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Ficha técnica

Título: Ensaio sobre a filosofia de tchilar


Autor: Daniel A Ngovene
Editora: Independetly published
Revisão do texto: João C Catanga
ISBN-13: 979-8656221214
ASIN: B08BTYMXPS
Ano de Publicaҫão: 2020, São Paulo
ÍNDICE
Agradecimento ........................................................................................... 6
PREFÁCIO .................................................................................................. 7
INTRODUÇÃO ............................................................................................ 11
Em busca da identidade filosófica ........................................................... 14
A condição humana como identidade para filosofia .............................. 21
Desfrutar calmamente à vida .................................................................... 34
A África sobrevive dos restos .................................................................. 49
A covid-19 no mundo ................................................................................ 51
O negócio da bíblia após Covi-19 ............................................................ 56
A morte é destino dos homens ................................................................ 68
Emancipação da mulher............................................................................ 75
Aforismos. .................................................................................................. 77
A morte como destino da vida .................................................................. 80
Bibliografia ................................................................................................. 92
Biografia do autor

Daniel Alexandre Ngovene, nasceu em 15 de maio de 1998, na vila de Chilembene,


na província de Gaza, em Moçambique, concluiu o ensino primário na escola primária
completa de Malhazene em 2012. Frequentou a escola secundária de Chilembene, onde fez
o primeiro e segundo ciclo do ensino secundário, tendo concluído no ano de 2017. No ano
2012, converteu-se ao cristianismo, frequentou escola dominical até ao candidato a
baptismo, após a leitura do livro de Anticristo de Nietzsche, que foi recomendado por seu
Professor Avelino Chissano e, nos finais de 2016 abandonou por completo a igreja (MEA).
Ingressou-se na Universidade Eduardo Mondlane (UEM), na Faculdade de Filosofia no ano
2018. É o Precursor da Filosofia de Tchilar, a qual começou a ser defendida e disseminada
nos finais de 2019. É membro de weberatigo desde abril de 2020. É membro do Grupo de
Estudo de Nietzsche em Moçambique.
Agradecimento

Gostaria de agradecer, a minha Mãe Anastância Alberto Chirindza, por ter aceitado a
missão de me trazer a este mundo maravilhoso. A minha irmã Lindiwe, a minha namorada
Élia Bila, por estar comigo nos momentos difíceis como este pandemia Covid-19 ou
distanciamento social comummente designado de quarentena. Aos meus colegas que me
acompanha neste percurso filosófico. Ao meu grande professor, dr. Avelino Chissano que
me influenciou à entrar no mundo niilista. Ao meu colega João C Catanga, por aceitar o
desafio de fazer a revisão do ensaio. À Universidade Eduardo Mondlane, particularmente, a
faculdade de filosofia, que está sob a direcção do professor Prof. Dr: José Blaunde. Pela
experiência que tive, a todos os docentes do meu curso, que me acompanha desde o ano
de 2018, em particular dr. Ira Vóvos por aceitar ler o ensaio. A todos os meus colegas da
turma. E por fim ao meu colega Ailton Duarte Assucena Magane por aceitar escrever o
prefácio deste ensaio.
PREFÁCIO
Novos combates à Homogeneidade da filosofia

A problemática do pensamento universal tem sido um tema discutido desde que os


povos oprimidos (africanos, ameríndios, asiáticos) viram-se fartos de serem tomados como
objectos. O pensamento universalista tem vindo a ser rebatido com intuito de solucionar os
conflitos que dele surgem, o caso da violência e da apropriação do conhecimento e da
dominação, abrangendo o género, a sexualidade e cultura, etc.
Vozes de diferentes movimentos afro-americanos, africanistas ou africanos que lutam
pelo reconhecimento da sua humanidade e da capacidade de pensar inserem-se nos
debates refutando o pensamento Ocidental (padrão dominante), por meio da literatura, de
teses, de dissertações, de uma forma não radical, mas processual.
Estes combates nem sempre foram pacíficos, a nível da política alguns países africanos
passaram por guerras de independência e outros não, o diálogo foi-lhes útil.
O que se sucede é que apesar dessas lutas e debates terem sido desenvolvidos ainda se vê
a dependência das sociedades oprimidas sobre as opressoras, como diria La Botié, no seu
Discurso sobre a Servidão Voluntaria, os oprimidos colocam-se de bandeja e servem o
opressor por livre e espontânea vontade, são as ideias de colonialidade, ou como diria
Fanon somos os condenados da terra a servir e a depender do Ocidente.
Embora se diga que existem investigações ou ainda pesquisas que são feitas em
África e na Ásia, esses conhecimentos se não forem reconhecidos como alternativas de
fazer ciência, de intervenção sobre a realidades, serão sempre objectos ou instrumentos de
arquivos, sendo assim não terão validade científica ou epistemológica.
O pensamento ocidental ainda é tido como o dominante e ideal, há necessidade de
se ter novos combates a homogeneidade da filosofia, para que se tenha um pensamento
pós-abissal, que se baseie na ecologia de saberes como diz Boaventura de Sousa Santos.
A filosofia deve ser um instrumento, nesta hora, de libertar as mentes condenadas,
desafiar e criticar as crenças ou ideologia que se auto intitulam como formas únicas do
pensamento. Ngoenha dirá que a filosofia deve ser um “instrumento” de emancipação e de
libertação e Castiano dirá como um diálogo intersubjectivo. A busca de causas primeiras e
últimas não é somente proporcional a uma sociedade, todas as sociedades tem essa
preocupação, mas manifestam-se de formas diferentes.
A filosofia de Tchilar, entendida como a valorização da vida na terra e não a
preocupação religiosa de um paraíso, um Jhanati ou ainda a recusa do nirvana, pode ser
importante na medida em que abrirá espaço para que os indivíduos manifestem as suas
emoções e filosofem sem que como diz Mc Laren citando David Lloyd se tenha sujeitos que
neguem as suas identidades.
A cultura, a maneira de ser e se comportar em uma sociedade contribuem para aquilo
que somos, neste sentido a nossa filosofia por mas que seja uma crítica ou uma forma de
problematização dessa realidade precisa dela para o seu surgimento assim como para fazê-
la.
Como o autor vai bem sustentar a filosofia de Tchilar é um “viver a vida” sem a
preocupação com o outro mundo, o maior valor dela é o presente e o futuro desta vida. Esta
vida deve ser tomada a sério pois não existe e não existirá outra da qual poderemos viver
melhor; a recusa desta vida é a morte do indivíduo que a nega.
A filosofia de Tchilar é a busca do verdadeiro homem, o homem feliz e livre, aquele
que é o verdadeiro sentido da terra, que a ela é fiel, o homem que sabe que a única e
verdadeira vida é a da terra, o Super-Homem (Nietzsche).
Os novos combates começam pelo reconhecimento das realidades vitais e humanas
dos africanos, ameríndios (aqui é preciso refutar todo o pensamento que os vê como
canibais), dos asiáticos, não necessariamente que a europeia seja excluída, com vista a ir
em busca do verdadeiro homem, o Super-homem...
Ailton Duarte Assucena Magane
22 De Junho de 2020
INTRODUÇÃO

O presente ensaio é uma interpretação da filosofia de Nietzsche, no que concerne a


sua concepção do homem neste mundo, Nietzsche vê a vida de uma forma breve, isto é, a
vida de ser vivida de modo a não deixar nada por viver, convida-nos a viver a eterna
vivacidade do viver a vida. O homem alegrou-se ainda muito pouco desde que há homens,
neste mundo, razão pela qual a única forma de o homem recuperar, o tempo perdido, é a
curtição, seja declarado nulo o dia em que não se divertiu, porque se perdeu a grande
oportunidade de afirmar a nossa existência.
A ideia da filosofia de tchilar, surgiu nos finais de 2019 no mês de dezembro, num bar
onde estive com meus amigos, Malaquias e Rachild a curtir a vida. Logo deixei-me levar
pela loucura dionisíaca, isto é, aceitei a minha vontade alheia, comecei a escrever um texto.
E no dia seguinte tive que enviar para o meu colega Domingos, bom no início achei que se
fosse uma brincadeira entre idiotas1. Mas o desejo de querer continuar a investigar, até
encontrar o verdadeiro sentido da vida, mergulhei na filosofia de Nietzsche e de

1 Castiano
Schompenhauer, isto é, Nietzsche afirma que o sentido da vida é aceitar o destino dela
enquanto Schompenhauer afirma que o sentido da vida é o tédio dela

A filosofia de tchilar é uma interpretação nietzschiana que consiste em incutir nos


homens a ideia de que, sem a diversão a vida não teria nenhum sentido para vivê-la.
Partindo do pressuposto de que o homem ainda é novo na esfera terrestre, ainda tem
curiosidade para conhecer melhor este mundo. É necessário que se viva o presente, a
sociedade incutiu nos homens os valores decadentes, para o tornar o homem fraco, o
cristianismo é responsável pela fraqueza do homem, porque incutiu nele, a ideia de que a
curtição é pecado.
Divertir é estar consciente de que se está a divertir, todos os homens tinham que se
divertir diariamente. Só assim é que se pode entender o sentido da vida e o significado da
morte. A sociedade contemporânea preocupa-se em manter a cultura, a identidade e a
etnia, se os nossos antepassados desenvolveram uma cultura, é óbvio que nós também
podemos desenvolver a nossa cultura, porque se não seremos considerados como bons
conservadores dos valores antigos, nos tornaremos inúteis a raça humana. Vivemos numa
sociedade medíocre, onde não se enfatiza a invenção, mas se cultua o passado, enquanto
aguardamos a vinda do super-homem na terra, este que será o sentido da terra, que irá
dominar a terra pelo amor fati, que é aceitar o destino da vida, vamos praticar a filosofia de
tchilar.
Em busca da identidade filosófica

A condição essencial parra a filosofia é haver


seres humanos “DE NOVAIS REIS, 2020: 53)

O debate sobre a origem da filosofia, surgiu na aula de filosofia africana, onde


estivemos analisar a obra de De Novais Reis, decide aprofundar mais, as minhas leituras,
individuais partindo das duas perguntas que julgo ser relevante para um debate
contemporâneo da filosofia, na idade Moderna, decorreu um debate, que consistia em
encontrar uma origem filosófica, e chegou-se à conclusão de que a filosofia é produto do
milagre grego, Nietzsche ao criticar a filosofia clássica, atribuem aos pré-socráticos a origem
da filosofia, porque fora eles pela primeira vez na história de todos os seres humanos que se
afastaram das ideias absurdas, da origem das coisas no mundo, onde os outros seres
humanos buscavam resolver os seus problemas em seres sobrenaturais.
A filosofia provém da junção de duas palavras gregas Philos e Sophia, traduzida na
língua portuguesa significa Amor à Sabedoria. O primeiro filósofo a usar este termo foi
Pitágoras no século VI a.C., ele era considerado o homem mais sábio daquela época e, ao
negar de ser chamado de sábio, afirmou que era amigo da sabedoria e ela (sabedoria)
pertence aos deuses, e não aos homens, o papel dos homens é ir a busca do conhecimento
“Demanda da verdade e não a sua posse”.

O filósofo é aquele que busca constantemente a sabedoria, nunca se considera


sábio ou dono do conhecimento, ele deve ser amante, amigo do verdadeiro conhecimento.
Para Karl Jaspers filosofar significa estar-a-caminho, isto é, na filosofia são mais importantes
as interrogações do que as respostas.

A máxima socrática “só sei que nada sei” é um dos exemplos que todo aquele que pretende
iniciar uma investigação, uma busca do conhecimento, primeiro deve reconhecer que ele
não sabe nada, reconhecendo isso estaria a abrir uma janela para a demanda do
conhecimento. A filosofia não possui uma definição universal, de tal modo que todos os
filósofos possam seguir, cada filósofo de acordo com seu objecto de estudo define a
filosofia, por isso na filosofia temos muitas definições.

A filosofia como um acontecimento histórico é considerada como “milagre grego”.


Ora, foi na Grécia onde pela primeira vez na história da humanidade que os homens
tomaram uma atitude crítica perante a realidade, daquilo que era explicada na base dos
mitos. Os mitos eram contados pelos sábios, velhos, sacerdotes ou por todos aqueles que
gozavam de uma autoridade.

Com as viagens marítimas nos lagos, os homens descobriram que nos lugares onde
os mitos diziam que eram habitados por deuses ou por seres sobrenaturais, eram habitados
pelos outros seres humanos. Ora, doravante o homem propôs-se a buscar a verdade das
coisas, não se limitando a pena nos mitos, mas sim no uso do logos que é a razão, isto é,
explicar a realidade na base da sua racionalidade. Contudo, é importante ressaltar aqui, que
por natureza todos os homens se colocam questões filosóficas tais como: Quem somos?
Qual é o sentido da vida? É relevante esclarecer aqui que não é necessário que seja filósofo
(de formação), para se colocar estes tipos de perguntas, qualquer homem comum pode se
colocar estas questões, de forma consciente ou inconsciente, não deixará de ser uma
preocupação para toda a humanidade, porque quem as fez não é filósofo formado.

A pergunta que permanece em todas as épocas, que todos os filósofos se


propuseram a responder, de uma forma diferente, irei destacar as respostas de dois
filósofos gregos, Platão e Aristóteles. Estes na medida em que respondiam a estas questões
foram unânimes ao responder esta pergunta, concluíram que a filosofia nasce do espanto
e/ou da estupefacção, isto é, o espírito filosófico nasce na medida em que nos atribulamos
ou ficamos admirados diante de tudo o que acontecem na natureza, por exemplo: ler um
livro, caminhar, tchilar etc.

Os pré-socráticos centraram sua a atenção na Natureza e buscavam o princípio


primordial de todas as coisas na Natureza, são chamados de cosmólogos ou filósofos
naturalistas), pois os mesmos se propuseram à darem uma explicação racional do elemento
primário de todas coisas que existem no Khosmos (cosmos, natureza, universo),
distanciando-se ou rompendo-se com a explicação mítica do princípio primordial das coisas.
Os pré-socráticos estavam convictos de que do nada não pode vir nada (passo à
expressão), e queriam explicar a mudança (do devir), podemos encontrar a estabilidade
diante do múltiplo, descobrirmos o uno. Ora, ao indagar-se sobre o cosmo do caos surge o
mundo ordenado, os primeiros filósofos queriam encontrar o princípio de todas as coisas
(arché), o elemento primordial de todas as coisas que existe no mundo. O pensamento
positivo, excluindo qualquer forma sobrenatural e rejeitando a assimilação implícita,
estabelecida pelo mito, entre fenómenos físicos e agentes divinos; e um pensamento
abstracto, despojando a realidade desta força de mudança que lhe conferia o mito e
recusando a antiga imagem da união dos opostos em benefício de uma formulação
categórica do princípio de identidade. (VERNANT apud CHAUI, 2003: 38). Muitos filósofos
responderam à questão do fundamento das coisas, da unidade que pode explicar a
multiplicidade, são as mais variadas, e interessa-me aqui a resposta de Tales de Mileto, no
que concerne a arché2..

Tales de Mileto nasceu na Jónia por volta do século VII a.C. e morreu no século VI
a.C. é considerado como o fundador da filosofia, porque segundo alguns autores, como

2 O princípio.
Nietzsche, Chauí, Antiseri e Reale afirmam que foi ele que, pela primeira vez se afastou da
explicação mítica sobre a origem do universo, e buscou a origem do universo usando a
razão “… o primeiro a afirmar a existência de um princípio originário único, causa de todas
as coisas que existem, sustentando que esse princípio é a água”(ANTISERI e REALE, 2003:
29). Tales de Mileto constatou que a água era o único elemento, que mesmo passando por
vários estados líquidos, sólido e gasoso, não sofria mutação.

Tales afirma que terra está sob as águas, os animais, precisa de água e o próprio
Homem precisa de água para viver, e por isso que se diz que sem água não há vida.
Segundo Antiseri e Reale (2003: 30), a diferença entre a água de Tales e a de Homero é
que Tales edifica sua tese usando a razão enquanto Homero baseia-se na imaginação e no
mito. No dizer de Nietzsche, Tales é estimado de ser filósofo por três motivos, a saber:

Em primeiro lugar, Tales procura algo material para explicar o universo; em segundo lugar,
Tales ao explicar o universo não se baseia em enunciados metafísicos, todavia se alicerça
na natureza e enfim, na afirmação de que a água é princípio primordial de todas as coisas,
este um pensamento tudo é um. Ora, na primeira fase Tales continua com a ideia dos mitos
mais na segunda sai dos mitos e na terceira se torna o primeiro filósofo.

Nietzsche demonstrava uma grande admiração pela cultura clássica 3, isto é, com a
vida que era levada pelos gregos da era pré-socrática, estes sabia tchilar, curtir a vida,
independentemente das circunstâncias em que eles se apresentavam, sabia aproveitar os
momentos, porém esses valores que caracterizam a Grécia pré-socrática se perderam com
a Grécia socrática, onde passou-se a se valorizar o uso da razão..

ʺPara o sofrimento oculto, não descoberto, não testemunhado, pudesse ser


abolido do mundo e honestamente negado, o homem se viu então
praticamente obrigado a inventar deuses e seres intermediários para todos os
céus e abismo, algo, em suma, que também vagueia no oculto, que também
vê no escuro, e que não dispensa facilmente um espectáculo interessante de
dor […] toda a humanidade antiga é plena de terna consideração pelo
espectador, sendo um mundo essencialmente público visível, que não sabia

3 Pré-socrática.
imaginar a felicidade sem espectáculo e festas, e como já disse, também no
grande castigo há muito de festivo “NIETZSCHE, 2000: 24).

A condição humana como identidade para filosofia

Desde os finais da década 60 depois da independência de muitos países africanos,


muitos intelectuais africanos começaram a querer comprovar a sua humanidade no mundo,
e para tal, primeiro tiveram que desconstruir, o pensamento do ocidente, onde os grandes
intelectuais na história da filosofia como Hegel que defendia a não civilização dos povos
africanos, como Kant que defendia que a raça humana é feita de uma única raça branca, e
as outras raças são defeituosas e Levy Brhul que defendia que os africanos são pré-lógicos.
Defendiam a pré-lógica do africano, que este não contribui no desenvolvimento da
humanidade. Ora, a filosofia não tem fronteiras, todos os povos da terra foram dotados das
mesmas capacidades para o exercício filosófico, enquanto a filosofia consiste em pensar os
problemas da humanidade, os africanos na tentativa de trazer à tona a verdade omitida na
história, de que a filosofia terá a sua origem em África, porque foi em África onde foram
descobertos os ossos dos primeiros homens na terra. Segundo Mucale (no segundo
prefácio da obra de Novais Reis), afirma que se África é o berço da humanidade, é óbvio
que a filosofia tem sua origem em África, porque encontramos os primeiros homens em
África e a filosofia é praticada pelos homens.

Os intelectuais africanos ao buscarem asseverar a sua humanidade no mundo,


acabaram por cometer o mesmo erro, que os ocidentais perpetraram, isto é, os africanos,
principalmente os da corrente afrocêntrica, afirmam que a filosofia tem a sua origem em
África. Ora, a origem da filosofia não pertence a nenhum povo, raça, etc. Mas pertence a
todos os seres humanos, independentemente do povo que possa pertencer, todos os
homens têm as mesmas capacidades para discutir os problemas da humanidade e procurar
a resolução dos mesmos, basta que estejam à gozarem de consciência sadia. Segundo
Ngoenha (apud Biriate e Geque, 2010), filosofia é um instrumento de emancipação que
ajuda a resolver os problemas da humanidade.
Todos os homens, tem problemas por resolver durante a vida e pode usufruir dessa
ferramenta para os resolver, como afirma Descartes viver sem filosofia é como ter os olhos
fechados, sem nunca se esforçar em abri-los, se afirmamos que a filosofia possui uma
origem geográfica, estaríamos a afirmar que os outros povos, antes desse povo descobrir a
filosofia não tinham interesse em abrir os seus olhos para contemplar a realidade, que só
pode ser contemplada com os olhos abertos.

“A filosofia como pensamento do pensamento é imanente à condição humana,


porque todos os povos, em todas as épocas, se questionaram, a respeito do
cosmo, da vida, da morte da subjectividade, da razão de as coisas existirem
em vez de o nada” (NOVAIS DE REIS, 2020: 43).

Partindo do trecho acima citado, pode se notar que a filosofia não tem uma origem
geográfica, mas sim tem uma origem humana enquanto ferramenta para resolução dos
problemas da humanidade, isto é, todos os seres humanos praticaram a filosofia e
continuam a praticar, desde os primórdios da sua existência. Por essa razão urge uma
necessidade de se abandonar as teorias filosóficas que debruçam em torno da origem da
filosofia,pois as mesmas trazem uma conclusão inconclusiva. Daí surge a filosofia de
tchilar, a qual se prende na busca da felicidade dos homens na terra, e afirma que a curtição
é o único meio para se chegar a felicidade na terra, onde se considera que tchilar é uma
vontade humana que aceita os desafios da vida de forma natural, transformando-os numa
oportunidade para justificar a sua existência na terra, enquanto se aguarda o aparecimento
do super-homem:

“ Que nos salvará não só do ideal vigente, como daquilo que dele
forçosamente nasceria, do grande nojo, da vontade de nada, do niilismo, esse
toque de sino do meio-dia da grande decisão, que torna novamente livre a
vontade que devolvem à terra sua finalidade e ao homem sua esperança, esse
anticristo e anti-niilista, esse vencedor de Deus e do nada ele tem que vir um
dia” (NIEZTZSCHE, 1998: 36).

Mudimbe inicia uma abordagem histórica contextualizando os conceitos de


mitificação de África, procura desconstruir as verdades apresentadas pelos filósofos,
antropólogos, missionários etc. Que sobre as ideias eurocêntricas pretendia ignorar a gnose
africana, e pretende mostrar uma gnose africana livre dos preconceitos eurocêntricas
''observado através dos conteúdos veiculados pelos pensadores que o forjam, ou ainda,
através dos sistemas de pensamento que são rotulados como tradicionais e as possíveis
relações destes com o conhecimento normativo sobre África'' (MUDIMBE, 2013: 118).
Contudo, concentra-se na análise da experiência colonial, como um período que é
controverso, que propicia novas configurações históricas e abordam acerca das tradições e
culturas africanas. Tendo como base a estrutura colonial, põe um sistema dicotómico, de
modo a trazer novas posições paradigmáticas significativas, tais como: as políticas param
domesticar os nativos; os procedimentos de aquisição, distribuição e exploração de terras
nas colónias; e a forma como organizações e os modos de produção foram geridos.

''Foi dada a prioridade a revolução sobre agrícola; a promoção simultânea de


todos os ramos da indústria, com abordagem preferencial da indústria; foi dada
a ênfase as actividades do sector terciário e aos serviços; foi dada a
preferência as exportações em determino sistema económico total''
(MUDIMBE, 2013: 17).
Contudo essas políticas que foram estabelecidas pelo colonialismo trouxeram
consequências para o povo africano, porque os sistemas desenvolvem à custa de outras
partes, essas políticas eram dirigidas para territórios não ocidentais de modo a tornar o
capitalismo como o modelo para todos os povos, para ser visto como único caminho para o
desenvolvimento dos países em desenvolvimento, neste caso o desenvolvimento dos países
do terceiro mundo é determinado pelos países do primeiro mundo. Blyden como precursor
do nacionalismo e pan-africanismo que rejeitas as conclusões científicas sobre o racismo,
pretendia apresentar teses de modo a tornar a liberdade e a exploração dos africanos
''primeiros movimentos esboçados por um homem negro, que aprofundava vantagens de
uma estrutura política independente e moderna para o continente” (DIAGNE, 2014: 267). A
história é desfigurada pela documentação, fizeram-na os gregos e os romanos.

A África historicamente é considerado o berço da humanidade, razão pela qual


muitos efeitos foram encontrados no continente africano, que acabou perdendo por causa
da colonização, isto é, os europeus levaram tudo o que pertencia ao continente africano, as
invenções do continente africano foram considerados como descobertas da Europa, e mais
tarde foi considerado como um continente que nada fez para o avanço da humanidade,
afirmando que não fez nada para o desenvolvimento económico industrial, político etc. As
invenções de África durante o período da colonização, todos os pertences que podia
contribuir para o desenvolvimento foram levados para Europa, passando a pertencer ao
continente europeu. Nenhuma cultura é superior em relação a outra, todas as culturas
devem ser valorizadas e respeitas “quase tudo o que chamamos cultura superior é baseado
na espiritualização e no aprofundamento da crueldade” (NIETZSCHE, 2005: 229). Os
europeus elaboraram teorias científicas que pudesse justificar a inferioridade do africano no
mundo, as técnicas de estatuária, arte, produções arquitectónicas foram invenções dos
brancos, ''nada de qualidade nem um simples pano de cerâmica’’ (MUDIMBE, 2013: 25).

Na tentativa de recuperar as invenções de África no mundo ou para mostrar que o


africano contribuiu muito no avanço da técnica e concluira que as artes foram invenções de
África e que as mesmas constituem o objecto de estudos africanos, como uma disciplina
científica que contribuiu bastante no desenvolvimento da cultura do ocidente, o poder do
conhecimento que os africanos tinham pela arte, moldou o mundo inteiro, vestido de uma
cultura, não verdadeira, isto é, os efeitos dos nossos antepassados, de forma implícita,
foram valorizados, sob o rosto do branco, e isso permitiu com que os objectos africanos
fosse levado para todo canto do mundo e, que mais tarde foram esquecidos esses feitos,
porque tinha o rosto do homem branco, mas de dentro possuía, a diversão do africano, os
africanos são melhores na arte de tchilar, só que estes perderam está arte de tchilar com a
chegada do cristianismo no continente africano. O ocidente na tragédia de Cristo, crucificou
Jesus Cristo, se escondendo de roupas pretas, por essa razão passaram a usar, a roupa
preta nos velórios, pensava que o velho Deus ia, os perdoar e depois sentiram a
necessidade de vir, culpar o mundo inteiro pela morte de Jesus Cristo. Afirmando que todos
os homens que estão sob a face da terra são pecadores, ou melhor, que Jesus morreu por
nossos pecados.

O continente africano devido à escravidão passou a cultuar os valores europeus,


durante a colonização houve um colapso contra o homem africano, recentemente, muitos
intelectuais fingem lutar pela causa africana, mas se trata de satisfazer os seus interesses,
corre para Europa, depois volta cá, tipos são letrados, representa o continente africano,
enquanto não passa de medíocres, conservadores dos valores europeus.

A filosofia, história, antropologia, etc., são discursos de conhecimento, logo, discursos


de poder e possuem o projecto de conduzir a consciência do homem à sua condição real, de
restituí-la aos conteúdos e formas que lhe conferiram a existência e Mudimbe faz análise de
algumas teorias, que propõe uma nova postura na literatura africana, na política, e
empenha-se na busca da alteridade do sujeito e dá importância arqueologia.

A filosofia desde Descartes empenhou-se na busca da relação que existe entre o


conhecimento e a verdade, onde a pergunta frequente era de querer saber o que é era a
verdade? Nietzsche (apud MUDIMBE, 2013: 63), modificou a questão, afirmando que os
obstáculos que o homem enfrenta na busca da verdade reside nos meios que ele usa para
chegar a verdade por isso a pergunta deve ser colocada da seguinte forma, qual é o melhor
caminho ou método mais seguro para se chegar à verdade?

Os problemas da África actual não estão ligados a política, mas ao uso de métodos
científicos, pois eles são os únicos meios para se ultrapassarem os desafios que a África
enfrenta nesses últimos dias. Usando a ciência à África poderá resolver os seus problemas.

Os africanos não irão desenvolver enquanto continuar a reivindicar um passado


remoto, que foi substituída pelo outro passado, os discursos dos africanos não podem
continuar a exigir o que eles inventaram no passado e que lhes foi arrancados durante o
período da colonização, mas deve discursar sobre presente, como inventar de modo a se
libertar, de ser dependente do ocidente.

Ó irmãos constitui verdade que muitos africanos, descobriram muita coisa para o
desenvolvimento da humanidade, mas isso não basta, em que estas descobertas
beneficiam o continente africano? Se continua dependente do ocidente. O continente
africano foi colonizado sim, mas isso não justifica o atraso económico que estamos a passar
nos últimos dias, é melhor nos contentar com a ideia de que o nosso passado não nos irá
ajudar em nada uma vez que '' não nos é possível recuperar o nosso passado remoto''
(Ngoenha). Ora, não é possível desfrutar o presente sem esse passado remoto, mas temos
que sim ver esse passado remoto de uma forma crítica, não como modelo para o nosso
presente.

O africano na terra deve procura aprender à adaptar-se com as necessidades que a


terra impõe a ele sem que necessite tanto da ajuda do exterior, porque se for assim, nunca
teremos estados soberanos capaz de resolver nossos problemas, isto é, um pai que não
consegue resolver os problemas da sua casa, já é um passo para os filhos começar a
desconfiar das capacidades intelectuais do pai. Para resolvermos os nossos problemas, em
primeiro lugar, precisamos garantir a nossa educação, mas não basta a educação como tal,
pelo contrário primeiro precisamos, de espírito de coragem, o que falta a nós africanos pelo
visto é a coragem e sofremos de uma doença chamada a preguiça, quantos moçambicanos
que foram formados nos exteriores desde a década 80, no ano de Machel com esperança
de que poderia contribuir para o desenvolvimento do nosso país, Machel afirma que a
riqueza de um país não depende dos recursos naturais, mas depende dos homens que gere
estes recursos enquanto não houver homens capaz de gerir os recursos do continente
Africano, a África continuará sob a tutela do ocidente, não é estranho a vontade de os
chineses nos últimos dias, querer ocupar o território africano, alguma coisa descobriram que
os africanos, preferem viver de migalhas do ocidente, tendo eles condições de oferecer as
migalhas e emigraram para fazer o mesmo, mas com uma outra política, nós não viemos
para vos roubar, mas para ajudar a desenvolver à África e para tal oferecemos um ajuda na
construção das entradas edifícios e pontes etc.
Há uma necessidade de os homens africanos procurar-se conectar ao mundo, não
para pedir ajuda, mas sim para se auto afirmarem como um povo independente como
sonharam a geração de Krumah. Ngoenha afirma que ‘‘a filosofia não deve consistir na
procura do que nos singulariza e portanto nos que diferencia dos outros homens, mas deve
estar centrada sobre a procura da verdade para o homem'', cada povo é o que é, devido ao
que se consideram importante para o bem dos seus cidadãos, há uma necessidade de os
africanos abrir visão. À África pode fazer mais do que faz, necessita a pena de homens com
coragem de enfrentar os desafios e um dos primeiros desafios será de enfrentar os seus
próprios dirigentes. Porque enquanto deixar os seus dirigentes fazer e desfazer o quanto
puder não haverá desenvolvimento em africana.

Convido a todos os africanos a empenhar-se na sua emancipação económica, porque


esta é a única guia para um país deixar de ser dependente de outros, sem a emancipação
económica será muito difícil, congratular os nossos objectivos. Ora, falar de dinheiro para as
sociedades africanas, ainda parece ser um mito, por que continua a desvalorizar esse
debate na comunidade, nas escolas etc.
Os africanos trabalham duro para ganhar o dinheiro, vemos milhares de jovens
africanos a se deslocar de um lado para outro para puder ganhar o dinheiro, e nunca
tentaram pensar sobre o dinheiro, visto que hoje perdemos todos os valores antigos, onde
se respeitava a dignidade humana, todos temos um preço, nas nossas instituições públicas,
para tratar um documento ou um assunto de cariz dilemático, somos obrigados a falar como
homem4 ''cada coisa tem seu preço; tudo pode ser pago" (NIETSCHE, 2000: 25).

O dinheiro compra tudo na terra, sem dinheiro coloca-se em dúvida a nossa


existência, podemos dar um exemplo muito frequente nas comunidades africanas onde
quando alguém tem dinheiro (rico economicamente) é considerado como cabeça da casa,
isto é, pensa mais em relação aos outros que não tem dinheiro, parece ser mentira, mas na
prática pode-se observar que isso constituem a verdade, ou melhor dizer, quem tem dinheiro
é mais respeitado, na família, na comunidade, na sociedade, no governo etc. para dizer que

4 É uma expressão muito usada em Moçambique, muito mais pelos funcionários públicos, se quer que o teu assunto seja
resolvido o mais rápido, ou quando quer ser atendido bem.
nas sociedades contemporâneas o dinheiro é a base de tudo para uma vida digna diante
dos outros.

“Todo o mundo gira em torno de dinheiro […] o dinheiro é um assunto


demasiado sério para ser deixado (somente) aos homens dos bancos, se for a
olhar para todo o currículo do sistema nacional de educação de Moçambique,
desde escola primária até ao ensino universitário, não irão encontrar nenhum
capítulo sobre o dinheiro” (CASTIANO, 2018: 34).

Desfrutar calmamente à vida

“O homem alegrou-se ainda muito pouco desde que há homens:


só isto, meus irmãos, é o nosso pecado original” (NIETZSCHE,
2008: 81).
Nos últimos dias, as sociedades contemporâneas têm frequentado muitos desafios no
que tange a sua vida, a preocupação maior agora- é como garantir uma sociedade onde os
jovens cultuam os bons hábitos, regras e ao pé da letra a vida dos seus antepassados. Ora,
muitos fogem do que se diz o hoje, a favor de um futuro ideal ou a favor de uma vida ideal.
Desejar, conquistar e cobiçar, esses três conceitos, seria de grande ajuda se as sociedades
contemporâneas, isto é, só há uma sociedade melhor onde há jovens que tem o espírito de
inovar, criar e não com o espírito de conservar o passado alheio. Há uma necessidade de
incutir nos jovens os conceitos de conquistar, cobiçar e desejar, os jovens devem começar
desde cedo a pensar nesses conceitos, a vida só pode ser vivida ou sentida tendo em conta
as conquistas de cada um. Nunca se pode dizer que alguém viveu a vida conservando os
hábitos antigos e os valores tradicionais. É sempre melhor incutir aos jovens a viver o
presente.
Os homens desde que começaram a saborear a vida no ventre das mulheres, nunca
viveram o passado, nem o futuro, sempre viveram o presente, isso nos leva a pensar que o
homem nunca irá viver o futuro, embora que todos os dias se esforce para ter um futuro
melhor, passado e o futuro nunca existiram.
“…. Os homens supra-históricos nunca conseguiram pôr-se de acordo. Mas
ao contrário de todos os outros modos de considerar historicamente o
passado, conseguem a unanimidade neste ponto: o passado e o presente são
uma e única e mesma coisa e, apesar de toda a sua diversidade, conservam a
unidade profunda de um mesmo tipo e realizam a omnipresença de tipos
indestrutíveis, apresentando uma estrutura estável de valor invariável e de
significação sempre idêntica” (NIETZSCHE,2003: 113).

Doravante que se diga que nenhum homem já conheceu o passado e conhecerá o


futuro. Aos responsáveis pela educação da juventude deveria se observar isso. Nietzsche
afirma que o passado deve ser olhado de uma forma crítica, isto é, nós todos somos
chamados a julgar o passado até condenar os actos dos nossos antepassados, nunca se
pode olhar o passado como modelo perfeito para o hoje, ou o futuro como modelo perfeito o
hoje. As sociedades contemporâneas preocupam-se muito mais em manter a cultura,
identidade e etnia e, continuar a cultuar o passado. Se os nossos antepassados
desenvolveram uma cultura é óbvio que nós também podemos desenvolver a nossa cultura.
É importante que fique claro para todos que não se a enfatiza o desprezo pelos feitos
dos nossos antepassados, fizeram muito pela raça humana. Mas enquanto nós nos
limitamos a louvar os feitos deles, tornar-nos-emos inúteis a raça humana. E no futuro
seremos julgados pelos erros dos nossos antepassados, o que se vai dizer pela nossa
época? As futuras gerações irão chamar-nos dos bons conservados dos bons costumes.
Nietzsche chama isso do espírito do camelo, onde o camelo limita-se a obedecer os bons
hábitos dos seus antepassados, só assim é que o camelo vive a vida, e sente-se orgulhoso
por isso, estes degenera a raça humana, um exemplo concreto, os que crucificaram Jesus
Cristos, foram os bons conservadores dos hábitos da lei de Moíseis. Um outro exemplo os
que envenenaram Sócrates, foram os bons conservadores dos costumes da Atena.
Vivemos numa sociedade medíocre, onde quando alguém tenta trazer uma outra
realidade daquilo que não existe no nosso mundo, pensamos que este está a destruir os
bons valores, além de tentar ver se conseguimos enquadrar está nova realidade ao nosso
mundo. Segundo Nietzsche (2008) os bons destruíram a raça humana, razão pela qual na
boca de Zaratustra, chama o leão para ver se esse, acaba com o bom conservadorismo dos
bons hábitos. Mas este tem rancor com o teu passado ou ele não está preparado para
libertar a raça humana.
Por essa razão, Nietzsche recorre em últimas instâncias na tentativa de salvar a raça
humana, é necessário o espírito da criança, aqui temos a fase da inocência, onde este tem a
vontade do poder pela vida, vê o passado como se fosse um modelo que tem que ser
apreciado por ela e não como um modelo a seguir, para ela não existe o amanhã, não existe
esta palavra para ela. Ó Irmãos só com o espírito da criança é que se pode viver o amor fati,
e por fim preparar-se-á o surgimento do super-homem, que terá como missão libertar a raça
humana da universalização dos valores tradicionais, cristãos, etc. E de tudo o que é contra a
vida. A única forma de combater é a prática da filosofia de tchilar “ conjuro-vos, irmãos,
permaneceis fiéis à terra e não acrediteis naqueles que vos falam de esperanças supra-
terestre!” (NIETZSCHE, 2008: 8). Na terra pode-se encontrar várias razões para viver do
que nos céus, porque ninguém já foi ver o que se passa nos céus, mas todos os homens
testemunham as maravilhas da terra.
Friedrich Nietzsche (1844-1900), formou-se em filologia com a leitura do livro de
Schopenhauer começou a se interessar pela filosofia, foi por muito tempo fascinado pelo
pessimismo de Schopenhauer e também maravilhou-se com o trabalho de Richard Wagner,
via a música como um instrumento que pode renovar a cultura da sua época. Em humano
demasiado humano afasta-se de Schopenhauer e de Wagner, iniciando uma filosofia do
futuro que denominou de espírito livre, afirma que ficou cego pela vontade moral de
Schopenhauer por muito tempo de sua vida e também que se enganou com o romantismo
incurável de Wagner acreditando que era o início enquanto era o fim.
Nietzsche identificou dois tipos de pessimismo: O primeiro pessimismo é a dos
românticos, isto é, espírito estando cansado de viver, sentir à dor, o sofrimento decide
renunciar à vida. Nietzsche compara este pessimismo como a do cristianismo que por tanto
sofrer, sentir à dor, inventaram a vida depois da morte, a favor de um outro mundo melhor,
Shampenhauer é herdeiro dos valores do cristianismo. O segundo pessimismo consiste em
aceitar à vida, mesmo sabendo do sofrimento, sentindo a dor. Nietzsche vê nesse segundo
pessimismo o que Wagner designou de arte, isto é, pensa que o único instrumento que pode
levar o homem a superar à dor, o sofrimento é a arte e a curtição.
Nietzsche crítica o idealismo afirmando que criou o mundo que não existe (anti-
mundo), para explicar este mundo, a única realidade objectiva é o mundo material e
sensível. Crítica o positivismo por acreditar que o único meio para alcançar o conhecimento
é ciência e estabelece teorias que devem ser eficaz na resolução de qualquer problema e, o
mundo é infinito e pode ser interpretada de várias maneiras, cada um pode interpretar à sua
maneira.
Com o anúncio da morte de Deus em Nietzsche, pretende-se despertar aos homens
os valores tradicionais que carrega nos seus colos do conservadorismo das velhas tábuas,
de viver o passado no presente, a moral dos escravos pertence ao povo judeu inimigo da
vida que inventaram um mundo superior fora deste, os fracos inventaram a vida depois da
morte para subjugar os fortes e consideram pecado todos os prazeres da terra. Nietzsche
responsabiliza todos homens pela morte de Deus porque os mesmos foram se afastando de
Deus, perdendo todos os valores que servia do fundamento para a vida embarcando na
loucura dionisíaco o Deus que aceita a vida, recordando os pré-socráticos que amava a
natureza, o anúncio do surgimento do novo homem que é o super-homem que está além do
bem e do mal, este vai dominar a terra, vai viver a eterna vivacidade do eterno retorno da
vida pelo amor fati.
Nietzsche no livro de anticristo inicia uma transvaloração de todos valores tradicionais
que são contra a vida, porque o cristianismo considerou pecado todos os prazeres da terra,
a favor de uma vida melhor depois da morte, ao afastar-se dos prazeres da terra foram
contra os instintos fortes defendendo os fracos, o cristianismo usou a compaixão para
transvalorizar os valores.
Nietzsche afirma que a compaixão não permite ao homem ver a vida de forma
selectiva, o Deus dos cristãos é um doente porque despreza os prazeres da terra, criando
mundo superior, afirmando a vontade do nada. Ora, Nietzsche vê na figura de Cristo um
homem nobre que soube aceitar a vida, razão pela qual aceitou ser pendurado na cruz, isto
é, aceitou a vida até as últimas consequências, e o considera espírito livre. Mas se afasta do
cristianismo alegando que Cristo morreu na cruz e na cruz foi pendurado o evangelho, e
Paulo com o espírito de vingança criou o cristianismo e a igreja, o cristianismo é ódio do
ressentimento, isto é, contra tudo o que é aristocrático. Contudo Nietzsche admira-se no
novo testamento com Pôncio Pilatos, e considera Lutero com espírito livre pela coragem que
teve de denunciar a corrupção do papado, apesar de que teria feito mais se tivesse
denunciado cristianismo, pelo contrário permitiu com que a igreja se expandir, a igreja cristã
desvalorizou todos os valores.
Para Nietzsche a vida só pode ser sentida e vivida quando os homens renunciar o
passado e a outra vida depois da morte, só se pode viver a vida aceitando o destino, pelo
amor fati, que é aceitar a vida, considera que a visão cristã “tudo não tem sentido” é apenas
uma das interpretações, o cristianismo inventou a vida depois da morte para justificar a sua
existência. Segundo Nietzsche (2000) o cristianismo desenvolveu-se num terreno falso, com
o propósito de eliminar a classe governante, contra a realidade que até hoje permanece
como um problema pendente, admira-se com a figura de o Cristo e diz que o cristianismo
não é Cristo, refere-se a modo de vida que ele levou, um cristão é alguém com instinto de
crueldade, cheio de ódio, contra todos os que pensam de maneira diferente.
Para Nietzsche tanto o bom Deus como o Diabo são produtos da decadência, só
existiu o único cristão e o mesmo foi pendurado na cruz e nela morreu juntamente com todo
o evangelho, o cristianismo foi até ao presente a maior desgraça da humanidade, o homem
de fé é totalmente dependente. O cristianismo fez os homens perder a herança da cultura
antiga, fez a guerra de morte contra tudo. Nietzsche estabelece seis leis contra o
cristianismo, das quais importa citar a primeira lei que discorre em torno do seguinte: ''é vício
qualquer forma de anti-natureza, anuncia o super-homem (Übermensch), aquele que há-de
dominar a terra, Deus morreu que viva o super-homem.
A Filosofia de tchilar é uma abordagem filosófica que pretende incutir ao homem a
ideia de que ele é um ser que necessita da diversão, sem a diversão a vida não faria
sentido. É divertindo que se consegue mostrar o lado humano, como se diz na gira popular
"o homem bêbado não mente", muitos perguntariam divertir significa beber? Todo o homem
bêbado, primeiro vê o mundo como se fosse o último dia da sua vida, por isso aproveita
fazer o que não faz quando não estiver embriagado, diz o que não podia dizer, fala com
qualquer um, valoriza o presente. Para este o homem o passado e o futuro não existem
como afirma Schopenhauer (2005) que ninguém viveu o passado e ninguém viverá o futuro
enfatizado o presente e isso já é positivo porque o que faz muitos homens não viver a vida
como gostaria de viver, é o passado e o futuro.

O passado faz com que os homens não evoluem e o futuro preocupa o homem
porque é incerto. Nietzsche afirma que tudo é precioso para aquele que foi por muito tempo,
privado de tudo. Como é do conhecimento de todos que o homem ainda é novo na esfera
terrestre, ainda tem curiosidade de ver tudo como se fosse uma tragédia, mas quando o
homem não está embriagado se esquece dessa missão, importa referir que tudo em
excesso é nocivo a vida humana. É necessário que se viva o presente, a sociedade incutiu
no homem valores decadentes, o facto de os homens pensar que beber é pecado isso
resulta da universalização dos valores daquele povo dos escravos, o cristianismo é culpado
por incutir a ideia de que beber é pecado.

Nietzsche (2000) afirma que o mundo se tornou novamente infinito no sentido de que
não podemos negar a possibilidade de se prestar a uma infinidade de interpretações. E o
homem que está aberto a muitas interpretações é o homem embriagado, no tempo dos
meus pais quando se tinha um problema por resolver comprava-se vinho e chamava os
madodas5 para resolver o problema, isso é uma das provas entre várias, não precisamos de
ir longe, pode-se perguntar permite-me a expressão "os cotas… Não entendi nada nesse
período, o que queria dizer?". “Desde que há homens, o homem tem-se divertido muito
pouco: é esse, meus irmãos, o único pecado original” (NIETZSCHE, 2008: 81). Ora, divertir
é estar consciente de a vida é curta demais para ser sentida na sua plenitude, lembre-se de

5 Refere-se os bons conservadores da cultura.


que tudo em excesso é nocivo, irmãos todos os homens tinham que se divertir diariamente.
Só assim é que se pode entender o sentido da vida e o significado da morte.
Ó irmãos, convido-vos a embarcar no espírito livre na linguagem nietzschiana, vamos
esclarecer os conceitos txilar e tchilar que me parecem estar a criar conflitos nos meus
seguidores, os preconceitos que os homens herdam no meio social em que estão inseridos,
retarda o desenvolvimento da psique. O espírito humano desenvolve-se na medida em que
se contradiz o passado, enfatizando o espírito crítico que se empenha a criticar o passado
de modo a construir o presente.
Eu como discípulo de Zaratustra tenho a missão de incutir aos homens o espírito
humano que consiste em levar uma vida que basta viver a eterna vivacidade, predigo a
filosofia de tchilar, permita-me a esclarecer os seguintes conceitos de modo a nos
compreender melhor.

Esta carta é dirigida a todos os seguidores da filosofia de tchilar. Não se prediga a bebida
enquanto bebida, mas como uma forma para o espírito puder se libertar dos preconceitos,
hábitos etc. Não se prediga txilar enquanto bebida “Txilar … é um estado de espírito
optimista, a forma de estar espontânea e a habilidade de transformar desafios em
oportunidade, sempre com uma atitude positiva”. Predigo a filosofia de tchilar que está
embardiҫado na loucura dionisíaca contra a razão e a ordem de Apolo, o mundo é um caos
e para vivê-lo somos obrigados a embardiҫar no espírito dionisíaco.

Tchilar significa desfrutar calmamente a vida, divertir-se com a vida, curtir a eterna
vivacidade do eterno retorno da vida, descansar e relaxar nesse caos na base do amor fati.
Zaratustra anuncia o super-homem “é o homem novo que, ropidas as antigas cadeias, cria
um sentido novo da terra; é o homem que vai além do homem, o homem que ama a terra e
cujos valores são a saúde, a vontade forte, e o amor, a embriaguez dionisiaca”
(NIETZSCHE apud ANTISERI e REALE,2006: 25), este vai dominar a terra, este espirito de
querer dominar a terra de modo que se torne habitável para o homem é a dádiva que
Nietzsche deu à humanidade. Ora, filosofar é desfrutar calmamente à vida, viver a eterna
vivacidade do eterno retorno.

É divertindo que se consegue mostrar o lado humano, como se diz na gira popular "o
homem bêbado não mente" Todo o homem bêbado, primeiro vê o mundo, como se fosse o
último dia da sua vida, e por isso aproveita a fazer o que não faz quando, não estiver
embriagado, diz o que não podia dizer, fala com qualquer um, valoriza o presente. O que faz
muitos homens não viver a vida como gostariam de viver, é o passado e o futuro. O
passado faz com que os homens não evoluem e o futuro preocupa o homem porque é
incerta. Nietzsche afirma que tudo é precioso para aquele que foi, por muito tempo, privado
de tudo.

Como é do conhecimento de todos que o homem ainda é novo na esfera terrestre,


ainda tem curiosidade de ver tudo como se fosse uma tragédia, mas quando o homem não
está embriagado se esquece dessa missão, importa referir que tudo em excesso é nocivo a
vida humana. É necessário que se viva o presente, a sociedade incutiu no homem valores
decadentes, o facto de os homens pensar que beber é pecado isso resulta da
universalização dos valores daquele povo dos escravos, o cristianismo é culpado por incutir
a ideia de que beber é pecado. Nietzsche (2000), afirma que o mundo para nós, tornou-se
novamente infinito no sentido de que não podemos negar a possibilidade de se prestar a
uma infinidade de interpretações. Ora, divertir é estar consciente de que está a divertir-se,
lembre-se de que tudo em excesso é nocivo, irmãos todos os homens tinham que se divertir
diariamente. Só assim é que se pode entender o sentido da vida e o significado da morte.

Se o absoluto permitiu ao homem construir na terra, tinha um propósito para ele, e


este propósito é um segredo entre o homem e o absoluto. O absoluto escondeu este
mistério para os homens, tenho sonho e espero que a minha intuição me conduza a este
mistério, que nenhum homem até então soube decifrar este mistério, enquanto o homem
viver deve se empenhar nessa busca incansável. Tenho a intuição de que a com a Filosofia
de tchilar irá se alcançar este mistério. Vivamos a vivacidade do eterno retorno pelo amor
fati6, o homem só tchilando poderá descobrir, decifrar o segredo da vida, sem isso
continuará sendo inútil o seu esforço, óh irmãos vamos desfrutar calmamente à vida, jurei
pela minha honra, o mundo é um caos enquanto permanecemos presos à razão, deixemos
nos levar pela loucura dionisíaca. A vida é loucura agarremo-nos a loucura.

6Atitude do super-homem que, com o espirito dionisíaco, aceita a vida entusiasticamente em todos os seus
aspectos, até nos crués. O super-homem não apenas suporta aquilo que é necessário, mas o aceita e o ama.
O amor fati é aceitação da vida e do eterno retorno.
O absoluto fez tudo com o amor à dignidade humana, homens deixai-vos levar pelo
amor à vida, viver significa desfrutar à vida, enquanto respirar Sócrates jurou não deixar de
filosofar, eu juro não deixar de tchilar enquanto respirar, quero gozar à vida o quanto eu
puder, gozemos à vida de tal modo que não possamos deixar nada por viver, devemos amor
o nosso destino e fazer até o impossível para se revelar o mais rápido possível, encarar o
viver não significa fugir à morte pelo contrário desafiando à vida é preparar-se para desafiar
a morte.

A África sobrevive dos restos

O africano oferece ao chinês pão e o chinês dá ao africano badjia7, não quero afirmar
que o africano seja retardado mental, mas ele gosta de viver dos restos dos outros no seu

7 São salgadinhas fritos, populares em Mocambique


próprio prato, que exemplos nós jovens da geração da década 90, queremos oferecer a
futura geração, a geração década 60 libertaram a África e a geração década 70-80, ofuscara
o continente africano, isto é, gosta dos restos, nós jovens da geração década 90 não
podemos ser covardes como estes senhores, venderam o tesouro aos europeus,
americanos e chineses.

Há uma necessidade de os homens africanos procurar-se ligar ao mundo, não para


pedir ajuda, mas para se auto afirmar como um povo independente como sonharam a
geração de Krumah ''a filosofia não deve consistir na procura do que nos singulariza e
portanto do que nos diferencia dos outros homens, mas deve estar centrada sobre a procura
da verdade para o homem'' (NGOENHA, 1993), cada povo é o que é, devido o que se
consideram importante para o bem dos cidadãos caso isso não houver ninguém há-de vir de
fora para nos respeitar, abrir visão etc. A África pode fazer mais do que faz, necessita
apenas de homens com coragem de enfrentar os desafios, um dos desafios é enfrentar os
seus dirigentes.
A covid-19 no mundo

Temei a Deus e dai-lhe glória: porque é


vinda a hora do juízo. Ap. 14:7

A humanidade sofre hoje por uma pandemia chamada covid-19, que surgiu na china,
onde era possível que os homens controlassem a propagação da pandemia, mas por não se
respeitar o valor da vida, ela acabou por se propagar por todo o mundo, o homem fez
máquinas e ensinou a elas a dar valor a vida humana, o que impede ao próprio homem de
aprender a dar valor a vida? Ora, se uma máquina aprende a dar valor a vida humana, os
homens também podem o fazer, estas são provas suficientes que mostra que a humanidade
ainda não está preparada para valorizar a vida humana, não é necessário que os governos
nos diga o que devemos fazer enquanto o que está em risco são as nossas vidas.

Algumas expressões que são proferidas pelos líderes religiosos, não reflete a
realidade que se vive no mundo, a humanidade em geral está a passar por uma fase
contubarda na história, desde que o homem saiu do estado natural para o convívio social,
onde ele pensava que podia administrar tudo pelo uso de métodos científicos, onde se
afirmou categoricamente que com a ciência o homem iria estar acima de qualquer evento
não natural. É tempo de ouvir palavras, ler mensagens que corresponde à realidade actual,
mas algumas mensagens, palavras etc. vindas dos líderes religiosos não corresponde a
realidade actual que a humanidade está a enfrentar “ preparem-se para tempos melhores”
(Papa Francisco).

Ora, a preocupação da humanidade hoje é de encontrar meios alternativos, para


puder sobreviver perante essa pandemia, mas enquanto não se encontrarem esses meios
alternativos para salvar os homens, é dever de todos nós de tentar minimizar a situação, isto
é, escrever, falar etc. palavras que possa acalentar o povo, porque se não se fizer isso, ao
invés de sermos atacado pela pandemia covid-19, seremos atacado pelo medo e isso é
mais perigoso que a pandemia, se a covid-19 nos encontrar nesse estado (de tanto
temor/fobia), acredito que nem os próprios enfermeiros não estarão em altura de atender os
pacientes que padece da pandemia.

Ora, é necessário sensibilizar o povo, mas pelo contráio as atitudes dos líderes
religiosos não vão de acordo com a realidade que se vive. Exemplo: não se pode dizer a um
homem que está a passar fome, que ele tem que se preparar porque virá bons momentos
em que vai saciar. Isso é vergonhoso quando ouvimos palavras como estas de quem nós
esperávamos, palavras não que corresponde à realidade que se vive, os líderes religiosos
são pessoas que representam “Deus” na terra, nesse momento eles podiam consolar a
humanidade, trazendo mensagens aos seus féis, tendo em conta que mesmo na bíblia no
antigo testamento, encontramos alguns episódios, catástrofe que a humanidade sofreu, mas
os lideres estiveram ali para dar boas mensagens ao seu povo, mas os lideres actuais
ouvimos por ai a se insultar ou a se chamar de nomes “ aquele é que cura doenças vão ter
com ele” “os que pertence a Deus estão acima da morte” “ são os últimos momentos do
apocalipse”. Onde nós vamos com essas atitudes desumanas? Será que o facto de alguém
pertencer uma congregação o tira a sua dignidade humana?

Ora, tentei trazer algumas observações minhas que penso eu que merece ser
aprofundada por cada um de nós em qualquer canto do mundo, porque se continuamos com
essa ideia absurda de que “se eu estou infectado, o outro também tem que ser infectado”
aconselho a pensar nos seus ente queridos se continuar com esse pensamento, pode
conseguir se salvar mas alguns dos seus, não vão se salvar, se a china não conseguiu
manter a covid-19, e propagou pelo resto do mundo inconscientemente ou conscientemente,
tu podes fazer o contrário, talvez eles pensaram no negócios e você está a pensar em o
que? Só podemos salvar a nós se pensamos nos outros.

Irmãos, convido-vos a embarcar comigo, neste barco sem bússola, o homem foi
deixado a sós na terra, quando falo do homem refiro-me aos primeiros homens, fazer uma
analogia com o homem do presente, constata-se que o homem do presente não teria
sobrevivido, aguentados todos os desastres naturais, que o homem do passado suportou. O
homem do presente é frágil ao nascer até a sua morte, isto é, morre frágil. Terá razão
Darwin ao afirmar que o desenvolvimento das espécies é tempo de aceitar que o mundo é
um caos. Nietzsche nos convida a aceitar este caos, baseando-se no deus dionisíaco,
afirma que vale a pena ser louco do que ficar amarado ao deus da razão Apolíneo, o
Madagáscar no entender do ocidente está delirando com a loucura enquanto eles continuam
presos à razão.

É preciso desde já aceitar que a corona vírus passará a fazer parte das nossas
vidas, queiramos ou não, o uso de mascaras deve ser entendido como a nossa defesa
perante a esse vírus, se desejamos viver ou desejamos a morte, a escolha não é nossa
porque essa doença é transmissível, cabendo apenas as autoridades competentes tomar
medidas, com vista a garantir o bem maior que é a vida. Corona vírus é como qualquer
doença podemos conviver com ela, desde que observamos as medidas recomendadas.
Deixem-no tomar o chá de África, que nos considerem atrasados, mas a tomar o nosso chá,
nós iletrados, estamos habituados a viver com epidemias (malária, HIV, TB etc.). Nós
afirmamos o que não sabemos e somos submetidos a doenças que não conhecemos a sua
origem, é loucura o que estamos a viver, vamos homem do presente, a sua razão te levou a
sua destruição, oh deus apolíneo “as pessoas que me dizem que eu vou para o inferno e
elas vão para o céu de certa forma deixam-me feliz de não estarmos indo para o mesmo
lugar”

Aqueles medíocres que cura doenças em nome de Jesus aonde é que estão, os
vossos fiéis se bem que precisam da vossa ajudam, profetas do presente, chamei-vos de
profetas, que é isso, medíocres, Deus não é o que quer, que Ele seja, mas é Ele. A minha
intuição fala de uma vontade do poder.

O negócio da bíblia após Covid-19

Em todo mundo vive se hoje, momentos difíceis para a espécie humana, como é de
conhecimento de todos que ninguém é imune a covid-19, isto é, para todos os homens seja
branco ou negros, não tem pele que é imune a covid-19, não distingue a classe social, não
escolhe o continente, região, povo etc. Deus no passado fez os nossos antepassados ver o
quanto Ele se arrependia de ter feitos homens no mundo, contudo viu Deus no mundo um
único homem justo que podia salvar a sua espécie, Noé foi considerado justo nos olhos do
senhor pela conduta na sociedade em que o viu nascer, não se desviou dos princípios do
senhor, viu nele Deus um homem justo e lhe foi confiado a missão de salvar a sua espécie
para que não desaparece na face terrestre, isto é, lhe foi dado a missão de construir uma
arca e recolher todos os animais, Macho e Fêmea.

A bíblia conta nos que Deus viu que todos os homens haviam se desviado do seu
caminho, começaram a imaginar coisas ruins, a ter maus pensamentos, porém, se
arrependeu de ter feito o homem na terra “Destruirei o homem que crie sobre a face da terra
[…] me arrependo de os haver feitos” (Génese, 6:7). Nesta passagem bíblica pode se
compreender duas coisas numa interpretação filosófica. Em primeiro lugar que o mundo não
surgiu do nada, há um criador que o fez inclusive todas as coisas que estão nele.

Em segundo lugar, que existe um ser que controla as acções humanas, no que
concerne a conduta moral, aquilo que é bom ou mau aos seus olhos. A pergunta que
gostaria de fazer a todos aqueles que usa a bíblia como fonte de renda para as suas vidas,
partindo desta passagem bíblica coloco diante de vós a seguinte pergunta: o que terá
acontecido com o homem, a covid-19 é uma pandemia que está além das capacidades
humanas, embora que se diga que foi fabricado pelo próprio homem? O que os homens
fizeram para ser visto pelo senhor que se desviaram do caminho dele?.

Nos últimos dias tem se observado o surgimento de várias igrejas, muitos profetas,
pastores e apóstolos, igrejas com equipamento modernos que permite louvar e exaltar o
nome do senhor, o que não tinha na época de Noé, mas mesmo assim foi considerado um
homem justo nos olhos de Deus, será verdade que Deus não viu nenhuma igreja, nenhum
pastor justo? Para o revelar que ano de 2020 ia acontecer uma pandemia que ia matar
homens, para lhe dar condições para sermos salvos? Ou a covid-19 é uma armadilha do
Diabo para enganar os homens a se desviar do senhor, como fez com Jó? Para testar se os
homens estão preparados para enfrentar os desafios da vida. Ó irmãos sem querer ser
pessimista, quanto a continuação das igrejas após covid-19, porque todos aqueles que dizia
que curava doenças em nome de Deus, nessa época de covid-19, estão em silêncio, o
poder divino já não consegue curar todas as doenças? Perderam a unção divina?
Estes pastores me parecem que estão a se preparar para mudar de paradigma, para
um outro paradigma porque este de que, foram ungidos de unção para curar todas as
doenças já foi falsificada, lembro-me de Karl Popper quando descobriu um cisne preto,
enquanto os positivistas, círculo de Viena, orgulha-se da indução, como um método que
parte do particular para formular leis universais. Muitas pessoas têm se sacrificado para
desvendar o mistério divino, cientifíco etc., Mas até então me parece que nós todos
confiamos no Deus da época moderna, onde vemos os pastores são salvos pela ciência,
isso induz nos a crer no positivismo. O positivismo é um movimento que surgiu no século
XIX, e acreditam que todos os problemas da humanidade podem ser resolvidos na base da
ciência.

No mundo me parece que os homens foram abandonados para viver à maneira


deles, desde a antiguidade a raça humana sofreu até aos dias de hoje, se tivesse quem a
controla não teria evitado todo o sofrimento? Teria evitado o nascimento de alguns homens
como: Ngovene, Hitler e Staline etc. muitas teorias foram inventadas com o propósito de
encontrar um meio-termo, para explicar o tudo o que ocorre no mundo. Imaginemos um
homem deixado a sós numa ilha, ele não vai quer se matar por que não vem quem o ajude,
mas fará de tudo para garantir a sua existência, criando condições para sua sobrevivência,
cabe a nós afirmar que “ o mundo para nós, voltou a se tornar infinito, não podemos lhe
recusar a possibilidade de se prestar a uma infinidade de interpretações” (NIETZSCHE,
2000:251).

Irmãos apelo vos que nesta luta contra a propagação da covid-19, sejamos unidos
como aqueles homens que pretendiam construir uma cidade e uma torre com o propósito de
alcançar os céus, embora que os propósitos não sejam os mesmos, para combater o
coronavírus precisamos de nos unir mesmo estando distante devido ao distanciamento
social, usando os nossos saberes tradicionais, bíblicos e científicos etc. desde que nos
ajude a edificar a nossa raça. Noé quando estava na arca tinha a esperança de que um dia,
tudo ia voltar à normalidade, nós também não podemos perder a esperança de que tudo
voltará a normalidade.

O homem segundo a literatura bíblica, já viveu os bons momentos na terra, onde ele
tinha apenas a missão de controlar os outros animais, até que um dia por negligenciar as
regras do absoluto foi expulso do jardim (paraíso na terra), e mais tarde o absoluto se
arrependeu por ter expulsado a sua criatura mais preferida, que eles fizeram (façamos o
homem segundo a nossa imagem e semelhança), o homem fez o pacto com o absoluto, isto
é, o homem para ser perdoado dos seus pecados, tinha que sacrificar os animais. Ora, a
bíblia relata vários episódios que na sua maioria fala de alguns povos, deixando foram
outros povos, colocando em desuso a ideia de que todos os homens são descendentes de
Adão e Eva.
O homem é a única criatura da perdiz na natureza, por negligência desprezou a
natureza apesar de que alguns povos como a Grécia, admira a natura. O homem é criatura
da ignorância, há uma necessidade de garantir o surgimento do super-homem, porque este
homem de hoje precisa de ser ultrapassado de todas as formas. Porque se não o
ultrapassamos nós seremos responsáveis pelas catástrofes das gerações vindouras.
É preciso incutir nas pessoas a ideia de que elas precisam se prevenir da covid-19,
isto é, ficar em casa é bom, mas é melhor prevenir-se indo atrás da comida, antes que seja
tarde demais, isto é, há maior probabilidade de se chegar ao nível 4, vamos nos preparar
tendo em conta que quando se chegar ao nível 4, não poderemos sair para ir trabalhar de
modo com que possamos buscar os produtos básicos para puder nos alimentar porque não
teremos dinheiro para comprar os produtos. Se porventura chegamos ao nível 4, enquanto a
maioria das pessoas não tem dinheiro, para puder se divertir, tendo em conta que a única
diversão actual nesse estado de emergência devido à covid-19 é a Gotv.
Nós sofreremos mais pela falta de condições mínimas de vida, em relação quando
seremos infectados pelo vírus, isto é, a preocupação de uma pessoa que não está infectada
é maior em relação a outra que está infectada. A preocupação de alguém que está infectado
é procurar meios alternativos para puder garantir a sua sobrevivência, o que comer, como
pagar a Gotv (irmãos é necessário tchilar enquanto estamos em vida porque após isso não
teremos outra ocasião para o fazer), em que condições da vida estarão? Enquanto para
alguém que está infectado a preocupação é de se salvar ou a morte.
Fiquei feliz por saber que sua excelência Presidente da República Filipe Nyusi,
declarou o estado de emergência tendo em conta as condições dos moçambicanos, irmão é
sabido que é dever do estado controlar a propagação de covid-19, mas ainda é nosso dever
para que isso seja feito. Os que irão sobreviver vão contar, tudo para a geração vindoura
como fizeram os sobreviventes da primeira e segunda guerra mundial. Há teorias por aí
guiadas pela análise sem intuição que tenta fazer de tudo tirar a tranquilidade do povo,
alegando que é o fim do mundo, eu defendo a tese de que se nós ainda não descobrimos o
ano em que surgiu a espécie humana na terra, também não iremos saber quando é que vai
acabar a espécie humana. Deixe-me explicar melhor isso, se nós não sabemos quando é
que começamos a viver também não saberá quando é que deixaremos de viver.
A natureza não revelou a ninguém esse segredo, o que sucedeu ou o que vai
suceder comigo só a natureza sabe. Apelo a todos os pastores que continua com as
atitudes desumanos, há um vídeo que circula nas redes sociais, um pastor a afirmar "o
covid-19 foi destruído" isso é insulto a nossa sociedade, não merecemos ter pessoas como
estas. Subi carro (vulgo chapa) de xipamanine, o cobrador disse para uma passageira usar
máscara e ela negou. Ora, o estranho nisso é que os dois negligenciariam o decreto do
estado de emergência, porque ela negou de usar máscara e ele deixou-a entrar. Por timidez
minha não cheguei de perguntar a passageira os motivos que a levou a tomar tais atitudes,
porque ela negou de usar a máscara mais quanto ao cobrador perguntei e ele respondeu
"boss não é meu papel tirar as pessoas do carro é papel da polícia" no meio da viagem
como a natureza não demora para fazer justiça nos deparamos com a polícia e a polícia fez
o seu dever, tirou a passageira do carro, voltamos ao dilema do cobrador e passageira, o
cobrar exige dinheiro e ela responda ainda não cheguei ao meu destino e a polícia só está
assistir. Pergunto entre eles (cobrador, passageira e polícia) quem tinha razão?
Deixo o espaço para todos pudermos reagir perante ao dilema, sem deixar de colocar
o meu parecer perante ao assunto. Eu opto pela condição humana de cada um, todos foram
irresponsáveis porque não preservaram o bem maior que é a vida. A passageira se não tem
máscara podia ficar em casa, o cobrador não podia deixar ela entrar enquanto não tem
máscara e o policial não podia permitir que a passageira pagasse porque os dois foram
irresponsáveis.
Ó meus Irmãos! É sabido por todos que o mundo está a enfrentar uma pandemia
considerada perigosa ao nível internacional, mudaram à vida económica, política, social etc.
Quando lemos à história fala-nos de momentos ruins que o homem passou no planeta terra.
Desde o episódio do jardim de éden, onde Adão e Eva perderam a comunhão divina, o
homem passou a cultivar a terra, de modo que produza alimento para ele poder se
alimentar. Encontramos aqui o divórcio entre a criatura e o criador.
Irmãos a vida do Homem nunca voltou a ser a mesma teve que procurar mecanismo
para sobreviver, numa primeira fase contemplou a natureza, admirando a sua magnitude,
mas isso não garantia a sua segurança para ele poder continuar a viver. Mas uma vez
abandona o espírito de contemplação para se transformar no inimigo e amigo da natureza,
começou a transformar a natureza a seu favor, sem se importar com os danos que causava
a sua própria vida ao destruir a natureza.
Mas tarde descobriram que o obstáculo não era a natureza, era o próprio homem, e
culminou com a destruição do próprio homem (primeira e segunda guerra mundial). Depois
tiveram que repensar a história, isso é teatro, as ditas organizações, instituições ONU, OMS,
Igrejas etc. Enganaram-se porque usaram estas organizações, instituições mundiais para
subjugar a humanidade.
Hoje testemunhamos isso, que estas organizações mundiais nunca estiveram ao
serviço da humanidade, mas aos caprichos de alguns países que se intitula donos do
mundo, isto é, na briga dos elefantes sofre o capim, essa parábola, serve de grande lição ou
de grande lembrança para as futuras gerações. Convido a todos para repensar na conduta
humana em busca de um bem maior que é a vida a história não deve girar em torno dos que
têm dinheiro, mas em torno daqueles que respeitam à dignidade humana.
Todas as organizações não devem pôr o dinheiro como causa primordial para o seu
funcionamento, devem servir à vida. Irmãos quando se trata de salvar a vida, não importa de
quem vem a ajuda, cabe a pena analisar a oferta, calcular as consequências e os danos se
for uma ajuda duvidosa, caso não seja duvidoso dever ser submetido a qualquer prova de
modo ser falsificada caso resistir se tornará eficaz para a cura. O chá de Madagáscar é
umas das tentativas para solucionar o caso covid-19. Não se percebe o porquê? Foi
rejeitada sem antes testa-lo ou falsifica-la para ver se ela resiste as críticas ou não. Partindo
do pressuposto de que essas organizações visam o bem maior que é a vida. Será que o
capim não pode salvar o elefante um dia? Imaginemos numa situação em que os elefantes
estão em brigas constantes e o capim morrem, será que a luta pode continuar tendo em
conta que o motivo da briga é o capim. Se continuar a lutar qual será o motivo da luta?
Conjuro-vos os fortes só são porque existem os fracos, é a lei da natureza.
Se o capim conseguir descobrir o motivo da luta a situação pode piorar porque estes já
puseram na mente deles que sem os elefantes, não o podem prosseguir. Oh! África toda
hora fomos nós que descobrimos a ciência, mas serve aos europeus porque eles roubaram
de nós. Como isso aconteceu? Nós não nos restamos nada se não nos contentar com à
vida que levamos, para que estes não continuam a nos torturar, convido-vos a tchilar
comigo, nós queremos a nossa salvação, que deixemos o passado, vamos viver com o que
possuímos, o nosso chá podemos tomar a tchilar, de modo a desfrutar calmamente a vida.
Que deixemos eles a se preocupar connosco e nós a nos preocupar com à nossa pátria.
Essas nossas organizações estão sob o lema do dinheiro e não da dignidade humana.
Vivamos a nossa eterna vivacidade, que o continente africano um dia vale do que é hoje.
A covid-19 é gripe chinesa, tem aparência de ser forte, como num passado recente
se pensou que a china ia se tornar superpotência, pelo contrário acabou desgraçando a todo
o mundo. Ó homens do conhecimento, podemos aprender a tchilar com a covid-19. Que
abracemos este destino pelo amor fati.
A morte é destino dos homens

“Há um direito segundo o qual podemos tirar a vida de um


homem, mas nenhum direito que nos permite-lhe tirar a
morte: isso é pura crueldade. ” (Nietzsche)

O eterno retorno do professor Avelino Chissano, provocou muitas especulações na


parte dos seus alunos, ele nas aulas, dizia que fez o pacto com morte, isto é, morre os
fracos. Sinto que tenho a obrigação de esclarecer, decifrar todas estas afirmações que ele
deixou pendente, isto é, fazer pacto com a morte, significa deixar de viver a vida, mas
passar a viver a morte, através do processo do eterno retorno da vida. Estou convicto de
que muitos julgaram-no pelo facto de ter afirmado que fez o pacto com a morte e por ter dito
que só morre os fracos, no que concerne a morte dos fracos, refere-se a vida eterna, isto é,
aqueles que negam está vida, a favor de outra vida após a morte, renunciando a morte nas
suas vidas enquanto fazer pacto com a morte é aceitar a própria vida e passar a vivê-la
tranquilamente, isso só os fortes pode fazer, os niilistas.
A morte foi inventada com a tentativa de negar está vida, alegando que após a morte
teremos uma vida eterna, os fracos com essa invenção pretendiam subjugar os fortes,
aqueles que acreditam no eterno retorno da vida, que é deixar de viver a vida, mas sim
passar a viver a própria morte. Mas para tal é necessário fazer um pacto com a morte, isto
é, a morte não te procurar e nem você a procurar, isso só os fortes podem fazer, cabe aos
niilistas. É necessário que todos os homens fazem pacto com a morte, isto é, os homens
não procuram a morte e a morta não procure os homens, no eterno retorno deixa-se de se
viver a vida, mas passa-se a viver a própria morte. Ora, é preciso que fique um aspecto
aqui, enquanto o contracto estiver em prazo, os homens têm a obrigação de viver a vida,
tchilando a vida, irmãos conjuro-vos só tchilando é que pode, sentir o prazer do eterno
retorno. Amor fati doravante é o destino de todos homens, este devem aproveitar ao máximo
os deveres do contracto, um deles é divertir-se, até o ultimo dia contracto.
O homem sempre buscou algo além de si, como ideal de seus mais profundos
anseios de infinito. Inventaram muitas ideologias para se diferenciar um do outro, tais como
a religião, mitologia, ciência, misticismo e a filosofia. Essas ideologias têm como propósito
alcançar novos horizontes para explicar os fenómenos naturais. Os judeus aquele povo dos
escravos que, foram escravizados durante anos no Egipto, sendo eles fracos inventaram um
mundo imaginário “ paraíso e inferno” onde estaria uma entidade superior, que por
coincidência é Deus, insinuando que no paraíso só entra os humildes do espírito, fracos e os
fortes destino deles é no inferno.
Ora, aquele povo (judeu) conseguiu transvalorizar todos os valores da humanidade,
por incutir na mentalidade de outros povos a ideia de um ser supremo, que controla todos os
homens, é o cúmulo da raça humana, incentivaram o sentimento de culpa para toda a
humanidade. Não existe paraíso nem inferno eternos, o que existe é o devir perpétuo. Tudo
no mundo é a invenção humana, incluindo Deus e os deuses etc. excepto a natureza e tudo
o que há nela, a ideia de Deus não está na natureza, mas na mente dos homens.
Ultimamente vem acontecendo muitas coisas estranhas no que concerne a garantia
da sobrevivência do homem na terra. Será verdade que o homem pode ter cometido algo
tão grande que carece de perdão ou o homem negligenciou todas as oportunidades que
teve, se bem que teve de salvar a sua espécie. Estou consciente de que ainda não tenho
experiência da vida em relação aos homens que lhe encontrei aqui, mas pretendo por este
meio partilhar o meu parecer, nas minhas reflexões durante estes dias cheguei à conclusão
de que a vida é então curta demais que merece ser curtida, o mais rápido possível, é
necessário esquecer os momentos ruins da vida, embora que queira permanecer na nossa
consciência, tudo depende da vontade alheia.
É necessário fazer uma lavagem cerebral para nós mesmos, de modo que possamos
nos libertar dos maus tempos que passamos na terra. Ora, é necessário fazer à humanidade
recordar os bons momentos para puder saber aproveitar a vida aqui na terra, é aqui onde
temos que realizar o nosso prazer que é o curtir a vida, é na terra que se vive, nascemos
aqui, vivemos aqui, tchilamos aqui. Ora, defendo a ideia de que se for credível o mito bíblico
do jardim de Éden, de que o homem um dia viveu o paraíso na terra, fazer uma analogia
com o que Nietzsche afirma sobre o “eterno reteno da vida” onde ele herdou do velho
Heráclito que terá afirmado o devir perpétuo das coisas, tudo o que aconteceu ou o que
acontece retornará acontecer.
Alguns homens acreditam que existe a vida eterna, onde após a morte, todos aqueles
que seguiram os mandamentos serão promovidos à vida eterna, onde gozarão de uma vida
melhor sem sofrimento. O homem sempre buscou algo além de si mesmo como ideal de
seus mais profundos anseios de infinito, assim surgiram as ideologias variadas e seus
aspectos aparentemente divergente: religião, mitologia, ciência, misticismo e a filosofia. Ora,
são cinco rodas do vasto dinamismo da vida que se juntam em busca de novos horizontes,
importa acrescentar que a religião enquadra a maioria das crenças. A vida é como se fosse
uma mulher, quanto mais procuramos entende-la, complica-se ainda mais, um dia conversei
com a minha colega Chelsea e ela disse o seguinte, não procura entendê-la, tenta vivê-la e
Nietzsche afirma que temos que viver a eterna vivacidade da vida porque “há um direito
segundo o qual podemos tirar a vida de um homem, mas nenhum direito que nos permite
lhe tirar a morte” (Nietzsche). Não pretendo afirmar aqui que estes estejam enganados,
como diz Nietzsche na sua obra a gaia ciência aforismo 374 “o mundo para nós tornou-se
novamente infinito no sentido de que não podemos negar a possibilidade de se prestar a
uma infinidade de interpretações”.
Vamos homens, que comecemos hoje a interpretar este infinito em que nos
encontramos. Ninguém merece ser atribuída a responsabilidade de tudo o que ocorra nas
nossas vidas, porque ninguém se encarregou de nos dar a vida, embora que exista homens
que quer tirar a vida dos outros, onde estaria a desempenhar um papel que não lhe diz
respeito, isso não é o normal, mas é a natureza que nos conduz a isso, não temos outra
alternativa senão nos adaptar a estas condições. A terra está cansada de suportar homens
inúteis que não sabe o que é tchilar, como gozar os melhores momentos dela “Desde que
há homens, o homem tem-se divertido muito pouco: é esse, meus irmãos o único pecado
original” (NIETZSCHE,2008: 81).
Os homens da Idade Média fizeram de tudo para afastar a natureza do homem,
substituindo pela figura de Deus e os da Idade Moderna foram longe demais por ter
proporcionado a transformação da própria natureza, a favor de uma vida melhor, tranquila
garantida pelo avanço da tecnologia. Ora, este avanço foi benéfico naquilo que tange ao
melhoramento das condições da vida do próprio homem, como mencione no início que o
foco do homem na terra é de realizar-se, curtir a vida, o mais rápido possível antes que seja
tarde, porque pode atrasar por muitos dias mais em breve chegará muito cedo do que ele
imagina o seu último instante da vida.
As sociedades actuais vivem no mundo em que cada um faz de tudo para superar um
ao outro, a que se deve essa toda luta entre os homens? Se formos a observar isso
acontece desde a antiguidade. A Grécia é considerada como o berço do saber porque
foram, eles pela primeira vez, na história da humanidade, que conseguiram organizar ou
sistematizar o seu pensamento filosófico. Eles acreditavam que com a criação das
sociedades, a vida dos homens podia melhorar no que concerne ao seu relacionamento,
inventaram a política, a escrita, a moeda, a educação e a arte etc. E esquiçaram-no de algo
relevante de que "O poder é um bem para quem o possui" (Platão, 2002: 20).
Com a transferência do poder para um único soberano, assembleia etc. emergiu a
desigualdade nas sociedades, e no segundo estado do homem, é estruturado de normas
(regras), no princípio tudo parecia que estava bem, mas, no entanto, era aparência. Veja os
resultados de todo o esforço dos gregos "A obediência foi o que mais se exercitou e cultivou
entre os homens" (Nietzsche 2003). Criaram valores que mais tarde se identificaram como o
modelo de vida, a obediência é o que se herda mais facilmente e o que prospera à custa da
arte de mandar.
Nós africanos, os nossos antepassados foram incutidos a ideia de um Deus, único
que controla todo o mundo. Vamos aos factos essenciais: se Deus não salvou os que nos
incutiram a ideia dele, será possível salvar à nós? Indo as evidências, eles procuram uma
vacina para combater a pandemia, e nós procuramos algo relacionado a pandemia na bíblia.
A final quem é o homem? Isto é sério, de tantas informações que circulam na média, o
homem ficou sem esperança da sua própria existência. Nietzsche deu uma dádiva aos
homens, só que naquela altura ninguém estava preparado para receber, é já a hora, irmãos
quem é o super-homem? Quais são os seus ensinamentos? O super-homem é alguém que
está além do bem e do mal, isto é, ele vive fora do bem e do mal, contemplando o Dionísio e
Apolíneo. Ele ensina aos homens o amor fati, isto é, aceitar a vida de várias formas como se
apresenta, viva o hoje de modo com que um dia, diga valeu apena o viver o hoje.

Emancipação da mulher
A história enganou as mulheres por muitos séculos, até aos dias actuais, já é tempo
para as mulheres emancipar-se de todos os preconceitos, que foram incutidas, durante ao
longo da história da humanidade, são várias as concepções que defenderam a inferioridade
da mulher, atenção não defendo a igualdade dos Homens na terra, porque cada pessoa é
incomparável, não pode haver igualdade entre as pessoas, mesmo no âmbito jurídico não
se tem a igualdade da justiça que se fala tanto dela. A Mulher emancipada não se deixa
usar como instrumento para alcançar um certo objectivo, usa todos os meios que qualquer
pessoa sobre a face da terra podia usar.

Nietzsche foi o primeiro filósofo na história que trouxe à humanidade, a ideia de que
o homem, com o espírito de querer dominar a mulher, sempre a engaiolou, para que ela
pudesse se sentir inferior em relação ao homem. Se as Mulheres tivessem engaiolados os
homens durante o tempo que foram engaioladas, o mundo sério melhor do que o é.

" Nós, homens, desejamos que a mulher não continue a se comprometer


através do esclarecer […] Ele tem de conceber a mulher como posso, como
propriedade a manter sob sete chaves, como algo destinado a servir e que só
então se realiza […] Até agora os homens trataram as mulheres como pássaro
que lhes tivessem caído das alturas: como algo mais delicado, mais vulnerais,
mas doce, salvagem, exótico, e cheiro de alma, mas como algo que se prende,
para que não fuja voando (NIETZSCHE, 2005, 126-128).

Aforismos.
1

Não imagino o meu dia, sair de casa até na UEM, sem me cruzar com uma mulher.

Sinto-me orgulhoso por viver numa época em que para contemplar o corpo de uma mulher
não é preciso tê-la de perto.

3
Na minha tradição a problemas que quando se quer resolver, chama só as mulheres
(Massungucate), para puder resolver os problemas.

O primeiro banho é dado pelas mulheres e o último também por elas.

Deus para salvar à humanidade, primeiro penso em quem ia dar à tarefa de trazer jesus na
terra.

As mulheres são capazes de sacrificar suas vidas pelos seus filhos.

Se a minha mãe fosse homem duvido muito que nos teria dado à vida que estamos a viver.
8

Se algum dia vivi, o paraíso na terra, foi naquele dia que me envolvi com uma mulher
(linguagem bíblica).

Em primeiro lugar pretende-se mostrar o quanto a mulher foi usada ao longo dos
séculos. Em segundo lugar pretende-se incutir nas mulheres a ideia de que são elas que
dão a vida. A bíblia é um dos antigos documentos que deixa claro o machismo no livro de
"a mulher foi feita da costela do homem" (GÊNESES, 2: 22). Ora, perante este maldito
versículo da bíblia, as mulheres foram tratadas por muitos séculos como se fosse objectos,
alegando que o homem é superior a mulher, incutindo o machismo. Que condicionou o
machismo do criador do universo, isto é, "Deus é mãe" para "Deus é pai". E isso tinha como
alvo dominar as mulheres, mas conjuro-vos irmãos isso custou muito caro, porque o homem
nunca conseguiu dominar as mulheres, apesar de todas as artimanhas que usou. Aristóteles
afirmou que as mulheres são imprevisíveis.
Se foi o homem que escreveu a bíblia, ia dizer que foi tirado da costela da mulher? A
que pensar e usar as evidências, será possível que Deus, só falava com os homens?
Mulheres estão na vossa responsabilidade conquistar o vosso lado perdido " só as
mulheres" O homem é que foi feito da costela da mulher, o machismo levou o homem a
desvendar esse mistério, só para ver ainda hoje quem dá a vida é a mulher. O machismo foi
a pior invenção dos homens, que tinha como objectivo dominar as mulheres.

A morte como destino da vida

“Deus está morto! Deus continua morto! E


nós o matamos! Como nos consolar, a nós
assassinos entre os assassinos?
(NIETZSCHE, aforismo 125)
Os teatros que assistimos na cruz quando revemos a história, podemos concluir que,
tudo o que aconteceu com Jesus não foi novidade para os homens porque os profetas já
tinham profetizado tudo no antigo testamento, e de facto aconteceu e surge uma questão: A
quem foi o responsável pela morte do salvador? Deus ou homem? E para responder está
pergunta tem duas hipóteses.

A primeira hipótese sustenta que Deus enviou o seu filho na terra com o objectivo de
salvar os homens dos seus pecados que foram cometidos pelos primeiros homens "Adão e
Evã". Ora, tudo o que aconteceu com o salvador podemos concluir que era o destino dele
aqui na terra, e não tinha como escapar porque se observamos ele era dotado de poderes
sobrenaturais "Deus" podia ter desviado todo aquele sofrimento, mas não o fez por amor
aos homens. Nietzsche afirma que “o credor prefere morrer para pagar a dívida do devedor”,
e pedro e João disseram mestre porque não manda fogo para matar todos os que quer
fazer-te sofrer e ele não o fez.

A segunda hipótese sustenta que Deus tendo enviado o seu filho na terra vendo que
sem a cumplicidade dos homens não tinham como alcançar seus objectivos e preferiu fazer
dos homens seus cúmplices, para alcançar os seus objectivos "o advento de Deus cristão, o
deus máximo até alcançado, trouxe também ao mundo o máximo do sentimento de culpa"
(Nietzsche 2000). Ora, pode-se concluir dizendo que houve brigas entre deuses e decidiram
se separar um ficando no céu e outro na terra, só que quando este veio aqui não sabia qual
era o objectivo do pai, vendo ele que o outro Deus já estava a ganhar a fama na terra
decidiu mata-lo e depois atribuir a culpa aos homens. Ora, os homens não são culpados
pela morte de jesus, mas Deus é culpado pela morte de jesus.

Segundo Nietzsche Deus está morto, mas considerando o estado em que se


encontra a espécie humana, talvez ainda por um milênio existirão grutas em que se
mostrará a sua sombra. Ora, ele quis dizer que o surgimento do cientificismo no século XIX,
passou-se a explicar as dúvidas humanas através da ciência, dando início a morte do
pensamento de que muita coisa só poderia ser explicada pela existência de um Deus, e
quantas as grutas, refere-se aos templos e igrejas que continuariam permeando esse
pensamento antigo, negando assim o cientificismo. O facto de Deus ter se feito homem
indica que o homem não deve buscar no infinito sua felicidade, mas fundar na terra o seu
céu. Assim como disseram Heráclito, Nietzsche também consideram que tudo é devir. Não
há ser nem essência permanentes, nem Deus, nem Satanás. a única realidade objectiva é o
mundo material e sensível, e o cerne dessa realidade é o devir perpétuo, o eterno retorno, a
embriaguez dionisíaca, a vontade de poder.

Zaratustra disse um dia a um velho sacerdote que Deus e o Diabo não existem e o
velho perguntou será que de tanto ficar nas montanhas enlouqueceu jovem? Zaratustra
respondeu meu velho perdeu o seu tempo a dedicar-se à Deus na expectativa de uma boa
vida após a morte no paraíso, e tem medo de que o teu esforço seja em vão?

Não adianta deixar tudo para depois porque será tarde, tudo estará no meio ou no
fim. Vida diga-me que te fazer, sou um jovem, quero sonhar a terra e viver a terra, como
viver a terra, o meu afecto pela terra me obrigou a renunciar a vida do além, que fazer da
terra ou vida. Um dia partirei, deixarei gente que encontrei e gente que me encontrou, tarde
ou cedo, irei partir, a morte tu deixas-me sem esperança do amanhã, como enfrentar-te oh!
Grande dragão, morte sei que vou morrer, mas o facto de eu morrer não te dá o direito de
viver a vida ou não significa que você vai viver, oh! A Minha morte fará sentido do que a te
morte, porque eu vivi a vida e a morte.

Oh! Mãe África, sinto-me vergonhoso por nascer num país onde és livre, enquanto
não for funcionário do estado, logo que consegue uma vaga de emprego, procura-se saber
qual é a sua filiação política, caso não pertença nenhum partido, será colocado num lugar
onde caberá, por se só se unir uma filiação política para puder ter um cargo relevante, mas
há um, porém se juntar a um partido que não está no poder corre o risco de ser excluído das
oportunidades que merece como um cidadão. Ser africano, principalmente moçambicano,
precisamos de nos emancipar de muitas coisas, enquanto a pessoa está mal recorre-se a
oração, o tempo que gastamos a orar seria valioso se fosse para legalizar meios para
acompanhar a pessoa no hospital. É triste mesmo

Hora de destituir todos os preconceitos sociais. A mães por aí, que quando entende
afirma que graças a elas, os filhos estão neste mundo, o estagirista afirmou que existe
essência e acidente, isto é, nascer de uma certa mulher é um acidente, mas nascer de uma
mulher é a essência de todos os homens. O facto de João ter saído da Maria não lhe tira a
possibilidade de ter saído da Aída. Cuidado senhoras, independente de te, ele teria nascido,
com sua existência ou não, se a natureza lhe confiou este direito de trazer-lhe a este mundo
agradece, nunca diga graças a te, porque da próxima a natureza irá confiar outras mulheres
ou este direito podia se ter confiado a outra mulher.

Tudo o que acontece ao meu redor foi destinado assim, por isso não choro muito
das coisas que não consegui conquistar, das pitas que não pude namorar com elas, das
bebidas que não pude experimentar, da vida que não pude ter, do negócio que saiu mal, do
curso que não pude fazer, das pessoas que não pude conhecer etc. Digo graças a essas
coisas que tanto desejei, quis ter, mas não consegui sou o que sou hoje. Oh Natureza

Nietzsche falava da profundidade da mulher e esqueceu de falar da profundidade do


homem, se pode meter dedo na mulher então mete-se no homem também, homens até são
bons em relação as mulheres porque eles sabem tratar bem as pessoas do mesmo género.
Não acredite experimenta... Sucessos vai se transmutar os valores antigos, criemos o super-
homem, aquele que a de inventar outros valores, onde far-se-á sexo sem preconceito, onde
haverá de facto igualdade de gênero. Se alguém me viu, isso pode ser verdade, mas não
sentiu o que senti, qual é a recompensa de querer agradar as pessoas ou de ter a má
reputação da sociedade? Eu sou a terra, e na terra há muita coisa boa, mais que dormir com
uma mulher, fomos ensinados assim, muitos afirmam ser impossível viver a verdadeira
felicidade, ainda não encontrei alguém tão estúpido até ao ponto de afirmar para se mesmo
que não ser feliz na terra.

Preconceitos são as causas da nossa infelicidade na terra, nem Zaratustra não


dessas coisas que passei no dia 2/01/2020. Experimentei com medo, como afirmou
Alexandre O grande, vença o medo, vencerá tudo inclusivo a morte, foi difícil entender que
aconteceria, mas já vi em que é verdade, aparentemente parece haver diferença, mais no
fundo tudo é mesma coisa, agora todos passam a ter uma a profundidade enorme, para se
penetrar. Freud afirma que existe Homens anormais, neste caso aqui diferenciar as coisas
apaixonar-se por alguém e desejar fazer uma coisa já ouviu pessoas a falar dessa coisa.
Nada de anormal 50/ para todos, ninguém passará a julgar os outros, o que há de
anormalidade é a gente ter o mesmo céu, inferno. Segundo Nietzsche (2008), o homem
que descobriu seu o bem, diz este é o meu bem e o meu mal, e diz não existe o bem e o
mal para todos. Cada um de nós tem o seu céu, inferno. Aprovei seja lá o que for, ninguém
pode mudar o passado, a não ser o agora que tem uma disputa com o passado.

A morte vem sendo uma das grandes batalhas do homem, desde que se sentiu
inserido nesta viagem sem volta, que não se despede a ninguém, isto é, para prosseguir
está viagem não é necessário companheiro vai-se sozinho, o mais estranho é que não dá o
tempo, de dizer a si mesmo que já é hora para tudo. Não imagino esse mistério tão grande
que todos os homens farão parte se bem que ainda não estão na lista. Hoje surgiram várias
interpretações quanto a este mistério, muitos interpretaram deixando os mitos, inclusivo a
própria bíblia, vale lembrar Alexande O grande, já dizia na sua caminhada "o medo da morte
controla todos os homens, vença o medo e vencerá a morte, parece que muitos não se
preocupam com a morte, mas tem medo da morte, parece loucura, e é isso, a morte controla
até a própria vida. Como a morte pode controlar até a vida? Bom ainda não?

Reconheço que alguém controla a minha vida, mas o meu problema é querer
conhecê-lo. Ora, para o bem dele é melhor que continua a se esconder de mim, porque no
dia em que eu e ele vamos nos enfrentar um de nós deixará de existir. A minha morte fará
sentido se eu morrer cedo. Desde a antiguidade, muitos filósofos tentaram definir a virtude,
procurando o seu oposto que é o vício, procurava viver uma vida virtuosa. Na época
medieval buscava-se o ideal de santidade, o seu contrário sério bárbaro. Na época moderna
procurava-se separar a razão e tudo o que era contra- razão (fé, tradições etc.). Nos dias
actuais procura-se diferenciar o herói e o covarde, muitos defendem a tese de que vale a
pena ser herói morto do que um cobarde vivo. Caros compatriotas não nos enganaremos,
existem vários atributos para diferenciar os homens, no mundo e, é necessário que todos
tenham em mente que esses atributos não dizem nada sobre a vida humana.

Como diria o velho Aristóteles tudo o que muda é acidente, isto é, podia a pessoa ser
herói assim como cobarde, isso não modifica nada na vida humana, além de satisfazer os
prazeres alheios. Ora, vale a pena ser chamado de cobarde no lugar certo do que ser
chamado de herói no lugar incerto.

O homem veio ao mundo inconsciente, e durante a vida procura buscar a razão do


seu viver, não encontrando, acaba por inventar modelos de vida, que o afasta da sua
natureza, o homem primitivo vivia na base da natureza, aos poucos foi se moldar até como
se vê hoje. O homem partirá de forma inconsciente para uma viagem desconhecida, esse
mistério divide opiniões, porque até então ninguém sabe de onde viemos e para onde
vamos, o que me preocupa mais é a forma como os homens se divide e se classifica, mas
na verdade cada um com o seu destino, viver nunca foi uma tarefa fácil para todos os
homens, a vida não segue princípios lógicos, não há uma lógica para a vida, sempre haverá
pobres no mundo e sempre haverá ricos no mundo. A condição humana é a pobreza
enquanto continua a nos faltar tudo para alcançar o ultimo propósito da vida, que é nos
tornar melhores que os outros, é uma tarefa árdua, que é impossível conseguir em uma
vida, precisa de tantas vidas que até consigamos nos tornar melhores que os outros.

Há tanta pobreza no mundo. mesmo que nos esforçamos a vida inteira não se pode
acabar com a pobreza. O homem sente a vida na medida em que satisfaz o seu
inconsciente, porque ao negar a sua vontade alheia, inicia uma luta contra a sua vontade,
cada um tem uma missão na vida, mas todos têm a tendência de negar esta missão, isto é,
quer ser como os outros. Segundo Nietzsche (2000) afirma que o homem se preocupa
muito, mais com o seu exterior, isto é, busca sempre o que está fora dele, na tentativa de
construir o seu ser, a experiência nos mostra que alguns vieram ao mundo para assistir o
sucesso dos outros, e outros para lamentar a vida dos outros, é a lei da natureza, não tem
como mudar isso, sempre haverá pessoas em condições miseráveis, no mundo. Mas isso
não quer dizer que nada pode ser feito para diminuir a miséria no mundo.
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