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RESUMO

O presente relatório tem por objetivo principal sintetizar as principais definições aplicáveis aos
fenômenos: desequilíbrio de tensão, distorções harmônicas, flutuação de tensão e variações de
tensão de curta duração. Nesse contexto, são considerados os indicadores atualmente
considerados no Módulo 8 dos Procedimentos de Distribuição, assim como em diferentes
documentos normativos e trabalhos científicos, em consonância com as experiências nacionais e
internacionais identificadas no Relatório 1/8.

Portanto, o cerne deste relatório está direcionado para os comentários sobre a situação vigente
quando as terminologias e definições aplicáveis aos referidos indicadores, e ainda, na proposição
de aprimoramentos para melhor caracterizar os fenômenos, tendo por foco as adequações
voltadas para a regulamentação do tema.

2
SUMÁRIO

1) Considerações Iniciais ............................................................................................................................................... 4


1.1) Objetivos específicos do Relatório 2/8 ................................................................................................................. 5
2) Análise dos indicadores atualmente definidos no PRODIST e proposição de aprimoramentos .............................. 6
2.1) Distorções harmônicas .......................................................................................................................................... 7
2.2) Desequilíbrios de tensão ..................................................................................................................................... 11
2.3) Flutuação de tensão ............................................................................................................................................ 14
2.4) Variações de tensão de curta duração ................................................................................................................ 17
3) Diferenciação de indicadores e limites de acordo com a abrangência ................................................................... 24
4) Quadro comparativo dos objetivos do Produto 4 constantes no contrato e do cumprimento das atividades
realizadas neste relatório ................................................................................................................................................ 25
5) Referências bibliográficas ....................................................................................................................................... 26
6) APÊNDICE ................................................................................................................................................................ 27

3
1) Considerações Iniciais

Visando o aperfeiçoamento da regulamentação brasileira direcionada aos sistemas de distribuição


de energia elétrica, os trabalhos referentes ao contrato ANEEL-FAU no 179/2013 têm por objetivo a
realização de serviços técnicos de consultoria para suporte às ações da SRD/ANEEL na
regulamentação dos fenômenos relacionados à qualidade do produto nas redes de distribuição de
energia elétrica.

Diante do exposto, o cerne dos trabalhos a serem realizados está no fornecimento de subsídios
para o aprimoramento dos aspectos da qualidade do produto no âmbito dos Procedimentos de
Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional – PRODIST [1], de forma a possibilitar à
ANEEL acompanhar e regular a qualidade do produto, com destaque aos fenômenos: distorções
harmônicas, desequilíbrios de tensão, flutuações de tensão e variações de tensão de curta duração.
A estratégia para a realização dos trabalhos supra mencionados compreende atividades que serão
sintetizadas na forma dos seguintes produtos:

 Produto 1 - Revisão bibliográfica atualizada contendo os principais regulamentos


internacionais, normas consideradas importantes, assim como pesquisas e trabalhos já
realizados no Brasil e no exterior relacionados com a qualidade do produto;

 Produto 2 - Definição dos indicadores para os fenômenos Desequilíbrio de tensão, Harmônicos,


Flutuação de tensão e Variações de tensão de curta duração, incluindo o aprimoramento ou
inclusão de indicadores que possam ser utilizados para avaliação da qualidade do produto no
âmbito da distribuição de energia elétrica no Brasil;

 Produto 3 - Definição do procedimento de medição para cada um dos fenômenos associados


com a qualidade do produto;

 Produto 4 - Definição dos padrões de referência para os fenômenos desequilíbrio de tensão,


distorções harmônicas, flutuação de tensão e variações de tensão de curta duração;

 Produto 5 - Definição dos procedimentos para acompanhamento da qualidade do produto na


distribuição de energia elétrica, considerando-se os indicadores associados aos fenômenos
desequilíbrio de tensão, distorções harmônicas, flutuação de tensão e variações de tensão de
curta duração;

 Produto 6 - Proposições para o estabelecimento dos critérios mínimos para regulamentação dos
padrões exigidos pelas distribuidoras quando da conexão de acessantes potencialmente
perturbadores ou de acessantes sensíveis a distúrbios na rede;

 Produto 7 - Proposta de texto para a revisão dos Módulos 1, 3, 6 e 8 dos Procedimentos de


Distribuição;

 Produto 8 - Apresentação dos resultados finais dos trabalhos desenvolvidos.

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No presente relatório serão abordados os assuntos associados com o Produto 2, os quais visam
apresentar os conceitos gerais associados com a definição dos indicadores para os fenômenos
desequilíbrio de tensão, distorções harmônicas, flutuações de tensão e variações de tensão de curta
duração, incluindo o aprimoramento ou inclusão de indicadores que possam ser utilizados para
avaliação da qualidade do produto no âmbito da distribuição de energia elétrica no Brasil.

1.1) Objetivos específicos do Relatório 2/8

Os objetivos específicos do produto identificado por Relatório 2/8 compreendem:


 Análise dos indicadores e definições já existentes no PRODIST;
 Aprimoramentos para adequar a terminologia e definições em consonância com as experiências
reportadas através dos documentos que perfazem o Relatório 1/8 e da praticidade operacional e
aplicativa das sugestões
 Avaliação da necessidade de diferenciação de indicadores de acordo com a abrangência de
aplicação;
 Correlação entre as propostas de indicadores e recursos dos sistemas de medição.

No contexto das regulamentações consultadas, e apresentadas no Relatório Técnico 1/8, e em


consonância com os objetivos específicos acima apresentados, vale ressaltar que:

 De um modo geral, a maioria das normatizações encontra-se fundamentada nas diretrizes


traçadas pela IEC, assim como pelo IEEE.
 Em atenção à premissa posta, constata-se que a maioria absoluta dos documentos abordam
indicadores similares, à exceção da Argentina, Peru e Japão. Estas últimas se apresentam
limitadas a apenas as distorções harmônicas e/ou flutuações de tensão.
 Diante desta realidade e visando a elaboração de uma proposta consistente com a realidade do
país, a opção feita neste trabalho recaiu sobre a proposição dos indicadores de desempenho em
consonância com a grande maioria das experiências já vivenciadas por outros países e,
também, com as diretrizes já estabelecidas e conhecidas no contexto do PRODIST.

5
2) Análise dos indicadores atualmente definidos no PRODIST e proposição de
aprimoramentos

Na atual versão do Módulo 8 dos Procedimentos de Distribuição, encontram-se definidos


indicadores para os seguintes fenômenos da qualidade da energia elétrica:

 Desequilíbrios de tensão;
 Distorções harmônicas;
 Flutuações de tensão;
 Variações de tensão de curta duração.

A Tabela 1 mostra os indicadores de qualidade da energia elétrica adotados no Brasil e em diversos


países. Nesta, como se observa, encontra-se inseridos fenômenos não contemplados no escopo do
presente trabalho.

Tabela 1 - Análise comparativa entre regulamentações.


PRODIST Regulamentações consultadas
Indicador Módulo 8 IEC IEEE/ANSI EU
CAN FRA ZAF PER ARG JPN CHN AUS
BRA (USA) (CENELEC)
Tensão em regime permanente • • • • • • • •
Variações de frequência • • • • • • •
Distorção harmônica individual
de tensão • • • • • • • • • • • •
Distorção harmônica total de
tensão • • • • • • • • • • • •
Distorção harmônica individual
de corrente • • •
Distorção harmônica total de
corrente • •
Desequilíbrios de tensão • • • • • • • • •
Flutuação de tensão • • • • • • • • • • •
Variações de tensão de curta
duração • • • • •

Com base nas informações acima é possível constatar que os principais indicadores são:
distorção harmônica de tensão, flutuações de tensão e desequilíbrios de tensão. Isto posto fica
evidenciado que poucos países apresentam critérios para limitar os fenômenos associados com as
variações de tensão de curta duração, assim como com as distorções harmônicas de corrente.

Assim sendo, de uma forma geral, pode-se considerar que os indicadores atualmente
considerados no Módulo 8 dos Procedimentos de Distribuição se apresentam consonantes com a
grande maioria das experiências mundiais, conforme ilustrado na Figura 1.

6
Figura 1 – Relação entre países e a utilização dos indicadores de desempenho .

Tomando por base os fenômenos contemplados neste estudo, da forma como são atualmente
considerados no PRODIST, apresenta-se, na sequência, sugestões de aprimoramentos acerca dos
conceitos, definições e formulações aplicáveis.

2.1) Distorções harmônicas

2.1.1) Definições e terminologias

As definições indicadas no Módulo 1 do PRODIST em relação ao fenômeno das distorções


harmônicas são as seguintes:

 Distorção harmônica individual: Grandeza que expressa o nível individual das componentes
que totalizam o espectro de frequências de um sinal distorcido, normalmente referenciada ao
valor da componente fundamental.

 Distorção harmônica total: Composição das distorções harmônicas individuais, que expressa
o grau de desvio da onda em relação ao padrão ideal, normalmente referenciada ao valor da
componente fundamental.

De forma a promover uma melhor conceituação do fenômeno, considerando-se a incorporação


de seu efeito físico ao próprio conceito, sugere-se a adoção das seguintes definições em substituição às
definições vigentes:

7
Harmônica: Componente senoidal de uma onda periódica de tensão ou corrente cuja
frequência é um múltiplo inteiro da frequência fundamental.

Distorção harmônica individual de tensão: Grandeza que expressa o valor eficaz de


uma determinada tensão harmônica em relação ao correspondente valor eficaz da tensão
na frequência fundamental, em valor percentual.

Distorção harmônica total de tensão: Grandeza que expressa o valor eficaz equivalente
à composição das tensões harmônicas individuais em relação ao correspondente valor
eficaz da mesma grandeza fundamental, em valor percentual.

As terminologias atualmente adotadas pelo PRODIST em relação às grandezas e indicadores


relacionados com as distorções harmônicas encontram-se indicadas na Tabela 2.

Tabela 2 – Terminologias adotadas pelo PRODIST.


Identificação da grandeza Símbolo
Distorção harmônica individual de tensão de ordem h DITh%
Distorção harmônica total de tensão DTT%
Tensão harmônica de ordem h Vh
Ordem harmônica h
Ordem harmônica máxima hmax
Ordem harmônica mínima hmin
Tensão fundamental medida V1

A Tabela 3 apresenta sugestões quanto as definições e adoção de novas terminologias.

Tabela 3 – Terminologias sugeridas para harmônicas de tensão.


Identificação da grandeza Símbolo
Distorção harmônica individual de tensão DITh%
Distorção harmônica total de tensão DTT%
Distorção harmônica total de tensão para as componentes
DTTP%
pares não múltiplas de 3
Distorção harmônica total de tensão para as componentes
DTTI%
impares não múltiplas de 3
Distorção harmônica total de tensão para as componentes
DTT3%
múltiplas de 3
Tensão harmônica individual Vh
Tensão fundamental V1
Tensão nominal em 60 Hz Vn
Ordem harmônica h
Ordem harmônica máxima hmax
Ordem harmônica mínima hmin
Valor do indicador DTT% que foi superado em apenas 5%
DTT95%
dos 1008 registros válidos de 10 minutos
Valor do indicador DTTP% que foi superado em apenas 5%
DTTP95%
dos 1008 registros válidos de 10 minutos
Valor do indicador DTTI% que foi superado em apenas 5% DTTI95%

8
dos 1008 registros válidos de 10 minutos
Valor do indicador DTT3% que foi superado em apenas 5%
DTT395%
dos 1008 registros válidos de 10 minutos

2.1.2) Formulação do PRODIST

Os indicadores atualmente considerados no Módulo 8 dos Procedimentos de Distribuição são


os seguintes:

𝑉ℎ
𝐷𝐼𝑇ℎ % = × 100 (1)
𝑉1

√∑ℎ𝑚á𝑥 2
ℎ=2 𝑉ℎ
𝐷𝑇𝑇% = × 100 (2)
𝑉1

Onde:
 DITh% = distorção harmônica individual de tensão de ordem h;
 Vh = tensão harmônica de ordem h;
 V1 = tensão fundamental;
 DTT% = distorção harmônica total de tensão;
 h = ordem harmônica;
 hmax = ordem harmônica máxima considerada (hmáx = 25 pu nos termos atuais).

2.1.3) Proposta de Formulação

Para fins do presente trabalho são propostas as seguintes formulações para a quantificação das
distorções harmônicas de tensão:

𝑉ℎ
𝑉ℎ % = × 100 (3)
𝑉1

√∑ℎ𝑚𝑎𝑥 2
ℎ=2 𝑉ℎ
𝐷𝑇𝑇% = × 100 (4)
𝑉1

Onde:
 Vh% = distorção harmônica individual de tensão de ordem h;
 Vh = tensão harmônica de ordem h;
 V1 = tensão fundamental;
 DTT% = distorção harmônica total de tensão;
 h = ordem harmônica;

9
 hmax = ordem harmônica máxima a ser considerada.

Por fim, o processo avaliativo utiliza uma grandeza advinda do tratamento estatístico do
conjunto de leituras do indicador DTT% , como abaixo posto:

 DTT95% = Valor do indicador DTT% que foi superado em apenas 5% dos 1008 registros válidos de
10 minutos.

Visando a simplificação do processo de gestão associado às distorções harmônicas, apenas para


efeito de adoção de limites, sugere-se, complementarmente, que a caracterização das amplitudes das
componentes individuais sejam substituídas por grupos de ordens harmônicas, como a seguir:

 Componentes harmônicas de tensão de ordem par e não múltiplas de 3

Estas seriam agrupadas em um único indicador refletindo o conjunto das componentes


harmônicas ora referidas, como a seguir:

√∑ℎ𝑚𝑎𝑥 2
ℎ=2 𝑉ℎ
𝐷𝑇𝑇𝑃 % = × 100 (5)
𝑉1

Onde:
 DTTP% = distorção harmônica total de tensão considerando-se apenas as ordens pares não
múltiplas de 3;
 Vh = tensão harmônica par de ordem h não múltipla de 3;
 V1 = tensão fundamental;
 h = ordem harmônica;
 hmax = ordem harmônica máxima par a ser considerada.

Por fim, o processo avaliativo utiliza uma grandeza advinda do tratamento estatístico do
conjunto de leituras do indicador DTTP% , como abaixo posto:

 DTTP95% = Valor do indicador DTTP% que foi superado em apenas 5% dos 1008 registros válidos de
10 minutos.

 Componentes harmônicas de tensão de ordem impar e não múltiplas de 3

√∑ℎ𝑚𝑎𝑥 2
ℎ=5 𝑉ℎ
𝐷𝑇𝑇𝐼 % = × 100 (6)
𝑉1

Onde:

10
 DTTI% = distorção harmônica total de tensão considerando-se apenas as ordens impares
não múltiplas de 3;
 Vh = tensão harmônica ímpar de ordem h não múltipla de 3;
 V1 = tensão fundamental;
 h = ordem harmônica;
 hmax = ordem harmônica máxima ímpar a ser considerada.

Por fim, o processo avaliativo utiliza uma grandeza advinda do tratamento estatístico do
conjunto de leituras do indicador DTTI% , como abaixo posto:

 DTTI95% = Valor do indicador DTTI% que foi superado em apenas 5% dos 1008 registros válidos de
10 minutos.

 Componentes harmônicas de tensão e múltiplas de 3

√∑ℎ𝑚𝑎𝑥 2
ℎ=3 𝑉ℎ
𝐷𝑇𝑇3 % = × 100 (7)
𝑉1

Onde:
 DTT3% = distorção harmônica total de tensão considerando-se apenas as ordens múltiplas
de 3;
 Vh = tensão harmônica de ordem h múltipla de 3;
 V1 = tensão fundamental;
 h = ordem harmônica;
 hmax = ordem harmônica máxima múltipla de 3 a ser considerada.

Por fim, o processo avaliativo utiliza uma grandeza advinda do tratamento estatístico do
conjunto de leituras do indicador DTT3% , como abaixo posto:

 DTT395% = Valor do indicador DTT3% que foi superado em apenas 5% dos 1008 registros válidos de
10 minutos.

2.2) Desequilíbrios de tensão

2.2.1) Definições e terminologias

Os fenômenos associados aos desequilíbrios de tensão apresentam definições distintas quando


comparados os Módulos 1 e 8 do PRODIST.

No Módulo 1 dos Procedimentos de Distribuição o evento em questão se apresenta com a


seguinte definição:

11
 Desequilíbrio de tensão: Desvio máximo da média das correntes ou tensões trifásicas,
dividido pela média das correntes ou tensões trifásicas, expresso em percentual.

Ao mesmo tempo, no Módulo 8 do PRODIST, o mesmo fenômeno se apresenta como:

 O desequilíbrio de tensão é o fenômeno associado a alterações dos padrões trifásicos do


sistema de distribuição.

De forma a compatibilizar os diferentes módulos dos Procedimentos de Distribuição, assim


como promover uma melhor conceituação do fenômeno, considerando-se a incorporação de seu efeito
físico ao próprio conceito, sugere-se a adoção da seguinte definição em substituição às definições
vigentes:

Desequilíbrio de tensão: Fenômeno caracterizado por qualquer diferença verificada nas


amplitudes entre as três tensões de fase de um determinado sistema trifásico, e/ou na
defasagem elétrica de 120o entre as tensões de fase do mesmo sistema.

As terminologias atualmente adotadas pelo PRODIST em relação às grandezas e indicadores


relacionados com os desequilíbrios de tensão encontram-se indicadas na Tabela 4.

Tabela 4 – Terminologias adotadas pelo PRODIST.


Identificação da grandeza Símbolo
Fator de desequilíbrio FD%
Magnitude da tensão de sequência negativa (RMS) V-
Magnitude da tensão de sequência positiva (RMS) V+
Magnitudes das tensões trifásicas de linha (RMS) Vab, Vbc e Vca

A Tabela 5 apresenta sugestões a serem aplicadas para as terminologias unificadas em todos os


módulos do PRODIST.

Tabela 5 – Terminologias sugeridas para desequilíbrios de tensão.


Identificação da grandeza Símbolo
Fator de desequilíbrio de tensão FD%
Magnitude da tensão de sequência negativa V-
Magnitude da tensão de sequência positiva V+
Magnitudes das tensões trifásicas de linha Vab, Vbc e Vca
Valor do indicador FD% que foi superado em apenas
FD95%
5% dos 1008 registros válidos de 10 minutos

2.2.2) Formulação do PRODIST

Os indicadores atualmente considerados no Módulo 8 dos Procedimentos de Distribuição são


baseados em duas metodologias distintas, conforme indicado a seguir:

12
 IEC:

𝑉−
𝐹𝐷% = × 100 (8)
𝑉+
Onde:
 FD% = Fator de desequilíbrio de tensão, expresso em %;
 V- = Amplitude da tensão de sequência negativa;
 V+ = Amplitude da tensão de sequência positiva.

 CIGRÉ:

1−√3−6𝛽
𝐹𝐷% = 100 × √ (9)
1+√3−6𝛽

4 4 4
𝑉𝑎𝑏 +𝑉𝑏𝑐 +𝑉𝑐𝑎
𝛽= 2 +𝑉 2 +𝑉 2 ) 2 (10)
(𝑉𝑎𝑏 𝑏𝑐 𝑐𝑎

Onde:
 FD% = Fator de desequilíbrio de tensão, expresso em %;
 β= Fator adimensional relativo às tensões de linha do sistema;
 Vab , Vbc e Vca = Tensões de linha do sistema trifásico.

2.2.3) Proposta de Formulação

Em consonância com os procedimentos clássicos utilizados para fins da definição dos


desequilíbrios, estes se apoiam em dois princípios, a saber:

 IEC: No que tange à metodologia das componentes simétricas (conforme IEC 61000-3-
13), verifica-se que o cálculo do fator de desequilíbrio de tensão de sequência negativa
necessita do módulo e do ângulo das tensões em análise. Apesar da aparente dificuldade
adicional associada à obtenção do ângulo de fase das tensões, sabe-se que os medidores
eletrônicos atualmente disponíveis no mercado possuem a metodologia proposta pela
IEC implementada em seus processadores internos.
 CIGRE: Essa recomendação é uma alternativa eficaz e, ao mesmo tempo, requer apenas o
conhecimento dos módulos das tensões de linha do sistema trifásico.

Diante da ampla aceitação destes métodos e do uso dos mesmos no contexto do Módulo 8 atual,
estes serão mantidos no contexto da proposição aqui feita.

13
 Metodologia da IEC:

𝑉−
𝐹𝐷% = × 100 (11)
𝑉+
Onde:
 FD% = Fator de desequilíbrio de tensão, expresso em %;
 V- = Amplitude da tensão de sequência negativa;
 V+ = Amplitude da tensão de sequência positiva.

 Metodologia da CIGRÉ:

1−√3−6𝛽
𝐹𝐷% = 100 × √ (12)
1+√3−6𝛽

4 4 4
𝑉𝑎𝑏 +𝑉𝑏𝑐 +𝑉𝑐𝑎
𝛽= 2 +𝑉 2 +𝑉 2 ) 2 (13)
(𝑉𝑎𝑏 𝑏𝑐 𝑐𝑎
Onde:
 FD% = Fator de desequilíbrio de tensão, expresso em %;
 β= Fator adimensional relativo às tensões de linha do sistema;
 Vab , Vbc e Vca = Tensões de linha do sistema trifásico.

Adicionalmente, o tratamento estatístico para avaliar o conjunto de leituras de 10 minutos do


indicador FD%, calculado pela metodologia IEC ou CIGRÉ, conduz ao indicador:

 FD95% = Valor do indicador FD% que foi superado em apenas 5% dos 1008 registros válidos de 10
minutos.

2.3) Flutuação de tensão

2.3.1) Definições e terminologias

O fenômeno das flutuações de tensão encontra-se definido apenas no Módulo 8 dos


Procedimentos de Distribuição, e se apresenta com a seguinte redação:

 Flutuação de tensão: Variação aleatória, repetitiva ou esporádica do valor eficaz da tensão.

Diante das atuais definições utilizadas, sugere-se aqui uma atualização no conceito do
fenômeno da flutuação de tensão, o qual passa a ser:

14
Flutuação de tensão: Fenômeno caracterizado pela variação aleatória, repetitiva ou
esporádica, do valor eficaz ou de pico da tensão instantânea.

Adicionalmente, sugere-se a inclusão deste conceito no glossário do Módulo 1 dos


Procedimentos de Distribuição. As terminologias atualmente adotadas pelo PRODIST em relação às
grandezas e indicadores relacionados com as flutuações de tensão encontram-se indicadas na
Tabela 6.

Tabela 6 – Terminologias adotadas pelo PRODIST em relação às flutuações de tensão.


Identificação da grandeza Símbolo
Severidade de Curta Duração Pst
Severidade de Longa Duração Plt
Valor diário do indicador Pst que foi superado em apenas
PstD95%
5% dos registros obtidos no período de 24 hs
Valor semanal do indicador Plt que foi superado em apenas
5% dos registros obtidos no período de sete dias completos PltS95%
e consecutivos
Fator de transferência FT

A Tabela 7 apresenta sugestões de melhoria paras as terminologias relacionadas com as


flutuações de tensão a serem unificadas em todos os módulos do PRODIST.

Tabela 7 – Terminologias sugeridas para flutuações de tensão.


Identificação da grandeza Símbolo
Severidade de flutuação de tensão de curta duração Pst
Severidade de flutuação de tensão de longa duração Plt
Valor do indicador Pst que foi superado em apenas 5%
Pst95%
dos 1008 registros válidos de 10 minutos

2.3.2) Formulação do PRODIST

Os indicadores atualmente considerados no Módulo 8 dos Procedimentos de Distribuição


referentes ao fenômeno das flutuações de tensão são os seguintes:

𝑃𝑠𝑡 = √0,0314. 𝑃0,1 + 0,0525. 𝑃1 + 0,0657. 𝑃3 + 0,28. 𝑃10 + 0,08. 𝑃50 (14)

Onde:
 Pst = Severidade de curta duração (Probability Short Term), expresso em pu;
 Pi (i = 0,1; 1; 3; 10 e 50) = corresponde ao nível de sensação de cintilação que foi
ultrapassado durante i % do tempo, obtido a partir da função de distribuição acumulada
complementar, de acordo com o procedimento estabelecido pela IEC (International
Electrotechnical Commission): IEC 61000-4-15. Flickermeter – Functional and Design
Specifications [2].

15
Complementarmente, ao indicador Pst, define-se o indicador Plt correspondente a um valor
representativo de doze amostras consecutivas de Pst, como estabelecido em (15).

3 1
𝑃𝑙𝑡 = √ ∑12
𝑖=1(𝑃𝑠𝑡𝑖 )
3 (15)
12

Onde:
 Plt = Severidade de longa duração (Probability Long Term), expresso em pu;
 Psti = i-ésimo registro do indicador Pst.

Além dos indicadores Pst e Plt, o Módulo 8 do PRODIST considera também:

 PstD95% = Valor diário do indicador Pst que foi superado em apenas 5% dos registros
obtidos no período de 24 horas;
 PltS95% = Valor semanal do indicador Plt que foi superado em apenas 5% dos registros
obtidos no período de 7 dias completos e consecutivos;
 FT = Fator de transferência entre diferentes barras.

2.3.3) Proposta de Formulação

A metodologia IEC 61000-4-15 [2], apesar de suas conhecidas deficiências, conforme destacado
nas referências [3], [4], [5] e [6], continua sendo uma referência mundial para quantificação do
fenômeno das flutuações de tensão. Assim, no que se refere ao fenômeno em pauta, a metodologia
deve ser o fundamento da regulamentação da qualidade da energia elétrica na distribuição.
Dessa forma, a proposição aqui feita consiste na utilização do indicador Pst, conforme a
equação (16), complementada do indicador Plt, o qual corresponde a um valor representativo de doze
amostras consecutivas de Pst, como estabelecido em (17).

𝑃𝑠𝑡 = √0,0314. 𝑃0,1 + 0,0525. 𝑃1 + 0,0657. 𝑃3 + 0,28. 𝑃10 + 0,08. 𝑃50 (16)

Onde:
 Pst = Severidade de curta duração (Probability Short Term), expresso em pu;
 Pi (i = 0,1; 1; 3; 10 e 50) = corresponde ao nível de sensação de cintilação que foi
ultrapassado durante i % do tempo, obtido a partir da função de distribuição acumulada
complementar, de acordo com o procedimento estabelecido pela IEC (International
Electrotechnical Commission): IEC 61000-4-15. Flickermeter – Functional and Design
Specifications [2].

16
3 1
𝑃𝑙𝑡 = √ ∑12
𝑖=1(𝑃𝑠𝑡𝑖 )
3 (17)
12

Onde:
 Plt = Severidade de longa duração (Probability Long Term), expresso em pu;
 Psti = i-ésimo registro do indicador Pst.

Por fim, o processo avaliativo utiliza uma grandeza advinda do tratamento estatístico do
conjunto de leituras do indicador Pst, como a seguir:

 Pst95% = Valor do indicador Pst que foi superado em apenas 5% dos 1008 registros válidos de 10
minutos.

2.4) Variações de tensão de curta duração

2.4.1) Definições e terminologias

O fenômeno associado às variações de tensão de curta duração apresenta definições distintas


quando comparados os Módulos 1 e 8 do PRODIST. No Módulo 1 dos Procedimentos de Distribuição o
fenômeno é definido da seguinte forma:

 Variação de tensão de curta duração: Desvio significativo da amplitude do valor eficaz da


tensão em intervalo de tempo compreendido entre 16,67 ms (1 ciclo) e 3 (três) minutos.

Neste mesmo módulo encontram-se também as seguintes definições:

 Variação momentânea de tensão: Abrange os eventos com duração inferior ou igual a 3


(três) segundos, na forma de interrupção, afundamento e elevação de tensão;

 Variação temporária de tensão: Compreende os eventos com duração superior a 3 (três)


segundos e inferior a 3 (três) minutos, na forma de interrupção, afundamento e elevação de
tensão.
Por outro lado, o Módulo 8 dos Procedimentos de Distribuição apresenta apenas a conceituação
indicada a seguir:

 Variações de tensão de curta duração: são desvios significativos no valor eficaz da tensão em
curtos intervalos de tempo.

Adicionalmente ao conceito indicado acima, o Módulo 8 do PRODIST também contempla a


tabela abaixo destinada a classificação das variações de tensão de curta duração.

17
Tabela 8 – Classificação das variações de tensão de curta duração
Amplitude da tensão
Classificação Denominação Duração da variação (RMS) em relação à
tensão de referência
Interrupção Inferior ou igual a três
Inferior a 0,1 pu
momentânea de tensão segundos
Superior ou igual a um
Variação Afundamento Superior ou igual a 0,1 pu
ciclo e inferior ou igual a
Momentânea de momentâneo de tensão e inferior a 0,9 pu
três segundos
Tensão
Superior ou igual a um
Elevação
ciclo e inferior ou igual a Superior a 1,1 pu
momentânea de tensão
três segundos
Interrupção Superior a três segundos
Inferior a 0,1 pu
temporária de tensão e inferior a três minutos
Variação Afundamento Superior a três segundos Superior ou igual a 0,1 pu
Temporária de
temporário de tensão e inferior a três minutos e inferior a 0,9 pu
Tensão
Elevação Superior a três segundos
Superior a 1,1 pu
temporária de tensão e inferior a três minutos

Da análise da Tabela 8, é importante ressaltar que os indicadores associados à qualidade do


serviço não são considerados para tempos de interrupção de até 3 (três) minutos, ou seja, caso uma
interrupção tenha exatamente três minutos de duração, a mesma não é considerada para efeito de
composição dos indicadores de qualidade do serviço. Assim, torna-se necessária uma adequação na
caracterização das durações dos eventos das variações de tensão de curta-duração de forma a
compatibilizar as seções 8.1 e 8.2 do Módulo 8 do PRODIST.
Dessa forma, sugere-se que os tempos de duração para os eventos associados às variações
temporárias de tensão sejam definidos conforme indicado na Tabela 9.

Tabela 9 – Classificação das variações de tensão de curta duração


Amplitude da tensão
Classificação Denominação Duração da variação (RMS) em relação à
tensão de referência
Interrupção Inferior ou igual a três
Inferior a 0,1 pu
momentânea de tensão segundos
Superior ou igual a um
Variação Afundamento Superior ou igual a 0,1 pu
ciclo e inferior ou igual a
Momentânea de momentâneo de tensão e inferior a 0,9 pu
três segundos
Tensão
Superior ou igual a um
Elevação
ciclo e inferior ou igual a Superior a 1,1 pu
momentânea de tensão
três segundos
Interrupção Superior a três segundos
Inferior a 0,1 pu
temporária de tensão e inferior a três minutos
Variação Afundamento Superior a três segundos Superior ou igual a 0,1 pu
Temporária de
temporário de tensão e inferior a três minutos e inferior a 0,9 pu
Tensão
Elevação Superior a três segundos
Superior a 1,1 pu
temporária de tensão e inferior a três minutos

18
Destaca-se que a quantificação das variações de tensão de curta-duração se apresentaria como
mecanismo eficaz para a aferição da qualidade física das redes de distribuição, uma vez que o registro
dessas variações permite a quantificação dos defeitos ocorridos nas redes elétricas que não foram
quantificados pelos indicadores da qualidade do serviço em função de religamentos com sucesso
durante essas ocorrências.

Por fim, sugere-se a retirada dos conceitos referentes às variações momentâneas e temporárias
de tensão do Módulo 1 do PRODIST, assim como a compatibilização entre os Módulos 1 e 8 no que diz
respeito ao conceito associado às variações de tensão de curta duração, conforme a seguir:

Variação de tensão de curta duração: Desvio significativo da amplitude do valor eficaz


da tensão durante um intervalo de tempo inferior ou igual a três minutos.

Baseando nas normas/recomendações citadas no relatório 1/8, verifica-se que um evento de


VTCD refere-se normalmente à tensão de fase e é classificada pelos seguintes parâmetros:

 Amplitude: definida pelo nível extremo do valor eficaz da tensão em relação à tensão
nominal do sistema no ponto considerado, enquanto perdurar o evento;

 Duração: definida pelo intervalo de tempo decorrido entre o instante em que o valor
eficaz da tensão em relação à tensão nominal do sistema no ponto considerado
ultrapassa determinado limite e o instante em que essa variável volta a cruzar esse
mesmo limite.

Considerando-se as facilidades apresentadas pelos atuais medidores digitais de grandezas


elétricas, assim como os aspectos práticos intrínsecos aos sistemas de distribuição, nos quais as
tensões em determinadas regiões podem operar com valores relativamente diferentes da tensão
nominal da rede, sugere-se a adoção dos seguintes conceitos em substituição aos apresentados
anteriormente:

 Amplitude: amplitude extrema do valor eficaz da tensão em relação à tensão de


referência, registrada durante um determinado evento.

 Duração: intervalo de tempo decorrido entre o instante em que o valor eficaz da tensão
ultrapassa um determinado limite e o instante em que essa variável volta a cruzar esse
mesmo limite.

 Tensão de referência: tensão nominal do sistema ou tensão contratada no ponto de


avaliação.

Objetivando uniformizar os termos relacionados a este fenômeno, a Tabela 10 apresenta


definições e nomenclaturas aplicáveis ao tema.

19
Tabela 10– Proposta de terminologia para os eventos de VTCD.

Índices de conformidade para VTCD Sugestão


Amplitude do evento de VTCD (%) Ve
Tensão residual da VTCD Vres
Tensão de referência Vref
Duração da VTCD (ms) ∆te
Instante final da VTCD tf
Instante inicial da VTCD ti
Frequência de ocorrência de eventos de VTCD fe
Quantidade de eventos de VTCD registrados em um período de avaliação n
Fator de impacto das VTCDs 𝐹𝐼𝑣𝑡𝑐𝑑
Número de eventos para a i-ésima categoria 𝑛𝑖
Fator de ponderação para a i-ésima categoria 𝑓𝑖
Fator de impacto base 𝐹𝐼𝑏𝑎𝑠𝑒
Número de eventos máximo para a i-ésima categoria 𝑛𝑙𝑖

2.4.2) Formulação do PRODIST

A versão atual do PRODIST não considera nenhum mecanismo para estratificação das
ocorrências de eventos de VTCD.
Por outro lado, conforme indicado no submódulo 2.8 dos Procedimentos de Rede (ONS), este
estabelece meios para a contabilização das combinações amplitude e duração de cada evento. Isto
pode ser constatado nos princípios sintetizadas na Tabela 11, a qual classifica os fenômenos
manifestados na forma de VTCDs em faixas estratificadas.

Tabela 11 – Estratificação dos parâmetros amplitude e duração para contabilização de afundamentos momentâneos de
tensão – ONS.
Duração (ms)
Amplitude
[16,67 ms – (300 ms-
(%) (600 ms-1 s] (1 s-3 s] (3 s-1 min]
300 ms] 600 ms]

(85% - 90%]
(80% - 85%]
(70% - 80%]
(60% - 70%]
(50% - 60%]
(40% - 50%]
(30% - 40%]
(20% - 30%]
[10% – 20%]
< 10%

20
Da mesma forma, as elevações momentâneas de tensão são estratificadas conforme indicado na
Tabela 12.

Tabela 12 – Estratificação dos parâmetros amplitude e duração para contabilização


de elevações momentâneas de tensão – ONS.
Duração (ms)

Amplitude (%) [16,67 ms – (300 ms-


(600 ms-1 s] (1 s-3 s] (3 s-1 min]
300 ms] 600 ms]

(110% - 140%]
>140%

2.4.3) Proposta de Formulação

Iniciando pela caracterização das variações de tensão de curta duração, esta pode ser
interpretada através dos indicadores de desempenho que representem a amplitude, duração e
frequência dos eventos, os quais estão expressos, respectivamente, em (18), (19) e (20).

(18)
𝑉𝑟𝑒𝑠
𝑉𝑒 = × 100
𝑉𝑟𝑒𝑓
(19)
∆𝑡𝑒 = 𝑡𝑓 − 𝑡𝑖

(20)
𝑓𝑒 = 𝑛

Onde:
 Ve – amplitude do evento de VTCD, em %;
 Vres – tensão residual da VTCD;
 Vref – tensão de referência;
 te – duração da VTCD, em milissegundos;
 tf – instante final da VTCD;
 ti – instante inicial da VTCD;
 fe – frequência de ocorrência de eventos de VTCD;
 n – quantidade de eventos de VTCD registrados em um período de avaliação.

Tendo em vista as relevâncias especificas associadas com as características individuais de cada


VTCD e, em consonância com a metodologia empregada em [7], a qual se apresenta como uma das
únicas diretrizes contemplando a matéria, surge a proposta apresentada na Tabela 13 visando a
subdivisão dos fenômenos aqui pautados.

21
Tabela 13 – Estratificação dos parâmetros amplitude e duração para contabilização de eventos de VTCD.
Duração
Amplitude
(pu)
[16,67 ms - 100 ms] (100 ms - 300 ms] (300 ms - 600 ms] (600 ms - 1 seg] (1 seg - 3 seg] (3 seg - 1 min] (1 min - 3 min)

(1,15 - 1,20]

(1,10 - 1,15]

(0,85 - 0,90]

(0,80 - 0,85]

(0,70 - 0,80]

(0,60 - 0,70]

(0,50 - 0,60]

(0,40 - 0,50]

(0,30 - 0,40]

(0,20 - 0,30]

(0,10 - 0,20]

< 0,10

Objetivando reconhecer a relevância dos fenômenos, com destaque as suas amplitudes e


durações, apresenta-se, através da Tabela 14, uma proposta de agrupamento de classes, a qual se
baseia na NRS 048 [7]. Esta divisão tem por foco correlacionar a importância do distúrbio manifestado
com os níveis de sensibilidade dos diferentes equipamentos existentes nas unidades consumidoras.

22
Tabela 14 – Proposta para caracterização de VTCD.
Duração
Amplitude
(pu)
[16,67 ms - 100 ms] (100 ms - 300 ms] (300 ms - 600 ms] (600 ms - 1 seg] (1 seg - 3 seg] (3 seg - 1 min] (1 min - 3 min]

(1,15 - 1,20]
Categoria H Categoria I
(1,10 - 1,15]

(0,85 - 0,90]
Categoria A
(0,80 - 0,85]
Categoria G
(0,70 - 0,80]

(0,60 - 0,70]
Categoria B
(0,50 - 0,60]
Categoria D
Categoria C
(0,40 - 0,50]
Categoria F
(0,30 - 0,40]

(0,20 - 0,30]

(0,10 - 0,20]
Categoria E
< 0,10

Uma vez estratificados os diversos fenômenos nas categorias supra proposta e à luz da
relevância de cada região no que tange aos seus efeitos operacionais sobre a rede, consumidores e
equipamentos, estes poderão ser agrupados, gerando, assim, um indicador aqui denominado por Fator
de Impacto das VTCDs.
A formulação aplicável a esta grandeza (Fator de Impacto) se apresenta nos termos indicados
pela equação (21).

𝑛𝐴 ∙ 𝑓𝐴 + 𝑛𝐵 ∙ 𝑓𝐵 + 𝑛𝐶 ∙ 𝑓𝐶 + 𝑛𝐷 ∙ 𝑓𝐷 + 𝑛𝐸 ∙ 𝑓𝐸 + 𝑛𝐹 ∙ 𝑓𝐹 + 𝑛𝐺 ∙ 𝑓𝐺 + 𝑛𝐻 ∙ 𝑓𝐻 + 𝑛𝐼 ∙ 𝑓𝐼
𝐹𝐼 = (21)
𝐹𝐼𝐵𝑎𝑠𝑒

Onde:
 𝐹𝐼 – fator de impacto das VTCDs;
 𝑛𝑖 – número de eventos para a i-ésima categoria;
 𝑓𝑖 – fator de ponderação para a i-ésima categoria;
 𝐹𝐼𝑏𝑎𝑠𝑒 – fator de impacto base.

23
O Fator de Impacto Base é calculado a partir da quantidade máxima de eventos existentes para
uma determinada categoria, conforme apresentado em (22). Este seria, a princípio, considerado o
limiar do indicador acima do qual os fenômenos se apresentariam acima dos níveis admissíveis.

𝐹𝐼𝐵𝑎𝑠𝑒 = 𝑛𝑙𝐴 ∙ 𝑓𝐴 + 𝑛𝑙𝐵 ∙ 𝑓𝐵 + 𝑛𝑙𝐶 ∙ 𝑓𝐶 + 𝑛𝑙𝐷 ∙ 𝑓𝐷 + 𝑛𝑙𝐸 ∙ 𝑓𝐸 + 𝑛𝑙𝐹 ∙ 𝑓𝐹 + 𝑛𝑙𝐺 ∙ 𝑓𝐺 + 𝑛𝑙𝐻 ∙ 𝑓𝐻 + 𝑛𝑙𝐼 ∙ 𝑓𝐼 (22)

Onde:
 𝑛𝑙𝑖 – número de eventos máximo para a i-ésima categoria;
 𝑓𝑖 – fator de ponderação para a i-ésima categoria.

3) Diferenciação de indicadores e limites de acordo com a abrangência

O item 2 da seção 8 do Módulo 8 do PRODIST define a abrangência de aplicação das definições


constantes no referido documento, da seguinte forma:

 Os procedimentos de qualidade da energia elétrica devem ser observados por:

a) consumidores com instalações conectadas em qualquer classe de tensão de


distribuição;
b) produtores de energia;
c) distribuidoras;
d) agentes importadores ou exportadores de energia elétrica;
e) transmissoras detentoras de Demais Instalações de Transmissão – DIT;
f) Operador Nacional do Sistema – ONS.

 Os procedimentos de qualidade da energia elétrica se aplicam aos Sistemas Individuais


de Geração de Energia Elétrica com Fontes Intermitentes – SIGFI, exceto o que estiver
disposto em Resolução específica.

Em relação à qualidade do produto, a abrangência para aplicação das diretrizes a serem


estabelecidas possui duas formas distintas de avaliação: uma relacionada às instalações já
conectadas ao sistema de distribuição e outra associada às instalações futuras.

Para o caso de instalações em operação, devidamente conectadas aos sistemas de


distribuição, e cujos pareceres de acesso indicaram, consequentemente, a viabilidade da ligação, não
se observam motivos para diferenciação dos critérios a serem adotados em função do tipo de
acessante, uma vez que todas as instalações em operação utilizam-se da mesma rede física.

Por outro lado, para o caso das instalações futuras, as quais ainda deverão ser objeto de
análises e estudos visando a emissão de pareceres de acesso por parte das distribuidoras, torna-se
interessante e necessária a diferenciação dos critérios de acesso de acordo com o tipo da instalação (e

24
das cargas a serem consideradas). Assim, portanto, em se tratando de instalações futuras, o assunto
será detalhadamente considerado no Relatório Técnico 6/8.

4) Quadro comparativo dos objetivos do Produto 4 constantes no contrato e do


cumprimento das atividades realizadas neste relatório

A Tabela 15 relaciona os tópicos solicitados para o produto 2 no contrato ANEEL-FAU no


179/2013 com o conteúdo deste documento.

Tabela 15: Quadro comparativo entre atividades solicitadas e executadas.


Identificação das seções que
Descrição das atividades requeridas
contemplam as atividades
- Seção 2.1.1
2.1) Analisar os indicadores e definições já existentes no
- Seção 2.2.1
PRODIST;
- Seção 2.3.1
- Seção 2.4.1
2.2) Propor, se necessário, aprimoramentos para possibilitar, - Seção 2.1.2
por exemplo, a coerência com as normas que serão utilizadas - Seção 2.2.2
como referência; - Seção 2.3.2
- Seção 2.4.2
2.3) Analisar a necessidade de diferenciação de indicadores
de acordo com a abrangência (segundo o item 2 da Seção 8.0
do Módulo 8 do PRODIST, os procedimentos devem ser
observados por: consumidores com instalações conectadas
em qualquer classe de tensão de distribuição; produtores de
energia; distribuidoras; agentes importadores ou - Seção 3
exportadores de energia elétrica; transmissoras detentoras
de Demais Instalações de Transmissão (DIT) e Operador
Nacional do Sistema (ONS)) prevista do Módulo 8 do
PRODIST, considerando, por exemplo, particularidades
regionais e especificidades socioeconômicas;

- Seção 2.1.3
2.4) Descrever os indicadores e a forma de cálculo dos - Seção 2.2.3
mesmos a partir das medições. - Seção 2.3.3
- Seção 2.4.3

25
5) Referências bibliográficas

[1] ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica. Procedimentos de Distribuição. 2008.


[2] IEC 61000-4-15. Electromagnetic compatibility (EMC) - Part 4-15: Testing and
measurement techniques - Flickermeter - Functional and design specifications. 2010.
[3] MACEDO Jr, José Rubens; SIMONETTI, Domingos S. L. Análise de desempenho do
flickermeter na presença de componentes inter-harmônicas. Controle & Automação
(Impresso), v. 23, p. 508-519, 2012.
[4] Frater, L.P; Watson, N. R. Light Flicker Sensitivity of High Efficiency Compact Fluorescent
Lamps. Australasian Universities Power Engineering Conference. Perth, WA, Australia, 2007.
[5] kim T., Rylander M., Powers E. J., Grady W. M., Arapostathis A. Detection of Flicker Caused by
Interharmonics. IEEE Transaction on Instrumentation and Measurement, vol. 58, no. 1, pp.
152 – 160, Jan. 2009.
[6] S. M. Halpin, R. Bergeron, T. M. Blooming, R. F. Burch, L. E. Conrad and T. S. Key. Voltage and
Lamp Flicker Issues: Should the IEEE Adopt the IEC Approach? IEEE Transactions on Power
Delivery, Vol. 18, No. 3, July 2003.
[7] NRS 048 - Part 2: Voltage characteristics, compatibility levels, limits and assessment
methods. 2003.

26
6) APÊNDICE

Resumo dos indicadores sugeridos para avaliação da qualidade do


produto nos sistemas de distribuição de energia elétrica

Fenômeno Termino
Indicador Equação
Considerado logia

Distorção
harmônica 𝑉ℎ
Vh% 𝑉ℎ % = × 100
individual de 𝑉1
tensão de ordem
h

Distorção
√∑ℎ𝑚á𝑥 2
ℎ=2 𝑉ℎ
harmônica total DTT%
𝐷𝑇𝑇% = × 100
de tensão 𝑉1

Distorção
harmônica total
de tensão,
√∑22 2
ℎ=2 𝑉ℎ
considerando-se DTTP% 𝐷𝑇𝑇𝑃 % = × 100
𝑉1
apenas as ordens
pares não
múltiplas de 3
Distorção
harmônica total
Distorções
de tensão,
harmônicas √∑25 2
ℎ=5 𝑉ℎ
considerando-se DTTI%
𝐷𝑇𝑇𝐼 % = × 100
apenas as ordens 𝑉1
ímpares não
múltiplas de 3
Distorção
harmônica total
de tensão, √∑24 2
ℎ=3 𝑉ℎ
DTT3% 𝐷𝑇𝑇3 % = × 100
considerando-se 𝑉1
apenas as ordens
múltiplas de 3
Distorção
harmônica
𝐼ℎ
individual de Ih% 𝐼ℎ % = × 100
𝐼1
corrente de
ordem h

Distorção
√∑ℎ𝑚á𝑥 2
ℎ=2 𝐼ℎ
harmônica total DTI%
𝐷𝑇𝐼% = × 100
de corrente 𝐼1

Fator de
desequilíbrio de
tensão 𝑉2
FD% 𝐹𝐷% = × 100
(Metodologia das 𝑉1
Desequilíbrios componentes
de tensão simétricas)
Fator de
desequilíbrio de
FD% 1 − √3 − 6𝛽
tensão 𝐹𝐷% = 100 × √
(Metodologia das 1 + √3 − 6𝛽

27
tensões de linha)
4 4
𝑉𝑎𝑏 + 𝑉𝑏𝑐 + 𝑉𝑐𝑎4
𝛽= 2 2
(𝑉𝑎𝑏 + 𝑉𝑏𝑐 + 𝑉𝑐𝑎2 )2

Severidade de
curta duração
Pst 𝑃𝑠𝑡 == √0,0314. 𝑃0,1 + 0,0525. 𝑃1 + 0,0657. 𝑃3 + 0,28. 𝑃10 + 0,08. 𝑃50
(Probability Short
Term)
Flutuações de
tensão Severidade de
12
longa duração 3 1
Plt 𝑃𝑙𝑡 = √ ∑(𝑃𝑠𝑡𝑖 )3
(Probability Long 12
𝑖=1
Term)

Amplitude do 𝑉𝑟𝑒𝑠
Ve 𝑉𝑒 = × 100
evento de VTCD 𝑉𝑟𝑒𝑓

Duração do
te ∆𝑡𝑒 = 𝑡𝑓 − 𝑡𝑖
Variações de evento de VTCD
tensão de curta
Frequência de
duração
ocorrência de fe 𝑓𝑒 = 𝑛
eventos de VTCD

𝑛𝐴 ∙ 𝑓𝐴 + 𝑛𝐵 ∙ 𝑓𝐵 + 𝑛𝐶 ∙ 𝑓𝐶 + 𝑛𝐷 ∙ 𝑓𝐷 + 𝑛𝐸 ∙ 𝑓𝐸 + 𝑛𝐹 ∙ 𝑓𝐹 + 𝑛𝐺 ∙ 𝑓𝐺 + 𝑛𝐻 ∙ 𝑓𝐻 + 𝑛𝐼 ∙ 𝑓𝐼
Fator de Impacto FI 𝐹𝐼 =
𝐹𝐼𝐵𝑎𝑠𝑒

Sugestão de metodologia de estratificação dos parâmetros amplitude e duração


para contabilização de eventos de VTCD

Duração
Amplitude
(pu)
[16,67 ms - 100 ms] (100 ms - 300 ms] (300 ms - 600 ms] (600 ms - 1 seg] (1 seg - 3 seg] (3 seg - 1 min] (1 min - 3 min)

(1,15 - 1,20]

(1,10 - 1,15]

(0,85 - 0,90]

(0,80 - 0,85]

(0,70 - 0,80]

(0,60 - 0,70]

(0,50 - 0,60]

(0,40 - 0,50]

(0,30 - 0,40]

(0,20 - 0,30]

(0,10 - 0,20]

< 0,10

28
Equipe técnica responsável:
Prof. José Carlos de Oliveira - UFU
Prof. José Rubens Macedo Jr. - UFU
Prof. Antônio Carlos Delaiba - UFU

Colaboradores:
Prof. Isaque Nogueira Gondim - UFU
Arnaldo José P. Rosentino Jr. - UFU
Alex Reis - UFU

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