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Planejamento Tributário

Material Teórico
Elaborando o Planejamento Tributário II

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Me. José Carlos Pereira Almeida

Revisão Textual:
Prof.ª Me. Graziela de Faria Santos Soares

Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Vera Lídia de Sá Cicaroni
Elaborando o Planejamento Tributário II

• Elaborando o Planejamento Tributário II.

OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Aprender mais algumas premissas para um bom planejamento tributário, principalmente
para as empresas tributadas pelo Lucro Real.
• Conforme já conversamos, as empresas do Lucro Real permitem uma administração mais
detalhada dos tributos, permitindo maiores ajustes, adições, exclusões e a prática efetiva
de um planejamento tributário.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Elaborando o Planejamento Tributário II

Contextualização
Acesse o link a seguir e leia o artigo sobre Planejamento Tributário com Ênfase em Em-
Explor

presas Optantes pelo Lucro Real, de Adiléia Ribeiro Santos e Rúbia Carla Mendes de Olivei-
ra, publicado no Congresso do Conselho Federal de Contabilidade – CFC.
http://www.congressocfc.org.br/hotsite/trabalhos_1/361.pdf

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Elaborando o Planejamento Tributário II
Em continuidade a nossa disciplina, vamos ver algumas indicações e regras que
auxiliam uma gestão tributária mais eficiente. Nesta unidade, nosso foco serão as
empresas do Lucro Presumido e, principalmente, do Lucro Real, que é a sistemáti-
ca que permite uma maior aplicação do planejamento tributário.
Inicialmente, vamos ver como funciona a distribuição de lucros para o Lucro
Presumido e para o Arbitrado:
Na sistemática do Lucro Presumido ou do Arbitrado, a distribuição de lu-
cros e dividendos não terá a incidência do imposto de renda. Isso porque
o valor a ser distribuído será o valor líquido após o pagamento de IRPJ,
inclusive do adicional, da CSLL e do pagamento das contribuições sociais
PIS e COFINS.
Mas atenção: o valor líquido calculado após a dedução de todos os tri-
butos deve ser superior ao lucro contábil. Isto porque, caso a empresa
distribua aos acionistas um valor maior que o resultado contábil, terá que
reduzir o Capital Social da empresa, pois tal prática é vedada pela legis-
lação. Vamos ver o exemplo a seguir para facilitar nossa compreensão:

Lucro Presumido Líquido (LPL) Lucro contábil


Base de cálculo IRPJ............R$ 116.200,00 Lucro contábil apurado em
(-) IRPJ..................................R$ 23.050,00 31.12.xx...............................R$ 20.0000,00

(-) CSLL.................................R$ 12.618,00


(-) PIS......................................R$ 6.285,50
(-) COFINS............................R$ 29.010,00
LPL........................................R$ 45.236,50
Fonte: Massambani (2010, p.53)

Nesse exemplo, se a empresa distribuir R$ 45.236,50, o valor excedente, em


comparação com o lucro contábil, será abatido do Capital Social da empresa. E tal-
vez essa diferença entre o LPL e o lucro contábil seja um indício de que a empresa
talvez venha a ter melhores resultados se apurar seus tributos pelo Lucro Real.
Por outro lado, vamos imaginar o mesmo exemplo alterando apenas o resultado
contábil para R$ 50.000,00. Dessa maneira, o lucro total poderá ser distribuído
sem problema algum.

Lucro Presumido Líquido (LPL) Lucro contábil


Base de cálculo IRPJ............R$ 116.200,00 Lucro contábil apurado em
(-) IRPJ..................................R$ 23.050,00 31.12.xx...............................R$ 50.0000,00

(-) CSLL.................................R$ 12.618,00


(-) PIS......................................R$ 6.285,50
(-) COFINS............................R$ 29.010,00
LPL........................................R$ 45.236,50
Fonte: Massambani (2010, p.53)

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UNIDADE Elaborando o Planejamento Tributário II

Na sistemática do Lucro Real, o valor distribuído também não sofrerá a


incidência do imposto na fonte nem integrará a base de cálculo do impos-
to do beneficiário, seja ele pessoa física ou jurídica, domiciliada no país
ou no exterior.

Mas, nessa sistemática, podemos também realizar pagamentos aos só-


cios via Juros sobre Capital Próprio (JCP).

O maior benefício, na utilização do JCP, é que ele é considerado uma despesa


financeira, logo é dedutível, reduzindo, assim, a base de cálculo tributável do IRPJ
e da CSLL.
O pagamento dos juros sobre capital próprio é facultativo e tem como legislação
a Lei nº 9.249/1995, que conceitua JCP como uma forma de remuneração aos
sócios com pagamento de juros sobre o capital social.
Além de reduzir a base de cálculo dos tributos federais ( IR E CSLL), o pagamen-
to do JCP pode substituir o pró-labore.

Você Sabia? Importante!

Que o pró-labore é a remuneração dos sócios que trabalham na empresa e corresponde


ao salário de um administrador contratado para isso. Assim, o valor do pró-labore deve
ser definido com base nos salários de mercado para esse tipo de atividade. O pró-labore
tem a incidência de:
=== INSS de 11% descontado do beneficiário (sócio) conforme tabela
===INSS patronal – 20%
===IRRF descontado do beneficiário (sócio) conforme tabela
Nesse contexto, a empresa terá como despesa os 20% de INSS (patronal). Quanto à con-
tribuição previdenciária e ao IRRF descontado do beneficiário, estes serão descontados e
a empresa será apenas o responsável tributário pela retenção e pelo recolhimento desses
valores aos cofres públicos.

Vamos imaginar um pró-labore de R$ 5.000,00. Os tributos incidentes serão:

CÁLCULO DO PRÓLABORE
PRÓ - LABORE R$ 5.000,00
(-) INSS 11% - R$ 550,00
(-) IRRF - R$ 365,12
LÍQUIDO A RECEBER R$ 4.084,88

Além disso, a empresa terá um custo de INSS a recolher. Vejamos: além do valor
retido do sócio, a empresa deve recolher mais 20% sobre o valor do Pró-labore, ou
seja, nesse caso, vai recolher R$ 1.500,00.

Conforme discutimos, podemos substituir o pró-labore pelo JCP, que, além de


reduzir os tributos incidentes, conforme demonstrado acima, reduz também a base
de cálculo do Lucro Real.

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Vale ressaltar que existem regras para aplicação do JCP. Em primeiro lugar, a em-
presa deve apurar seus tributos pelo Lucro Real e, no exercício que está sendo calcula-
do o JCP, deve apurar LUCRO.

Já as regras de dedutibilidade são:


1. 50% do lucro líquido correspondente ao período-base do pagamento ou
crédito dos juros, antes da provisão para o imposto de renda e da dedução
dos referidos juros, ou
2. 50% dos saldos de lucros acumulados e reservas de lucros.

A base de cálculo para calcular o JCP é o Patrimônio Líquido da empresa do


ano anterior, excluindo a conta Reserva de Reavaliação:
• Capital social,
• Reserva de capital,
• Reservas de lucros,
• Lucros ou prejuízos acumulados.

Vamos ver um exemplo prático, facilitando, assim, nosso entendimento:


1. Lucro líquido do exercício de 2011 R$ 355.800,00.
2. Patrimônio Líquido – Ano Calendário 2010

Capital 2.500.000,00
Reserva de Capital 30.000,00
Reserva de Reavaliação 25.000,00
Reserva de Lucros 410.000,00
Lucros ou Prejuízos Acumulados 250.000,00
Total do Patrimônio Líquido 3.215.000,00

3. Cálculo do JCP

Total do Patrimônio Líquido 3.215.000,00


(-) Reserva de Reavaliação -25.000,00
Base JCP 3.190.000,00
TJLP - 6% ano 191.400,00

O Conselho Monetário Nacional divulga, a cada trimestre, a taxa referencial para


cálculo do JCP. No ano de 2011, essa taxa ficou fixa em 0,5%, e pode ser verificada
no site da Receita Federal do Brasil.
4. Limite de dedutibilidade

Ou 50% do lucro do período 177.900,00


R$ 355.800,00 / 2 = R$ 77.900,00
Ou 50% do saldo de lucros acumulados e das reservas de lucros 330.000,00
R$ 410.000,00 + $ 250.000,00 / 2 = R$ 330.000,00

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UNIDADE Elaborando o Planejamento Tributário II

5. Cálculo do JCP

Juros sobre Capital Próprio 191.400,00


(-) 15% IRRF -28.710,00
Valor líquido a distribuir 162.690,00

Perceba que o valor a ser distribuído aos sócios é de R$ 162.690,00. Vamos


imaginar que sejam dois sócios, logo teremos para cada um R$ 81.345,00. Se a
empresa destinar esse valor mensal, cada sócio receberá por mês R$ 6.778,75 de
Juros sobre Capital Próprio, um valor superior ao calculado pelo pró-labore e sem
o pagamento dos demais tributos, incidindo apenas 15% de IRRF. Vale ressaltar,
ainda, que esse valor, na pessoa física, é isenta de IR.

Como dito anteriormente, o JCP figura como uma despesa financeira; assim, a
empresa também se beneficia. Vamos ver:

Cálculos sem JCP Cálculos com JCP


Lucro Real Tributável 355.800,00 Lucro Real Tributável 355.800,00
(-) JCP ------ (-) JCP - 191.400,00
Lucro Real Tributável 355.800,00 Lucro Real Tributável 164.400,00
IRPJ – 15% 53.370,00 IRPJ – 15% 24.660,00
Adicional – 10% 11.580,00 Adicional – 10%
IRPJ a pagar 64.950,00 IRPJ a pagar 24.660,00
CSLL – 9% 32.022,00 CSLL – 9% 14.796,00
CSLL a pagar 32.022,00 CSLL a pagar 14.796,00

O beneficio real para a empresa, descontando o IRRF, será de:

Conforme conversamos, as empresas tributadas pelo Lucro Real submetem-


-se a sistemática por competência, assim ao emitir uma nota fiscal a empresa
deve oferecê-la a tributação. Mas... e se o fornecedor não pagar? Como fica o
tributo já pago pela empresa? Nesta situação, podemos aplicar a provisão para

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créditos de liquidação duvidosa. Assim, a pessoa jurídica tributada pelo lucro real
a partir de 08/10/2014 pode considerar dedutíveis, como despesa operacional,
os valores contabilizados como perdas de créditos decorrentes das atividades da
empresa. Todavia, temos uma regra para fazer esse reconhecimento:

• créditos sem garantia, de valor até R$ 15.000,00, por operação, vencidos há


mais de 6 meses, independentemente de iniciados os procedimentos judiciais
para o seu recebimento;
• créditos sem garantia, de valor superior a R$ 15.000,00 até R$ 100.000,00,
por operação, vencidos há mais de um ano, independentemente de iniciados
os procedimentos judiciais para o seu recebimento, mantida a cobrança admi-
nistrativa;
• créditos com garantia, de valor superior a R$ 100.000,00, vencidos há mais
de 1 ano, desde que iniciados e mantidos os procedimentos judiciais para o
seu recebimento;
• créditos com garantia, vencidos há mais de 2 anos, de valor : até R$ 50.000,00,
independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebi-
mento ou o arresto das garantias e
• superior a R$ 50.000,00, desde que iniciados e mantidos os procedimentos
judiciais para o seu recebimento ou o arresto das garantias;

As empresas do Lucro Real também podem reduzir sua base tributável efetuan-
do doações, porém existem regras bem rígidas para tal procedimento.

Somente são dedutíveis as doações efetuadas a:


Explor

Instituições de ensino e pesquisa, limitada a 1,5% do lucro operacional e


Entidades civis sem fins lucrativos, limitada a 2% do lucro operacional (art. 365 do RIR/99)
E em favor de projetos culturais e artísticos, na forma da regulamentação do PRONAC (art.
371 do RIR/99).

As empresas também devem ter cuidado ao vender seus bens do ativo imobiliza-
do. Isso porque podem apurar, com a venda, ganho de capital e, sobre esse valor
agregado, a empresa sofrerá tributação de IRPJ e CSLL.

Existem empresas que, após as adições e exclusões, apresentam prejuízo fiscal,


ou seja, não devem nenhum tributo aos entes públicos que recaem sobre o lucro.

Esse prejuízo será reconhecido na Parte B do Lalur, conforme já estudamos


em unidades anteriores. No período em que a empresa apresentar lucro tributável,
ela diminui 30% dessa base e desconta do valor reconhecido como prejuízo fiscal.
Vamos visualizar os cálculos:

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UNIDADE Elaborando o Planejamento Tributário II

Suponha que a empresa tenha registrado, no Lalur, um prejuízo de R$ 200.000,00


de períodos passados. Em um determinado mês, tem-se a seguinte apuração:

Lucro Líquido do período base 500.000,00


Adições 200.000,00
Exclusões (100.000,00)
Lucro real antes da compensação dos prejuízos fiscais 600.000,00

Conforme explicado, vamos nos beneficiar de 30% sobre os R$ 600.000,00,


logo vamos reduzir a base tributável em R$ 180.000,00. Lembrando que o saldo
de prejuízo fiscal é de R$ 200.000,00, restando um saldo ainda para ser utilizado
de R$ 20.000,00.

Veja a utilização do prejuízo:

Lucro real antes da compensação dos prejuízos fiscais 600.000,00


(-) 30% prejuízo fiscal (180.000,00)
Lucro real 420.000,00

Muitas empresas escrituram o livro Lalur e esquecem-se de utilizá-lo no abati-


mento de lucro futuro. Vale lembrar que o prejuízo fiscal não caduca, ou seja, não
tem prazo para ser utilizado; tem apenas o limite de 30%.
Outra situação que deve ser analisada e que pode apresentar benefícios finan-
ceiros e tributários diz respeito à decisão de adquirir ou alugar um bem. Veja: se a
empresa é tributada pelo Lucro Real e compra um bem, este será reconhecido no
ativo imobilizado da entidade e terá direito a crédito sobre a depreciação, correto?
Por outro lado, se a empresa em vez de comprar, alugar o mesmo bem, pode
também se beneficiar do crédito sobre a despesa de aluguel. Todavia, a tomada de
crédito pela depreciação ocorrerá uma única vez e a despesa de aluguel ocorrerá
mensalmente, reduzindo assim o PIS/COFINS a pagar.
É importante esclarecer que sempre devemos analisar, nos estudos entre Lucro
Real e Presumido, o resultado do PIS/COFINS cumulativo e não cumulativo; o
ideal é que ambos os tributos apresentem benefícios financeiros.
Assim, é imprescindível analisar sob uma ótica completa, examinando os reflexos
em todos os tributos. Lembre-se: tudo o que aprendemos até agora são premissas
que, na maioria das vezes, podemos utilizar em todas as empresas, mas, como
exaustivamente declarado, não existe uma receita pronta para benefícios tributários.
Como sugestão, para que você seja um bom gestor tributário, é necessário que
você se mantenha informado; leia sobre as novidades tributárias que são editadas
diariamente. Quando for analisar uma empresa, veja suas particularidades, entenda
sua operação, pois, somente assim, você conseguirá aplicar um planejamento tri-
butário correto e eficiente.

Vamos praticar o que aprendemos? Então, após a leitura do material didático,


faça os exercícios propostos, pois, praticando, aprendemos mais.

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Material Complementar
Sugerimos como leitura adicional:

DESAFIO DO CONTADOR: ESPECIALIZAÇÃO TRIBUTÁRIA

O grande desafio do contador no Brasil, hoje, é a sua atualização profissional


na área tributária. Todas as alterações introduzidas na legislação fiscal e a sua
complexidade requerem uma atualização rápida e constante. O tempo em que o
contador só pensava no débito e no crédito já passou. O contador atual precisa
ser criativo e ter uma visão empresarial, além de possuir conhecimentos gerais e
específicos nas áreas de administração, economia, legislação tributária e societá-
ria, informática e até em contabilidade internacional, além de falar mais de uma
língua, dependendo de sua área de atuação.
As diversas mudanças tributárias implantadas pelo atual governo, no fim de
2003 e no início de 2004, que aumentaram a carga tributária sobre as receitas
com a retenção de diversos tributos na fonte (IRRF - 1,5% (já existia), PIS- 0,65%,
CSLL-1%, COFINS-3%), a nova legislação do PIS e da COFINS (o fim da comu-
tatividade, com o aumento excessivo da alíquota), o aumento do Sistema Simplifi-
cado de Tributação Federal, o Simples, em 30%, sem contar com a incidência do
PIS e da COFINS na importação e a introdução de uma série de declarações que
entraram em vigor como a DIMOB e a DACON, geraram um volume enorme de
trabalho e de aumento de custo para as empresas. Essas alterações na legislação
tributária provocaram reflexo nos preços dos produtos e serviços, além do aumen-
to da burocracia que exige mais trabalho, um número maior de empregados e
grande especialização profissional.
Esses aumentos ocorridos na carga tributária e na burocracia brasileira também
afetam a vida dos contadores. As empresas de serviços contábeis foram duramente
atingidas diretamente pelo aumento da base de cálculo da CSLL que passou de
12% para 32%, (empresas optantes pelo Lucro Presumido), pelo acréscimo de 3%
para 7,6% da COFINS (empresas não optantes pelo Lucro Presumido) e a sua não
inclusão no Simples.
A complexidade da nossa legislação fiscal é de tamanha grandeza que, por
maior esforço realizado pelo contador para atender todas as exigências tributárias,
há sempre dúvidas com relação ao cumprimento dos seus dispositivos. O contador
não se beneficia com o aumento da burocracia fiscal como algumas pessoas pen-
sam, porque gera mais trabalho e necessita de mais empregado, onde nem sempre
é possível repassar estes custos.
Para manter-se sempre atualizado, o contador precisa se desdobrar, em de-
corrência dos prazos de início de vigência das modificações tributárias ocorridas
serem sempre curtos.
A fiscalização aumentou bastante, mas este aperto é bom para o contador e
para o contribuinte honesto, pois reduz a concorrência entre os empresários e
ajuda a eliminar os maus profissionais na área de contabilidade. As mudanças

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UNIDADE Elaborando o Planejamento Tributário II

tributárias, além de ter valorizado os bons profissionais na área de contabilidade,


modificaram a visão dos empresários que passaram a priorizar e a enxergar o seu
contador mais no sentido gerencial, envolvidos com os custos, na formação de pre-
ços e na geração de informações e de relatórios que servirão de base nas decisões
empresariais a serem tomadas.
Atualmente, os empresários estão mais próximos dos seus contadores, uma vez
que para planejar, controlar e avaliar as informações necessitam de valores corre-
tos e estes encontram-se analisados e centralizados na contabilidade. A realização
da tão sonhada reforma tributária por parte do Governo de forma ampla, com
redução do número de tributos, ampliação da base contributiva, redução da car-
ga tributária e a simplificação da metodologia da arrecadação, trará uma grande
contribuição para a sociedade em geral e de modo especial para a classe contá-
bil. Livre de uma burocracia sufocante, o contador poderá permanecer melhor
atualizado e ser mais eficiente, diante de uma estabilidade nas regras tributárias,
fornecendo aos usuários informações contábeis melhores e mais seguras, de forma
a possibilitar aos executivos e empresários, decisões mais acertadas. [sic]

Cláudio José Sá Leitão -


Sócio Diretor da Sá Leitão Auditores e Consultores

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Referências
ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 4. ed. Rio de Janeiro:
Forense, São Paulo: Método, 2010.

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS AUDITORES FISCAIS DA RECEITA FEDERAL


(ANFIP). Contribuições Sociais – PIS/PASEP, COFINS e CSLL. Brasília, 2011

BARBOSA, Daniel Marchionatti. Não-Cumulatividade da COFINS e do PIS.


2011. 115 f. Dissertação (Mestrado em Direito) – Universidade Federal do Rio
Grande do Sul – UFRGS, Porto Alegre, 2011.

BRASIL. Lei n.º 10.637, de 30 de dezembro de 2002(a). Dispõe sobre a não


cumulatividade na cobrança da contribuição para os Programas de Integra-
ção Social (PIS) e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP).
Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2002/L10637.htm>
Acesso em: 20 outubro 2012.

______. Lei n.º 10.833, de 29 de dezembro de 2003(a). Altera a Legislação Tri-


butária Federal e dá Outras Providências. Disponível em <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/Leis/2003/L10.833.htm> Acesso em: 20 out. 2012.

FERNANDES, Edison Carlos. MARTINS, Ives Gandra da Silva. Não cumulati-


vidade do PIS e da COFINS - implicações contábil, societária e fiscal. São
Paulo: Quartier Latin, 2007.

REZENDE, Amaury José. PEREIRA; Carlos Alberto; ALENCAR, Roberta Carva-


lho de. Contabilidade Tributária: Entendendo a lógica dos tributos e seus reflexos
sobre os resultados das empresas. 1 ed. São Paulo: Atlas, 2010.

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