Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Farmacoterapia II
Ano Letivo 2020/2021
CASOS PRÁTICOS
DOENÇAS RENAIS
2
CASO 1
ANÁLISE DO CASO
- Quando foi admitida nas urgências Madalena apresentava-se pálida, letárgica e sem fôlego. A
sua história clinica passada inclui hipertensão há 1 ano e diabetes tipo 2 durante 5 anos.
Cockcroft-Gault
MDRD
Variáveis envolvidas na
equação:
creatinina sérica,
idade,
raça,
sexo,
FARMACOTERAPIA II: DOENÇAS RENAIS
GRUPO 8 - Maria Leonor Cunha, nº 9995; Nuno Lopes, nº 68495; Patrícia Simões, nº 68956; Rita Carvalho, nº 69143.
7
CASO 1
2. Comente a terapêutica instituída a esta doente. Que fatores relacionados com a doente e
com a terapêutica podem ter precipitado insuficiência renal aguda nesta doente?
MEDICAÇÃO ATUAL
- Indapamida
- Indometacina
- Ramipril
- Gliclazida Fonte: Norma da DGS Abordagem terapêutica da Hipertensão Arterial
- Omeprazol
A administração do diuretico tiazidico deveria ter sido suspensa
quando a doente manifestou sintomatologia de episodio agudo de
gota
Por outro lado, quando é necessário o tratamento com IECA, é inibida a produção de
angiotensina, ocorrendo vasodilatação da arteríola eferente e reduzindo pela mesma
razão a TFG. Este efeito é particularmente grave em doentes com uma baixa perfusão
renal.
19
CASO 2
ANÁLISE DO CASO
Ana é caucasiana e foi-lhe diagnosticada diabetes tipo 1 aos 14 anos, altura em que apresentou cetoacidose. O
seu tratamento insulínico inicial complicou-se por um fraco controlo da sua glicemia, frequente hipoglicemia e
ganho de peso.
Há 2 anos desenvolveu hipertensão, que foi tratada com indapamida 2.5mg 1x/dia. Nessa altura os seus níveis
de ureia eram de 8.2mmol/L, creatinina sérica era de 80μmol/L, e a análise à urina revelou ausência de
proteínas. Na altura foi-lhe diagnosticada retinopatia diabética não-proliferativa, e foi tratada através de laser.
- Ana apresenta-se nas urgências hospitalares levada pelo seu irmão e cunhada, queixando-se de náuseas
e vómitos. Na sua examinação observa-se que está desidratada e o seu hálito é cetónico. Está
consciente e alerta. Após colheita de uma gota de sangue por picada no dedo determinou-se que a sua
glicemia é de 25.4 mmol/L, tendo a análise à urina revelado a presença de glicose, cetonas e proteínas.
- Foi-lhe diagnosticada como estando em cetoacidose diabética e foi transferida para a UCI.
Situação aguda da Diabetes Mellitus, principalmente em doentes do tipo 1, que ocorre quando
as concentrações de insulina são insuficientes para cumprir as necessidades metabólicas
básicas do organismo e é caracterizada por:
Sintomas associados: Náuseas, vómitos e dor abdominal associados a sintomas de hiperglicémia. Pode evoluir para
edema cerebral, coma e morte. Doentes podem apresentar hálito cetónico (há quebra de acidos gordos para obter
energia).
Diagnóstico: O diagnóstico é feito pela deteção de cetonas, proteínas e glicose na urina. Deve dosear-se ainda os níveis
de eletrólitos e ureia e o pH arterial (acidose metabolica) e presença de hiperglicemia.
Tratamento: Este envolve expansão do volume com reposição de água e eletrólitos, administração de insulina IV e
prevenção de uma possível hipocaliémia.
FARMACOTERAPIA II: DOENÇAS RENAIS
GRUPO 8 - Maria Leonor Cunha, nº 9995; Nuno Lopes, nº 68495; Patrícia Simões, nº 68956; Rita Carvalho, nº 69143. 23
CASO 2
2. O que é a cetoacidose metabólica?
Os corpos cetonicos formam-se quando, dentro da célula, a glucose, como molécula energética que é, está diminuida.
Como o doente diabético não tem insulina, a glucose não entra para dentro das celulas, não sendo utilizada por estas para suprir as suas
necessidades energéticas. Por isso, estas vão ter de ser supridas, se não houver um controlo adequado do doente diabético, através do
metabolismo lipídico, com hidrólise dos TAG armazenados nos adipócitos de que resulta glicerol e acidos gordos livres em grandes
quantidades.
Estes ácidos gordos livres vão ser metabolizados através da β-oxidação, tendo como produto final acetil-coA, cujo o objectivo é entrar no ciclo
de krebs prosseguir a cadeia respiratoria para obter ATP necessário à célula. No entanto, a acetil-coA vai ser orientada no sentido de formação
de corpos cetonicos - conjunto de ácidos (acido 3-hidroxibutirico e acido acetoacético) que vão existir em grandes quantidades na corrente
sanguínea, diminuindo o pH. Assim sendo os bicarbonatos tambem se encontram diminuidos porque vai haver uma tentativa de compensação.
Cockcroft-Gault
MDRD
GRUPO 8 - Maria Leonor Cunha, nº 9995; Nuno Lopes, nº 68495; Patrícia Simões, nº 68956; Rita Carvalho, nº 69143. 29
CASO 2
ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DO CASO
Como resultado da inserção de um cateter uretral na UCI, a Ana desenvolveu, entretanto, uma infeção do
trato urinário, infeção esta causada por uma E. coli resistente ao trimetroprim e amoxicilina, mas que é
sensível à gentamicina. É-lhe prescrita uma dose de gentamicina de 7mg/Kg i.v. 1x/dia durante 5 dias.