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No trecho acima fica evidente como um conhecimento sem crítica pode frear o
desenvolvimento, os sonhos dos homens os movem, algo dito como certo um dia já
pode ter sido um sonho, intuição ou imaginação. “A imaginação é mais importante que
a ciência, porque a ciência é limitada, ao passo que a imaginação abrange o mundo
inteiro”, Albert Einstein.
Cristovam Buarque segue o texto, citando que no final do século XX ouve doze
sustos no imaginário do homem moderno, primeiro: é o avanço técnico em curto
tempo, segundo: este avanço não focou em uma utopia, terceiro: completa integração
mundial da cultura, quarto: esta integração cultural não corresponde a uma integração
social, quinto: o aumento da necessidade de bens, só que esses bens são limitados,
sexto: descoberta dos limites do crescimento, sétimo: crescente brecha
epistemológica, oitavo: o internacionalismo submergindo o nacionalismo, o nono:
depois de cem anos de crescimento do materialismo o homem vem se voltando para o
misticismo, décimo: descoberta do valor da diversidade, décimo primeiro: consciência
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da impotência do homem e o décimo segundo: necessidade da ética no poder técnico
e desenvolvimento econômico.
No trecho acima o homem enxerga que os seus conceitos estão distantes dos
conceitos utópicos e se assustam com o que construiu, o autor propõe que exista ética
no avanço técnico e essa ética leve a liberdade do homem. Ele descreve tais sustos
como sendo ausência do papel da universidade como o braço do estado e ausência do
mundo utópico.
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mundo não passou de reprodutora e importadora de conhecimento estrangeiro,
voltada aos desejos exteriores mais do que aos interesses nacionais. Neste ponto ele
mostra quando a universidade inicia a verdadeira crise se transformando em um braço
do capitalismo, uma universidade sem essência e com falta de uma utopia usa
ferramentas que antes poderiam ser usadas para moldar um mundo melhor e mais
belo, hoje são usadas como instrumentos de guerra, lucro e opressão. O autor faz uma
forte crítica ao atual cenário social, pedagógico e utópico.
O autor crítica a atual posição da universidade, que agora passa a ser o braço
do consumismo, dá pra sentir o desapontamento do autor com relação à essência da
universidade crítica e utópica. Essa inversão de valores que ocorreu dentro da
universidade, impulsionou um imenso desenvolvimento técnico, porém sem ética esse
desenvolvimento não foi canalizado para formar uma melhor sociedade.
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O autor aponta a ética como soluções para a crise que a universidade está
inserida. A universidade terá que ser inventiva consigo mesmo e repensar qual é o seu
papel nessa nova sociedade e a quem ele deve servir.
Aqui o autor mostra como uma parte da sociedade dos anos 60 estava
descontente com os rumos que a sociedade estava tomando, o movimento hippie com
a expressão “paz e amor” (Peace and love, em inglês), que precedeu á expressão "Ban
the Bomb”, a qual criticava o uso de armas nucleares e outros movimentos como o
movimento punk, todos estes movimentos ocorrendo à margem da universidade.
Nas últimas páginas do texto Cristovam Buarque fala da falta de novas idéias,
falta de pensadores enfim falta de aventureiros e que nesta condição a universidade
ficara retaguarda da produção do conhecimento. A universidade necessita de novas
idéias voltadas ao equilíbrio ambiental. A universidade ainda não tem esta visão, os
seus professores e alunos ainda estão com uma visão tradicional, os países do terceiro
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mundo almejam imitar o comportamento cultural dos países de primeiro mundo, os
professores com formações estrangeiras desprezam a cultura nacional e importam:
diplomas, pensamentos e modelos de desenvolvimento, mas esquecem de que aqui é
diferente, por que imitar modelos muitas vezes falhos, em vez de construir um próprio
modelo. Um modelo que valorize nossa cultura, diversidade e recursos naturais.