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Setembro de 2012
Joseph e Annie Merrill com os filhos, por volta de 1912.
Há 100 anos, o primeiro programa do Seminário em horário escolar foi lançado na Granite High
School, em Salt Lake City, Utah.1 Começou como uma experiência de uma única estaca e
desde essa época o programa se expandiu para um sistema de educação religiosa mundial,
levando instrução do evangelho para jovens da Igreja no mundo inteiro. De um início singelo, o
programa do Seminário e seu equivalente em nível universitário — o Instituto de Religião —
cresceram e tornaram-se as principais entidades educacionais da Igreja, com maior
participação de alunos do que qualquer outro empreendimento educacional SUD e alcance
maior do que qualquer organização educacional mundial. Hoje, os programas do Seminário e
Instituto ensinam a mais de 700.000 alunos em 143 países por meio do trabalho de quase
50.000 professores e administradores voluntários, em tempo integral ou parcial.2

Como em qualquer organização, estudar a origem dos programas do Seminário e Instituto


amplia grandemente a visão de como a organização se desenvolveu, e também de seus
objetivos e ideais. Em 1977, o Élder Boyd K. Packer comentou: “Na história da Igreja não há
melhor exemplo de preparação profética deste povo do que o início dos programas do
Seminário e Instituto. Esses programas foram iniciados quando eram bons, mas não
extremamente necessários. Foi-lhes dado um tempo para que florescessem e se tornassem um
baluarte da Igreja. Eles agora são uma dádiva enviada por Deus para a salvação da Israel
moderna em uma época extremamente desafiadora”.3

A tentativa de cobrir o primeiro século completo do Seminário obriga-nos, por necessidade, a


dar somente pinceladas no retrato, mas mesmo um esboço simples faz surgir uma história
comovente de adaptação, inovação e revelação.

A Década de 1910
Um Início Singelo

Joseph e Annie Merrill com os filhos, por volta de 1912. Cortesia de Annie Whitton

Muitos motivos históricos complexos levaram à criação do programa do Seminário. Mas, para
simplificar, o programa começou no ambiente pouco provável de uma noite familiar. Joseph F.
Merrill, chamado recentemente para presidência da Estaca Granite Utah, sentou-se para ouvir
sua esposa, Annie, contar histórias da Bíblia e do Livro de Mórmon para seus filhos antes de
irem dormir. “A lista das histórias era tão grande que seu marido maravilhava-se com seu
número, e muitas vezes, sentava-se fascinado, assim como as crianças, enquanto ela as
contava com maestria.”4 Quando o irmão Merrill mais tarde perguntou-lhe onde aprendera
todas aquelas histórias, ela respondeu que aprendera a maioria delas nas aulas de teologia
dada pelo irmão James E. Talmage na Academia de Salt Lake, uma escola da Igreja que ela
frequentara quando jovem. Profundamente comovido pela eficiência da esposa como
professora, o irmão Merrill imediatamente pôs-se a imaginar como outras crianças nas escolas
públicas poderiam receber o mesmo tipo de treinamento espiritual que ela. Ficou obcecado
com a ideia de oferecer aos estudantes educação religiosa como parte da rotina escolar, sem
importar o tipo de escola que frequentavam. Algumas semanas mais tarde, ele apresentou o
esboço de um novo programa educacional religioso para a presidência da estaca.5

É claro que, ainda que essa experiência simples demonstre algumas forças reveladoras que
levaram à criação do Seminário, deve ficar bem claro que o programa do Seminário não foi
criado do nada. O desejo de obter educação, especialmente educação religiosa, fazia parte da
ideia principal dos santos dos últimos dias desde o início. As revelações ao Profeta Joseph
Smith admoestavam os santos a buscar conhecimento (ver D&C 88:117–26) e proclamavam
que “a glória de Deus é inteligência” (D&C 93:36). Desde o começo, os assuntos espirituais e
seculares foram ensinados concomitantemente entre os santos, como podemos ver pela vasta
gama de assuntos seculares ensinados nos trabalhos iniciais de sua primeira estrutura
religiosa, o Templo de Kirtland.6 Com o crescimento da Igreja e a mudança para o oeste dos
Estados Unidos, a educação continuou a crescer com a religião.

No decorrer do século XIX, a Igreja empreendeu ações para organizar seus esforços
educacionais. Em 1888, a Igreja organizou a Junta Geral de Educação para supervisionar o
sistema em suas escolas. Uma carta da Primeira Presidência explicava a necessidade desse
trabalho: “Sentimos que é chegada a hora de a educação adequada de nossas crianças ser
ministrada por nossas mãos como povo”.7 Os líderes da Igreja preocupavam-se com as
crianças que iam a escolas públicas sem receber instrução de princípios religiosos. Os esforços
educacionais deram origem ao sistema de academias da Igreja que se espalhou por toda a
região oeste das Montanhas Rochosas.8 Foi em uma dessas escolas que Annie Merrill recebeu
treinamento religioso do irmão James E. Talmage e de outros professores talentosos. Para
atender às necessidades dos alunos que não podiam frequentar as academias da Igreja, os
líderes da Igreja tomaram a iniciativa de implantar classes de religião para complementar a
educação pública com aulas fora do horário escolar.9 Os dois sistemas foram um sucesso, mas
com o crescente número de escolas públicas, ficou cada vez mais difícil para as famílias SUD
apoiar dois sistemas diferentes. Por fim, o número de alunos matriculados nas academias
começou a baixar devido aos fundos limitados. Em 1911, ao mesmo tempo em que Joseph
Merrill começava a pensar em um novo sistema, o número de alunos das escolas públicas de
Utah superava, pela primeira vez, as inscrições nas academias da Igreja.10

Joseph F. Merrill, um jovem professor da Universidade de Utah, desejava encontrar uma


maneira de fazer a educação da Igreja funcionar em harmonia com a educação pública, em vez
de competir com ela. Possivelmente inspirado por um seminário religioso que viu em Chicago
durante seu curso de graduação, o irmão Merril teve a ideia de construir uma estrutura
separada próxima à escola pública, onde os estudantes poderiam frequentar as aulas de
religião durante os dias letivos. O plano recebeu a aprovação da junta de educação da Estaca
Granite Utah e da Junta de Educação da Igreja. Em uma reunião posterior com a junta das
escolas públicas locais, Joseph Merrill fez um acordo para que os alunos fossem liberados
durante o período de aulas e até recebessem crédito escolar por seu estudo de assuntos
bíblicos.11

A próxima tarefa para o irmão Merrill era a seleção do professor certo para o empreendimento.
Na carta que delineava as qualidades desejadas para o cargo, ele escreveu:

É o desejo da presidência da estaca ter um jovem e vigoroso professor que esteja


adequadamente qualificado a fazer o trabalho da forma mais satisfatória possível. Ao dizer
jovem, não queremos dizer necessariamente um professor jovem na idade, mas um homem
que seja jovem em seu âmago, que ame os jovens, que goste da companhia deles, que inspire
o respeito e a admiração dos jovens e que exerça bem a grande influência que terá sobre eles.
(…) Queremos um homem que seja um estudioso, que não ensine de forma mecânica, mas
que dê vida a seus ensinamentos por meio de uma personalidade forte e vencedora e que
demonstre total entendimento e conhecimento das coisas que ensina. (…) Um professor que
seja líder e que jamais será visto como inferior aos professores do ensino regular.12

Thomas J. Yates, o primeiro professor do Seminário, aproximadamente em 1901. Cortesia da


Biblioteca de História da Igreja

Por fim, o homem selecionado para a tarefa foi Thomas J. Yates, membro do sumo conselho da
Estaca Granite Utah.13 Ele não possuía qualquer especialização em religião, nem tinha feito
carreira como educador. Sua única experiência em ensino ocorrera vinte anos antes quando
trabalhou por um ano nas academias da Igreja no Condado de Millard, Utah. Formado na
Universidade de Cornell, o irmão Yates, na época do chamado, trabalhava como engenheiro na
construção da usina Murray, nas proximidades. Mas Thomas Yates foi um excelente discípulo.
Serviu fielmente no sumo conselho da estaca e em muitas importantes designações
missionárias. Frank Taylor, o presidente da estaca, comentou uma vez: “O irmão Yates sempre
me faz lembrar José que foi vendido para o Egito; ele é um grande exemplo de pureza e
força”.14

Com o professor adequado selecionado, o irmão Merrill e o irmão Yates começaram a trabalhar
nos detalhes do novo empreendimento. Eles tomaram a decisão vital de concentrar as aulas
nas escrituras, com dois cursos por crédito — o curso do Velho Testamento e o do Novo
Testamento — e um terceiro curso, oferecido sem crédito, que combinava o estudo do Livro de
Mórmon e da história da Igreja.15 O irmão Yates encontrou-se com o grupo docente da Granite
High School várias vezes para assegurar total cooperação. No mesmo período, o Presidente
John Taylor obteve um empréstimo de 2.500 dólares do Banco Zion’s Savings para a
construção de um edifício próximo à escola. A construção do primeiro edifício do Seminário
começou poucas semanas antes do início do ano letivo. A estrutura final consistia de três salas:
o escritório, a sala de espera e a sala de aula. Na sala de aula havia um quadro-negro,
cadeiras escolares e um aquecedor. Não havia luz. Os únicos manuais eram a Bíblia e o Livro
de Mórmon. A biblioteca completa do Seminário consistia de um dicionário Bíblico pertencente
ao irmão Yates. Os alunos faziam seus próprios mapas da Terra Santa, da América do Norte,
da Mesopotâmia e da Arábia.16

O edifício original do Seminário Granite. No alto do edifício está Paul Reiman, um dos primeiros
formandos, reencenando Paulo a pregar no alto das casas. Cortesia da Biblioteca de História
da Igreja

A primeira turma do outono de 1912 contava com aproximadamente 70 alunos.17 Muitos


alunos não puderam matricular-se no Seminário no primeiro ano porque o edifício só foi
terminado três semanas depois do início do ano letivo.18 No primeiro ano, Thomas Yates
passava as manhãs trabalhando na usina Murray, depois ia a cavalo para o prédio do
Seminário onde lecionava durante os dois últimos períodos do dia.19 Em uma entrevista, em
1950, ele descreveu como a turma funcionou no primeiro ano:

Foi pedido aos alunos que preparassem um capítulo da Bíblia e fizessem um relatório à classe.
Depois a classe conversaria sobre ele.

Não foram usados livros.

Os alunos não tinham nenhum tipo de recreação, não havia festas, bailes, interação com a
turma ou qualquer tipo de recreação para desviar a atenção do padrão regular de ensino.20

Thomas Yates lecionou por apenas um ano. O Presidente Taylor pediu que ele retornasse no
ano seguinte, mas o esforço de ir e voltar da usina de Murray foi muito grande e ele recusou. O
irmão Yates recomendou Guy C. Wilson para ficar em seu lugar, educador por profissão, que se
havia mudado para Salt Lake City vindo da Colônia Juarez.21

O irmão Wilson mais tarde comentou que as pessoas sentiram que a falta de fundos e
instalações impediram o irmão Yates de continuar o trabalho. Apesar das dificuldades, o novo
empreendimento já começava a causar impacto. Cerca de um século mais tarde, o Presidente
Henry B. Eyring, da Primeira Presidência, comentou sobre o impacto da primeira turma do
Seminário Granite. Sentindo-se sobrecarregado após ser chamado como Comissário Adjunto
de Educação da Igreja, o irmão Eyring relembrou:

A designação para ajudar um número tão grande de professores parecia sufocante até que
alguém pôs em minhas mãos um pequeno livro de chamada. Era da primeira turma do
Seminário da Igreja. Era do ano letivo 1912–1913. (…)
Naquele livro de chamada estava o nome de Mildred Bennion. Ela estava com 16 anos naquele
ano. Trinta e um anos mais tarde ela se tornaria minha mãe. Ela era filha de um homem que
hoje chamaríamos de “menos ativo”. A mãe dela ficou viúva no outono do ano seguinte àquele
da primeira classe do Seminário. Ela criou e sustentou minha mãe e outros cinco filhos sozinha
em uma pequena fazenda. E aquele professor do Seminário se preocupou o bastante com ela
e orou com fervor suficiente para que o Espírito levasse o evangelho até o coração dela.

Aquele único professor abençoou dezenas de milhares ao ensinar apenas uma garota numa
turma de 70.22

O Seminário Granite continuou como o único da Igreja até 1915, quando o Seminário Box Elder
em Brigham City, Utah, teve início com Abel S. Rich como professor.23 No restante da década,
o sistema de Seminário começou a tomar impulso, com cada vez mais Seminários
estabelecidos por toda a região de Utah, Idaho e Arizona. No final da década havia um total de
vinte Seminários em funcionamento.24

O Seminário também continuou a ganhar legitimidade como entidade educacional. Em janeiro


de 1916, a Junta de Educação do Estado de Utah aprovou oficialmente créditos escolares para
jovens de doze a dezessete anos para o estudo do Velho e Novo Testamentos no Seminário.25
No decorrer da década, o Seminário começou a emergir como uma alternativa viável para o
sistema de academias, que continuava a ser ofuscado pela rápida expansão das escolas
públicas. O Presidente Joseph F. Smith sentiu que o sistema de academias havia alcançado os
limites de sua expansão e confrontava com a realidade de que a Igreja “teria que adaptar os
custos educacionais a sua situação financeira”.26 A manutenção das academias tornava-se
cada vez mais cara, e o seminário oferecia um método menos dispendioso de ensino das
escrituras para os jovens da Igreja e ainda podia alcançar mais estudantes do que as
academias.

A Década de 1920
O Seminário Move-se para a Linha de Frente
Em 1920 a estrutura organizacional do programa Educacional da Igreja foi reorganizada. David
O. McKay foi nomeado Comissário de Educação da Igreja. Adam S. Bennion, antigo diretor da
Granite High School, foi nomeado Superintendente de Educação da Igreja.27 No início da
década de 1920, 90 por cento dos alunos do Ensino Médio em Utah frequentavam escolas
públicas. Em março de 1920, a comissão de educação da Igreja propôs o fechamento ou a
transferência de quase todas as academias restantes para o controle do estado e pediu a
expansão do programa do Seminário para atender às necessidades dos jovens da Igreja.28
Nos anos após a organização do sistema de academias, os membros da Igreja ficaram mais à
vontade com a educação pública, e com isso o Seminário dava aos alunos SUD a chance de
estudar as escrituras com as matérias seculares ensinadas nas escolas. Com o fechamento da
maioria das academias, a Igreja passou a direcionar seus esforços para o tipo de educação
que somente a Igreja poderia proporcionar — o treinamento religioso.
Com a maioria das academias fechando, o número de Seminários cresceu de maneira
grandiosa durante a década de 1920. O número de Seminários em funcionamento cresceu de
20 para 81 até o final da década.29 A mudança do sistema de academia para o Seminário não
significava que os líderes da Igreja sentiam que o Seminário poderia substituí-las
completamente. O superintendente Bennion preocupava-se com o fato de que “comparado ao
sistema atual, o trabalho do Seminário é muito teórico. De fato, é praticamente dar instruções,
sem ações — sem aplicação”.30 O superintendente desejava elevar o Seminário a um nível
mais profissional e assegurar mais cooperação dos líderes do sacerdócio da Igreja.31 Com tais
objetivos em mente, ele começou a elevar os padrões acadêmicos para o Seminário, e iniciou
programas para treinar professores.

Um grupo de professores do Seminário em Aspen Grove, numa sessão de treinamento no


verão

Uma das primeiras mudanças feitas pelo superintendente Bennion foi a implantação de uma
escola de treinamento para professores do Seminário, no verão. Em 1920, os professores do
Seminário foram reunidos para padronizar os fundamentos do curso. Até este momento, as
escrituras eram os manuais nos cursos do Seminário. O superintendente Bennion iniciou o uso
dos primeiros manuais junto com as escrituras. Em 1921, algumas Autoridades Gerais,
inclusive James E. Talmage, Melvin J. Ballard, Joseph Fielding Smith, George F. Richards e
Anthony W. Ivins, deram palestras para os professores. No início de 1926, o treinamento
ocorreu em Aspen Grove, em Provo Canyon. As aulas duraram seis semanas, com a maioria
dos professores ficando em barracas. Um professor recordou com carinho sua experiência nas
montanhas: “O número de professores era por volta de 90. Tínhamos um edifício usado tanto
para as aulas quanto para o estudo. (…) A maioria do grupo jogava softbol e voleibol na
recreação à tarde. (…) Amizades duradouras e fraternas foram estabelecidas durante aquele
verão. (…) Senti-me próximo a meu Criador e admirado pela majestade de Suas criações”.33

Em 1926, novas questões surgiram sobre o futuro da educação na Igreja. Na reunião da Junta
de Educação da Igreja realizada em fevereiro de 1926, o superintendente Bennion apresentou
um relatório que mostrava que o custo com a educação de um aluno na escola da Igreja era de
204,97 dólares por ano e o de um aluno do Seminário, 23,73 dólares. O relatório enfaticamente
perguntava: “A Igreja recebe benefícios na proporção de 8 para 1 no investimento das Escolas
da Igreja comparadas ao Seminário?”34 Adam S. Bennion pediu um completo afastamento do
campo da educação secular e que a Igreja investisse seus recursos exclusivamente na
educação religiosa. Já que essa mudança significaria o fechamento de todas as faculdades da
Igreja, o Superintendente Bennion propôs a criação do “Seminário universitário” para atender
às necessidades dos alunos das faculdades SUD. Seu plano era “ter na Universidade (…) um
homem forte que pudesse atrair para si os alunos e com quem pudessem consultar-se e
aconselhar-se, tal homem seria de infinito valor”.35 A primeira escola considerada para o novo
empreendimento foi a Universidade de Idaho, em Moscow.36
J. Wyley Sessions, o primeiro professor do Instituto

Alguns meses mais tarde, em outubro de 1926, a Primeira Presidência reuniu-se com James
Wyley Sessions,37 que retornara recentemente de um período de sete anos como presidente
de missão na África do Sul. Fisicamente exausto e com a situação financeira precária devido
ao serviço missionário, o irmão Sessions reunira-se com a Primeira Presidência na esperança
de conseguir trabalho na Companhia Utah-Idaho Sugar. No meio da reunião, o Presidente
Charles W. Nibley, Segundo Conselheiro na Primeira Presidência, parou de falar no meio de
uma frase, virou-se para o Presidente da Igreja Heber J. Grant, e abruptamente anunciou:
“Heber, isso é um erro! Nunca achei muito boa a ideia de o irmão Sessions ir para o negócio de
açúcar, ele pode não gostar. Há algo mais a sua espera”. Após um momento de silêncio, o
Presidente Nibley olhou diretamente para o irmão Sessions e disse: “Ele é o homem que
devemos enviar para a Universidade de Idaho para cuidar de nossos jovens que estão lá e ver
o que a Igreja precisa fazer para os nossos alunos que frequentam as universidades
estaduais”. O irmão Sessions a princípio não ficou entusiasmado com o novo chamado e
respondeu: “Ah não! Faz somente doze dias que estou em casa, desde que cheguei de mais
de sete anos em missão, estão me chamando para outra missão?” O Presidente Grant falou a
seguir e disse: “Não, não irmão Sessions, estamos-lhe oferecendo uma oportunidade
profissional maravilhosa”.

Anos mais tarde, o irmão Sessions relembrou os sentimentos conflitantes ao deixar a reunião:
“Sai dali e chorei por quase todo o caminho. Eu não queria fazer aquilo. Mas alguns dias depois
nossa bagagem foi enviada a Moscow, Idaho, e nós fomos para Moscow, Idaho (risos) e ali
começou o Instituto de Religião SUD”.38

J. Wyley Sessions era uma escolha improvável para o novo empreendimento. Ele não tinha
formação educacional, nenhuma experiência com o sistema do Seminário e nenhum tipo de
pós-graduação. Ele frequentara a universidade, mas sua formação era em agricultura. Ao partir
para Idaho, a única instrução que recebeu do Presidente Grant foi: “Irmão Sessions, vá até lá e
veja o que podemos fazer pelos rapazes e pelas moças que frequentam as universidades
estaduais e o Senhor o abençoará”.39 Ao chegar a Moscow, Wyley Sessions encontrou uma
recepção mista. Os líderes locais da Igreja pediam há anos que a Junta de Educação da Igreja
enviasse alguém para ensinar religião. Os jovens alunos da escola recepcionaram-no com
carinho.40 Mas os não membros na comunidade viam o novo professor com desconfiança. Um
comitê local foi até formado para assegurar que o irmão Sessions não “Mormonizasse” a
universidade!41 Apesar da hesitação inicial, J. Wyley Sessions comprometeu-se plenamente
com sua designação. Filiou-se à Câmara de Comércio local e ao Clube Kiwanis e até se
matriculou na universidade para fazer mestrado e ter as credenciais acadêmicas para ensinar
alunos em nível universitário.42 De riso fácil e com um sorriso constante no rosto, (seu apelido
entre os alunos era “Smiley Wyley” [Wyley Sorridente]),43 ele logo começou a fazer amizades
para a Igreja.
Joseph F. Merrill Cortesia da Biblioteca de História da Igreja

De volta a Salt Lake City, o Superintendente Adam S. Bennion entregou o cargo e foi
substituído por Joseph F. Merrill, que recebeu o título de Comissário de Educação da Igreja.
Dezesseis anos após a criação do Seminário Granite, o Comissário Merrill teve a oportunidade
de ver suas ideias implementadas em nível universitário. Por meio de cartas, o irmão Sessions
e o Comissário Merrill trabalharam na implantação do alicerce filosófico do novo programa.
Lembrando-se da educação que recebera no Leste, o Comissário Merrill desejava que o novo
empreendimento servisse como uma ponte entre os ensinamentos seculares da universidade e
as verdades do evangelho. Em sua opinião, o propósito do trabalho do irmão Sessions era
“permitir aos jovens frequentar a faculdade e fazer os ajustes necessários entre as coisas que
lhes eram ensinadas na Igreja e as que aprendiam na universidade, capacitando-os a
tornarem-se firmemente estabelecidos em sua fé como membros da Igreja”.44 O Comissário
Merrill, cientista por profissão, desejava que o Instituto fosse projetado especificamente para
permitir a conciliação da fé e da razão. Com este propósito, ele concluiu:

“Estou convencido de que a religião é tão sensata quanto a ciência; que as verdades religiosas
e científicas não são conflitantes; que há um grande propósito unificador que se estende a toda
criação; que vivemos em um mundo maravilhoso, apesar de no presente parecer um mundo
profundamente misterioso; e que a total onisciência e onipotência do Criador são a fonte de
tudo. Essa mesma fé pode ser desenvolvida na mente de todo o meio acadêmico e dos
estudantes universitários? O Instituto universitário foi estabelecido com esse propósito”.45

J. Wyley Sessions também procurou o corpo docente da universidade em busca de ajuda para
a criação do novo empreendimento. O Dr. Jay G. Eldridge, professor de alemão, não membro,
e reitor da faculdade, sugeriu que o irmão Sessions deveria chamar o novo edifício de Instituto
de Religião dos Santos dos Últimos Dias. Sua intenção era que outras congregações
construíssem estruturas semelhantes e chamassem-nas de Instituto de Religião Metodista, e
assim por diante.46 O irmão Sessions gostou do nome e enviou o pedido ao Comissário Merrill
em Salt Lake City, que aprovou o nome oficial em abril de 1928.47 Alguns dias mais tarde a
carta do Comissário Joseph F. Merrill chegou endereçada “ao Diretor do Instituto de Religião
dos Santos dos Últimos Dias de Moscow, Idaho,” oficializando o nome.48

O primeiro edifício do Instituto em Moscow, Idaho, logo após o término da construção. Cortesia:
Coleções Especiais da BYU

O irmão Sessions projetou o primeiro edifício do instituto para ser “uma casa da igreja longe de
casa”.49 Não era só um edifício para aulas, ali havia sala de recepção, capela, salão de baile,
biblioteca e cozinha. O segundo andar do edifício contava com onze quartos muito bem
mobiliados e com capacidade para acomodar 22 estudantes do sexo masculino. O exterior do
edifício era no estilo arquitetônico Tudor Gótico, que combinava com os outros edifícios da
universidade.50 Wyley Sessions acreditava que a obtenção de recursos para construir o
edifício fora um pequeno milagre, especialmente devido às objeções do Comissário Merrill,
sobre quem o irmão Sessions mais tarde se referiu brincando como “a Autoridade Geral mais
econômica e cautelosa desta dispensação”.51

O edifício do Instituto Moscow foi dedicado em 25 de setembro de 1928, pelo Presidente


Charles W. Nibley.52 Foi apropriado que o Presidente Nibley dedicasse o edifício, já que foi sua
a inspiração de enviar J. Wyley Sessions a Moscow, quase dois anos antes. O Comissário
Merrill e outros dignitários da Igreja também compareceram. Em poucos anos, o Instituto
tornou-se amplamente respeitado no campus. O Instituto foi visitado por pessoas que
esperavam implantar instalações semelhantes para outras denominações. Ernest O. Holland,
presidente da Faculdade Estadual de Washington, visitou o edifício várias vezes e afirmou em
várias reuniões de educadores que o programa do Instituto estava mais próximo de resolver o
problema da educação religiosa para estudantes universitários do que qualquer outro programa
que conhecia.53

Após o início bem-sucedido do trabalho, o irmão e a irmã Sessions partiram de Moscow em


1929, mudando-se para Pocatello, Idaho, para começar lá outro programa do Instituto. Nesta
época, um segundo programa do Instituto já havia sido lançado em Logan, Utah, com W. W.
Henderson como primeiro professor.54 J. Wyley Sessions fundou outro Instituto em Laramie,
Wyoming, e começou o trabalho de implantação de outro em Flagstaff, Arizona, antes de
receber o chamado para ser o presidente da casa da missão (precursora dos modernos centros
de treinamento missionário) em Salt Lake City.55 Ao explicar o valor do programa do Instituto,
ele afirmou:

“A religião precisa ser praticada em nossa vida. Não é teoria, ela é extremamente necessária
para ter-se uma educação equilibrada. Não pode haver educação plena sem o treinamento
religioso. Não pode, portanto, ser ignorado, mas deve ser deixado um lugar para ele ou feito
em um programa educacional e precisa ser vigoroso, saudável e enriquecedor.”56

A Década de 1930
Traçando o Curso
A década de 1930 começou de maneira comovente para o programa do Seminário. No dia 7 de
janeiro de 1930, o inspetor estadual das escolas de Ensino Médio de Utah, Isaac L. Williamson,
publicou um relatório no qual criticava severamente o relacionamento entre as escolas públicas
e o Seminário. O relatório completo foi impresso dois dias mais tarde no Salt Lake Tribune,
ocupando uma página inteira com letras muito pequenas.57 Isaque Williamson, um não
mórmon natural de Oklahoma, servira por quase vinte anos na educação de Utah e agora
atacava seriamente a legalidade do programa do Seminário. O relatório suscitou outros, do
meio religioso, que abordavam os créditos para as aulas, as consequências acadêmicas de
liberar os alunos no horário de aulas e o custo do programa para o governo. Basicamente, o
senhor Williamson questionava a constitucionalidade do Seminário vendo-o como uma violação
à separação da Igreja e do Estado. Em sua opinião, o Seminário e as escolas públicas eram
“considerados uma única instituição”58 na mente pública.

Algumas das acusações do Sr. Williamson eram triviais. Por exemplo, culpou o Seminário de
usar os impostos estaduais porque como as escolas e os Seminários eram próximos um ao
outro e os alunos que iam de ônibus estariam usando os fundos estaduais para frequentar o
Seminário.59 Outras acusações eram mais sérias. Por exemplo, o Sr. Williamson citou
exemplos de doutrinas SUD específicas ensinadas nas aulas onde o crédito era oferecido.
Exemplos específicos incluíam a localização do Jardim do Éden no Missouri, a superioridade
da Tradução de Joseph Smith da Bíblia e o fato de Enoque e da cidade de Sião terem sido
levados aos céus.60

O Comissário Merrill respondeu publicamente a todas as acusações do relatório e disse: “Não


estava o autor do relatório coando um mosquito e engolindo um camelo? Como, por exemplo, a
existência do Seminário próximo à escola acrescentaria um centavo ao custo do transporte dos
alunos para a ida e a volta da escola?”61 Na conferência geral da Igreja, em abril de 1930, O
Presidente Heber J. Grant conclamou uma votação pública para determinar o futuro do
Seminário.62 Em maio de 1930, após meses de preparação, o Comissário Merrill compareceu
perante a Junta Estadual de Utah com o seguinte argumento:

A aceitação das sugestões do Comitê significaria o fim do Seminário, e os inimigos do


Seminário sabiam disso. Mas por que queriam acabar com algo que os diretores de escola e
superintendentes escolares, por experiência, diziam ser bom, sendo um dos recursos mais
eficientes no treinamento de caráter e boa cidadania a influenciar o estudante? O preconceito
religioso está tentando legalmente vestir uma roupa de cordeiro com o propósito de apunhalar
o Seminário, um recurso que teve tanta influência positiva ao unir-se com as escolas públicas
para apoiá-las?63

A defesa do Comissário Joseph F. Merrill pareceu por fim às ameaças legais contra o
Seminário. A Junta do Estado de Utah adiou a votação da questão por mais de um ano, e em
setembro de 1931, a votação aconteceu. O veredicto veio, com seis votos contra três, a favor
da continuação da política de créditos para o Seminário. A junta do estado também permitiu a
continuidade dos privilégios do Seminário em horário escolar para os alunos matriculados.64

Enquanto a votação assinalou uma vitória para o programa do Seminário, também fez surgir
ondas que afetaram o sistema e resultaram em mudanças em cada parte do sistema
educacional da Igreja. Muitos dos principais problemas citados no relatório do Sr. Williamson
foram causados por erros de professores não treinados. Para melhorar a formação dos
professores do sistema, no início do verão de 1930 eruditos da Universidade de Chicago,
especializados em estudos religiosos, ofereceram treinamento. Nos anos seguintes, nomes de
destaque no campo dos estudos bíblicos — como Edgar Goodspeed Jr., William C. Graham, e
John T. McNeil — ensinaram nos treinamentos de verão.65 Além disso, vários jovens
professores SUD promissores foram chamados pelo Comissário Merrill para frequentar a
Universidade de Chicago e receber treinamento em estudos religiosos. Entre os mais
reconhecidos deste grupo estavam Sidney B. Sperry, T. Edgar Lyon, Russel B. Swensen e
Heber C. Snell.66

Em 1931, Joseph F. Merrill foi chamado apóstolo; dois anos mais tarde, sucedeu John A.
Widtsoe como presidente da missão Europeia.67 Quando John A. Widtsoe voltou para casa,
novamente tornou-se Comissário de Educação da Igreja, assumindo o lugar do Comissário
Merrill. Por sua vez, foi sucedido por Franklin L. West, professor de física da Universidade
Estadual de Utah, que assumiu como comissário em 1936. Neste período, existia o sentimento
de que a resposta à crise de 1930 pode ter gerado mudanças nos programas do Seminário e
Instituto que os levaram a uma abordagem secular. O Presidente Joseph Fielding Smith
preocupou-se quando ouviu um discurso no treinamento do Instituto, que defendia amplamente
uma abordagem mais secular ao ensino do evangelho. O Presidente Smith posteriormente
escreveu ao Comissário West, em março de 1937: “Se as opiniões desses homens se tornarem
dominantes na Igreja, então só nos resta fechar as portas e dizer ao mundo que o Mormonismo
é um fracasso”.68

Presidente J. Reuben Clark

Com tais preocupações em mente, o Presidente J. Reuben Clark Jr., Primeiro Conselheiro na
Primeira Presidência, falou aos educadores religiosos da Igreja em Aspen Grove, no verão de
1938. Seu discurso intitulado: “O Curso Traçado para a Igreja nos Assuntos Educacionais”,
tornou-se um documento essencial na definição do papel da educação religiosa na Igreja. O
Presidente Clark começava por estabelecer a expectativa principal da Primeira Presidência
para os professores:

O primeiro requisito de um professor para ensinar esses princípios é ter um testemunho


pessoal de sua veracidade. Nem todo o aprendizado, todo o estudo, e a quantidade de cursos
feitos, podem substituir o testemunho, que é a qualidade essencial de um professor no sistema
educacional da Igreja. O professor que não tem um testemunho real da verdade do evangelho
conforme revelada e professada pelos santos dos últimos dias, e um testemunho da filiação e
do papel de Messias de Jesus, da divina missão de Joseph Smith — inclusive toda a realidade
da Primeira Visão — não tem lugar no sistema educacional da Igreja. Se houver alguém nesta
situação, e espero que não haja e oro por isso, ele deve renunciar agora; se o comissário
conhece alguém assim e ele não renunciar, o comissário deve pedir sua exoneração. A
Primeira Presidência espera que esses cortes sejam feitos.69

As palavras do Presidente Clark soaram como uma severa repreensão a alguns dos
professores presentes. Um jovem professor observou: “Houve discussão considerável sobre o
assunto ao redor das fogueiras do acampamento”; ele até se lembrou de um professor que
apresentou sua demissão ao Comissário West naquela noite, e ela foi recusada.70 Quando o
discurso foi publicado para a Igreja, um amigo do Presidente Clark escreveu-lhe dizendo: “Foi
tão oportuno, tão necessário, e pareceu-me verdadeiramente uma revelação”.71 O Presidente
Clark respondeu-lhe: “Disse muitas coisas boas na ocasião, nas quais estava pensando há
muito tempo, e que desejava dizer. Creio que a maioria dos pais na Igreja concordará com o
que eu disse”.72

O discurso do Presidente Clark esclareceu o papel do educador de religião dentro da Igreja.


Enquanto os programas do Seminário e Instituto buscavam elevar os padrões de seus
profissionais, houve a tentação de adotar a abordagem do mundo com relação às escrituras. O
aumento de críticas à Bíblia, devido à compreensão secular das escrituras, começou a
influenciar o sistema e seus professores. O discurso do Presidente Clark esclareceu que o
testemunho era um objetivo bem mais elevado do que a formação secular e que as palavras
dos profetas eram mais importantes como guias para as escrituras do que os escritos dos
estudiosos atuais. As ferramentas do mundo podem ser usadas, mas somente até o ponto em
que ajudam a alcançar o objetivo principal de levar o evangelho ao coração dos alunos. Talvez
o mais inspirado comentário do discurso do Presidente Clark tenha sido aquele que
diretamente preocupava os alunos: “Os jovens da Igreja estão famintos pelas coisas do
espírito, estão ansiosos para aprender o evangelho e querem fazer isso de forma direta,
plena”.73

Todas essas mudanças filosóficas aconteceram durante os anos austeros da Grande


Depressão. Apesar das difíceis condições econômicas da época, o Seminário e o Instituto
continuaram a crescer. Dezessete novos Seminários74 e oito novos Institutos75 foram abertos
durante a década de 1930. O marco desta época ocorreu quando, após anos de negociações,
o Instituto da Universidade de Utah foi aberto.76 Os Comissários Merrill, Widtsoe e West
pediram mais austeridade dos professores no sistema. Um professor lembrou que seu salário
teve redução de 40 por cento nos piores anos da Depressão.77 Durante esse tempo a
inspiração de mudar o sistema para que fosse menos dispendioso tornou-se evidente. A
educação da Igreja alcançava mais estudantes do que nunca, apesar dos tempos difíceis.

A Década de 1940
Resistindo à Tempestade
Os anos tumultuados da Segunda Guerra Mundial contribuíram para diminuir o crescimento do
Seminário e do Instituto. Devido à mudança maciça das pessoas, como resultado dos esforços
da guerra, cinco Seminários fecharam durante esses anos.78 Após o discurso sobre “O Curso
Traçado”, a Primeira Presidência, e especialmente o Presidente J. Reuben Clark Jr., continuou
a observar atentamente a educação religiosa. O Presidente Clark teve muitas conversas com
os Élderes John A. Widtsoe e Joseph F. Merrill, os dois apóstolos mais envolvidos em
educação religiosa, para expressar suas preocupações.

Em uma reunião ocorrida em março de 1940, o Presidente Clark chamou os Élderes Widtsoe e
Merrill para uma conversa em particular. As anotações do Presidente Clark sobre a reunião
registram: “Disse a eles que tudo o que a Presidência deseja é o evangelho”.79 Com um filho
lecionando no sistema, o Presidente Clark sentiu-se compelido a observar os avanços.80 Ele
expressou sua preocupação em carta a um diretor do Seminário em 1941: “Expresso a
esperança de que todos os Seminários da Igreja abandonem as ideias religiosas gerais com
base em conceitos sectários, frequentemente, ou melhor, quase sempre contrários aos
princípios e às doutrinas da Igreja e voltem aos fundamentos principais do evangelho
restaurado e do Sacerdócio”.81

Aula do Seminário diário ministrado pela manhã no Seminário West High, em Salt Lake City,
por volta de 1942. Cortesia: Eldon Taylor

Durante essa década, um novo empreendimento do Seminário começou na Escola Indígena


Intermountain, em Brigham City, Utah. Seiscentos alunos Navajos chegaram à escola em
novembro de 1949, com seis jovens santos dos últimos dias entre eles. Dois representantes
das estacas locais — J. Edwin Baird, membro da presidência da Estaca Box Élder e Boyd K.
Packer, um jovem professor do Seminário e membro do sumo conselho da Estaca Box Élder
Norte — receberam o chamado de avaliar as necessidades desses alunos.82 O irmão Packer
lembrou-se de uma reunião no Tabernáculo de Brigham City na qual o Presidente George
Albert Smith falou sobre a necessidade de ajudar os índios. O Presidente Smith disse que
qualquer pessoa que ajudasse os índios seria muito abençoado, uma mensagem que inspirou
Boyd K. Packer.83 Devido ao trabalho dos irmãos Baird e Packer, o programa do Seminário
para os índios cresceu, um esforço para levar a educação religiosa aos jovens índios
americanos que são membros da Igreja nos Estados Unidos. Na década seguinte mais
dezesseis Seminários foram abertos nas terras indígenas para atender às necessidades dos
alunos espalhados pelo país.84

Os anos posteriores à guerra foram de crescimento contínuo para o Seminário. Naquela


década, dezessete novos Seminários foram abertos, aumentando o número total para 109. O
Seminário era uma parte estabelecida do programa da Igreja, mas ainda gerava controvérsia
em algumas áreas. Em Salt Lake City, houve uma batalha política feroz durante o início da
década de 1940 com relação aos direitos dos alunos de serem liberados da escola para
frequentar o Seminário.85 Um anúncio nos jornais Salt Lake Tribune e Salt Lake Telegram em
22 de junho de 1943, convocava “todos os cidadãos americanos de mente aberta, sejam
mórmons, católicos, judeus, protestantes ou de qualquer grupo religioso” a comparecer à
reunião da Junta Escolar de Salt Lake e “protestar! protestar! protestar!” contra uma nova lei
autorizando o tempo de liberação no distrito escolar.86

Ironicamente, a falta de tempo de liberação no distrito de Salt Lake fez surgir outra adaptação:
o Seminário diário ministrado pela manhã. Próximo ao fim da década de 1940, no Seminário da
West High School, em Salt Lake City, Marion D. Hanks, um advogado local, começou a lecionar
nas aulas do Seminário diário ministrado pela manhã. Já que as aulas ocorriam fora do horário
da escola e livre de créditos acadêmicos, o irmão Hanks pôde usar o Livro de Mórmon como
texto principal. A aula foi tão bem-sucedida que acabou por chamar a atenção do Comissário
West, que foi conversar com o irmão Hanks sobre as aulas. De acordo com certo registro:
Frank West perguntou ao irmão Hanks o que ele estava fazendo. Ele respondeu que estava
ensinando em uma classe de Seminário diário ministrado pela manhã. “Quantos frequentam?”
perguntou West. “Sessenta”, disse o irmão Hanks. “O que você ensina a eles?” perguntou
West. “O Livro de Mórmon”, respondeu o irmão Hanks. “Como você o ensina?” Perguntou
West. “Eu somente abro o livro, nós lemos e conversamos sobre o que lemos”. “Quantos
frequentam por dia?” perguntou West. “Todos eles”, afirmou o irmão Hanks.87

A Década de 1950
Novos Métodos e Nova Liderança
Na conferência geral de abril de 1950, dez presidentes de estaca da área de Los Angeles
reuniram-se com o Élder Joseph Fielding Smith, do Quórum dos Doze Apóstolos, para discutir
a possibilidade de estabelecer o Seminário ou algo semelhante para os jovens de sua área. Um
dos presidentes de estaca pleiteou que seus jovens “precisavam da oportunidade de
fortalecer-se, além dos serviços dominicais”.88 Os presidentes de estaca receberam a garantia
do Élder Smith de que a questão seria analisada. Depois, ele pediu a três dos presidentes de
estaca, Howard W. Hunter da Estaca Pasadena, Noble Waite da Estaca Los Angeles Sul, e
Hugh C. Smith da Estaca San Fernando que começassem a fazer um trabalho preparatório
visando começar o programa no outono de 1950.89.

Em algumas semanas, o Comissário Franklin L. West pediu a Ray L. Jones, diretor do


Seminário em Logan, Utah, que iniciasse um novo programa de Seminário diário ministrado
pela manhã na Califórnia. O irmão Jones, que havia acabado de construir sua casa, estava
hesitante com relação a mudar-se com a família. O Comissário West sugeriu que ele fizesse
uma experiência. O irmão Jones poderia deixar a família em Logan e periodicamente viajar de
Los Angeles para visitá-los! Seu primeiro impulso foi rejeitar a oferta, mas após conversar com
a esposa e ponderar no Templo de Logan Utah, o irmão Jones resolveu aceitar a proposta.90 A
designação ainda era altamente experimental, e na entrevista de orientação, Ray Jones crivou
o Comissário West de perguntas, mas recebeu poucas respostas satisfatórias:

Em quais áreas as turmas devem ser organizadas? Sua resposta: Não sei. Você deverá
determinar isso após chegar ao sul da Califórnia.

Onde as aulas serão dadas? Sua resposta: Não sei. Talvez na sala de estar de alguma casa,
em salas alugadas ou, se achar necessário, podemos fornecer-lhe uma sala de aula móvel que
poderia ser levada de campus em campus.

Quem ministrará as aulas? Sua resposta: Não sei. Você deverá tomar essa decisão após
familiarizar-se com a área e as pessoas.

Quando as aulas devem ser ministradas? Sua resposta: Eu não sei. Muitas escolas têm dois
turnos e você pode ter de reunir os alunos por vinte ou trinta minutos de manhã, ou por meia
hora depois das aulas, à tarde.91
Classe do Seminário diário ministrado pela manhã em San Diego em 1955. David B. Rimington,
Vistas on Visions: A Golden Anniversary History of Church Education in Southern California

Munido somente da vaga noção de como realizar a nova empreitada, o irmão Jones viajou para
o sul da Califórnia muito compenetrado. A Igreja não forneceu os recursos para a viagem,
assim ele assegurou o transporte para o sul da Califórnia indo de carona como “negociante
pecuarista” num trem de transporte de gado de Utah para Buena Park, na Califórnia, em troca
da viagem para o estado e de volta para casa em Logan. Primeiro, trabalhou incansavelmente
para assegurar o apoio do sacerdócio local e depois passou o resto do verão de 1950
envolvido em um turbilhão de preparativos. Ele trabalhou para encontrar os professores certos,
treiná-los e assegurar as instalações adequadas para a nova empreitada.

O programa do Seminário diário ministrado pela manhã foi lançado em setembro de 1950,
menos de cinco meses depois que Joseph Fielding Smith se reuniu com os dez presidentes de
estaca. No primeiro ano de aulas, seis estacas participaram e 195 alunos matricularam-se em
sete turmas diferentes.92 Os alunos, em sua maioria, responderam entusiasticamente ao
programa. Ina Easton, um membro, relembrou: “Não era o professor. Era a atitude e a beleza
dos jovens. Eles queriam que o Seminário fosse bom, e era bom. (…) A maioria dos pais e
líderes do sacerdócio apoiava muito, mas foram os jovens os responsáveis pelo sucesso do
programa”.93 Ao fim de cinco anos, o programa na Califórnia havia crescido para quase 2.500
alunos em 90 turmas.94

Do início modesto nas seis estacas da área Los Angeles, o programa espalhou-se para
tornar-se o método de ensino dominante na educação da Igreja hoje. O Seminário diário
ministrado pela manhã alcançou os membros da Igreja em todo o país e atendeu as
necessidades dos jovens SUD em âmbito nacional. Hoje esse modelo é adaptado de acordo
com as circunstâncias locais; os alunos podem reunir-se de manhã, à tarde ou à noite para
assistir as aulas e o programa é chamado de “Seminário diário”. Por fim, os alunos dessa
modalidade de Seminário superaram o número de alunos do Seminário em horário escolar.95

William E. Berrett e a equipe de educação religiosa no final da década de 1950. William E.


Berrett é o quinto a partir da esquerda; à sua direita está Boyd K. Packer. Cortesia: Leland
Bruderer

A década de 1950 também testemunhou uma mudança significativa na liderança da educação


na Igreja. Em 1953 o Comissário Franklin L. West aposentou-se após liderar o sistema por
quase vinte anos. Foi substituído por Ernest L. Wilkinson, Reitor da Universidade Brigham
Young, que foi chamado pelo Presidente David O. McKay para liderar uma nova entidade: O
Sistema Escolar Unificado da Igreja. O novo sistema fornecia liderança unificada para todas as
organizações educacionais da Igreja.96 O irmão Wilkinson chamou William E. Berrett, professor
do Departamento de Religião da BYU, para ser o líder de todos os programas de educação
religiosa.

O irmão Berrett trouxe uma sensibilidade diferente aos programas do Seminário e Instituto.
Com exceção de uma breve designação como procurador geral no Alasca, ele passou toda sua
vida profissional escrevendo para os programas do Seminário e Instituto, e lecionando. William
Berrett era um professor e escritor excepcional, autor de inúmeros textos para uso no
Seminário e Instituto. Sua experiência com o sistema percorre todo o caminho desde os
primeiros treinamentos de verão ocorridos sob a administração de Adam S. Bennion.97

Uma das primeiras decisões do irmão Berrett foi renovar as sessões do treinamento de verão.
Em 1954 todos os professores do Seminário e Instituto se reuniram na Universidade Brigham
Young. Os programas de verão haviam começado 30 anos antes com as Autoridades Gerais
lecionando e depois mudaram para incluir estudiosos da Bíblia, como os professores da
Universidade de Chicago. O irmão Berrett queria voltar ao básico. Para que isso acontecesse,
convidou o Élder Harold B. Lee para ser professor. Entre os oradores convidados durante o
verão estiveram os Presidentes Joseph Fielding Smith e J. Reuben Clark.

No lugar da ênfase dada na década de 1930 para a arqueologia bíblica, a teologia e a análise
de textos, o Élder Lee deu ênfase à importância da fé e do testemunho. Ele aconselhou os
professores a não especular, a prestar testemunho com frequência e a dizer: “Não sei”98 em
vez de dar uma resposta da qual não tivessem certeza. Mais do que enfatizar a formação dos
professores, o Élder Lee destacou a proteção da crença dos alunos. As anotações que o irmão
Berrett fez da primeira palestra contém a seguinte citação do Élder Lee: “Quando jovem,
ansiava por mostrar minha grande inteligência, mas ao envelhecer, anseio por esconder minha
ignorância”.99

Boyd K. Packer

O irmão Berrett também se cercou de uma equipe de apoio poderosa. Ele foi aconselhado pelo
Élder Lee a “quebrar as normas anteriores do Departamento de Educação” escolhendo novos
adjuntos.100 Agindo de acordo com o conselho, o irmão Berrett escolheu A. Theodore Tuttle,
líder do Instituto Reno Nevada, e Boyd K. Packer, diretor do Seminário em Brigham City, Utah,
como supervisores do programa. Apesar dos novos supervisores não se conhecerem, logo
construíram uma sólida amizade. O irmão Berrett mais tarde descreveu-os como “uma
combinação de Davi e Jônatas. Eles eram mais próximos do que irmãos”.101 Toda a equipe do
escritório desenvolveu forte amizade sob a liderança de William E. Berrett. Um membro da
equipe do escritório relembrou: “O Presidente Berrett [era] o tipo de homem para o qual era
fácil ser leal”.102

O Seminário e o Instituto continuaram a crescer, ainda assim permaneceram como uma


organização bastante unida. Boyd K. Packer relembra com carinho: “O Presidente Berrett era
um administrador fora do comum, um patriarca muito sábio, e muito paciente, (…) com uma
equipe reduzida, era o tipo de organização que funcionava como uma família”.103 Tuttle
comentou mais tarde: “Sempre pensei que aqueles foram os melhores dias do Seminário
porque após alguns anos conhecíamos cada homem no sistema, havíamos visitado
pessoalmente sua turma uma, duas ou três vezes ao ano. (…) O irmão Packer e eu
contratamos cada homem, fizemos entrevistas, conhecemos cada um, cuidamos deles quando
eram novos”.104

Como supervisores viajantes, os irmãos Tuttle e Packer foram essenciais ao treinamento dos
professores. O lema que adotaram para si e para os outros professores era: “Seguir os
Líderes”.105 Os irmãos Packer e Tuttle também enfatizaram a necessidade de seguir a
doutrina em todo o sistema. O Élder Packer mais tarde falou sobre caminhar de forma
“hesitante e nervosa entre aqueles homens, alguns mais velhos do que eu em idade e serviço,
com realizações acadêmicas, e, pensei, superiores de quase todas as maneiras”.106 Numa
sessão de treinamento com os professores, o Élder Packer recordou uma experiência onde um
professor mais velho tentou fazer o papel de um “desmistificador”, fazendo uma crítica da
história da Igreja e atacando a integridade de alguns líderes da Igreja do passado e atuais. O
professor encerrou sua apresentação com um apelo para os professores “acordarem e serem
mais críticos e seletivos”. Quando pediram seu comentário, o Élder Packer levantou-se e
sentiu-se inspirado a falar da famosa escultura grega “Vitória de Samotrácia”. Durante anos, ele
ressaltou, a estátua sofreu com rachaduras e arranhões, sua cabeça e braços foram
arrancados, mas ela é, ainda assim considerada de imenso valor. Ao comparar a estátua com a
Igreja, ele continuou:

Com relação à Igreja, (…) suponho que se procurarmos acharemos falhas e desgastes e uma
lasca aqui e ali. Suponho que podemos ver uma irregularidade ou imperfeição em algum líder
do passado e talvez até nos atuais. Contudo, há ainda a absoluta, firme, inegável, irrefutável
prova, porque a Igreja é o que é e porque alguém, em algum período, com supremo dom
espiritual estabeleceu a obra obedientemente sob inspiração e organizou-a, e assim ela passou
a existir. E o melhor é que devemos progredir para apreciar a beleza e genialidade dela, em
vez de criticar e procurar falhas.107

O Élder Packer então aconselhou: “Caros professores, não é a Igreja ou o evangelho que está
sendo testado. Somos nós”.108

Com o incentivo do irmão Berrett, os administradores do Seminário e Instituto esforçaram-se


para garantir uma relação de trabalho mais próxima entre seus professores e os líderes da
Igreja. O Élder Tuttle relembra: “Houve uma tentativa definitiva de nossa parte para aproximar
mais as Autoridades Gerais e os professores”. A amizade dos irmãos Tuttle e Packer continuou
depois que A. Theodore Tuttle foi chamado para ser membro do Primeiro Conselho dos Setenta
em 1958. Alguns anos mais tarde, quando Boyd K. Packer foi chamado para ser Assistente do
Quórum dos Doze, “o irmão Berrett brincou ao dizer que seu escritório era um campo de
treinamento para Autoridades Gerais”.110
Sob a liderança do irmão Berrett reuniões do corpo docente local e regional foram implantadas,
um programa de treinamento para professores em perspectiva foi iniciado e o treinamento de
verão continuou. Ele também incentivou os professores a buscar melhor formação. Aumentou
salários e fez com que os professores recebessem um plano de saúde com o emprego.111
Talvez se lembrando dos tempos difíceis da Depressão, o irmão Berrett trabalhou
incansavelmente para tornar a vida dos professores do Seminário e Instituto um pouco mais
confortável.

A Década de 1960
Tornando-se Global
Em 1961, a sede da Igreja recebeu um pedido do presidente da Estaca Brisbane Austrália
solicitando o programa do Seminário.112 O Presidente David O. McKay e a Junta de Educação
da Igreja consideraram cuidadosamente o pedido e começaram a procurar maneiras de levar a
educação religiosa às áreas internacionais da Igreja. Os Élderes A. Theodore Tuttle e Boyd K.
Packer, agora Autoridades Gerais, também defendiam fortemente a expansão dos programas
do Seminário e Instituto. Menos de dois meses após sua chegada como Presidente de Área na
América do Sul, o Élder Tuttle enviou um pedido para que houvesse o Seminário no Uruguai.
Nos cinco anos de serviço do Élder Tuttle na América do Sul, as solicitações para implantar o
Seminário naquela região continuaram a se multiplicar.113 Enquanto isso, na sede da Igreja,
em Salt Lake City, o Élder Packer continuava a pedir na junta da Igreja pelos programas do
Seminário e Instituto. Quando a Igreja teve de enfrentar uma crise no orçamento em 1963, o
Élder Packer apresentou uma carta ao Presidente McKay que ressaltava que o Seminário e o
Instituto eram “uma maneira testada e eficaz de levar instrução religiosa” aos jovens da
Igreja.114

Na mesma época, solicitações continuavam a chegar ao escritório do irmão Berrett pedindo o


Seminário em todo o mundo. A carta de um oficial americano na Alemanha que havia recebido
a designação de ensinar numa classe do Seminário diário ministrado pela manhã começou
com a seguinte frase: “Caro Presidente Berrett, SOCORRO!” O oficial então explicou que foi
informado de que o filho do Presidente de Área e outros nove alunos estavam matriculados, e
concluiu a carta como começou, “Portanto, - - - - SOCORRO!”115 Outras solicitações chegaram
de áreas fora das Estados Unidos.116 A pedido do Presidente Ernest L. Wilkinson e da
Primeira Presidência, William E. Berrett viajou para a Europa em 1963 e em 1965, tentando
encontrar a melhor maneira de levar o Seminário a esses países.117 Nas duas viagens, o
irmão Berrett ficou profundamente desanimado com o que vira. Nos países não havia escolas
com o número suficiente de alunos SUD para o programa do Seminário em horário escolar, e a
falta de transporte tornava o programa do Seminário diário ministrado pela manhã inviável.
Frustrado, ele observou: “Até que possamos pensar em um novo programa, não poderemos
levar o programa do Seminário para a Inglaterra e outros países”.118

O irmão Don Bond, à direita, em companhia de Duane H. Banks, presidente da estaca local,
durante o programa piloto de estudo no lar em Davenport, Iowa. Cortesia: Don Bond
A solução veio por meio de inspiração para várias pessoas. Donald Wilson, professor do
Seminário em Cardston, Canadá, propôs um programa no qual os alunos estudariam as
escrituras em seu próprio tempo e ocasionalmente se reuniriam com o professor e um grupo
maior de colegas. A locomoção necessária poderia ser reduzida a reuniões semanais ou
mensais.119 Ernest L. Eberhard Jr., encarregado do currículo, aceitou a sugestão e idealizou
um curso de estudo que se adequasse à nova abordagem. Com a ajuda do Élder Boyd K.
Packer, a Junta de Educação da Igreja aprovou que se fizesse uma experiência. Somente um
professor, Donald R. Bond, foi enviado ao meio-oeste para testar o programa. O irmão Bond
era professor do Seminário há apenas quatro anos quando recebeu a designação, mas aceitou
o trabalho com entusiasmo.120 O sacerdócio também acolheu o programa seriamente. Um
presidente de estaca conseguiu quase uma semana de folga do trabalho para levar o irmão
Bond para conhecer a área, apresentando-o à liderança local.121

O novo programa foi lançado no outono de 1967. O programa completo foi visto como um
grande experimento e exigiu muito trabalho da equipe de currículo. Um membro da equipe
relembrou que colocavam as cópias da primeira prova do material na mesa de Eberhard na
segunda-feira e iam aprimorando-as e imprimindo-as durante a semana, e colocavam-nas no
avião na quinta-feira à noite para que os professores usassem o material para ensinar no
sábado. Ele prosseguiu: “Eu não me lembro de ter dormido bem por um ano ou dois durante
esse processo. Foi um período agitado. (…) Começávamos às 6h30 da manhã e se tivéssemos
sorte, saíamos às onze da noite em algumas semanas!”122 Outro escritor do currículo, Arnold
J. Stringham lembra-se de visitar Don Bond no campo, e escrever a lição seguinte sentado no
banco traseiro do carro. Todo o imenso trabalho valeu a pena — o programa foi um sucesso
imediato.

As avaliações renderam ao novo programa ótimas notas. Um presidente de ramo escreveu ao


escritório central: “O programa dá a eles a causa do evangelho, e não pode haver nada melhor.
Desejaria que aqueles jovens ‘maluquinhos’ — os Hippies, que queimam cartazes, que
protestam, etc., pudessem entender um pouco do programa do Seminário”.124 Ótimos
resultados continuaram a aparecer, e a Junta de Educação da Igreja começou a pensar
seriamente no programa como uma forma de levar educação religiosa para a Igreja em todo o
mundo. O Élder Marion G. Romney foi designado a investigar pessoalmente tal possibilidade, e
Don Bond recebia telefonemas nos quais o Élder Romney fazia várias perguntas específicas.
No dia em que a Junta de Educação da Igreja se reuniu para discutir a questão, em maio de
1968, Don Bond registrou em seu diário:

Eu estava a caminho de Vincennes, Indiana. Saí da rodovia e encontrei um lugar isolado onde
me ajoelhei e prestei solene testemunho do impacto poderoso que pessoalmente sentira nos
estudantes quando estudavam diariamente as escrituras e o evangelho; orei para que essa
influência fosse sentida pelas Autoridades Gerais na reunião em andamento na sede da Igreja,
em Salt Lake City. Quando voltei para a rodovia, tive a certeza de que o Presidente [N. Eldon]
Tanner veria o Seminário na Inglaterra em poucos meses. Sem dúvida, o relatório do Élder
Romney foi apresentado com entusiasmo e favorável ao programa que realmente aumentava a
eficácia da noite familiar e do ensino no lar.125

A inspiração do irmão Bond tornou-se realidade. Antes do fim do verão, os primeiros


professores foram designados a apresentar os programas do Seminário e Instituto na Inglaterra
e Austrália.

John Madsen. A foto foi tirada quando ele servia no Primeiro Quórum dos Setenta.

O irmão Berrett selecionou John Madsen, um professor de 29 anos, de Salt Lake City, e J. L.
Jaussi, um veterano no Seminário e Instituto, para iniciarem o programa na Inglaterra e
Austrália respectivamente. O irmão Jaussi lembra-se de ir ao escritório do irmão Berrett e ser
informado de sua nova designação. Em choque, perguntou quando devia partir. O irmão Berrett
respondeu: “Em quanto tempo consegue fazer as malas?”126 Don Bond retornou brevemente
ao meio-oeste para ministrar um curso rápido sobre o programa de estudo no lar para os dois
pioneiros. Além da reunião com Don Bond, não receberam nenhum treinamento formal. Os
Madsen partiram para a Inglaterra em agosto de 1968 e os Jaussi para a Austrália no mês
seguinte.127 John Madsen mais tarde relembrou a atmosfera frenética da época: “Havia uma
sensação de aventura, e de forma real, o sentimento de ser pioneiro. (…) Fiquei muito
sensibilizado pelo privilégio de estarmos envolvidos nesse grande trabalho. Era assim que nos
sentíamos. Era um privilégio sagrado, uma confiança sagrada”.128

O irmão Berrett acompanhou pessoalmente os Madsen à Inglaterra para apresentar o


programa. Na reunião com as estacas selecionadas para testar o programa, a influência do
irmão Berrett ajudou a eliminar qualquer dúvida. John Madsen maravilhou-se com o trabalho do
irmão Berrett junto ao sacerdócio: “O Presidente Berrett agiu com maestria ao lidar com os
excelentes líderes do sacerdócio. Ele possuía a aparência de um profeta, falava como um
profeta, e seu comportamento e dignidade eram os de um verdadeiro patriarca. (…) Era
simplesmente um homem de dignidade, caráter e espírito extraordinários. Aqueles
maravilhosos irmãos ouviram enquanto ele descrevia o que o estudo sistemático do evangelho
faria por seus jovens, e sem hesitação ou questionamento, as presidências unânime e
imediatamente disseram: ‘Sim, é isso o que queremos’”.129

Após uma semana, o irmão Berrett voltou para casa, e os Madsen iniciaram a difícil tarefa de
fazer os preparativos para o programa. Não havia currículo, pois ele ainda estava sendo
escrito. O irmão Madsen não tinha precedentes a não ser o trabalho de Don Bond no
meio-oeste dos Estados Unidos, e poucos membros na Inglaterra conheciam algo do
programa. No início, os agentes da alfândega nem mesmo permitiram que o material do
Seminário entrasse no país. Quando finalmente chegou, o irmão Madsen levou pessoalmente o
currículo para cada professor sob sua responsabilidade.130

Apesar dos desafios, os membros da Igreja na Inglaterra logo compreenderam o programa. A


resposta foi ainda melhor do que o irmão Madsen previra, mesmo com a falta de material e
treinamento. Mesmo esperando dirigir um programa de estudo no lar, foram recrutados alunos
suficientes para formar turmas do Seminário diário ministrado pela manhã. A primeira aula do
Seminário na Grã-Bretanha foi dada a dezenove alunos, às 7 horas da manhã do dia 19 de
agosto de 1968, na ala Glasgow, Escócia, apenas quinze dias após a chegada dos Madsen ao
país. A partir desse início modesto, tanto o Seminário no lar quanto o Seminário diário
ministrado pela manhã continuaram a crescer.131 Uma vez por mês os alunos de cada região
encontravam-se alegremente na reunião chamada “Super sábado”. Nessas grandes reuniões
os alunos recebiam mais instruções, os professores recebiam treinamento e eram realizadas
competições das escrituras. A busca de escrituras na Inglaterra tornou-se tão popular que foi
criado um campeonato nacional.132 O crescimento do programa exigia mais supervisão, e
chegaram reforços à Grã-Bretanha e Austrália. Outro grupo de professores americanos viajou
para a Nova Zelândia no ano seguinte para implantar os programas lá.133

O lançamento dos programas internacionalmente foi o ápice das realizações de William E.


Berrett nos dezessete anos como Administrador da Educação Religiosa. No verão de 1970 foi
anunciado o novo Comissário de Educação da Igreja, Neal A. Maxwell. Juntamente com o
Comissário Maxwell houve uma mudança completa na liderança dos Seminários e Institutos.
Clarence F. Schramm, coordenador no sudeste da Califórnia e mais tarde Assistente Executivo
do Administrador, lembra-se de quando o irmão Berrett recebeu um telefonema informando de
sua aposentadoria: “Ele foi, chamou Neal Maxwell e depois voltou, como se nada tivesse
acontecido. Deu um sermão clássico, realmente um clássico, sobre como deveríamos apoiar a
administração, especialmente a administração da Igreja. E disse: ‘É necessário ser fiel ao
homem que o substitui’. Nunca esquecerei aquela experiência”.134

Na década de 1960 os passos do Seminário e Instituto aceleraram. Quando o irmão Berrett foi
chamado em 1953, havia por volta de 34.000 alunos, a maioria da região montanhosa do
oeste. As matrículas no Instituto totalizavam cerca de 4.000. Quando o irmão Berrett se
aposentou em 1971, as matrículas no Seminário tinham aumentado para 126.000 alunos e as
do Instituto para aproximadamente 50.000, e os programas haviam dado os primeiros passos
para tornar-se mundial. Era também uma época de experimentação e inovação. Na mídia,
novas técnicas foram apresentadas, o que também aumentou a eficiência dos professores.

Trabalhando com o Seminário para os índios, George D. Durrant, Wayne B. Lynn e Douglas J.
Larson começaram a fazer um filme simples intitulado Tom Trails, com o objetivo de ilustrar os
princípios do evangelho. O filme logo se tornou popular em todos os Seminários, não só no
programa para os índios. O irmão Durrant lembra-se de ir a um jogo de basquete numa escola
em 1972 onde a banda começou a tocar a música tema do Tom Trails. O irmão Durrant
perguntou a um aluno de qual escola era aquela música e o aluno respondeu: “É a música
preferida de todos na escola. É a música Tom Trails!”136 O irmão Durrant relembra: “Pensamos
que achariam a música engraçada, mas ela tornou-se um grande sucesso”.137 A quantidade
de filmes logo aumentou, abordando tópicos delicados como imoralidade, arrependimento, e
até a morte. Com a expansão internacional do Seminário, o currículo foi adaptado. Na América
Latina, Tom Trails recebeu o nome de Pepe Perez e causou grande efeito.138 Essas inovações
foram só o começo. No final da década de 1960, os programas do Seminário e Instituto
mostraram-se um sucesso nos países de língua inglesa e chegou a hora de o Seminário e o
Instituto irem “a toda nação” (D&C 133:37).

A Década de 1970
A Todas as Nações
Quando Neal A. Maxwell assumiu o cargo de Comissário de Educação da Igreja, em 1970,
indicou Joe J. Christensen Comissário Adjunto de Educação da Igreja. O chamado foi um
choque para o irmão Christensen, que era presidente de missão na Cidade do México. Os
Christensen foram imediatamente desobrigados de sua missão, ainda que tivessem chegado lá
somente dois meses antes.139 Com programas bem-sucedidos já lançados em vários países,
o Comissário Maxwell queria fazer da educação religiosa uma prioridade. Mais tarde ele
relatou: “Sentíamos que o Seminário e Instituto podiam seguir a Igreja onde quer que ela
fosse”.140 Alguns meses após a designação do Comissário Maxwell e sua equipe, a Junta de
Educação da Igreja anunciou que o Seminário e o Instituto seriam oferecidos a todos os
membros da Igreja no mundo.141

O Comissário Neal A. Maxwell com Robert Stout, coordenador do Seminário no Japão,


aproximadamente 1970.

Nos anos seguintes, dezenas de professores americanos viajaram por todo o mundo com a
designação de iniciar os programas do Seminário e Instituto. Em um período de três anos eles
receberam a tarefa de atingir três objetivos: “(1) Desenvolver um relacionamento de trabalho
positivo com os líderes do sacerdócio. (2) Começar um programa de estudo no lar,
matriculando alunos em idade universitária e do ensino médio que estivessem interessados. (3)
Encontrar e treinar uma pessoa que pudesse fornecer liderança local, removendo assim a
necessidade de exportar outros professores dos Estados Unidos”.142 E. Dale LeBaron,
professor enviado à África do Sul, mais tarde descreveu a natureza monumental do trabalho:
“Aconteceu em tão pouco tempo, quatro ou cinco anos, uma tarefa enorme. É interessante
notar que não só algumas partes do mundo estavam prontas, mas quase todo o mundo estava
pronto”.

Umas das primeiras aulas do Seminário, nas Filipinas, aproximadamente 1970. Cortesia: Steve
Iba

Os anos posteriores trouxeram novas aventuras para a família do Seminário e Instituto — e


ocorreram em todo o mundo. Os professores enviados para lançar os programas trabalharam
incansavelmente para sua implementação, desconsiderando desafios ambientais, longas
distâncias e a instabilidade política. No Brasil, David A. Christensen e a família de quatro
pessoas dormiam num colchão de solteiro, sua única mobília, por um mês e meio até que
recursos fossem enviados para resolver o problema.144 Nas Filipinas, Stephen K. Iba pagou
ao motorista vinte pesos extras para dirigir em meio a uma inundação para chegar ao píer onde
o material para seus professores estava. Quando o carro atolou, Steve Iba, de camisa branca e
gravata, saiu do carro para empurrar, enquanto a esposa, segurando um bebê, subia no
assento do carro para não se molhar. Foram finalmente resgatados por alguns garotos filipinos,
que receberam, cada um, dez pesos pela ajuda.145

Essa foto de Robert Arnold ministrando uma aula do seminário na Guatemala apareceu no
Church News no dia 15 de janeiro de 1972 (página 8).

Na Guatemala, Robert B. Arnold, coordenador do SEI, foi abordado por soldados do governo
devido à máquina de cópias encontrada em sua casa. Os soldados pensaram que o
equipamento fosse usado para imprimir propaganda contra o governo até que Bob Arnold
explicou que era um mórmon implantando um programa educacional. O chefe dos soldados
perguntou: “Vocês são mórmons? Tenho uma sobrinha que é mórmon”, e foram para a casa
seguinte.146 No Chile, Richard L. Brimhall sentou-se no telhado da casa com os filhos para ver
os jatos bombardearem o palácio presidencial durante o golpe de 1973 para derrubar o
governo marxista.147

Ainda mais extraordinárias do que as histórias dos professores americanos são as dos
professores nativos que foram recrutados para assumir o controle do programa. Joe J.
Christensen posteriormente refletiu: “Não há dúvidas de que os antigos pioneiros do SEI
enviados a tantos lugares foram inspirados na seleção das pessoas para trabalhar no sistema.
E fizeram um ótimo trabalho”.148 Na América Central, um jovem arquiteto, Carlos H. Amado,
foi selecionado para liderar o sistema. Mais tarde, foi chamado bispo, presidente de estaca e
presidente de missão. Ele foi chamado para o Segundo Quórum dos Setenta em abril de 1989
e para o Primeiro Quórum dos Setenta em outubro de 1992.149 Quando os programas
chegaram à Coreia, não foi possível encontrar um professor americano com as habilidades
necessárias, então os administradores chamaram Rhee Ho Nam, coreano, para iniciar o
programa. Ele tornou-se o primeiro presidente de estaca na Coreia, e posteriormente,
presidente de missão.150 Em todos os países, homens e mulheres capazes apresentaram-se
para ensinar e administrar os programas. O progresso do programa foi tão rápido que Joe J.
Christensen disse ao Comissário Maxwell que era “como tentar conter uma explosão”.151

Administradores de Zona, cerca de 1980. Fileira de trás: Frank M. Bradshaw, Frank D. Day e
Dan J. Workman. Fileira da frente: Bruce M. Lake e Alton L. Wade. Cortesia: Alton Wade

À medida que os Seminários e Institutos começaram a influenciar a Igreja no mundo, a Igreja


internacional também modificou profundamente os Seminários e Institutos. Os professores e
administradores começaram a ter uma perspectiva melhor do trabalho e surgiu um novo
espírito de união que atravessou as fronteiras dos países. Não existe melhor exemplo para
esse fenômeno do que Franklin D. Day. Antes de fazer parte da educação da Igreja, o irmão
Day serviu no Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra
Mundial. Veterano das batalhas sangrentas na guerra do Pacífico, o irmão Day relembra: “Os
fuzileiros eram bem treinados — não só a usar armas, mas a odiar o inimigo”.152 Com o
florescer dos programas, o mundo foi dividido em “zonas”, cada uma com seu próprio
administrador. Frank Day foi escolhido para ser o administrador de zona para a Ásia. Ao viajar
para Okinawa, o lugar de uma das mais sangrentas batalhas que travou, foi tomado pelo medo,
imaginando se conseguiria superar o ódio instilado nele devido às experiências vividas na
guerra. Lembra-se de estar nervoso ao sair do avião e avistar Kan Watanabe pela primeira vez;
ele era o presidente da missão e estava lá para buscá-lo. Eles se abraçaram. “Em questão de
segundos, a amargura, o ódio, treinamento e medo de anos foram eliminados”, ele se
lembra.153

Durante o trabalho no Oriente, o irmão Day viu o mesmo tipo de milagre acontecer no coração
de todos os homens envolvidos no programa. Em uma convenção de área ele viu dois
professores, um coreano e outro japonês, abraçarem-se em despedida e agradecerem um ao
outro. Ao refletir sobre a longa história de antagonismo entre os dois países, Frank Day
ponderou sobre o poder que o evangelho tem de superar barreiras: “Senti que se não
pudéssemos fazer outra coisa a não ser reunir as pessoas e deixar o Espírito do Senhor agir
nelas, não importa o que aprendessem, só isso já valeria a pena.”154

Joe J. Christensen, por volta de 1970. Cortesia: Norma Horton

Nos Estados Unidos, mudanças importantes ocorreram no sistema educacional nesse período.
Uma das realizações que causou maior orgulho a Joe J. Christensen foi a inclusão do Livro de
Mórmon no currículo obrigatório do Seminário. O Livro de Mórmon havia sido ensinado
esporadicamente nas salas de aulas por anos e fazia parte da maioria dos cursos do nono ano
desde 1961, mas em 1972 o irmão Christensen enviou uma proposta para tornar o curso
obrigatório para formar-se no Seminário. A medida teve aprovação esmagadora. O Presidente
Spencer W. Kimball, ao conversar posteriormente com Joe Christensen, disse: “Perguntei a
mim mesmo por que não fizemos isso antes”.155

Em 1977, Stanley A. Peterson foi nomeado Comissário Adjunto de Educação Religiosa. Outro
marco significativo para os Seminários e Institutos aconteceu em 1978, quando a União
Americana pelas Liberdades Civis impetrou uma ação contra o Distrito Escolar de Logan devido
à prática de liberar os alunos e dar créditos para os cursos do Velho e Novo Testamento.
Apesar de a Igreja decidir não participar diretamente no caso, isso representou o primeiro
desafio sério ao Seminário em horário escolar desde 1930. No verão de 1978, testemunhas
diferentes tomaram seu lugar para testificar da natureza do Seminário. Até Joe J. Christensen
foi ouvido na corte. Por fim, o juiz do processo deliberou em favor da UALC, declarando ilegais
os créditos para os cursos do Seminário. Dois anos mais tarde, após uma apelação, a lei inicial
foi derrubada por outro juiz da suprema corte. Apesar da decisão favorável, a administração do
Seminário e Instituto decidiu acabar com a prática de crédito.

O resultado do processo acabou se tornando uma bênção inesperada para o programa. O


crédito terminou, mas o sistema de Seminário em horário escolar, depois de quase 60 anos em
funcionamento, permanece firme apoiado pela lei. Os professores não mais encontram
restrições ao ensinar doutrinas específicas dos santos dos últimos dias junto com a Bíblia.
Quando o crédito foi retirado, os administradores de zona esperavam uma queda nas
matrículas. Em vez disso, as matrículas aumentaram.156

O Comissário Jeffrey R. Holland e o administrador de zona, Alton L. Wade, durante visita ao sul
do Pacífico, cerca de 1979. Cortesia: Alton Wade

Durante a década de 1970, outro grupo notável de líderes tomou as rédeas da liderança na
educação religiosa. Em 1976, Jeffrey R. Holland sucedeu Neal A. Maxwell como Comissário de
Educação da Igreja. Quando Joe J. Christensen saiu em 1979, Stanley A. Peterson assumiu o
controle como administrador-chefe. O progresso não mais era medido pelo número de
Seminários e Institutos construídos, mas pelo número de países onde os programas estavam
abertos.

Stanley A. Peterson

Em 1980, os programas do Seminário e Instituto continuavam firmemente estabelecidos em um


número impressionante de países. Nesse ano, Henry B. Eyring foi chamado para suceder
Jeffrey R. Holland como comissário. A adaptação às novas circunstâncias do papel mundial do
programa trouxe desafios diferentes para o Comissário Eyring.

A Década de 1980
Ensinar as Escrituras
Na década de 1980, a expansão mundial dos Seminários e Institutos continuou, o programa foi
implantado em lugares surpreendentes. O Seminário foi iniciado na Alemanha Oriental em
1980, a pedido dos líderes locais da Igreja, nove anos antes da queda do Muro de Berlim.
Manfred Schutze, presidente de distrito, lembra-se dos sacrifícios necessários para levar o
programa à nação comunista: “Não tínhamos professores suficientes, já que todos estavam
ocupados com três ou quatro chamados. Mas dissemos: ‘Certo, mas o Seminário é importante’,
e o programa foi instantaneamente recebido com grande entusiasmo pelos jovens”.157 As
lições semanais e os Super Sábados foram realizados sob os olhares atentos de oficiais
comunistas. As lições eram datilografadas pelos professores e os alunos não tinham outro
material além das escrituras.

Henry Kosak, um jovem de dezesseis anos, lembra-se que aprendeu “maneiras completamente
diferentes de estudar as escrituras — ao usar meu nome substituindo o nome de Néfi. Ainda
me lembro disso”.158 Os líderes da Igreja usavam o Seminário para debater as filosofias
ateístas ensinadas nas escolas da Alemanha Oriental. A mãe de Klaus Peter Bartsch foi
professora do Seminário no ramo dele. “Tive a oportunidade de ler diretamente do manual”, ele
se recorda. “Estudei-o por horas, porque encontrava ali as explicações que me ajudavam a
entender melhor o evangelho. Os programas do Seminário e Instituto realmente foram uma
fonte de fortalecimento”.159

Gerald N. Lund

Com a expansão da Igreja para um número cada vez maior de países, os desafios de tradução
e adaptação do currículo para as diferentes culturas tornaram-se ainda mais evidentes. O
Presidente Spencer W. Kimball fez um pedido a todos os departamentos da Igreja para “reduzir
e simplificar”. Em certa reunião, uma Autoridade Geral colocou um manual do Instituto com
1.500 páginas ao lado do Livro de Mórmon e questionou: “Digam-me uma vez mais, por que
preciso disso (apontando para o manual) (…) para ensinar isso (apontando para o Livro de
Mórmon)”.160 Com essas preocupações pesando em sua mente, Stan Peterson reuniu os
responsáveis pela equipe de currículo David A. Christensen, Jay E. Jensen e Gerald N. Lund
para buscarem uma solução. O irmão Peterson salientou a necessidade de reduzir o material
do currículo. Até pediu a eles que saíssem do escritório central e se reunissem para encontrar
a resposta. Os quatro oraram juntos e depois o irmão Peterson sentiu-se inspirado a dizer:
“Satanás não quer que isso aconteça. Ele vai fazer tudo o que estiver ao seu alcance para
impedi-los de realizar essa tarefa”.161

Os três homens reservaram um quarto no hotel Homestead Resort, em Midway, Utah, para
resolver o problema. Todos iniciaram um jejum em preparação para a reunião. Stan Peterson
relembra: “Todos eles tiveram algum tipo de problema em casa, com a família”.162 Todos
pensaram em não ir, mas foram, esperando encontrar uma resposta. No hotel, estudaram e
ponderaram as declarações no Livro de Mórmon, em Doutrina e Convênios, e no discurso “O
Curso Traçado”, de J. Reuben Clark.163 A resposta que receberam foi deixar de ensinar o
evangelho como uma série de conceitos, uma prática antiga do currículo do Seminário e
Instituto e, em vez disso, ensinar as escrituras na sequência. Jerry Lund resumiu a abordagem:
“Não apenas das escrituras, não apenas sobre as escrituras, não apenas com as escrituras,
mas ensinar as escrituras.”164 David Christensen mais tarde brincou que, quando voltaram do
hotel, sentiam-se como Moisés descendo o Monte Sinai com as tábuas. Suas ideias foram
amplamente aprovadas pela liderança da Igreja. O irmão Lund relatou: “Foi uma daquelas
coisas que no minuto em que a apresentamos, eles disseram: ‘Está certo’”165

Antes dessa experiência o currículo continha histórias das escrituras, exemplos e atividades,
mas sua base eram os conceitos, como fé, honestidade e arrependimento. Com a nova
diretiva, os professores começaram a ensinar as escrituras na sequência em que aparecem
nas obras-padrão. Em 1981, Élder Bruce R. McConkie proferiu um discurso para os
educadores religiosos explicando a prática: “Se desejam saber que ênfase devem dar aos
princípios do evangelho, simplesmente ensinem as obras-padrão completas e
automaticamente, no processo, vocês terão dado ênfase a toda doutrina e todo princípio”.166
Stan Peterson fez desse foco nas escrituras a principal meta de sua liderança. Nos vinte anos
seguintes, quase 88 por cento do material do currículo foi eliminado em favor da abordagem
reduzida que enfatizava as escrituras.

O pedido de maior ênfase nas escrituras incluía não somente os manuais, mas cada aspecto
do currículo, inclusive a mídia. Nos anos que se seguiram a Tom Trails, a mídia em sala de aula
havia mudado para o que o irmão Peterson chamou de “novelas mórmons”, histórias longas
apresentadas em forma de seriado sobre jovens que lutavam para viver os princípios do
evangelho, afastando-se e voltando. Na década de 1980, a equipe do currículo avaliou de perto
como adaptar a mídia para que se harmonizasse com a nova abordagem das escrituras.167
Paul V. Johnson, membro da equipe de mídia, lembra-se das diretrizes específicas de “variar e
enfatizar mais a doutrina em alguns dos materiais da mídia, ou enfatizar a história das
escrituras, com menos conteúdo: ‘Aqui está um filme para assistir’, e mais ‘Aqui está algo que
posso usar como ferramenta em sala de aula’”.168 A equipe também tentou trazer uma
abordagem multicultural à mídia, em vez de só focalizar nas experiências dos alunos dos
Estados Unidos.169

A Década de 1990
Expandindo Horizontes

Stanley A. Peterson, Henry B. Eyring e Harold F. Western

Stanley A. Peterson continuou como Administrador de Educação Religiosa e do Ensino


Fundamental e Médio por duas décadas, servindo sob a direção de vários comissários
diferentes. Em 1986, J. Elliot Cameron substituiu o Élder Henry B. Eyring como Comissário de
Educação da Igreja; o Élder Eyring havia sido chamado para o Quórum dos Setenta. O Élder
Henry B. Eyring foi renomeado comissário em 1992. Três anos mais tarde tornou-se membro
do Quórum dos Doze Apóstolos, mas permaneceu como comissário, sendo a primeira vez que
uma Autoridade Geral liderava o Sistema Educacional da Igreja desde o Élder John A. Widtsoe
na década de 1930. Desde a nomeação do Élder Eyring, o cargo de comissário tem sido
ocupado por uma Autoridade Geral.

Enquanto o programa esteve sob sua direção, Stan Peterson continuou dando ênfase à
liderança local. Além disso, em vez de tirar famílias mais jovens do lugar onde moram, lançou a
nova prática de chamar professores aposentados e o respectivo cônjuge em missão para
estabelecer o programa do Seminário e Instituto em novos países.170 Após receber o
chamado para uma dessas missões, um antigo colega de trabalho do irmão Peterson
perguntou brincando: “Então, Stan, diga-me mais uma vez por que eu me aposentei cedo para
fazer de graça o que era pago pra fazer por todos aqueles anos?”171 O treinamento e
recrutamento dos membros locais pelos missionários que lideravam o programa continuaram a
gerar dividendos. O irmão Peterson destacou: “Vi pessoalmente o valor de usar as pessoas do
lugar, para que elas progredissem e se identificassem com o programa. Eles eram capazes de
sentir que o programa era deles”.172

Ao viajar com frequência para acompanhar o progresso do programa, Stan Peterson relembrou
uma experiência emocionante na Inglaterra ao visitar uma aula do Seminário diário dada por
um professor local. A turma toda chegou usando bicicletas compradas com os recursos
arrecadados pela ala, o que tornou possível que eles frequentassem o Seminário. Ele recordou:
“A professora contava com aproximadamente trinta jovens em sua aula que eram dispostos em
um grande círculo ao redor da sala que fazia com que todos olhassem diretamente para ela
enquanto ela apresentava uma bela lição. Pensei que aquilo poderia ter acontecido em Salt
Lake City, e não teria sido melhor”.173

Após a queda do comunismo na Rússia, a década de 1990 testemunhou a expansão dos


programas do Seminário e Instituto na Europa Oriental para vários outros países. Novas
fronteiras continuaram a se abrir. Os professores do Seminário e Instituto atuavam em diversas
circunstâncias para alcançar os alunos de quem cuidavam. Em todo lugar que serviam,
trabalhavam para tornar seu país natal melhor. Por décadas, Donald E. Harper foi o diretor do
Seminário e Instituto na África do Sul. Quando ele e a esposa eram recém-casados, viajaram
para Salt Lake City, para analisar a possibilidade de se mudarem para os Estados Unidos. Em
uma reunião com os Harper, o Élder Harold B. Lee aconselhou-os a ficar em seu país. O irmão
Harper relembra: “Ele olhou-me nos olhos e disse: ‘Irmão Harper, não precisamos de vocês
aqui. Voltem para a África do Sul, ajudem a edificar a Igreja lá e receberão os desejos de seu
coração.’”174 Os Harper voltaram para a África do Sul e foram chamados para liderar o
programa do Seminário e Instituto. Vendo as injustiças causadas pela segregação racial em
seu país, o irmão e a irmã Harper trabalharam para incentivar os membros da Igreja, brancos e
negros, a conviverem bem.

Antes da realização de uma conferência regional na África do Sul, com os Apóstolos Howard
W. Hunter e Boyd K. Packer, o irmão Harper pediu que o Instituto providenciasse um coro com
alunos negros e brancos. Sua esposa, Milja, foi a diretora do coro, regendo o coro misto numa
época em que na Igreja os membros brancos eram predominantes. Don Harper comentou: “A
coisa mais significativa que vi naquela experiência foi que num grupo daquela idade era
possível criar essa mistura (…) e a união. Não conseguiria ter pedido a um coro de adultos que
tivesse um terço de pessoas negras nele. (…) É a geração dos jovens que faz com que essas
coisas aconteçam. Para eles, não há distinção de cor agora”.175 Fiéis à promessa do Élder
Lee, os Harper também viram as bênçãos do templo chegarem a seu país com a abertura do
templo de Joanesburgo.

Milja Harper (na frente) conduziu um coro inter-racial do Instituto em uma conferência regional
na África do Sul. Cortesia: Don e Milja Harper

O Século XXI
Mantendo-se no Curso

Élder Paul V. Johnson

Em 2001, Stanley A. Peterson se aposentou e foi substituído por Paul V. Johnson no cargo de
Administrador de Educação Religiosa e de Ensino Fundamental e Ensino Médio. Com os
ataques terroristas em setembro de 2001, o mundo entrou em um novo período de
insegurança. A mensagem principal do programa permaneceu a mesma, mas mudanças
administrativas foram necessárias para atender à realidade de um novo mundo. O Simpósio do
SEI, realizado na BYU anualmente desde 1977, foi adiado em parte devido a preocupações
com viagens nos primeiros meses depois dos ataques. Foi permanentemente interrompido em
2003. Apesar das novas restrições para viagens terem influenciado a decisão de não mais
realizar o simpósio, também representou nova mudança de pensamento. Paul Johnson havia
sido diretor do simpósio e agora tomava a difícil decisão de acabar com ele. Mais tarde, ele
comentou: “Pude sentir que o comissário e a junta gostariam realmente de continuar a observar
os programas que tínhamos lá fora, e de serem cuidadosos com tudo o que envolvesse
viagens ou gastos extras — reavaliar tudo e ver se havia coisas das quais poderíamos abrir
mão, o que é sempre difícil”.176

Um dos problemas com o simpósio no passado era que havia sido muito centrado nos Estados
Unidos e não refletia as necessidades do sistema mundial. Em seu lugar, os Seminários e
Institutos lançaram uma transmissão anual via satélite que alcançaria os professores do S&I
em todas as partes do mundo.177 A primeira transmissão ocorreu em 1º de agosto de 2003, e
apresentou discursos dos administradores do SEI, além de discursos e treinamento dos
Élderes Richard G. Scott e Henry B. Eyring.178 A transmissão tornou-se uma tradição anual,
ao exibir mensagens dos administradores e das Autoridades Gerais, e apresentações de corais
de diferentes grupos do Seminário e Instituto em todo o mundo, o que uniu mais ainda a família
do S&I.

Em meio a inúmeras mudanças tão importantes na década, permaneceu o forte sentimento de


continuidade. O Presidente Boyd K. Packer, que, na época, atuava como Presidente Interino do
Quórum dos Doze Apóstolos, tinha raízes no S&I que remontavam à época de Abel S. Rich, o
diretor do segundo Seminário da Igreja — continuou a agir como um guia importante e mentor
dos líderes do programa. Logo depois que Paul Johnson se tornou Administrador dos
Seminários e Institutos de Religião, o Presidente Packer convidou-o a sua casa e mostrou-lhe
um rascunho da carta da Primeira Presidência instruindo os líderes da Igreja a “elevar os
padrões” relativos à dignidade e preparação dos missionários. O Comissário Johnson mais
tarde relembrou: “Ele leu a carta para mim e disse: ‘E então, o que isso tem a ver com seu
Seminário e Instituto?’ Eu disse: ‘Provavelmente significa que precisamos preparar o caminho’.
Ele disse: ‘Isso mesmo, vocês têm que prepará-los melhor. Devem certificar-se de que eles
estejam prontos para sair em missão.’”179

Nos meses seguintes tiveram conversas com o Presidente Gordon B. Hinckley, com o Élder M.
Russell Ballard, e com a administração sobre como tornar os programas do Seminário e
Instituto uma ferramenta melhor para preparar missionários. Como resultado das reuniões, a
administração lançou um documento com a nova ênfase do ensino. Entre as várias diretrizes
importantes, a nova ênfase instruía os professores a como treinar os alunos para “explicar,
compartilhar e testificar as doutrinas e os princípios do evangelho”.180

Capa do DVD produzido para explicar a Ênfase do Ensino

Em toda a sua história, as orientações proféticas fizeram dos Seminários e Institutos de


Religião uma entidade educacional excepcional. Os professores do sistema, enquanto ensinam
sobre os profetas antigos, também testificam da orientação dos profetas modernos. Roger G.
Christensen, Secretário da Junta de Educação da Igreja (e Assistente do Comissário),
lembra-se de uma experiência que ilustra o poder dos profetas modernos no ensino das
escrituras. Durante uma viagem à BYU–Idaho, o Élder Eyring perguntou se ele e o irmão
Christensen poderiam parar e visitar o Seminário em Idaho Falls, o que acarretaria atraso na
agenda. Quando se dirigiam à sala de aula, o professor muito emocionado, sabiamente
convidou o Élder Eyring a falar aos alunos. O irmão Christensen recorda:

Em uma das aulas, [o Presidente Eyring] disse: “qual é a lição de hoje?” E um dos alunos
respondeu: “Estamos aprendendo sobre Jesus chamando os doze apóstolos”. E ele disse: “Eu
também sei um pouco sobre como isso funciona!” e então falou de seu chamado para ser
membro do Quórum dos Doze, que significa ser uma testemunha especial de Cristo. E que
impacto isso teve na vida daqueles jovens! (…) Nós fomos para outra sala e ele fez a mesma
pergunta: “O que estão aprendendo hoje?” E eles responderam: “Estamos aprendendo sobre
alguns dos milagres que Jesus realizou”. Ele perguntou: “Em sua opinião, qual foi o maior
milagre?” E uma jovem, sentada na última fileira, levantou e mão e disse: “Acho que foi a
Expiação”. E quando saíamos do edifício, ele virou para mim e disse: “A Igreja está em boas
mãos porque há verdadeiros crentes nas salas de aula do Seminário”.181

O Comissário Eyring liderou o Sistema Educacional da Igreja até 2005, quando o Élder W.
Rolfe Kerr, dos Setenta foi chamado para ser Comissário do Sistema Educacional da Igreja. No
mesmo ano, Paul V. Johnson foi chamado para ser membro do Quórum dos Setenta. Garry K.
Moore sucedeu-o como Administrador de Educação Religiosa e do Ensino Fundamental e
Ensino Médio do SEI. A nova liderança continuou a edificar o trabalho de seus predecessores.
O Élder Kerr convocou os professores a “alcançar mais pessoas” e “aumentar o impacto” do
programa onde quer que sirvam.182

Chad H. Webb

Em 2008, o Élder Paul V. Johnson tornou-se Comissário do Sistema Educacional da Igreja


substituindo o Élder Kerr, e Chad H. Webb sucedeu Garry Moore como Administrador dos
Seminários e Institutos de Religião. Como novo líder dos Seminários e Institutos, o irmão Webb
salientou a importância da orientação profética no ensino que ocorre em nosso sistema. Ele
disse:

Se analisássemos os últimos dez anos de discursos proferidos ao SEI pelas Autoridades


Gerais, veríamos uma mensagem constante. É preciso convidar o Espírito Santo para enraizar
profundamente o evangelho na vida de nossos alunos. (…)

(…) O Espírito prestará testemunho das coisas que ensinamos se formos fiéis às escrituras.183

Em 2009, com a aproximação do primeiro século do Seminário, os líderes do sistema fizeram


uma declaração clara do propósito dos Seminários e Institutos de Religião: “Nosso propósito é
ajudar os jovens e os jovens adultos a entender e confiar nos ensinamentos e na Expiação de
Jesus Cristo, a qualificar-se para as bênçãos do templo e preparar a si próprios, suas famílias e
outras pessoas para a vida eterna com o Pai Celestial”.184

Para comemorar o aniversário de 100 anos do início do programa do Seminário, houve uma
transmissão mundial do centenário com o Presidente Boyd K. Packer, em 22 de janeiro de
2012.185

Epílogo
Do outro lado da rua da Granite High School, um edifício do Seminário ainda permanece no
mesmo local do edifício original. O primeiro edifício do Seminário Granite foi amplamente
remodelado em 1924 e novamente em 1929 para acomodar a crescente população de
alunos.186 Partes do edifício original permaneceram em uso até 1993, quando a estrutura
original foi demolida e construiu-se um novo edifício.187 A Granite High School fechou em
2009, mas o Seminário continua. Remodelado e renovado, o edifício agora é a sede do
programa do S&I para surdos, e as aulas são realizadas e apresentadas em videoconferências
na Linguagem Americana de Sinais com transmissão para alunos em lugares distantes. Onde
os alunos do local se reuniam, agora reúnem-se alunos de várias partes dos Estados Unidos.

O espírito de inovação que lançou o Seminário há cem anos ainda vive entre suas paredes. O
cenário cultural, educacional e geográfico do Seminário mudou drasticamente, mas o alicerce
espiritual e as verdades básicas por trás do Seminário continuam os mesmos. O Seminário,
que era um programa pequeno iniciado por uma estaca, cresceu e tornou-se um trabalho
mundial para pregar o evangelho, ajudar o sacerdócio e fortalecer as famílias da Igreja. Como o
profeta Alma ensinou: “É por meio de coisas pequenas e simples que as grandes são
realizadas” (Alma 37:6). O Seminário espalhou-se e de um início humilde, transformou-se em
um programa que alcança todas as áreas onde a Igreja está. No ano de seu centenário, as
matrículas no Seminário chegaram a 375.389 alunos em 146 países enquanto o programa do
Instituto matriculou 352.441 alunos em 144 países, o que totaliza 727.830 alunos no mundo
todo.188 Sem dúvida o próximo século do programa do Seminário vai ver inovações tão
radicais quanto o Seminário em horário escolar, Seminário diário pela manhã e Seminário do
lar foram em sua época. Os métodos de ensino, o currículo e a tecnologia mudaram com o
tempo, mas os princípios básicos do Seminário — o relacionamento professor-aluno, o poder
da palavra e o fortalecimento advindo da reunião dos jovens — permanecem os mesmos. O
Élder Henry B. Eyring resumiu muito bem a essência do Seminário ao dizer: “Quando o
Seminário funciona, sempre há um professor que tem testemunho e que ama os jovens”.189

O edifício do Seminário Granite em novembro de 2011

Notas
1. A capa deste documento estampa o edifício do Seminário Granite.

2. Ver “Seminaries and Institutes of Religion Annual Report for 2011”, pp. 1–3. Os números do
S&I mostram que há atualmente 369.373 alunos matriculados no Seminário e 348.111 no
Instituto no mundo todo. Há 3.293 funcionários em tempo parcial e integral e 46.244
missionários de serviço da Igreja e professores chamados. Em 2011, 21.041.020 horas de
serviço foram doadas ao programa do S&I por missionários de tempo integral, missionários de
serviço da Igreja em tempo parcial e professores chamados.

3. Boyd K. Packer, “Teach the Scriptures”, (discurso para educadores religiosos do SEI, 14 de
outubro de 1977), p. 3.

4. Joseph F. Merrill, “A New Institution in Religious Education”, Improvement Era, janeiro de


1938, p. 12.

5. Ver Albert Theodore Tuttle, “Released Time Religious Education Program of the Church of
Jesus Christ of Latter-day Saints”, (dissertação de mestrado, Universidade Stanford, 1949), p.
56.

6. Ver Joseph F. Darowski, “Schools of the Prophets: An Early American Tradition”, Mormon
Historical Studies, vol. 9, no. 1 (Primavera 2008), pp. 1–14.

7. James R. Clark, Messages of the First Presidency of The Church of Jesus Christ of
Latter-day Saints, 6 vols., 1965–1975, vol. 3, p. 168.

8. Ver John D. Monnett, “The Mormon Church and Its Private School System in Utah: The
Emergence of the Academies, 1880–1892” (tese de doutorado, Universidade de Utah, 1984).

9. Ver D. Michael Quinn, “Utah’s Educational Innovation: LDS Religion Classes 1890–1929”,
Utah Historical Quarterly, 43:8, pp. 379–384. O trabalho mais abrangente com relação às aulas
de religião SUD é de Brett D. Dowdle, “‘A New Policy in Church School Work’: The Founding of
the Mormon Supplementary Religious Education Movement”, (dissertação de mestrado,
Universidade Brigham Young, 2011)
10. Ver Milton L. Bennion, Mormonism and Education, 1939, p. 177.

11. Ver Charles Coleman e Dwight Jones, comp., “History of Granite Seminary”, 1933, pp. 4–5,
manuscrito não publicado, MS 2337, Biblioteca de História da Igreja.

12. Merrill, “A New Institution”, p. 55.

13. Ver Casey Paul Griffiths, “The First Seminary Teacher”, Religious Educator, vol. 9, no. 3,
2008, pp. 115–130.

14. Thomas J. Yates, “Autobiography and Biography of Thomas Jarvis Yates”, Biblioteca de
História da Igreja, p. 42.

15. Ver Merrill, “A New Institution”, p. 55.

16. Ver Coleman e Jones, “History of Granite Seminary”, 1933, pp. 6–7.

17. Ver Coleman e Jones, “History of Granite Seminary”, 1933, p. 7.

18. Ver Yates, “Autobiography”, p. 80.

19. Ver “New Building Dedicated at Granite, the Oldest Seminary in the Church”, 10 de
setembro de 1994,
www.ldsChurchNews.com/articles/24154/New-building-dedicated-at-Granite-the-oldest-Seminar
y-in-the-Church.html.

20. Ward H. Magleby, “Granite Seminary 1912”, Impact: Weekday Religious Education Quarterly
(Inverno 1968), p. 15.

21. Ver Coleman e Jones, “History of Granite Seminary”, p. 8; Yates, “Autobiography”, p. 81.

22. Henry B. Eyring, “To Know and to Love God”, (Uma Autoridade Geral Fala a Nós,
Presidente Henry B. Eyring, 26 de fevereiro de 2010, p. 5.

23. Ver Tuttle, “Released Time Religious Education”, pp. 69–70.

24. Ver Tuttle, “Released Time Religious Education”, pp. 71–74.

25. Ver Atas da Junta Geral de Educação de Utah, 5 de janeiro de 1916, citadas em Tuttle,
“Released Time Religious Education”, pp. 65–66.

26. Atas da Junta Geral de Educação de Utah, 27 de janeiro de 1915, Centennial History
Project Papers, UA 566, caixa 24, pasta 8, Coleções Especiais da BYU.

27. Ver Kenneth G. Bell, “Adam Samuel Bennion: Superintendant of LDS Education — 1919 to
1928”, (dissertação de mestrado, Universidade Brigham Young, 1969), p. 48.

28. Ver Bell, “Adam Samuel Bennion”, pp. 51–54. Enquanto a maioria das academias era
fechada, algumas escolas eram mantidas e até passaram a funcionar como faculdades para o
treinamento de professores. Entre as escolas mantidas estavam a Dixie College, Snow College,
Weber College, LDS University em Salt Lake City, Brigham Young College em Logan, Gila
College no Arizona, e Ricks College em Idaho. A Academia Juarez no México foi mantida e
permanece aberta em 2012. Ver Scott C. Esplin, “Education in Transition: Church and State
Relationships in Utah Education, 1888–1933”, (tese de doutorado, Universidade Brigham
Young, 2006), pp. 164–165.

29. Ver Tuttle, “Released Time Religious Education”, pp. 71–73.

30. Atas da Junta Geral de Educação, 3 de março de 1920, citadas em Bell, “Adam Samuel
Bennion”, p. 53.

31. Ver Bell, “Adam Samuel Bennion”, p. 54.

32. Ver Bell, “Adam Samuel Bennion”, pp. 76–77.

33. William E. Berrett, “My Story”, p. 38, manuscrito não publicado, Coleções Especiais da BYU.

34. Citado em Bell, “Adam Samuel Bennion”, pp. 84, 86.

35. Citado em Bell, “Adam Samuel Bennion”, p. 90.

36. Ver William E. Berrett, A Miracle in Weekday Religious Education (1988), p. 49.

37. Para saber mais sobre J. Wyley Sessions, ver Griffiths, “The First Institute Teacher”, pp.
175–201.

38. História oral de J. Wyley e Magdalene Sessions, entrevista a Richard O. Cowan, 29 de


junho de 1965, transcrita de gravação em áudio por Casey P. Griffiths, pp. 8–9. Ver também
história oral de J. Wyley Sessions, entrevista de Marc Sessions, 12 de agosto de 1972, Laguna
Hills, Califórnia, “The Joint Oral History Project,” Clube Emérito da Associação de Ex-Alunos da
Universidade Brigham Young, 1982, Arquivos da BYU, MS 15866, Biblioteca de História da
Igreja; Leonard J. Arrington, “The Founding of LDS Institutes of Religion”, Diálogo, vol. 2, no. 2
(Verão 1967), pp. 137–147; Ward H. Magleby, “1926, Another Beginning, Moscow, Idaho,”
Impacto, Inverno 1968, p. 22; Dennis A. Wright, “The Beginnings of the First LDS Institute of
Religion at Moscow, Idaho,” Mormon Historical Studies, 10:1 (Primavera 2009), p. 72.
39. História oral de Sessions, 1965, p. 9.

40. Para saber mais sobre as primeiras tentativas de levar a educação da Igreja a Moscow, ver
Wright, “Beginnings of the First LDS Institute”, pp. 65–72.

41. História oral de Sessions, 1972, p. 5.

42. Ver Magleby, “1926, Another Beginning”, p. 23; História oral de Sessions, 1965, p. 13.

43. Ao comparecer a uma apresentação sobre J. Wyley Sessions na Conferência da


Associação de História Mórmon realizada em maio de 2011, Casey P. Griffiths foi abordado por
um homem mais velho que conheceu o irmão Sessions pessoalmente. Ele imediatamente
começou a rir ao pensar em seu antigo professor e confirmou o apelido “Smiley Wyley”.

44. Magleby, “1926, Another Beginning”, p. 31.

45. Magleby, “1926, Another Beginning”, p. 32. Como um dos primeiros nativos de Utah a obter
o título de Ph.D., o Comissário Merrill estava familiarizado com as lutas que descreveu em sua
carta. Ele experimentou-as quando jovem ao frequentar a Universidade John Hopkins. Ver
Casey P. Griffiths, “Joseph F. Merrill: Latter-day Saint Commissioner of Education, 1928–1933
(tese de mestrado, Universidade Brigham Young, 2007), pp. 24–30; Joseph F. Merrill, “The Lord
Overrules”, Improvement Era, julho de 1934, pp. 413, 447.

46. Ver história oral de Sessions, 1965, p. 12.

47. Ver Wright, “Beginnings of the First LDS Institute”, p. 72.

48. Magleby, “1926, Another Beginning”, p. 27.

49. J. Wyley Sessions to Ward H. Magleby, 29 de dezembro de 1967, Laguna Hills, Califórnia,
Coleção Sessions, caixa 2, pasta 5, Coleções Especiais da BYU.

50. Ver J. Wyley Sessions, “The Latter-day Saint Institutes”, Improvement Era, julho de 1935, p.
414.

51. J. Wyley Sessions to Ward H. Magleby, 6 de janeiro de 1968, Laguna Hills, Califórnia,
Coleção Sessions, caixa 2, pasta 5, Coleções Especiais da BYU.

52. Ver Magleby, “1926, Another Beginning”, p. 32.

53. Ver Arrington, “Founding of LDS Institutes”, p. 143.


54. Ver Arrington, “Founding of LDS Institutes”, p. 143.

55. Ver Griffiths, “First Institute Teacher”, pp. 187–191.

56. Sessions, “The Latter-day Saint Institutes”, p. 412.

57. Ver “Seminaries of LDS Church Put under Study by School Officials”, Salt Lake Tribune, 9
de janeiro de 1930, pp. 1, 14.

58. Ver “Seminaries of LDS Church”, p. 14.

59. Ver “Seminaries of LDS Church”, p. 14.

60. Ver “Seminaries of LDS Church”, p. 14.

61. “Head of System Answers Attack upon Seminaries”, Deseret News, 9 de janeiro de 1930, p.
1.

62. Ver “Church Leaders Protest Battle on Seminaries”, Deseret News, 7 de abril de 1930, p. 1.

63. Merrill para a Junta de Educação do Estado de Utah, “A Reply to Inspector Williamson’s
Report to the State Board of Education on the Existing Relationship between Religious
Seminaries and Public High Schools in the State of Utah and Comments Thereon by a Special
Committee of the Board,” 3 de maio de 1930, Coleção Buchanan, caixa 57, pasta 13, Coleções
Especiais da Universidade de Utah, pp. 23–24.

64. Ver “State Retains Credit Rating of Seminaries”, Salt Lake Tribune, 24 de setembro de
1931.

65. Ver Ernest L. Wilkinson, ed., Brigham Young University: The First One Hundred Years, 4
vols., 1975–1976, vol. 2, p. 288.

66. Ver Russel B. Swensen, “At the University of Chicago Divinity School: A Personal
Reminiscence,” Diálogo, Verão, 1972, pp. 37–47; T. Edgar Lyon Jr., T. Edgar Lyon: A Teacher in
Zion, 2002, pp, 123–145; Casey Paul Griffiths, “The Chicago Experiment: Finding the Voice and
Charting the Course of Religious Education in the Church,” Estudos da BYU, vol. 49, no. 4,
2010, pp. 91–130.

67. Ver Joseph F. Merrill Succeeds Dr. Widtsoe in Europe”, Deseret News, 18 de julho de 1933,
p. 1.

68. Citado em Richard Sherlock, “Faith and History: The Snell Controversy”, Diálogo, vol. 12,
no. 1, Primavera 1979, pp. 27–41.
69. J. Reuben Clark Jr., “O Curso Traçado para a Igreja nos Assuntos Educacionais” (discurso
para líderes do Seminário e Instituto de Religião, 8 de agosto de 1938, pp. 4–5; ver também
Improvement Era, setembro de 1938, p. 571.

70. Sterling M. McMurrin e L. Jackson Newell, Matters of Conscience: Conversations with


Sterling M. McMurrin on Philosophy, Educação e Religião, 1996, p. 115.

71. S. O. Bennion, Deseret News Publishing Co., a J. Reuben Clark, 15 de agosto de 1938,
Clark Papers, MSS 303, caixa 215, pasta 8, Biblioteca da História da Igreja.

72. J. Reuben Clark a Samuel O. Bennion, 20 de agosto de 1938, Clark Papers, caixa 215,
pasta 8, Biblioteca de História da Igreja.

73. Clark, “O Curso Traçado”, p. 2.

74. Ver Tuttle, “Released Time Religious Education”, pp. 71–72.

75. Ver Berrett, Miracle in Weekday Religious Education, 1988, p. 224.

76. Ver Berrett, Miracle in Weekday Religious Education, 1988, p. 54.

77. Berrett, “My Story”, pp. 41–42.

78. Ver Tuttle, “Released Time Religious Education”, p. 76.

79. J. Reuben Clark office journal, 21 de março de 1940, adendo, Clark Papers, caixa 11, pasta
1, Biblioteca de História da Igreja; ênfase no original.

80. Ver M. Lynn Bennion, Recollections of a School Man: The Autobiography of M. Lynn
Bennion, 1987, p. 108.

81. J. Reuben Clark a J. Karl Wood, 27 de maio de 1941, Clark Papers, MS 303, caixa 224,
Biblioteca de História da Igreja.

82. Ver Boyd K. Packer, “A History of the Indian Seminaries of the Department of Education,
Church of Jesus Christ of Latter-day Saints”, p. 1, manuscrito não publicado, Coleção William E.
Berrett, MSS 1955, caixa 1, pasta 1, Coleções Especiais da BYU.

83. Entrevista no escritório central de George Durant a Leland Gentry, 14 de junho de 1991,
Registro da Igreja, pp. 102 157, Biblioteca de História da Igreja, p. 5.

84. Ver Packer, “History of the Indian Seminaries”, p. 11.


85. Ver Frederick S. Buchanan, “Masons and Mormons: Released-Time Politics in Salt Lake
City, 1930–1956”, Journal of Mormon History, vol. 19, no. 1, 1993, pp. 61–115.

86. Citado em Buchanan, “Masons and Mormons”, pp. 94–95. O homem que pagou pelo
anúncio e cujo nome apareceu nele como seu patrocinador, David W. Saunders, mais tarde
admitiu que entendeu mal o programa de horário escolar e seu objetivo. Vindo de Indiana no
ano anterior, Saunders nem mesmo sabia o significado da sigla SUD. Saunders afirmou que o
anúncio foi pago por Jack Mórmons — metade mórmon e metade nada; ele nem mesmo
compareceu à reunião da junta na qual o anúncio pedia que protestassem. Pelo restante da
década de 1940 e na de 1950, o Seminário em horário escolar foi estabelecido gradualmente
no Distrito Escolar de Salt Lake. Ver também Buchanan, pp. 96–102.

87. Kenneth W. Godfrey a David B. Rimington, 17 de março de 1986, David B. Rimington,


Vistas on Visions: A Golden Anniversary History of Church Education in Southern California,
1988, p. 22 Ver também “Early-Morning Seminary Celebrates 60 Years”, 27 de setembro de
2010,
http://LDS.org/church/news/early-morning-seminary-celebrates-60-years?lang=eng&query=earl
y+morning+seminary.

88. Entrevista de E. Garrett Barlow a David Rimington, junho de 1985, em Rimington, Vistas on
Visions, p. 21.

89. Ver Dennis A. Wright, “Good Morning Los Angeles: The Beginning of the Early Morning
Seminary Program”, Regional Studies in Latter-day Saint Church History: Califórnia, ed. David
F. Boone, Robert C. Freeman, Andrew H. Hedges e Richard Neitzel Holzapfel, 1998, p. 224.

90. Ver Wright, “Good Morning Los Angeles”, p. 225.

91. Ray L. Jones, relatório de cinco páginas sobre o início do seminário diário em Los Angeles,
citado em Wright, “Good Morning Los Angeles”, p. 225.

92. Ver Wright, “Good Morning Los Angeles”, pp. 227–229. As seis estacas escolhidas foram
Los Angeles, Inglewood, Los Angeles Sul, Pasadena, San Fernando e Los Angeles Oeste.

93. Entrevista de Ina Easton a David B. Rimington, julho de 1985, citado em Wright, “Good
Morning Los Angeles”, pp. 229–230.

94. Ver Wright, “Good Morning Los Angeles”, p. 233.

95. Até 2010, as matrículas no seminário diário eram 216.961 e as do horário escolar, 115.787.
Ver “Seminaries and Institutes of Religion Annual Report for 2010”, p. 2.
96. Ver Ernest L. Wilkinson e W. Cleon Skousen, Brigham Young University: A School of
Destiny, 1976, pp. 479–480.

97. A melhor fonte sobre o trabalho de William E. Berrett na educação da Igreja é encontrada
em Berrett, “My Story”.

98. O Élder Lee estava citando o Élder Matthew Cowley.

99. Summer School Lectures, 1954, notas não publicadas de Harold B. Lee, localizadas na
biblioteca de pesquisa do Seminário e Instituto.

100. Berrett, “My Story”, p. 77.

101. Berrett, “My Story”, p. 129.

102. Marshall T. Burton citando George D. Durrant, entrevista de Casey P. Griffiths, 3 de


fevereiro de 2011, p. 8.

103. Entrevista no escritório central de Boyd K. Packer a Leland Gentry, 17 de janeiro de 1992,
registro da Igreja pp. 102 157, caixa 2, pasta 31, Biblioteca de História da Igreja, p. 8.

104. História oral de A. Theodore Tuttle entrevista a Gordon Irving, OH 360, Biblioteca de
História da Igreja, p. 116.

105. Lucile C. Tate, Boyd K. Packer: A Watchman on the Tower, 1995, p. 121.

106. Boyd K. Packer, Teach Ye Diligently, 1991, p. 208.

107. Packer, Teach Ye Diligently, p, 210.

108. Packer, Teach Ye Diligently, p. 211.

109. Entrevista de Tuttle, p. 124.

110. Tate, Boyd K. Packer, p. 121.

111. Ver Berrett, “My Story”, pp. 79–80.

112. Ver David O. McKay Diary, 20 de abril de 1961, David O. McKay Papers, MS 668, caixa
46, pasta 5, Coleções Especiais da Universidade de Utah.

113. Ver Mark L. Grover, A Land of Promise and Prophecy: Elder A. Theodore Tuttle in South
America, 1960–1965, 2008, pp. 86–87; atas da reunião com Ernest L. Wilkinson e William E.
Berrett, 1° de junho de 1961, Arquivos administrativos do SEI, registro da Igreja pp. 102, 125,
caixa 11, pasta 10, Biblioteca de História da Igreja. Os arquivos administrativos do SEI no
período mostram uma grande quantidade de pedidos da América Latina para os programas dos
Seminários e Institutos, alguns escritos pelo próprio Élder Tuttle, e que coincidem com o
período de cinco anos em que ele supervisionou o trabalho na região. Solicitações dos
programas na Guatemala, no Brasil, no Uruguai, na Argentina, e na Missão dos Andes (Peru,
Equador, e Bolívia) podem ser encontrados em registros desse período (ver arquivos
administrativos do SEI, caixa 11, pastas 8–10, Biblioteca de História da Igreja).

114. Boyd K. Packer a David O. McKay e conselheiros, 18 de fevereiro de 1963; uma cópia
completa dessa carta se encontra no Diário McKay, 5 de março de 1963, caixa 53, pasta 7,
McKay Papers, Coleções Especiais da Universidade de Utah; ênfase no original.

115. Carta de Lt. Col. A. E. Haines a William E. Berrett, 1º de setembro de 1963, Nova York,
arquivos administrativos do SEI, caixa 10, pasta 10, Biblioteca de História da Igreja.

116. Ver entrevista de William E. Berrett a E. Dale LeBaron, 6 de maio de 1991, p. 2 (cópia em
poder de Casey P. Griffiths).

117. Ver William E. Berrett, A Miracle in Weekday Religious Education (1988), p. 160.

118. História oral de William E. Berrett, entrevista a Thomas E. Cheney, 27 de janeiro de 1982,
UA OH 69, Coleções Especiais da BYU, p. 16. Ver também história oral de Berrett, 1991, p. 5.

119. Ver Donald Wilson, “History of the Latter-day Saint Home Study Program”, p. 1, manuscrito
não publicado, MS 4941, Biblioteca de História da Igreja.

120. Ver entrevista de Donald R. Bond a E. Dale LeBaron, 13 de junho de 1991, p. 4 (cópia em
poder de Casey P. Griffiths). Donald R. Bond, “A New Type of Seminary: A Grain of Mustard
Seed”, p. 2, manuscrito não publicado (cópia em poder de Casey P. Griffiths). As três áreas
selecionadas para o teste foram Des Moines e Davenport, em Iowa, e Vincennes, em Indiana.

121. Ver Bond, entrevista, 1991, p. 16.

122. Ver entrevista de Donald B. Jessee a E. Dale LeBaron, 5 de julho de 1991, pp. 18–19, 21
(cópia em poder de Casey P. Griffiths).

123. Ver Arnold J. Stringham, “My Experience in Seminary Curriculum”, pp. 3–4, manuscrito não
publicado (cópia em poder de Casey P. Griffiths; cortesia: Arnold Stringham).

124. R. Wayne Linke a Ernest L. Eberhard Jr., 20 de dezembro de 1967, Marshalltown, Iowa
(cópia em poder de Casey P. Griffiths).
125. Bond, “A New Type of Seminary”, p. 5.

126. Ver entrevista de J. L. Jaussi a E. Dale LeBaron, 28 de maio de 1991, p. 7 (cópia em


poder de Casey P. Griffiths).

127. Ver entrevista de John e Diane Madsen a E. Dale LeBaron, 8 de agosto de 1991, p. 34.

128. Entrevista de Madsen, p. 40.

129. Entrevista de Madsen, p. 43.

130. Ver entrevista de Madsen, p. 74.

131. Ver John Madsen, “A Brief Account of the Introduction of the Church Education in Great
Britain”, p. 4, manuscrito não publicado (cópia em poder de Casey P. Griffiths).

132. Ver entrevista de LaVelle Moss a E. Dale LeBaron, 12 de junho de 1991, pp. 23–24 (cópia
em poder de Casey P. Griffiths).

133. Ver E. Dale LeBaron, “Go Ye into All the World: Pioneering in Church Education”, p. 65,
manuscrito não publicado, biblioteca de pesquisa dos Seminários e Institutos.

134. Entrevista de Clarence F. Schramm a Casey P. Griffiths, 8 de novembro de 2010, p. 25.


Logo depois da aposentadoria de Berrett, o Comissário Maxwell pediu-lhe para compilar a
história dos Seminários e Institutos, uma designação que ele abraçou de todo o coração. Ao
final, ele compilou cinco volumes de material — mais de 3.000 páginas; ver Berrett, Miracle in
Weekday Religious Education, p. xi.

135. Ver Berrett, “My Story”, pp. 80–81.

136. Citado em Daniel Lund Hess, “The Evolution of Media in the Church Educational System of
The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints” (tese de mestrado, Universidade Brigham
Young, 2002), p. 23.

137. Entrevista de George D. Durrant a Casey P. Griffiths, 25 de fevereiro de 2011.

138. Ver Hess, “Evolution of Media”, p. 22.

139. Ver história oral de Joe J. Christensen, entrevista a David J. Whitaker, 1977, OH 319,
Biblioteca de História da Igreja, p. 8.

140. Ver entrevista de Neal A. Maxwell a E. Dale LeBaron, 3 de março de 1992, p. 3 (cópia em
poder de Casey P. Griffiths).
141. Ver história oral de Christensen 1977, p. 10.

142. Joe J. Christensen, “The Globalization of the Church Educational System”, em Reid L.
Neilson, ed., Global Mormonism in the 21st Century, 2008, p. 191.

143. Ver entrevista de David A. Christensen a E. Dale LeBaron, 19 de maio de 1991, p. 73


(cópia em poder de Casey P. Griffiths).

144. Ver entrevista de Christensen, 1991, p. 25.

145. Ver entrevista de Stephen K. Iba a E. Dale LeBaron, 26 de junho de 1991, p. 25 (cópia em
poder de Casey P. Griffiths).

146. Ver entrevista de Robert B. Arnold a E. Dale LeBaron, 2 de maio de 1991, p. 12 (cópia em
poder de Casey P. Griffiths).

147. Ver entrevista de Richard L. Brimhall a E. Dale LeBaron, 11 de junho de 1991, p. 99 (cópia
em poder de Casey P. Griffiths).

148. Ver entrevista de Joe J. Christensen a E. Dale LeBaron, 13 de abril de 1991, p. 30 (cópia
em poder de Casey P. Griffiths).

149. Ver entrevista de Bruce M. Lake a E. Dale LeBaron, 1º de maio de 1991, pp. 9–10 (cópia
em poder de Casey P. Griffiths).

150. Ver Spencer J. e Shirley J. Palmer, eds., The Korean Saints: Personal Stories of Trial and
Triumph, 1950–1980, 1995, pp. 184–190.

151. História oral de Neal A. Maxwell, entrevista a E. Dale LeBaron, 3 de março de 1992, p. 19
(cópia em poder de Casey P. Griffiths).

152. História oral de Franklin D. Day, entrevista a David J. Whittaker, 22 de julho de 1977, OH
366, Biblioteca de História da Igreja, p. 16.

153. História oral de Day, 1977, a Whittaker, p. 18.

154. Entrevista de Franklin. D. Day a E. Dale LeBaron, 3 de maio de 1991, p. 37 (cópia em


poder de Casey P. Griffiths).

155. Joe J. Christensen, “Abiding by its Precepts,” Gaye Strathearn e Charles Swift, eds., Living
the Book of Mormon: Abiding by its Precepts, Simpósio Sidney B. Sperry, 2007, p. 3.
156. Ver Berrett, Miracle in Weekday Religious Education, p. 188.

157. Citado em Raymond Kuehne, Mormons as Citizens of a Communist State: A Documentary


History of The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints in East Germany, 1945–1990, 2010,
p. 181.

158. Entrevista de Henry Kosak a Casey P. Griffiths, 7 de abril de 2011, p. 3. O irmão Kosak
tornou-se professor do Seminário, e hoje serve como diretor de área do S&I na área Europa
Oriental.

159. Kuehne, Mormons as Citizens of a Communist State, pp. 181–182.

160. Kelly P. Anderson, Sean R. Dixon, Tracy R. Kirkham e Gregory B. Wightman, “Foundations
of Sequential Scripture Teaching in the Church Educational System”, p. 8, manuscrito não
publicado, Universidade de Phoenix, 1997 (cópia em poder de Casey P. Griffiths).

161. Entrevista de Stanley A. Peterson a Jeffrey L. Anderson, 17 de fevereiro de 2000, p. 23;


cortesia da transcrição: Seminários e Institutos.

162. Entrevista de Peterson, 2000, p. 23.

163. Ver Anderson, “Foundations of Sequential Scripture Teaching”, p. 9.

164. Anderson, “Foundations of Sequential Scripture Teaching”, p. 10.

165. Anderson, “Foundations of Sequential Scripture Teaching”, p. 11.

166. Bruce R. McConkie, “The Foolishness of Teaching” (discurso aos educadores religiosos do
SEI, 19 de setembro de 1981), p. 7.

167. Ver Hess, “Evolution of Media”, p. 37.

168. Entrevista de Paul V. Johnson a Casey P. Griffiths, 19 de janeiro de 2010, p. 2.

169. Ver entrevista de Johnson, 2010, p. 3.

170. Ver entrevista de Stanley A. Peterson a E. Dale LeBaron, 1º de maio de 1991, p. 7 (cópia
em poder de Casey P. Griffiths).

171. Entrevista de Peterson, 1991, p. 8.

172. Entrevista de Peterson, 1991, p. 21.


173. Entrevista de Peterson, 1991, p. 23.

174. Conversa telefônica de Don e Milja Harper com Casey P. Griffiths, 25 de outubro de 2011.

175. Conversa telefônica, Harper.

176. Entrevista de Johnson, 2010, p. 7.

177. S&I é a abreviação de Seminários e Institutos de Religião, o nome usado para os


programas educacionais religiosos do Sistema Educacional da Igreja. Durante anos, os
programas dos Seminários e Institutos foram chamados por vários nomes, às vezes
simplesmente SEI ou Sistema Educacional da Igreja. Deve-se notar, entretanto, que o Sistema
Educacional da Igreja é um termo usado para cinco entidades educacionais diferentes
administradas pela Igreja — a Universidade Brigham Young, a Universidade Brigham
Young–Hawaí, a Universidade Brigham Young–Idaho, o LDS Business College, e os
Seminários e Institutos de Religião (o que inclui as instituições de Ensino Fundamental e
Ensino Médio no Pacífico e México). Reconhecendo a confusão que esses termos poderiam
gerar, em 10 de março de 2008, a Junta de Educação da Igreja enviou um memorando
anunciando uma mudança do nome organizacional da educação religiosa para Seminários e
Institutos de Religião.

178. Discursos disponíveis no site si.LDS.org após acessar o sistema.

179. Entrevista de Johnson, 2010, p. 10.

180. Teaching and Learning Emphasis, 2009.

181. Entrevista de Roger G. Christensen a Casey P. Griffiths, 1º de setembro de 2010, p. 29.

182. W. Rolfe Kerr, “On the Lord’s Errand” (treinamento do SEI via satélite, agosto de 2005), p.
7.

183. Chad H. Webb, “Deepening Conversion” (treinamento do SEI via satélite, 7 de agosto de
2007, pp. 1, 4.

184. The Teaching and Learning Emphasis.

185. O discurso do centenário proferido por Boyd K. Packer, “Como Sobreviver em Território
Inimigo”, pode ser encontrado online no site www.si.LDS.org ou www.LDS.org

186. Ver Coleman e Jones, “History of Granite Seminary, 1933”, pp. 18, 23.

187. Ver “Granite Seminary: Spanking New Building Now Stands Where First Classes Were
Held in 1912”, Church News, 4 de setembro de 1993, pp. 8–9.

188. Total de matriculados em 2010–2011 no relatório anual do S&I para 2012, p. 5.

189. Henry B. Eyring, “Uma Conversa a Respeito do Estudo das Escrituras”, A Liahona, julho
de 2005, p. 8.

Publicada por A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias

Salt Lake City, Utah

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Impresso no Brasil

Aprovação do inglês: 12/11.


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