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2021
(Resumo)
Acho interessante essa forma de raciocínio, mas ela é bem válida para a positividade do processo
civilizatório. No entanto, para os indígenas é uma das formas de manterem-se vivos, mesmo que
absorvidos pelas categorias do moderno, uma delas o território, o qual não podemos deixar passar
sem crítica, como você faz no decorrer de seu texto.
Talvez o que você propõe em seu resumo vai, um pouco, em contradição com o que você
desenvolve no próprio texto, já que você procura relativizar um pouco o território e a migração.
(Introdução)
Em meus estudos sobre os indígenas, tenho feito crítica às ditas tradições, trato as tradições como
uma categoria do moderno que tenta falar do outro quando só fala de si mesma. Assim, parece-me
uma estratégia dos indígenas tratarem as tradições enquanto positividade, não que ao mantê-las eles
sigam em conexão com seus antepassados, mas que os põe em conexão com as necessidades do
capital/moderno.
Compreender a mobilidade indígena é possível, mas dos tempos da colonização até os dias de hoje
parece ser um pouco difícil… falo por mim mesmo, até em minha pesquisa acho que meu objetivo é
um pouco impossível de ser realizado.
(Condição de Ocupação)
Você afirma que os meios legais não apreenderiam o que é território para os indígenas, eu
inverteria, os meios legais estão impondo o que é território para os indígenas.
“Os grupos indígenas não compreendem o território como lhes foi historicamente
imposto, porém o aceitam como única possibilidade de assegurar sua existência”
Boa passagem… aqui eu recomendaria uma leitura, Manuela Carneiro da Cunha, “Cultura com
Aspas”, onde discute sobre direitos autorais e afirma que os indígenas estão em uma cama de
Procustro. (Explicar)
Ladeira afirma ser um pacto eterno com o estado, eu ressalvo que é, principalmente, um pacto com
o capital, que precisa passar pelo estado para existir.
Ótima citação, por mais que faça uma pequena positividade do território, esse trecho resume bem a
situação dos indígenas perante os direitos
Uma argumentação me saltou aos olhos, os Guarani querem uma vida livre, sem entrar em contato
com os homens brancos… parece que estão fugindo há muito tempo dos brancos! Já faz parte de
sua cosmogonia viver em paz com os brancos.
Descreve como se organizam e ressalta uma certa autonomia pela venda do artesanato. Forma de
ganhar dinheiro, se monetarizarem, é o artesanato. Ligar o artesanato ao turismo e o capital em
crise.
Boa citação. Aqui eu me lembro de uma fala do Ailton Krenak, em uma entrevista ele questiona o
porquê do repórter estar rindo para ele, pois ele afirma que seu povo está em guerra com os brancos,
uma guera que dura mais de 500 anos…
Você afirma que o Estado facilita a grilagem da terra e a expulsão dos Guarani.
Aqui é interessante pensar esse processo como um processo de formação da propriedade privada,
que é amplamente incentivada pelo estado.
(A Constituição de 1988)
- Você afirma que mesmo que a constituição de 88 tenha um capítulo dedicado exclusivamente aos
indígenas, esses direitos são, em sua maioria, violados, pelo próprio estado.
É uma verdade, mas nunca podemos nos esquecer de uma crítica ao próprio direito, não reclamar
ele enquanto positividade, mas apresentá-los como negatividade que segue nesse plano de
confinamento!
Afirma que o estado não estabelece seus marcos legais passando pela cosmogonia dos indígenas, a
forma com que se relacionam com o meio…
É isso mesmo, o estado moderno desfaz as relações pré-capitalistas da vida, elas tem que passar
pelo trabalho… se existe uma forma social que ainda não se enquadrou, ela vai ter que se enquadrar,
de um jeito ou de outro, sendo mortas ou aceitando o mundo da mercadoria.
Olha, eu trato com ressalvas esse ponto, acredito que querem conservar a tradicionalidade, mas
acho necessário ressaltar que essa tradição também é um marco civilizatório, se você não tem
tradição, não merece nem estar vivo…
Acho que é isso mesmo, quando se legisla sobre a questão indígena, ao mesmo que tempo que
inclui uma parcela da população enquanto indígena, exclui tantas outras…
O regionalismo, ou a região, como gosta o Carlão, havia mantido os Guarani na Serra do Mar, pois
as relações de compadrio ainda eram fortes entre esses entes, após os 70 e a construção da rodovia,
o Brasil procura se integrar, agora não é mais o capital local, expresso nos coronéis, que dita as
regras, existe uma concorrência entre capitais nacionais/internacionais e os poderes locais!
Se acentua a concorrência, uma característica do capital mundial, que em sua crise precisa acentuar
os processos de exploração, por isso especulação, por isso expropriação dos indígenas… o mercado
do turismo é importante!
Ubatuba, por exemplo, é um grande polo turístico do litoral paulista, a cidade gira em torna disso!
Acho que caberia uma relação entre o momento em que os guarani precisam concorrer por espaço
com outros entes sociais e a forma do capital global, critico…
Acho que questionar as migrações indígenas deveria vir junto aos questionamentos sobre território.
Ambas perguntas muito importantes!
Ótima proposta de discussão, é verdade que as migrações devem se enquadrar em um esquema bem
fechado de práxis… será que os Guarani sempre migraram?
Alcida nos dá uma importante concepção, de que não devemos confundir o deslocamento dos povos
indígenas com o que a branca, comumente chama de nomadismo.
e a partir dessa diferença está posto quem pode morrer em quem pode viver
Você faz um bom raciocínio, talvez, hoje em dia, seja difícil estabelecer essa motivação… uma
possível mistura de vários elementos!
Acho interessante pensar que a terra sem males é a terra sem brancos!
(Considerações finais)
Coloca um ponto de inflexão na década de 70, mas não desdobra ele… os 70 aparecem como
momento decisivo para os Guarani, mas não sabemos o porquê direito! Tentaria pensar para além
do Brasil…’
acho difícil afirmar isso, mas é verdade que eles tentam preservar algo que chamamos de cultura…
nem que para eles isso soe como artificial