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07/03/2012

CURSO DE OPERAÇÃO E
MANUTENÇÃO DE PARQUES
EÓLICOS

I - Conceitos Sobre a Conversão Eólio-


Elétrica

Prof. Demercil

www.dee.ufc.br/~demercil

CURSO DE OPERAÇÃO E
MANUTENÇÃO DE PARQUES
EÓLICOS
Mecanismos de Formação dos Ventos

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07/03/2012

O RECURSO EÓLICO
• A energia eólica provém da radiação solar uma vez que
os ventos são gerados pelo aquecimento não uniforme da
superfície terrestre.
• Uma estimativa da energia total disponível dos ventos ao
redor do planeta pode ser feita a partir da hipótese de
que, aproximadamente, 2% da energia solar absorvida
pela Terra é convertida em energia cinética dos ventos.
• Este percentual, embora pareça pequeno, representa
centena de vezes a potência anual instalada nas centrais
elétricas do mundo.
• Os ventos que sopram em escala global e aqueles que se
manifestam em pequena escala são influenciados por
diferentes aspectos entre os quais destacam-se a altura,
a rugosidade, os obstáculos e o relevo.

Mecanismos de Geração dos Ventos


• A energia eólica pode ser considerada como uma
das formas em que se manifesta a energia
proveniente do Sol, isto porque os ventos são
causados pelo aquecimento diferenciado da
atmosfera.

• Essa não uniformidade no aquecimento da


atmosfera deve ser creditada, entre outros
fatores, à orientação dos raios solares e aos
movimentos da Terra.

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Mecanismos de Geração dos Ventos

• O sol é a maior fonte de energia da terra, sendo


responsável por uma incidência de energia que
alcança cerca de 173.000x1012 Watts.
• Destes, aproximadamente 30% são diretamente
refletidos pela terra e outros 47% são convertidos
diretamente em calor.
• Uma grande quantidade de energia é consumida
em evaporação, precipitação, convecção e
outros processos associados ao deslocamento
de água no ciclo hidrológico.

Mecanismos de Geração dos Ventos


• Uma fração relativamente pequena do total é
capturada pelas plantas, durante a fotossíntese,
suprindo as necessidades essenciais de energia
do reino vegetal e animal.
• Uma pequena fração é usada para acionar
convecções atmosféricas e oceânicas, que em
geral dissipam-se em forma de calor através da
fricção.
• A energia dos ventos, que em geral dissipa-se
em forma de calor, pode ser transformada em
energia mecânica através dos moinhos e barcos,
por exemplo.

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Mecanismos de Geração dos Ventos


• As regiões tropicais, que recebem os raios
solares quase que perpendicularmente, são mais
aquecidas do que as regiões polares.
• Conseqüentemente, o ar quente que se encontra
nas baixas altitudes das regiões tropicais tende a
subir, sendo substituído por uma massa de ar
mais frio que se desloca das regiões polares.
• O deslocamento de massas de ar determina a
formação dos ventos.

Mecanismos de Geração dos Ventos


• Embora os mecanismos responsáveis pela distribuição
das temperaturas e pressões na atmosfera sejam
complexos e ainda não totalmente conhecidos, sabe-se
que a circulação de ar em escala planetária é
determinada pelo formato da Terra, inclinação do seu eixo
em relação ao sol e seus movimentos de rotação e
translação.
• Numa abordagem simplificada da influência desse
conjunto de fatores sobre a circulação do ar, pode-se
dizer que os raios solares atingem a superfície terrestre
com inclinações diferentes, sendo que na região tropical
os raios são quase perpendiculares à superfície enquanto
nas regiões polares são inclinados.

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Mecanismos de Geração dos Ventos


• Como conseqüência, a quantidade de calor que
chega à superfície terrestre na região tropical é
maior que a que chega nos pólos, tornando as
regiões próximas à linha equatorial mais quentes
que as regiões mais afastadas.
• A temperatura mais alta torna o ar menos denso
que tende a deslocar-se através das camadas
superiores da atmosfera em direção aos pólos. O
ar frio e denso dos pólos tende a deslocar-se
através das camadas inferiores em direção ao
equador.

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Mecanismos de Geração dos Ventos


• Nas camadas mais baixas da atmosfera, até
cerca de cem metros, a velocidade do vento varia
com a altitude devido ao atrito do ar com a
superfície e também em conseqüência do
gradiente vertical de temperatura.
• Os ventos ainda são influenciados por diversos
outros fatores como: distância ao litoral, contorno
litorâneo, topografia, etc.

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Mecanismos de Geração dos Ventos


• Existem também ventos de origem mais
localizada, como alguns ventos que surgem no
litoral e montanhas. No litoral, o sol provoca
aquecimentos diferentes na terra e mar.
• Durante o dia, a terra aquece mais rápido que o
mar, tornando-se mais quente que este. Essa
diferença de aquecimento dá origem às brisas
marítimas, que são ventos que partem do mar
em direção a terra.
• Durante a noite, a terra resfria-se mais rápido
que o mar e este último torna-se mais quente
que a terra, dando origem às brisas terrestres,
que partem da terra em direção ao mar.

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Mecanismos de Geração dos Ventos


• Nas montanhas, o sol atinge primeiro as partes mais
altas, aquecendo-as primeiro que os vales. Dessa forma,
durante as primeiras horas do dia, há circulação de um
vento na direção dos vales para o topo da montanha. A
medida que o sol aquece também as partes mais baixas,
o vento parte do topo da montanha em direção às partes
mais baixas.
• Existem locais no globo terrestre onde os ventos jamais
cessam de “soprar”, pois os mecanismos que os
produzem (aquecimento no Equador e resfriamento nos
pólos) estão sempre presentes na natureza. São
chamados de ventos planetários ou constantes e podem
ser classificados em:

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Mecanismos de Geração dos Ventos


• Alísios: ventos que sopram dos trópicos para o Equador,
em baixas altitudes.
• Contra-Alísios: ventos que sopram do Equador para os
pólos, em altas altitudes.
• Ventos do Oeste: ventos que sopram dos trópicos para os
pólos.
• Polares: ventos frios que sopram dos pólos para as zonas
temperadas.

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Mecanismos de Geração dos Ventos


• Tendo em vista que o eixo da Terra está inclinado
de 23,5º em relação ao plano de sua órbita em
torno do Sol, variações sazonais na distribuição
de radiação recebida na superfície da Terra
resultam em variações sazonais na intensidade e
duração dos ventos, em qualquer local da
superfície terrestre.
• Como resultado, surgem os ventos continentais
ou periódicos e compreendem as monções e as
brisas.

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Ventos Continentais
• As monções são ventos periódicos que mudam
de direção a cada seis meses aproximadamente.
Em geral, as monções sopram em determinada
direção em uma estação do ano e em sentido
contrário em outra estação.
• Em função das diferentes capacidades de refletir,
absorver e emitir o calor recebido do Sol
inerentes à cada tipo de superfície (tais como
mares e continentes) surgem as brisas que
caracterizam-se por serem ventos periódicos que
sopram do mar para o continente e vice-versa.

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Ventos Continentais
• No período diurno, devido à maior capacidade da terra
de refletir os raios solares, a temperatura do ar
aumenta e, como conseqüência, forma-se uma
corrente de ar que sopra do mar para a terra (brisa
marítima).
• À noite, a temperatura da terra cai mais rapidamente
do que a temperatura da água e, assim, ocorre a brisa
terrestre que sopra da terra para o mar.
• Normalmente, a intensidade da brisa terrestre é menor
do que a da brisa marítima devido à menor diferença
de temperatura que ocorre no período noturno.

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VENTOS LOCAIS

• Os ventos locais sopram em determinadas


regiões e são resultantes das condições locais,
que os tornam bastante individualizados.
• A mais conhecida manifestação local dos ventos
é observada nos vales e montanhas.
• Durante o dia, o ar quente nas encostas da
montanha se eleva e o ar mais frio desce sobre o
vale para substituir o ar que subiu.
• No período noturno, a direção em que sopram os
ventos é novamente revertida e o ar frio das
montanhas desce e se acumula nos vales

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Movimento das Massas de Ar


• De uma forma geral, os movimentos das massas de ar na
atmosfera (vento) processam-se em regime turbulento.
Sendo assim, a velocidade instantânea do vento é
descrita simplificadamente como um valor médio
acrescido de um desvio a partir da média (flutuação), tal
que:
v = V + v‘
• Onde V é a velocidade média do vento e v’ é a flutuação.
Na prática, para algumas aplicações, leva-se em
consideração apenas a intensidade da velocidade média
V.
• A maioria dos instrumentos de medição, devido a sua
configuração, “filtra” as flutuações e fornece somente o
valor da velocidade média.

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Movimento das Massas de Ar


• A direção do vento também é um importante parâmetro a
ser analisado pois mudanças de direção freqüentes
indicam situações de rajadas de vento.
• Além disso, a medida da direção do vento auxilia na
determinação da localização das turbinas em um parque
eólico.
• Devido à existência do problema de “sombra”, isto é, a
interferência das esteiras das turbinas, é fundamental o
conhecimento da direção predominante.
• Do ponto de vista do aproveitamento da energia eólica, é
importante distinguir os vários tipos de variações
temporais da velocidade dos ventos, a saber: variações
anuais, sazonais, diárias e de curta duração.

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Variações Anuais

• Para se obter um bom conhecimento do regime dos


ventos não é suficiente basear-se na análise de dados de
vento de apenas um ano; o ideal é dispor de dados
referentes a vários anos.
• À medida que uma maior quantidade de dados anuais é
coletada, as características levantadas do regime local
dos ventos tornam-se mais confiáveis.

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Variações Sazonais
• O aquecimento não uniforme da superfície terrestre
resulta em significativas variações no regime dos ventos,
resultando na existência de diferentes estações do ano.
• Considerando que, em função da relação cúbica entre a
potência disponível e a velocidade do vento (na altura do
eixo da turbina), em algumas faixas de potência, uma
pequena variação na velocidade implica numa grande
variação na potência.
• Sendo assim, a utilização de médias anuais (ao invés de
médias sazonais) pode levar a resultados que se afastam
da realidade.

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Variações Diárias
• As variações diárias na velocidade do vento (brisas marítimas e
terrestres, por exemplo) também são causadas pelo aquecimento não
uniforme da superfície da Terra.
• Essas variações são importantes quando, após a escolha de uma
região, procura-se o local mais adequado para a instalação do sistema
eólico dentro dessa área.
• Ao comparar a evolução da velocidade média ao longo do dia percebe-
se que há uma significativa variação de um mês para os outros. Com
esse tipo de informação pode-se projetar melhor o sistema eólico.
• Por exemplo, nos locais em que os ventos no período do dia são mais
fortes do que os ventos no período da noite e a carga de pico ocorre
durante o dia, a carga base pode ser fornecida pelo sistema existente e
a carga adicional pelo sistema eólico.
• Entretanto, se a carga de pico ocorre durante a noite, provavelmente a
demanda será maior que o disponível e um sistema de estocagem pode
se fazer necessário.

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Variações de Curta Duração


• As variações de curta duração estão associadas tanto às
pequenas flutuações quanto às rajadas de vento.
• Num primeiro momento, essas variações não são
consideradas na análise do potencial eólico de uma
região, desde que não assumam grandes proporções.
• As flutuações e a turbulência do vento podem afetar a
integridade estrutural do sistema eólico, devido à fadiga
que ocorre especialmente nas pás da turbina.
• Por outro lado, as rajadas, caracterizadas por aumentos
bruscos de curta duração da velocidade do vento,
geralmente acompanhadas por mudanças de direção,
merecem maior atenção

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CURSO DE OPERAÇÃO E
MANUTENÇÃO DE PARQUES
EÓLICOS
Introdução aos Sistemas Eólicos de
Conversão de Energia

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Energia do Vento
• Fisicamente, a energia do vento consiste na energia
cinética da massa de ar em movimento. Considerando-se
que o vento apresenta direção fixa e velocidade constante,
pode-se desenvolver uma expressão para a potência
relacionada a uma determinada área de captação.

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Energia do Vento

• O volume da massa de ar contida no cilindro


fictício é dada pela equação (2.1).
Vol = AL [m3]
• A massa de ar contida nesse volume é igual ao
produto do volume pela densidade do ar, sendo
dada pela equação:
m = .Vol = .A.L [kg]
• A energia cinética da massa m em deslocamento
é dada pela equação:
mv 2 [J]
Ec 
2

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Energia do Vento
• Manipulando-se as equações:

Lv 2 [J]
Ec 
• A potência média é 2
igual
à energia dividida pelo
intervalo de tempo desejado.

• Considerando-se um intervalo de tempo t, a


potência média associada a essa massa de ar
em deslocamento é dada por:
[W]
v 2 L
Pv  .
2 t

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Energia do Vento
• Considerando-se a velocidade do vento
constante, a razão L/t é igual a própria
velocidade do vento. Substituindo-se L/t por v
obtém-se a equação:

v 3 [W]
Pv 
2
• Considerando-se a densidade do ar igual a 1,15
kg/m obtém-se:
3

[W]
Pv  0,575 Av 3

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EXEMPLO
• Calcule a potência disponível no vento, para velocidades
de 1m/s a 20m/s, considerando-se um disco
perpendicular à sua direção, com diâmetro igual a 40m.

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COMPONENTES DE UM SISTEMA
EÓLICO
• No início da utilização da energia eólica, surgiram
turbinas de vários tipos – eixo horizontal, eixo
vertical, com apenas uma pá, com duas e três
pás, gerador de indução, gerador síncrono etc.

• Com o passar do tempo, consolidou-se o projeto


de turbinas eólicas com as seguintes
características: eixo de rotação horizontal, três
pás, alinhamento ativo, gerador de indução e
estrutura não-flexível.

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COMPONENTES DE UM SISTEMA
EÓLICO
• Entretanto, algumas características desse projeto
ainda geram polêmica, como a utilização ou não
do controle do ângulo de passo (pitch) das pás
para limitar a potência máxima gerada.

• A tendência atual é a combinação das duas


técnicas de controle de potência (stall e pitch) em
pás que podem variar o ângulo de passo para
ajustar a potência gerada, sem, contudo, utilizar
esse mecanismo continuamente.

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COMPONENTES DE UM SISTEMA
EÓLICO
• Vento: Disponibilidade energética do local destinado à
instalação do sistema eólico.
• Rotor: Responsável por transformar a energia cinética
do vento em energia mecânica de rotação.
• Transmissão e Caixa Multiplicadora: Responsável
por transmitir a energia mecânica entregue pelo eixo do
rotor até a carga. Alguns geradores não utilizam este
componente; neste caso, o eixo do rotor é acoplado
diretamente à carga.
• Gerador Elétrico: Responsável pela conversão da
energia mecânica em energia elétrica.

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COMPONENTES DE UM SISTEMA
EÓLICO
• Mecanismo de Controle: Responsável pela orientação
do rotor, controle de velocidade, controle da carga, etc.
• Torre: Responsável por sustentar e posicionar o rotor
na altura conveniente.
• Sistema de Armazenamento: Responsável por
armazenar a energia para produção de energia firme a
partir de uma fonte intermitente.
• Transformador: Responsável pelo acoplamento
elétrico entre o aerogerador e a rede elétrica.
• Acessórios: São os componentes periféricos.(**)

1. Cubo do rotor 1.Anemômetro


2. Pás do rotor 2.Sensor de
3. Sistema direção
hidráulico 3.Nacele, parte
4. Sistema de inferior
posicionamento 4.Nacele, parte
da nacele superior
5. Engrenagem de 5.Rolamento
posicionamento do
6. Caixa posicionamento
multiplicadora 6.Disco de
de rotação freio do
7. Disco de freio posicionamento
8. Acoplamento 7.Pastilhas de
do gerador freio
elétrico 8.Suporte do
9. Gerador cabo de força
elétrico Torre
10.Sensor de
vibração
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Rotor Eólico
• O rotor é o componente do sistema eólico
responsável por captar a energia cinética dos
ventos e transformá-la em energia mecânica de
rotação.
• A configuração do rotor influenciará diretamente
no rendimento global do sistema.
• Os rotores eólicos podem ser classificados
segundo a orientação do eixo como: rotores de
eixo horizontal e os rotores de eixo vertical.

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Rotor Eólico
• A característica de conversão de um rotor
depende do seu tipo, número de pás, perfil
aerodinâmico e tamanho.

• Embora todos esses fatores alterem as


características de operação em relação ao torque
e velocidade de rotação, o comportamento da
potência eólica convertida em função do
“escorregamento” do rotor em relação ao vento é
semelhante para os diversos tipos de rotor.

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Rotor Eólico
• Na situação em que o rotor está parado na
presença de vento, a potência produzida é zero,
embora exista torque aplicado ao rotor pelo
vento.
• Neste caso, devido a ausência de deslocamento,
não existe potência gerada, pois a potência
mecânica instantânea aplicada ao rotor é igual
ao produto entre a velocidade angular
instantânea e o torque instantâneo.
• Sendo a velocidade nula, a potência é nula
mesmo que o torque seja diferente de zero.

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Rotor Eólico
• Em outra situação extrema o rotor gira a uma velocidade
tal que o vento não impõe torque mecânico útil ao rotor;
neste caso diz-se que o rotor está rodando livre.
• A velocidade do vento permanece praticamente a mesma
ao passar pelo rotor, reduzida apenas de forma a
compensar as perdas por atrito.
• Neste caso, a potência produzida também é nula, pois o
torque útil é nulo (embora a velocidade não seja).
• Quando o rotor gira com velocidade maior que a do vento
ou então com velocidade negativa (opondo-se à direção
que seria imposta pelo vento), o rotor está dissipando
energia ao invés de absorvê-la do vento.
• Estas situações não caracterizam operação como
gerador.

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Rotor Eólico
• Por fim, existe a situação em que o rotor gira a uma
velocidade maior que zero e menor que a velocidade de
rotor livre.
• Dentro desses limites haverá potência útil disponível no
eixo do rotor que pode ser convertida em energia elétrica
por um gerador que esteja acoplado.
• Dentro desse intervalo observa-se que, dada uma
velocidade de vento, existe uma velocidade do rotor que
maximiza a potência produzida.
• Ou seja, para cada velocidade de vento a qual o rotor é
submetido, existe uma velocidade de operação que
maximiza a potência gerada.
• Por este motivo, a operação em freqüência variável é
preferível à operação em freqüência fixa.

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Rotor Eólico

V2

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Rotor Eólico
• Ao passar pelo rotor, a velocidade do vento é reduzida de v para
v2. A energia cinética da massa de ar que segue em direção ao
rotor é dada pela equação
m.v 2
Ec 
2
• Da mesma forma, a energia associada ao vento à jusante do rotor
é dada por:
m.v 22
Ec 2 
2
• Obviamente, se v é igual a v2, não há alteração na energia cinética
do vento e Ec é igual a Ec2. Se v é diferente de v2, parte da
energia cinética do vento é convertida pelo rotor. A energia que é
absorvida pelo rotor é igual a diferença entre Ec e Ec2, sendo dada
pela equação

Er 

m. v 2  v 22 
2

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Rotor Eólico
• A potência absorvida pelo rotor é obtida derivando-
se em relação ao tempo.

pr 
2

d  m v  v2 
2

 
dt  2 

• Admintindo-se que v e v2 são constantes, pode-se


reescrever:
pr 
v 2
 v 22 . d m
2 dt

• A derivada em relação ao tempo da massa de ar


que passa pelo rotor é dada por:
d d d d
m  Vol   . Vol   . A x   . A.v1
dt dt dt dt

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Rotor Eólico
• Segundo a teoria da mecânica dos fluidos, pode-se provar que a
velocidade v1 é igual a média aritmética da velocidade à jusante e da
velocidade à montante, sendo dada por :
v  v2
v1 
2
• Manipulando-se as equações:

 . A.v 2  v 22 
. v  v2 
pr 
4
• Essa equação fornece a potência absorvida pelo rotor em função das
velocidades à montante e à jusante, da área interceptada e
densidade do ar. Define-se como coeficiente de potência, Cp, a razão
entre a potência mecânica realmente convertida pelo rotor e a
potência disponível no vento.

Pr 1   v 2    v 2 
2

Cp   .1    .1  
Pv 2   v    v

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Rotor Eólico
• Quando v2/v=1, ou seja, quando v não é
alterada, nenhuma energia é absorvida pelo
rotor.
• À medida que o rotor passa a absorver a energia
cinética do vento, a velocidade v2 passa a ser
menor que v e CP >0, indicando que foi entregue
potência ao rotor.
• Nota-se que CP apresenta um ponto de valor
máximo, para v2/v=1/3,dado por:
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C p max   0,593
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Rotor Eólico
• Conclui-se então que máxima potência é extraída do vento
quando a sua velocidade é reduzida a 1/3 do seu valor.
• O valor de Cp=0,593 corresponde ao máximo rendimento
que pode ser obtido por um rotor ideal, sendo por isso
chamado de coeficiente de potência ideal.
• Para v2/v=0, ou seja, v2=0, parte da energia é dissipada.
• Para v2=0, Cp=0,5, metade da potência eólica é convertida
pelo rotor, sendo que a outra metade é dissipada.
• Para 0 < v2 <v, parte da energia cinética do vento é
convertida pelo rotor, parte é dissipada e outra parte
continua em forma de energia cinética no vento que segue.

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Rotor Eólico

• É importante observar que o valor de CP calculado


anteriormente é resultado de um cálculo teórico para um
rotor ideal.
• Na prática, o valor de CP e o seu comportamento em função
de v2/v variam de acordo com o tipo e perfil aerodinâmico
do rotor.
• Além do coeficiente de potência CP, outro parâmetro
bastante utilizado para caracterizar o comportamento dos
rotores é a razão entre a velocidade da ponta do rotor e a
velocidade do vento.
• O coeficiente da velocidade de ponta, λ, é definido por

Velocidade Linear da Ponta do Rotor r .R 2. . f r .R


  
Velocidade do vento livre v v

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Rotor Eólico
• Em geral, o comportamento de um rotor é
fornecido em forma de um gráfico que relaciona
os coeficientes CP e .

• A Figura mostra a característica de um rotor de


duas pás de eixo horizontal para diferentes
ângulos de inclinação das pás.

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Rotor Eólico

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EXEMPLO
• Determine a potência mecânica disponível no
eixo do rotor de uma turbina com velocidade
variável com 40m de diâmetro, considerando-se
um rotor de 3 pás ideal (vnominal=12m/s).
• Qual a velocidade de rotação?

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Rotores de Eixo Horizontal


• Os rotores de eixo horizontal são os mais comuns e
grande parte da experiência mundial está voltada para a
sua utilização.
• São movidos por forças aerodinâmicas chamadas de
forças de sustentação (lift) e forças de arrasto (drag).
• Um corpo que obstrui o movimento do vento sofre a ação
de forças que atuam perpendicularmente ao escoamento
(forças de sustentação) e de forças que atuam na direção
do escoamento (forças de arrasto).
• Ambas são proporcionais ao quadrado da velocidade
relativa do vento.
• Adicionalmente, as forças de sustentação dependem da
geometria do corpo e do ângulo de ataque (formado entre
a velocidade relativa do vento e o eixo do corpo).

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Rotores de Eixo Horizontal


• Os rotores que giram predominantemente sob o efeito de
forças de sustentação permitem liberar muito mais
potência do que aqueles que giram sob efeito de forças
de arrasto, para uma mesma velocidade de vento.
• Os rotores de eixo horizontal ao longo do vento
(aerogeradores convencionais) são predominantemente
movidos por forças de sustentação e devem possuir
mecanismos capazes de permitir que o disco varrido
pelas pás esteja sempre em posição perpendicular ao
vento.
• Tais rotores podem ser constituídos de uma pá e
contrapeso, duas pás, três pás ou múltiplas pás
(multivane fans). Construtivamente, as pás podem ter as
mais variadas formas e empregar os mais variados
materiais. Em geral, utilizam-se pás rígidas de madeira,
alumínio ou fibra de vidro reforçada.

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Rotores de Eixo Horizontal


• Tais rotores podem ser constituídos de uma pá e
contrapeso, duas pás, três pás ou múltiplas pás
(multivane fans).
• Construtivamente, as pás podem ter as mais variadas
formas e empregar os mais variados materiais. Em geral,
utilizam-se pás rígidas de madeira, alumínio ou fibra de
vidro reforçada.
• Quanto à posição do rotor em relação à torre, o disco
varrido pelas pás pode estar a jusante do vento (down
wind) ou a montante do vento (up wind).
• No primeiro caso, a “sombra” da torre provoca vibrações
nas pás. No segundo caso, a “sombra” das pás provoca
esforços vibratórios na torre.
• Sistemas a montante do vento necessitam de
mecanismos de orientação do rotor com o fluxo de vento,
enquanto nos sistemas a jusante do vento, a orientação
realiza-se automaticamente.

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Rotores de Eixo Horizontal


• Os rotores mais
utilizados para geração
de energia elétrica são
os de eixo horizontal do
tipo hélice,
normalmente
compostos de 3 pás ou
em alguns casos
(velocidades médias
muito altas e
possibilidade de
geração de maior ruído
acústico) 1 ou 2 pás.

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Transmissão e Caixa Multiplicadora


• A transmissão, que engloba a caixa multiplicadora, possui
a finalidade de transmitir a energia mecânica entregue pelo
eixo do rotor até o gerador. É composta por eixos, mancais,
engrenagens de transmissão e acoplamentos.
• O projeto tradicional de uma turbina eólica consiste em
colocar a caixa de transmissão mecânica entre o rotor e o
gerador de forma a adaptar a baixa velocidade do rotor à
velocidade de rotação mais elevada dos geradores
convencionais.
• A velocidade angular dos rotores geralmente varia na faixa
de 20 a 150 RPM, devido às restrições de velocidade na
ponta da pá (tip speed). Entretanto, geradores (sobretudo
geradores síncronos) trabalham a rotações muito mais
elevadas (em geral, entre 1200 a 1800 RPM), tornando
necessária a instalação de um sistema de multiplicação
entre os eixos.

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Transmissão e Caixa Multiplicadora

• Mais recentemente, alguns fabricantes desenvolveram


com sucesso aerogeradores sem a caixa multiplicadora e
abandonaram a forma tradicional de construir turbinas
eólicas.
• Assim, ao invés de utilizar a caixa de engrenagens com
alta relação de transmissão, necessária para alcançar a
elevada rotação dos geradores, utiliza-se geradores
multipolos de baixa velocidade e grandes dimensões.
• Os dois tipos de projetos possuem vantagens e
desvantagens e a decisão de utilizar o multiplicador ou
fabricar um aerogerador sem caixa de transmissão é
antes de tudo uma questão de filosofia do fabricante.

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Mecanismos de Controle
• Os mecanismos de controle destinam-se à orientação do
rotor, ao controle de velocidade, ao controle de carga, etc.
Pela variedade de controles, existe uma enorme variedade
de mecanismos que podem ser mecânicos (velocidade,
passo, freio), aerodinâmicos (posicionamento do rotor) ou
eletrônicos (controle da carga).
• Os modernos aerogeradores utilizam dois diferentes
princípios de controle aerodinâmico para limitar a extração
de potência à potência nominal do aerogerador. São
chamados de controle estol (stall) e controle de passo
(pitch).
• No passado, a maioria dos aerogeradores usavam o
controle estol simples; atualmente, entretanto, com o
aumento do tamanho das máquinas, os fabricantes estão
optando pelo sistema de controle de passo que oferece
maior flexibilidade na operação das turbinas eólicas.

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Controle de Passo
• O controle de passo é um sistema ativo que normalmente
necessita de uma informação vinda do controlador do
sistema.
• Sempre que a potência nominal do gerador é
ultrapassada, devido à um aumento da velocidade do
vento, as pás do rotor giram em torno do seu eixo
longitudinal; em outras palavras, as pás mudam o seu
ângulo de passo para reduzir o ângulo de ataque.
• Esta redução do ângulo de ataque diminui as forças
aerodinâmicas atuantes e, conseqüentemente, a extração
de potência.
• Para todas as velocidades do vento superiores à
velocidade nominal, o ângulo é escolhido de forma que a
turbina produza apenas a potência nominal.

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Controle de Passo

• Sob todas as condições de vento, o fluxo em torno dos


perfis da pá do rotor é bem aderente à superfície (Figura),
produzindo, portanto, sustentação aerodinâmica a
pequenas forças de arrasto.

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Controle de Passo
• Turbinas com controle de passo são mais
sofisticadas do que as de passo fixo, controladas
por estol porque estas necessitam de um sistema
de variação de passo. Por outro lado, elas
possuem certas vantagens:
• permitem controle de potência ativo sob todas as
condições de vento, também sob potências parciais;
• alcançam a potência nominal mesmo sob condições de
baixa massa específica do ar (grandes altitudes dos
sítios, altas temperaturas);
• maior produção de energia sob as mesmas condições
(sem diminuição da eficiência na adaptação ao estol da
pá);

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Controle de Passo

• partida simples do rotor pela mudança do passo;


• fortes freios desnecessários para paradas de
emergência do rotor;
• cargas das pás do rotor decrescentes com ventos
aumentando acima da potência nominal;
• posição de embandeiramento das pás do rotor para
cargas pequenas em ventos extremos;
• massas das pás do rotor menores levam a massas
menores dos aerogeradores.

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Controle de Passo
• Na Alemanha cerca de 50% de todos os aerogeradores
instalados são do tipo controle de passo porque dois dos
maiores fabricantes preferem este tipo de controle de
aerogeradores.
• Na nova geração de turbinas da classe de megawatt, muitos
fabricantes mudaram para sistemas de controle de passo
(curva característica).

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Controle Estol
• O controle estol é um sistema passivo que reage à
velocidade do vento. As pás do rotor são fixas em seu
ângulo de passo e não podem girar em torno de seu eixo
longitudinal.
• O ângulo de passo é escolhido de forma que, para
velocidades de vento superiores a velocidade nominal, o
escoamento em torno do perfil da pá do rotor descola da
superfície da pá (estol), reduzindo as forças de
sustentação e aumentando as forças de arrasto.
• Sob todas as condições de ventos, superiores à
velocidade nominal, o escoamento em torno dos perfis
das pás do rotor é, pelo menos parcialmente, descolado
da superfície produzindo menores forças de sustentação
e elevadas forças de arrasto.

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Controle Estol
• Menores sustentações e maiores arrastos atuam contra um
aumento da potência do rotor.
• Para evitar que o efeito estol ocorra em todas as posições
radiais das pás ao mesmo tempo, o que reduziria
significativamente a potência do rotor, as pás possuem uma
pequena torção longitudinal que as levam a um suave
desenvolvimento deste efeito.
• Sob todas as condições de ventos superiores à velocidade
nominal o fluxo em torno dos perfis das pás do rotor é, pelo
menos, parcialmente descolado da superfície (Figura),
produzindo, portanto sustentações menores e forças de
arrasto muito mais elevadas.

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Controle Estol
• Turbinas com controle estol são mais simples do
que as de controle de passo porque elas não
necessitam de um sistema de mudança de
passo. Os aerogeradores com controle estol, em
comparação com os aerogeradores com controle
de passo possuem, em princípio, as seguintes
vantagens:
• inexistência de sistema de controle de passo;
• estrutura de cubo do rotor simples;
• menor manutenção devido a um número menor de
peças móveis;
• auto-confiabilidade do controle de potência.

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Controle Estol
• Muitos fabricantes inicialmente utilizaram esta
possibilidade simples de controle de potência, que
sempre necessita de uma velocidade constante do rotor,
geralmente dada pelo gerador de indução diretamente
acoplado à rede.

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Controle Estol-Ativo
• Mais recentemente surgiu uma concepção que mistura os
mecanismos de controle por estol e de passo
(denominada “estol ativo”).
• Neste caso, o passo da pá do rotor gira na direção do
estol e não na direção da posição de embandeiramento
(menor sustentação), como é feito em sistemas de passo
normais. As vantagens deste sistema são:
• necessidade de reduzidas mudanças no ângulo do
passo;
• possibilidade de controle da potência sob condições de
potência parcial (baixas velocidades de vento);
• a posição de embandeiramento das pás do rotor para
cargas pequenas em situação de altas velocidades de
vento.

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Exercício
• Traçar as curvas de potência de uma turbina eólica,
sendo dados:
• C1=0,5176;
• C2=116;
• C3=0,4;
• C4:5,0; i 
1
1 0, 035
• C5=21 
  0, 08  3  1

• C6=0,0068
C
C   5
C p  C1  2  C3   C4  e i  C6 
 i 

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GIT DIRETAMENTE ACOPLADO

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GIT com Rotor Bobinado e Controle da


Resistência Rotórica

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GIT Duplamente Alimentado – DFIG

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71

GIT COM CONVERSOR BACK-TO-


BACK

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GS COM BACK-TO-BACK

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GS COM BACK-TO-BACK

74

GSIP COM BACK-TO-BACK

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