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ENSINO SUPERIOR
PÓS-PANDEMIA
Saiba como inovar na nova realidade.
Confira lições e oportunidades da educação superior
no Brasil pós-pandemia a partir da experiência do Grupo A
O que vai mudar nas nossas
faculdades, centros universitários
e universidades após a pandemia?
Certamente as instituições de ensino nunca mais serão as mesmas. para se adaptar ao novo cenário. As IES já tinham um olhar voltado ao
O modelo de operação que vigorava até então será revisado. Essa futuro (antecipado pela crise provocada pelo coronavírus). Treinamento de
revisão acontecerá prioritariamente na relevância da EAD, nos cursos professores, implementação de sistemas de ensino remoto, implantação de
híbridos e em novas formas de captação e retenção de alunos. suporte ao aluno em larga escala: tudo isso já fazia parte da rotina das IES
parceiras.
Nada disso é novidade para o Grupo A. Há quase 50 anos nos
mantemos alinhados e atentos às tendências mais inovadoras do Sabemos que outras instituições tiveram dificuldade para se reorganizar.
setor educacional. Nosso portfólio de serviços e produtos sempre Ainda em março, portanto, começamos uma força-tarefa de apoio às
esteve alicerçado no desenvolvimento tecnológico, na produção instituições de ensino.
de conteúdo de qualidade e na criação de novas soluções. Nosso
objetivo é buscar a excelência em indicadores pedagógicos e O Grupo A disponibilizou uma página na internet com webinars exclusivos,
gerenciais. recomendações de especialistas em educação e tecnologia, pesquisas
sobre a percepção dos alunos sobre a pandemia, entre outros conteúdos
Essa ambição foi fundamental durante a pandemia. relevantes.
Afinal, instituições parceiras do Grupo A estavam mais preparadas
Gustavo Hoffmann, diretor Daniel Infante, fundador e Igor Sales, co-fundador e Malu Gouveia, diretora na Vinicius Dias. CEO da Algetec,
do Grupo A, e fellow da diretor da Educa Insights, CEO da Imersys, empresa Mais Campus. É especialista empresa especializada no
Universidade de Harvard. consultoria especializada voltada ao desenvolvimento em marketing e gestão desenvolvimento de laboratórios
Especialista em aprendizado em soluções e pesquisas de de soluções completas para da captação de alunos. para cursos de engenharia e saúde
ativo, sala de aula invertida, marketing para o mercado divulgação, treinamento e Malu atuou como CMO nas modalidades presencial e
modelagem acadêmica, da educação. Possui mais de educação em plataformas na Laureate Internacional EAD. Professor na Universidade
ensino a distância, dez anos de experiência em interativas de realidade por 7 anos onde liderou o Católica de Salvador, é especialista
planejamento de negócios e planejamento estratégico e virtual e aumentada. processo de inscrição de no desenvolvimento de produtos
consultoria educacional. inteligência competitiva no mais de 200 mil alunos por inovadores na área de educação.
setor educacional. ano. Antes disto, foi diretora
de marketing e vendas
na Santher e Mondelez
Internacional.
A proposta deste e-book é explorar quatro aspectos que podem
diferenciar as IES neste novo momento. Falaremos sobre (1) questões de
mercado, captação e retenção, (2) tecnologia, (3) ensino, aprendizagem e
desenvolvimento de competências e, por fim, (4) formação docente.
Tudo a partir da perspectiva do “novo normal”.
Boa leitura!
1. MERCADO, CAPTAÇÃO E RETENÇÃO
Retenção e captação: o
comportamento do aluno 61% SOFRERAM
BAIXO IMPACTO
durante a pandemia
Antes de falarmos sobre as melhores estratégias de
captação e retenção do futuro, precisamos olhar para o 25% NÃO
SOFRERAM
comportamento do aluno durante a pandemia. Uma série PERDAS
de estudos realizados pela Educa Insights no período de
isolamento ajuda a compreender melhor a situação.
Os dados também apontam tendências.
A pesquisa também perguntou sobre a reação Outro ponto diz respeito aos motivos
dos alunos frente à crise. A questão era saber que poderiam levar os estudantes a
se eles pretendiam continuar estudando. abandonarem os cursos.
60%
COGITA SAIR DO
CURSO, CASO SEU
EMPREGO SEJA
52% DIRETAMENTE
AFETADO.
QUER SEGUIR ESTUDANDO,
INDEPENDENTEMENTE DO
CENÁRIO
22%
42% CASO OS
RESPONSÁVEIS
NÃO CONSIGAM
QUER CONTINUAR,
8%
PAGAR
MAS DEPENDE DO
CENÁRIO 7%
PORQUE AS PORQUE VÃO
AULAS NÃO
MIGRARAM
PRECISAR
ECONOMIZAR,
3%
PARA O MODELO E A EDUCAÇÃO PORQUE A
ONLINE NÃO É FACULDADE
PRIORIDADE NÃO SUSPENDEU
AS AULAS E NÃO
QUEREM SE
6%
EXPOR AO
RISCO
DESISTIU OU
VAI DESISTIR
DE ESTUDAR
1. MERCADO, CAPTAÇÃO E RETENÇÃO
“
ao ensino superior, ganhe ainda mais peso na Insights. essencialmente, nos meios digitais.
escolha.
Para se ter ideia da importância dessas Haverá uma guerra de preços, mas vai ganhar
Entretanto, como mostra a pesquisa da Educa medidas, a pesquisa sobre comportamento o jogo quem se munir de conhecimento de
Insights, os efeitos foram pulverizados entre dos alunos na pandemia, realizada pela captação e trabalho de marketing digital.
os alunos, atingindo-os de maneira diferente. Educa Insights, mostrou que a satisfação Isso significa produzir conteúdo, monitorar
Por exemplo, apenas um em cada quarto com os planos exclusivos de pagamento o comportamento e a árvore de decisão do
alunos teve alto impacto na renda. Não faz foi de 58%, contra apenas 32% de avaliação prospect, para trabalhar o convencimento
sentido, portanto, apostar em uma política positiva para os planos gerais de auxílio. profissionalmente”, afirma Malu Gouveia, da
de auxílio horizontal – ou seja, uniforme para Mais Campus.
todos os estudantes. A depender do perfil e da tipologia das
instituições, a personalização em massa Gouveia destaca a importância do uso do
Mais interessante, nesse caso, é identificar pode não ser viável. Ainda assim, é possível site e redes sociais da instituição, se valendo
quem são os alunos altamente impactados segmentar alunos conforme o perfil, seja de de ferramentas de otimização de conversão
dentro da instituição e ajudá-los de maneira captação ou retenção. Isso já era verdade no (CRO) e otimização para mecanismos
prioritária e específica. A dica é personalizar passado em um cenário menos conturbado. de busca (SEO). Infante acrescenta a
descontos nas mensalidades, com viés de Com a crise, essa eficiência ganha ainda mais importância de outras ações, como webinar
retenção, e concessão de benefícios, com relevância. com coordenadores e professores sobre
viés de captação. temas que ajudem diretamente o candidato
Agora ao segundo ponto: há uma – aulas preparatórias para o Enem, por
“Nas duas perspectivas, a personalização do necessidade de acertar o preço na captação. exemplo.
2. TECNOLOGIA
As tecnologias facilitadoras
A tecnologia educacional deve ser um agente facilitador da
aplicação das metodologias ativas de ensino – não esqueça
disso. Com essa verdade em mente, vamos explorar algumas
tecnologias. Elas já facilitaram a migração de muitas IES
para o mundo digital. E devem continuar assim no futuro.
Considerando um modelo que tenha Durante a pandemia, as plataformas Ferramentas como o Socrative, o Esses robôs programados através
uma carga maior de metodologias de videoconferência cresceram Kahoot e o Plickers permitem que de machine learning interagem
ativas dentro de sala de aula, é natural – e muito. Mas é provável que o professor interaja com os alunos com os discentes, sanando
que os professores tenham menos os professores estejam usando em sala de aula em uma velocidade dúvidas administrativas, apoiando
tempo para a exposição do conteúdo. a tecnologia de forma limitada, altíssima. O diagnóstico do nível na organização dos estudos e
reproduzindo no ambiente digital de conhecimento prévio de uma das tarefas e, em alguns casos,
Essa apresentação pode ser o mesmo modelo expositivo que turma, por maior que ela seja, pode substituindo até mesmo os
substituída sem nenhum prejuízo pela prevalece no ensino presencial. ser feito em menos de um minuto. tutores no ambiente virtual de
disponibilização de conteúdo digital, Além do diagnóstico, o professor aprendizagem. Os grandes grupos
acessado a qualquer hora, em qualquer O potencial do vídeo vai muito além pode utilizar estas ferramentas educacionais largaram na frente
lugar, quantas vezes o aluno desejar, da virtualização em vídeo de uma aula para aplicar metodologias ativas com iniciativas próprias, mas as
respeitando assim o próprio ritmo de expositiva. Algumas funcionalidades de aprendizagem como o Peer pequenas instituições já começam
aprendizagem (self-paced learning), permitem que o professor coloque Instruction, por exemplo. Se bem a ter acesso a essas ferramentas
de forma personalizada, levando em um problema para a turma, receba utilizado, o telefone celular é um ótimo através de empresas fornecedoras de
consideração os diferentes níveis as respostas e os feedbacks em aliado do professor. soluções customizáveis que aplicam
de conhecimento prévio em relação tempo real, divida esta turma em inteligência artificial.
a um determinado tema. Isso seria pequenos grupos e que aplique no
impossível em uma sala de aula próprio ambiente virtual alguma
tradicional, sem uso da tecnologia. metodologia ativa de aprendizagem,
com discussões de alto nível restritas
a grupos menores. Ou seja, temos
tecnologia digital para reproduzir,
inclusive, as metodologias ativas que
hoje são aplicadas nas salas de aula
físicas.
2. TECNOLOGIA
A realidade aumentada (RA), por sua vez, O ambiente virtual possibilita a sensação de
combina elementos virtuais e reais. O famoso estar em outro local, como um hospital, uma
jogo Pokemon Go é um ótimo exemplo do obra ou uma usina. Há ferramentas do AVA
conceito. a RA permite criar em três dimensões onde o estudante acessa imagens extras,
simulações das peças de um motor ou órgãos cards e outros conteúdos interativos com
do corpo humano. Alunos da área da saúde, informações pedagógicas. Dependendo do
por exemplo, conseguem projetar partes do grau de imersão, ele pode interagir com o
sistema muscular, esquelético ou visceral para ambiente, manipulando objetos, apertando
melhor observá-lo, estudá-lo e para treinar botões e puxando alavancas.
posições de trabalho.
Tendo em vista o cenário de expansão da
“O lugar das tecnologias imersivas no futuro do EAD, vale destacar que as aulas imersivas
ensino superior já estava reservado. Imagine funcionam perfeitamente a distância. Isso
o estudante carregar recursos laboratoriais porque elas exigem, em geral, apenas um
no bolso? É um cenário que vai levar os celular, computador ou tablet. Ou seja,
recursos da educação a um novo nível, com quando Sales fala que o estudante podem
mais eficácia e engajamento”, projeta Sales, da carregar recursos laboratoriais no bolso, não
Imersys. se trata de uma força de expressão. É fato.
3. ENSINO E APRENDIZAGEM
Para Hoffmann, será necessário equilibrar melhor os tempos Esse novo equilíbrio de forças entre ensino e aprendizagem
dedicados aos componentes instrucional e construtivista. vai mudar a forma como definimos o grau de eficiência
“Em outras palavras, devemos transformar nosso modelo educacional das instituições de ensino superior. Para
educacional predominantemente just in case em um modelo mais Hoffmann, o principal indicador de qualidade será a relação
just in time.” aprendizagem/tempo dedicado pelo aluno.
Como fazer isso? Com menos – bem menos – horas sentado Aqui entra a importância das metodologias ativas de
na cadeira ouvindo o professor. E com bem mais atividades aprendizagem. Elas se encaixam perfeitamente na dinâmica
para fazer os alunos colocarem a mão na massa. projetada por Hoffmann, pois dão mais autonomia ao aluno no
processo de aprendizagem. Alunos podem esperar aulas com
Ou seja, oferecer menos ensino e mais aprendizagem. mais projetos, mais atividades hands on, mais peer to peer.
3. ENSINO E APRENDIZAGEM
Chamada de project-based learning (PBL), faz com que os Conhecida também como instrução pelos colegas, a
alunos construam seus saberes de forma colaborativa, por metodologia foi desenvolvida na década de 1990 na
meio da solução de desafios. Assim, o estudante precisa se Universidade Harvard, nos Estados Unidos. Com o propósito
esforçar para criar, explorar e testar as hipóteses a partir de sua de apoiar a aprendizagem durante aulas de Física, utilizando
própria vivência. Na prática, é comum o uso de recursos que um aplicativo no qual os alunos, divididos em duplas, respondiam
vão além do livro didático. O educador pode incluir tecnologias questões. Promover o trabalho em grupos mostrou-se
como vídeos ou fóruns digitais, além de propor atividades que extremamente benéfico, tornando mais simples a forma como
envolvam elementos concretos – como cartazes e maquetes. os conceitos eram explicados. Além disso, contribui tanto na
O objetivo é desenvolver nos alunos um perfil investigativo e formação do pensamento crítico, quanto na capacidade dos
crítico diante das situações propostas. alunos de respeitar opiniões divergentes.
3. ENSINO E APRENDIZAGEM
O incremento da aprendizagem
As metodologias ativas são estatisticamente mais eficazes do expositivas parecem reprovar 1,5 mais vezes do que alunos
que as aulas 100% expositivas. Confira dados de duas pesquisas submetidos às metodologias ativas de aprendizagem.
(uma aplicada no exterior e outra no Brasil) sobre o incremento da
aprendizagem promovido pelas metodologias ativas: Já um estudo coordenado por Gustavo Hoffmann, através da
Universidade Harvard e aplicado aqui no Brasil, mostrou que os
Em 2014, Scott Freeman analisou 225 estudos comparando o alunos submetidos às metodologias ativas, em um formato de sala
modelo tradicional de sala de aula, predominantemente expositivo, de aula invertida, aprenderam em média 9% a mais do que os alunos
com o modelo que utiliza metodologias ativas de aprendizagem. submetidos à exposição de conteúdo.
As variáveis comparadas foram taxa de reprovação e performance
dos alunos tanto em provas quanto em testes padronizados. Duas semanas após uma aula expositiva, os alunos tendem a
se lembrar de menos de 30% do que foi exposto pelo professor.
Em média, a performance dos alunos submetidos às metodologias Além disso, cada aluno possui um ritmo individual de aprendizagem.
ativas foi 6% superior à performance dos alunos submetidos a A conclusão é que, quando submetemos todos os alunos a um mesmo
aulas expositivas. Além disso, estudantes submetidos a aulas ritmo de acesso ao conteúdo, desrespeitamos estas individualidades.
3. ENSINO E APRENDIZAGEM
Currículo baseado em
competências
Já é perceptível, em áreas como tecnologia da informação e
gastronomia, uma valorização cada vez maior das competências
e talentos adquiridos – e nem tanto dos diplomas por parte do
mercado de trabalho. Essa tendência deve se acelerar em diversas
áreas do conhecimento, impactando no enfoque e na organização
curricular.
FLUÊNCIA APRENDIZADO
DE IDEIAS ATIVO
O problema é que o ensino superior ainda não
se deu conta disso. Pesquisas apontam para
uma enorme lacuna entre as competências
desenvolvidas no ensino superior e as reais
demandas do setor produtivo.
Mindset e formação
dos professores
Se o futuro do ensino superior passa por mudanças no uso
da tecnologia, na aplicação de metodologias de ensino, na
organização curricular e do modelo de negócios, os professores
também vão precisar se transformar. Isso passa, inevitavelmente,
por uma mudança de mindset e pela aquisição de novas
competências.
11
Konrath, mapeou as habilidade a serem desenvolvidas pelos
docentes. Konrath levou em conta, em sua pesquisa, o cenário
de expansão da educação a distância no Brasil.
As competências listadas na pesquisa vão além do domínio do Em primeiro lugar, será fundamental criar um programa
conteúdo. Perpassam o domínio das ferramentas tecnológicas, adequado de formação docente. “Uma espécie de learning
de habilidades de gestão (gerenciar ações dos cursos, center em que os próprios professores são multiplicadores
currículos, trabalhos em grupo, discussões, regras e avaliações) e mentores de outros pares, acompanhando a aplicação de
e pedagógicas (desenvolvimento de projetos e técnicas que práticas inovadoras”, sugere Gustavo Hoffmann, do Grupo A.
facilitem a aprendizagem do aluno).
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Mas o mais importante: os professores do futuro devem
dominar competências comunicativas (saber informar, opinar
e manter contato a distância) e de suporte social (avaliar os
efeitos sociais da comunicação impessoal, interpessoal e
hiperpessoal).
Se um curso possui, em média, 15 horas aula de A oferta de disciplinas na modalidade híbrida cria
atividades por semana, ele terá uma eficiência um cenário ideal para a promoção da inversão
25% superior a um curso que tem, em média, 20 da sala de aula. Além de trazer mais qualidade,
horas aula de atividades semanais. permitindo a adoção das metodologias ativas nos
momentos presenciais, uma disciplina híbrida
É importante dizer que não existe uma correlação tem um custo operacional bem menor do que
clara entre qualidade e carga horária. Pesquisas uma disciplina 100% presencial.
mostram que mais importante do que a carga
horária dedicada pelo aluno em sala de aula é o Resumindo, a redução da carga horária dos
formato da aula. Como já foi descrito, a adoção componentes curriculares que oneram a
das metodologias ativas é muito mais eficiente operação, a modularização das entradas de
do que os modelos exclusivamente expositivos, alunos, a sinergia entre as matrizes curriculares,
que geram ineficiência ao processo. a adequação do tamanho das salas, um bom
modelo de ensalamento e a oferta inteligente dos
40% EAD são elementos do modelo acadêmico
que vão garantir a eficiência operacional sem
comprometer a qualidade, podendo determinar
sua sustentabilidade futura.
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