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AMBIENTAIS
AULA 5
CONTEXTUALIZANDO
Imagine que você é um funcionário público que já está aposentado e que
ao longo de sua vida, enquanto servidor, sempre esteve voltado para a
elaboração de projetos e para o desenvolvimento de parcerias com
empresários e a sociedade organizada de maneira geral. O trabalho que você
desenvolvia estava relacionado à sensibilização da comunidade com relação
às espécies nativas do Brasil ameaçadas de extinção, pois seu trabalho era
realizado junto a um órgão público ambiental e focado na gestão ambiental.
Apesar de sua aposentadoria e de seu afastamento das atividades, você
continua ativo seguindo quase o mesmo ritmo de trabalho, mas agora de forma
voluntária e sem a necessidade do cumprimento de horários e de algumas
outras demandas inerentes ao órgão ambiental em questão; você no momento
está mais inteirado com as Organizações não Governamentais (ONGs). Você
tem percebido que muitas das atividades de extremo interesse para a
comunidade, realizadas na sua época, tem sido deixadas de lado, e esse
processo vem trazendo problemas relacionados à manutenção de algumas
espécies, fato que tem sido comprovado junto às ONGs nas quais você vem
atuando. O que você tem verificado é a falta de sensibilização da comunidade
para com as questões de sustentabilidade e manutenção dos recursos naturais
com consequente manutenção da espécie humana, trabalho que era árduo e
muito bem desenvolvido por sua equipe anteriormente. Diante dessa situação,
qual seria a sua atitude? Você enquanto idealista e apaixonado pela atividade
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que desenvolvia antes de se aposentar entraria em contato com a antiga chefia
e tentaria conversar e verificar a possibilidade de retomar a qualidade dos
trabalhos? Ou junto com as pessoas engajadas nas causas defendidas pelas
ONGs iria organizar protestos a fim de chamar a atenção da mídia e dos
governantes para as questões que necessitam de melhorias e mais atenção?
Ou ainda pensaria um pouco mais e deixaria isso de lado, pois sabe das
grandes dificuldades que terá para enfrentar novamente, pois as questões de
conservação da natureza sempre estão em segundo plano! O que você faria
diante dessa situação que vem lhe trazendo grande desconforto?
Risco organizacional
Esse tipo de risco está intimamente ligado ao processo de gestão
presente em uma empresa de qualquer ramo de atividade. Muitas vezes os
gestores acabam compondo um sistema de gestão e organização da empresa
de forma inconsistente, com grandes falhas, as quais por muitas vezes foram
até observadas, mas negligenciadas; esse tipo de comportamento
normalmente está associado ao desejo de conseguir lucro o mais rápido
possível, sem pensar em longo prazo, pois o lucro poderá estar completamente
comprometido. Esse tipo de acontecimento tem sido muito claro nos últimos
tempos associado à crise mundial pela qual passamos, na qual as empresas
que não consolidaram seu sistema de gestão de riscos de forma adequada
tiveram na grande maioria de deixar de atuar. Dessa forma, toda e qualquer
instituição de qualquer porte deve primar sempre por um bom processo de
governança, no qual todos os envolvidos tenham o conhecimento da missão,
objetivos e metas da organização, fato que reduzirá de forma evidente a
efetivação de riscos em qualquer uma das esferas esperadas.
Vamos definir o que é GOVERNANÇA?
Risco de operação
O risco de operação, dentro dos procedimentos de operação normal de
uma organização, está relacionado às falhas possíveis de ocorrer nos sistemas
de gerenciamento de informações. Um exemplo que podemos dar seria o fato
de que uma empresa foi pensada para ter um porte pequeno, mas, com o seu
sucesso no mercado, houve um crescimento muito acima do esperado e ela
passou para a categoria de médio porte, sendo assim, o seu sistema de gestão
de informações pode entrar em colapso e falhas de comunicação podem
ocorrer entre os dados dos computadores ligados em rede e até mesmo as
questões de telefonia podem ser prejudicadas, o que pode levar à perda de
alguns clientes em poucas horas, devido à dificuldade de agilidade nos
atendimentos a serem realizados. Todos os sistemas de informação das
organizações devem ser devidamente registrados e contar com a participação
de profissionais específicos da área para as questões de modernização e
gerenciamento das informações. Diante de qualquer falha no sistema de
informações, os processos de gerenciamento devem ter capacidade de
apresentar resiliência, com o intuito de não trazer consequências negativas
para a instituição.
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Risco de pessoal
Podemos considerar esse como o risco com maiores dificuldades de ser
trabalhado, pois, apesar de todas as Leis e Normas Regulamentadoras
existentes, na maioria dos casos o que observamos é o não respeito à
qualidade de vida e segurança dos trabalhadores, e, se a instituição não
respeita às leis obrigatórias, como trata as questões de valorização das
capacidades individuais de seus colaboradores? Provavelmente, quando a
empresa tem esse tipo de comportamento, possui grande parte de seus
colaboradores descontentes, estressados e grande rotatividade de pessoal,
fato que pode aumentar as chances de efetivação dos riscos dentro dos
sistemas de operação normal da empresa.
O risco de pessoal deve ser tratado de forma muito minuciosa, isto é,
dependendo de suas condições, a empresa deve constituir um comitê
pensando na valorização das capacidades individuais de seus colaboradores, e
pensar em formas de incentivar um processo de formação contínua destes
dentro das áreas de interesse da empresa. Além disso, é muito importante a
identificação de competência chave dentro do processo de operação normal,
pois esse colaborador pode estimular os demais a tomar uma postura mais
proativa e a entender as possibilidades de participar mais ativamente dos
processos nos quais estão envolvidos, participando de reuniões de
planejamento, de formação e de prevenção da efetivação de riscos. Agindo
dessa forma, o risco pessoal é extremamente reduzido, fato que terá
consequências positivas no desempenho da organização frente ao mercado,
considerando tanto variáveis internas quanto externas.
Os gestores não devem ter suas vistas voltadas somente para as
questões que envolvem os lucros, devem de forma orquestrada verificar os
riscos da operação normal presentes, a fim de geri-los de forma adequada e
evitar a efetivação deles, pois, quando alguns dos riscos da operação normal
ocorrem devido à falta de gerenciamento adequado, a empresa sofre
consequências muito graves, havendo a necessidade de fechar as suas portas.
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qualidade das informações que dão entrada durante a realização da análise, as
quais devem ser atualizadas e de fontes confiáveis, a fim de reduzir falhas do
processo de planejamento, desse modo, quanto maior o detalhamento das
informações utilizadas e o histórico delas, maior a possibilidade de verificação
de possíveis desvios que poderão comprometer o desenvolvimento do
processo.
Na análise HAZOP, todas as partes do projeto são analisadas de forma
criteriosa com a finalidade de observar a presença de possíveis desvios do
objetivo que se pretende alcançar; são listadas as causas potenciais e as
consequências de cada um dos possíveis desvios identificados, e cada parte
do sistema deve ser conhecida de forma satisfatória, para que possamos
identificar os desvios, portanto há a necessidade do envolvimento de toda a
equipe de forma efetiva. Esse processo de busca de possíveis desvios é
facilitado com a utilização de palavras guia que devem ser personalizadas para
cada tipo de projeto, processo ou procedimento que está em análise.
Uma análise no formato HAZOP é normalmente dividida nas seguintes
etapas: escolha de um coordenador da análise que tenha perfil de liderança e
que garanta a conclusão do processo de análise, definição clara dos objetivos
do projeto, processo ou procedimentos em questão, lista de um conjunto de
palavras-chave para a efetivação da análise e pôr fim a constituição de uma
equipe multidisciplinar que participará de forma ativa de todas as etapas da
análise. Também é importante a realização de reuniões sistemáticas com a
finalidade principal de avaliar de forma crítica os desvios encontrados. A
análise HAZOP tem diversos pontos positivos listados até o momento, mas
também apresenta algumas dificuldades, como a necessidade de despender
de mais recursos para a composição de uma equipe multidisciplinar com
competências técnicas adequadas para a função, maior exigência de análise
de documentos, os quais por algumas vezes não existem, colocando em risco
a qualidade da análise e, por fim, um maior dispêndio de tempo, que por
algumas vezes não existe naquele momento para determinado processo ao
qual a empresa está submetida. Mesmo diante das dificuldades citadas, a
análise HAZOP é muito utilizada e tem norteado os trabalhos de diversas
empresas nos mais variados ramos de atividade.
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TEMA 3 – RISCOS INDIVIDUAIS E SOCIAIS
Ao longo de nossas aulas, realizamos a definição do que é risco para os
projetos, processos e procedimentos que podem ser realizados nas mais
variadas áreas de atividades humanas. Chegou o momento de levar em
consideração o que são os riscos sociais e os riscos individuais. Quando
tratamos dos riscos denominados sociais, estamos tratando de riscos que,
caso se efetivem, atingirão um grupo de pessoas, portanto, quando
trabalhamos sob a ótica de riscos sociais, devemos pensar da seguinte forma:
para a atividade em questão, quantas pessoas estariam em risco? Quais
seriam os efeitos da efetivação desse risco para a comunidade em questão?
Como exemplo podemos citar novamente o caso do rompimento da barragem
de dejetos em Mariana (MG); quando essa barragem foi construída, deveriam
ter sido pensados de forma mais criteriosa os riscos sociais, caso o
rompimento da barragem ocorresse, fato que infelizmente se consumou e
verificaram-se as amplas consequências do risco social não somente para as
pessoas que moravam no entorno do empreendimento, portanto o risco social
do exemplo dado envolve milhares de pessoas, pois uma das consequências
que podemos citar foi a contaminação da água de consumo de diversas
cidades. Sendo assim, quanto maior a população exposta ao risco, maior o
risco social em questão.
Já os riscos individuais estão relacionados com os riscos que cada um
dos indivíduos da população exposta pode sofrer, e nele devemos pensar
sobre quais as chances de um indivíduo ser afetado.
Em alguns casos, temos riscos sociais que são muito baixos, pelo fato
de estarmos tratando de uma população reduzida, porém, quando observamos
os riscos individuais, eles podem ser altos, pois alguns indivíduos dessa
população, devido à posição que ocupam, estão mais expostos que outros. A
situação inversa também poderá ser observada individualmente, isto é, as
pessoas de uma população apresentam baixo risco de exposição, mas, quando
levamos em consideração a população devido ao grande número de pessoas
que a constituem, temos um risco social mais elevado quando comparado ao
social.
Portanto, quando formos realizar um levantamento de riscos em uma
comunidade, as duas variáveis (social e individual) são importantes para o
planejamento do processo de gerenciamento de riscos.
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Podemos lançar mão da utilização de indicadores quantitativos para os
riscos aos quais a população está exposta, e eles podem auxiliar para o
processo de avaliação de cenários em maior escala. São eles: Risco Social
Médio (trabalha com as médias de riscos), porém há necessidade de usar
fatores de correção para possíveis distorções da média, e Curva FN, com a
qual é confeccionado um gráfico com a curva da frequência de acidentes
ocorridos em determinada população.
Para o risco individual também temos variáveis quantitativas que podem
ser trabalhadas como: Risco Individual Médio (RIM) e o contorno de risco
individual.
O RIM pode ser calculado por meio da utilização da fórmula a seguir:
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Devemos lembrar que a mitigação de riscos ambientais envolve um processo
mais complexo, pois inclui diversos fatores e inclusive a capacidade de
regeneração da natureza. Podemos citar como exemplo o vazamento de óleo
combustível nos oceanos, processo catastrófico que pode se espalhar por uma
área imensa, levando anos para o processo de despoluição, com graves
consequências para a saúde humana e para os ecossistemas tanto aquáticos
quanto terrestres.
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TEMA 5 – SUSTENTABILIDADE E GESTÃO AMBIENTAL
Atualmente, o mundo passa por várias discussões tratando processos
relativos a sustentabilidade, principalmente no que se refere às questões que
envolvem o meio ambiente e a utilização dos recursos naturais. Temos hoje um
aumento significativo no número de consumidores conscientes que buscam
produtos com menor capacidade de agressão ao meio ambiente, e, diante
dessas novas premissas colocadas no mercado, há a premente necessidade
de que as empresas inovem as suas formas de produção e tenham produtos
que atendam prontamente a esse novo nicho de consumidores. Para tal as
empresas devem ter um programa de Gestão Ambiental coerente que se
preocupe com as questões de sustentabilidade, poluição, aquecimento global,
dentre muitas outras. Não se pode mais aceitar no mercado empresas que não
tenham, por exemplo, um programa efetivo de gerenciamento de resíduos. O
objetivo principal de um sistema de Gestão Ambiental é a redução máxima de
impactos negativos ao meio ambiente.
Relembrando alguns conceitos:
Impacto ambiental – quando falamos de impacto ambiental, grande
parte das pessoas tem a tendência de pensar em coisa negativas. É importante
salientar que um impacto ambiental trata de qualquer modificação que ocorra
no ecossistema em questão, portanto um impacto ambiental pode ser positivo
ou negativo, infelizmente na maioria das vezes os impactos ambientais são
causados pelos seres humanos e têm consequências negativas para o meio.
Recursos Naturais – Podem ser considerados benefícios presentes no
ambiente natural dos quais os seres humanos aprenderam a tirar proveito.
Existem recursos naturais que são chamados renováveis (água) e outros
considerados não renováveis (petróleo). Atualmente, grande parte das
atenções do nosso planeta estão voltadas para as questões que envolvem a
gestão desses recursos para a garantia de sobrevivência das gerações
vindouras.
Se uma empresa adotar um sistema de gestão ambiental eficiente, pode
fazer uso disso na venda de sua imagem, atingindo vários nichos do mercado
consumidor e ainda contribuindo para a longevidade de sua atividade por meio
da sustentabilidade na utilização dos recursos naturais que utiliza na confecção
de seu produto ou serviço.
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Deve-se salientar que atualmente os consumidores estão cada vez mais
exigentes e que há um novo nicho a ser explorado, aquele das pessoas
extremamente preocupadas com a questão do consumo consciente, esse
mercado de consumidores tem mudado o perfil de muitas empresas que vêm
adaptando seus modos de produção, como o tipo de produto para esse novo
público muito mais exigente.
Uma empresa que apresenta um efetivo sistema de gestão ambiental
pode pleitear uma certificação pela ISO 14000 que estabelece parâmetros e
diretrizes para a gestão ambiental de empresas dos setores privado e público.
É importante destacar que, mesmo não tendo a certificação da ISO
14000, as empresas devem se preocupar com o sistema de gestão ambiental
dentro de todos os circuitos que envolvem o produto que ela oferece para a
sociedade como bem de consumo. Há necessidade, dentro de um sistema de
gestão ambiental, de preocupar-se com a procedência da matéria-prima
utilizada, se vem de uma fonte limpa de resíduos, se não houve destruição de
florestas, perda de espécies, modificações de cursos de rios, dentre muitos
outros impactos que podem levar a sérias consequências para diversos
ecossistemas. Em seguida, a empresa necessita dispensar atenção para o seu
próprio modo de produção, tipos de resíduos produzidos, como são tratados e
se há formas alternativas para a redução deles, para o tratamento ou até uma
forma de eliminar com emissão zero de resíduos. Após a confecção do
produto, a empresa deve ter seus olhares voltados para o consumo do produto,
se ele pode ser reciclado na indústria quando da sua inutilização, se a
embalagem que o contém é a mais adequada em termos de gestão ambiental.
Enfim, em todos os momentos há necessidade de preocupar-se com os
impactos possíveis que o produto possa causar no meio ambiente e sempre
pensar medidas de mitigação deles, pois é sabido da necessidade de reduzir a
emissão de gases de efeito estufa, a fim de reduzirmos as mudanças climáticas
que hoje podem ser mensuradas de forma efetiva por todas as populações do
mundo.
FINALIZANDO
Nesta aula tratamos sobre os riscos que podem estar presentes dentro
de uma operação normal e de como evitá-los ou mitigá-los. Lembramos
também que o risco é iminente em qualquer tipo de atividade que se esteja
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realizando. Também destacamos a importância de um bom processo de
governança para o sucesso das gestões em todos os aspectos. Destacamos a
importância da análise HAZOP para as organizações, tratamos sobre as
questões que envolvem os riscos individuais, sociais e ambientais.
Comentamos sobre os acidentes de trabalho, sua gravidade e a necessidade
de mitigação destes. Por fim, comentamos sobre a necessidade de programas
efetivos de gestão ambiental em qualquer que seja a área de trabalho humano
envolvido, pois é sabido que a sociedade está mais consciente quando se trata
do consumo de produtos e da gestão de resíduos.
Voltando ao tema da contextualização, o que você faria diante da
observação de que o trabalho que você desenvolveu durante toda a sua vida
profissional, em uma empresa pública que respeitava as questões de gestão
ambiental, está sob risco? Você enquanto idealista e apaixonado pela atividade
que desenvolvia antes de se aposentar entraria em contato com a antiga chefia
e tentaria conversar e verificar a possibilidade de retomar a qualidade dos
trabalhos? Ou junto com as pessoas engajadas nas causas defendidas pelas
ONGs com as quais trabalha atualmente iria organizar protestos a fim de
chamar a atenção da mídia e dos governantes para as questões que
necessitam de melhorias e mais atenção? Ou ainda pensaria um pouco mais e
deixaria isso de lado, pois sabe das grandes dificuldades que terá para
enfrentar novamente, pois as questões de conservação da natureza sempre
estão em segundo plano! O que você faria diante dessa situação que lhe vem
trazendo grande desconforto?
REFERÊNCIAS
DIAS, R. Gestão ambiental: responsabilidade social e sustentabilidade. 2. ed.
São Paulo: Atlas, 2011.
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