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a aceleração inflacionária constitui-se como mecanismo gerador de distorções econômicas,

provocando sérias deteriorações dos indicadores sociais, devido à forte corrosão da renda real
dos indivíduos de mais baixa renda, excluídos que eram dos mecanismos de indexação

((((Como a expansão do emprego depende diretamente do aumento do nível de atividade, a


reduzida taxa de crescimento do PIB per capita brasileiro nos últimos vinte anos afetou o
mercado de trabalho, em particular o setor industrial, gerando uma quantidade insuficiente de
empregos formais. A conseqüência foi o aumento pronunciado do setor informal da economia
e prejuízo para os trabalhadores menos qualificados. O aprofundamento do processo de
abertura comercial e o aumento da competitividade no mercado internacional elevaram o
nível de exigência das firmas quanto à qualificação dos trabalhadores, neste sentido,
demonstrou-se que o mercado de trabalho atuou como amplificador da desigualdade
educacional em desigualdade de oportunidades de inclusão (social e econômica), agravando o
conflito distributivo e elevando a incidência de pobreza)))

Concluímos que as políticas redistributivas atuais vêm representando um importante porém


insuficiente modo de combate à pobreza. Embora a transferência direta de recursos
promovida pelos programas públicos favoreça um grande número de pessoas, sua
contribuição para a redução da desigualdade total, conforme visto, é muito pequena. Na
medida em que observamos que a renda média brasileira é bem superior à linha de pobreza,
podemos concluir que a intensidade da pobreza é um problema intimamente relacionado à
falta de equidade na distribuição de renda e não à escassez de recursos. Dessa foram, uma
política pública eficaz teria que priorizar, além do crescimento econômico, uma redução das
desigualdades.

(((((desigualdade de renda é provavelmente o pior problema social que o Brasil enfrenta há


muito tempo A análise da evolução da desigualdade de renda mostra que apesar de alguma
melhora em períodos curtos a diferença de rendimentos praticamente não mudou ao longo
das últimas três décadas. Dentro desse contexto, o Brasil permanece entre os países de maior
desigualdade do mundo. O último Relatório de Desenvolvimento Humano da ONU mostra que
apenas poucos países da África conseguem ter desempenho pior que o brasileiro. Entre as
teorias que tentaram explicar as causas da desigualdade de rendimentos merecem destaque
àquelas relacionadas ao aspecto educacional como um dos principais canais de transmissão
para a diferença de renda constatada no mercado de trabalho no Brasil. Assim, pessoas que
conseguem investir mais em capital humano durante suas vidas, em geral, tendem a ter
rendimentos superiores. No Brasil, porém, ainda é muito grande o número de pessoas que não
conseguem completar nem o ensino elementar.))))

Finalmente, cabe registrar que a criação de políticas específicas e claras para promover uma
maior igualdade na distribuição de renda é vital para o país, juntamente com a elaboração de
uma estratégia de combate à criminalidade, a insegurança, e as distorções no mercado de
crédito

(((A relação entre a inflação e a desigualdade de renda ganhou relevo nos últimos anos com a
publicação de diversos trabalhos sobre o tema, chegando a diferentes conclusões. Foram
propostos inúmeros argumentos e mecanismos para explicar como essas variáveis podem se
influenciar. Algo que separou diversas pesquisas foi justamente a causalidade da relação, para
a maioria da literatura empírica seria a inflação que causaria mudanças na distribuição de
renda, enquanto que para diversos trabalhos teóricos, diferentes níveis de desigualdade
gerariam diferentes níveis de inflação.))))

((é importante salientar que apesar de sociedades com maior inflação serem mais desiguais,
não é possível afirmar de forma robusta que exista relação direta entre essas duas variáveis))

((Descobrimos ainda que a América Latina possui determinado fator institucional, muito
provavelmente ligado a seu processo de colonização (que foi semelhante entre seus países),
que faz com que a relação entre inflação e desigualdade fique mais significativa quando
incluímos dados desses países. A África também parece ter o mesmo efeito porém em menor
grau.))

((Talvez sejam questões históricas, como formas de colonização, que levam os países a
seguirem determinadas trajetórias alternativas de desenvolvimento e geram uma aparente
relação positiva entre inflação e desigualdade sendo que na realidade não existe nenhum
mecanismo concreto que as ligue diretamente.)))

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