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UNIVERSIDADE FEDERAL DE

GOIÁS
ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

RELATÓRIO 2 – ANÁLISE GRANULOMÉTRICA

Turma: C
Disciplina: Laboratório de Mecânica dos Solos
Maryllia Karolyne de Sousa Fernandes Matricula: 201802584
Westerlom de Jesus Lima Matricula: 201710911
Prof. Dr. Renato Resende Angelim

GOIÂNIA
09/12/2020
RELATÓRIO 2 – ANÁLISE GRANULOMÉTRICA

O relatório de Análise Granulométrica, apresentado ao curso de Laboratório de


Mecânica dos Solos da Universidade Federal de Goiás, foi realizado como parte
dos requisitos necessários para aprovação na disciplina cursada.

Prof. Dr. Renato Resende Angelim

GOIÂNIA
09/12/2020
1. INTRODUÇÃO

O ensaio de granulometria, é um processo que visa a determinação da porcentagem de


cada faixa especifica de diâmetro de partículas, presente em um total de massa
analisada no ensaio. Com os resultados obtidos, é feita uma curva de distribuição
granulométrica, que posteriormente é utilizada para a classificação do solo. O processo
de determinação granulométrica é feito utilizando técnicas de peneiramento e processo
de sedimentação, que são padronizados pela norma técnica NBR 7181, que prescreve
o método para análise granulométrica de solos.

2. EQUIPAMENTOS

Os equipamentos e utensílios utilizados no ensaio, são: Balança; Almofariz; Cápsulas


para determinação de umidade; Estufa; Jogos de peneiras; Dispersor elétrico; Proveta
graduada de 1000ml; Funil; Densímetro graduado; Pisseta; Termômetro; Cronômetro.

3. PROCEDIMENTO

Seleciona-se uma quantidade de material seco ao ar ou úmido, determina-se sua


umidade e peso específico real das partículas.
Com duas amostras de solo uma com defloculante uma com água (para comparação),
retira a amostra com defloculante (A norma que só considera o material com o
defloculante para realização do ensaio), e transfere a amostra para o copo do
misturador, o copo é preenchido com água até uma quantidade de aproximadamente 5
cm abaixo do bordo do copo, coloca se os defletometro no copo, leva-se o copo com o
material para o misturador elétrico, que mistura o material durante 15 minutos, retira-se
o copo do misturador (Todo material sempre que transferido de um recipiente para o
outro, sempre e lavado com uma pisseta, de forma que não se perca nenhuma partícula
do solo analisado), em seguida é transferido todo o material para a proveta, utilizando
um funil, e preenche a proveta com água até a marca de aproximadamente 950 ml, após
isso, é feito a homogeneização do material dentro da proveta movimentando a durante
1 minuto, em seguida durante 30 segundos, é lavada todo material aderido a superfícies
que não seja o interior da proveta, complementa o liquido com a pisseta até a altura de
1000ml, pega se a outra proveta com densímetro, retira se o densímetro e coloca dentro
da proveta com o material contendo o solo analisado e anota se o valor obtido no
densímetro (tudo deve ser feito no intervalo de 30 segundos), após isso é dobrado o
tempo e feita a leitura após 1 minutos e em seguida de 2 minutos retirando a temperatura
com um termometro, sendo que o densímetro deve estar dentro da proveta com o solo
(logo em seguida retira se o densímetro para lavalo na água da segunda proveta e
sempre que for coletada novas medidas), e é feita novamente a medida após 4, 8, 15,
30 minutos, em seguida 1, 2, 4 e 8 hora, sempre medindo a temperatura, da proveta
com o material. Com a finalização do ensaio de sedimentação, é transferido todo
material da proveta para peneira de numero 200 (0,075mm), e lavado todo o material
até que seja removido os grãos menores que 0,075 mm, em seguida coloca o material
restante em um almofariz e leva-o para a estufa, para que, posteriormente seja feito o
ensaio de peneiramento. Com o material seco é feito o peneiramento do material nas
peneiras de 3, 1, 1 ½, 1, ¾ e 3/8 em polegadas, em seguida peneira o restante nas
peneiras nº 4, nº 10, nº 40, nº 100 e nº 200, e posteriormente pesa os solos retidos
em cada peneira e anota o resultado.

4. EQUAÇÕES PARA CÁLCULOS

- Massa seca (g):


𝑚 ú𝑚𝑖𝑑𝑎
𝑚 𝑠𝑒𝑐𝑎 = 1+𝑤
(Equação 1)

- Quantidade de sólidos suspenso (%):

𝜌𝑠 𝑉.𝜌𝑤.(𝐿−𝐿𝑑𝑖)
𝑄𝑠 = 𝜂 [(𝜌𝑠−𝜌𝑑𝑖 ) 𝑚 𝑠𝑒𝑐𝑎
] (Equação 2)

- Curvas de variação da altura de queda das partículas em função da leitura do


densímetro:
𝑎 = −193,5𝐿 + 211,99 (Equação 3)
𝑎′ = −193,5𝐿 + 210,46 (Equação 4)

- Viscosidade do meio dispersor (água):

𝜇 = −5. 10−7 𝑇 4 − 1. 10−5 𝑇 3 + 0,0066𝑇 2 − 0,4905𝑇 + 17,603 (Equação 5)


- Dimensão das partículas esféricas:

1800.𝜇 𝑎
𝐷 = √(𝜌𝑠−𝜌𝑑𝑖 ) . ( 𝑡 ) (Equação 6)

- Variável de conversão usada para encontrar peso retido referente a amostra:

𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑛𝑎 𝑝𝑒𝑛𝑒𝑖𝑟𝑎 𝑑𝑒 2,0 𝑚𝑚


𝐹= (Equação 7)
𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑟𝑒𝑡𝑖𝑑𝑜 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑒𝑛𝑠𝑎𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑠𝑒𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎çã𝑜

- Coeficiente de não uniformidade:


𝐷60
𝐶𝑈 = (Equação 8)
𝐷10

- Coeficiente de Curvatura:
𝐷30 2
𝐶𝐶 = 𝐷 (Equação 9)
10 .𝐷60

- Índice de Plasticidade:
𝐼𝑃 = 𝑤𝐿 − 𝑤𝑃 (Equação 10)
Onde:

𝜂 = porcentagem de material que passa na peneira de 2 mm;


𝜌𝑠 = massa específica dos sólidos (g/cm³);
𝜌𝑤 = massa específica da água (g/cm³);
𝜌𝑑𝑖 = massa específica da água na temperatura que se encontra o ensaio (g/cm³);
𝐿 = leitura do densímetro na suspensão (solo + meio dispersor em g/cm³);
𝐿𝑑𝑖 = leitura do densímetro no meio dispersor (g/cm³);
𝑇 = temperatura (°C);
𝑉 = volume (cm³);
𝑚 𝑠𝑒𝑐𝑎 = massa seca (g);
𝑡 = tempo (s);
𝑤 = umidade da amostra (%);
𝑚 ú𝑚𝑖𝑑𝑎 = massa úmida (g/cm³);

5. INFORMAÇÕES PARA REALIZAÇÃO DO ENSAIO:

Os Resultados das tabelas, foram obtidos utilizando os dados de laboratório e alguns


com o auxílio das equações 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10.
As três primeiras leituras do densímetro, do ensaio de sedimentação, foram obtidas
utilizando a “equação 3”, para as demais leituras, utilizou-se a “equação 4’”.
A massa específica da água na calibração do densímetro foi de 1 g/cm³, foi utilizado um
1000 gramas de amostra úmida, com umidade de 7,9%, para a realização dos ensaios,
sendo que no peneiramento fino foi utilizado 70g. Foi utilizado um volume de 1000 cm³
no ensaio de sedimentação.
Na obtenção dos valores da viscosidade da água para obtenção dos valores utilizados
na tabela 2, foi utilizada a equação 5, pois ela era a que mais se aproximava do valor
da viscosidade real da água, como pode ser verificado na tabela 2.

Tabela 1 Valores utilizados para obtenção dos dados

m. úmida (g) 70
umidade (%) 7,9
Volume (cm³) 1000
Massa total de solo (g) 1000
massa específica da água (g/cm³) 1
massa específica dos sólidos (g/cm³) 2,612
Qs (%) 98

6. RESULTADOS

Tabela 2 Sedimentação

Tempo
Tempo L T Lid a ρdi Qs μ D
Decorrido
(s) (g/cm³) (°C ) (g/cm³) (cm) (g/cm³) (%) (10−6 g.s/cm²) (mm)
(h)
00:00:30 30 1,0240 29,8 1,0026 13,8 0,9957 52,2 8,19 0,065
00:01:00 60 1,0200 29,8 1,0026 14,6 0,9957 42,5 8,19 0,047
00:02:00 120 1,0195 29,8 1,0026 14,7 0,9957 41,3 8,19 0,033
00:04:00 240 1,0195 29,7 1,0026 13,2 0,9958 41,3 8,21 0,022
00:08:00 480 1,0185 29,6 1,0027 13,4 0,9958 38,6 8,22 0,016
00:15:00 900 1,0180 29,4 1,0027 13,5 0,9959 37,4 8,26 0,012
00:30:00 1800 1,0175 28,9 1,0028 13,6 0,996 35,9 8,35 0,008
01:00:00 3600 1,0175 28,1 1,003 13,6 0,9962 35,4 8,50 0,006
02:00:00 7200 1,0170 27,2 1,0032 13,7 0,9965 33,7 8,67 0,004
04:00:00 14400 1,0170 25,5 1,0037 13,7 0,9969 32,5 9,01 0,003
08:00:00 28800 1,0165 24,7 1,0039 13,8 0,9972 30,8 9,18 0,002
Viscosidade

14,00

13,00

12,00

11,00
μ (10^(-6 g.s/cm²)

10,00

9,00

8,00

7,00

6,00

5,00
5 10 15 20 25 30 35 40 45

Temperatura ( °C )

y = 0,004x2 - 0,4175x + 17,063


R² = 0,9997

y = -6E-05x3 + 0,0082x2 - 0,5131x + 17,717 y = -5E-07x4 - 1E-05x3 + 0,0066x2 - 0,4905x + 17,603


R² = 0,9999 R² = 0,9999

Figura 1 Gráfico da Viscosidade


Tabela 3 Viscosidade da água com aproximação por linha de tendência polinomial

Equação polinomial Equação Polinomial Equação polinomial


μ de grau 2 de grau 3 de grau 4
°C
(10−6 g.s/cm²)
μ1 μ2 μ3
−6 −6 −6
(10 g.s/cm²) (10 g.s/cm²) (10 g.s/cm²)
10 13,36 13,29 13,35 13,34
11 12,99 12,95 12,99 12,99
12 12,63 12,63 12,64 12,64
13 12,30 12,31 12,30 12,31
14 11,98 12,00 11,98 11,98
15 11,68 11,70 11,66 11,67
16 11,38 11,41 11,36 11,37
17 11,09 11,12 11,07 11,08
18 10,81 10,84 10,79 10,80
19 10,54 10,57 10,52 10,53
20 10,29 10,31 10,26 10,27
21 10,03 10,06 10,00 10,02
22 9,80 9,81 9,76 9,78
23 9,56 9,58 9,52 9,55
24 9,34 9,35 9,30 9,33
25 9,13 9,13 9,08 9,11
26 8,92 8,91 8,87 8,91
27 8,72 8,71 8,66 8,71
28 8,52 8,51 8,46 8,52
29 8,34 8,32 8,27 8,33
30 8,16 8,14 8,08 8,15
31 7,98 7,96 7,90 7,98
32 7,82 7,80 7,73 7,81
33 7,66 7,64 7,56 7,65
34 7,50 7,49 7,39 7,49
35 7,45 7,35 7,23 7,34
36 7,20 7,22 7,07 7,19
37 7,06 7,09 6,92 7,05
38 6,92 6,97 6,77 6,90
39 6,79 6,86 6,62 6,76
Tabela 4 Peneiramento grosso

Peso
Diâmetro Peso Passando Retida Retida
Peneiras U.S.B.S. Retido
(mm) Passando (g) (%) (%) Acumulada (%)
(g)
3 76,20 0 928,14 100,0 0,0 0,0
2 50,80 0 928,14 100,0 0,0 0,0
1½ 38,10 0 928,14 100,0 0,0 0,0
Polegadas
1 25,40 0 928,14 100,0 0,0 0,0
¾ 19,05 0 928,14 100,0 0,0 0,0
3/8 9,53 4,72 923,42 99,5 0,5 0,5
nº 4 4,76 6,38 917,04 98,8 0,7 1,2
nº 10 2,00 7,38 909,66 98,0 0,8 2,0
Passando 909,66
Total 928,14

Tabela 5 Dados para cálculo da massa seca

M total (g) 1000


Umidade (%) 7,9
M seca (g) 909,66

Tabela 6 Peneiramento fino

Peso Retido Peso Peso Retida


Peneiras Dimensões Passando Retida
R. A. Menor Retido R. A. Passando R. Acumulada
U.S.B.S. (mm) (%) (%)
(g) (g) A. total (g) (%)
Nº 40 0,420 3,10 43,47 866,19 93,3 4,7 6,7
Nº 100 0,149 11,57 162,23 703,96 75,8 17,5 24,2
Nº 200 0,074 15,20 213,13 490,83 52,9 23,0 47,1
Passando 35,00 490,83
Total 64,87

Tabela 7 Dados para cálculo da massa fina seca

Mf. total (g) 70


Umidade (%) 7,9
Mf. seca (g) 64,87
Tabela 8 Variável de conversão do peso retido

Peso Total Passando Peneira 2mm (g) 909,66


Peso Retido p/ ensaio de sedimentação (g) 64,87
Variável F 14,02

Tabela 9 Dimensões das partículas por porcentagem passante

Ensaio Passando (%) Diâmetro (mm)

100,0 76,200
100,0 50,800
100,0 38,100
100,0 25,400
Peneiramento Grosso
100,0 19,050
99,5 9,525
98,8 4,760
98,0 2,000
93,3 0,420
Peneiramento Fino 75,8 0,149
52,9 0,074
52,2 0,065
42,5 0,047
41,3 0,033
41,3 0,022
38,6 0,016
Sedimentação 37,4 0,012
35,9 0,008
35,4 0,006
33,7 0,004
32,5 0,003
30,8 0,002
Curva Granulométrica
Argila Silte Areia Pedregulho
100

90

80
Porcentagem Passante (%)

70

60

50

40

30

20

10

0 0,002 0,060 2,000


0,0001 0,0005 0,0025 0,0125 0,0625 0,3125 1,5625 7,8125 39,0625
Diâmetro (mm)

Figura 2 Gráfico com as curvas da análise granulométrica


7. Tabela auxiliares

Figura 3 Classificação SUCS

(SOUSA PINTO, 2006)

Figura 4 Terminologia SUCS

(SOUSA PINTO, 2006)


Figura 5 Classificação TRB

(Das, 2007)
Figura 6 Classificação HRB

(SOUSA PINTO, 2006)


Figura 7 Índices de atterberg, de alguns solos Brasileiros

(SOUSA PINTO, 2006)

8. Análise

- Classificação granulométrica:

Tabela 10 Índices físicos

Limite de liquides (%) 47


Limite de plasticidade (%) 29
Índice de Plasticidade 18
D10 0
D30 0
D60 0,1
CU Não se aplica
CC Não se aplica

Tabela 11 Porcentagem de Solo Retido (%)

Pedregulho ≥ 2,0 mm 2,0


0,06 mm < Areia < 2,0 mm 48,3
0,002 mm < Silte < 0,06 mm 18,9
Argila < 0,002 mm 30,8
- Solo:
De acordo com a classificação de partículas da norma NBR 6502, e os resultados
obtidos do ensaio (Tabela 11), o solo analisado é um solo “Areia Argilosa”, considerando
os seus índices físicos, essa classificação é dada com as duas maiores porcentagens
passantes. Pela tabela índices de atterberg (Figura 5), de alguns solos brasileiros, o
solo é considerado como um solo residual de granito.

- HRB:
De acordo com a classificação pelo sistema rodoviário (Figura 5 e 6), o solo é um solo
argiloso e possui classificação entre “A 7-5 e A 7-6.

- SUCS:
De acordo com classificação pelo sistema unificado (Figura 3 e 4), o solo é uma “argila
de baixa compressibilidade” é possui classificação CL.

- Conclusão:

Com os resultados do solo analisado, considerando o diâmetro das partículas, o solo é


classificado como um solo areno argilo siltoso, que difere da classificação HRB e SUCS,
que classifica o solo como argila e de baixa compressibilidade na classificação SUCS,
nas duas últimas classificações, essa diferença observada, é resultado da análise das
características físicas do solo, que relaciona limite de liquidez e plasticidade, com o
índice de plasticidade. Com isso os resultados observados, auxiliam na compreensão
das características do solo, que influencia na toma de uma possível decisão quanto a
utilização do solo em uma determinada obra geotécnica, sendo que o solo pode ser ou
não usado, dependendo dos objetivos desejados no projeto, que buscam aplicar uma
melhor técnica de engenharia para melhorar as características necessárias do solo, para
a construção de uma obra econômica, segura e eficiente.

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