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Grupo do Resumo: Luiz Guilherme, Diogo, Gabriel Reid e Gabriel Gregório.

Narrador:

 A obra é narrada em terceira pessoa e o tempo se passa linearmente, com narrador


onisciente como propunha o movimento naturalista.
 O narrador tem poder total na estrutura do romance: entra no pensamento dos
personagens, faz julgamentos e tenta comprovar, como se fosse um cientista, as
influências do meio, da raça e do momento histórico.
 O foco da narração, inicialmente, mantém uma aparência de imparcialidade, como se
o narrador se apartasse, à semelhança de um deus, do mundo por ele criado. No
entanto, isso é ilusório, porque o procedimento de representar a realidade de forma
objetiva já configura uma posição ideologicamente tendenciosa.

Personagens:

Os personagens da obra possuem características comportamentais marcadas pela


degradação moral, espiritual e física, pela ambição e pela animalização que revela seus
instintos sexuais.

João Romão: Um Personagem redondo porque influencia na vida de Bertoleza e porque é ele
o mentor e construtor do cortiço.

Características: Representa o português que veio para o Brasil e enriqueceu. É extremamente


trabalhador. É amigado com Bertoleza e junto com ela constroem a sua fortuna. É movido por
inveja e uma ambição sem limites que o torna capaz de trapaças, pequenos e médios furtos.
Seus princípios são baseados em valores materiais. É capaz de reconhecer que o refinamento é
algo importante e muitas vezes também parte do negócio para enriquecer mais

Bertoleza: Mulher negra, trabalhadeira, batalhadora, que representa os escravos. É uma


trabalhadora, companheira e totalmente submissa ao seu querido João Romão.

Apesar de nunca ter sido alforriada e acreditando que assim o era, viveu toda a sua
vida fielmente ao lado de João Romão e sempre se comportou como escrava na dedicação ao
trabalho.

Nunca se queixava, apesar de trabalhar incansavelmente, e nunca parava com os seus


afazeres. Confiou cegamente em João Romão e não podendo contar que a trairia, se mata na
cena final do livro. A importância da Bertoleza para a obra talvez esteja refletida na
importância da mulher ao lado de seu marido, pois ela é um exemplo de fidelidade e
companheirismo.

Miranda: Negociante português que mantinha título de burguês, mas era sustentado pela
esposa que o traia com seus clientes; é considerado um antagonista e provoca muita inveja em
João Romão, e essa inveja incentiva Joao a se tornar um nobre.

Estela: Mulher levada, casada com Miranda e que cometia adultério.

Jerônimo: Ele é um homem português, é trabalhador e honesto, com aparência maltratada,


representava a disciplina profissional e a transformação do homem devido ao desejo carnal
que ele apresentava.

Rita Baiana: É uma mulher mulata sedutora, festeira, farto cabelo crespo e reluzente,
respirava o asseio das mulheres brasileiras, irrequieta, quadril rígido, dentes claros e brilhante,
amada por todos, que vive no cortiço, é amante de Firmo e mais tarde, envolve-se com o
comprometido Jerônimo.

Lobório: Pessoa miserável e solitário

Pombinha: Pura, delicada, inteligente, íntegra, moça de família, bonita, nervosa, loura, muito
pálida, abusada sexualmente mudas suas condutas morais e acaba se tornando prostituta,
descrita como a flor do cortiço.

Arraia-muda: Trabalhadora e lavandeira

Piedade: Portuguesa dedicada ao marido, aproximadamente trinta anos, boa estatura, carne
ampla e rija, cabelos fortes de um castanho amarelado, dentes pouco alvos, cara cheia,
fisionomia aberta, um todo de simplicidade toleirona, olhos e pela boca transmitem uma
simpática expressão de honestidade simples e natural que se entrega a bebida após ser traída.

Firmo: Mulato festeiro delgado de corpo e ágil como um cabrito, burro de marca, pernóstico,
só de maçadas e todo ele se quebrando nos seus movimentos de capoeira. Teria seus trinta e
tantos anos, mas forte, não tinha músculos, tinha nervos, tinha um bigodinho crespo,
petulante, grande cabeleira encaracolada, negra, dividida ao meio da cabeça, escondendo
parte da testa e estufando em grande desalinho por debaixo da aba do chapéu de palha, que
se envolve com Rita Baiana e é assassinado por Jerônimo.

Cada personagem, por mais que fictício, apresenta emoções e ações verídicas com o
do cotidiano da época, e isso se dá pois no naturalismo os livros eram feitos com o mais alto
grau científico, por estar na época do iluminismo.

Principais temáticas:

Teoria de que o meio em que a pessoa está inserida molda seus comportamentos:

O autor do livro queria trazer essa ideia no livro. Isso contata-se em Jerônimo, que
trabalhava na pedreira para João Romão. Ao chegar ao cortiço, é uma pessoa honesta,
trabalhadora, disciplinada e moralmente admirável, mas o se expor ao ambiente de
degradação do cortiço ele se transforma, se apaixona por Rita Baiana e com ela tem um caso,
traindo sua esposa Piedade, e por Rita, Jerônimo chegou a largar sua família e assassinar o
caso anterior de Rita.

Traição: Na obra é possível enxergar dois casos de traição. O primeiro se trata do burguês
Miranda, que mora ao lado do cortiço, ele é casado com Estela, porém ambos são infelizes, o
que faz Estela o trair sempre. O próximo fala de João Jerônimo, que trabalha para João Romão,
casado com a portuguesa Piedade e tem uma filha junto com ela, mas depois de se envolver
com Rita Baiana, traiu a família e chegou a as abandonar.

Alcoolismo: Piedade, a esposa de Jerônimo, após descobrir a relação entre o marido e outra
mulher, começa a beber.

Homossexualidade: O Cortiço foi um dos primeiros romances a falar sobre homossexualidade,


já que era um tema muito polêmico na época. O personagem que traz esse assunto é Albino,
que é descrito como afeminado, com trajes femininos, maquiagens e muito amigo das
mulheres.

Contraste cultural: É nítido o contraste entre a cultura portuguesa e a brasileira. É mostrado


que os portugueses são como uma raça ambiciosa, superior que quer acumular dinheiro e os
brasileiros como uma raça inferior, preguiçosos, cheios de vícios e não gostam de trabalhar.
Escravidão: A escravidão no livro é mostrada pela Bertoleza, que foi enganada por João
Romão. Achando que estava trabalhando para seu homem, se submeteu a trabalhos pesados e
ganhando migalhas, mesmo sendo “alforriada”. Além disso, a história de Bertoleza chega ao
fim de uma forma muito triste. Ao ter a mão Zulmira, João denuncia Bertoleza como escrava
fugida e seu verdadeiro dono aparece para colocá-la novamente no cativeiro. Para não ir para
o cativeiro, Bertoleza se mata.

Assassinato: Jerônimo que apresenta este tópico. Rita Baiana, com quem se envolveu, esteve
antes com Firmo. Rita baiana é uma mulata de grande carisma e que conhece todos os
moradores da habitação coletiva. De natureza sedutora, teve um envolvimento com Firmo e
mais tarde, com o português Jerônimo. Esse envolvimento, levou ao assassinato de Firmo.

Naturalismo na Obra

O Cortiço é considerado o melhor representante do movimento naturalista brasileiro.


As principais características do Naturalismo seriam a animalização das personagens e,
consequentemente, a ação baseada em instintos naturais, tais como os instintos sexuais e os
de sobrevivência.

Naturalismo:

 Abordagem: O naturalismo retratou como o ambiente, a hereditariedade e as


condições sociais controlam o ser humano.
 Definição: O naturalismo é a consequência do realismo literário, influenciado por
teorias científicas.
 Tema: Romances naturalistas usam temas como violência, pobreza, corrupção,
prostituição.
 Características: *Verdadeiro, objetivo e científico;
*Linguagem simples;
*Impessoalidade;
*Uso de regionalismos.

Realismo:

 Definição: O realismo é um movimento literário caracterizado pela representação da


vida real.
 Tema: Romances realistas usam temas como sociedade, classe social etc.
 Características: *Representação verdadeira e objetiva;

*Narrativa lenta;

*Linguagem direta;
*Crítica às instituições sociais.

Contexto Histórico

Lançado no ano de 1890, O cortiço- é uma narrativa sobre a vida do personagem


principal, João Romão, e sua trajetória rumo ao enriquecimento, destacando meios e parcerias
que tornaram isso possível.

Por apresentar uma riqueza ao retratar a sociedade e seus valores, a leitura traz para
as pessoas uma consciência maior a respeito das relações sociais. A narrativa traz o amor como
um disfarce à necessidade de preservação da espécie, condenando que não estiver
formalmente ligado pelo casamento.

A Influência desta Obra

Esta obra de Aluísio Azevedo é influenciada pelo romance "L'Assommoir" do escritor


francês Émile Zola, que estipula o rigor científico da realidade. A intenção da abordagem
naturalista é fazer uma crítica direta e coerente da realidade da corrupção. Zola e Aluísio nesse
caso, como princípio teórico, lutam contra a degradação provocada pela miscigenação étnica.
Por isso, os romances naturalistas são compostos de espaços onde coexistem grupos
desfavorecidos de diferentes raças. Esses espaços se tornam os personagens do romance.

Ao mesmo tempo, há também alguns residentes ambiciosos economicamente no


apartamento. Rita Baiana e Capoeira Firmo, Jerônimo e Piedade se destacaram. Um exemplo
de como o romance tenta comprovar os efeitos adversos do ambiente no homem é o caso do
português Jeronimo, que levou uma vida de modelo até se apaixonar pela mestiça Rita Baiana.
O português de trabalho mudou, o que mudou todos os seus hábitos.

É o caso do apartamento, que se projeta na obra mais do que o personagem que ali
mora. Nos trechos do romance, o narrador compara a casa a uma estrutura biológica
(floresta), organismo em crescimento e desenvolvimento que aumenta as forças nocivas e
determina a qualidade moral dos ocupantes.

Autor

O autor, Aluísio Azevedo, e não somente autor, mas também caricaturista, jornalista,
romancista, diplomata e maranhense nascido em 14 de abril. Ele era filho do vice-cônsul
português, após sua mãe sair de um outro casamento onde o seu ex-marido tinha um
temperamento conturbado, o que causou o divórcio. Desde cedo trabalhando e vivendo na
capital maranhense já despertava interesse pelas pintura e pelos desenhos.

Em 1876, se matriculou na academia de belas artes e trabalhava para jornais vendendo


suas caricaturas, em 1878 seu pai morre obrigando a sua volta para São Luís para tomar contar
da família, e começou sua carreira como escritor com o romance Uma lágrima de mulher, um
dramalhão romântico. Em 1881, Aluísio lança O mulato, romance que causou escândalo entre
a sociedade maranhense pela crua linguagem naturalista e pelo assunto tratado: o preconceito
racial. O romance teve grande sucesso, foi bem recebido na Corte como exemplo de
Naturalismo, e Aluísio pôde retornar ao Rio de Janeiro.

Muitos jornais na época, tinham folhetins, e em uma deles que ele começou a publicar
suas obras, para ‘mantê-las vivas’. Depois, surgiram novas preocupações no universo de
Aluísio: a observação e análise dos agrupamentos humanos, a degradação das casas de pensão
e sua exploração pelo imigrante, principalmente o português.

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