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Emergência e ascensão da

cultura escrita no Ocidente

Emergência e ascensão da cultura


escrita no Ocidente
Momentos chave da ascensão
da cultura escrita no Ocidente
 Ca. 650 A.C. –550 A.C.
 Invenção do alfabeto grego

 Ca. 500 A.C. – 400 A.C.


 Primeiros desenvolvimentos escolares, cidades-estado

gregas, tradição da alfabetização para propósitos cívicos


 entre Ca. 200 A.C. – 200 D.C.
 Escolas públicas romanas

 O+
 Origem e desenvolvimento do Cristianismo

(Graff, 1995, p. 41)


Momentos chave da ascensão
da cultura escrita no Ocidente
 Século XIII
 “Revoluções” comerciais, urbanas, administração

ampliada e outros usos da alfabetização e


especialmente da escrita.
 Século XVI
 Reforma, difusão da imprensa, crescimento das

literaturas vernáculas, expansão da escolarização.


 Século XIX
 Desenvolvimento e institucionalização da escola.
A educação na Antiguidade:
Roma.
 “A sociedade romana parece ter
sido bastante letrada, nas
cidades romanas as leis eram
anunciadas em cartazes nos
lugares públicos e pressuponha-
se que a maioria dos cidadãos
os leria” (Cipolla, 1969, p. 41)
A educação na Antiguidade:
Roma.
 Características da civilização romana:
 espaço vastíssimo dotado de uma unidade

legislativa e administrativa que necessita


de formas sofisticadas de administração;
 nível notável de desenvolvimento urbano;

 existência de uma enorme diversidade de

grupos étnicos e culturais.


Alta Idade Média
 Declínio e queda do Império
Romano
Degradação e desaparecimento da rede de
“escolas públicas” romanas
Sendo a única instituição organizada que sobrevive, a
Igreja será a principal responsável pela promoção da
educação na Alta Idade Média.
Alta Idade Média
 Principais objectivos da Igreja:
 expansão do cristianismo;
 instrução religiosa do povo.

Conduzem à criação de escolas,


cujo principal objectivo é a
formação de clérigos:
Escolas episcopais
Escolas monásticas: interiores e exteriores
Alta Idade Média
 Carlos Magno
(finais do séc. VIII)

 Período de um certo
renascimento cultural.
 Em termos educativos:
 cria a Escola do Palácio;
 encoraja a criação

de escolas pelos mosteiros.


Alta Idade Média
 O caso português
 Escolas episcopais
 Século XI – Sé de Braga e Sé de Coimbra
 Séculos XII e XIII - “é razoável acreditarmos
(...) que todas as Sés possuíssem a sua escola
própria” (Carvalho, 1996, p. 34)
 Escolas monásticas
 Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra
 Mosteiro de Alcobaça
Alta Idade Média
 A Baixa Idade Média, graças à relativa estabilidade política
e ao desenvolvimento económico, é um período de
profundas transformações sociais e políticas, entre as
quais se destacam:

 O domínio de vastas áreas geográficas por um só família e


consequente concentração de poder.
Consolidação das monarquias e a emergência do modelo
de Estado moderno.

 Expansão económica

Revitalização da vida económica


Idade Média: Renascimento
urbano
 Paralelamente, a contradição entre as
necessidades sentidas pelas populações
e os conhecimentos transmitidos pela
Igreja promove a criação de escolas
capazes de transmitir um conjunto de
técnicas intelectuais e de
conhecimentos úteis para uma
determinada actividade.
Idade Média: Renascimento
urbano
 Diferentes sistemas de formação:

 escolas comunais, municipais ou


mestres de ensinar a ler e a
escrever;
 corporações;

 universidades.
Escolas comunais, municipais ou
mestres de ensinar a ler e a escrever
 existência efémera;
 confinam o seu ensinamento aos rudimentos,
embora, nalgumas cidades também existam
cursos comerciais;
 precede a aprendizagem de actividades manuais e
comerciais ou prepara para as faculdades de
artes;
 o ensino é individualizado, não existindo qualquer
divisão entre idades ou níveis de ensino.
Corporações
 Aprendizagem corporativa:
 realiza-se no seio de uma comunidade profissional
(corporação);
 as corporações têm uma organização hierárquica
(aprendiz – companheiro – mestre);
 o aprendiz é contratado com base num contrato
entre o mestre e o seu pai (ou tutor);
 o período de aprendizagem varia consoante o
ofício (pode ir de 2 a 12 anos).
Corporações
 O que são as corporações?

 Grupos de artífices que partilham o mesmo


ofício cujas principais funções são:
 proteger o artesão contra a concorrência do
exterior;
 proteger o artesão contra a concorrência entre
artesões.
Idade Média: Universidades
 Universidades na Idade Média

 Organização corporativa: comunidades de


mestres e estudantes.
 Principais características (Verger, 1981):
 irradiação e recrutamento para além do nível
local;
 ensino de, pelo menos, uma disciplina superior
(teologia, direito ou medicina);
 autonomia administrativa.
Idade Média: Universidades
 Utilidade social das Universidades:
 Igreja – formação de teólogos e de
especialistas em direito canónico;
 Estado – formação de juristas;
 cidades – mais valia económica.

 Desenvolvimento da rede universitária


europeia (séculos XIV e XV).
Idade Média: Universidades
 Ensino universitário
 Ignora os sistemas de níveis e

de classes.
 Divide-se em faculdades de

artes e faculdades superiores.


 União entre ensino e exames.
Idade Média
 Segundo Carvalho (1996) a situação
pedagógica portuguesa, em finais do século
XIII, “não se apresentava desprimorosa, no
respeitante ao número de escolas existentes.
(...) já tínhamos um Estudo Geral, criado com
bastante antecipação em relação a muitos
grandes aglomerados europeus; dois famosos
mosteiros (...), e outros, como o de S.
Vicente de Fora, em Lisboa; várias escolas
episcopais, possivelmente em todas as Sés do
país; escolas paroquiais”
Idade Média
 Não podemos, contudo, esquecer que as
“escolas medievais nunca acolheram mais
que uma minoria (quase exclusivamente
masculina) da população do seu tempo.
Relativamente a todos os outros, a educação
era portanto recebida num âmbito totalmente
diferente” (Verger, 1981):
 família;
 grupo de pares;
 na aprendizagem.
Idade Média
 Em suma, podemos afirmar que o
renascimento urbano conduz a importantes
transformações:
 erosão de um monopólio exclusivo da Igreja para
benefício de grupos dominantes;

 criação de escolas como lugares de:


 transmissão de técnicas de escrita, de leitura e de
cálculo;
 formação para as práticas jurídica, médica e comercial.
Idade Média
 Uma “das grandes originalidades da
civilização medieval, em termos de
educação” é a constituição, entre os
séculos XI e XV, de uma “sólida rede de
escolas no sentido exacto do termo”
(Verger, 1981, p. 261)

Esta rede de escolas encontra-se “na origem da geografia


e da organização escolares da Europa moderna e
contemporânea.” (Verger, 1981, p. 261)
Idade Média
 Contudo…
 A civilização medieval é uma
civilização da palavra e do
sentido, onde a transmissão de
conhecimentos e do saber-fazer
se abstém de instituições
especializadas e de textos
escritos (Petitat, 1982)
Bibliografia
 Carvalho, R. (1996). História do ensino em Portugal: Desde a
fundação da nacionalidade até o fim do regime de Salazar-
Caetano. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
 Cipolla, C. (1969). Instrução e desenvolvimento no Ocidente.
Lisboa: Ulisseia.
 Mialaret, G. & Vial, J. (1981). Histoire mondiale de l'éducation.
Paris: PUF.
 Petitat, A. (1982). Production de l’école – Production de la
société. Genève: Librairie Droz.
 Riché, P. (1968). De l’éducation antique à l’èducation
chevaleresque. Paris: Flammarion.
 Ridder-Symoens, H. (1996). Uma história da Universidade na
Europa. Lisboa: Imprensa Nacional.

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