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O trabalho de Jean Piaget

E sua importância para o


ensino de Ciências
Características básicas

‹ A teoria genética é uma teoria evolucionista;


‹ É uma teoria estruturalista;
‹ O conhecimento é um processo e não um estado
cristalizado;
‹ É uma a teoria realista;
‹ Opõe-se ao empirismo. O desenvolvimento da criança é um
processo histórico;
‹ A criança se desenvolve segundo duas direções:
psicossocial e espontânea / biológica

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As bases da epistemologia genética

‹ Se preocupa com a forma pela qual o


conhecimento é construído;

‹ Se preocupa como o desenvolvimento


genético influencia o desenvolvimento;

‹ Conceito chave: organização esquema.

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O que é um esquema?
Conceito
+
Mecanismos de busca e inserção
+
Afetividade

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Invariantes funcionais

‹ Organização;
‹ Assimilação;
‹ Acomodação:
• Acomodação generalizadora;
• Acomodação reconhecedora (discriminante);
• Acomodação recíproca.

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Organização
Conceito Conceito Conceito

Conceito
Conceito

Conceito Conceito Conceito

Conceito
Conceito

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Assimilação
Estrutura
cognitiva inicial

Elemento
externo

Estrutura
cognitiva final

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Adaptação
Elemento
externo
Estrutura
cognitiva
inicial
final

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Um diagrama do processo de assimilação / acomodação

Esquema Situação S Manutenção do


atual externa explica? status quo
aplicado

N N

Desequilíbrio É
majorante?

Acomodação

Novo esquema

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Os estágios do desenvolvimento

‹ O estágio sensório motor;


‹ O estágio pré – operatório;
‹ O estágio operatório concreto;
‹ O estágio das operações formais.

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Como a criança se relaciona com o
mundo?

Mundo exterior
Conhecimento
Criança Criança Mundo exterior
Domínio

Estado inicial: egocentrismo


Estado final a alcançar:
distanciamento.

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O sincretismo infantil

Primeiro Segundo estágio: Terceiro estágio:


estágio: análise síntese
sincretismo

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No mundo infantil tudo se confunde

Egocentrismo
Sincretismo
Confusão entre si mesmo e o mundo: a
Confusão dos objetos uns com os
criança percebe o mundo a sua imagem e
outros e si mesma: a criança
não é capaz de superar seu próprio ponto
percebe um mundo global (não
de vista.
distingue os objetos uns dos
outros) e confuso (percepção
imprecisa de cada objeto em si
Artificialismo infantil mesmo).
A criança considera os fenômenos naturais
como provocados por uma vontade mítica
ou humana, à imagem de seus próprios atos
de vontade.
Não distingue o natural do artificial

Finalismo infantil
Realismo infantil
A criança considera os fenômenos naturais
A criança não distingue no objeto
como provocados por um fim pré-
o que é essencial e o que não é
determinado, à imagem de seus próprios
mais do que uma aparência
atos.
passageira. A criança atribui à
Não distingue a finalidade da conseqüência. aparência uma realidade que não
possui.
Animismo infantil
A criança considera o mundo como animado,
tal como ela mesma.
Não distingue o vivo do inanimado.
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A criança e seu meio
‹ A interação é sensorial;
‹ A interação é “polêmica”;
‹ A interação é por tentativa e erro.

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Vínculos impostos para a construção de uma pedagogia adequada

‹ A criança precisa reagir frente ao seu meio;


‹ A experiência é uma condição necessária mas
insuficiente pra a educação da criança;
‹ A criança precisa ir além da observação dos objetos

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A criança precisa ir além da observação dos objetos

‹ Evitar o empirismo pedagógico: a experiência não é um fim


em si mesma;
‹ Construir o significado das coisas pela reflexão sobre as
experiências.

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A experiência como condição necessária

‹ A observação é necessária:
• A observação permite evitar o verbalismo e o dogmatismo;
• A observação é uma forma de aquisição do espírito científico;
• A observação permite à criança construir a idéia de
relatividade de todas as coisas (e também a sua perenidade:
noção de tempo).

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O trabalho de Vygotsky
Formação de conceitos

Palavra Significado

lag blocos altos e largos

bik blocos baixos e largos

mur blocos altos e estreitos

cev blocos baixos e estreitos

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Fase I - Amontoado ou agregação desorganizada

I.1- Fase onde os agrupamentos são construídos pelo processo


de tentativa e erro. Os grupos são criados ao acaso.

I.2- Fase onde a organização é feita por contigüidade temporal


ou espacial ou pela inserção dos objetos em uma relação mais
complexa. A característica desse período é o fato de que os
agrupamentos são formados pela presença dos objetos no
campo visual da criança no momento da formação do
agrupamento.

I.3- Fase onde os agrupamentos são feitos com base nos


agrupamentos formados nas duas subfases anteriores. Os
objetos são agrupados por já terem sido agrupados de alguma
forma em um momento anterior. Embora mais elaborada, essa
fase ainda forma amontoados sincréticos.

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Fase II - Pensamento por complexos
II. 1 - Complexo Associativo - neste caso a associação pode ser feita
com base em qualquer tipo de relação percebida pela criança entre o
objeto específico e outros objetos presentes.

II. 2 - Complexo de Coleções - os elementos são agrupados por


alguma característica que os torna diferentes (cor, forma, etc.). É
uma associação por contraste e não por semelhança.

II. 3 - Complexo em Cadeia

II. 4 - Complexos Difusos - neste caso uma semelhança muito


remota pode ser suficiente para a inserção do objeto no complexo.

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II. 5 - Pseudoconceitos - os pseudoconceitos formam a ponte entre o pensamento por
complexos e os conceitos verdadeiros. Embora semelhantes aos conceitos são
psicologicamente diferentes daqueles. O agrupamento, neste caso, é feito pela
semelhança concreta visível e não por qualquer propriedade abstrata. Na idade pré-
escolar e escolar os pseudo conceitos dominam sobre as outras formas de complexos

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Fase III - Pensamento Conceitual
Nesta fase temos o aparecimento de duas características que
diferenciarão o pensamento por conceitos do pensamento por
complexos: as capacidades de síntese e análise que não estão presentes
no pensamento por complexos.

III. 1 - Agrupamento por grau máximo de semelhança.

III. 2 - Agrupamento com base em um único atributo (conceitos


potenciais).

III. 3 - Conceitos verdadeiros.

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A formação de conceitos espontâneos versus a formação de
conceitos científicos

Nível de abstração superior

Direção de
crescimento dos
Direção de
conceitos cotidianos
crescimento dos
conceitos
científicos

Nível concreto

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A zona de desenvolvimento proximal: aprendizagem versus
desenvolvimento

Zona de Desenvolvimento Real

Zona de
Desenvolvimento
Proximal

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1. O desenvolvimento das bases psicológicas para o aprendizado de
matérias básicas não precede esse aprendizado, mas se
desenvolve numa interação contínua com as suas contribuições.

2. O aprendizado precede o desenvolvimento em muitas áreas.

3. O aprendizado de uma matéria influencia o desenvolvimento das


funções superiores para além dos limites da matéria específica.

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