido
também a falta de sacerdote e religiosos. Essa região, assim como
em outras foi cuidada pelos Franciscanos com todo carinho
dedicação, fé e coragem, tais como: Frei Quirino, Frei Leandro
e Frei Eraldo, até a chegada do Padre Vicente e posteriormente
o Padre Paulo Agueci. Devido essa escassez a comunidade se
reunia para alimentar e manter viva a sua fé através da devoção
a Nossa Senhora da Guia realizando uma linda festa anual em
sua honra. Era um bonito encontro das famílias onde se rezava o
terço e a ladainha, o cururu, o siriri, o levantamento do mastro e
outros. E no decorrer do ano fazendo a reza diária do santo terço
em casa sempre que possível se reuniam para rezar em família e
assim se seguia. A guardiã da imagem de Nossa Senhora da Guia
era a moradora mais velha da comunidade a Senhora Tertuliana
(apelido Tutica), os moradores seguiam em procissão até a sua
casa para buscar a imagem para dar início assim aos festejos.
Até que então ela doou a imagem a outra Senhora Nhaia, onde
infelizmente em um incêndio no altar, provocado pelas velas a
imagem foi lamentavelmente destruída. Mesmo assim, as pes-
soas da comunidade mantiveram vivas a sua a tão querida Mãe.
Agora a tão devota Dona Iria, ganha das Irmãs de Caridade de
Rosário-Oeste uma nova imagem da Santa. Agora uma imagem
do Perpétuo Socorro, mas cultuada como Senhora da Guia, até
que nos tempo atuais uma grande amiga disse que não se tratava
da Nossa Senhora da Guia, sendo que o Padre Edevando e Padre
Flávio foram unanimes, é Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
87
Continuando, por volta de 1954 a 1957 com recursos próprios o

Sr. Elisbão e a Dona Iría com ajuda da comunidade constroem
a tão sonhada capela que foi abençoada já então Padre Vicente,
local de muita fé, onde realizou casamentos, batizados. Sempre
liderado pela Sra. Iria, sempre cuidado por ela também, tinham
devoção ao Senhor Menino.
Ela não media esforços para participar das Santas Missas,
pois sabia do seu valor e importância e se dedicou até o final da
sua vida para manter acessa a fé deste local. O tempo passou e
a capela ruiu-se, mas o legado ficou e hoje os seus descendentes
lutam para manter viva essa fé que seus antepassados sob am-
paro de Nossa Senhora da Guia e o Senhor Menino.
Em um certo domingo do ano 2013 quando participava da
missa na Aldeia o Rosemil neto de Dona Iria conversava com
Dona Jairtes, a mesma diz: “Vocês precisam de uma missa mensal
imediatamente”. Falamos com o então Pároco Padre Jeferson e
a partir desse momento passamos a ter a Santa Missa mensal,
catequese, terço dos homens, recebendo moradores de toda re-
gião e até de Cuiabá, as missas são realizadas em salão aberto.
Mas generosamente, a Dona Maurina, filha da Dona Iria, doou o
terreno para a construção da tão sonhada Igreja. Nossa Senhora
da Guia, São José e o Menino interceda por nós. Louvado seja
nosso Senhor Jesus Cristo e sua mãe Maria Santíssima."
Uembê / Acorizal 19.07.2023
Maria Eliane do Espírito Santo
88
16. Campo Limpo – Padroeiro: São João Batista
A longa caminhada da bandeira, a força da piedade católica
89
Destacamos que ao longo da elaboração desta obra, foi criada

a nova flor de Brotas, a Comunidade Campo Limpo, tendo como
padroeiro São João Batista, isto no dia 23 de junho do corrente
ano de 2023, com celebração de Santa Missa em louvor ao pa-
droeiro, havendo comparecido expressivo número de seguidores.
Esta comunidade formou-se sob orientação espiritual do Pa-
dre Edevando Acindino Martins, cujo início deu-se durante o ano
2022, com a passagem da Bandeira de N. Sra. de Brotas no dia 2 de
junho. A partir deste fato o líder passou a reunir os cristãos para
rezarem a novena de N. Sra. de Brotas e todo mês o Santo Terço.
Inicialmente na residência de Magnon Braz Ferreira e sua mu-
lher Izalina de Anunciação, conhecida por Patrícia, seguindo-se
na casa das Senhoras Cristiane, Denice, Tina, Marli, Branquita,
Sr. Belchior e sua esposa Fátima e por fim Cibélia. Unidos e já
fortalecidos pelas rezas mensais os católicos da localidade, até
então sem experiência em vida comunitária rezaram em diver-
sas residências a Novena de Natal do ano de 2022. Devido esta
nascente comunidade ainda não possuir a sua estrutura física,
foi adotado como sede provisória a Estância São João Batista.
90
A concorrida e belíssima celebração da Primeira Santa Missa
91
6. As comunidades de
Jangada – Desmembramento
Com a criação da paróquia por ato do Império, conforme Lei
provincial de 25 de agosto de 1833, antes subordinada à Fregue-
sia de Nossa Senhora do Livramento, estabeleceu-se os limites
de jurisdição da paróquia. Mais tarde, Dom Aquino Correia,
fez expedir o Decreto de 24 de maio de 1945, determinando os
novos limites das paróquias integrantes da Arquidiocese, consi-
derando a necessidade de coincidir o quanto possível os limites
eclesiásticos com os civis. Na atualidade, com a expedição por
Dom Milton Antônio dos Santos, SDB, do decreto de 7 de outubro
de 2007, atendendo as necessidades espirituais dos fiéis de Jan-
gada, firmou-se a divisão da Paróquia Nossa Senhora de Brotas/
Acorizal-MT, elevando a Capela de Nossa Senhora Aparecida/
Jangada-MT à dignidade de sede Paroquial, assim a Arquidioce-
se de Cuiabá, com a expedição de outros decretos, conta, hoje,
com 31 paróquias sediadas em Cuiabá e toda baixada cuiabana.
Assim, objetivamos neste trabalho demonstrar o resultado
de um longo processo de evangelização realizado ao tempo
em que a população de Jangada estava afeta à Paróquia N. Sra.
de Brotas. Sabe-se que a Paróquia N. Sra. de Aparecida possui
grande número de fiéis, sendo destaque junto a Arquidiocese,
por isso não omitiremos a relevância dos trabalhos anteriores
no processo de evangelização, especialmente no apoio de relevo
para criação das comunidades.
A partir da relevante importância das comunidades preceden-

tes à criação da Paróquia N. Sra. Aparecida foi que destacamos,
do acervo das Irmãs Filhas da Caridade São Vicente de Paulo,
relatos e fotografias demonstrando o valor do expressivo trabalho
registrado, que na medida do possível será reproduzido:
Relação das Comunidades Eclesiais Localizadas –

Jangada
• 1. Vaquejador
• 2. Buriti Cumprido
• 3. Mato Grosso
• 4. Barra do Buriti
• 5. Mutum Boa Vista
• 6. Minhocal
• 7. Raizama
• 8. Tombador
• 9. Quilombo
• 10. Salobra
• 11. Barra do Tira Barro
• 12. Buriti Escuro
• 13. Espinheiro
• 14. Laginha
• 15. Sto. Antônio do Barreiro
• 16. Barcada
• 17. Buritizinho
93
1. Vaquejador
“A comunidade começou em 1980, com o apoio de Pe. Paulo

e das Irmãs. Somos 40 famílias. Nos reunimos de casa em casa
para fazer a celebração aos domingos às 8h30.
foram: Agdo, Isaú, Brígido, Teodoro, Ana etc.
Os momentos mais importantes foram: visita de Nossa
Senhora de Brotas e os encontros em Cuiabá que refletia como
formar comunidade.
Hoje a comunidade está um pouco fraca, mas caminha. Todos
tem casa, trabalho, terra.
94
Quem acompanha a comunidade desde o início são: Ana,

Brigido, Luisa, Apolonia. Os primeiros participantes construíram
uma capela que teve muita participação de cursos, celebrações,
encontros. Hoje está decadente, mas pretendemos construir
outra.”
95
2. Buriti Cumprido
“A comunidade nasceu com as visitas do Pe. Paulo às famílias.

Fortificou-se depois do Encontro no Ribeirão Pedras acima em
1980.
As pessoas que marcaram os primeiros passos foram:
Sr. Manuel Sotério de Oliveira, Carmita e Silvia de Oliveira,
D. Sabina, Sr. Damásio, João Francisco e Prof. Janil.
A comunidade se reúne às 13 horas aos domingos, nas casas.
96
Atualmente quem ajuda a comunidade a caminhar é o

Sr. Manuel Sotério, Otávio, Sr. Domingos e D. Sabina.
Um momento importante na comunidade foi a visita de
N. Sra. de Brotas.”
97
3. Mato Grosso
“A nossa comunidade nasceu no encontro de 4 a 6 de junho

de 1980.
Anteriormente o Padre Paulo, no mês de maio, esteve na casa
do Sr. Patrício e perguntou se ele convidaria a família para uma
reunião à noite, o que de fato aconteceu, o Pe. Paulo rezou junto
e depois fez vários perguntas para as pessoas do conhecimento
de Deus, de Maria, de Jesus Cristo, uns respondiam outros não.
98
Depois ele propôs de criar comunidade, então ele marcou

depois marcou a data de um encontro para entenderem me-
lhor. Então vieram Pe. Paulo, Ir. Vera, Marinalva, João e Juracy,
Sidônia, Zica, para nos ajudar.
A noite as famílias se reúnem, a do Sr. Manoel e 4 filhas,
Benedito e esposa, Sr. Hipólito e uma filha, D. Francisca e um
filho, a esposa do Sr. João, uma filha do Sr. Cândido, um filho de
D. Felipa, o Sr. Júlio e esposa, além de pessoas de outras locali-
dades como o Sr. Damásio.
Para iniciar houve prece e depois houve um bate-papo sobre
vários assuntos. No dia seguinte continuou muito animado com
orações, cantos, grupos e plenários.
Foi feito também uma cruz e com ela uma caminhada mos-
trando a via sacra.
Pe. Paulo chegou à noite e o grupo comunicou que estava
gostando e aproveitando.
No domingo Ir. Vera propôs de fazer uma plantação e a turma
escolheu a manga que crescida dá sombra. Depois foram até a
cachoeira e louvaram tudo que Deus faz de bom na natureza
e o homem à sua imagem e semelhança. De volta para casa
do Sr. Patrício, foi feito uma boa conversa sobre os trabalhos
das mulheres: umas ficavam outras trabalhavam na roça com
os maridos, foi dito que Jesus também trabalhou, assim como
São José, que era carpinteiro."
99
"À tarde Ir. Vera pergunta quem vai ficar liderando a comuni-
dade, ajudando a puxar?
Todo mundo se encolhia, até que o Sr. Damásio deu a ideia de
ficar o Sr. Manoel como responsável, ele aceitou. Ficou combi-
nado que as celebrações seriam aos domingos. E daí em diante
assumiram a promessa, celebrando nas famílias.
Ao longo do tempo foi havendo uma mudança no dirigente,
às vezes era alegre, outras vezes grosseiro, conversava muito e
o tempo se alongava, levando algumas pessoas a se afastarem.
Aos poucos também ele foi se envolvendo muito com a política
ele chicoteava, sobretudo quando o PT perdia. O número de fa-
mílias que se afastaram era maior dos que ficaram, a dificuldade
só aumentava.
100
Em 1991, o grupo de mulheres que ele não dava apoio disse

que pensava em trabalhar para construir uma Igreja, então ele
disse que ele e sua família não participaria e houve a separação,
ele retirou-se do grupo, da comunidade.
Sentimos, mas toda essa caminhada nos iluminou, temos
consciência de nossa missão de evangelizar, vamos em frente.
Hoje participamos de vários encontros, de catequese, grupo de
mulheres, fé e política.
Somos uma comunidade fraca na participação, em assumir
compromissos. Mas consideramos uma vitória a construção da
nossa Igreja.
O momento mais importante continua sendo aqueles três dias
de encontro que iniciou a nossa comunidade. Quando pessoas
que se afastaram voltaram a participar.
A oportunidade de enxergar algumas escravidões que sofría-
mos.”
101
4. Barra do Buriti
“A comunidade da Barra do Buriti foi fundada com 8 famí-

lias, os primeiros dirigentes foram: Otávio Bernardino e Paulo
Bernardino de Campos, e com as animadoras: Maria Domingas
de Campos e Albina Costa do Nascimento. De 1980 a 1982, as
reuniões eram feitas de casa em casa. A partir de 1983, Otávio
muda para outro local. E os que ficaram resolveram convocar
uma reunião para tratar da possibilidade de construir uma Igreja,
o que ficou decidido construir a Igreja de Nossa Senhora da Guia.
102
Que foi construída através de mutirões de homens e mulheres

e crianças. Todas as quartas-feiras eram realizados mutirões de
farinhada em benefício da construção da Igreja. Isto fez com que
a comunidade era muito individualista, cada um só pensava em
si, fosse mudando, hoje com trabalho e esforço e a paciência do
dirigente que tem um espírito comunitário.
A comunidade tem 38 famílias, sendo 15 famílias participam
sempre dos movi-mentos, realizados, 15 participam às vezes, 8
famílias não participam de nenhum movimento, e 5 famílias
são crentes.
103
Barra do Buriti jamais deixou de ter um trabalho comunitário,

isto é trabalho em mutirão, é difícil a luta, mas nossa comunida-
de vem desenvolvendo cada vez mais assim facilitando a sobre-
vivência dos moradores. Somos uma comunidade que aprendeu
andar com as próprias pernas. Em 1980 tínhamos apenas 11
eleitores, hoje somos 72. Hoje nosso trabalho é mais comunitário,
temos um centro de trabalho nossa farinheira. Temos um grupo
de mulheres sempre prontas a trabalhos comunitários e que
muito contribuíram com a construção da nova Igreja, porque a
primeira foi destruída com o vento, ficava num lugar alto.
A nossa comunidade aprendeu que não adianta reunir se
não uniu.”
104
5. Mutum-Boa Vista
“Somos 12 famílias. Nossa comunidade começou em 1988,
quando pedimos para separar do grupo Buriti Cumprido, pois
queriam assumir nossa caminhada. Conversamos com as Irmãs
das nossas dificuldades de caminhar longe com as crianças pe-
quenas. Houve uma primeira reunião na casa do Sr. Henrique.
Daí em adiante assumimos.
105
Fazemos celebrações de Domingo nas casas, mas onde mais

reunimos é na de D. Maria Jorgina da Silva, às 14 horas.
O momento mais importante foi a visita de Nossa Senhora de
Brotas, deu muita força e crescemos na fé.
Fazemos mutirão das mulheres, mas ainda não conseguimos

organizar como grupo, pedimos ajuda. Assim como para cons-
truir nossa capela, um desejo nosso.
Os primeiros passos dos membros da comunidade, foi no
encontro do Ribeirão das Pedras Acima, com Pe. Paulo, em 1980.”
106
6. Minhocal
“São 14 famílias. A comunidade começou em 2 de fevereiro de
1982. Quando aconteceu um encontro promovido pelo Pe. Paulo,
Irmãs Vera e Gabriela, D. Carmem, João e Juraci de Acorizal, para
os líderes para ajudar as comunidades que nasciam.
No início se reunia de casa em casa, para celebrar, rezar o

terço, depois de construída a Igreja, passamos a nos reunir lá.
Reunimos no sábado para o terço e aos domingos para a cele-
bração da palavra, às 13 horas.
107
As pessoas que marcaram desdeo início foram Pe. Paulo, as

Irmãs, e o Prof. Benedito Silvério dos Reis e outros.
Os momentos mais importantes da comunidade são: as Mis-
sas, visita das Irmãs, de Dom Bonifácio para celebrar a Crisma
(2 vezes).
Quem acompanha a comunidade: Prof. Benedito, Sr. Paulino
e esposa, Sr. Alírio e esposa, e as famílias do Sr. Veríssimo, do
Manoel Luzio, da Crescência, do Vitor, da Silvia, do Francisco,
do Antonio Marca, do Sebastião, do Dorotério, do Jerônimo,
frequentadores desde o início.
Todos tem suas casas e tem onde trabalhar, trabalhamos
também em comum.
Quanto ao lazer tem festas religiosas com reza e danças de
cururu e siriri.
Não temos associação, nem grupo de mulheres.”
108
7. Raizama
“Somos 52 famílias na comunidade. A comunidade nasceu em

1982, com a campanha da Fraternidade “A Verdade vos Libertará”,
as reuniões realizadas nas casas dos moradores. Unimo-nos para
construir a capela de São Vicente de Paulo.
Atualmente celebramos na capela todos os domingos às 9
horas da manhã.
As pessoas que marcaram os primeiros passos foram: Pe.
Paulo, os dirigentes do Regional: Venceslau e Otávio e da comu-
nidade Sr. Felipe.
109
Os momentos mais importantes da caminhada foram: realiza-

ção da catequese infantil, e da Crisma, celebração da 1ª Eucaristia
das crianças (2 vezes), as celebrações, preparação para o Batis-
mo, ajuda as pessoas necessitadas, visita das Irmãs. A moradia
da comunidade, são 90% de pau a pique. Das 52 famílias, ainda
11 famílias não possuem terra própria. Trabalham na Lavoura.
Somos organizados na Associação de Produtores Rurais.
O nosso lazer é futebol, festas e rezas.

Quem acompanha a comunidade: Sr. Felipe, Euzébia, Donati-
na, Joana, Antônia, Maria Justina, Bento, Manuel Pedro, Manoel,
Robertina, Francisca e outros.”
110
8. Tombador
“Começou quando veio morar aqui um membro do Conselho
Regional: Venceslau.
Ajudou para desenvolver a comunidade, assim como as visitas
do Padre Paulo.
Mais tarde das Irmãs, Frei José e Pe. Benjamim.
São 22 famílias, mas nem todas participam. Somos animados.

Hoje a liderança da comunidade está com o Sr. Geraldo Nunes
Pereira, Eva Maria de Jesus Arruda.
111
Temos recebido visita do Conselho Regional e de pessoas das

outras comunidades. Foi muito importante a preparação para a
Crisma.”
112
9. Quilombo
“São 15 famílias. No início participávamos com a comunidade
de Ribeirão das Pedras acima, com o apoio de Pe. Paulo e das
Irmãs.
Com o interesse de Marília fomos tentando nos reunir. As

celebrações são feitas aos domingos às 8 horas da manhã, nas
casa de família dos participantes.
As pessoas que marcaram os primeiros passos foram: Venina,
Marilza, e Benedito. Os momentos mais importantes da comu-
113
nidade são: as celebrações de batizados, de Missa, os encontros

regionais, preparação de crisma.
A comunidade é pequena, todas as famílias tem terra, mora-
dia, trabalho e lazer.
Quem acompanha a família desde o início é a família da Sra.
Venina, D. Eluina, Sr. Gregório.
Quem prepara as celebrações são: Venina, Manuel, Francisco,

Leondrina.
As reuniões de novena são feitas nas casas, assim como a
reza do terço.”
114
10. Salobra
“Foi iniciada pelo Pe. Paulo e depois com a ajuda das Irmãs.
Os primeiros dirigentes foram Antonia Cirila Ponce e Marilza
Ponce que depois mudou-se.
Ficou Joanita Ponce que também foi para sítio, assim como
Joanice que deu muito apoio à comunidade mas também teve
de mudar por razões econômicas.
Mas, a comunidade se esforça para caminhar. O casal Branco
e Nina dá muita presença. Temos fé e não vamos desanimar.
Somos fracos mas, confiamos na graça de Deus e não vamos
desanimar. Na época de Natal todos se animam.
115
As visitas do Padre e das Irmãs nos renovam.”
116
11. Barra do Tira Barro
“Nossa comunidade nasceu dia de Santo Antonio de 1983 com

o Pe. Paulo e as Irmãs. Somos 15 famílias. No início os primeiros
dirigentes tiveram dificuldades, mas aos poucos tivemos muitas
alegrias, quando fomos entendendo os evangelhos.
A comunidade é pequena, mas uns poucos que participam são
firmes e não vão deixá-la morrer. O primeiro dirigente foi o Sr.
Amâncio com sua família. Hoje falecido. Nossa alegria são com
a visita do Padre e das Irmãs trazendo incentivo para continuar.
As dirigentes hoje são as 2 filhas de Sr. Amâncio.”
117
12. Buriti Escuro

“São 13 famílias.
A comunidade começou em 1980, com a reza do terço, nas
famílias.
Com apoio da Irmãs, conseguimos folhetos e passamos a
celebrar o culto dominical.
No princípio quando ainda morávamos na Fazenda Velha,

celebrávamos nas casas das famílias. A partir de 1991 passamos a
morar no centro da Ellus e então passamos a celebrar na Escola.
Os primeiros passos da comunidade foram marcados por
D. Maria Helena e Galdina do Areião, que vinham animar e aju-
dar a comunidade a celebrar.
118
Um dos momentos mais importantes na comunidade foi a

visita a de Nossa Senhora de Brotas em 1984. São sempre mo-
mentos importantes a visita do Padre, das Irmãs e outras pessoas
que vem nos visitar.
Moramos na fazenda, todos trabalham de empregados e gra-
ças a Deus temos um bom lazer.
Desde o princípio quem acompanha a comunidade é Dona
Anita.”
119
13. Espinheiro
“Fazem parte 3 famílias. Começou no dia 23 de maio de 1983.
Quando éramos 7 famílias, participando da Campanha da Fra-
ternidade, com animação do professor Benedito, que ficou en-
viando os folhetos para a celebração do culto, no início tivemos
medo de assumir a caminhada, mas sabíamos que os outro
nossos parentes participavam e só nós ficamos sem participação.
O professor Benedito vinha ficava alguns dias em casa, insistia
conosco, até que resolvemos assumir.
No mesmo ano houve um retiro de 3 dias do Vaquejador e

foram 3 pessoas participar, e daí começou nossa animação que
continua crescendo até hoje, mesmo tendo algumas famílias se
afastado, as fofocas, os adversários, vamos rodando a carroça,
com coragem ânimo e animação.
120
Antes nos reuníamos de casa em casa, depois, a partir de 1990,

com a ajuda de Deus e Nosso empenho, construímos uma capela.
Reunimos no domingo para a celebração, nas quartas e sá-
bados para o terço.
As pessoas que marcaram nossos primeiros passos foram o
Professor Benedito e o Paulo, da comunidade Canisia.
Os momentos mais importantes foi a visita de Nossa Senhora

de Brotas, a visita da Sagrada Família, as danças de siriri à noite,
a celebração das primeiras eucaristias.
A comunidade é pequena, mas todos tem seus barracos e
suas próprias roças.
Quem acompanha a comunidade: José, Canisia, Claudino,
Eva, Catarino, Felipa, Albino, Bernarda.”
121
14. Laginha
“Existem 12 famílias na comunidade. Começou no dia 11
de setembro de 1980, na residência do Sr. Paulino, onde houve
palestra, explicações, orientações e cantos.
Nos reunimos sempre aos domingos, nas casas dos partici-

pantes. As pessoas que marcaram os primeiros passos da comu-
nidade foram Pe. Paulo, Delza, Ir. Rita e a dirigente da época da
comunidade a Alacyr e o Simão.
Os momentos mais importantes da caminhada: quando nos
reunimos, quando recebemos a visita das Irmãs, quando re-
cebemos convite para participar de alguns acontecimentos, a
visita de outras comunidades, a nossa participação no curso
122
de homeopatia. Quando fazemos partilha da comunidade para

ajudar os mais fracos, a visita de Nossa Senhora de Brotas, a cele-
bração da 1ª Eucaristia por 2 vezes, a formação do grupo jovem,
a participação da Crisma na Jangada, a conquista do prédio da
Escola, os mutirões da roça, reza do terço nas famílias, as festas
de São Gonçalo e São Sebastião onde se faz a reza da Ladainha e
se dança o siriri, o almoço juntos, os encontro de casais (último
domingo do mês) junto com a comunidade do Espinheiro, visita
de um sacerdote de Várzea Grande, e outros.”
123
15. Santo Antônio do Barreiro
“São 12 famílias que participam.

A comunidade começou em 1984. Os primeiros passos foram
marcados pela ajuda e interesse do Conselho de Minhocal, sobre-
tudo do Prof. Benedito que muito nos estimulava. Eles vinham
celebrar conosco, quando o rio estava muito cheio, ficava cada
grupo numa margem e assim fazíamos a celebração. Com o
tempo fomos assumindo sozinhos.
A comunidade é pequena, mas muito unida. Cada um tem
seu pedacinho de terra, onde fazem trabalho braçal.
O lazer da comunidade é o futebol e o siriri.
Desde o início a líder da comunidade é Maria Benedita Barros.”
124
16. Barcada
“Foi fundada em 1985 com os líderes Manoel e Alice. Partici-
pavam nessa época 8 famílias e era muito animado, todos tinham
alegria de participar das celebrações aos domingos, novenas de
Natal etc.
125
Infelizmente em 1989, algumas famílias abandonaram a Igreja

Católica tornando-se adeptos da Assembleia de Deus.
Durante um ano a comunidade ficou praticamente parada,
por falta de quem assumisse. Em 1990, com apoio da Irmã Vera,
a professora Clarice aceitou a liderança com a ajuda de Maria
Firmina do Espírito Santo e Maria Nonata do E. Santo.
Atualmente com a mudança de Ma. Firmina, estão ajudando
também Leudis Paulina e Mariluce Aquina da Costa.
A comunidade tem 8 famílias, sem contar as casas das fa-
zendas, que não participam sempre. As celebrações acontecem
todos os domingos, havendo uma participação relativa às vezes
mais participantes outra vezes menos.
Por isso celebrar o Natal é uma das nossas alegrias, quando
a participação é bem ativa. Os dias de Missa, batizados, são
também nossas alegrias. As visitas das irmãs na comunidade
são motivo de alegria.
Quanto às dificuldades com relação ao trabalho da agricultura
com ataque de pragas e doenças nas plantações de mandioca,
arroz e feijão. Outra dificuldade é participação dos homens nas
celebrações.”
126
17. Buritizinho
“São 11 famílias. Iniciou-se com a reza do terço, depois com
a participação da Campanha da Fraternidade em 1991.
Depois participamos de um encontro regional e foi fundada

em 23 de junho 1991, pelo conselho Regional.
No final do ano tivemos Missa com a presença do Padre e as
Irmãs. Celebramos aos domingos, a princípio nas casas, depois
construímos a Igreja, hoje fazemos lá.
127
As pessoas que marcaram os nossos passos foram João Maria

e Canisia da regional.
Os acontecimentos importantes são: visita do padre, das ir-
mãs, preparação das crianças, a 1ª Eucaristia.
É uma comunidade pobre, alguns moram em terras alheias,
apenas tem o direito de plantar o necessário para sua sobrevi-
vência.
De vez em quando tem festinhas tradicionais.”
...
Concluindo, resta aqui melhor demonstrar o trabalho incansá-

vel de evangelizadores da Paróquia N. Sra. de Brotas, quem se va-
lendo da histórica balsa rompiam as águas do caudaloso Cuiabá
atingindo sua margem direita onde, do outro lado, em grande
extensão geográfica atingir as mais longínquas localidades, para
pessoas simples e sedentas, a fé católica e a palavra de Deus!
128
7. A Presença das Filhas da
Caridade São Vicente de Paulo
Conta a história que o Pe. Paulo Agueci, missionário italiano,
primeiro pároco residente na Paróquia N. Sra. de Brotas, sentin-
do-se preocupado com a evangelização, situação educacional e
apoio na área de saúde no Município de Acorizal tomou a ini-
ciativa de buscar fora recursos humanos. Então em uma Kombi
velha, em janeiro de 1975, empreendeu uma grande viagem para
Brasília, depois São Paulo e por fim, Rio de Janeiro, estava a pro-
cura de alguma congregação de irmãs religiosas que atendessem
seus anseios. Foi assim que na estrada rumo ao Rio de Janeiro
viu uma irmã em um ponto de ônibus a quem perguntou a dire-
ção certa para chegar ao Rio de Janeiro. Era a Irmã Maria Isabel
Novaes, mineira de 64 anos de idade, quem residia ali por perto.
Pe. Paulo ofereceu-se para levá-la em casa e a irmã serviu-lhe um
café, enquanto conversavam sobre a finalidade de sua viagem.
Assim foi que a Irmã Isabel falou sobre o seu curriculum como
professora, colocou-se a disposição para a missão condicionada
à aprovação da sua Provincial. Pe. Paulo então seguiu para o Rio
de Janeiro e falou com a Irmã Ione Coelho Leite, então Provincial
das Filhas da Caridade São Vicente de Paulo.
Do diálogo travado entre a Irmã Ione e o Pe. Paulo, não prospe-
rou de imediato a ideia de deslocar freiras daquela congregação
para Acorizal já que não contava, com Irmãs disponíveis. No
encerramento do diálogo Pe. Paulo expôs que a Irmã Maria Isabel
Novaes, aquela Irmã encontrada no caminho, havia se mostrado
interessada em trabalhar em semelhante missão. Assim, a Irmã

Maria Isabel foi chamada ao conselho Provincial e não hesitou
em aceitar o convite.
O fato é que em fevereiro de 1975 aqui chegou, sozinha de
ônibus a Irmã Maria Isabel Novaes, passando a morar na Sacristia
da Igreja, até então habitada apenas por ratos e morcegos.
A Paróquia N. Sra. de Brotas registra aqui a chegada da pri-
meira Irmã Filha da Caridade São Vicente de Paulo com grande
disposição e para alegria do povo. Mas em março do mesmo ano a
Irmã Ione veio visitá-la e conhecer a missão, quando sugeriu que
a mesma não deveria permanecer sozinha. A notícia chegou até
Campo Grande Mato Grosso do Sul, melhor dizendo ao conheci-
mento da Irmã Dagmar Assunção, quem trabalhava como enfer-
meira no Exército Brasileiro, e se dispôs a vir em missão. Relata
a Irmã Dagmar que reinava em Acorizal certa precariedade em
todas as áreas, escola sem professor, posto de saúde fechado, ao
mesmo tempo em que grande foi o acolhimento das pessoas e a
insistência para que aqui permanecessem. Entenderam que aqui
“... era o lugar das Irmãs da Caridade de São Vicente de Paulo”.
A Provincial Irmã Ione antes de seu retorno para o Rio de
Janeiro pediu ao Pe. Paulo que providenciasse uma moradia
para as Irmãs. Em um ano a casa ficou pronta com os próprios
recursos de Pe. Paulo. Em fevereiro de 1976 foram enviados para
formar comunidade com a Irmã Maria Isabel as Irmãs Beatriz
Siqueira, Severina Santos e Dagmar Assunção. Em seguida fo-
ram contratadas pelo Estado de Mato Grosso para trabalharem
nas escolas e no Posto de Saúde. Desempenhavam trabalho de
evangelização, junto com Pe. Paulo, em todos os momentos livre
130
e aos sábados e domingos, com visitas em domicílio, participação

em todas celebrações, em festejos religiosos, velórios, enterros
e assistência a enfermos. Este era o tempo em que o Município
de Jangada, com sua grande extensão territorial, era distrito de
Acorizal, então o trabalho e o tempo das religiosas era bastante
concorrido entre Acorizal e Jangada.
Importante lembrar e também registrar, in memorian, a im-
portância da coragem e destemor da Irmã Maria Isabel Novaes,
quem dois anos e pouco após, no dia 07.07.1977, faleceu repen-
tinamente no Rio de Janeiro.
A presença da Fihas da Caridade de São Vicente de Paulo
em Acorizal durou por 48 anos, períodos em que se registrou a
passagem de 13 religiosas, formando ao seu tempo comunida-
des de religiosas, sendo certo que tem destaque a presença da
Irmã Dagmar Assunção por 48 anos, Irmã Vera Maria Lobo por
42 anos, Irmã Angela Maria Toti por 33 anos e Irmã Maria de
Lourdes Amaral ( Irmã Gabriela) por 29 anos.
É também da dedicação e zelo dessas religiosas que a par-
tir do anos 1979 Acorizal toma novo rumo com a expansão da
evangelização, ampliação e melhoria qualitativa na educação e
atendimentos humanizados e regulares na saúde. Foi também,
no final da década de 70 que juntamente com Pe. Paulo iniciou-se
forte trabalho de visitação e aproximação das famílias, especial-
mente da zona rural, iniciando comunidades ativas até hoje em
Acorizal e Jangada.
Assim, o trabalho iniciado foi se multiplicando com encontros
para formação de lideranças formação de catequistas, grupos
de estudos bíblicos e de cantos, promoção de círculos bíblicos,
131
liturgias, novenas de Natal, campanhas da fraternidade, medi-

cina alternativa – homeopatia, festas das sementes, encontros
regionais mensais nas comunidades, Assembleias Paroquial
todos os anos. Das atividades desenvolvidas tem destaque, por
sua relevância, a partilha de alimentos, de acomodações e pres-
tação de serviços para pessoas necessitadas, tudo gratuitamente,
fato que marca até hoje profundamente a cultura do povo do
município de Acorizal..
Outro aspecto que registrou grande transformação social
com a promoção do bem-estar de todos foi o investimento feito
pelas religiosas na formação e qualificação de professores e
profissionais da área de saúde, trabalho este desenvolvido às
próprias custas, ou com salários que recebiam pelo serviços
públicos prestados e parceria com algumas famílias, a exemplo
disto, foram construídos 200 banheiros nas casas de famílias,
construídas inúmeras casas para moradia e ampliações ou re-
formas de outras.
Outra particularidade que merece registro, neste tema, é
a formação de grupos de mulheres para o desempenho das
mais diversas atividades, com vistas à promoção pessoal e ele-
vação e auto estima, além da intenção de trazer complemento
a renda familiar. Esses grupos em número de 7 na zona rural
de Jangada, 2 em Acorizal e 1 em Baús, desenvolviam diversas
atividades como o fabrico de doces, confecção de artesanatos,
bordados, produção de farinha etc. Irmã Dagmar destaca que
para implementar estas atividades sempre recebeu apoio da
Comissão Pastoral da Terra – CPT, especialmente depois que a
Irmã Vera Maria Lobo tornou-se agente pastoral e coordenadora
132
regional em regime de voluntariado. Registre-se também que o

trabalho esse comunitário realizado inspirava-se a partir do lema
“A Missão de Uma era a de Todas”.
Não é favor algum fazer referência ao trabalho apresentado
por Márcia de Campos, intitulado “Vivências da Parteira em
Acorizal-MT: Saberes e Experiências no Cuidado com a Vida”,
em dissertação apresentado ao Programa de Pós-Graduação
em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso, especial-
mente quando descreve características pessoais da Irmã Dagmar,
como sendo: “Dona de um sorriso tímido com uma parcimônia
ao falar, acolhedora... Irmã Dagmar é uma das muitas mulhe-
res guerreiras que vivem no Município de Acorizal, na baixada
Cuiabana em Mato Grosso. E ela seria apenas mais uma se
não fosse as mais de mil crianças que ela ajudou a colocar no
mundo,...”
A Irmã Dagmar foi a religiosa que permaneceu por mais
tempo em Acorizal, reconhecida como grande parteira e mãe de
todos os doentes, desenvolvendo notório trabalho como agente
da homeopatia popular, vinculada a Associação Brasileira de
Homeopatia Popular, por isso não raro é chamada de Mãezinha
e todos que a encontram colhem a sua bênção.
Solicitado pelo autor à Irmã Dagmar Assunção que lhe relatas-
se fatos que pudessem ser aqui retratados, sendo logo atendido
e para surpresa maior, recebemos a seguinte citação: “O Espírito
é Capaz de Fazer o Novo Florescer”
Vê-se que Acorizal e a Paróquia N. Sra de Brotas floresceu
durante 48 anos e hoje colhe os frutos dessas belas flores!
133
Com o necessário afastamento da Irmã Vera Lobo e seu re-

torno para o Rio de Janeiro em tratamento médico-hospitalar,
vindo a falecer em ano de 2023 em 03 de maio. Permaneceram
em Acorizal as Irmãs Angela Toti e Dagmar, oficialmente, até o
dia 19 de março 2023, quando o pároco Pe. Edevando Acindino
Martins programou a Santa Missa de Envio, que foi presidida
pelo Arcebispo Dom Mário Antônio da Silva e concelebrada pelos
Padres Edevando Acindino Martins, Marco Rodrigues, Wellython
Jonny de Oliveira, Luiz Augusto M. Guimarães, Enivaldo Dias de
Oliveira e Felisberto Samuel da Cruz, ocasião em que a Paróquia
recebeu comitivas de várias localidades e as mais variadas e
justas homenagens.
134
7.1. Experiências da Irmã Dagmar

A seguir alguns trechos da narrativa apresentadas na disser-
tação de mestrado de Márcia de Campos:
Vivências da parteira em Acorizal-MT:

saberes e experiências no cuidado com a vida
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em

Educação da Universidade Federal de Mato Grosso, como
requisito para a obtenção do título de Mestre em Educação,
na Linha de Pesquisa Movimentos Social, Política e Educação
Popular. (Março, 2017)
Dona de um sorriso tímido, com uma parcimônia ao falar,

acolhedora, sempre pontual e disposta para os nossos encon-
tros, Irmã Dagmar é uma das muitas mulheres guerreiras que
vivem no município de Acorizal, na baixada cuiabana em Mato
Grosso. E ela seria apenas mais uma se não fosse as mais de mil
crianças que ela ajudou a colocar no mundo, nesses 30 anos
como parteira.
Seu estilo de narrativa foi empolgante, expressava com muito
entusiasmo os fatos que compõem sua história de vida e mais
empolgante quando conta suas experiências como parteira.
Nascida com parteira em Minas Gerais, município de Prata,
em uma família de 12 irmãos, sendo a décima filha. O pai era
fazendeiro e a mãe costureira, quitandeira e grande amiga das
plantas medicinais, onde tinha grande conhecimento com os
remédios caseiros.
Podemos observar que Irmã Dagmar vem de uma família
simples, com muitos filhos, da zona rural.
135
Em sua narrativa assumia um tom melancólico e se sente

orgulhosa por ser filha de uma mulher que com seus saberes
sobre plantas medicinais ajudou muitas pessoas no cuidado da
saúde, e a considerava uma pessoa de muita sabedoria e fé.
Neste sentido, observamos o quanto a Irmã Dagmar se sente
segura ao falar de sua história, que nasce de parteira, em uma
família com muitos irmãos e que era católica. Ela sorrindo para
mim disse: “Minha história de vida é bonita. Nasci na fazenda
com parteira, uma família grande de 12 filhos, sou a 10ª filha,
sete mulheres e cinco homens. Uma família que vivia os prin-
cípios cristãos”.
Irmã Dagmar relata que desejava ser enfermeira, pois ajudou
sua mãe a cuidar de uma irmã que ficou doente por muito tempo
e isso despertou nela este desejo. Mas o pai não permitiu, apenas
autorizava que as filhas fossem professoras. Eu queria na verdade
fazer enfermagem, mas o meu pai não permitia, para ele todas as
filhas tinham que ser professora e eu queria fazer enfermagem.
Esta vontade nasceu porque ela tinha uma irmã doente e
sempre via minha mãe cuidando dela. Lá começou a despertar
para o lado da saúde, mas o pai não permitiu. “Eu estudava no
colégio de irmã aí comecei a pensar em ser irmã, mas eu queria
ser irmã depois de ser enfermeira só que como ele não deixou”.
Assim, ainda jovem começou a estudar para ser freira, aos 19
anos, no Rio de Janeiro, na congregação Filhas da Caridade de
São Vicente de Paulo, mesmo contrariando seu pai, que também
não queria que ela fosse freira.
136
“Comecei estudar em Petrópolis, no Rio, ali fiquei cinco anos,

quando terminei o noviciado fiz o Técnico de Enfermagem na
Escola Santa Luiza de Marillac, no RJ, uma escola muito boa.
Eu fiz um curso muito bom, sobretudo porque como eu era irmã
e morava no hospital tinha oportunidade de ficar trabalhando
nos períodos de férias”.
Relatou que mora em Mato Grosso há 40 anos, antes morava
em Campo Grande, onde adquiriu muita experiência no cuidado
de pessoas internadas em hospital.
“Eu queria vim morar no meio do povo, para fazer trabalho
de São Vicente, próprio do Carisma – estar no meio dos pobres,
eu sonhava em morar num lugar pobre, e Acorizal era municí-
pio de menor renda per capta, não tinha nada; posto de saúde
fechado, não tinha assistência à saúde e à educação, era muito
precária. O postinho de saúde estava fechado, e cheio de ratos,
barata e morcego”.
Quando ela chegou a Acorizal, em 1976, se deparou com uma
realidade bastante precária e logo se colocou a serviço desta
comunidade.
Irmã Dagmar conta ainda que ao fazer visitas domiciliares,
conheceu todos os moradores de Acorizal. O convívio no co-
tidiano da comunidade, ela foi criando laços de amizade e de
confiança com os moradores. Afirma que tornou-se parteira
por solidariedade, as outras parteiras, diante da necessidade de
cuidar das mulheres da comunidade, compreende ainda essa
atividade como um ofício, um dom dado por Deus.
137
As Irmãs na singela casa onde viveram em Acorizal
138
A jovem e lutadora Irmã Dagmar Assunção, milhares partos feitos em 48 anos
139
A Irmã Dagmar também tratada por todos como Maezinha,

embora enfrentasse grandes dificuldades no ofício de partejar,
nunca negou cuidados às mulheres que vinham buscar seus
cuidados de enfermeira, medicamentos homeopáticos, carinho e
oração. Para tanto sempre contou com o apoio, companhia e so-
lidariedade das Irmãs Vera e Ângela. Pelos seus relatos e vivência
na atividade sempre reconheceu o conhecimento empírico, ou
seja, o saber popular das parteiras, que são repassados de mães
para filhas, salientando que muito de seu saber e prática adqui-
riu em conversas e palestras com mulheres mais experientes no
ofício. Ainda, antes de sua saída de Acorizal, já não mais exercia
o ofício de partejar por mais de dez anos, mas sempre noticiou
seu saudosismo, porém deixou de prestar esse serviço porque
Acorizal passou a contar, cotidianamente, com médico clínico,
no posto de saúde, e outros profissionais regularizados perante
os órgãos de saúde para o exercício da profissão.
Irmã Dagmar ficou reconhecida em toda a região de Acorizal
como parteira e como a irmã cuidadora de todos os doentes, de-
vido seus conhecimentos em fármacos de homeopatia. Prestou
relevantes trabalhos, também, no serviço público até sua apo-
sentação, como agente da homeopatia popular, como membro
da Associação Brasileira de Homeopatia Popular.
Fonte: https://ri.ufmt.br/bitstream/1/2076/1/DISS_2017_M%C3%A1rcia%20De%20Campos.pdf
140
7.2. Agradecimentos das irmãs Dagmar e Ângela

Em 19 de março de 2023, encerrou-se a missão das Filhas da
Caridade de São Vicente de Paulo na Paróquia Nossa Senhora de
Brotas, com realização de Santa Missa de Envio com a presença
de inúmeras autoridades eclesiásticas, inclusive do Arcebispo
Metropolitano Dom Mário Antônio da Silva, nesta oportunidade
Acorizal recebeu significativo número de fiéis vindos das mais
longínquas paragens rurais e urbanas da baixada cuiabana, com
homenagens diversas, tendo Irmã Dagmar e Irmã Ângela, feito
uso da palavra, e em despedida, pronunciaram-se acerca do
trabalho e gratidão, nas falas adiante em destaque.
A vida, longa e saudável aventura, parto até nas montanhas
141
Agora um desafio náutico, a travessia do caudaloso rio Cuiabá
Irmã Dagmar Assunção:

"Deus só pede o que é possível, porque Ele cuida do impossível.
Como Filhas de São Vicente e Santa Luiza agradecemos a
Deus e a Província do Rio de Janeiro (Companhia das filhas da
Caridade) nos ter concedido viver aqui em Acorizal e em Jangada
o nosso carisma de servas pobres!
Volto o meu pensamento para Itália ao saudoso e querido
Padre Paulo Agueci, que de uma maneira misteriosa me trouxe
para cá.
142
Neste quase meio século 13 Filhas da Caridade estiveram aqui

em missão. A primeira delas Irmã Maria Isabel Novais, viveu aqui
um ano sozinha morando na Sacristia da Igreja e, como dizia São
Vicente: abriu o caminho para as outras.
Em memória agradecemos ao Dom Bonifácio que nos rece-
beu, nos apoiou e foi muito presente em nossas vidas e na vida
da Paróquia Nossa Senhora de Brotas.
Na pessoa dos padres Enivaldo, Welliton e Luiz Augusto,
Agradecemos de coração todos os sacerdotes que fizeram mis-
são junto conosco. E também os seminaristas que fizeram um
tempo de pastoral.
Um caloroso obrigada a C.R.B. As religiosas foram nossas
irmãs mais próximas, especialmente as Irmãs do Bom Jesus, as
da Divina Providência, as Catequistas Franciscanas; muitas vezes
presentes nas Assembleias da Paróquia, nos Encontros de CEBs,
de Saúde nos Trabalhos da C.P.T., nas Festas das Sementes. Em
nossos momentos de doenças nos acolhiam em suas casas como
verdadeiras irmãs.
Nos foram também muito presente as Irmãs Salesianas, quan-
do na Santa Casa de Cuiabá, acolhiam com tanto carinho os
nossos doentes, como também, as irmãzinhas da Imaculada
Conceição no Hospital Amparo de Rosário Oeste.
Agradecemos ao Senhor, Dom Mário, que em tão pouco tempo
nos cativou e se fez muito presente em nossas vidas e na vida da
Paróquia, para o Senhor nossas preces e orações.
E, os Senhores Padre Edevando e Padre Marco? Que bom!
Padre Edevando pequeno, audacioso, corajoso, exigente na
caminhada de santidade consigo mesmo e com os outros.
143
Padre Marco em tão pouco tempo já nos mostrou sua graça e

sua garra apostólica. Vamos sentir saudades dos cafés da manhã
das quartas-feiras.
Queridos irmãos e amigos, Deus e a mãe de Brotas continue
lhes abençoando. Muito Obrigada!
Os últimos serão os primeiros. E vocês povo de Deus, razão
de nossa presença e missão. Nunca nos esqueceremos de nosso
entusiasmo e alegria no nascimento de cada comunidade, numa
espiritualidade de FÉ e VIDA. No início eram só 4 (quatro), quan-
do os padres assumiram eram 45 (quarenta e cinco) comunidades
entre Acorizal e Jangada, uma mesma Paróquia.
Agradecemos esse tempo de convívio, aprendizagem, parti-
lha, solidariedade, disponibilidade e gratuidade e até mimos de
muitas famílias. Continuem firmes. Estamos indo porque não
criamos raízes, criamos laços. E levamos todos vocês laçados
em nossos corações.
E os nossos vizinhos da Rua São Vicente de Paulo? Nossos
irmãos e irmãs mais próximos. A ele nossa eterna gratidão!
E ainda queremos dizer algo a todos vocês de Acorizal e da
Jangada, aqui pudemos viver e experienciar um pouco da Carta
Magna de São Vicente, escrita a quase 400 anos que está em nossa
Constituição, tereis como claustro, as ruas da cidade; Por cela,
um quarto de aluguel; Por mosteiro, as casas dos doentes; Por
capela, a Igreja da Paróquia; por grade, o Temor de Deus; por
véu, a Santa modéstia; Por clausura, a obediência.
Pedimos desculpas por nossas omissões, contradições, impa-
ciências, mas colocamos tudo isso no coração de Deus, no colo de
Nossa Senhora de Brotas e na generosidade e bondade de vocês.
144
Nossas casas na periferia de Dourados Sitiocas e Baixada

Fluminense Sepetiba estarão abertas a todos vocês.
Em tempo, Irmã Gabriela com 98 anos, consciente, está unida
a nós. E, Irmã Vera acompanha passo a passo toda essa trajetória
e manda um abraço caloroso a cada um de vocês."
Abraços Irmã Dagmar
Ir. Ângela Toti, Ir. Vera Lobo, Ir. Gabi, Pe. Paulo Agueci e Ir. Dagmar
145
Irmã Ângela Toti:

"Só temos que agradecer a Deus e a vocês pelos anos de con-
vivência.
Anos de aprendizado, lutas, alegrias e convivência fraterna.
Creio que mais aprendemos que ensinamos.
Nossa missão de Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo
não termina aqui, mas continua lá onde somos enviadas. Lugar
talvez mais exigente: periferia de Dourados-MS e Sepetiba-RJ.
Diante disso, contamos com as orações de vocês para que
sejamos testemunhas de Jesus Cristo; Testemunhos do amor,
bondade, solidariedade e partilha em nossa nova comunidade
e missão que provavelmente será bem diferente daqui.
Rezem por nós."
As Irmãs no remanso do lar, momentos em descontração
146
8. Matriz Paroquial – Padroeira:
8.1 Histórico
Registros históricos dão conta que 2 famílias de portugueses
refugiaram nesta região no ano de 1817, na localidade específica
onde está construída a Igreja Matriz Nossa Senhora de Brotas.
Sendo que uma das famílias trouxe consigo uma imagem de
Nossa Senhora, cujos traços da Santa esculpida trata-se de Nossa
Senhora da Guia, devoção muito difundida em toda a baixada
cuiabana. É sabido também da veneração do povo português a
Nossa Senhora das Brotas, valendo citar a existência de um San-
tuário em Brotas, município de Mora, distrito de Évora, Portugal.
A pequena ermida dedicada a Santa que deu origem à igreja e ao
santuário foi fundada em data incerta, sendo comprovadamente
anterior a 1424. A devoção à Nossa Senhora das Brotas, segundo
a tradição oral portuguesa, está vinculada a um milagre onde a
Santa teria aparecido para um pastor que por ali guardava sua
vaca.
Assim descreve a história:
O Santuário de Brotas liga-se, segundo a tradição, a um mi-
lagre ocorrido cerca de 1.400: uma vaca que pastava teria
caído ao fundo do barranco no qual hoje se ergue a igreja;
um pastor achando o animal já morto propunha-se esfolá-
-lo quando lhe surgiu a Virgem com o Menino e lhe disse
que no local construísse um templo em veneração da sua
imagem. Imagem essa que miraculosamente ali talhou
do osso da perna da vaca já amputado pelo pastor: após a

aparição o pastor constatou que a vaca estava viva e com
os membros intactos (a pequena imagem de Nossa Senho-
ra das Brotas, em marfim, que se encontra atualmente no
nicho do altar das Almas, é popularmente identificada
como àquela que se diz ter sido talhada do osso da vaca)1.
Segundo a nossa tradição oral, aqui operou-se semelhante

milagre em relação a uma vaca que servia para a produção do
leite para as crianças daquelas famílias portuguesas e, se diz
que o animal desapareceu e foi encontrado morto. Conta-se,
também, que uma dessas crianças achava-se bastante adoen-
tada e a família, colocando a imagem sobre um toco seco de
árvore, dirigiu à Nossa Senhora fervorosas preces, eis que, no dia
seguinte, encontrou o toco onde deixaram a imagem, brotado.
Reconhecendo neste fato um acontecimento milagroso acorre-
ram ao menino na certeza de que suas preces foram ouvidas,
encontrando-o totalmente curado e, para certificação da ação
Divina, pela intercessão de Nossa Senhora, a vaca outrora morta
apareceu viva e seu úbere abundando leite.
Diante de semelhantes milagres, entre o ocorrido em Portugal
e em Acorizal, o que nos leva a acreditar que o milagre realmen-
te aconteceu entre nós foi a mudança espontânea de uma para
outra devoção, ou seja, de Nossa Senhora da Guia para Nossa
Senhora de Brotas, o que justifica o extraordinário ocorrido.
Também, com esse milagre, foi que se colocou, em acréscimo à
imagem, a escultura de uma “vaquinha” e, de joelhos, um me-
1 Fonte: https://pt.m.wikipedia.org/wihi/Santu%C3%A1rio-de-Nossa-Senhora-das-Brotas.
Acesso em: 18 jul. 2023.
148
nino aos pés de Nossa Senhora, tirando-lhe das mãos o cetro e

substituindo-o por um ramalhete de flores, denominando-a, daí
em diante, Nossa Senhora de Brotas.
Imagem de Nossa Senhora de Brotas
149
8.2 Criação da Paróquia e Construção da Capela

Com a criação da paróquia por ato do Império, conforme Lei
provincial de 26 de agosto de 1833, antes subordinada à Fregue-
sia de Nossa Senhora do Livramento, estabeleceu-se os limites
de jurisdição da paróquia. Mais tarde, o nosso Arcebispo Dom
Aquino Correia, fez expedir o Decreto de 24 de maio de 1945,
determinando os novos limites das paróquias integrantes da
Arquidiocese, considerando a necessidade de coincidir o quanto
possível os limites eclesiásticos com os civis. Na atualidade, com
a expedição do decreto de 7 de outubro de 2007 pelo Arcebispo
Dom Milton Antônio dos Santos, atendendo as necessidades
espirituais dos fiéis de Jangada, firmou-se a divisão da Paróquia
Nossa Senhora de Brotas/Acorizal-MT, elevando a Capela de
Nossa Senhora Aparecida/Jangada-MT à dignidade de sede Pa-
roquial. A Arquidiocese de Cuiabá, com a expedição de outros
decretos, conta, hoje, com 31 paróquias sediadas em Cuiabá e
toda baixada cuiabana
Sabe-se que quando da criação da paróquia no ano de 1833,
por ato Imperial uma das justificativas para o seu desmembra-
mento da Paróquia Senhor Bom Jesus de Cuiabá, foi a existência
de Capela e Pia Batismal em Brotas cuja data de edificação não
se tem notícia.
Importante destacar que os arquivos da Paróquia perderam
grande riqueza histórica, especialmente quanto as conquistas
para edificação da Igreja Matriz das Brotas, de estilo colonial,
colhendo-se, na oralidade, informações de fiéis, hoje adultos,
netos de pessoas que se empenharam e trabalharam na obra.
Porém, não há acervo documental com referência a tais registros.
150
Igreja Matriz das Brotas em 1833. Foto: Album Graphico do Estado de Matto Grosso
Consta dos arquivos que a Matriz passou por uma grande

reforma e ampliação, com registros de pedido de recursos fi-
nanceiros a uma organização da Igreja alemã denominada
BISCHÖFLICHE AKTION ADVENIAT2, em 17 de fevereiro de 1993,
em cujo documento, expedido pela Comissão credenciada para
tratar dos assuntos relacionados com a reforma da Igreja, e firmado
por Yujiro Saga – 1º Tesoureiro e Leonora da Cruz e Silva – 2ª Te-
soureira, está registrada a necessidade da reforma e da obtenção
dos respectivos recursos.
Com a reforma aqui referida executou-se os seguintes servi-
ços: demolição das paredes laterais da nave, de adobe, e recons-
trução em alvenaria, com a devida ampliação, de acordo com
o projeto de reforma de autoria do Engenheiro Civil, Arlindo
2 BISCHÖFLICHE AKTION ADVENIAT: Comissão Episcopal administradora da Contri-

buição dos Católicos Alemães para a Igreja na América Latina.
151
Miguel Ramos; reforma da cobertura com substituição de ma-

deiras e das telhas com defeitos, além da complementação do
telhado na parte ampliada, com telhas cerâmica; revestimento
interno e externo das alvenarias na parte ampliada e na facha-
da; colocação de portas e janelas em madeira de lei na parte
ampliada; reforma da sacristia, presbitério, quarto do pároco,
troca de esquadrias substituindo janelas e portas de madeira e
colocação de fechaduras; instalação de rede elétrica e hidráulica,
com iluminação própria e sistema de som; colocação de forro
de madeira de lei e inclusive nos beirais, assentamento de piso
em toda a Igreja, pintura em geral. Essa reforma foi concluída,
conforme afirmação de fiéis, no ano de 1996.
Matriz Nossa Senhora de Brotas – estilo colonial.

Foto: Album Graphico do Estado de Matto Grosso
152
Assim foi que permaneceu a Matriz até a chegada do pároco

Pe Edevando Acindino Martins, designado em 08 de maio de
2018, ocasião em que passou a perceber que o telhado, trinta
anos depois dessa grande reforma, já estava muito danificado,
com diversas infiltrações, foi quando, constatou que dependia
de reformas urgente, pois o madeiramento estava apodrecido,
embora ocultado pelo forro de madeira, e já sem sustentação,
inclusive colocando em risco o patrimônio histórico e a própria
integridade dos fiéis. Estava evidenciado que todo os conjunto
arquitetônico estava pendente de restauração, notadamente,
quanto ao presbitério, altares, baldaquino, sinos e a própria
secretaria Paroquial. Então, na verdade, uma nova etapa a ser
vencida, sempre com a dedicação dos fiéis e sob o amparo e
condução de Nossa Senhora de Brotas.
A partir desse novo desafio, conta o pároco, que passou a
rezar na intenção de obter a intercessão de Nossa Senhora de
Brotas, pois a missão estava além das possibilidades materiais
da Paróquia. Como, então, abraçar o desafio? Assim, tomando
aquela precisão premente como um caminho de fé e não apenas
como uma necessidade material, com muita oração, passou a
ver aquela missão não apenas como algo físico mas, sobretudo,
como um caminho de reconstrução espiritual harmonioso com
o caminhar de Nossa Senhora de Brotas por entre o povo local,
iniciado, com aquele milagre de fazer brotar um tronco seco!
Conta o pároco que os primeiros favores recebidos foi o envio
de pessoas dispostas a colaborarem com a obra que estava ain-
da sendo idealizada. Já nos primeiros passos no caminho a ser
trilhado surgiu a arquiteta Anna Elisa Falcão Barbosa Labonde,
153
quem elaborou gratuitamente o projeto de reforma e restauração,

que foi enviado para Secretaria de Cultura do Estado de Mato
Grosso, para aprovação da reforma.
A arquiteta Anna Elisa Falcão Barbosa Labonde.
154
Foi em conversas com a referida arquiteta que se despertou

no Pe. Edevando o fato de que a obra não se tratava de simples
reforma, mas, por sua importância arquitetônica e histórica,
uma verdadeira restauração da Matriz. Mediante aprovação,
pela Secretaria de Estado de Cultura, do projeto apresentado
por Anna Falcão, o desafio então era a obtenção de recursos e
a mão-de-obra qualificada já que, como se disse, não se tratava
de simples reforma. Movido pela fé, o pároco tomou a decisão
de iniciar a obra, apenas com os parcos recursos do seu caixa.
Frente o custo da obra, o Pároco vislumbrou o grande po-
tencial de angariação de meios através da conscientização dos
fiéis para o engrandecimento do anual festejo social de Nossa
Senhora de Brotas. Assim, com a graça de Deus, por intercessão
da Padroeira, realizou-se a comemoração religiosa com a cele-
bração de Santa Missa no dia 25 de agosto de 2018, e, no dia 26
de agosto de 2018, realizou-se o evento social numa proporção
maior que de costume, tomando a praça da Matriz, com leilões,
quermesse, valorização dos pratos típicos, Maria Izabel e farofa
de banana, galinhada, carne de porco com arroz, pasteis, sucos,
doces regionais etc, tudo mediante doações, e vendido a custo
módico ao alcance de todos, o que fez com que se avolumasse
a movimentação de pessoas e a própria arrecadação. A dimen-
são do evento vem crescendo a cada ano, passando a festa a ser
tratada, formalmente, como projeto de interesse público, face
sua relevância cultural e social, marcando o ponto de partida
para a grande conquista de restauração material e espiritual da
paróquia, cujo empenho estende-se até os dias atuais.
Quanto àquela necessária intervenção de uma mão de obra
para a execução de um trabalho especializado, mediante o reforço
155
financeiro obtido a grande festa social de Nossa Senhora de

Brotas, o pároco sentindo que, dentre os fiéis, haviam pessoas
da área da construção civil, dotadas de habilidades técnicas e
profissionais, contando, dentre eles, com pessoas que executa-
ram atividades, ainda jovens, de auxiliares na grande reforma e
ampliação de 1996 levada a efeito pelo popular “João Japonês”,
Yujiro Saga, destacando-se, dentre essas pessoas, Elismar Felix
dos Santos, Benedito Sebastião de Campos e José Figueiredo da
Silva Neto, todos Paroquianos dedicados e envolvidos em todas
as demandas para as quais são chamados. Assim, chamados no
início de fevereiro de 2021 pelo pároco, referidos profissionais, fo-
ram unânimes em afirmarem que juntos poderiam, um em apoio
ao outro, primarem pela fiel execução do projeto arquitetônico
que lhes foi apresentado. Conta o pároco, que desde a primeira
reunião, previram toda sorte de dificuldade que encontrariam, o
que realmente se comprovou durante a execução dos trabalhos,
com início imediato, e enfim vem rompendo barreiras e acon-
tecendo a contento. De importante destaque que o fiel Elismar
Felix dos Santos, se fez acompanhar na obra, por dois grandes
auxiliares, Regis Gonçalves de Figueiredo e Carlito Manoel Cuia-
bano Silva Filho, a quem coube, dentre outros, penoso trabalho
de recuperação de vigas centenárias, restaurando a madeira,
mediante a limpeza de tintas e outros resíduos que as borraram
e sujaram ao longo do tempo.
156
Obreiros voluntários que se dedicaram na reforma da Matriz
Com a obra já em andamento, considerando que a matriz se

situa no centro histórico de Acorizal, o pároco passou a fazer
visitação em algumas construções contemporâneas a edificação
da Capela e constatou que o piso original, conforme dados his-
tóricos, era de ladrilhos quando então, com auxilio da arquiteta
Anna Falcão, fizeram o projeto de restauração. Coincidente-
mente, nesta fase, o Governo do Estado, através da Secretaria de
Cultura, lançou um Edital “Preservar MT”, Programa de Recu-
peração e Revitalização do Patrimônio Histórico, com o intento
de selecionar 27 projetos em andamento no âmbito do Estado.
Assim, no ano de 2021 o Projeto apresentado pela Paróquia Nossa
Senhora de Brotas foi um dos contemplados, o que sinalizou para
a liberação de recursos que possibilitou a confecção, artesanal,
157
de todo o piso da Matriz, em uma empresa especializada sediada

em Barbacena, Estado de Minas Gerais, denominada Ladrilhos
Barbacena.
O trabalho de recuperação e restauração é artesanal e minu-
cioso, mas a cada dia manifesta-se aos nossos olhos a grandeza
da obra e a beleza extraordinária.
Restauro e recuperação artesanal dos ladrilhos da paróquia
158
Salienta o pároco que é apenas pelas graças recebidas do Pai

Celestial, por intercessão da venerada Nossa Senhora de Brotas
que tudo isso está sendo possível.
Restauro e recuperação artesanal dos ladrilhos da paróquia
159
8.3. Organização Administrativa

Toda a realização e transformação que vem acontecendo no
âmbito da Paróquia Nossa Senhora de Brotas se deve ao fato da
designação do Pároco Pe. Edevando Martins, em maio de 2018,
quando o mesmo, por meio de orações e pedidos de iluminação
ao Espírito Santo de Deus e intercessão da Padroeira, percebeu
que a necessidade premente era a de organizar administrati-
vamente a paróquia e incrementar os serviços pastorais, pois
sentia que só assim, seria possível dar passos à frente, quer no
fortalecimento da fé católica quer na melhoria e recuperação
dos espaços destinados a consecução dos objetivos almejados.
Afirma o pároco que sem dúvida a oração deve ser colocada
em primeiro plano, porém, o labor e o desejo de bem realizá-lo
também tem lugar de relevância, conforme lição de São Bento:
“Ora et labora”. Salienta também, que o trabalho desprovido do
material humano e de instrumentais adequados não pode se
realizar a contento, e isto era tudo de que não dispunha em sua
chegada na paróquia. Então sentia o enorme desafio que estava
à sua frente, iniciando-se pela limpeza material do espaço de
atendimento aos fiéis, pois mais se tratava de um depósito de
materiais descartáveis do que propriamente um espaço de es-
cuta, orientação e oração.
Para viabilizar o melhor funcionamento da paróquia e o aten-
dimento aos fiéis iniciou-se, de imediato, a reforma da secretaria
Paroquial, desde o teto que mais canalizava o despejo das águas
pluviais do que abrigava pessoas e documentos. Desde este
início, contou a Paróquia com o apoio e a doação dos trabalhos
da arquiteta Anna Falcão, pessoa que o Pe. Edevando já possuía
160
referência através de sua genitora, quem havia cursado Teologia

consigo, na Faculdade Católica; e os trabalhos de Elismar Félix
dos Santos. De maneira que em dezembro do mesmo ano de
sua chegada iniciou-se esta estruturação e reforma da Secretaria
Paroquial. Quanto a necessidade de pessoal para o desempenho
de atividades administrativas, pedindo em orações, no mês de
outubro, com a iluminação da padroeira o pároco convidou a
Sra. Rosangela Silva Ferreira, para secretariar a paróquia, ocasião
em que a mesma trabalhava de vendedora no comércio local, o
que foi aceito e, logo em seguida, a mesma iniciou o trabalho na
prestação dos serviços Paroquiais.
Com os recursos próprios conseguiu-se estruturar material-
mente a secretaria, com arquivos adequados, compra de compu-
tadores, sistema e aparelhagem de som e cadeiras para servir as
Santas Missas e demais eventos externos etc... podendo, a partir
de então, verificar-se uma nova fase e modelo de sistematização
e execução dos trabalhos afetos as celebrações, eventos externos,
e a própria secretaria Paroquial.
Por outro lado, a realidade de décadas demonstrava total
descaso com a preparação dos documentos relativos aos sacra-
mentos: casamentos, batismos, primeira eucaristia e crisma,
pois não havia controle adequado, registros em livros, bastava
apontamentos em papéis avulsos e expedição de certificados
também sem vínculo registral o que dificultava a expedição de
documentos quando solicitados pelos interessados. Este fato,
segundo o Pe. Edevando, o incomodava substancialmente pois,
entende e sempre entendeu, que para vida religiosa e espiritual,
os atos registrais dos sacramentos da Igreja, são, e sempre foram,
161
tão importantes quanto os atos da vida civil que se registra, sob

rígido controle do Estado, nos Cartórios de Registro Civil. Vale
registrar que também, por providencia de Nossa Senhora, conta o
pároco, foi que chegou a jovem Thamiris Maria Teixeira Bonani,
em 3 de janeiro de 2022, fortalecendo a equipe assumindo todo
o trabalho da organização pastoral, dividindo a tarefa com a
Rosangela, quem assumiu toda a parte contábil. De outra sorte,
a parte contábil não estava diferente, pendia de organização e
regularização, com abertura de conta bancária em Acorizal, e
prática inequívoca dos lançamentos das entradas e saídas dos
recursos. Hoje, já superadas as dificuldades iniciais, tem-se que
o andamento dos serviços Paroquiais estão se desenvolvendo
adequada e satisfatoriamente, contando com Geovane José de
Santana, que assumiu a parte contábil em substituição à Sra.
Rosângela, desde maio de 2023.
162
8.4. O Trabalho Pastoral e Evangelização

na Paróquia N. Sra. de Brotas
8.4.1. Catequese
Atuante equipe de trabalho Catequista e Evangelização
Para se falar em trabalho pastoral, tem-se como ensinamento

do próprio pároco Pe. Edevando Martins, que o “coração” da vida
Paroquial é a catequese, isto porque, a fonte de toda a vida espi-
ritual está calcada nos sacramentos e em especial na Santíssima
Eucaristia, como ensina a Santa Igreja. Então, vê-se que a cate-
quese é o fundamento de todo trabalho pastoral, pois através dela
e que se prepara as mentes e os corações para a compreensão e
vivência do mistério da fé, que é capaz de completar e preencher
o ser humano. Neste trabalho, a paróquia contou, satisfatória e
proficuamente, ainda contribuição do Pe. Flávio Jesus da Silva,
pois esteve à frente com coragem, fé e alegria da catequese da pa-
róquia, no período de maio de 2018 até setembro de 2022. Assim,
foi que preparou todo o material catequético que é utilizado até
os dias atuais na paróquia, preparou muitos catequistas, dirigiu
163
evento afeto a catequese, festa junina, com especial participação

das famílias dos catequizandos, enfim deixou aqui a marca de
um excelente trabalho, fruto de sua dedicação e vontade de ver
realizado o trabalho almejado por si e pelo pároco. Com a saída do
Pe. Flávio em atenção ao novo chamamento da Arquidiocese, foi
que em 30 de novembro de 2022, assumiu por designação do Bispo
Arquidiocesano Dom Mario Antônio da Silva, a função de Vigário
Paroquial, ‘o Pe. Marco Rodrigues Lima, quem vem dando per-
feita e destacada continuidade ao trabalho de seu antecessor Pe.
Flávio Jesus. Pode-se afirmar que é visível na paróquia o resultado
desse trabalho de catequese, atestado pela manifestação dos fiéis.
Atuante equipe de trabalho catequista e de evangelização
164
8.4.2. ECC – Encontro de Casais com Cristo

Merece destaque, no trabalho de evangelização, a implantação
do Encontro de Casais com Cristo – ECC – iniciado no ano de
2016 pelo pároco anterior, sendo certo que o Pe. Edevando acom-
panhou o primeiro encontro realizado na própria paróquia no
ano de 2018, quando escolheu novo grupo de dirigentes formado
pelos casais Cirilo Claro Leite e Carmelina de Oliveira Pinto, Jair
Benedito da Cruz e Nadir Leila de Anunciação, Jamil José do
Espírito Santo e Silmara de Moraes Campos do Espírito Santo,
Pedro Evangelista Martins e Jucilene Maria da Cruz, Adalberto
Vieira de Oliveira e Rozangela Leite de Oliveira, mais tarde este
último casal, excepcionalmente, foi substituído pelo casal Josenil
Cornélio da Silva e Nilma Benedita de Figueiredo. De acordo
com a proposta e dinâmica de trabalho do ECC foram trazidos
para o seio da Igreja casais com grande disposição e empenho na
participação das celebrações das Santas Missas, e total entrega
para os serviços da paróquia, consistindo em grande força nas
atividades litúrgicas, evangelizadoras, pastorais e enfim de todos
os eventos da Igreja. Segundo afirmou a Ir. Dagmar Assunção,
antes da existência do ECC na paróquia a Igreja “não era lugar
para os homens”, e hoje, o que se pode notar é a presença mas-
culina, de forma extraordinária.
165
Equipe Dirigente do ECC – Encontro de Casais com Cristo
Todo trabalho de evangelização deve levar primeiramente,

explica Pe. Edevando Acindino Martins, à uma participação
consciente aos sacramentos: batismo, confissão, eucaristia,
crisma, ordem, matrimônio e unção dos enfermos. Porque sabe-
-se o caminho para crises de fé na Igreja está centrado no aban-
dono dos sacramentos, podendo chegar ao ápice do desprezo
dos sacramentos da Santíssima Eucaristia, o próprio Cristo fica
abandonado nos sacrários.
O grande passo de evangelização inicia-se pela adoração
eucarística, como ensina o Pe. Flávio Jorge Miguel Júnior, em
"Manual dos Adoradores da SS. Eucaristia", onde ensina 4 ações
para se realizar diante de Jesus Eucarístico:
1. Adorar a Deus, que se faz pão para os homens;
2. Reparar todas as ofensas, abandono e sacrilégio cometidos
ao augustíssimo sacramento;
3. Agradecer por todas as dádivas que nos são concedidas, por
tantas vezes, e não reconhecidas;
4. Pedir por tudo aquilo que necessitamos.
166
8.4.3. Adoração ao Santíssimo Sacramento

Seguindo este ensinamento, o pároco destaca que tem prima-
do por este caminho junto ao seu rebanho e salienta que vem
intensificando o movimento de adoração eucarística iniciado na
paróquia pelo Pe. Wellinthon Jonny de Oliveira e o então pároco,
Jeferson Correa.
Adoração ao Santíssimo Sacramento
167
8.4.4 Grupo de Jovens

De outro lado há uma dedicação especial no trabalho com os
jovens, buscando sempre adequações ao momento vivenciado
pela juventude, porque com o excesso de informações a juven-
tude sofre mudanças de pensamentos e comportamentos muito
rapidamente, assim os modelos utilizados no passado, Pastoral
da Juventude (PJ), movimento Ministério Jovem da Renovação
Carismática, não mais atrai a juventude atual, pois está sempre
buscando inovações, revelando uma característica própria de
geração em geração.
A Paróquia Nossa Senhora de Brotas, através de seu Pároco,
com este entendimento, foi a busca da maneira adequada e
condizente com a identidade da juventude atual, para melhor
atender o jovem paroquiano. Após alguns experimentos e tentati-
vas de adequar o trabalho pastoral de modo a alcançar os jovens
da paróquia, encontrou-se o melhor caminho que consistiu em
convidar alguns deles para o desenvolvimento de trabalho espe-
cífico com um grupo menor, formando um núcleo de liderança,
para, ao depois, chegar-se ao grupo maior.
Desse primeiro grupo fez parte os jovens: Thamiris Maria
Teixeira Bonani, Marcelo Vandonil Silva de Figueiredo, David
Gustavo Silva de Oliveira, Analice Maria Pinto Guedes, Amanda
Cicarelli Pinto Guedes e, em seguida, Thalia Moraes da Silva, Igor
Rodrigues Furtado, Dagoberto Carvalho Coronel, Karol Victória
Coronel e Silva, Judimar Arruda Júnior e Viviane Keroly Santos
Botelho e, mais tarde, destacou-se outro grupo liderado pelos
jovens Júlia Soares de Arruda, Rafael Claro da Silva e Otávio
Fernandes Claro Leite. Vale ressaltar a contribuição e trabalho
168
do primeiro professor de música da Paróquia, Leocídes Júnior,

vindo da escola salesiana São Gonçalo, utilizando a metodologia
de São João Bosco, procurou descobrir e valorizar o talento de cada
jovem, assim, destacou: o pregador, o animador, o músico e o
que tinha dom da oração e dos serviços na paróquia. Leocídes
trabalhou com os jovens citados no início de 2020, fazendo o gru-
po acontecer às portas fechadas, como metodologia de trabalho.
O crescimento espiritual, a capacitação, e a entrega desses
jovens é visivelmente notada, até mesmo pelo fato de trazerem
para as atividades da paróquia diversos outros jovens que esta-
vam afastados da Igreja. Depois desse um ano de trabalho em 28
de abril de 2021 foi realizado o primeiro encontro para os demais
jovens no Centro Cultural Brotense, chegando a participação de
aproximadamente sessenta jovens.
Na atualidade esses jovens, apoiados e incentivados pelo
Pároco Pe. Edevando Acindino Martins, já organizam encon-
tros e retiros, por ocasião dos feriados de carnaval e em outras
oportunidades. Também, nesta caminhada com os jovens é que
o pároco denota a aptidão para a formação dos serviços do altar.
Notou-se, um momento de grandeza e coesão, na realização da
Jornada Arquidiocesana da Juventude, organizada pelo Pe. Tony
Moreira, de 9 a 16 de julho de 2023, onde contaram também com
a força de vinte jovens vindos de outras paróquias.
169
A Força da Juventude da Paróquia
8.4.5. Grupo de Acólitos e Grupo de Leitoras

Para os serviços do altar, acólitos e leitoras, num trabalho ino-
vador, o Pároco Pe. Edevando entendeu que alcançaria melhores
resultados, em razão da seriedade e responsabilidade essenciais
às atividades, que deveria preparar adultos e, para tanto formou
um grupo, composto até mesmo com homens e mulheres casa-
dos. Esses adultos formam um núcleo forte do grupo de acóli-
tos que receberam as vestes, em 19 de março de 2022, na Santa
Missa de preceito de São José, sendo eles: Jamil José do Espírito
Santo, Igor Rodrigues Furtado, Nadab Leal de Jesus, Judmar
Arruda Junior e Jackson César da Cruz Jesus; e, das leitoras, que
receberam as vestes, também em celebração de Santa Missa de
preceito, em 13 de maio, Nossa Senhora de Fátima, sendo elas:
Lorena Zonoecê da Silva, Viviane Keroly Santos Botelho, Vera
Lúcia Moraes, Lucinete Domingas da Silva, Claudiane Silva Fer-
170
reira e Taniely Alves Soares, sendo que todos foram formados

pelo Seminarista Cauê Viudes. Também, são chamados e prepa-
rados para esses trabalhos os jovens, observados a partir de sua
experiência de fé no grupo de jovens. Este método de escolha e
preparação surgiu a partir da observação do pároco atual, que
antes, formava-se grande número de adolescentes e jovens que
não iam além do recebimento das vestes, ou seja, não estavam
verdadeiramente preparados e comprometidos, pois a formação
litúrgica isoladamente não levava o jovem para a experiência de
fé essencial à vivência do rito e grande mistério da Santa Missa.
Assim, percebeu-se que a formação técnica isoladamente não era
suficiente para levar os jovens ao entendimento que seu mister
trata de atividade da mais elevada espiritualidade. Tem-se, assim,
que o encontro pessoal com Cristo é necessário e acontece pela
experiência querigmática3, que ocorre no grupo de jovens.
3 Querigmático: Anúncio que vai para além das palavras, ou seja, a palavra deve ser car-
regada de vida, o que fala deve ter experimentado o encontro verdadeiro com Cristo,
fala com os lábios para se transmitir a essência do próprio coração. Característica
daquele que transmite de modo profundo o que viveu pela fé, com isto leva, também,
a esta experiência os que dele se aproxima. Vemos o primeiro e grande anúncio
querigmático em Pedro, Atos dos Apóstolos 2, 14-41, quando se converteram mais ou
menos 3.000 pessoas.
171
Instituição dos acólitos. Primeiros acólitos adultos da Paróquia
Grande expressão do grupo de leitoras na Missa Solene de N. Sra. de Brotas
172
8.4.6. Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística

A Matriz e todas as comunidades, durante 20 anos, contou
com prestimosos serviços de apenas duas Ministras da Euca-
ristia, sendo elas: Sra. Carmelina Carmen de Sá e Sra. Valdete
Ribeiro Alonso; porém, no ano de 2022, com o crescimento espi-
ritual dos fiéis foi possível destacar um considerável número de
pessoas para a formação de Ministros, tendo a paróquia atingido
o número de 15 formados, recebendo do Arcebispo Metropoli-
tano, Dom Mário Antônio da Silva, a Investidura de Ministros
Extraordinários da Comunhão Eucarística, no dia 25 de agosto de
2022, data em que se comemora o dia padroeira Nossa Senhora de
Brotas. Assim, foram investidos no Ministério os seguintes fiéis:
Luís Augusto Pinto Guedes, Alenice Maria Guedes, Luzmar Souza
Rodrigues, Jair Benedito da Cruz, Nadir Leila da Anunciação,
Joseleide Glória Souza Silva, Silmara de Moraes Campos do Es-
pírito Santo (Matriz); Nazário Robertino de Arruda e Jocilene da
Silva Cruz (Comunidade N. Sra. da Imaculada Conceição – Baús);
Pedro Evangelista Martins e Jucilene Maria da Cruz (Comunidade
Imaculado Coração de Maria – Boa Vista); Rosemil Guia Correa
e Maria Eliane do Espírito Santo (Comunidade N. Sra. da Guia
– Uembê); Marileuza Coronel de Carvalho e Lúcia Maria Leite
Pinto Comunidade N. Sra. Aparecida – Tenda).
173
MECE – Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística
8.4.7 Ministérios de Música e Escola Católica de Música

Augusta Rainha
Quanto aos Ministérios de Música, informa o pároco atual que
contava, desde sua chegada, com importante atuação e esforços
de fiéis que se dividiam, na matriz, em dois ministérios, um deles
servindo as Santas Missas da manhã formado por Bernadeth
Aparecida Cuiabano, Joana Mamedes, Judithe Nicolina de
Figueiredo, Admil Orival da Trindade e Borenil Gomes Figueiredo.
Ministério Filhos do Céu
174
E o ministério da noite formado por Jucinéia Maria da Silva,

Soniara Silvania da Costa, Rosely Maria do Espírito Santo Martins
e Rejane da Cruz e Silva, hoje contam com o violonista Kleyson
Carlos Santana da Cruz, este trabalho era desenvolvido pelo vio-
lonista Sebastião Cornélio do Espírito Santo e pela participação
esporádica do violonista Lucindo Emanoel de Oliveira, porém,
na verdade o trabalho se desenvolvia na modalidade “canto a
capela”. Contando a Matriz com heroísmo destes fiéis.
Ministério de Música Unidos Pela Fé
Percebe-se que há uma deficiência na formação de músicos

na Igreja local, porém, denota-se que esta é uma realidade da
Igreja Católica em geral e que, segundo o Pe. Edevando Acindino
Martins, já havia recebido de ensinamentos do Maestro André
Vilani, quem dizia que vendo a realidade da Igreja só conseguiria
vislumbrar formando os novos Padres. A realidade local e a base
175
recebida no seminário o fez compreender que se a paróquia não

promover a formação de músicos dificilmente sairá desse quadro
de deficiência em tão importante Ministério, valendo ressaltar
dois ensinamentos de Santo Agostinho, primeiro “Quem canta
reza duas vezes” e, segundo “Quer saber como um povo vive veja
o que eles cantam”.
Observe-se, como comenta o próprio pároco de Brotas que,
por conclusão estatística própria, a deficiência da Igreja Católica
nos quadros de músicos, na atualidade, e tamanha que conta
com apenas 5% (cinco por cento) da totalidade dos músicos,
enquanto, no protestantismo o quadro atinge 25% (vinte e cinco
por cento) e o restante, 70% (setenta por cento) dos músicos,
equipamentos, técnicos e sonorização está no secularismo,
portanto, a serviço do afastamento do homem e a religião, en-
quanto sabe-se que a Igreja Católica foi o berço da música.
Aulas de violão na Escola Católica de Música Augusta Rainha
176
A partir da execução do Projeto Escola de Música, nota-se,

hoje, a superação de parte dos desafios, com a conquista de
espaço adequado, instrumentais novos, grande procura e in-
teresse especialmente de Paroquianos com crianças, em razão
da Professora Rakeel ter habilidade e técnica para o desen-
volvimento da musicalização de crianças a partir do início da
fala, de jovens e adolescentes na busca de aulas instrumentais.
Ambos ministram aulas de instrumentos com teclado e corda,
assim como, também, de canto, técnica vocal para coral e for-
mação para os ministérios de música. Através de diálogo com
os Paroquianos pudemos perceber que está surgindo grandes
valores musicais na formação de novos ministérios de música,
com participação dos jovens, o que já pode ser notado com
serviços nas Santas Missas e em outras atividades como retiros,
encontro de jovens e no próprio festejo de N. Sra. de Brotas, na
Matriz, e também, nas comunidades onde são chamados a servir.
Como fruto deste trabalho podemos destacar o surgimento do
Ministério de Música Augusta Rainha – Ministério Jovem, com-
posto pelos seguintes jovens: Amanda Cicarelli Pinto Guedes,
Luis Otávio Figueiredo de Almeida, Fabrício Vandonil de Figueiredo,
Gabrielle Silva Figueiredo e Beatriz Saga Gomes de Figueiredo.
177
Ministério Augusta Rainha
E ainda, do Ministério de Música da Comunidade Aldeia,

composto pelos seguintes membros: Karol Victória Coronel e
Silva e Adriana Ramos Coronel.
Ministério de Música da Comunidade Aldeia
178
Ambos ministram aulas de instrumentos com teclado e cor-

da, assim como, também, de canto, técnica vocal para coral e
formação para os ministérios de música. Através de diálogo com
os Paroquianos pudemos perceber que está surgindo grandes va-
lores musicais na formação de novos ministérios de música, com
participação dos jovens, o que já pode ser notado com serviços
nas Santas Missas e em outras atividades como retiros, encontro
de jovens e no próprio festejo de N. Sra. de Brotas, na Matriz, e
também, nas comunidades onde são chamados a servir.
Aula de Musicalização Infantil com Prof. Fagner e Profª. Rakeel.
8.4.8. Equipe de organização para a Santa Missa

Outra particularidade observada na Matriz é que há um grupo
de Paroquianos que faz a preparação para as Santas Missas, ten-
do surgido por necessidade quando dos cuidados sanitários no
período da pandemia, sendo que naquela época estava o grupo
encarregado da higienização do espaço antes das celebrações,
das mãos dos fiéis na porta principal e cuidavam do distancia-
mento entre as pessoas, executando o mesmo trabalho de higie-
nização do ambiente e dos objetos utilizados, como microfones
179
e outros após as Santas Missas, este grupo permaneceu a serviço

das celebrações, mesmo após a pandemia, assim abrem e fecham
portas, organizam os espaços, ligam luzes e aparelhagem de
som, deixado tudo pronto e preparado, figurando como equipe
de apoio para qualquer eventualidade durante a celebração, e
também, em preparação dos fiéis, antecedendo a Santa Missa,
rezam o Terço Mariano, esta equipe está composta pelos fiéis:
Valdinéia Maria do Espírito Santo, Josenil Cornélio da Silva e
Nilma Benedita de Figueiredo, Josenil José da Cruz, Carmem
Pedrosa da Anunciação, José Figueiredo da Silva Neto e Leonice
Edna da Silva. Trata-se de um grupo pequeno, cujo trabalho res-
salta a força do que se realiza com amor e dedicação à atividade
assumida.
Santa Missa sempre bem organizada
180
Equipe de organização para celebração da Santa Missa
8.4.9. Pastoral dos Vicentinos

Há também na paróquia, em plena atividade, a Pastoral dos
Vicentinos, que teve início a partir de uma formação obtida pelo
pároco atual, através de um convite ao Conselho Central da Socie-
dade São Vicente de Paulo, de Cuiabá em 6 de agosto de 2019, para
realizarem o caminho preparatório para a formação da Pastoral
local. É sabido que o trabalho da Sociedade São Vicente de Paulo
nasceu com um estudante, italiano, Antôine Frédéric Ozanam,
que desafiado por seus colegas estudantes na França, onde foi
cursar Direito, ao afirmarem que a Igreja estava alheia aos pro-
blemas sociais e espirituais dos pobres; daí, em conjunto com
seis colegas fundou em maio de 1833 a Conferência da Caridade,
que em 1835, passou a ser chamada por Sociedade São Vicente
de Paulo, uma das maiores organizações católicas da atualidade.
181
Reunião Semanal dos Vicentinos
Segundo explica o Pe. Edevando, pelo seu conhecimento,

trata-se de um trabalho relevante porque a Pastoral trabalha os
três aspectos da pobreza humana: o primeiro da carência ma-
terial, o segundo da ambiência cultural e habitacional, e, por
último, a pobreza espiritual, tudo através da execução dos passos
ensinados por Ozanam e seus colegas, em manuais próprios.
Essa organização católica recebe o nome de Vicentinos porque
se inspiraram na vida e obra de São Vicente de Paulo, que, sem
dúvida, é o grande intercessor desta sociedade juntamente com
o próprio Ozanam que hoje é Beato.
Os membros Vicentinos da Paróquia Nossa Senhora de Brotas
que estão à frente da realização dessas atividades são: Admil
Orival Trindade, Rosangela Silva Ferreira, Lana Maria Gonçalves
Figueiredo, Thamiris Maria Teixeira Bonani, Marcelo Vandonil
182
de Figueiredo, Thalia Moraes da Silva e David Gustavo Silva de

Oliveira, contando o grupo com diversos colaboradores e com a
generosidade dos fiéis no que se refere a doações.
Os Vicentinos Preparados para Arrecadação nas Santas Missas
183
8.5. Busca da Autonomia Financeira

As realizações, aqui demonstradas, tem ocorrido no âmbito
da Paróquia N. Sra. de Brotas com recursos obtidos através de
eventos, show de prêmios, rifas, sorteios, doações em livro ouro,
doações do comércio local, enfim toda forma de arrecadação
e de qualquer valor tem sido importante na manutenção do
custeio ordinário da paróquia e ainda, o que sobeja, é investido
na restauração dos espaços físicos e consecução dos projetos
sociais e de interesse público desenvolvidos na paróquia, além
de todo o trabalho pastoral e de evangelização. Entende, o pároco
que para enfrentar as obras e a realização dos projetos, hoje em
andamento, houve necessidade da realização desses eventos
e atividades visando arrecadação, no entanto, acredita que,
em breve, em nova fase, com as dimensões da vida espiritual,
pastoral, administrativa e o apoio estrutural em espaços físicos
adequados, uma vez forma independente com sua manutenção
pela obrigação dizimista.
Então, quanto ao dízimo, que em verdade, deveria compor
a maior receita, tem-se que se trata de uma paróquia grande
em extensão geográfica, bastante dividida como se observou
anteriormente em comunidades, com considerável número de
fiéis, proporcional à população do município, mas com grande
parcela ainda descomprometida na devolução do dízimo, quer
pelo fato de que não se aprendeu vislumbrar a grandeza da obra
da Igreja vendo seu patrimônio preservado, seus espaços físicos
conservados e a grandeza dos trabalhos pastorais e sociais, quer
pelo passado cultural da população brasileira.
184
A paróquia N. Sra. de Brotas tem experimentado baixa devolução

do dízimo considerando o número de fiéis, porém, primeiramen-
te o pároco e o vigário atuais, trabalham no fortalecimento da fé,
priorizando a catequese e a evangelização para, ao depois, objeti-
var a conquista da sua autonomia financeira através da devolução
do dízimo. Este resultado só será possível através da conscientiza-
ção dos fiéis, uma vez demonstrados os avanços, o atendimento
as prioridades da Igreja e ainda os avanços que poderão advir
e devem ser mantidos pela devolução responsável do dízimo.
8.6. Projetos Sociais e de Interesse Público

Interessante destacar que a partir da observação de carências
locais e da própria Paróquia foi que o Pároco Edevando Martins,
formalizou diversos projetos de interesse da Paróquia, e também,
de grande interesse social e público, assim elaborou os seguintes
projetos:
1. Restauração do Prédio da Igreja Matriz (Patrimônio Histó-
rico da cidade de Acorizal), tendo como executor a própria
paróquia, com início do período de realização para 2021,
como de fato vem acontecendo e foi explicitado anterior-
mente;
2. Projeto Escola de Música, projeto desenvolvido periodica-
mente até a atualidade, tendo como executor a paróquia,
tendo iniciado no ano de 2018;
3. Projeto com o título Festa de Nossa Senhora de Brotas, que
vem sendo executado, ano a ano, de maio a agosto;
4. Projeto A-Cor-Jovem, que vem sendo executado de modo
contínuo, porém ainda, pendente de espaço físico e alguns
recursos materiais adequados;
185
5. Projeto Reforço Escolar com Ênfase em Princípios Bíblicos,

tendo como executor a paróquia, a ser desenvolvido durante
cada ano letivo, ainda não executado.
Ademais, estão em fase de elaboração mais dois projetos, um
referente ao desenvolvimento e manutenção de site da paróquia
e, outro de uma rádio Paroquial com vistas ao alcance de todos
os Paroquianos, quer da Matriz, quer das comunidades.
Relevante é a execução do projeto de restauração do prédio
da Igreja Matriz, Patrimônio Histórico da cidade de Acorizal,
pois objetiva alcançar o resultado de garantir a manutenção
histórico-patrimonial, posto que o monumento histórico repre-
senta uma parcela da origem do município de Acorizal, além,
evidentemente, de assegurar o conforto e o bem estar de todos
os Paroquianos, nas santas celebrações.
8.6.1. Escola de Música

O Projeto Escola de Música, que teve início em 2019, vem
atendendo satisfatoriamente os objetivos almejados. E em face
de sua franca execução é que se passará a análise mais detida
do seu desenvolvimento e resultados. Na visão do administrador
Paroquial, que salienta, buscou sempre a graça de Deus, pela
intercessão de N. Sra. de Brotas, foi que despertou para a neces-
sidade da criação de um Projeto sob o título Escola de Música.
Este projeto passou a ser executado ainda no ano de 2019, mês
de maio, com os primeiros passos a partir de uma conversa com
duas Paroquianas Cleide Maria de Souza Silva e Josileide Glória
Souza Silva, e esta informou sobre um músico que poderia tra-
balhar na paróquia, passando o contato do mesmo. O pároco,
186
cada vez mais firme, no intento de executar este projeto, fez

uma ligação para a pessoa indicada e acabou por descobrir que
já haviam trabalhado, em conjunto, para o grupo de jovens da
sua paróquia anterior, Paróquia N. Sra. das Graças, Parque do
Lago – Várzea Grande, o que avalizou a confiança de ambos para
a missão de instalar a Escola de Música da paróquia. Assim, na
semana seguinte, a Paróquia recebeu Leocídes Júnior, quem já
fora contratado, ainda mediante os parcos recursos da paróquia
que realmente não dispunha de reservas para tanto e sequer de
espaço físico para a consecução dos fins do projeto mas, mesmo
assim, a Escola passou a funcionar, precariamente na Secretaria
Paroquial, que à época, também necessitava de reparos urgentes,
já que a estrutura física estava em ruinas, mas logo sobreveio
a reconstrução como tratado em capítulo anterior. Vê-se que o
desafio não era grande, mas sim imenso! Em agosto de 2020 o
pároco relata que lhe foi apresentada a pessoa do Sr. Edevardes
de Figueiredo, quem estava almoçando em uma peixaria próxi-
ma a Matriz e o mesmo lhe afirmou que era proprietário de um
imóvel localizado à esquina da Igreja e que colocava o mesmo à
disposição da Paróquia para atender suas necessidades em caso
interesse, ora, isto era tudo que a Escola de Música necessitava
naquele momento, assim, no mesmo dia, dirigiu-se até a casa
e após boa conversa, o pároco já ficou com as chaves, tendo
transferido a Escola para o novo local na mesma semana onde
permaneceu até o ano de 2022, inicialmente com os trabalhos do
Professor Leocídes Júnior e mais tarde, em novembro de 2021,
assumiu a atividade o Professor Marcel David que permaneceu à
frente da Escola até dezembro de 2022, isto tudo se deu gratuita-
mente e como demonstração de sua devoção a N. Sra. de Brotas.
187
A partir de 2023, mês de fevereiro, a Escola passou a funcionar

no prédio antigo que servia a Escola Dom Campelo, anexo a
Matriz, que exigia investimentos em recuperação dos espaços, o
que fora feito, com recursos próprios durante o período em que
se ocupou a residência particular de Edevardes de Figueiredo.
Aula de violão com ilustre Prof. Fagner
Com a saída do Professor Marcel, mais uma vez, o pároco,

rogando as providências divinas, por intercessão de N. Sra. de
Brotas, encontrou por intermédio do recém chegado novo vi-
gário de Brotas, Pe. Marco Rodrigues, o casal Rakeel Martins e
Fagner Martins, seus amigos Paroquianos da Paróquia Mãe dos
Homens, que em decorrência do laço mantido com o vigário de-
cidiram assumir os trabalhos da Escola de Música, ministrando
a primeira aula em 05 de abril de 2023. Importante destacar que
a realização de todo este trabalho se tornou possível a partir da
disponibilidade de duas Paroquianas colaboradoras do projeto,
188
Maria Moreira da Glória, na função de diretora administrativa,

e Lana Maria Gonçalves Figueiredo, na atividade de coordena-
dora da Escola, eis que guiadas pela fé, espírito de colaboração
e generosidade doam seus trabalhos para a realização de tão
importante e exitosa conquista.
Aula de teclado com a nobre Prof.ª Rakeel
189
8.6.2. Grandiosa Festa de Nossa Senhora de Brotas

Quanto ao Projeto com o título Festa de Nossa Senhora de
Brotas, que vem sendo executado, ano a ano, de maio a agosto,
tem como objetivo geral agregar a comunidade Paroquial e de-
mais pessoas para o fortalecimento da fé a partir da devoção da
Padroeira do Município de Acorizal-MT.
Tendo, também, como justificativa, o fomento à cultura re-
ligiosa e social por meio de músicas, da valorização da cultura
estatual e regional com comidas típicas; o reconhecimento da
fé por meio da passagem e visitação de casas com a bandeira,
articulando e unificando valores cristãos.
Procissão de Nossa Senhora de Brotas
190
Grandiosa Festa de Nossa Senhora de Brotas
A festa, além de ser a expressão da fé cristã, permite a capta-

ção de recursos materiais e financeiros que se voltam em forma
de melhorias para a comunidade cristã, seja com adequações
de espaços físicos, com a manutenção e restauração da Igreja
Matriz, ou ainda, para as atividades assistenciais. Esta prática,
embora não estivesse formalizada em projeto escrito, é bissecu-
lar e se integra a história do município, que anteriormente era
denominado Município de Brotas. Assim, é uma tradição regio-
nal, com reconhecimento municipal e estadual, fomentando,
inclusive, o turismo local.
191
Passagem da Bandeira de N. Sra. de Brotas e saída das equipes em frente a Matriz
Passagem da Bandeira de N. Sra. de Brotas e encontro das equipes para almoço
192
8.6.3. Projeto A-Cor-Jovem

A respeito do Projeto A-Cor-Jovem, que vem sendo executado
de modo contínuo na preparação espiritual inicial dos jovens
Paroquianos, porém ainda, pendente de espaço físico e alguns
recursos materiais adequados já que o mesmo objetiva a prepa-
ração do jovem não só para a maturidade da fé, como também,
para sua interação social e perspectivas de trabalho. Sabe-se que
mesmo com os programas de menor aprendiz, primeiro emprego
e outros constituídos como políticas públicas, o desconheci-
mento ou mesmo o despreparo para a inserção do jovem nestes
programas acaba por limitar uma grande parcela da população
jovem, mormente das pequenas cidades do interior. Finalmen-
te, este projeto visa contribuir com o desenvolvimento social e
profissional do jovem, considerando a educação emocional e as
tecnologias digitais da informação e da comunicação.
8.6.4. Bazar da Imaculada

A Paróquia conta também com o Projeto Bazar da Imacula-
da, desenvolvido a partir de doações dos fiéis e venda a custo
módico de modo a favorecer todos os Paroquianos que desejam
adquirir vestuários e outros objetos, inclusive móveis usados e
eletrodomésticos. O bazar funciona todos as tardes em uma das
salas anexas a Matriz e é dirigido e administrado eficientemente
pela Paroquiana Cleide Maria de Souza Silva.
193
Dedicadas fiéis, colaboradoras do Bazar da Imaculada
8.6.5. Projeto de Reforço Escolar

Considerado de suma importância, relevância social e de
interesse público, igualmente, é o projeto de Reforço Escolar
com Ênfase em Princípios Bíblicos, a ser desenvolvido atuando
dentro de condições mínimas de vida social, potencializando
o aluno com conhecimentos da realidade cotidiana e valores
cristãos. Pode-se afirmar que o ousado projeto na forma como
está formalizado, tendo como meta o apoio pedagógico para o
desenvolvimento do conhecimento significativo, letramento
linguístico e artístico, habilidades cognitivas e abordagem filo-
sófica, ainda não está em fase de execução, posto que demanda
194
espaço físico adequado, seleção de profissionais no regime de

voluntariado, e aquisição de materiais adequados.
E, por fim, dois outros grandes projetos de interesse religioso,
social e público que dizem respeito a comunicação através da
tecnologia da informação, estão sendo ainda experimentados,
quais sejam: site da paróquia e rádio via web, e estão pendentes
da devida formalização, como explicita o pároco atual.
8.7. O Jubileu de 190 Anos

E motivo de enorme alegria dos Paroquianos, comemorarem
nos festejos religiosos e sociais de Nossa Senhora de Brotas, no
dia 25 de agosto e primeiro domingo seguinte, celebrando no
ano em curso 190 anos de criação da Paróquia, de 1833 a 2023,
efetivado através de um ato expedido ainda no Brasil-Regência.
Nos preparativos deste expressivo acontecimento, é destaque
a reforma da Matriz, mais a restauração patrimonial, cultural
e religioso do povo brotense, com a celebração de Santa Missa
glorificada pelo Arcebispo Metropolitano Dom Mário Antônio
da Silva, no dia 25 de agosto às 19:00 horas, no Ginásio de Es-
portes Zezinho Gusmão. Celebração festiva no dia 26 de agosto
às 06:00 horas na Matriz, agora toda restaurada, com a primeira
Santa Missa do jubileu. Em seguida o evento social, na praça,
iniciando-se, também com procissão e Santa Missa campal, de-
pois o tradicional almoço, leilão, comidas típicas, apresentações
da Escola de Música e outros Ministérios Católicos, apresentação
de dupla de Moda de Viola e apresentação folclórica, destacando
a cultura mato-grossense, com a “Dança do Siriri” pelo Grupo
Estrela Guia, de Várzea Grande.
195
E para finalizar, em comemoração a data tão especial para a

comunidade Brotense, Paroquianos e seus devotos, foi escrita
esta singela obra, sugestão do idealizador Pe. Edevando Martins,
imortalizando esta data única na história. Buscou-se formalizar
a participação de um povo humilde e singelos anônimos, que de
outra forma não seriam lembrados, este o povo escolhido pelo
Senhor, merecedores de todo nosso respeito, recebendo neste
trabalho a oportuna ênfase.
Gente dos rincões mais remotos onde o conforto do progresso
ainda não chegou, mas adoram o Criador sem reclamos, cantam
louvores, alegram com tão pouco! Camponeses que trabalham
a terra onde enterraram seus pais, fazem farinha e plantam a
subsistência no castigo de um sol ardente, para depois cultuarem
a Ti. Onde se percebe o despojo no olhar perdido, cuja aspiração
se limita em adorar a figura desta Santa Milagrosa que lhes traz
todo prazer de suas almas carentes, para eles dedicados estes
escritos da pequena Brotas, contudo gigante na sua fé.
Hoje comemora 190 anos, se reconhecido inicialmente por
um ato Imperial, haverá de imortalizar-se in saecula saeculorum
em nome do nosso único Deus...
Nossa Senhora de Brotas,

Rogai por nós!
196
9. A Família Vicentina
Cumpre, ao tratar da missão abraçada pela família Vicentina,
com a presença das Irmãs Maria Isabel, Beatriz Siqueira, Severina
Santos, “Gabi”, “Dagui a Mãezinha”, Vera, Adair e Ângela, dizer
que foram modelo de caridade, de humildade e simplicidade, ou
seja, sempre pautaram e orientaram-se nas três virtudes evangé-
licas que marcam, como fundamento, o espírito da Companhia
da qual são membros, que determinou a canonização pelo Papa
Pio XII, em 27 de julho de 1947, da Santa Catarina Labouré.
A Família Vicentina que por aqui passou deixou grande legado
de fé e caridade e destacável prestação de trabalho social frente
a diversidade de questões com as quais estava envolvida, tudo
sob orientação da simplicidade no pensar de Vicente de Paulo,
tendo o foco no cuidado para os menos favorecidos.
A Companhia das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo,
nasceu em 29 de novembro de 1633, fundada por São Vicente
de Paulo e Santa Luísa de Marillac, sob o regulamento citado na
despedida de Irmã Dagmar Assunção, que entendemos oportu-
no reproduzir... tereis por mosteiros a sala dos doentes, por cela um
quarto de aluguer; como capela a igreja Paroquial, como claustro, as
ruas da cidade; como clausura, a obediência; como grade, o temor de
Deus; como véu a santa modéstia.
Assim, todos aqueles que conheceram as Filhas da Caridade
que por aqui estiveram a serviço, em missão, sabem que o regu-
lamento de São Vicente de Paulo foi fielmente por Elas cumprido
até a exaustão no limite físico e mental.
197
Imagem de São Vicente de Paulo
Brasão da Companhia das Filhas da

Caridade de São Vicente de Paulo
198
Interessante o exemplo, nos dados biográficos de São Vicente

de Paulo, nascido na aldeia de Pouy, na Gasconha em uma
terça-feira de Páscoa, em 24 de abril do ano 1581, vindo ele a ser
batizado no mesmo dia de seu nascimento. Era o terceiro filho
do casal camponês Jean de Paul e Bertrande de Moras, muito
católicos, os 6 filhos receberam todo ensino religioso através da
genitora.
Desde cedo destacou-se pela notável inteligência e fervorosa
devoção. Realizou os primeiros estudos em Dax, onde após 4
anos, ele veio a lecionar. Isto lhe permitiu concluir os estudos de
teologia na Universidade de Toulouse. Foi ordenado sacerdote,
aos dezenove anos, em 23 de setembro de 1600.
Encontrou dificuldade em sua vida, em 1605 ao retornar de
uma viagem para Marselha – França, quando sua embarcação
foi atacada por piratas turcos, apesar de sobreviver foi vendido
como escravo a um pescador, que provação!
Ganhando admiração do proprietário, este propõe a sua fuga
para França, que se realizou em 1907, chegando em avião o Vice-
Legado do Papa, Vicente voltou a exercer seu ministério sacerdo-
tal. Pe. Vicente frequentou a universidade e se forma em Direito
Canônico. Depois sendo reconhecido as virtuosas qualidades,
torna-se fiel depositário do Rei Henrique IV da França e até mes-
mo capelão da rainha Margarida de Valois, sendo encarregado
das esmolas aos pobres e visita aos enfermos em nome dela.
Experimentou auspiciosa ascensão, participou da Sociedade
do Oratório, depois Vigário de Clichy – Paris, funda onde fundou
a Confraria do Rosário, sempre empenhado na causa dos pobres
e desvalidos prisioneiros. Sua heroica piedade o torna Capelão
199
Geral e Real da França, e funda a Congregação da Missão, reco-

nhecida na Bula pelo Papa Urbano VIII, em 1633.
No sermão de Chântillon, nasceu as Senhoras Damas da
Caridade, a primeira delas foi a Santa Luísa de Marillac, de
início 4 apenas e hoje centenas. Muitos pensavam ser a maior
virtude de São Vicente de Paulo a caridade, mas na verdade sua
humildade suplantava esta qualidade. Deixou um legado como
pai dos Pobres, um Reformador do Clero, canonizado pelo Papa
Clemente XII em 16 de junho de 1737, foi declarado patrono da
Igreja Católica por Leão XIII.
200
O livro retrata um período histórico de

Acorizal e da Paróquia Nossa Senhora de
Brotas. Aborda o início da formação das
comunidades católicas locais e de Jangada,
com destaque para a presença das Filhas
da Caridade São Vicente de Paulo. Retrata,
ainda, o desmembramento da Paróquia
Nossa Senhora Aparecida e demonstra a
semeadura da fé cristã, hoje fortalecida
em comunidades e sua matriz. Revela as
conquistas atuais de nosso povo católico
sob orientação administrativa e espiritual
do Pe. Edevando Acindino Martins. Enfim,
é uma obra que, dentro de certa singeleza,
exterioriza a grandeza da fé e da irmandade
católica de suas comunidades.
201

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Paróquia

190 Anos – Uma História de Fé e Devoção

Ubiratã Nascentes Alves iniciou alfabetização no colo da sua avó,

"FECI QUOD POTUI, FACIANT MELIORA POTENTES”.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

F382m Alves, Ubiratã Nascentes

Paróquia Nossa Senhora de Brotas – 190 anos – Uma

1. História, 2. História de Mato Grosso 3. Religião

Revisão e Normalização Textual:

Paruna Editorial Paróquia Nsa. Sra. de Brotas

Cibélia Maria Lente

locais preparando-as para desenvolverem outros papéis em suas

Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor!

Ubiratã Nascentes Alves

indígenas Bororos um amistoso relacionamento. Sendo que eles

Cuiabá – Porto Velho, assim torna-se a urbe em 15 de agosto, im-

Novas mudanças geopolíticas no município, desta feita pela

3.1. Alteração do Nome

3.2. Hino da Padroeira

Senhora de Brotas, Salve Rainha,

Senhora de Brotas, sois vida e doçura,

Senhora de Brotas, salve a vós bradamos,

Senhora de Brotas, gemendo e chorando,

Senhora de Brotas, sois nossa advogada,

Senhora de Brotas ó fruto do vosso ventre,

Senhora de Brotas para que sejamos dignos

Amém Jesus, cantemos também,

Nossa Senhora de Brotas

3.3. Imagens locais

Foto: Acervo da Paróquia Nossa Senhora de Brotas

Vistas diurna e noturna parciais aéreas – central da sede Acorizal

A paróquia Nossa Senhora de Brotas

3.4. Hino do município

Acorizal / minha terra

inclusive, e da parte d’além do Cuyabá o Porto do Rio,

Iniciaremos pelos Vigários Encomendados1, vindos de outras

1 É um título de um cargo da Igreja Católica dado aos sacerdotes provisórios de uma

Cumpre assinalar que houve igualmente designação de Padres

2 Sacerdotes indicados para assumir em caráter permanente uma Paróquia Canônica

Vejamos os clérigos provenientes da TOR – Terceira Ordem

Continuando... vejamos os Freis Franciscanos da Terceira

• Pe. José Dilson de Almeida Barbosa, de 1995 até 1999

• Pe. Jeferson Correa, de 2014 até 2018

Nota: Material colhido do Livro “Arquidiocese de Cuiabá, História e Vida”, 1910-2010,

1 Atos dos Apóstolos 2, 37-47

Como narrado nos Atos dos Apóstolos a comunidade forma-se

13. Tenda – N. Sra. Aparecida

1. Aldeia – Padroeira: N. Sra. de Santana

Templo sendo construído pelos moradores em mutirão.

Celebração da Santa Missa na Capela construída por suas próprias mãos.

Não se pode discorrer sobre a Comunidade de Aldeia, sem re-

A comunidade de Aldeia nos dias atuais

A comunidade hoje dispõe de Capela, cuja estrutura física

Cuiabá pelas graças do casal Cristiano e Cleide Costa. O objetivo

2. Aleixo – Padroeira: N. Sra. do Perpétuo Socorro

Os passos iniciais dos Pioneiros, para formar a comunidade

Sabemos por registro da Irmã da Congregação das Filhas da

rista Dener Jacob, hoje pároco da igreja N. Sra. da Guia – Distrito

Comunidade de Aleixo na atualidade e sua belíssima Capela

3. Baús – Padoeira: Nossa Senhora

O Bonito e Inicial Trabalho para Catequese de Crianças e Adolescentes

Sabemos por relato da Irmã Gabi, que:

Depois foi feito em mutirão uma capela pequena mas que

1 Atos dos Apóstolos 2, 37-47