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A GESTÃO DO

ENSINO SUPERIOR
PÓS-PANDEMIA
Saiba como inovar na nova realidade.
Confira lições e oportunidades da educação superior
no Brasil pós-pandemia a partir da experiência do Grupo A
O que vai mudar nas nossas
faculdades, centros universitários
e universidades após a pandemia?
Certamente as instituições de ensino nunca mais serão as mesmas. para se adaptar ao novo cenário. As IES já tinham um olhar voltado ao
O modelo de operação que vigorava até então será revisado. Essa futuro (antecipado pela crise provocada pelo coronavírus). Treinamento de
revisão acontecerá prioritariamente na relevância da EAD, nos cursos professores, implementação de sistemas de ensino remoto, implantação de
híbridos e em novas formas de captação e retenção de alunos. suporte ao aluno em larga escala: tudo isso já fazia parte da rotina das IES
parceiras.
Nada disso é novidade para o Grupo A. Há quase 50 anos nos
mantemos alinhados e atentos às tendências mais inovadoras do Sabemos que outras instituições tiveram dificuldade para se reorganizar.
setor educacional. Nosso portfólio de serviços e produtos sempre Ainda em março, portanto, começamos uma força-tarefa de apoio às
esteve alicerçado no desenvolvimento tecnológico, na produção instituições de ensino.
de conteúdo de qualidade e na criação de novas soluções. Nosso
objetivo é buscar a excelência em indicadores pedagógicos e O Grupo A disponibilizou uma página na internet com webinars exclusivos,
gerenciais. recomendações de especialistas em educação e tecnologia, pesquisas
sobre a percepção dos alunos sobre a pandemia, entre outros conteúdos
Essa ambição foi fundamental durante a pandemia. relevantes.
Afinal, instituições parceiras do Grupo A estavam mais preparadas

ACESSE A CENTRAL CLICANDO AQUI


Daqui para frente, à medida que a reabertura ocorre em estados e municípios, o desafio será preservar a inovação obtida até aqui.
E aperfeiçoá-la. Você vai ler sobre isso nas próximas páginas a partir da experiência e insights de especialistas do Grupo A.
São eles:

Gustavo Hoffmann, diretor Daniel Infante, fundador e Igor Sales, co-fundador e Malu Gouveia, diretora na Vinicius Dias. CEO da Algetec,
do Grupo A, e fellow da diretor da Educa Insights, CEO da Imersys, empresa Mais Campus. É especialista empresa especializada no
Universidade de Harvard. consultoria especializada voltada ao desenvolvimento em marketing e gestão desenvolvimento de laboratórios
Especialista em aprendizado em soluções e pesquisas de de soluções completas para da captação de alunos. para cursos de engenharia e saúde
ativo, sala de aula invertida, marketing para o mercado divulgação, treinamento e Malu atuou como CMO nas modalidades presencial e
modelagem acadêmica, da educação. Possui mais de educação em plataformas na Laureate Internacional EAD. Professor na Universidade
ensino a distância, dez anos de experiência em interativas de realidade por 7 anos onde liderou o Católica de Salvador, é especialista
planejamento de negócios e planejamento estratégico e virtual e aumentada. processo de inscrição de no desenvolvimento de produtos
consultoria educacional. inteligência competitiva no mais de 200 mil alunos por inovadores na área de educação.
setor educacional. ano. Antes disto, foi diretora
de marketing e vendas
na Santher e Mondelez
Internacional.
A proposta deste e-book é explorar quatro aspectos que podem
diferenciar as IES neste novo momento. Falaremos sobre (1) questões de
mercado, captação e retenção, (2) tecnologia, (3) ensino, aprendizagem e
desenvolvimento de competências e, por fim, (4) formação docente.
Tudo a partir da perspectiva do “novo normal”.

Boa leitura!
1. MERCADO, CAPTAÇÃO E RETENÇÃO

A crise e o setor da educação


A pandemia da covid-19, síndrome respiratória causada pelo
novo coronavírus (Sars-Cov-2), é sem dúvida uma das piores
crises de saúde deste século. Centenas de milhares tiveram as
vidas ceifadas por esse ser invisível. Sua transmissão ocorre
através do contato, por isso os países fecharam fronteiras, o
comércio, as escolas e universidades. Segundo a Unesco, quase
1,6 bilhão de crianças e jovens tiveram as aulas afetadas em
todo mundo. Isso significa mais de 90% do público estudantil.

Um dos efeitos da paralisação generalizada é a recessão


econômica. Em maio, a Organização das Nações Unidas (ONU)
projetava uma queda de 3,2% na economia global em 2020.
Mas em muitos países o prejuízo será muito maior. No Brasil,
o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI)
estimam quedas de pelo menos 5% no PIB. Não à toa: desde
março, houve uma onda de demissões, reduções de jornadas de
trabalho e salários. É possível sentir os efeitos disso em quase
todos os setores.
As perspectivas apontam para uma recuperação da educação no Brasil. O ensino superior presencial
lenta. Não vai ser diferente no ensino superior. Como será afetado pelas taxas de desemprego, pois
lembra Malu Gouveia, da Mais Campus, a educação geralmente a educação ocupa uma fatia significativa
é afetada proporcionalmente quando há crescimento da renda familiar. A educação a distância (EAD), por
nas taxas de desemprego. sua vez, sofrerá menos. Por ter um custo mais baixo
– quando comparada à graduação presencial –, a
Com a renda do trabalhador ameaçada, a evasão e modalidade tende a ser mais sustentável como negócio.
inadimplência tendem a crescer. Um levantamento
recente do Semesp mostrou que a inadimplência De fato, a EAD é um caminho sem volta. “O ensino
em abril de 2020 chegou a 26%, alta de 72% na a distância vai ganhar relevância para os players
comparação com o mesmo mês do ano passado, da educação que quiserem salvar seu negócio.
quando a taxa era de 15%. Ou seja, um a cada quatro Inevitavelmente, o resultado será uma explosão brutal
alunos não está em dia com as mensalidades. da seara competitiva. Então será a hora daqueles que
estiverem preparados”, diz Malu Gouveia, da Mais
Já a evasão aumentou 32,5% no mesmo período. Campus.
A captação também deve ser afetada: as IES já se
preparam para receber menos entrantes tanto no As instituições de ensino superior, portanto, não
segundo semestre de 2020 e quanto no primeiro devem ficar paradas. As que tinham um EAD robusto
semestre de 2021. em operação saíram na frente. Mas isso não as exime
de muito trabalho. O que significa, em um primeiro
Ainda não sabemos exatamente o tamanho da crise momento, olhar para o comportamento dos alunos e
que está por vir. Mas ela virá e modificará o mercado assim criar estratégias efetivas de captação e retenção.
1. MERCADO, CAPTAÇÃO E RETENÇÃO

Retenção e captação: o
comportamento do aluno 61% SOFRERAM
BAIXO IMPACTO
durante a pandemia
Antes de falarmos sobre as melhores estratégias de
captação e retenção do futuro, precisamos olhar para o 25% NÃO
SOFRERAM
comportamento do aluno durante a pandemia. Uma série PERDAS
de estudos realizados pela Educa Insights no período de
isolamento ajuda a compreender melhor a situação.
Os dados também apontam tendências.

IMPACTO FINANCEIRO 22% TEVE


A JORNADA
29% SOFRERAM
ALTO IMPACTO
REDUZIDA
O estudo mostra que o efeito negativo nos empregos e nos EM 25%
22% PERDERAM
SOFRERAM
negócios foi real. O impacto foi dividido em alto (perderam
11%
O EMPREGO

o emprego, tiveram contrato suspenso ou jornada reduzida MÉDIO IMPACTO


em 75%), médio (jornada reduzida em 50%) e baixo (jornada
14% NÃO 7% TIVERAM
reduzida em 25%, sem impacto ou já não trabalhavam). TRABALHAVA O CONTRATO
Sendo assim: SUSPENSO OU
A JORNADA
REDUZIDA EM 75%
COMO PRETENDEM REAGIR O QUE PODE LEVAR À EVASÃO

A pesquisa também perguntou sobre a reação Outro ponto diz respeito aos motivos
dos alunos frente à crise. A questão era saber que poderiam levar os estudantes a
se eles pretendiam continuar estudando. abandonarem os cursos.

60%
COGITA SAIR DO
CURSO, CASO SEU
EMPREGO SEJA

52% DIRETAMENTE
AFETADO.
QUER SEGUIR ESTUDANDO,
INDEPENDENTEMENTE DO
CENÁRIO

22%
42% CASO OS
RESPONSÁVEIS
NÃO CONSIGAM
QUER CONTINUAR,
8%
PAGAR
MAS DEPENDE DO
CENÁRIO 7%
PORQUE AS PORQUE VÃO
AULAS NÃO
MIGRARAM
PRECISAR
ECONOMIZAR,
3%
PARA O MODELO E A EDUCAÇÃO PORQUE A
ONLINE NÃO É FACULDADE
PRIORIDADE NÃO SUSPENDEU
AS AULAS E NÃO
QUEREM SE

6%
EXPOR AO
RISCO
DESISTIU OU
VAI DESISTIR
DE ESTUDAR
1. MERCADO, CAPTAÇÃO E RETENÇÃO

Como trabalhar retenção


e captação no futuro do
ensino superior
Em termos de captação, quais lições as IES podem tirar
do cenário descrito até aqui? O que o comportamento dos
alunos durante o período de isolamento social nos ensina
em termos de retenção? As respostas contemplam dois
pontos principais:

A política de descontos e benefícios

1 deve ser segmentada conforme o perfil


e as necessidades do aluno, evitando
estratégias horizontais;

Associado ao primeiro ponto, as

2 instituições devem investir em estratégias


de engajamento e comunicação no âmbito
digital, até a efetivação da matrícula.
Vamos começar pelo primeiro ponto. Pela desconto – para facilitar a matrícula – ou do Mas trabalhar apenas em cima da questão
perspectiva da demanda, é possível que o plano de retenção para facilitar o pagamento financeira não resolve o problema. Ao mesmo
alunado perca a capacidade de investimento. de quem já tá cursando é uma ação crítica tempo, será necessário inovar no processo
Então é natural que o valor das mensalidades, para a instituição enfrentar os problemas seletivo e engajar os alunos em cada etapa –
que já era um fator preponderante no acesso financeiros”, afirma Daniel Infante, da Educa da inscrição À matrícula. Isso vai acontecer,


ao ensino superior, ganhe ainda mais peso na Insights. essencialmente, nos meios digitais.
escolha.
Para se ter ideia da importância dessas Haverá uma guerra de preços, mas vai ganhar
Entretanto, como mostra a pesquisa da Educa medidas, a pesquisa sobre comportamento o jogo quem se munir de conhecimento de
Insights, os efeitos foram pulverizados entre dos alunos na pandemia, realizada pela captação e trabalho de marketing digital.
os alunos, atingindo-os de maneira diferente. Educa Insights, mostrou que a satisfação Isso significa produzir conteúdo, monitorar
Por exemplo, apenas um em cada quarto com os planos exclusivos de pagamento o comportamento e a árvore de decisão do
alunos teve alto impacto na renda. Não faz foi de 58%, contra apenas 32% de avaliação prospect, para trabalhar o convencimento
sentido, portanto, apostar em uma política positiva para os planos gerais de auxílio. profissionalmente”, afirma Malu Gouveia, da
de auxílio horizontal – ou seja, uniforme para Mais Campus.
todos os estudantes. A depender do perfil e da tipologia das
instituições, a personalização em massa Gouveia destaca a importância do uso do
Mais interessante, nesse caso, é identificar pode não ser viável. Ainda assim, é possível site e redes sociais da instituição, se valendo
quem são os alunos altamente impactados segmentar alunos conforme o perfil, seja de de ferramentas de otimização de conversão
dentro da instituição e ajudá-los de maneira captação ou retenção. Isso já era verdade no (CRO) e otimização para mecanismos
prioritária e específica. A dica é personalizar passado em um cenário menos conturbado. de busca (SEO). Infante acrescenta a
descontos nas mensalidades, com viés de Com a crise, essa eficiência ganha ainda mais importância de outras ações, como webinar
retenção, e concessão de benefícios, com relevância. com coordenadores e professores sobre
viés de captação. temas que ajudem diretamente o candidato
Agora ao segundo ponto: há uma – aulas preparatórias para o Enem, por
“Nas duas perspectivas, a personalização do necessidade de acertar o preço na captação. exemplo.
2. TECNOLOGIA

Caminho aberto para a


nova sala de aula
A tecnologia por si só não é eficaz. Ela é apenas uma
ferramenta – de altíssimo potencial. Para atingir a completa
função, precisa estar amparada por uma metodologia de ensino
eficaz – tornando-se, assim, um extraordinário catalisador da
aprendizagem.

Agora, mais do que nunca, o caminho está aberto para


a inovação na sala de aula. Parece incrível, mas o setor
educacional sempre foi mais avesso à inovação – mesmo
quando uma geração nativa do universo digital começou a
ocupar espaço nas universidades. Acostumados ao ambiente
online, a maioria dos alunos ainda era obrigada a assistir aulas
expositivas, à semelhança do que acontecia no ensino médio.
Não fazia sentido.
A nova realidade acelerou a transformação Após a pandemia, gestores, alunos e
da educação. Mais por necessidade do professores não vão voltar ao analógico e aos
que por opção. Quando o coronavírus métodos tradicionais”, afirma Igor Sales, CEO
desembarcou de vez no Brasil, em meados da Imersys.
de março, as instituições de ensino superior
nem sequer sabiam como proceder. Para Sales, não há mais tempo a ser perdido.
Saíram às pressas em busca de soluções, A hora das instituições se reinventarem é
montando planos de contingência para agora. Prova disso é que o mercado do ensino
garantir a aprendizagem dos estudantes, superior inteiro está numa corrida para se
não perder o calendário acadêmico e evitar tornar mais moderno, eficaz, abrangente e
a evasão. tecnológico. De quais tecnologias estamos
falando?
Mais de dois meses se passaram.
E o tempo ainda é de muitos testes É o que vamos ver em detalhes nas próximas
e aperfeiçoamento contínuo das páginas. São plataformas fundamentais para
metodologias de ensino e das novas o ensino remoto, como o ambiente virtual
tecnologias. “Ao procurar maneiras de de aprendizagem (AVA ou LMS, na sigla em
transmitir conhecimento, as instituições inglês) e ferramentas de webconferências.
estão se deparando com ferramentas que Mas também são tecnologias de ponta e
conversam numa linguagem mais próxima conteúdos imersivos, como a realidade
com o estudante. aumentada e a realidade virtual.
2. TECNOLOGIA

As tecnologias facilitadoras
A tecnologia educacional deve ser um agente facilitador da
aplicação das metodologias ativas de ensino – não esqueça
disso. Com essa verdade em mente, vamos explorar algumas
tecnologias. Elas já facilitaram a migração de muitas IES
para o mundo digital. E devem continuar assim no futuro.

O sucesso desses recursos está pautado na melhoria


da experiência de alunos e professores. Esse é o cerne
de qualquer implementação tecnológica, gerando maior
engajamento e aprendizagem, além de reduzir o risco de
evasão.
Conteúdo digital, LMS e Ferramentas de Dispositivos móveis como Utilização de chatbots para
plataformas adaptativas de videoconferência – não ferramenta de feedback e interação em tempo real com
aprendizagem substituindo apenas para exposição interação em tempo real os alunos, 24 horas, 7 dias por
parte das aulas expositivas de conteúdo entre professores e alunos semana

Considerando um modelo que tenha Durante a pandemia, as plataformas Ferramentas como o Socrative, o Esses robôs programados através
uma carga maior de metodologias de videoconferência cresceram Kahoot e o Plickers permitem que de machine learning interagem
ativas dentro de sala de aula, é natural – e muito. Mas é provável que o professor interaja com os alunos com os discentes, sanando
que os professores tenham menos os professores estejam usando em sala de aula em uma velocidade dúvidas administrativas, apoiando
tempo para a exposição do conteúdo. a tecnologia de forma limitada, altíssima. O diagnóstico do nível na organização dos estudos e
reproduzindo no ambiente digital de conhecimento prévio de uma das tarefas e, em alguns casos,
Essa apresentação pode ser o mesmo modelo expositivo que turma, por maior que ela seja, pode substituindo até mesmo os
substituída sem nenhum prejuízo pela prevalece no ensino presencial. ser feito em menos de um minuto. tutores no ambiente virtual de
disponibilização de conteúdo digital, Além do diagnóstico, o professor aprendizagem. Os grandes grupos
acessado a qualquer hora, em qualquer O potencial do vídeo vai muito além pode utilizar estas ferramentas educacionais largaram na frente
lugar, quantas vezes o aluno desejar, da virtualização em vídeo de uma aula para aplicar metodologias ativas com iniciativas próprias, mas as
respeitando assim o próprio ritmo de expositiva. Algumas funcionalidades de aprendizagem como o Peer pequenas instituições já começam
aprendizagem (self-paced learning), permitem que o professor coloque Instruction, por exemplo. Se bem a ter acesso a essas ferramentas
de forma personalizada, levando em um problema para a turma, receba utilizado, o telefone celular é um ótimo através de empresas fornecedoras de
consideração os diferentes níveis as respostas e os feedbacks em aliado do professor. soluções customizáveis que aplicam
de conhecimento prévio em relação tempo real, divida esta turma em inteligência artificial.
a um determinado tema. Isso seria pequenos grupos e que aplique no
impossível em uma sala de aula próprio ambiente virtual alguma
tradicional, sem uso da tecnologia. metodologia ativa de aprendizagem,
com discussões de alto nível restritas
a grupos menores. Ou seja, temos
tecnologia digital para reproduzir,
inclusive, as metodologias ativas que
hoje são aplicadas nas salas de aula
físicas.
2. TECNOLOGIA

A hora e a vez das


tecnologias imersivas
Quando as aulas presenciais foram interrompidas pela
pandemia, uma das maiores preocupações dos gestores era
a reposição das práticas laboratoriais. Essa era uma séria
questão a ser enfrentada, sobretudo aos gestores de cursos
das áreas de saúde e engenharia.

Mas a solução já existia. Com alta complexidade e custo


baixo, os laboratórios virtuais permitem a realização de
aulas práticas digitais ao reproduzir com alta fidelidade
experimentos dos laboratórios físicos. Eles podem, inclusive,
ser utilizados para complementar ou até substituir práticas
laboratoriais reais. Com mais segurança, maior controle e
risco reduzido.

“As transformações provocadas pelo coronavírus no setor


educacional são irrevogáveis. A utilização de tecnologia
em cursos antes tradicionais passou a ser o cotidiano e
isso inclui o uso dos laboratórios virtuais para as práticas
laboratoriais, contribuindo significativamente no processo
de aprendizagem e proporcionando uma experiência mais
moderna para alunos cada vez mais digitais”, destaca o
diretor da Algetec, Vinicius Dias.
O laboratório virtual é apenas uma alternativa Essa eficácia e engajamento no processo de
proporcionada pelas tecnologias imersivas. aprendizagem advém da união entre teoria
Com os vídeos 360 graus, por exemplo, os e prática. Com as tecnologias imersivas,
estudantes podem conhecer o dia a dia da sua não vamos mais formar alunos na teoria
profissão – visitar uma obra, uma usina ou para que tenham contato com a prática
uma fábrica sem sair de casa. posteriormente.

A realidade aumentada (RA), por sua vez, O ambiente virtual possibilita a sensação de
combina elementos virtuais e reais. O famoso estar em outro local, como um hospital, uma
jogo Pokemon Go é um ótimo exemplo do obra ou uma usina. Há ferramentas do AVA
conceito. a RA permite criar em três dimensões onde o estudante acessa imagens extras,
simulações das peças de um motor ou órgãos cards e outros conteúdos interativos com
do corpo humano. Alunos da área da saúde, informações pedagógicas. Dependendo do
por exemplo, conseguem projetar partes do grau de imersão, ele pode interagir com o
sistema muscular, esquelético ou visceral para ambiente, manipulando objetos, apertando
melhor observá-lo, estudá-lo e para treinar botões e puxando alavancas.
posições de trabalho.
Tendo em vista o cenário de expansão da
“O lugar das tecnologias imersivas no futuro do EAD, vale destacar que as aulas imersivas
ensino superior já estava reservado. Imagine funcionam perfeitamente a distância. Isso
o estudante carregar recursos laboratoriais porque elas exigem, em geral, apenas um
no bolso? É um cenário que vai levar os celular, computador ou tablet. Ou seja,
recursos da educação a um novo nível, com quando Sales fala que o estudante podem
mais eficácia e engajamento”, projeta Sales, da carregar recursos laboratoriais no bolso, não
Imersys. se trata de uma força de expressão. É fato.
3. ENSINO E APRENDIZAGEM

Menos passividade, mais


metodologias ativas
Gustavo Hoffmann é diretor do Grupo A com ampla experiência “Isso não significa partir da oferta de conteúdo, mas de
em metodologias ativas. Para ele, atualmente há um grande situações-problema, onde o conteúdo é apenas uma
desperdício de tempo em sala de aula. As IES deveriam se ferramenta para a solução. Assim eliminaríamos boa parte
preocupar mais com o que os alunos fazem na aula – e menos do desperdício que hoje existe no modelo tradicional”, projeta
com o tempo que passam nela. Hoffmann.

Para Hoffmann, será necessário equilibrar melhor os tempos Esse novo equilíbrio de forças entre ensino e aprendizagem
dedicados aos componentes instrucional e construtivista. vai mudar a forma como definimos o grau de eficiência
“Em outras palavras, devemos transformar nosso modelo educacional das instituições de ensino superior. Para
educacional predominantemente just in case em um modelo mais Hoffmann, o principal indicador de qualidade será a relação
just in time.” aprendizagem/tempo dedicado pelo aluno.

Como fazer isso? Com menos – bem menos – horas sentado Aqui entra a importância das metodologias ativas de
na cadeira ouvindo o professor. E com bem mais atividades aprendizagem. Elas se encaixam perfeitamente na dinâmica
para fazer os alunos colocarem a mão na massa. projetada por Hoffmann, pois dão mais autonomia ao aluno no
processo de aprendizagem. Alunos podem esperar aulas com
Ou seja, oferecer menos ensino e mais aprendizagem. mais projetos, mais atividades hands on, mais peer to peer.
3. ENSINO E APRENDIZAGEM

O que são as metodologias


ativas de aprendizagem
As metodologia ativas podem abarcar uma série de práticas
realizadas em sala de aula, com um importante objetivo: tornar o
aluno protagonista, participando ativamente da própria jornada de
aprendizagem (forma ativa, não passiva).

Isso implica em uma segunda mudança. Ela diz respeito ao papel


do professor. O docente deixa de ser o detentor do conhecimento
em sala de aula. Seu papel passa a ser o de companheiro e
mediador dos estudantes.

A mudança de postura em alunos e professores gera uma


dinâmica menos conteudista e mais “mão na massa”.
Conheça alguns exemplos.

APRENDIZAGEM BASEADA EM PROJETOS PEER INSTRUCTION

Chamada de project-based learning (PBL), faz com que os Conhecida também como instrução pelos colegas, a
alunos construam seus saberes de forma colaborativa, por metodologia foi desenvolvida na década de 1990 na
meio da solução de desafios. Assim, o estudante precisa se Universidade Harvard, nos Estados Unidos. Com o propósito
esforçar para criar, explorar e testar as hipóteses a partir de sua de apoiar a aprendizagem durante aulas de Física, utilizando
própria vivência. Na prática, é comum o uso de recursos que um aplicativo no qual os alunos, divididos em duplas, respondiam
vão além do livro didático. O educador pode incluir tecnologias questões. Promover o trabalho em grupos mostrou-se
como vídeos ou fóruns digitais, além de propor atividades que extremamente benéfico, tornando mais simples a forma como
envolvam elementos concretos – como cartazes e maquetes. os conceitos eram explicados. Além disso, contribui tanto na
O objetivo é desenvolver nos alunos um perfil investigativo e formação do pensamento crítico, quanto na capacidade dos
crítico diante das situações propostas. alunos de respeitar opiniões divergentes.
3. ENSINO E APRENDIZAGEM

O incremento da aprendizagem
As metodologias ativas são estatisticamente mais eficazes do expositivas parecem reprovar 1,5 mais vezes do que alunos
que as aulas 100% expositivas. Confira dados de duas pesquisas submetidos às metodologias ativas de aprendizagem.
(uma aplicada no exterior e outra no Brasil) sobre o incremento da
aprendizagem promovido pelas metodologias ativas: Já um estudo coordenado por Gustavo Hoffmann, através da
Universidade Harvard e aplicado aqui no Brasil, mostrou que os
Em 2014, Scott Freeman analisou 225 estudos comparando o alunos submetidos às metodologias ativas, em um formato de sala
modelo tradicional de sala de aula, predominantemente expositivo, de aula invertida, aprenderam em média 9% a mais do que os alunos
com o modelo que utiliza metodologias ativas de aprendizagem. submetidos à exposição de conteúdo.
As variáveis comparadas foram taxa de reprovação e performance
dos alunos tanto em provas quanto em testes padronizados. Duas semanas após uma aula expositiva, os alunos tendem a
se lembrar de menos de 30% do que foi exposto pelo professor.
Em média, a performance dos alunos submetidos às metodologias Além disso, cada aluno possui um ritmo individual de aprendizagem.
ativas foi 6% superior à performance dos alunos submetidos a A conclusão é que, quando submetemos todos os alunos a um mesmo
aulas expositivas. Além disso, estudantes submetidos a aulas ritmo de acesso ao conteúdo, desrespeitamos estas individualidades.
3. ENSINO E APRENDIZAGEM

O ensino híbrido e a sala


de aula invertida
O ensino híbrido é um excelente exemplo de uso da tecnologia
educacional como ferramenta de suporte e complementar para
as metodologias ativas de aprendizagem. Portanto, é importante
definirmos aqui o que seria de fato um modelo híbrido de ensino.

O ensino híbrido é um programa educacional que mescla o ensino


presencial com o aprendizado online. O aluno tem controle sobre
tempo, local, caminho e ritmo de aprendizagem. Diversos estudos
mostram que essa autonomia gera ganhos de aprendizagem bem
maiores do que o ensino 100% online ou unicamente presencial.

Aqui vale evocar o primeiro capítulo deste e-book: quando


falamos de expansão da EAD, também falamos de um cenário
de hibridização do ensino superior. O aumento da carga horária
legal permitida a distância em cursos presenciais contribuirá para
acelerar o processo. Em 2019, o MEC autorizou que instituições de
ensino superior ampliassem para até 40% a carga horária de EAD
em cursos presenciais. O percentual anterior era de 20%.
Existem vários formatos de ensino híbrido. A sala as ferramentas tecnológicas necessárias para a nova
de aula invertida é o mais difundido deles. Nesta realidade.
metodologia, quase tudo que se refere à oferta de
conteúdo acontece online, respeitando o ritmo É bem provável que essas IES apresentem menores
individual de aprendizagem. Os momentos presenciais índices de evasão durante e depois da crise do
são utilizados para a aplicação desse conteúdo, através coronavírus. “Já temos tecnologia, conteúdo de
de metodologias ativas de aprendizagem. Ou seja, a qualidade e, sobretudo, metodologias que funcionam
aula acontece em casa e a lição de casa (solução de muito melhor do que o modelo tradicional. Se até algum
problemas) é feita em sala de aula. Por isso, o termo tempo atrás o ensino híbrido era a maior tendência do
sala de aula invertida – ou aprendizagem invertida. ensino superior brasileiro, a partir de agora ele é quase
uma obrigação”, completa Hoffmann.
Neste sentido, a sala de aula se torna o ambiente
em que o aluno aprende ativamente, com o apoio Segundo um estudo da consultoria Educa Insights, 211
do professor e a colaboração dos colegas. Menos mil (16%) dos 1,3 milhão de novas matrículas efetivadas
exposição, mais aplicação. Mais aprendizagem. na EAD em 2018 foram em cursos com alta correlação
com o modelo híbrido de ensino. Só em Educação Física,
Para Hoffmann, que apoiou mais de 50 IES do Brasil e mais da metade (57%) dos ingressantes optaram por
do México na modelagem híbrida, IES que já adotavam graduações híbridas. Em 2015, o indicador era de 27%.
o modelo se saíram melhor no início da pandemia. A participação do modelo híbrido também cresceu nas
Afinal, tanto os alunos quanto os professores estavam matrículas das engenharias clássicas, pulando de 8%
familiarizados com o LMS. O conteúdo já estava para 21% no período; e de 1% para 16% em cursos da
disponível na plataforma e a instituição já tinha todas área da Saúde, como nutrição e fisioterapia.
4. A ORGANIZAÇÃO CURRICULAR E O MINDSET DOS PROFESSORES

Currículo baseado em
competências
Já é perceptível, em áreas como tecnologia da informação e
gastronomia, uma valorização cada vez maior das competências
e talentos adquiridos – e nem tanto dos diplomas por parte do
mercado de trabalho. Essa tendência deve se acelerar em diversas
áreas do conhecimento, impactando no enfoque e na organização
curricular.

Nos próximos anos, o diploma formal tende a pesar menos. Em


contrapartida, as competências desenvolvidas pelos alunos ao
longo de sua formação pesarão cada vez mais. Com isso, um novo
tipo de certificação deve ganhar espaço: os nanodegrees, como
explica o diretor do Grupo A, Gustavo Hoffmann.

“Cada componente curricular, cada projeto, cada disciplina deveria


ter, por si só, uma microcertificação (nanodegree) que atraísse
interessados no desenvolvimento dessas competências para
aplicá-las em curto prazo no mundo real”, defende Hoffmann.
Parte de uma formação mais abrangente, as representantes do setor produtivo, desde a sua
microcertificações precisariam se relacionar concepção até a sua retroalimentação”, completa
de forma coerente com outros componentes Hoffmann.
curriculares. As IES que quiserem se adequar terão
que reorientar seus projetos pedagógicos para esse Projetos reais devem ser demandados,
norte. Se não houver uma boa justificativa para acompanhados e avaliados por empresas, ONGs e
incluir um componente curricular, este componente entidades governamentais. Uma forte base de soft
deve ser revisto. skills deve ser incorporada aos currículos, tomando
espaço de competências puramente técnicas que
Como podemos observar nos exemplos e pesquisas provavelmente serão substituídas por máquinas
a seguir, existe um abismo entre nossos currículos nos próximos anos.
e as demandas do mundo real. Se não mudarmos o
modelo de ensino superior, dependeremos cada vez Componentes curriculares como “Projeto de
mais do valor de um diploma que tende a sofrer forte Vida” devem estar presentes em todos os
desvalorização nos próximos anos. cursos. Competências como empreendedorismo,
criatividade, pensamento crítico, liderança e
Em outras palavras, é muito provável que, se nada capacidade de solucionar problemas complexos
for feito, mais da metade das competências que deveriam permear os componentes curriculares de
estamos trabalhando nos nossos currículos não todas as áreas.
tenham serventia em um curto espaço de tempo.
Devemos ensinar nossos alunos a aprenderem
“Os desafios de currículo são muitos e as a aprender, sem depender para sempre de uma
soluções têm um alto grau de complexidade. Não instituição de ensino formal, reforçando o conceito
existe uma solução mágica, mas certamente ela de lifelong learning de tal forma que eles estejam
passa pela construção de um currículo baseado sempre atualizados neste mundo Vuca – vulnerável,
em competências, com participação ativa de incerto, complexo e ambíguo.
4. A ORGANIZAÇÃO CURRICULAR E O MINDSET DOS PROFESSORES 30 MILHÕES DE EMPREGOS formais no Brasil serão
substituídos por máquinas até 2026. Isso representa

O futuro do trabalho e a 54% dos empregos formais, incluindo aqueles que


dependem de formação superior, segundo o Laboratório
importância das competências de Aprendizado de Máquina em Finanças
e Organizações (LAMFO) da UNB;
A inteligência artificial e a automação vão ocupar, cada vez
mais, postos de trabalho de exigência técnica, o que reforça
a importância de as instituições desenvolverem habilidades CERCA DE 60% das atuais atividades de trabalho são
socioemocionais em seus alunos. tecnicamente automatizáveis, bastando adaptar as
tecnologias já demonstradas, segundo pesquisa da
consultoria McKinsey;

85% DOS TRABALHOS que existirão em 2030 ainda nem


foram inventados, segundo um estudo encomendado
pela Dell Technologies ao Institute For The Future
(IFTF), em 17 países, incluindo o Brasil.

Nesse cenário, segundo a pesquisa “O futuro das


habilidades: empregabilidade em 2030”, realizada pela
Pearson, as 10 principais competências associadas às
ocupações em ascensão são as seguintes:
ESTRATÉGIAS DE PERCEPÇÃO SOCIOLOGIA E
PSICOLOGIA INSTRUIR
APRENDIZADO SOCIAL ANTROPOLOGIA

EDUCAÇÃO E COORDENAÇÃO ORIGINALIDADE


TREINAMENTO

FLUÊNCIA APRENDIZADO
DE IDEIAS ATIVO
O problema é que o ensino superior ainda não
se deu conta disso. Pesquisas apontam para
uma enorme lacuna entre as competências
desenvolvidas no ensino superior e as reais
demandas do setor produtivo.

96% DOS REITORES E DIRETORES


ACADÊMICOS consideram a formação dos
alunos efetiva e adequada, segundo pesquisa
da Fundação Gallup;

POR OUTRO LADO, a mesma pesquisa


mostra que apenas 11% dos empregadores
consideram que os egressos possuem uma
formação aderente às demandas do mundo
real;

O mesmo vale para os egressos: a grande


maioria não se considera apta a entrar no
mundo do trabalho.
4. A ORGANIZAÇÃO CURRICULAR E O MINDSET DOS PROFESSORES

Mindset e formação
dos professores
Se o futuro do ensino superior passa por mudanças no uso
da tecnologia, na aplicação de metodologias de ensino, na
organização curricular e do modelo de negócios, os professores
também vão precisar se transformar. Isso passa, inevitavelmente,
por uma mudança de mindset e pela aquisição de novas
competências.

Afinal, na maioria dos casos, os professores foram preparados


para o ensino conteudista tradicional. Poucos foram preparados
para a adoção de metodologias de ativas de ensino de
aprendizagem e para o ensino de competências socioemocionais,
que tampouco eles desenvolvem em suas formações.

Segundo o estudo Formação de professores no Brasil -


diagnóstico, agenda de políticas e estratégias para a mudança,
publicado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), a falta de
conexão entre as teoria e a prática é o principal problema.
A doutoranda em Informática da Educação, da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Mary Lúcia Pedroso

11
Konrath, mapeou as habilidade a serem desenvolvidas pelos
docentes. Konrath levou em conta, em sua pesquisa, o cenário
de expansão da educação a distância no Brasil.

As competências listadas na pesquisa vão além do domínio do Em primeiro lugar, será fundamental criar um programa
conteúdo. Perpassam o domínio das ferramentas tecnológicas, adequado de formação docente. “Uma espécie de learning
de habilidades de gestão (gerenciar ações dos cursos, center em que os próprios professores são multiplicadores
currículos, trabalhos em grupo, discussões, regras e avaliações) e mentores de outros pares, acompanhando a aplicação de
e pedagógicas (desenvolvimento de projetos e técnicas que práticas inovadoras”, sugere Gustavo Hoffmann, do Grupo A.
facilitem a aprendizagem do aluno).

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Mas o mais importante: os professores do futuro devem
dominar competências comunicativas (saber informar, opinar
e manter contato a distância) e de suporte social (avaliar os
efeitos sociais da comunicação impessoal, interpessoal e
hiperpessoal).

Além disso, criar um programa de letramento digital para


Além disso, o avanço da EAD e das metodologias ativas exige
o corpo docente. Isso porque os professores raramente são
um novo mindset do docente. Ele vai atuar mais como um
preparados para utilizar tecnologias educacionais em sala de
curador de conteúdo — que não vai ser produzido terceiros -
aula. O mesmo programa de multiplicadores utilizado para as
para os estudos teóricos do aluno e mediador do processo de
metodologias ativas pode ser replicado com esse fim.
aprendizagem via atividades práticas.

Tendo em vista esse cenário, deixamos duas dicas de


capacitação docente:
4. A ORGANIZAÇÃO CURRICULAR E O MINDSET DOS PROFESSORES

Outros caminhos para uma


operação mais eficiente
Um modelo acadêmico eficiente é aquele que não visa garantir
apenas resultados positivos nos indicadores de qualidade
externos (IGC, CPC, Enade e exame da OAB, por exemplo) e
internos, como empregabilidade, satisfação dos alunos, corpo
docente, entre outros.

“Um modelo acadêmico eficiente visa, sobretudo, garantir


a melhor alocação dos recursos disponíveis na instituição,
principalmente em períodos de crise. Em geral, há três
componentes que definem a eficiência operacional de uma IES”,
afirma o diretor do Grupo A, Gustavo Hoffmann.

Além da reorganização curricular, a eficiência na operação vai


ser outro pré-requisito do ensino superior pós-pandemia. Por
isso, para finalizar, atenção aos três componentes definidos por
Hoffmann.
NÚMERO DE ALUNOS POR TURMA

O número de alunos é reflexo direto da captação Além disso, há aspectos relacionados à


e evasão, mas também da competência da IES qualidade do ensino e à infraestrutura que
de criar mecanismos favoráveis ao aumento do podem contraindicar essa prática como regra
tamanho das turmas. Fatores como a adoção de nos períodos iniciais. Com a evasão natural dos
matrizes sinérgicas, modularização de entradas alunos, que acontece principalmente nos dois
de alunos e até mesmo uma distribuição primeiros anos de curso, o número médio de
inteligente dos tamanhos das salas de aula de alunos por turma tende a reduzir. Ou seja, o ideal
um campus são fundamentais para o alcance de é que disciplinas sinérgicas sejam alocadas do
uma boa performance nesse indicador. segundo ano pra frente, onde o tamanho das
turmas é reduzido.
É natural que IES tenham diferentes cursos
de uma mesma área já utilizem as matrizes É exatamente aí que a IES mais precisa lançar
sinérgicas a fim de melhorar sua eficiência mão do ensalamento para garantir uma boa
operacional. No entanto, essa sinergia é eficiência. Além da sinergia entre as matrizes, se
normalmente adotada no início dos cursos, a IES permitir a modularização das entradas de
nos primeiros anos das matrizes, e este pode alunos, os calouros ingressarão em turmas que
não ser o melhor modelo. Isso porque, via já estejam em andamento, aumentando ainda
de regra, os primeiros períodos dos cursos mais a quantidade média de alunos por turma.
iniciam com turmas cheias, ou seja, não
há tanta necessidade de agrupar alunos de
diferentes cursos em uma mesma sala de aula
(ensalamento).
UTILIZAÇÃO INTELIGENTE DE ATÉ 40% DA
CARGA HORÁRIA SEMANAL DE ATIVIDADES CARGA HORÁRIA DOS CURSOS NO FORMATO
ATRIBUÍDAS A CADA CURSO NÃO PRESENCIAL

Se um curso possui, em média, 15 horas aula de A oferta de disciplinas na modalidade híbrida cria
atividades por semana, ele terá uma eficiência um cenário ideal para a promoção da inversão
25% superior a um curso que tem, em média, 20 da sala de aula. Além de trazer mais qualidade,
horas aula de atividades semanais. permitindo a adoção das metodologias ativas nos
momentos presenciais, uma disciplina híbrida
É importante dizer que não existe uma correlação tem um custo operacional bem menor do que
clara entre qualidade e carga horária. Pesquisas uma disciplina 100% presencial.
mostram que mais importante do que a carga
horária dedicada pelo aluno em sala de aula é o Resumindo, a redução da carga horária dos
formato da aula. Como já foi descrito, a adoção componentes curriculares que oneram a
das metodologias ativas é muito mais eficiente operação, a modularização das entradas de
do que os modelos exclusivamente expositivos, alunos, a sinergia entre as matrizes curriculares,
que geram ineficiência ao processo. a adequação do tamanho das salas, um bom
modelo de ensalamento e a oferta inteligente dos
40% EAD são elementos do modelo acadêmico
que vão garantir a eficiência operacional sem
comprometer a qualidade, podendo determinar
sua sustentabilidade futura.
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