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DMI/FAEF-UEM.

2021

Aula 3: Cálculo diferencial. Parte 1.


June 11, 2021
Docentes: Américo Matusse& Salvador Manjate Autor: A.Matusse & S. Manjate

Contents
1 Motivação e definição da derivada 2

2 Interpretações da derivada 4

3 Derivada como função 6

4 Tabela de derivação 8

5 Regra de cadeia 10

6 Derivada da função implícita 12

7 Derivada da função inversa 12

8 Derivada da função paramétrica 14

9 Derivadas de ordens superiores 15

10 Aproximações lineares, diferencial e deferencial de ordem superior 16

Introdução.
Neste tópico pretendemos investigar o modo como uma função muda de valor quando a variável indepen-
dente varia. O problema fundamental do Cálculo Diferencial é estabelecer uma medida para a variação da
função com precisão matemática. Foi investigando problemas desta natureza, lidando com grandezas que
variam com continuidade, que Newton foi conduzido à descoberta dos princípios fundamentais do Cálculo,
o mais científico e poderoso instrumento técnico moderno.

Objectivos
No final desse tópico o estudante deve ser capaz de:
• calcular a derivada de uma função a partir da definição da derivada;
• conhecer o significado geométrico e mecânico da derivada;
• calcular derivada de função pelas regras elementares e derivadas de ordem superior;
• calcular o diferencial de uma função e suas aplicações.

1
1 Motivação e definição da derivada
Seja x = f (t) uma equação horária do movimento de uma partícula sobre a recta real x. Então f (t) descreve
a posição da partícula no instante t, para cada t ∈ R. A velocidade média da partícula entre os instantes t0
e t é dada por
distância percorrida f (t) − f (t0 )
=
tempo decorrido t − t0
e a velocidade instantânea ou simplesmente velocidade da partícula no instante t0 é dada por

f (t) − f (t0 )
v(t0 ) = lim . (1)
t→t0 t − t0
Logo, a velocidade instantânea, v(t0 ), é o limite, quando t → t0 , das velocidades médias da partícula entre
os instantes t0 e t. Verifiquemos este fato intuitivamente.
Consideremos a seguinte figura.

6 f

Tt

f (t) r T
f (t) − f (t0 )
f (t0 ) r
t − t0
-
t0 t t

Para cada t, a reta Tt que passa por (t0 , f (t0 )) e (t, f (t)) e tem coeficiente angular mt , pode ser descrita
pela equação
y − f (t0 ) = mt (s − t0 ), s∈R
onde
f (t) − f (t0 )
mt = .
t − t0
Assim, o coeficiente angular da reta Tt determina a velocidade média da partícula entre os instantes t e t0 .

Notemos que, quando t se aproxima de t0 , a reta Tt “tende" à posição da recta T , ou seja, quando
t → t0 , o coeficiente angular, mt , da recta Tt tende para o valor do coeficiente angular, m, da reta T . Logo

f (t) − f (t0 )
t → t0 =⇒ → m,
t − t0
ou seja
f (t) − f (t0 )
lim = m.
t→t0 t − t0

2
Isto mostra que a velocidade instantânea da partícula dada pelo coeficiente angular da recta T é, de fato, o
limite das velocidades médias dadas por mt .
Fazendo a mudança de variável t = t0 + h, temos

t → t0 ⇐⇒ h → 0.

Portanto, a equação (1) pode ser re-escrita como

f (t0 + h) − f (t0 )
v(t0 ) = lim .
h→0 h
Agora, podemos dar a definição seguinte.

Definicão 1.1. Sejam f uma função e a ∈ Df um ponto do seu domínio.

• Quando existir o limite


f (x) − f (a)
lim = L,
x→ax−a
diremos que L é a derivada de f em a e escreveremos

f 0 (a) = L .

Neste caso,
f (x) − f (a) f (a + h) − f (a)
f 0 (a) = lim = lim .
x→a x−a h→0 h
• Quando f admitir derivada f 0 (a) em a , diremos que f é derivável ou diferenciável em a .

• Quando f admitir derivada f 0 (a) em todo ponto a ∈ A , A ⊂ Df , diremos que f é derivável ou


diferenciável em A ⊂ Df .

• Quando f admitir derivada f 0 (a) em todo ponto a ∈ Df , diremos simplesmente que f é derivável ou
diferenciável.

Exemplo 1.2. Seja f (x) = 2x2 − 3. Então,

(a) f 0 (0) = 0; (b) f 0 (2) = 8; (c) f 0 (p) = 4p.

Resolução: Por definição

f (h) − f (0) 2h2


f 0 (0) = lim = lim = lim 2h = 0,
h→0 h h→0 h h→0

f (2 + h) − f (2) 2(2 + h)2 − 8


f 0 (2) = lim = lim = lim 8 + 2h = 8,
h→0 h h→0 h h→0
e em geral, para qualquer p,

f (a + h) − f (a) 2(a + h)2 − 2a2


f 0 (a) = lim = lim = lim 4a + 2h = 4a.
h→0 h h→0 h h→0

Exemplo 1.3. Mostre que f (x) = |x| não é derivável em x = 0 .

3
f (h) − f (0)
Resolução: Vejamos que f 0 (0) = lim não existe. De fato, calculando os limites laterais,
h→0 h
temos
h−0 −h − 0
lim =1 e lim = −1.
h→0+ h h→0− h
f (h)−f (0)
Portanto, não existe lim h , ou seja, não existe f 0 (0).
h→0

2 Interpretações da derivada
Recta tangente e recta normal
Conforme vimos, podemos interpretar a derivada como a inclinação da recta tangente ao gráfico de uma
função.

Definicão 2.1 (Recta Tangente e recta Normal). A equação da recta tangente a uma curva y = f (x) no
ponto (a, f (a)) é dada por
y − f (a) = f 0 (a)(x − a).
Definimos a recta normal a uma curva y = f (x) no ponto (a, f (a)) como a recta que é perpendicular à
recta tangente nesse ponto.

6 f

f (a)

-
a x

1
Se f 0 (a) 6= 0, então o coeficiente angular da recta normal é − e sua equação
f 0 (a)
1
y − f (a) = − (x − a).
f 0 (a)

Se f 0 (a) = 0 então a equação da recta normal será x = a.

Exemplo 2.2. Seja f (x) = 2x2 − 3. Determine a equação da recta tangente ao gráfico de f nos pontos

(a) (0 , f (0)); (b) (2 , f (2)).

Resolução: (b) Já vimos que f 0 (2) = 8. Portanto, a equação da recta tangente é y − 5 = 8(x − 2) e a
1
equação da recta normal é y − 5 = − (x − 2).
8

4
Exemplo 2.3. Determine a equação da recta tangente ao gráfico de f (x) = 2x2 − 3 é paralela à reta
y = 2x + 3.

Resolução: Pela condição de paralelismo, devemos ter que


1
f 0 (a) = 2 ou 4a = 2, logo a= .
2
Portanto a equação da recta tangente é
1  1  1 5  1
y−f = f0 x− , ou seja y+ =2 x− .
2 2 2 2 2

Taxas de variação
Uma outra interpretação da derivada é como uma taxa de variação. Consideremos o problema de uma
partícula que se desloca sobre o eixo x com função de posição x = f (t). Então definimos a velocidade
instantânea como o limite das velocidade médias em intervalos cada vez menores. Deste modo, a velocidade
instantânea da partícula no instante t é dada por

f (t + ∆t) − f (t)
v(t) = lim = f 0 (t) .
∆t→ 0 ∆t
De maneira análoga, a aceleração média da partícula entre os instantes t e t + ∆t é dada por

v(t + ∆t) − v(t)


,
∆t
onde v(t + ∆t) − v(t) é a variação da velocidade entre os instantes t e t + ∆t , e a aceleração instantânea
ou simplesmente aceleração da partícula no instante t é dada por

v(t + ∆t) − v(t)


a(t) = lim = v 0 (t) = f 00 (t).
∆t→ 0 ∆t
Exemplo 2.4. Uma partícula move-se sobre o eixo x de modo que, no instante t , a posição x é dada por
x = t2 , t ≥ 0,onde t é dado em segundos e x é dado em metros.

(a) Qual a velocidade da partícula no instante t ?

(b) Qual a aceleração da partícula no instante t ?

Resolução: A velocidade é dada pela derivada da função posição, logo

(t + h)2 − t2
v(t) = lim = 2t,
h→0 h
e a aceleração é a derivada da velocidade,

2(t + h) − 2t
a(t) = lim = 2.
h→0 h

5
Acréscimos: O acréscimo de uma função que muda de variável de um valor numérico para o outro é a
diferença entre este segundo valor e o primeiro. Um acréscimo de x é indicado por ∆x. Se em y = f (x) a
variável independente x toma o acréscimo ∆x então ∆y indicará o acréscimo de y. Assim o acréscimo do
argumento e o acréscimo da função são definidos como

x + ∆x e ∆y = f (x + ∆x) − f (x).

Suponhamos agora que uma quantidade y depende de outra quantidade x, de modo que y é uma função de
x, ou seja y = f (x). A taxa média de variação de f entre x e x + ∆x é dada por

f (x + ∆x) − f (x)
.
∆x
A taxa de variação (instantânea) de f em x é dada por

f (x + ∆x) − f (x)
lim
∆x→0 ∆x
e coincide com a derivada f 0 (x) de f em x .
Observação: A taxa de variação tem uma interpretação específica dependendo da ciência à qual se refere.
A seguir alguns exemplos:

• Se y = f (x) for uma função posição, a taxa de variação representa a velocidade.

• Suponha que a massa m de uma barra não homogênea seja uma função do comprimento, m = f (x).
Então definimos a densidade linear ρ como taxa de variação da massa em relação ao comprimento,
ou seja, ρ = f 0 (x).

• Se uma substância é mantida em uma temperatura constante, então seu volume V depende de sua
pressão P, ou seja, V (P ). Podemos considerar a taxa de variação do volume em relação à pressão, ou
1
seja, V 0 (P ). A compressibilidade isotérmica é definida por β = − V 0 (P ).
V
• Seja n = f (t) o número de indivíduos em uma população no instante t. Então a taxa de variação da
população com relação ao tempo é chamada taxa de crescimento.

• Suponha que C(x) seja o custo total que uma companhia incorre na produção de x unidades de um
produto. A taxa de variação do custo em relação ao número de ítens produzidos é chamado de custo
marginal.

3 Derivada como função


Definimos a derivada de uma função f em um número fixo a. Se substituirmos p por uma variável x,
obteremos
f (x + h) − f (x)
f 0 (x) = lim .
h→0 h
Dado um número x para o qual esse limite existe, atribuímos a x o número f 0 (x), obtendo uma nova função
f 0 , chamada derivada de f . O domínio da função f 0 é o conjunto de pontos onde este limite existe.

6

Exemplo 3.1. Calcule a derivada de f (x) = x − 1 e determine o domínio de f 0 .
Resolução: √ √
0 f (x + h) − f (x) x+h−1− x−1
f (x) = lim = lim
h→0 h h→0 h
(x + h − 1) − (x − 1) 1
= lim √ √
h→0 h x+h−1+ x−1
1 1
= lim √ √ = √ .
h→0 x+h−1+ x−1 2 x−1

Notações alternativas. Seja y = f (x), onde f é uma função derivável. Podemos escrever, alternativamente,
dy d df d
f 0 (x) = y 0 = = (y) = = f (x) = Df (x) = Dx f (x)
dx dx dx dx
para denotar a derivada de y ou f em relação à variável x .
O símbolo dy/dx não é um quociente; trata-se simplesmente de uma notação. Utilizando a notação de
incremento, podemos escrever a definição de derivada como
dy f (x + ∆x) − f (x)
= lim .
dx ∆x→0 ∆x
Daí, tomando ∆y = ∆f = f (x + ∆x) − f (x), podemos escrever
dy ∆y df ∆f
= lim ou = lim .
dx ∆x→0 ∆x dx ∆x→0 ∆x

O seguinte Teorema estabelece uma relação entre continuidade e diferenciabilidade.


Teorema 1. Se f for uma função diferenciável em a ∈ Df então f será contínua em a.

Prova. Devemos mostrar que lim f (x) = f (a) ou equivalentemente que lim f (x)−f (a) = 0. Escrevemos
x→a x→a

f (x) − f (a)
f (x) − f (a) = (x − a).
x−a
Assim
f (x) − f (a) f (x) − f (a)
lim f (x) − f (a) = lim (x − a) = lim lim (x − a) = f 0 (a) = 0.
x→a x→a x−a x→a x−a x→a

Portanto f é contínua em p. 

Observação: Note que não vale a recíproca. A função f (x) = |x| do Exemplo 1.3 é contínua em x = 0
mas não é diferenciável em x = 0.
 2
 x x ≤ 1,
Exemplo 3.2. A função f (x) = é diferenciável em x = 1?
2 x>1

Resolução: Como o lim f (x) = 1 e lim f (x) = 2, f (x) não é contínua em x = 1, logo f (x) não é
x→1− x→1+
diferenciável em x = 1.

7
4 Tabela de derivação
O cálculo da derivada pela definição é fundamental. Contudo, a sua aplicação é em geral, monótona ou
difícil; daí que podem ser deduzidas regras particulares da derivação, aplicáveis a dados tipos de funções de
uso frequente no Cálculo.

Teorema 2 (Tabela de derivação). São válidas as seguintes fórmulas de derivação

(a) f (x) = k, k constante =⇒ f 0 (x) = 0,

(b) f (x) = xn =⇒ f 0 (x) = n xn−1 , n um inteiro positivo,


√ 1 1 −1
(c) f (x) = x1/n = n
x =⇒ f 0 (x) = x n , n un inteiro positivo,
n
(d) f (x) = sin x =⇒ f 0 (x) = cos x,

(e) f (x) = cos x =⇒ f 0 (x) = − sin x,

(f) f (x) = ex =⇒ f 0 (x) = ex ,


1
(g) f (x) = ln x =⇒ f 0 (x) = , x > 0.
x
Prova. Prova do item (b). Lembremos que

y n − xn = (y − x)(y n−1 + y n−2 x + · · · + yxn−2 + xn−1 ).

Então,
y n − xn
f 0 (x) = lim = lim (y n−1 + y n−2 x + · · · + yxn−2 + xn−1 ) = nxn−1 .
y→x y − x y→x
√ √
Prova do item (c). Fazendo u = n y e v = n x temos que quando y → x, u → v. Assim
√ √
n y − n x u−v 1 1 1 1 1 −1
0
f (x) = lim = lim n n
= lim un −vn = n−1
= n−1 = xn .
y→x y−x u→v u − v u→v
u−v
nv nx n n

Prova do item (d).


       
sin y − sin x 2 sin y−x
2 cos y+x
2 sin y−x
2 cos y+x
2
f 0 (x) = lim = lim = lim y−x = cos x.
y→x y−x y→x y−x y→x
2

Prova do item (e). Análoga ao item (d).


Prova do item (f).
ex+h − ex eh − 1
f 0 (x) = lim = ex lim = ex
h→0 h h→0 h
eh −1
pois, lim = 1.
h→0 h
Prova do item (g).
ln(x + h) − ln x 1 x + h
f 0 (x) = lim = lim ln .
h→0 h h→0 h x

8
h
Fazendo u = temos que para h → 0, u → 0, assim
x
 h  h1 1 1 1 1
lim ln 1 + = lim ln 1 + u u = ln e = ,
h→0 x u→0 x x x
1
pois, lim 1 + u u = e e ln e = 1. 
u→0

O seguinte Teorema fornece regras para calcular derivadas.


Teorema 3 (Regras de Derivação). Sejam f e g funções deriváveis em a e k uma constante. Então
(a) kf será derivável em a e

(kf )0 (a) = kf 0 (a), (Regra do Múltiplo Constante)

(b) f + g será derivável em a e

(f ± g)0 (p) = f 0 (a) + g 0 (a), (Regra da Soma)

(c) f g será derivável em a e

(f g)0 (a) = f 0 (a)g(a) + f (a)g 0 (a), (Regra do Produto)


 
f
(d) será derivável em a, se g(a) 6= 0 e, neste caso, teremos
g
 0
f f 0 (a)g(a) − f (a)g 0 (a)
(a) = , (Regra do Quociente).
g [g(a)]2

Exemplo 4.1. f (x) = x8 + 12x5 − 6x + 2 =⇒ f 0 (x) = 8x7 + 60x4 − 6.


Exemplo 4.2. f (x) = x cos x =⇒ f 0 (x) = cos x − xsen x.
x2 − 2 3 2 2
0 (x) = 2x(x + 6) − (x − 2)3x .
Exemplo 4.3. f (x) = =⇒ f
x3 + 6 (x3 + 6)2
Exemplo 4.4. f (x) = x−n =⇒ f 0 (x) = −n x−n−1 , x 6= 0 , n um inteiro positivo.
1
Exemplo 4.5. f (x) = loga x =⇒ f 0 (x) = , x > 0.
x ln a
ln x
Segue utilizando a mudança de base loga x = .
ln a
ex
Exemplo 4.6. Encontre a equação da reta tangente à curva y = no ponto (1, 2e ).
1 + x2
dy ex (1 − x)2 dy
Resolução: Como = , a inclinação da reta tangente em (1, 2e ) é (1) = 0. Logo a equação
dx (1 + x2 )2 dx
da reta tangente é y = 2e .

9
5 Regra de cadeia
A Regra da Cadeia nos fornece uma fórmula para achar a derivada de uma função composta h = f ◦ g em
termos das derivadas de f e g.
Teorema 4 (Regra da Cadeia). Sejam y = f (x) derivável e x = g(t) derivável com Im g ⊂ Df . Seja
h = f ◦ g. Então h é derivável e vale

h0 (t) = f 0 (g(t))g 0 (t), para todo t ∈ Dg . (2)

Notação alternativa. Nas condições do Teorema 4 temos


 dy
 y = f (x) =⇒
 = f 0 (x) = f 0 (g(t))
dx
(3)
 x = g(t) =⇒ dx = g 0 (t).

dt
Por outro lado, h(t) = f (g(t)) = f (x) = y ou seja y = h(t). Portanto
dy
= h0 (t). (4)
dt
Daí, substituindo (3) e (4) em (2), obtemos
dy dy dx
= , para todo t ∈ Dg .
dt dx dt

Comentários sobre a prova da Regra da Cadeia. Seja h = f ◦ g. Se assumimos que g(t) 6= g(t0 ), para t
próximo de t0 , então,
f (g(t)) − f (g(t0 )) f (g(t)) − f (g(t0 )) g(t) − g(t0 )
h0 (t0 ) = lim = lim · = f 0 (g(t0 ))g 0 (t0 ).
t→t0 t − t0 t→t0 g(t) − g(t0 ) t − t0
No caso geral, uma outra prova deverá ser feita.

Exemplo 5.1. Calcule a derivada de h(t) = cos( t).
√ 1
Resolução: Fazendo g(t) = t e f (x) = cos x, então h(t) = f (g(t)), g 0 (t) = √ , f 0 (x) = − sin x.
2 t
Pela Regra da Cadeia,
√ 1
h0 (t) = f 0 (g(t))g 0 (t) = − sin( t) √ .
2 t
Observação: Observe que ao aplicar a Regra da Cadeia diferenciamos primeiro a função de fora f e
avaliamos na função de dentro g(x) e então multiplicamos pela derivada da função de dentro.
Exemplo 5.2. Calcule a derivada de h(t) = ln(4t − 2).
1
Resolução: Fazendo g(t) = 4t − 2 e f (x) = ln x, então h(t) = f (g(t)), g 0 (t) = 4, f 0 (x) = . Pela Regra
x
da Cadeia,
1 4
h0 (t) = f 0 (g(t))g 0 (t) = 4= .
4t − 2 4t − 2

10
Exemplo 5.3. Se f (x) = eax =⇒ f 0 (x) = aeax .

Podemos usar a Regra da Cadeia para derivar a função exponencial de qualquer base. Seja a > 0 uma
x
constante com a 6= 1. Escrevemos ax = eln a = ex ln a e pela Regra da Cadeia
d x d x ln a d
a = e = ex ln a (x ln a) = ex ln a ln a = ax ln a.
dx dx dx
Logo
(ax )0 = ax ln a.

Também podemos provar a Regra da Potência. Seja α uma constante e x > 0. Note que xα = eα ln x e
pela Regra da Cadeia
d α d α ln x d 1
x = e = eα ln x (α ln x) = xα α = αxα−1 .
dx dx dx x
Logo
(xα )0 = α xα−1 para todo x > 0.

Regra da Potência combinada com a Regra da Cadeia: para qualquer número α e g(x) diferenciável,
temos
d
[g(x)]α = α[g(x)]α−1 g 0 (x).
dx
Outras aplicações da Regra da Cadeia: Suponha g(x) derivável. Então
g 0 (x)
(a) [eg(x) ]0 = eg(x) g 0 (x), (b) [ln g(x)]0 = ,
g(x)
(c) [cos g(x)]0 = −g 0 (x) seng(x), (d) [seng(x)]0 = g 0 (x) cos g(x).
Exemplo 5.4.
2 2 3x2
(a) [ex ]0 = ex 2x, (b) [ln x3 ]0 = ,
x3
(c) [senx5 ]0 = cos(x5 )5x4 , (d) [sen5 x]0 = 5sen4 x cos x.

Resolução: Podemos usar a Regra da Cadeia para calcular a derivada de uma função na forma f (x)g(x)
onde f e g são deriváveis e f (x) > 0. Escrevemos
g(x)
f (x)g(x) = eln f (x) = eg(x) ln f (x) .

Então,
[f (x)g(x) ]0 = eg(x) ln f (x) [g(x) ln f (x)]0 ,
e portanto,
[f (x)g(x) ]0 = f (x)g(x) [g(x) ln f (x)]0 .
Exemplo 5.5. Calcule a derivada de f (x) = xx .
x
Resolução: Escrevemos xx = eln x = ex ln x e aplicamos a Regra da Cadeia,

[xx ]0 = ex ln x (x ln x) = xx (ln x + 1).

11
6 Derivada da função implícita
Em geral, as funções são dadas na forma y = f (x). Entretanto, algumas funções são definidas implicita-
mente por uma relação entre x e y. Por exemplo, x2 + y 2 = 25. Em alguns √casos é possível resolver uma
equação para y em função de x. Na equação anterior, obteremos y = ± 25 − x2 . Logo, teremos duas
funções determinadas pela equação implícita. Algumas vezes não é fácil resolver a equação para y em ter-
mos de x, tal como x3 + y 3 = 6xy. Para calcular a derivada de y utilizamos a derivação implícita, que
consiste em derivar a ambos os lados da equação em relação a x e então resolver a equação resultante para
y0.
dy
Exemplo 6.1. Se x2 + y 2 = 25, encontre .
dx
Resolução: Derivando a ambos os lados da equação,

d 2 d d 2 d 2
(x + y 2 ) = 25 =⇒ x + y = 0.
dx dx dx dx
Pela Regra da Cadeia,
d 2 d 2 dy dy
y = y = 2y .
dx dy dx dx
dy x
Assim, =− .
dx y
dy
Exemplo 6.2. Se x3 + y 3 = 6xy, encontre .
dx
Resolução: Derivando ambos os lados da equação em relação a x, obtemos 3x2 + 3y 2 y 0 = 6y + 6xy 0 .
Resolvendo em y 0
2y 2 − x2
y0 = 2 .
y − 2x
dy
Exemplo 6.3. Achar y 0 = no ponto M (1; 1) se 2y = 1 + xy 3 .
dx
Resolução: Derivando ambos os membros, teremos

dy y3
2y 0 = y 3 + xy 2 y 0 , donde =− .
dx 2 − 3xy 2
 
dy
Supondo que x = 1 e y = 1, obtemos que = −1.
dx (1;1)

7 Derivada da função inversa


Vamos usar a derivação implícita para encontrar derivadas de funções inversas. Considere f inversível.
Então, para todo x ∈ Df −1 ,
f (f −1 (x)) = x.

12
Se, além disso, f e f −1 forem deriváveis, então

[f (f −1 (x))]0 = x0 = 1.

Daí, pela Regra da Cadeia,


f 0 (f −1 (x))(f −1 )0 (x) = 1 .
Portanto, para todo x ∈ Df −1 , tal que f 0 (f −1 (x)) 6= 0, vale

1
(f −1 )0 (x) =
f 0 (f −1 (x))
e podemos enunciar o resultado seguinte.
Proposição 7.0.1 (Derivada de funções inversas). Seja f invertível. Se f for diferenciável em q = f −1 (p),
com f 0 (q) 6= 0, e f −1 for contínua em p, então f −1 será diferenciável em p e
1
(f −1 )0 (p) = .
f 0 (f −1 (p))
1 1
Exemplo 7.1. g(x) = x n =⇒ g 0 (x) = n x n −1 , onde x > 0 se n for par e x 6= 0 se n for ímpar (n ≥ 2).
1
Resolução: Note que g(x) = x n é a função inversa de f (x) = xn . Então
1 1 1 1 −1
g 0 (x) = (f −1 )0 (x) = = = xn .
f 0 (f −1 (x)) nx
n−1
n n
 
−π π
Exemplo 7.2. A inversa da função f (x) = sinx, para x ∈ , , é a função g(x) = arcsinx, para
2 2
x ∈ [−1, 1]. Qual é a derivada de g(x) ?
 
−π π
Resolução: Observe que a função senx é injectiva no intervalo , com imagem o intervalo [−1, 1].
2 2
Portanto, existe a função inversa g(x) = arcsen x, para x ∈ [−1, 1], dada por

y = arcsen x ⇐⇒ sen y = x.

Solução 1: Aplicando a Proposição 7.0.1.


1
arcsen0 x = .
cos(arcsen x)

Agora, 1 = cos2 (arcsen x) + sen2 (arcsen x) = cos2 (arcsen x) + x2 , logo cos(arcsenx) = 1 − x2 pois
cos y ≥ 0 para −π/2 ≤ y ≤ π/2. Portanto,
1
arcsen0 x = √ .
1 − x2

Solução 2: Utilizando derivação implícita.


π π
y = arcsen x ⇐⇒ sen y = x, − ≤y≤ .
2 2

13
Derivando implicitamente,
dy dy 1
cos y =1 ou = .
dx dx cos y
Agora 1 = cos2 y + sen2 y = cos2 y − x2 . Como cos y ≥ 0 para −π/2 ≤ y ≤ π/2, concluímos
1
arcsen0 x = √ .
1 − x2
De maneira análoga podemos definir as funções trigonométricas inversas do cos x, tan x, sec x e cotg
x, denominadas arccos x, arctg x, arcsec x e arccotg x.
Exercício: Mostre que
1 1
(a) arccos0 x = − √ ; (b) arctg0 x = ;
1 − x2 1 + x2
1 1
(c) arcsin0 x = √ ; (d) arctan0 x = .
x 1 − x2 1 + x2

8 Derivada da função paramétrica


Vamos usar a derivada da função inversa para calcular derivadas de funções paramétrica. Suponhamos que
a dependência entre a função y e seu argumento x é dada através do parâmetro t é definido por

 x = f (t)
t ∈ (α, β). (5)
y = g(t),

Se x = f (t) possui inversa no intervalo (α, β) então t = f −1 (x) e assim podemos definir a nova função por

y(x) = g(f −1 (x)), (6)

obtida da função definida parametricamente pelas relações em (5). Derivando (6) aplicando a regra da cadeia
e a regra da derivada da função inversa temos

gt0 y0
yx0 = gt0 · t0x = 0 = t0
ft xt

e podemos enunciar o resultado seguinte.

Proposição 8.0.1 (Derivada de funções paramétrica). Seja y = f (x) a função definida parametricamente
por (5). Se as funções x(t) e y(t) forem diferenciáveis, então a derivada de y em relação a x é dada por

dy
y0 dy
yx0 = t0 ou = dt .
xt dx dx
dt
Exemplo 8.1. Achar yx0 se x(t) = cos2 t e y(t) = sin t, com t ∈ (0, π/2).

14
Resolução: Como x0t = −2 cos t sin t e yt0 = cos t, então pela regra de derivação paramétrica temos
1
yx0 = − .
2 sin t
3at

 x=
1 + t3


dy 
Exemplo 8.2. Calcular y 0 = , se y é definida paramentricamente por
dx 2
 y = 3at .



1 + t3
Resolução: Calculando as derivadas de x e y em relação a t obtemos

3a(1 − 2t3 ) 3at(2 − t3 )


x0t = e yt0 = .
(1 + t3 )2 (1 + t3 )2
Logo,
t(2 − t3 )
yx0 = .
1 − 2t3

dy π  x = a(t − sin t)
Exemplo 8.3. Calcular , quando t = , se
dx 2
y = a(1 − cos t).

Resolução: Temos
dy [a(1 − cos t)]0t sin t
= 0 = .
dx [a(t − sin t)]t 1 − cos t
Então
π

dy
 sin
= 2 = 1.
dx π
t= π2 1 − cos
2

9 Derivadas de ordens superiores


Seja f uma função derivável em A. A função f 0 : A → R ou simplesmente f 0 é dita derivada de f ou
derivada primeira de f . De modo análogo, podemos definir a derivada de f 0 que será chamada derivada
segunda de f . Neste caso,
f 0 (x + h) − f 0 (x)
(f 0 )0 (x) = lim
h→0 h
0
e escrevemos f 00 = (f 0 ) , quando o limite existir. Também podemos escrever

f (2) := f 00 .

A derivada terceira de f é a derivada da derivada segunda da f , escreveremos

f (3) ou f 000

Para n ∈ N∗ , a derivada n-ésima de f será denotada por

f (n)

15
quando esta existir.
Alternativamente, podemos escrever
d2 y d2 f
   
d dy d df
= ou =
dx2 dx dx dx2 dx dx
para denotar a derivada segunda, f 00 , de y = f (x). Analogamente, usamos
d3 y d3 f
ou
dx3 dx3
para denotar a derivada de terceira, f 000 , de y = f (x), e assim por diante.
Exemplo 9.1. Seja f (x) = 3x2 − 4x. Calcule f 0 , f 00 e f 000 .
1 (−1)n n!
Exemplo 9.2. Se f (x) = então f (n) (x) = .
x xn+1
 −x2 , x ≤ 0

Exemplo 9.3. Seja f (x) = . Calcule f 0 e f 00 quando existirem.


 2
x , x>0
Resolução: Para x < 0 f (x) = −x2 , daí f 0 (x) = −2x. Para x > 0, f (x) = x2 , daí f 0 (x) = 2x. Em x = 0
devemos aplicar a definição. Note que
−x2


 se x < 0, 
 −x se x < 0,
x

f (x) − f (0) 
= = = 2|x|
x−0 2
x x se x > 0

 
se x > 0


x
f (x) − f (0)
Portanto, f 0 (0) = lim = 0. Agora, f 00 (x) = 2 se x < 0, f 00 (x) = 2 se x > 0, e f 00 (0) não
x→0 x−0
existe.
Exercício: Seja s = x(t) derivável até 2a¯ ordem. Mostre que
   2  2 
d 2 ds ds 2 d s
s = 2s +s .
dt dt dt dt2

10 Aproximações lineares, diferencial e deferencial de ordem superior


Lembremos que uma curva fica muito perto de sua reta tangente nas proximidades do ponto de tangência.
Assim, para aproximar uma função y = f (x) quando x está próximo de p, usamos a reta tangente ao gráfico
de f no ponto (p, f (p)), cuja equação é
y = f (p) + f 0 (p)(x − p)
e a aproximação
f (x) ≈ f (p) + f 0 (p)(x − p)
é chamada aproximação linear ou aproximação pela reta tangente de f em p. A função linear L(x) =
f (p) + f 0 (p)(x − p) é chamada de linearização de f em p.

16
√ √ √
Exemplo 10.1. Aproxime os números 3, 98 e 4, 05 utilizando a função f (x) = x + 3.
1
Resolução: Determinemos a equação da reta tangente em p = 1. Temos que f 0 (x) = √ . Logo a
2 x+3
aproximação linear é
1
L(x) = f (1) + f 0 (1)(x − 1) = 2 + (x − 1).
4
Agora,
p p
3, 98 = f (0, 98) ≈ L(0, 98) = 1, 995 e 4, 05 = f (4, 05) ≈ L(1, 05) = 2, 0125.

As idéias por trás das aproximações lineares são algumas vezes formuladas em termos de diferenciais.
Seja y = f (x) uma função diferenciável. Considerando dx como uma variável independente, a diferencial
é definida em termos de dx pela equação
dy = f 0 (x)dx.
Dizemos que dy é a diferencial de f em x ou simplesmente diferencial de y = f (x). Sendo o diferencial
de uma função é igual à derivada multiplicada pela diferencial da variável independente, resulta que as
fórmulas para achar diferenciais são as mesmas que as para achar derivadas.

Teorema 5 (Regras de diferenciais). Sejam f e g duas funções diferenciáveis, temos

a) dk = 0, onde k é uma constante;

b) dx = ∆x, onde x é a variável independente;

c) d(c · f ) = c · df ;

d) d(f ± g) = df ± dg;

e) d(f · g) = g · df + f · dg;
 
f g · df − f · dg
f) d = , g 6= 0.
g g2
Exemplo 10.2. Achar dy, se x2 + 2xy − y 2 = a2 .

Resolução: Considerando a invariabilidade da forma do diferencial, teremos


x+y
2xdx + 2(ydx + xdy) − 2ydy = 0, donde dy = − dx.
x−y
x+3
Exemplo 10.3. Achar o diferencial de y = .
x2 + 3
Resolução: Temos

(x2 + 3)d(x + 3) − (x + 3)d(x2 + 3)


 
x+3
dy = d =
x2 + 3 (x2 + 3)2
(x2 + 3)dx − (x + 3)2xdx (3 − 6x − x2 )dx
= = .
(x2 + 3)2 (x2 + 3)2

17
Exemplo 10.4. Ache d[arcsin(3t − 4t3 )].
d(3t − 4t3 ) 3(1 − 4t2 )dt
Resolução: d[arcsin(3t − 4t3 )] = p =p .
1 − (3t − 4t3 )2 1 − (3t − 4t3 )2

Para interpretar geometricamente a diferencial, considere a seguinte figura.

6 f

T
f (x + dx)
6 r
∆y
dy = tg α dx = f 0 (x)dx
6

f (x) ? r r ?
 -
dx
α -
x x + dx

Seja dx = ∆x a variação em x e ∆y = f (x+dx)−f (x) a variação em y. Sabemos que f 0 (x) é o coeficiente


angular da reta T tangente ao gráfico de f no ponto (x, f (x)). Portanto dy representa a distância que a reta
tangente sobe ou desce, enquanto ∆y representa a distância que a curva y = f (x) sobe ou desce quando x
varia por uma quantidade dx.
Observação: Note que, quando dx for suficientemente pequeno, dy irá se aproximar de ∆y = f (x + dx) −
f (x) no seguinte sentido
∆y − dy
−→ 0, quando dx → 0.
dx
Isto significa que o erro cometido ao aproximarmos ∆y por dy é pequeno quando comparado a dx. Portanto

∆y ≈ dy

para dx suficientemente pequeno.


Na notação de diferenciais, o valor aproximado pode ser escrita como

f (x0 + dx) ≈ f (x0 ) + dy ou f (x0 + ∆x) ≈ f (x0 ) + f 0 (x0 )∆x.


√ dx
No exemplo anterior, para a função f (x) = x + 3 temos dy = f 0 (x)dx = √ . Se x0 = 1 e
√ 2 x+3
dx = ∆x = 0, 05, então dy = 0, 0125 e 4, 05 = f (1, 05) ≈ f (1) + dy = 2, 0125 exatamente como antes.
Exemplo 10.5. O raio de uma esfera tem 21 cm, com um erro de medida possível de no máximo 0,05 cm.
Qual é o erro máximo cometido ao usar esse valor de raio para computar o volume da esfera?
4
Resolução: Se o raio da esfera for r, então seu volume é V = π r3 . Denotamos o erro na medida do raio
3
por dr = ∆r. O erro correspondente no cálculo do volume é ∆V que pode ser aproximado pela diferencial
dV = 4πr2 dr. Quando r = 21 e dr = 0, 05, temos dV = 4π212 0, 05 ≈ 277. Logo o erro máximo no
volume calculado será de aproximadamente 277cm3 .

18
Exemplo 10.6. Mediu-se o diâmetro de um circulo e achou-se 5.2 polegadas, com um erro máximo de 0.05
1
polegadas. Achar o máximo ero aproximado da área quando calculada pela fórmula A = πx2 , onde x é
4
o diâmetro.
Resolução: O máximo erro em A é dado por ∆A que pode ser aproximado pelo diferencial. Denotando por
dx = ∆x = 0.05 e calculando o diferencial dA quando x = 5.2 obtemos
1 1
dA = πxdx = π · 5.2 · 0.05 = 0.41.
2 2
o
Exemplo 10.7. Calcular aproximadamente tan 46 .
o π o o
Resolução: Seja f (x) = tan x, tomemos x0 = 45 = e ∆x = dx = 1 . Lembre que 1 = 0.01745
4
radianos, então
1
dy = dx.
cos2 x
Assim,
1
f (x0 + dx) ≈ f (x0 ) + dy = tan x0 + ∆x
cos2 x0

o √
tan 46 ≈ 1 + 2 · 0.01745 = 1.0350.


Exercício: Utilizando a diferencial, calcule um valor aproximado para 0, 98. Avalie o erro.

Agora, examinemos o diferencial dy = f 0 (x)∆1 x como função de x para ∆x = ∆1 x fixo. Suponhamos


que a função y = f (x) é duas vezes diferenciável

d(dy) = f 00 (x)∆1 x∆2 x.

O valor da expressão obtida para ∆1 x = ∆2 x = dx recebe o nome diferencial segunda ordem da função
y = f (x), isto é, quando o acréscimo fixo da variável independente ∆x = dx temos que o diferencial do
diferencial da primeira ordem é
d2 y = f 00 (x)dx2 .
Analogamente, determinam-se os diferenciais da terceira ordem e das demais ordens se y = f (x)

d3 y = d(d2 y) = f 000 (x)dx3


......
d y = d(dn−1 y) = f n (x)dxn .
n

Exemplo 10.8. Ache d2 y se y = cos 5x. Então d2 y = y 00 dx2 = −25 cos 5xdx2 .

Exercícios
1. Utilizando a definição da derivada, ache f 0 (a) das seguintes funções:

19
2t + 1 √ 4
(a) f (x) = √ ; (b) f (x) = 1 − 2x; (c) √ .
t+3 1−x

3
2. Achar o ângulo entre o eixo OX e a tangente à hiperbole x2 − 4y 2 = 1 no ponto A(2; ).
2
3. Encontre uma equação da recta tangente e normal à curva, usando a definição, no ponto dado. Esboce
a curva, a recta tangente e a normal no mesmo sistema.

(a) y = 4x − 3x2 , (2, −4); 2x + 1


(b) y = , (1, 1);
x+2

4. Se uma equação da recta tangente à curva y = f (x) no ponto onde a = 2 é y = 4x − 5, encontre


f (2) e f 0 (2).
p
5. Dado a curva y = 3 (x − 1)2 . Escreva a equação da tangente a esta curva no ponto da abcissa x0 = 1.

6. Ache os pontos nos quais as tangentes ao gráfico da função y = f (x) são paralelas ao eixo das
abcissas:

(a) y = 3x3 − 3x2 − 12x + 7; (b) y = 3x4 − 28x3 − 6x2 + 84x + 1.

7. A altura (em metros) de um projétil disparado verticalmente para cima a partir de um ponto de 2 m
acima do nível do solo com uma velocidade inicial de 245m/s é h = 2 + 24.5t − 4.9t2 depois de t
segundos.

(a) Encontre a velocidade depois de 2 s e depois de 4 s.


(b) Quando é que o projétil atinge a sua altura máxima?
(c) Qual é a altura máxima?
(d) Quando é que este atinge o solo?
(e) Com que velocidade este atinge o solo?
4 3
8. (a) O volume de uma célula esférica em crescimento é V = πr , onde o raio r é medido em
3
micrómetros (1µm = 10−6 m). Encontre a taxa de variação média de V com respeito a r
quando r varia de

i. 5 para 8µm; ii. 5 para 6µm; iii. 5 para 5.1µm.

(b) Encontre a taxa de variação instantãnea de V em relação a r, quando r = 5µm.


(c) Mostre que a taxa de variação do volume de uma esfera em relação ao seu raio é igual a área da
sua esfera. Explique geometricamente porque esse resultado é verdadeiro.

9. As derivadas à esquerda e à direita de f em a são definidas por


f (a + h) − f (a) f (a + h) − f (a)
f−0 (a) = lim , e f+0 (a) = lim
h→0− h h→0+ h
se estes limites existirem. Dizemos que existe f 0 (a) se e somente se f−0 (a) = f+0 (a).

20
(a) Determine f−0 (4) e f+0 (4) para a função

x≤0

 0,

5 − x, 0 < x < 4

f (x) =
 1
, x≥4


5−x

(b) Esboce o gráfico de f


(c) Indique os pontos em que f é discontínua;
(d) Indique os pontos em que f é diferenciável.

10. Utilizando a tabela de derivação, determine as derivadas das seguintes

(a) f (x) = π 2 ; x2 + 4x + 2
(g) y = √ ;
(b) f (x) = x3 − 4x + 6; x

x+x
(c) h(x) = (x − 2)(2x + 3); (h) y = ;
x2
(d) R(a) = (3a + 1)2 ; √ √
5 2
(i) u = 5 t + 4 t4 ;
(e) y = x 3 − x 3 ; √ 1 2
 
√ (j) v = x+ √ ;
(f) S(p) = p − p; 3
x

11. Suponha que f (5) = 1, f 0 (5) = 6, g(5) = −3, e g 0 (5) = 2. Encontre os seguintes valores

(a) (f g)0 (5); (b) (f /g)0 (5); (c) (g/f )0 (5).

12. Calcular as derivadas das seguintes funções trigonométricas

(a) f (x) = 3x2 − 2 cos x (d) y = sec θ + tan θ 1 − sec x


(g) y =
tan x
(b) f (x) = sin x + 21 cot x (e) y = u(a cos u + b cot u)
(h) h(θ) = θ cos θ − cot θ
x
(c) y = 2 sec x + csc x (f) y = (i) y = x2 sin x tan x
2 − tan x
cos x
13. Suponhamos que f (π/3) = 4 e f 0 (π/3) = −2 e seja g(x) = f (x) sin x e h(x) = . Encontre
f (x)
(a) g 0 (π/3) (b) h0 (π/3)

14. Utilizando a regra de cadeia, determine as derivadas das seguintes funções:


r 6
(a) F (x) = (4x − x2 )100 ; s2 + 1

v
(d) f (s) = ; (g) F (v) = ;
s2 + 4 v3 + 1
1
(b) f (x) = ; 
1 − cos 2x

(1 + sec x)2 (e) y = sin(x cos x); (h) y = ;
1 + cos 2x
3

 2
x +1 cos πx
(c) y = ; (f) y = ; (i) y = (ax + x2 + b2 )−2 ;
x2 − 1 sin πx + cos πx

21

q  2  r
(j) y =
p
x + x + x; (n) f (t) = sin2 esin t ; 1−x
(r) y = arctan ;
1+x
p (x3 +1)
(k) y = cos sin(tan πx); (o) f (x) = log10 ; 
b + a cos x

(2y + 1)5 (s) y = arccos , 0≤
(l) f (t) = sin et + esin t ; a + b cos x

(p) G(y) = ln p ;
y2 + 1 x ≤ π, a > 0, b > 0.
aex + b √
(m) y = ; (q) F (θ) = arcsin sin θ;
cex + d

15. Determine a derivada logarítmica para as funções seguintes:


r √
1−x (c) f (x) = (x + 1 + x2 )n ;
(a) f (x) = x ;
1+x x2 3 3 − x
r
(b) f (x) = (x−a1 )α1 (x−a2 )α2 · · · (x−an )αn ; (d) f (x) = 1 − x (3 + x)2 .

16. Determine as derivadas yx0 das funções dadas na forma implícita


1 1 (e) x3 + y 3 = 1 x2 y 2
(a) + =1 (i) + 2 =1
x y √ √ a2 b
(b) 2x2 + x + xy = 1 (f) 2 x + y = 5 √ √

(j) x + y = a
(c) y cos x = x2 + y 2 (g) x2 + 2xy − y 2 = 2x
y y p
(d) tan(x − y) = (h) y 2 = 2px (k) arctan = ln x2 + y 2 .
1 + x2 x

17. Utilizando a derivação implícita para achar uma equação da recta tangente a curva no ponto dado.

(a) y sin 2x = x cos 2y, (π/2, π/4) (c) x2 + y 2 = (2x2 + 2y 2 − x)2 , (0, 12 )
(b) sin(x + y) = 2x − 2y, (π, π)

18. Determine as derivadas yx0 das funções dadas na forma paramétrica:


p3
√ p √
(a) x = 1 − t, y = 1 − 3 t; (d) x = a cos t, y = b sin t
(b) x = sin2 t, y = cos2 t (e) x = a cos3 t, y = a sin3 t
(c) x = e−t cos t, y = e−t sin t (f) x = a(t − sin t), y = a(1 − cos t).

19. Escrever a equação da tangente e da normal à curva:

x(t) = t2 − 3t + 3 x(t) = t2 − 3t + 3
 
(a) no ponto M (3; −1) (b) no ponto M (1; −1)
y(t) = t2 + t − 3 y(t) = t2 − 4t + 3

20. Achar o acréscimo e o diferencial da função y = x2 − x + 1, quando x = 3 e ∆x = 0, 01.

21. Calcule o diferencial da função y = f (x) = (x2 − 3)cos(x−2) no ponto x = 2 e ∆x = −0, 03.
2
22. Calcule o diferencial da função y 3 = x + exy no ponto P (0, 1) para ∆x = 0, 06.

23. Em quanto aumenta o lado do cubo se o seu volume variar de 27 m3 para 27, 2 m3 ?

22
24. Calcular o valor aproximado do volume V duma esfera cujo raio é 1, 02 m.

25. Calcular aproximadamente o valor de:

23
(a) e0,3 (c) sin 29 (e) ln 1, 01

(b) lg 10, 08 (d) arcsin 0, 48 (f) 3 26, 97.

26. Calcule as derivadas da segunda ordem y 00 (x) das seguintes funções:


√ 
(a) y(x) = x 1 + x2  x(t) = a cos t
(b) y(x) = tan x (i)
y(t) = a sin t

2
(c) y(x) = (1 + x ) arctan x
(d) x4 − xy + y
 x(t) = ln(1 + t2 )

2 2
(e) 9x + y = 9
√ √ (j)
(f) x + y = 1 
y(t) = t2
4 4
(g) x + y = a 4

 x(t) = 2t − t2  x(t) = f 0 (t)


 

(h) (k)
y(t) = 3t − t 3 y(t) = tf 0 (t) − f (t)
 

27. Determinar d2 y se:

(a) y = ex ln x (e) y = x cos 2x


(c) y =
√ x
(b) y = 1 + x2 (d) y = xx (f) y = ex ln x.

24

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