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O caso desse tratamento relatado sobre uma garota histérica deve trazer, como a
interpretação dos sonhos intervém no trabalho da análise, vamos ao caso. Dora tinha 18 anos,
foi encaminhada a Freud por seu pai. Ela vivia com o pai, sua mãe e seu irmão, tendo sido
sempre muito próxima ao pai, essa afeição por ele é intensificada por muitos problemas de
saúde que ele vinha sofrendo desde que ela tinha seis anos de idade, e Dora sempre se
responsabilizou por seu cuidado o pai encontrou nela uma agradável companheira. Sua mãe
concentra todos os interesses nos interesses da casa, uma psiconeurótica dona de casa. Possuía
uma obsessão por limpeza de maneira excessiva. A relação com a mãe era inamistosa. O irmão
apoiava a mãe, e Dora sempre a criticava e se isolava de sua influência. Havia formado o
triangulo edípico entre mãe e filho e pai e filha. A relação entre seus pais, não era muito boa,
sendo os dois bastante distantes A tia dela, irmã de seu pai, enfrentava uma grave crise de
psiconeurose, faleceu de um marasmo, Dora tinha uma identificação com essa tia. Irmão mais
velho do pai é hipocondríaco. Com oito anos de idade Dora já mostrava sintomas nervosos.
Sofre de dispneia crônica com acessos muito agudos. É diagnosticada com um distúrbio
nervoso pelo médico da família. Com doze anos começa a sofrer com enxaquecas e acessos de
tosses nervosas. Por volta dos dezesseis anos a enxaqueca desaparece, porém os acessos de
tosses continuaram com frequência. Às vezes tossia por semanas ou por meses sem parar com
a perda da voz. Quando Dora tinha seis anos, a família se mudou para outra cidade, e lá fizeram
amizade com um casal, o Sr. e a Sra. K. O pai de Dora se aproximou bastante da Sra. K., que
muitas vezes cuidou dele quando sua saúde piorava. A princípio, Dora tinha também grande
afeição por ela, mas depois de certa época passou a não mais suportá-la, afirmando que ela e
seu pai tinham um caso amoroso. A moça, inicialmente, tinha boa relação também com o Sr.
K, mas aos 16 anos acusou-o de lhe fazer uma proposta amorosa, passando desde então a evitá-
lo. Todos esses sintomas estavam relacionados a um recalcamento sofrido por Dora algum
tempo antes. Uma das interpretações de Freud a respeito deste caso de histeria se baseia
principalmente na relação entre Dora, seu pai e a Sra. K. Dora, em sua infância, teria se
apaixonado por seu pai, acontecimento bastante comum nas crianças, compreendido como
Complexo de Édipo. Essa paixão, embora aceitável pela criança quando ainda é muito jovem e
não entende de questões morais, com o passar do tempo pode se traduzir em culpa, já que
começa a perceber que esse relacionamento não seria possível, nem aceito. Dora deve então ter
recalcado tal lembrança, tornando-a inconsciente, de forma a proteger seu próprio eu. Esses
sentimentos e lembranças ficaram adormecidos por algum tempo, mas alguns fatos foram
responsáveis por trazer esse material à tona, embora nunca de forma específica. A histeria que
Dora desenvolveu representava uma identificação com seu pai, estando este no lugar de sujeito
desejante. Ela compartilhava com ele, portanto, o desejo pela Sra. K. Em toda fantasia,
entretanto, o sujeito ocupa o lugar do sujeito desejante, mas também o lugar do objeto de desejo,
sendo possível entender então que a moça se identificava também à Sra. K. Esta senhora era
uma mulher jovem que tinha o amor de seu pai, assim como ela havia desejado ter. A
identificação com ela possibilitou, inicialmente, que Dora cultivasse a amizade entre as duas,
mesmo desconfiando da relação entre ela e seu pai. Em um segundo momento, a moça deixou
de aceitar essa situação, passando a odiar a Sra. K, por ter roubado seu posto, e acusa seu pai.
“Uma casa estava pegando fogo. Meu pai encontrava -se de pé ao lado
salvar sua caixa de joias; mas Papai disse: ‘Não quero morrer queimado, junto
com meus dois filhos, por causa de sua caixa de joias’. Descemos
uma vez que a casa onde se acomodaram não possuía para-raios, seu pai manifestou angústia
sofá e, ao acordar, viu o Sr. K. tal como no sonho, parado frente a ela. O fato a levou a pedir à
Sra. K. uma chave, que sumiu no dia seguinte ao que a recebeu. Também falou que o Sr. K. já
a havia presenteado com uma caixa de joias. Quanto ao termo, reconheceu que “caixa de joias”
Na sessão seguinte, Dora relatou o que esquecera de contar: todas as vezes, depois de
acordar, sentia cheiro de fumaça. Reconheceu que, além do elemento combinar com fogo e com
a expressão muito utilizada pelo analista “onde há fumaça, há fogo”, havia a variável de seu
pai, Sr. K. e Freud serem fumantes apaixonados. Assim, Freud inseriu que o beijo roubado,
lembrança da qual ela se protegia, cheiraria a fumo. Considerando a transferência, poderia ter
Segundo sonho
Freud teve dificuldades para interpretar esse segundo sonho. De início Freud liga Dora ao
um engenheiro ao qual teve interesse nela. Quando Dora fala que já perguntou cem vezes
lembrou – se da conversa com sua mãe sobre onde estava a chave do bufê para pegar o conhaque
para seu pai, Dora se irrita com sua mãe por não haver resposta, e lhe diz que havia que lhe
perguntando umas cem vezes, sendo que na verdade foram 5 vezes. O termo chave está ligado
a caixa, o qual Freud interpreta como uma alusão aos órgão genitais.
Na segunda fase do sonho fantasia de vingança contra o pai. Dora sai de casa, o pai adoece
e morre. Ela volta pra casa e não apresenta nenhum remorso pela morte do pai. Há duas alusões
a vingança, a dos pais encontrarem a carta de despedida para que pai se separe da Sra. K. Por
trás dessa fantasia se oculta o desejo de pensamento de vingança pelo Sr. K. No sonho após
Dora preferir seguir sozinha pode se interpretar da seguinte forma, ela segue sozinha e não se
casa, quando na verdade o que Dora queria dizer era: “Eu teria esperado por você até ser sua
mulher”.
no sonho aponta para a virgindade realçada por Dora com tanto gosto, que vemos indicada
em outro lugar mediante a Madona Sistina. Freud destaca dois detalhes aos sonhos. Está
relacionado ao livro ao qual lera, pois já que o pai estava morto, e os demais no cemitério. Se o
pai de Dora estivesse morto ela poderia ler o que quisesse e amar quem quisesse. Quando Dora
relata lendo um livro, esse livro era para satisfazer suas dúvidas sexuais. E com a morte do pai
que, por ter se originado de apenas três meses de análise, não possibilitou investigações mais
Efeitos e sintomas:
Fatores atuais desencadeantes: Tosse nervosa que poderia
durar até meses.
Desejo sexual reprimido Enxaqueca
Dores no estomago
Complexo de édipo
Amnesia
Desejo pela Sr. K Após o primeiro beijo começou
a sentir aperto no peito, evitava
Primeiro beijo conversar com homens de
forma afetuosa.
O pai duvidar da Dora Sentia repugnância.
Apendicite.
Ausência do Sr. K
Constipação intestinal.
Fadiga e falta de concentração.
Afonia.