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Universidade de São Paulo

Escola Superior de Agricultura ‘’Luiz de Queiroz’’

Avaliação e comparação de tamanhos de gotas e potencial de deriva para


pontas de indução de ar em diferentes condições de pulverização

Pedro Henrique Urach Ferreira

Trabalho de Conclusão de Curso em


Engenharia Agronômica

Piracicaba

2014
Pedro Henrique Urach Ferreira

Graduando em Engenharia Agronômica

Avaliação e comparação de tamanhos de gotas e potencial de deriva para pontas de indução


de ar em diferentes condições de pulverização

Orientador:

Prof. Dr. CASIMIRO DIAS GADANHA JR.

Trabalho de Conclusão de Curso em


Engenharia Agronômica

Piracicaba

2014
Agradecimentos

Gostaria de agradecer todas as pessoas que me ajudaram na instalação, condução e apresentação do presente
estudo. Sem vocês este trabalho não seria possível.

▪ Minha família pelo apoio durante todo o tempo, principalmente meu pai, Moacyr Ferreira da Silva
Filho (Spraytechltda), pela ideia inicial do projeto, as sugestões e por fornecer as pontas para o estudo.

▪ Dr. Andrew Hewitt (CPAS) pela supervisão.

▪ Dr. Chris O'Donnell (CPAS) pela supervisão e ajuda nos testes de potencial de deriva e análise estatística.

▪ J. Connor Ferguson (CPAS) por toda a atenção, ideias, ajudas nas medições de tamanho de gotas, potencial de
deriva e análise estatística.

▪ Dr. Gary Dorr (CPAS) pela ajuda na analise do potencial de deriva.

▪ Dr. Casimiro Dias Gadanha Jr. (ESALQ) pelas sugestões recomendações e supervisão.

▪ CNPQ pelo patrocínio e financiamento do programa de intercâmbio na Austrália, na Universidade de


Queensland.

Muito Obrigado!

I
RESUMO

Avaliação e comparação de tamanhos de gotas e potencial de deriva para pontas de


indução de ar em diferentes condições de pulverização

O presente estudo teve por objetivo mostrar à usuários de pulverizadores, tais como
produtores agrícolas e terceiros, diferenças entre pontas de indução de ar,
especialmente entre tamanho de gotas, qualidade de pulverização e potencial de deriva. Os
bicos de indução de ar testados neste trabalho foram o TTI, ULD, AVI e ADIA. Além disso, a
ponta padrão de jato leque, XR, foi utilizada para fins de comparação. Os tamanhos de gota
foram analisados por meio de três parâmetros: o DV0.1, DV0,5 ou VMD e DV0,9. A qualidade
de pulverização foi obtida pela classificação do tamanho de gotas (EXTREMAMENTE
FINA, MUITO FINA, FINA, MÉDIA, GROSSA, MUITO GROSSA, EXTREMAMENTE
GROSSA, ULTRA GROSSA) classificando os bicos em função do DV0,5 ou VMD. No
estudo de tamanho de gotas, o potencial de deriva foi definido pelo percentual do volume de
gotas menores que 100 µm, de modo que esses fatores foram medidos em diferentes
condições. Primeiramente, todos os bicos foram pulverizadas em pressão comum de 400 kPa
e taxa normal de glifosato (3 L ha-1). A ponta XR foi pulverizada a 300 kPa. Em seguida, a
influência da vazão (03 e 04 gal min-1) na formação e tamanho de gotas foi comparada. além
disso, a mínima, máxima e média pressões recomendadas por cada fabricante foram testadas,
observando os resultados de tamanho de gotas e potencial de deriva. Diferenças na
concentração de produto na calda de pulverização (somente água, glifosato a 3 L ha-1, e
glifosato a 7 L ha-1), foram testadas avaliando o comportamento do no tamanho de gotas e,
consequentemente, deriva. O estudo de potencial de deriva para bicos de indução de ar foi
conduzidas em um túnel de vento, em alta temperatura (29oC), baixa umidade relativa do ar
(32%) e alta velocidade do vento (6,6 m s-1). Duas pressões de trabalho foram utilizadas, uma
comum entre todas as pontas testadas (400 kPa) e a máxima pressão recomendada por cada
fabricante. O potencial de deriva percentual foi, então, relacionado com os tamanhos de gota
de cada bico e comparado entre pontas.

A 400 kPa, com glifosato (3 L ha-1), todas as pontas de indução de ar produziram


gotas MUITO GROSSA e ULTRA GROSSAS com baixo potencial de deriva, com exceção
para a ponta XR a 300 kPa que produziu gotas MÉDIAS alto potencial de deriva. A ponta
TTI produziu gotas mais grossas em comparação com as outras pontas. O aumento da vazão
das pontas com indução de ar não aumentou, necessariamente, o tamanho de gotas. Além
disso, à medida que a pressão aumentou, o tamanho de gota diminuiu, caracterizando um
padrão semelhante para as pontas ULD, AVI e ADIA. Diferenças mínimas de tamanho de
gotas foram observados entre diferentes caldas, como glifosato e água vs concentração padrão
de glifosato em relação à alta dose de glifosato. Em geral, pontas de indução de ar produziram
gotas MUITO GROSSA A ULTRA GROSSAS e baixa percentagem de gotas propensas à
deriva.
Os resultados para potencial de deriva a 400 kPa mostrou valores semelhantes para as
pontas TTI11003, AVI11003 e ADIA11003. O bico TTI teve o menor potencial de deriva,
6,5%. Em pressões mais altas, o TTI também derivou menos, 7,4%, a 700 kPa. A ponta
ULD12003 teve o maior potencial de deriva para todas as pressões testadas.
Surpreendentemente, mesmo apresentando mesma qualidade de pulverização (tamanho de
gotas) das outras pontas testadas, o potencial de deriva da ULD12003 foi maior para ambas as
pressões.

Palavras-chave: Tamanho de gota; Potencial de deriva; Pontas de Indução de Ar; Pulverização


Sumário

Agradecimentos ………………………………………………………………………...... I

Resumo ……………………………………………………………………………...…… II

Sumário ..…………………………………………………………………………...…… IV

Lista de Tabelas ………………………………………………………….……......…… VIII

Lista de Figuras …………………………………………………...………………...……IX

1. Introdução ………………………………………………………….……………….…...... 1

2. Revisão de Literatura .…………………………………………….………………....…… 2

3. Materiais e Métodos ……………………………………………………………...…...…. 13

3.1 . Avaliação de Vazão e Tamanho de Gotas ………………………………………….... 14

3.2 . Potencial de Deriva em Túnel de Vento ….……………………………………...…… 19

4. Resultados e Discussão …………………………………………………….…………….. 22

4.1 Vazão …………………………………………………………………………….....…….. 22

4.2 . Tamanho de Gotas ……………………………….………………………………......… 23

4.2.1. Comparação com Glifosato em Concentração Padrão ……………….……...…… 23

4.2.2. Influência da Vazão ……………..…….......................………………………....…… 26

4.2.3. Influência da Pressão ………………………………....………………....……....…… 27

4.2.4. Comparação entre Água e Glifosato ………………………………………............. 31

VI
4.2.5. Diferenças de Tamanho de Gotas entre Doses de Glifosato ...……………...…… 33

4.3. Potencial de Deriva …………………………………………………………...........… 35

5. Conclusão ……………………………...………………………………………....…… 42

6. Referencias .................................................................................................................... 44
Lista de Tabelas

Tabela 1. Classificação de pontas, mostrando os símbolos e o códigos de cores.

Tabela 2. Pontas hidráulicas de referência com o código da ponta BCPC (ângulo) /


(litros/min) / (bar) seguido pelo código do fabricante.

Tabela 3. Pontas hidráulicas, fabricantes e a pressões utilizadas

Tabela 4. Vazão nominal e real (L-1) e diferença entre valores (%) para pontas de indução de
ar e jato plano leque padrão.

Tabela 5. Comparação entre DV0,1; DV0,5; DV0,9 e valores de gotas menores que 100 µm (<
100) a pressão de 400 kPa para pontas de indução de ar e a 300 kPa de ponta padrão,
pulverizadas com glifosato (3 L ha-1).

Tabela 6. Comparação do tamanho de gotas, porcentagem de volume de gotas menores que


100 µm e a diferenças a diferentes vazões.

Tabela 7. Comparação do tamanho de gotas e porcentagem do volume de gotas menores que


100 µm entre pontas a pressão mínima recomendada por cada fabricante.

Tabela 8. Comparação do tamanho de gotas e porcentagem do volume de gotículas menores


que 100 µm entre os pontas a pressão máxima recomendada por cada fabricante.

Tabela 9. Diferenças entre DV0,1; DV0,5; DV0,9 e porcentagem de gotas menores que 100 µm
entre caldas (água; glifosato), a pressão de 400 kPa para pontas de indução de ar e
300 kPa para XR.

Tabela 10. Diferenças entre DV0,1; DV0,5; DV0,9 e gotas <100, a pressão de 400 kPa.

Tabela 11. Comparação do potencial de deriva a 2 m para pontas de indução de ar, a pressão
de 400 kPa, mostrando a classificação de pulverização de acordo com o tamanho de gotas.

Tabela 12. Comparação do potencial de deriva a 2 m para pontas de indução de ar, a pressões
máximas para cada ponta, mostrando a classificação de pulverização de acordo com o
tamanho de gotas.

VIII
Lista de Figuras

Figura 1. Tipos de pontas de pulverização e características dos jatos.

Figura 2. Sistema Venturi em pontas de indução de ar.

Figura 3. Difração a Laser.

Figura 4. Túnel de vento (CPAS).

Figura 5. Seções internas e externas do túnel de vento.

Figura 6. Pontas utilizadas no experimento (esquerda acima): TTI11003; A TTI11004;


AVI11003; AVI11004; ADIA11003; ADIA11004; ULD12003; ULD12004 e XR11003.

Figura 7. Equipamento de difração a laser, HELOS Sympatec Vario.

Figura 8. Organograma da medição de tamanho de gotas, iniciando pela abertura da válvula


solenoide (A); ponta pulverizando (B); movimento da barra (C); laser software (D); medição
das gotas (E); padrão de medição (F); resultados de dados no software (G) e fechamento da
válvula solenoide fechar (H).

Figura 9. Curva de tamanho de gotas do software Sympatec com os parâmetros dentro da


caixa: DV0.1, DV0,5, DV0,9 e V<100 (gotas menores que 100 µm).

Figura 10. Seção de deriva com coletores colocados em quatro distâncias da ponta no sentido
do vento (2, 3, 4 e 5 m) e em cinco alturas (0,1, 0,2, 0,3, 0,4 e 0,5 m) do chão a 2 m do bico.

Figura 11. Saco plástico numerado com fio coletor, mostrando número da repetição e posição
dentro da seção.

Figura 12. Tubo de ensaio contendo solução (glifosato + marcador fluorescente + água
destilada) para ser analisado no espectrofotômetro de fluorescência.
Figura 13. Comparação entre pontas de indução de ar para DV0,1; DV0,5 e DV0,9 a mesma
pressão (400 kPa), e a 300 kPa para a ponta XR.

Figura 14. Comparação da porcentagem do tamanho de gotas por pontas de indução de ar a


400 kPa e 300 kPa para ponta padrão de jato plano.

Figura 15. Comparação do DV0,5 para pontas de indução de ar em duas vazões, 03 e 04, a
pressão de 400 kPa, e tanque com glifosato a 3 L ha-1.

Figura 16. Comparação do tamanho de gotas entre pontas na pressão mínima recomendada
por cada fabricante.

Figura 17. Comparação do tamanho de gotas entre pontas na pressão máxima recomendada
por cada fabricante

Figura 18. Comparação entre pontas de indução de ar, do tamanho de gotas usando DV0,5 a
pressões mínimas (min), média (med) e máximas (max) recomendadas por cada fabricante.

Figura 19. Diferenças do tamanho de gotas usando DV0,1, DV0,5 e DV0,9 entre duas caldas,
uma apenas água (A) e outra com glifosato (G) a 3 L ha-1.

Figura 20. Influência de duas doses de glifosato (3 e 7 L ha-1) no tamanho de gotas usando
três parâmetros, DV0,1, DV0,5 e DV0,9 a 400 kPa para bicos de indução de ar e 300 kPa para a
ponta XR.

Figura 21. Deriva (%) a 2 m da ponta hidráulica a pressão média (400 kPa). As barras de erro
representam o desvio padrão.

Figura 22. Depósito de pulverização (µL-1) nos coletores acima do chão (m) a 2 m da ponta e
depósito (µL-1) dos coletores no sentido do vento (m) da ponta. As barras de erro representam
o desvio padrão.
Figura 23. Deriva (%) a 2 m da ponta hidráulica a pressão média (400 kPa). As barras de erro
representam o desvio padrão.

Figura 24. Depósito de pulverização (µL-1) nos coletores acima do chão (m) a 2 m da ponta e
depósito (µL-1) dos coletores no sentido do vento (m) da ponta. As barras de erro representam
o desvio padrão.

Figura 25. Comparação dos valores de deriva a 2 m da ponta hidráulica entre pressões médias
e máximas. As barras de erro representam o desvio padrão.
1. Introdução

O uso de pesticidas na agricultura tem sido de extrema importância para se alcançar


altas produtividades na produção de alimentos. Defensivos agrícolas permitem o controle de
pragas, doenças e plantas daninhas, minimizando perdas agrícolas. Um dos produtos químicos
utilizado com sucesso é o herbicida não-seletivo, glifosato. Este herbicida é usado varias
culturas como algodão, milho, soja, cana-de-açúcar e canola.

A correta aplicação do produto no alvo é fundamental para maximizar eficiência


e minimizar contaminação. Muitos fatores estão envolvidos no aumento da eficácia e na
diminuição de perdas, como as condições climáticas e o sistema de pulverização
utilizado. Pontas de pulverização, por exemplo, são essenciais para formação de gotas, e
consequentemente a cobertura de pulverização, deposição e deriva. Várias são as opções de
pontas de pulverização hoje no mercado, tais como bicos de jato plano, leque estendido, cone
vazio, cone cheio, de baixa deriva e pontas com indução de ar.

O uso de pontas de indução por produtores e terceiros em pulverizações aumentou em


países como a Austrália, Brasil e Estados Unidos da América. Pontas de indução de ar
possuem um sistema Venturi que produz gotas mais grossas cheias de ar, essas gotas serão
então menos propensas a deriva em comparação com gotas mais finas. Pesquisadores têm
realizado pesquisas em túneis de vento visando à caracterização do tamanho de gotas e deriva
de pontas de pulverização. O tamanho de gotas é comumente apresentado apenas como DV0.5,
ou diâmetro mediano volumétrico. O DV0,1 (10º percentil do tamanho de gotas), DV0,9
(90º percentil do tamanho de gota) e % de gotas com diâmetro menor de que 100 µm, além da
DV0,5 proporcionam melhor avaliação do espectro de tamanho de gotas. Com esses quatro
parâmetros, um completo estudo do tamanho de gotas de pontas hidráulicas pode ser feito, e
ainda estimar o potencial de deriva. Além disso, o potencial de deriva pode ser medido em
condições conhecidas no interior de um túnel de vento em determinadas velocidade de vento,
temperatura e umidade relativa do ar.

O objetivo do presente estudo foi o de contribuir para usuários, mostrando as


diferenças entre pontas de indução de ar, no que diz respeito ao tamanho de gotas
produzidas, com diferentes doses de glifosato, caldas de pulverização, pressões e vazões.
Ademais, a associação com gotas menores que 100 µm e o potencial de deriva foram
criteriosamente estudados nesta pesquisa. O trabalho, ainda, mediu o potencial de deriva de

24
cada ponta de indução de ar em não recomendadas condições de pulverização. Esses testes
foram conduzidos sob média e alta pressão de trabalho, alta velocidade de vento e
temperatura e baixa umidade.

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Trad. por: Pedro H. U. Ferreira
2. Revisão de Literatura

A agricultura tem mudado ao longo de toda a história com o desenvolvimento de


novas tecnologias e inovações em ciência. O tema ‘’Proteção de Plantas’’ esteve em destaque
desde então. Novas técnicas foram desenvolvidas, buscando a redução de danos por pragas
nas culturas, e a aplicação de pesticidas sobre as plantas é um exemplo de sucesso. Pesticidas
têm contribuído para aumentar o rendimento das culturas nos últimos anos (STRUIK;
KROPFF, 2007)1 no controle de plantas daninhas, doenças e pragas El-Wakeil (2013)1 definiu
pesticidas como substâncias químicas capazes de matar ou prejudicar pragas que interagem
e danificam o crescimento das plantas. Tais substâncias são classificadas de acordo com cada
espécie de praga alvo; por exemplo herbicidas para plantas daninhas, inseticidas para insetos e
fungicidas para fungos. Herbicidas são os defensivo agrícola mais utilizados dentre todos
mundialmente, com 40% do mercado mundial , enquanto que inseticidas e fungicidas
representam 17% e 10% do mercado mundial, respectivamente (EPA, 2011)1.

Da diversa gama de herbicidas disponíveis, o glifosato considerado o mais importante


desde a sua criação em 1970 por John E Franz da empresa Monsanto (DUKE; POWLES,
2008)1. O Glifosato (N-(phosphonomethyl)-glicina), é um não seletivo e sistêmico pós-
emergente herbicida, com rápida absorção e translocação na planta e baixa toxicidade para
insetos e vertebrados (KAFARSKI et al., 1988)1. Este herbicida é comum em sistemas
agrícolas e não-agrícolas, como por exemplo em diversas culturas e sistemas florestais, em
jardinagem , estradas e parques. Seu modo de ação funciona através da inibição de uma
enzima na rota metabólica Shikimato, a 5-enolpiruvoil-shikimato-3-fosfato sintetase
(EPSPS) reduzindo os níveis de aminoácidos aromáticos (DUKE; POWLES,
2008; STEINRÜCKEN; AMRHEIN, 1984)1 e, consequentemente, causando a morte
da planta. A enzima EPSPS é extremamente comum em plantas superiores, assim, o herbicida
glifosato afeta um amplo espectro de plantas. Atualmente, mesmo com uso de pesticidas,
estimam-se perdas de produtividade de 35% antes da colheita, principalmente, causadas por
insetos, ácaros, patógenos de plantas e plantas daninhas (STRUIK; KROPFF, 2007)1.

O uso de glifosato aumentou após o desenvolvimento de culturas resistentes ao


glifosato ao longo dos anos, começando com o desenvolvimento da soja [Glycine max
(L.) Merr.] resistente ao herbicida nos EUA em 1996 (NORRIS; SHAW; SNIPES, 2001;
DILL; CAJACOB; PADGETTE, 2008)1. Em seguida, outras culturas como milho (Zea
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Trad. por: Pedro H. U. Ferreira
mays L.) e algodão (Gossypium hirsutum L.) obtiveram a mesma tecnologia e o consumo de
glifosato aumentou ainda mais. Com maior consumo uma emergente preocupação com deriva
de pesticidas foi criada, especialmente devido ao dano em outras culturas vizinhas sensíveis
(Jones et al., 2007)1.

Ademais, todos pesticidas devem ser estudados e testados em diferentes situações,


visando a uma melhor eficácia sobre o alvo, segurança ao usuário, menor contaminação
ambiental e rentabilidade para produtores e usuários. Por apresentar ampla gama de culturas e
plantas daninhas alvo, glifosato foi utilizado no presente estudo focando a dimensão de gotas
e o potencial de deriva na aplicação de defensivos agrícolas. Matuo (1990) define tecnologia
de aplicação, como o uso do conhecimento científico visando o depósito do produto no alvo,
em quantidades ideais e economicamente viáveis, sem desperdícios, e com o mínimo
de contaminação ambiental possível.

Diversos estudos utilizando glifosato foram conduzidos mostrando a interação entre


produto e tamanho de gotas ou estudando eficácia, absorção, cobertura, deriva e outros
parâmetros relevantes (Johnson et al., 2006; Ryerse et al., 2004; Feng et al., 2003)1. Johnson
et al. (2006)1, testou diferentes pontas e adjuvantes na analise de deriva com glifosato.
No estudo, três pontas de redução de deriva, uma de jato plano leque e três adjuvantes foram
testados em sorgo [Sorghum bicolor (L.) Moench ssp.] com aplicação aérea e direção de
vento sul. A avaliação de deriva foi feita visualmente depois de 10 a 21 dias, e o tamanho de
gotas medida foi feito com o software DropletScanTM com papéis hidro sensíveis. Os autores
concluíram que as pontas reduziram deriva em comparação com a ponta de jato plano leque e
são melhor opção de controle de deriva que adjuvantes para controle de deriva. No
entanto, adjuvantes melhoram a qualidade de pulverização e podem reduzir a porcentagem
de gotas finas como Jones et al. (2007)1 concluíram em um estudo que testou dois tanques
com adjuvantes e glifosato. Outro estudo analisando a retenção, absorção e translocação de
glifosato em milho, mostrou que quanto mais grossa as gotas produzidas, maior era a
absorção e a translocação do produto, porém, a retenção foi levemente reduzida (Feng et al.,
2003)1. Além disso, Hewitt, Solomon e Marshall (2009)1 realizaram uma pesquisa em
pulverização aérea com o herbicida glifosato objetivando medir o tamanho de gotas no
interior de um túnel de vento com a ponta Accu-Flo usando glifosato e água. Os resultados

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Trad. por: Pedro H. U. Ferreira
mostraram que os tamanhos de gotas utilizando somente água foram mais grossos do que o
tratamento com glifosato.

A importância de estudar e avaliar o tamanho de gotas em aplicações de pulverização


é assegurar a posição do ingrediente ativo no alvo e sua eficácia, evitando perdas antes,
durante e após a pulverização. Gotas mais finas podem ser transportadas a outros lugares,
contaminando rios, mananciais, florestas ou outras culturas.

Em tecnologia de aplicação, pontas de pulverização produzem uma gama de tamanhos


de gotas e respectivas velocidades devido ao seu processo de formação (MURPHY;
MORTIMER; LYDON, 2004)1. Geralmente, o tamanho das gotas é relacionado com
Diâmetro Mediano Volumétrico (DMV) em micrômetros; com gotas FINAS variam entre 101
a 200 µm, MÉDIAS 201 a 300 µm e GROSSAS maiores do que 300 µm (Matthews, 2013)1.
De acordo com Chechetto (2011), a o tamanho de gotas pode ser quantificado e analisado por
alguns parâmetros, tais como o Diâmetro Mediano Numérico (NMD), o Diâmetro Mediano
Volumétrico (DMV ou DV0,5) e a amplitude relativa (A). O parâmetro mais utilizado para
análise tamanho de gotas é o DMV em micrômetros (µm), o que representa o valor de 50% de
gotas com diâmetro maior do que o valor mediano, e outros 50% de gotas com diâmetro
menor do que o valor da mediana (Matthews, 2013)1. Contudo, Hewitt (2008)1 considera
importante a análise de todo o espectro do tamanho de gotas ao invés de parâmetros
individuais ou isolados, tais como o DMV. Analisar o espectro do tamanho de gotas é
decisivo para estimar as gotas propensas à deriva. O uso da amplitude relativa, por exemplo,
ajuda na avaliação da variação do espectro e é definida como a diferença entre os diâmetros
em abaixo de 90% do volume (DV0,9) por 10% (DV0,1) do volume, dividido pelo o DMV
(Matthews, 2013)1. Baixos valores de amplitude relativa representam menor variação no
espectro de gotas.

Pontas de pulverização são o principal componente no processo de formação das


gotas. Segundo Lefebvre (1989)1, a atomização pode ocorrer por três formas, pela energia
cinética dos líquidos, ar ou gases em alta velocidade, pelo sistema de vibração mecânica, e
por sistemas de rotação. Várias questões devem ser consideradas quando se estuda
e características de pontas hidráulicas. A formação e quebra do jato em sistemas hidráulicos
é formada principalmente por atomização e são consequências da turbulência e das

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Trad. por: Pedro H. U. Ferreira
propriedades dos líquidos, velocidade do jato, pressão do ar, orifício da ponta, e interação
com ar (REITZ; BRACCO, 1982; LEFEBVRE, 1989; Broadley et al., 1986)1. Portanto, a
escolha correta das pontas de pulverização é fator importante influenciando diretamente o
tamanho das gotas sistemas de pulverização (CZACZYK; KRUGER; HEWITT,
2012)1. Embora pontas hidráulicas possam ser classificadas por diferentes atributos (vazão,
ângulo, tipo de jato, controle de deriva e etc), a classificação oficial é feita pelo tamanho de
gotas. Com a intenção de fornecer o potencial e a eficiência de deriva a ASABE (2013)1
classificou pontas de pulverização de acordo com o tamanho de gotas, em oito categorias,
símbolos e cores (Tabela 1 ).

Tabela 1. Classificação de pontas, mostrando os símbolos e o códigos de cores


Categorias de Classificação Símbolo Código de Cores DV0,5 Aproximado
EXTREMAMENTE FINA XF Roxo ± 50
MUITO FINA VF Vermelho < 136
FINA F Laranja 136 – 177
MÉDIA M Amarelo 177 - 218
GROSSA C Azul 218 - 349
MUITO GROSSA VC Verde 349 - 428
EXTREMAMENTE GROSSA XC Branco 428 - 622
ULTRA GROSSA UC Preto > 622
Fonte: Adaptado de ASABE (2013) e Petersen (2013)1

Além disso, o conselho Britânico de proteção de plantas (British Crop Protection


Conuncil - BCPC) criou um sistema de classificação equivalente em 1985 e atualizado
em 2005, incluindo um fator potencial de deriva, como mostra a Tabela 2
(SOUTHCOMBE et al., 1997)1. O mesmo autor esclarece que a atual classificação não
classificar efetivamente pontas de indução de ar devido diferentes características no que se
refere ao transporte e deposição de gotas. As pontas testadas na classificação devem, então,
ser comparado com outras pontas afim de avaliar e classificar o tamanho de gotas.

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Trad. por: Pedro H. U. Ferreira
Tabela 2. Pontas hidráulicas de referência com o código da ponta BCPC (ângulo) /
(litros/min) / (bar) seguido pelo código do fabricante.
Categoria Pontas Iniciais Pontas Características
MUITO FINA/FINA F 110 / 0,48 / 4,5 (11001)
FINA F 110 / 0,85 / 3,5 (11002)
FINA/MÉDIA F 110 / 1,18 / 3,0 (11003)
MÉDIA F 110 / 1,44 / 2,5 (11004)
MÉDIA/GROSSA F 110 / 1,93 / 2,0 (11006)
GROSSA F 110 / 2,58 / 2,0 (11008)
GROSSA/MUITO GROSSA F80 / 2,88 / 2,5 (8008)
Fonte: Southcombe et al. (1997)1.

Atualmente, muitas opções de pontas de pulverização estão a disposição no mercado,


cada uma com particulares características. Apenas na Austrália, mil diferentes tipos de pontas
estão atualmente disponíveis (KITT, 2008)1. Em 1989 , Lefebvre classificou bicos como
pontas de pressão, com auxilio de ar e turbopulverizadoras. As pontas de pressão foram então
classificadas pelo mesmo autor como pontas de orifício simples, de pressão-espiral, jato
retangular, duplex, derramamento com retorno e de jato leque (LEFEBVRE, 1989)1. O
desenvolvimento de pontas de pulverização ao longo dos anos levou ao desenvolvimento de
novos tipos com características especificas. Grisso et al. (2013)1 descreveu várias
classificações de pontas de jato plano, tais como padrão, uniforme, de baixa pressão, jato
estendido, jato descentralizado e duplo jato. Além disso, pontas com tecnologia para
redução de deriva são citadas pelo autor, como pontas turbo, flood e pontas de indução de
ar. A Figura 1 mostra os diferentes tipos de pontas e o seu padrão de jato de pulverização.

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Trad. por: Pedro H. U. Ferreira
Figura 1. Tipos de pontas de pulverização e características dos jatos. Fonte: Grisso et al. (2013)1.

O desenvolvimento de pontas de indução de ar foi uma importante inovação na


tecnologia de redução de deriva. Etheridge, Womac e Mueller (1999)1 observaram gotas mais
grossas e menos sujeitas a deriva em comparação com a ponta XR. Bicos com indução de
ar podem reduzir deriva devido a um maior número de gotas grossas produzidas em
comparação a um ponta jato leque padrão (Sikkema et al., 2008)1, com alguns estudos
mostrando reduções de deriva em mais de 75% (MILLER; LANE, 1999)1. Essas pontas usam
o principio de Venturi na formação de gotas (Figura 2), criando um diferencial de pressão no
interior por meio de diferentes diâmetros, e assim promovendo a sucção do ar por uma
entrada no tubo Venturi. A velocidade do líquido é então aumentada e o ar é injetado no
sistema Venturi (BAYLAR; OZKAN, 2006)1. Segundo Wolf (2000)1, a eficiência do sistema
é aumentada sob pressões mais elevadas, acima de 450 kPa. Esta maior eficiência esta
provavelmente relacionada com o que Faggion e Antuniassi (2010) concluíram em seu estudo,
de que a densidade de ar nas gotas é superior a altas pressões de trabalho.

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Trad. por: Pedro H. U. Ferreira
Figura 2. Sistema Venturi em pontas de indução de ar. Fonte: Adaptado de Agrotop, 2010.

Com a inclusão de ar, o líquido cria bolhas de ar formando gotas preenchidas com o
mesmo. Além disso, Matthews (2013)1 teoriza a possibilidade de algumas gotas conterem
mais do que uma bolha de ar no interior da gota. Estudando a quantidade de ar inclusão
produzidas por pontas de indução de ar, Faggion e Antuniassi (2010) observaram valores
acima de 20% de inclusão de ar. Além disso, comparando três bicos, Dorr (2009)1 observou
maior densidade de ar nas gotas em pontas de indução de ar do que em outros bicos.

Teoricamente, gotas grossas devem ser usadas em pulverizações em que altas


coberturas de produto no alvo não são necessariamente requeridas. Por exemplo, na aplicação
de um inseticida, geralmente gotas mais finas são ideais para aumento da área de contato
com a praga, mesma situação no uso de um herbicida de contato. Machry (2012), por
exemplo, concluíram que uma ponta de indução de ar (AI) foi ineficaz na pulverização do
herbicida de contato bentazon. Por outro lado, em aplicações de herbicidas pré-emergentes e
sistêmicos (e.g. glifosato) tal cobertura e área de contato com alvo pode não ser necessária.
Além disso, Etheridge, Womac e Mueller (1999)1 concluíram que para alguns herbicidas,
pontas com sistema Venturi podem apresentar semelhante controle em comparação com bicos
de jato plano, ambos satisfatórios.

Atualmente, o potencial de redução de deriva de pontas de indução de ar é


reconhecido amplamente. No entanto, pouca informação sobre pulverização com tais
pontas em condições não recomendadas de aplicação está disponível, incluindo pulverizações
em altas velocidades de vento, temperatura e condições de seca. Geralmente, os atuais
9
1
Trad. por: Pedro H. U. Ferreira
parâmetros de recomendação de pulverização são baseados em pontas hidráulicas no geral,
não considerando novas tecnologias, características e melhorias, tais como indução de ar. O
Bureau of Meteorology (2004)1 da Austrália, por exemplo, recomenda
pulverizações com velocidades de vento entre 3 a 15 km h-1, temperaturas abaixo de 28oC e
umidade relativa acima de 45%. A Grain Research & Development
Corporation (GRDC, 2008)1 na Austrália, recomenda umidades entre o Delta T (diferença
entre temperaturas no bulbo seco e úmido) de 2oC e 8oC. Storrie (2004)1 indica baixas
velocidades de vento entre 7 e 10 km h-1 como ideal e 11 a 14 km h-1 como adequados para
pontas de redução de deriva. No entanto, no Brasil, por exemplo, de acordo com a ANDEF
(2004), as velocidades de vento ideal são entre 3,2 a 6,5 km h-1 e sob ventos de 6,5 a 9,6 km h-
1
a pulverização deve ser evitada. O estudo do comportamento sob condições conhecidas
como - velocidade do vento, temperatura, humidade relativa, e a mensuração do tamanho de
gota e potencial de deriva - em túneis de vento se faz uma opção eficaz.

Em um nível prático, estimativas do tamanho de gota podem ser feitas utilizando


cartões ou papeis hidro sensíveis, no entanto, habitualmente estas técnicas subestimam o
tamanho de gotas, devido a ineficiência de coleta (Hewitt et al., 2001)1. Condições
conhecidas em laboratório e túnel de vento são a melhor metodologia para tal. As principais
formas existentes de se medir tamanho de gota são partícula/gotas analisadores de imagem
(PDIA) ou sistemas de medição partículas (PMS), análise de fase Doppler ( PDA) e difração a
laser (MURPHY; MORTIMER; LYDON, 2004; Hijazi et al., 2012)1. Ambos os sistemas
medem tamanho de gota em diferentes maneiras, onde PMS e o PDA também medem
a velocidade da gota. PMS ou PDIA medem o tamanho e a velocidade de gotas individuais
em pequenas amostras (TUCK; BUTTLER ELLIS; MILLER, 1997)1. O sistema PDA mede
o tamanho de gotas e a velocidade, porem através da diferença de fases em luz
difusa (MURPHY; MORTIMER; LYDON, 2004)1.

Devido a sua consistência, rapidez e facilidade, o uso de difração a laser tem sido o
sistema mais comum na medição de gotas e partículas. Majoritariamente, os instrumentos
mais utilizados em estudos de tamanho de gotas em tecnologia de aplicação são o Malvern e
o Sympatec Helos Vario analisador de particulas (HEWITT et al., 2002; CUNHA;
TEIXEIRA; FERNANDES, 2007; DORR, 2009; CHECHETTO, 2011; CZACZYK;
KRUGER; HEWITT, 2012)1. No presente trabalho, foi utilizada difração a laser como

10
1
Trad. por: Pedro H. U. Ferreira
sistema de medição e avaliação de gotas e potencial de deriva. As gotas com alto risco de
deriva são aquelas com diâmetro menor que 100 µm (CZACZYK; KRUGER; HEWITT,
2012; FILLMORE, 2014)1. A espectrometria de sistemas de difração a laser acontece em
uma forma óptica, baseada na teoria de Fraunhofer ou Mie, em que uma fonte de luz emite um
feixe de laser, o qual sofre uma expansão alcançando então as partículas, no caso as gotas. Em
segundo lugar, a luz será difracionada, criando um ângulo de difração em direção à lente
focal, em seguida, a luz é detectada por um detector especial (Figura 3). Por fim, com base na
equação integral de Fredholm equação, um sistema eletrônico faz a avaliação e a medição
(RӦTHELE; NAUMANN; HEUER 1989)1. Quanto maior for o ângulo de difração, menor
será o tamanho das gotas.

Figura 3. Difração a Laser. Fonte: Rӧthele, Naumann e Heuer (1989)1.

Segundo Dorr (2009)1, a distância do bico do feixe de laser, o fluxo de ar, a


metodologia de amostragem e a orientação da ponta pode influenciar o resultado de tamanho
de gotas, especialmente a orientação do bico para o feixe de laser. Além disso, a direção do
fluxo de vento no túnel deve ser paralela ao spray e a com velocidade de vento relativamente
próxima da velocidade da gota.

Um túnel de vento seguindo padrões e normas e em condições adequadas é essencial a


fim de realizar estudos de tamanho de gotas e potencial de deriva. Outras técnicas disponíveis
podem ser utilizadas. Gil et al. (2014)1 acredita que a utilização de uma bancada de teste é
outra possível metodologia de medição de potencial de deriva para pulverizadores terrestres.
11
1
Trad. por: Pedro H. U. Ferreira
No entanto, a variabilidade de condições e limitação em repetitividade levam à utilização de
túneis de vento para obtenção de resultados da variação relativa às características dos
diferentes bicos injetores (Miller, 2003)1. Por isso, avaliações aerodinâmicas em túneis de
vento são os meios mais rápidos, baratos e precisos de estudo na área (Dorr, 2009)1. Vários
trabalhos em túnel de vento têm sido realizados na avaliação de pontas de pulverização,
medições de tamanho de gotas, deposição, cobertura e potencial de deriva. Além disso, Hewitt
et al. (2002)1 relataram boa concordância entre os resultados em tuneis de vento. Na Bélgica,
Stainier et al. (2006)1 estudaram o efeito da aplicação do herbicida phenmedipham
e adjuvantes no tamanho de gota e potencial de deriva. Para medir a deriva, coletores de vidro
foram colocados no piso do túnel de vento afim de coletar o deposito com um marcador e
medindo as gotas com um laser Malvern. O estudo reforçou a ideia de que o tamanho de gota
que influencia diretamente deriva. Em Nebraska, EUA, Czaczyk, Kruger e Hewitt (2012)1
utilizaram um laser HELOS Sympatec Vario® em túnel de vento, para determinar o tamanho
de gotas para pontas de indução de ar segundo a classificação da ASABE, medindo a DV0,1,
DV0,5, DV0,9, e gotas menores que 100 µm bem como a amplitude relativa. No Brasil,
avaliando-se o efeito da pressão sobre a deriva em diferentes pontas hidráulicas em um túnel
de vento, Gandolfo et al. (2014) observaram aumento da deriva quando a pressão era
aumentada, para todos os pontas testados. A coleta de deriva foi feita em 5, 10 e 15 m do bico
e a 0,2; 0,4; 0,6; 0,8 e 1,0 m do chão do túnel de vento. Um extenso trabalho realizado
pela Spray Drift Task Force (SDTF) com 40 empresas de produtos químicos agrícolas, com
ensaios em campo e laboratório, tais como estudos em túnel de vento no Novo México e
Austrália, reafirmou o o fato de deriva em pulverizações ser afetado por condições
meteorológicas, pela posição do ponta e pelo tamanho de gota (HEWITT et al., 2002)1. Além
disso, Fritz et al. (2014)1, compararam os resultados de tamanho de gota para um conjunto de
bicos, em três diferentes laboratórios com túneis de vento, sendo dois nos Estados Unidos, no
Texas e Nebraska, e um na cidade de Gatton, na Austrália. Os resultados
mostraram diferenças mínimas entre os túneis de vento, comprovando a concordância entre
laboratórios e túneis de vento. Conduzindo ensaios de potencial de deriva em um túnel de
vento, Dorr (2009)1, mostrou que com o aumento da temperatura e a diminuição da umidade
relativa, a deriva foi maior sob mesma velocidade do vento (7,2 km h-1). Além disso, em outra
parte do estudo, o aumento da velocidade do vento (3,6; 7,2 e 14,4 km h-1), em temperaturas
constantes e a umidade, aumentou o potencial de deriva. Comumente, o potencial de deriva

12
1
Trad. por: Pedro H. U. Ferreira
pode ser medido através de um algoritmo computacional ou equação que represente as perdas
de pulverização no campo ou no laboratório (ISO, 2005)1.

A mensuração do potencial de deriva é importante para avaliar pulverizações agrícolas


segundo as condições e características atuantes, tais como clima, ponta hidráulica, calda do
tanque e tamanho de gota. Segundo a ISO (2004)1, a ocorrência de deriva em pulverizações
agrícolas pode levar a contaminações de áreas fora do alvo ou sensíveis a pesticidas, exigindo
uma classificação do pulverizador relacionando-o com o potencial de deriva produzido por
tal. Em uma revisão de literatura sobre vários estudos sobre deriva, Jensen e Olesen
(2014)1 comentam a existência de deriva seja o alvo o dossel de plantas ou o fruto por
exemplo. A ocorrência de deriva em pulverizações é, portanto, praticamente inevitável e o uso
da tecnologia de aplicação é a principal ferramenta maximizar a correta quantidade do
produto alvo. Algumas técnicas no manejo da deriva podem ajudar a minimiza-la como, por
exemplo, a redução altura da altura da barra do pulverizador, redução de pressão de trabalho,
aumento do volume de calda, o uso de barras protegidas e pontas de redução de deriva, tais
como pontas de indução de ar (BROWN et al., 2007)1.

3. Materiais e Métodos

O estudo foi conduzido no laboratório e túnel de vento do Centro de Aplicação de


Pesticidas e de Segurança (Centre for Pesticide Application and Safety - CPAS) da
Universidade de Queensland, Gatton, QLD, na Austrália. O túnel de vento apresenta
uma ventilador centrífugo de 0,9 m e 75 kW de potência. A filtragem externa de secção é
serve para a remoção de contaminantes e resíduos. O fluxo de do ar no interior do túnel de
vento cria um padrão de fluxo laminar. Duas principais secções do túnel de vento, de acordo
com os requisitos do SDTF, foram utilizadas no presente estudo, com a capacidade de muda-
las quando necessário. A Figura 4 representa a planta do túnel de vento mostrando cada seção,
enquanto a Figura 5 mostra o lado interno e externo do túnel de vento. Uma secção quadrada
de 1 m x 1 m e 4 m de comprimento foi usada para mensurações de tamanho de gotas,
enquanto uma maior secção quadrada de 1,75 m x 1,75 m e 10 m de comprimento foi
utilizada para os ensaios de potencial de deriva.

13
1
Trad. por: Pedro H. U. Ferreira
Figura 4. Túnel de vento (CPAS). Fonte: Modificado de Dorr, 2009.

Figura 5. Seções internas e externas do túnel de vento.

3.1 . Avaliação de Vazão e Tamanho de Gotas

Oito pontas hidráulicas de indução de ar foram utilizadas (quatro modelos de pontas,


com duas vazões cada bico) e uma ponta de jato plano leque padrão. A repetição de pontas foi
realizada, sendo que três pontas de cada modelo foram selecionadas aleatoriamente e
posteriormente numeradas. Cada ponta numerada de cada modelo foi utilizada na medição do
tamanho de gotas. O teste de tamanho de gotas foi conduzido em três tratamentos, um com
uma tanque contendo glifosato (Roundup Power Max) com dose de 3 L ha-1. O segundo
tanque foi de glifosato a taxa de 7 L ha-1. O terceiro foi apenas água de torneira. Cada ponta
foi testada em diferentes pressões, variando de acordo com modelo do bico. No entanto,
todos os bicos foram testados nas máximas e mínimas pressões recomendadas por
cada fabricante, com uma pressão comum entre eles, a 400 kPa, exceto para a ponta de jato

24
plano tipo leque, a 300 kPa. A Tabela 3 ilustra cada ponta testada, os fabricante e as pressões
utilizadas enquanto a Figura 6 mostra os bicos utilizados.

Figura 6. Pontas utilizadas no experimento (esquerda acima): TTI11003; A TTI11004;


AVI11003; AVI11004; ADIA11003; ADIA11004; ULD12003; ULD12004 e XR11003.

Tabela 3. Pontas hidráulicas, fabricantes e a pressões utilizadas.


Ponta Fabricante Pressão Pressão Pressão
Mínima (kPa) Média (kPa) Máxima ( kPa)
ULD12003 Hypro 100 200, 400 800
ULD12004 Hypro 100 200, 400 800
AVI11003 Albuz 300 400 500
AVI11004 Albuz 300 400 500
A TTI11003 Spraying Systems 100 200, 400 700
A TTI11004 Spraying Systems 100 200, 400 700
ADIA11003 MagnoJet 200 400 800
ADIA11004 MagnoJet 200 400 800
XR11003 Spraying Systems - 300 -
Antes do teste de tamanho de gota, o volume de água foi coletado e medido por 30
segundos para cada modelo numerado, repetindo-o três vezes, a mesma pressão de 400 kPa,
e a 300 kPa para a ponta XR11003. O valor do volume coletado foi então convertido
para uma taxa de vazão em L min-1. Para cada modelo a taxa de vazão média foi calculada e,
em seguida, comparada com as vazões nominais fornecidas por cada fabricante. Além disso, o
percentual de diferença entre as vazões fornecidas e as reais foi calculado.

15
O espectro de tamanho de gotas foi medido por um instrumento de difração a laser,
Sympatec HELOS Vario (Figura 6), usando o as lentes R7 com leitura de partículas com
tamanho entre 18 a 3.500 µm. Uma barra flexível dentro da secção do túnel de vento de 1
metro quadrado com a ponta anexada na ponta foi utilizada. O bico foi espaçado 0,2 metros
do feixe de laser. Um sistema hidráulico movido por uma bomba hidráulica move a barra
verticalmente através da secção (para cima e para baixo) medindo todo o spray de
pulverização da ponta hidráulica. As caldas ficavam em cilindros com ar comprimido
com um sistema AirMac, o qual mantinha a pressão. Um manômetro calibrado com
capacidade de 2.500 kPa foi localizado próximo ao ponta no começo da barra e válvulas
solenoides foram usadas para abrir ou fechar o sistema de pulverização. Para as pressões de
700 e 800 kPa uma bomba de diafragma foi utilizado para atingir tais pressões. Antes de cada
pulverização, o ventilador interno e externo do túnel de vento era ativado. A velocidade do
ventilador interno foi mantida em 8 m s-1 (28,9 km h-1) circulando o ar e gotículas e para que
cada tamanho de gota fosse lido somente vez, simulando condições de campo.

Figura 7. Equipamento de difração a laser, HELOS Sympatec Vario.

Antes do inicio de cada pulverização, o sistema era ligado por um tempo afim de
limpar o sistema e garantir apenas a pulverização da calda selecionada. Cada procedimento no
laboratório e túnel de vento foi realizado com o uso de Equipamento de Proteção Individual
(EPI) e precauções de segurança.

Como pode ser observado na Figura 8, para iniciar a pulverização a abertura da


válvula solenoide por um interruptor na sala de controle é conduzida (A). Então, após a
ponta estabilizar a pressão e o padrão de pulverização (B) a barra com é deslocada
verticalmente (C), sendo controlada dentro da sala de controle; então, quando a barra começa
a mover-se, o sistema de laser é ativado através do software no computador (D) e medição da
16
gota se inicia (E). O movimento vertical da ponta garante o a análise de todo o jato da ponta
(F). Após medir as gotas em um movimento vertical (para cima ou para baixo), o laser
enviado os dados diretamente para o software Sympatec através de cabos de fibra óptica
conectados ao computador dentro da sala de controle (G). Em seguida, os dados eram
apresentados em tamanho de gota mostrando valores de DV0,1, DV0,5, DV0,9 e gotas menores
do que 100 µm (Figura 9). Depois de receber os dados no software, a válvula solenoide era
fechada, parando a pulverização da ponta (H).

Figura 8. Organograma da medição de tamanho de gotas, iniciando pela abertura da válvula


solenoide (A); ponta pulverizando (B); movimento da barra (C); laser software (D); medição
das gotas (E); padrão de medição (F); resultados de dados no software (G) e fechamento da
válvula solenoide fechar (H).

Além disso, cuidados foram tomados para evitar qualquer espirro ou sujeira nas lentes
do laser, tal como posicionar as pontas em um ângulo de modo que não pulverize nada sobre
as lentes. Além disso, regularmente a recalibração do laser foi feita, garantindo uma precisa
medição.

17
Figura 9. Curva de tamanho de gotas do software Sympatec com os parâmetros dentro da
caixa: DV0.1, DV0,5, DV0,9 e V<100 (gotas menores que 100 µm).

Cada repetição de medida de gotas disponibilizava o DV0,1, DV0,5, DV0,9 e a


porcentagem de gotas menores que 100 µm (< 100 µm). Três repetições foram
realizadas para cada ponta. Se a caso a repetição fosse extremamente incompatível com
resultados anteriores, certos procedimentos eram tomados, como por exemplo, a
verificação do nível dos cilindros, a recalibração do laser e ou a limpeza da lente do laser.

A avaliação de tamanho de gotas foi organizada em várias diferentes sequencias e


estudos. O primeiro estudo foi a comparação entre pontas com o herbicida glifosato a 3 L ha-1,
analisando-se os parâmetros, como, por exemplo, a porcentagem de gotas susceptíveis a
deriva. A segunda comparação entre pontas foi o estudo da relação entre tamanho de gotas de
pontas variando o tipo de ponta de acordo com sua vazão (pontas 03 e 04). Em terceiro lugar,
cada bico foi pulverizado nas mínimas e máximas pressões recomendadas pelos fabricantes e,
em seguida, em comparadas entre si. Ainda, diferenças no tamanho de gotas de duas caldas,
18
uma com glifosato e outra apenas com água foram analisadas e comparadas. Finalmente, duas
doses de glifosato (3 L ha-1 e 7 L ha-1) foram então comparadas observando a influência no
tamanho de gotas. As condições em laboratório e túnel de vento durante os testes foram sob
temperatura abaixo de 25oC e umidade relativa de 55%. Todos os resultados foram analisados
estatisticamente por análise estatística no Software (SASTM) com os relevantes resultados
encontrados apresentados a seguir..

3.2 . Potencial de Deriva em Túnel de Vento

Para avaliar o potencial de deriva de pontas de indução de ar, a secção de trabalho


utilizado no túnel de vento foi 1,75 m x 1,75 m x 10 m de comprimento. Primeiramente, a
ponta foi posicionada na direção do vento, bem ao centro do túnel a 0,6 m de altura do chão.
Para evitar respingos e espalhamento de gotas no chão, a base da secção é coberta com
gramado artificial. Dentro da seção, fios coletores de nylon foram posicionados em quatro
distâncias do bico (2, 3, 4 e 5 m). A 2 m de distância, os coletores foram colocados a cinco
alturas da chão (0,1, 0,2, 0,3, 0,4 e 0,5 m) e para as outras distâncias, apenas uma fio coletor
a 0,1 m de altura foi posicionado (Figura 10).

Figura 10. Seção de deriva com coletores colocados em quatro distâncias da ponta no sentido
do vento (2, 3, 4 e 5 m) e em cinco alturas (0,1, 0,2, 0,3, 0,4 e 0,5 m) do chão a 2 m do bico.

19
Todos as pontas de indução de ar foram testadas em duas pressões, uma pressão
comum de 400 kPa e uma maxima pressão recomendada por cada fabricante (Tabela 3). A
calda de pulverização do tanque foi glifosato (Roundup Power Max) a 3 L ha-1 com a adição
do marcador fluorescente Pyranine (D & C verde nº 8) a 0,4 g L-1. Para medir as condições
dentro túnel de vento, um anemômetro e sensores de temperatura e humidade sensores foram
posicionados perto da ponta antes de cada repetição. As medições foram realizadas durante as
horas mais quentes e chuvosos dias (entre 12:00 e 15:00 p.m.) garantindo altas temperaturas e
baixa umidade relativa. Com pouquíssimas exceções, todas as repetições foram realizadas em
semelhantes condições, com temperatura média de 29oC e umidade relativa do ar de
32%. Todas as réplicas tiveram semelhantes velocidades de vento (6,6 m s-1 ou 24 km h-1),
com variação máxima de 1 m s-1 (3,6 km h-1). Além disso, o desvio padrão foi usado para
mostrar as diferenças de dados nos tratamentos. A pulverização era controlada por sistema
de abertura e fecho automático de válvulas na seção, com um tempo de pulverização de 10
segundos. Posteriormente, os fios coletores foram coletados após cinco minutos, garantindo
completo secamento de cada coletor. Com a ajuda de outra pessoa, cada fio coletor de cada
repetição foi colocado dentro de um saco de plástico propriamente identificado (Figura
11). Entre ensaios, cada saco plástico contendo os fios coletores foi colocado dentro de
um congelador os protegendo de evaporação e degradação pela luz do dia.

Figura 11. Saco plástico numerado com fio coletor, mostrando número da repetição e posição
dentro da seção.
20
Os sacos plásticos foram, em seguida, preenchidos com 70 ml de água deionizada e
agitados para completa lavagem do marcador fluorescente de cada coletor. Então, tubos de
ensaio de 6 ml foram preenchidos com o líquido de dentro do saco e, em seguida, analisados
em um espectrofotômetro de fluorescência, Sequoia Turner ( Figura 12).

Figura 12. Tubo de ensaio contendo solução (glifosato + marcador fluorescente + água
destilada) para ser analisado no espectrofotômetro de fluorescência.

Os valores obtidos foram então colocados em uma planilha no Microsoft ExcelTM.


Informações como vazão de cada ponta, tempos de pulverização, concentração de marcador
fluorescente e quantidade de água para a diluição, foram utilizados para conversão de valores.
A concentração de marcador fluorescente foi então convertida em % do total emitido,
porcentagem de deriva. Foram obtidos resultados de deriva apenas a 2 m de distância
da ponta. Em 3, 4 e 5 m de distância da ponta, estimou-se o depósito de pulverização em cada
coletor. Todos os resultados foram analisados estatisticamente por análise estatística no
Software (SASTM) e os resultados são apresentados a seguir.

21
4. Resultados e Discussão

4.1 . Vazão

Os resultados de vazão para cada ponta foram calculados em L min-1 a 400 kPa para
pontas de indução de ar e a 300 kPa para o jato plano leque. Cada valor foi comparado, como
a vazão nominal e a real e então calculado a diferença entre os valores, em porcentagem. A
vazão nominal fornecida pelo fabricante, a vazão real e a diferença entre ambas pode ser
observada na Tabela 4.

A ponta ULD120 teve um aumento consistente na vazão real em comparação com a


nominal para ambas as os modelos (pontas 03 e 04), com 2,45 e 2,65% de aumento. Uma
pequena diminuição foi encontrada para a ponta AVI11003, (menos de um por cento) e a
ponta 04 aumentou 1,83% em comparação com a vazão. A ponta TTI11003 teve maior
diferença de vazão para todos os bicos com 4,31% de diferença. Um pequeno aumento de
1,20% foi encontrado para o TTI11004. A ponta ADIA, 03 e 04, teve a menor diferença entre
vazão real e nominal. A ponta 03 teve vazão real exatamente igual a nominal e a ponta 04
aumento de 0,8 %. Sob pressão de 300 kPa, a ponta XR11003 teve um pequeno aumento de
0,45 % entre vazões.

Tabela 4. Vazão nominal e real (L-1) e diferença entre valores (%) para pontas de indução de
ar e jato plano leque padrão.
Ponta Pressão Vazão Nominal Vazão Real Diferença
kPa L min-1 L min-1 %
ULD12003 1,39 1,42 2,45
ULD12004 1,85 1,90 2,63
AVI11003 1,39 1,38 -0,70
AVI11004 1,85 1,88 1,83
400
A TTI11003 1,36 1,42 4,31
A TTI11004 1,82 1,84 1,20
ADIA11003 1,44 1,44 0,00
ADIA11004 1,88 1,89 0,80
XR11003 300 1.18 1,19 0,45

A verificação da vazão de pontas hidráulicas é importante para checar se o sistema de


pulverização está ajustado e calibrado de acordo com o necessário. A substituição da ponta
deve ser feita caso a vazão real seja mais que ou menos que 10% da vazão nominal (KITT,

24
2008)1. Geralmente, pontas com muitas horas de trabalho tendem a aumentar a sua vazão
devido à abrasão e aumento do orifício. Em geral, para as pontas testadas no presente estudo,
todos apresentaram uma consistente e baixa variação de vazão por fabricantes, onde a ponta
TTI11003 obteve maior diferença e a ponta AVI110 menor. Este resultado implica que
nenhuma das pontas teve vazão real igual à vazão nominal fornecida pelo fabricante -
exceto para a ponta ADIA11003.

Os usuários de produtos de pulverização, principalmente produtores e terceiros devem


estar cientes de que mesmo pontas novas, com zero horas de trabalho, não terão exatamente
mesma vazão do que a fornecida pelos fabricantes e, por isso, devem verificar e calibrar o
pulverizador antes de aplicações.

4.2. Tamanho de Gotas

A análise e a comparação do tamanho de gotas foram feitas de acordo com quatro


principais parâmetros, o DV0,1, DV0,5, DV0,9 em µm e gotas menores que 100 µm em
porcentagem do volume pulverizado. Os valores para estes parâmetros geralmente diferem
estatisticamente quando comparados; no entanto, relevância a respeito destas diferenças será
discutida.

4.2.1. Comparação com Glifosato em Concentração Padrão

Este tópico visa comparar e analisar as pontas estudadas, levando-se em


consideração o potencial de deriva de acordo com os tamanhos de gotas, especialmente as
mais propensas a deriva - ou seja, menor do que 100 µm - pulverizando uma calda com
glifosato a 3 L ha-1. A ponta XR11003 é a única ponta de jato leque padrão usada e foi
incluída no estudo para compará-la com pontas de indução de ar e afim de comparação com
diferentes estudos em que a mesma foi utilizada..

A primeira comparação foi entre as pontas hidráulicas na mesma pressão, 400 kPa,
exceto para a XR, a 300 kPa, conforme mostrado na Tabela 5. Embora estatisticamente
diferentes, os bicos ULD12003, ADIA11003 e AVI11003 apresentaram semelhantes valores
de DV0,1, DV0,5 e DV0,9, com uma pequena diferença entre os tamanhos gotas. No entanto, as
gotas menores que 100 µm só foram semelhantes entre os bicos ADIA11003 e AVI11003.
23
1
Trad. por: Pedro H. U. Ferreira
Ainda para gotas menores que 100 µm, a ponta ULD12003 apresentou valor menor do que
1%. A ponta TTI11003 apresentou os maiores tamanhos de gota para todas as categorias,
com um considerável aumento em DV0,1 e DV0,5 em comparação com os outros bicos, e
aumento ainda maior para DV0,9, com mais de 300 µm de diferença em relação a pontas
ULD12003, ADIA11003 e AVI11003. Além disso, a ponta TTI11003 apresentou o valor
mais baixo de gotas com risco de deriva, 0,25% do volume total. Por outro lado, a ponta XR a
300 kPa, diferiu em todas as categorias apresentando baixos valores de tamanho de gotas e
alto percentual de gotas menores que 100 µm, 12,41%. A Figura 13 ilustra a
diferença entre bicos para as categorias DV0,1, DV0,5 e DV0,9, mostrando um padrão comum
entre ULD12003, ADIA11003 e AVI11003; e valores mais elevados para a TTI11003 e mais
baixos para a XR11003. A porcentagem real do tamanhos de gota por ponta está disponível
na Figura 14 abaixo. É possível observar no gráfico uma parcela maior de gotas menores que
200 µm para a ponta XR11003 e os valores menores para as pontas de indução de ar . Na
Figura 14, é notório o aumento do percentual de gotas menores que 730 µm para essas
pontas, especialmente ULD12003, ADIA11003 e AVI11003, com cerca de 75% de gotas
abaixo de 730 µm. A ponta TTI11003 teve alto valor de gotas mais grossas que 730 µm,
cerca de 45%. A ponta XR11003 não produzir qualquer gota mais grossa que 730 µm.

Tabela 5. Comparação entre DV0,1; DV0,5; DV0,9 e valores de gotas menores que 100 µm (<
100) a pressão de 400 kPa para pontas de indução de ar e a 300 kPa de ponta padrão,
pulverizadas com glifosato (3 L ha-1

Glifosato Pressão DV 0,1 DV 0,5 DV 0,9 < 100 µm Classificação


Ponta
L ha-1 (kPa) µm µm µm %Vol.
TTI11003 400 305 a 661 a 1105 a 0,25 a UC
ULD12003 400 226 b 505 b 849 b 0,84 b XC
ADIA11003 3 400 224 b 474 c 840 b 1,47 c XC
AVI11003 400 203 c 452 d 778 c 1,58 d XC
XR11003 300 90 d 218 e 411 d 12,41 e M
Letras diferentes representam uma diferença estatística entre as pontas hidráulicas de acordo com método de
Tukey considerando α=0,05.

24
Figura 13. Comparação entre pontas de indução de ar para DV0,1; DV0,5 e DV0,9 a mesma
pressão (400 kPa), e a 300 kPa para a ponta XR.

Figura 14. Comparação da porcentagem do tamanho de gotas por pontas de indução de ar a


400 kPa e 300 kPa para ponta padrão de jato plano.

Como pode ser observado, as pontas de indução de ar apresentaram baixos valores de


gotas propensas a deriva a 400 kPa e glifosato a 3 L ha-1. A ponta que produziu menos gotas
com DMV abaixo de 100 µm foi a TTI11003, apresentando o menor risco de deriva em
comparação com outras pontas, com gotas ULTRA GROSSAS, enquanto as outras

25
produziram gotas EXTREMAMENTE GROSSAS. Ainda, os outros bicos resultaram em
baixas porcentagens de gotas propícias à deriva. A ponta XR11003, como já se esperava, não
produziu gotas grossas, mas apenas MÉDIAS, com alto risco de deriva. Tal ponta não deve,
portanto, ser usada em certas condições no qual gotas finas possam ser transportadas pelo
vento ou sofre evaporação.

4.2.2. Influência da Vazão

Para cada ponta de indução de ar, duas vazões foram utilizadas (pontas 03 e 04).
Ademais, a pressão padrão utilizada foi a mesma da seção anterior de 400 kPa para os bicos
de indução de ar.

Surpreendentemente, os resultados não mostraram uma correlação. O tamanho de


gotas parece não seguir um padrão. O aumento da vazão (de 03 para 04) não necessariamente
aumentou ou mesmo diminui a proporção do tamanho de gotas. As comparações foram feitas
primeiramente avaliando o tamanho de gotas de pontas de vazão 03 e, em
seguida, comparando os resultados com os tamanhos de gotas das pontas 04. Observando-se
a Tabela 6, o bico ADIA110 teve o tamanho de gotas reduzido quando comparado as pontas
03 com 04. Por conseguinte, a porcentagem de gotas menores que 100 µm aumentou 0,49 %.
Os bicos TTI110 e ULD120, por outro lado, aumentaram os tamanhos de gota em cerca de
100 µm para as categorias DV0,5 e DV0,9, com a ponta TTI110 tendo um aumento de cerca de
250 µm e a ULD120 de 141 µm. Entretanto, a ponta AVI110 basicamente manteve o mesmo
tamanho de gota. A Figura 15 mostra o padrão irregular entre tamanho de gotas e diferente
vazão de pontas (03 e 04).

Tabela 6. Comparação do tamanho de gotas, porcentagem de volume de gotas menores que


100 µm e a diferenças a diferentes vazões.

Vazão Pressão DV 0,1 DV 0,5 DV 0,9 < 100 µm Diferença Classificação


Ponta
kPa µm µm µm %Vol.
ADIA110 03 400 224 505 849 1,47 XC
0,49
ADIA110 04 400 201 463 810 1,96 XC
AVI110 03 400 203 452 778 1,58 XC
0,01
AVI110 04 400 203 455 786 1,68 XC
A TTI110 03 400 305 661 1105 0,24 UC
- 0,06
A TTI110 04 400 340 776 1351 0,18 UC
ULD120 03 400 226 474 840 0,83 XC
-0,47
ULD120 04 400 287 585 981 0,36 XC
26
Figura 15. Comparação do DV0,5 para pontas de indução de ar em duas vazões, 03 e 04, a
pressão de 400 kPa, e tanque com glifosato a 3 L ha-1.

No entanto, mesmo com a falta de uniformidade nos resultados, a diferença entre


valores de gotas menores que 100 µm foram baixas, menos de 0,5% de todos os bicos.
Portanto, para as pontas de indução de ar, a alteração da vazão, de 03 a 04, não diferenciou a
quantidade de gotas propícias à deriva, mantendo baixos valore a 400 kPa de pressão para
todos as pontas testadas . Em todos os casos, o máximo de apenas 2% do volume com gotas
menores que 100 µm não é considerado um alto risco da deriva.

4.2.3. Influência da Pressão

No presente estudo cada ponta foi testada em duas pressões, as mínimas e máximas
recomendadas pelos fabricante de cada ponta. Os resultados a pressão média e comum
entre pontas (400 kPa), foi anteriormente apresentado; no entanto, será útil na análise do
gráfico, mostrando o comportamento do tamanho de gotas de acordo com alterações na
pressão. A calda de pulverização foi glifosato a 3 L ha-1. A ponta XR11003 foi usada somente
sob uma pressão (300 kPa) em ambas as situações, para fins de comparação.

Os tamanhos de gotas produzidos em baixas pressões para cada bico resultou em


consideráveis diferenças entre pontas. Todas as pontas de indução de ar produziram gotas
mais grossas do que e as produzidas pela ponta XR11003, com a seguinte sequência de
tamanho de gotas: XR<AVI<ADIA<ULD< TTI. Observando a Tabela 7, a ponta TTI11003
27
produziu o dobro do tamanho de gotas em relação à ponta AVI11003. A produção de gotas
mais grossas produzidas pelas pontas TTI1103 e ULD12003 em comparação com
ADIA11003 e AVI11003, pode ser explicada devido a mais baixas pressões das duas
primeiras pontas. Em outras palavras, as pontas TTI11003 e ULD12003 possuem baixa
pressão mínima (100 kPa), enquanto a ADIA11003 e AVI11003 têm maior pressão mínima
(200 e 300 kPa respectivamente). Além disso, a ordem do tamanho de gotas para cada
parâmetro analisado é mostrada na Figura 16. A ponta TTI11003 produziu as gotas mais
grossas enquanto a ponta XR11003 as mais finas.

Tabela 7. Comparação do tamanho de gotas e porcentagem do volume de gotas menores que


100 µm entre pontas a pressão mínima recomendada por cada fabricante.
Classificação
Ponta Glifosato Pressão DV 0,1 DV 0,5 DV 0,9 < 100 µm
L ha-1 (kPa) µm µm µm %Vol.
TTI11003 100 530 a 1019 a 1460 a 0a UC
ULD12003 100 417 b 770 b 1175 b 0a UC
ADIA11003 3 200 313 c 666 c 1065 c 0,33 b UC
AVI11003 300 233 d 508 d 853 d 0,97 c XC
XR11003 300 90 e 218 e 411 e 12,41 d M
Letras diferentes representam uma diferença estatística entre as pontas hidráulicas de acordo com método de
Tukey considerando α=0,05.

Figura 16. Comparação do tamanho de gotas entre pontas na pressão mínima recomendada
por cada fabricante.
28
Nas máximas pressões para cada ponta, uma similar e uniforme resposta pode ser
encontrada, em comparação com as pressões mínimas. Apenas a ponta TTI11003 e a
XR11003 tiveram resultados contrastantes, com a TTI11003 tendo o maior tamanho de gotas
e XR11003 o menor. Por outro lado, as pontas AVI11003, ADIA11003 e ULD12003 tiveram
similares tamanho de gotas. Mesmo diferindo estatisticamente, a maior diferença entre DMVs
foi de apenas 62 µm, não representa uma grande e real diferença em termos práticos (Tabela
8). Além disso, a Figura 17 ilustra essa relação, mostrando um padrão similar para as pontas
de indução de ar, exceto para a TTI11003 e XR11003
A porcentagem de gotas menores que 100 µm aumentaram de quase 0% em baixas
pressões para 1% a pressão média, não representando um risco de deriva em ambos os
casos. Por outro lado, a diferença de pressão média em relação a pressão máxima foi, em
média, de 1% para 2% em altas pressões. Portanto, este percentual de aumento não
representou, também, um elevado risco de deriva em recomendada condições de pulverização
quando comparados com a ponta de jato plano leque padrão com 12,41% de gotas menores
que 100 µm a baixa pressão de 300 kPa.

Dos diferentes resultados nas três pressões, conclui-se que, nas pressões
recomendadas, todos os bicos de indução de ar testados não produzem altos níveis de
gotículas propensos à deriva. A ponta TTI11003 produziu a menor percentagem, 1% a 700
kPa e a ULD12003 apresentou a mais elevada, quase 2,8% de gotas mais suscetíveis a deriva.

Tabela 8. Comparação do tamanho de gotas e porcentagem do volume de gotículas menores


que 100 µm entre os pontas a pressão máxima recomendada por cada fabricante.
Classificação
Ponta Glifosato Pressão DV 0,1 DV 0,5 DV 0,9 < 100 µm
L ha-1 (kPa) µm µm µm %Vol.
TTI11003 700 236 a 578 a 1108 a 1,03 a XC
AVI11003 500 193 b 432 b 749 b 1,91 b XC
ADIA11003 3 800 181 c 418 b 707 c 2,38 c VC
ULD12003 800 160 d 370 c 700 c 2,83 d VC
XR11003 300 90 e 218 d 411 d 12,41 e M
Letras diferentes representam uma diferença estatística entre as pontas hidráulicas de acordo com método de
Tukey considerando α=0,05.

29
Figura 17. Comparação do tamanho de gotas entre pontas na pressão máxima recomendada
por cada fabricante.

Por fim, o gráfico mostrado na Figura 18 representa o DV0,5 para cada ponta de
indução de ar ao longo das três pressões utilizadas, a mínima, média e máxima recomendada
por cada fabricante. Neste caso, apenas o DV0,5 é apresentado, pois os outros parâmetros
comportamentais (DV0,1 e DV0,9) apresentaram mesma tendência. Em geral, com o aumento
de pressão, ocorre a diminuição do tamanho de gotas formadas. Exceto a pressão média (400
kPa), cada pressão mínima e máxima diferia entre pontas. No entanto, mesmo com essa
diferença, os bicos ULD12003, ADIA11003 e AVI11003 resultaram em pequena diferença no
tamanho de gotas, especialmente nas pressões médias e máximas. A ponta TTI11003, no
entanto, para todas as pressões e parâmetros utilizados (DV0,1, DV0,5 e DV0,9) apresentou
valores superiores.

Além disso, a gama de pressões permitida em cada ponta é importante. Uma


ampla faixa de pressão permite que usuários possam pulverizar com o mesmo bico em
diferentes pressões dependendo do volume de aplicação a ser utilizado. Especialmente quando
o pulverizador apresenta um controlador de pressão. Com esses controladores é possível
manter volume de aplicação constante independente da velocidade de trabalho, controlando a
vazão das pontas hidráulicas através da regulagem de pressão. Como mostrado anteriormente
30
na Tabela 3, a faixa de pressão da ponta ULD12003 é de 100 a 800 kPa, AVI11003 de 300 a
500 kPa, TTI11003 vai de 100 a 700 kPa e, finalmente a ponta ADIA11003 de 200 a 800 kPa.
Não considerando a ponta AVI11003 que apresenta curto faixa, apenas três pressões, as
pontas de indução de ar tem ampla faixa de pressão, com a ULD12003 apresentando a maior.

Figura 18. Comparação entre pontas de indução de ar, do tamanho de gotas usando DV0,5 a
pressões mínimas (min), média (med) e máximas (max) recomendadas por cada fabricante.

4.2.4. Comparação entre Água e Glifosato

Muitos ensaios e estudos, na área de tecnologia de aplicação, são conduzidos com


apenas pulverização de água. Além disso, fabricantes de pontas hidráulicas, a ASABE, e a
BCPC, classificam pontas de pulverização utilizando água nos experimentos. Com o objetivo
de comparar o presente trabalho com outros estudos em que somente água foi utilizado, a
mensuração do tamanho de gotas com água foi feita nas mesmas condições que as
pulverizações com glifosato a 3 L ha-1. Além disso, o tamanho de gotas entre tratamentos
(somente água e glifosato a 3 L ha-1) foi comparado. O número de gotas mais finas do que
100 µm também foi avaliado.

A Tabela 9 abaixo mostra os valores para todas as pontas e tratamentos (água e tanque
com glifosato). Certa variabilidade nos tamanhos de gotas entre tratamentos pode ser
observada, no entanto, sem grandes variações. A diferença máxima de 78 µm e mínima de
5 µm entre os tratamentos não representa grandes diferenças reais. Como observado por
31
Hewitt et al. (2009)1, em geral, o tamanho de gotas é maior em tanques com somente água, do
que com produto, no caso glifosato. No entanto, a ponta ULD12003 surpreendentemente,
apresentou comportamento diferente, com o tamanho de gotas aumentando com a adição
do herbicida no tanque. Por outro lado, a Figura 19 ilustra a diferença de tamanho de gotas
para ambos os tratamentos, mostrando o comum comportamento do tamanho de gotas
diminuindo com glifosato, exceto para a ponta ULD12003.

Tabela 9. Diferenças entre DV0,1; DV0,5; DV0,9 e porcentagem de gotas menores que 100 µm
entre caldas (água; glifosato), a pressão de 400 kPa para pontas de indução de ar e
300 kPa para XR.
Classificação
Ponta Glifosato Pressão DV 0,1 DV 0,5 DV 0,9 < 100 µm Diferença
L ha-1 (kPa) µm µm µm %Vol.
ADIA11003 Água 400 258 555 894 0,70 XC
0,77
ADIA11003 Glifosato 400 224 505 848 1,47 XC
AVI11003 Água 400 241 520 833 0,98 XC
0,59
AVI11003 Glifosato 400 203 452 778 1,58 XC
ULD12003 Água 400 213 447 762 1.13 XC
-0,29
ULD12003 Glifosato 400 226 474 840 0,84 XC
TTI11003 Água 400 314 667 1082 0,20 UC
0,05
TTI11003 Glifosato 400 305 661 1105 0,25 UC
XR11003 Água 300 108 237 406 8,19 M
4,22
XR11003 Glifosato 300 90 218 411 12,41 M

Figura 19. Diferenças do tamanho de gotas usando DV0,1, DV0,5 e DV0,9 entre duas caldas,
uma apenas água (A) e outra com glifosato (G) a 3 L ha-1.

39
1
Trad. por: Pedro H. U. Ferreira
Com o tamanho de gotas decrescendo, a porcentagem de gotas menores que 100 µm
aumentaram. No entanto, as pontas de indução de ar mostraram baixas diferenças em relação
à porcentagem de gotas menores que 100 µm entre os tratamentos, ambos com baixo
potêncial para deriva. Surpreendentemente, para a ponta XR11003, mesmo com mínimas
diferenças entre os tamanhos de gotas, o número de gotas menores que 100 µm aumento da
do tratamento com água para o com o herbicida glifosato, de cerca de 8% do volume total,
para 12,4%. Neste caso, estudos usando água em pulverizações devem considerar uma
diferença com o uso de glifosato, no tamanho de gotas FINAS, principalmente as gotas
menores que 100 µm. Esta variação ocorreu devido ao fato de que a ponta produz gotas
finas (10% do volume, DV0,1, são gotas menores que 108 µm) e mesmo uma pequena
diminuição no tamanho de gotas irá abaixar o valor de gotas menores que 100 µm, neste caso,
a DV0,1 passou de 108 µm para 90 µm.

4.2.5. Diferenças de Tamanho de Gotas entre Doses de Glifosato

Esta seção avaliou a influência de diferentes doses de glifosato sobre o tamanho de


gotas. Pelo fato do herbicida glifosato ter amplo espectro de plantas alvo, diferentes doses
podem ser utilizadas para variados usos. Este estudo comparou a influencia de duas doses do
produto no tamanho de gota, utilizando doses de 3 L ha-1 e 7 L ha-1. Ambas as concentrações
de produtos foram escolhidas propositalmente para ver a comparar doses ‘’padrões’’ (3 L ha-
1
) e altas doses (7 L ha-1). A mesma pressão de 400 kPa foi usada para as pontas de indução de
ar e 300 kPa para a ponta XR11003.

A Tabela 10 mostra o principal comportamento do aumento da dose de


glifosato, reduzindo o tamanho de gotas e, consequentemente, aumentando a porcentagem de
gotas suscetíveis à deriva. No entanto, para as pontas ULD12003 e TTI11003, o DV0,9,
apresentou gotas com maior diâmetro, especialmente a ponta TTI11003, que produziu gotas
de 1060 µm com 3 L ha-1 e passou a produzir gotas de 1301 com 7 L ha-1, representando um
aumento de 241 µm. Apesar de todas estas variações de tamanho de gotas, a porcentagem de
gotas propícias à deriva não representaram reais riscos. A maior variação do percentual para
as pontas de indução de ar foi com a ponta AVI11003, com apenas 1% de variação. As
características de baixa deriva para cada ponta não mudaram com o aumento da dose de
glifosato. A Figura 20 representa as variações de acordo com o tamanho de gota de cada
tratamento.
33
Tabela 10. Diferenças entre DV0,1; DV0,5; DV0,9 e gotas <100, a pressão de 400 kPa.
Classificação
Ponta Glifosato Pressão DV 0,1 DV 0,5 DV 0,9 < 100 µm Diferença
L ha-1 (kPa) µm µm µm %Vol.
ADIA11003 3,0 400 223 500 840 1,43 XC
0,34
ADIA11003 7,0 400 207 478 836 1,77 XC
AVI11003 3,0 400 203 447 763 1,50 XC
1,08
AVI11003 7,0 400 178 417 741 2,58 VC
ULD12003 3,0 400 224 469 833 0,86 XC
0,17
ULD12003 7,0 400 221 474 887 1,03 XC
TTI11003 3,0 400 297 632 1060 0,26 UC
0,44
TTI11003 7,0 400 260 664 1301 0,70 UC
XR11003 3,0 300 90 218 411 12,41 M
1,23
XR11003 7,0 300 87 213 419 13,64 M

Figura 20. Influência de duas doses de glifosato (3 e 7 L ha-1) no tamanho de gotas usando
três parâmetros, DV0,1, DV0,5 e DV0,9 a 400 kPa para bicos de indução de ar e 300 kPa para a
ponta XR.

Esses resultados mostram que mudanças na dose do herbicida glifosato não alteraram as
características das pontas de indução de ar. Os bicos continuaram a produzir
gotas MUITO GROSSAS á ULTRA GROSSAS, mantendo um baixo potencial de deriva,
com menos de 3% das gotas propensos à deriva. Em outras palavras, se uma pulverização do
herbicida glifosato é feita utilizando doses de 3 ou 7 L ha-1, em condições de pulverização

34
para tais pontas, teoricamente, no campo, as características da ponta deverão permanecer a
mesma.

4.3. Potencial de Deriva

Entre as pontas testadas na secção de potencial de deriva sob condições não


recomendáveis de pulverização (6,6 m s-1 ou 24 km h-1 de velocidade de vento, temperatura
de 29oC e UR% de 32%), e pressão de 400 kPa, a ponta TTI11003 apresentou menor
potencial de deriva (aproximadamente 6,5% do volume emitido a 2 m da ponta). As pontas
AVI11003 e ADIA11003 apresentaram valores semelhantes entre si e próximos também da
ponta TTI11003, 7% e 7,5 %, respectivamente. Além disso, ambos os bicos de indução de ar
(TTI, AVI e ADIA) não diferiram estatisticamente. Por outro lado, a ponta ULD12003 diferiu
das outras (Tabela 11). Esta ponta produziu elevado potencial de deriva a 2 m da ponta,
13,8%, mais do que o dobro do valor da ponta TTI11003 (Figura 21). O erro padrão é
representado pelas barras de erros em cada gráfico e é importante para mostrar a variação
de cada tratamento, embora pequenas.

Tabela 11. Comparação do potencial de deriva a 2 m para pontas de indução de ar, a pressão
de 400 kPa, mostrando a classificação de pulverização de acordo com o tamanho de gotas.
Classificação
Pressão Potencial de Deriva
Ponta
(kPa) (%)
TTI11003 400 6,47 a UC
AVI11003 400 7,04 a XC
ADIA11003 400 7,46 a XC
ULD12003 400 13,84 b XC
Letras diferentes representam uma diferença estatística entre as pontas hidráulicas de acordo com método de
Tukey considerando α=0,05.

A mesma tendência foi observada entre todas as pontas no que diz respeito ao depósito
a 2 m da ponta, entre diferentes alturas. Para todas as pontas, os mais altos depósitos de
marcador fluorescente foram encontrados nos fios coletores de baixo, diminuindo o deposito à
medida que a altura é aumentada. A 0,1 m de altura o fio coletor apresentou os maiores
valores, enquanto a 0,5 m (mesma altura da ponta) apresentou os menores depósitos (Figura
22). Além disso, diferenças na deposição foram observadas, também, entre entre os coletores
colocados em diferentes distâncias da ponta (2, 3, 4 e 5 m) ambas a 0,1 m acima do chão do

35
túnel. Quanto mais próximo o fio coletor, maior foi a deposição de marcador fluorescente. Os
fios à 2 m apresentaram maior depósito do que à 3, 4 e 5 m como mostra a Figura 22.

Além disso, comparou-se os valores de potencial de deriva a 2 m com os tamanhos de


gota e porcentagem de gotas menores que 100 µm a mesma pressão de 400 kPa. Foi possível
correlacionar os resultados (tamanhos de gota e potenciais de deriva). A ponta que produziu
gotas ULTRA GROSSAS e menor quantidade de gotas propícias a deriva, a TTI11003, teve
o menor potencial de deriva. Além disso, a AVI11003 e a ADIA11003 tiveram
mesmas qualidade de pulverização (EXTREMAMENTE GROSSAS) e valores próximos de
quantidades de gotas consideradas favoráveis à deriva. Por outro lado, a ponta ULD12003
apresentou diferente comportamento. O tamanho de gotas produzido por tal ponta é
EXTREMAMENTE GROSSA, e teve a segunda menor porcentagem de gotas propensas à
deriva. Supostamente, esta ponta deveria ter baixo porcentagem de potencial de deriva; no
entanto, a ponta ULD12003 apresentou o mais alto potencial de deriva.

Figura 21. Deriva (%) a 2 m da ponta hidráulica a pressão média (400 kPa). As barras de erro
representam o desvio padrão.

36
Figura 22. Depósito de pulverização (µL L-1) nos coletores acima do chão (m) a 2 m da ponta
e depósito (µL L-1) dos coletores no sentido do vento (m) da ponta. As barras de erro
representam o desvio padrão.

37
O potencial de deriva nas máximas pressões tiveram comportamento semelhante às
pressões medias de 400 kPa (Figura 23). Cada pressão máxima foi recomendada de acordo
com cada fabricante. Justamente como a 400 kPa, o valor de potencial de deriva mais baixo
nas máximas pressões a 2 m da pontas foi para o TTI11003 a 700 kPa, com 7,4% do volume
total emitido. A ponta AVI11003 a 500 kPa teve a segunda menor variação entre os bicos;
8,9%; seguido da ADIA11003 a 800 kPa, com 10% de potencial de deriva em 2 m. A ponta
ULD12003 produziu a maior porcentagem de potencial de deriva, também para a máxima
pressão; 14,9 %. A Tabela 12 mostra os valores e as diferenças estatísticas e bem como a
classificação do tamanho de gotas de cada ponta.

Tabela 12. Comparação do potencial de deriva a 2 m para pontas de indução de ar, a pressões
máximas para cada ponta, mostrando a classificação de pulverização de acordo com o
tamanho de gotas.
Potencial de Classificação
Pressão
Ponta deriva
(kPa) (%)
ATTI11003 700 7,40 a XC
AVI11003 500 8,94 b XC
ADIA11003 800 10,01 b VC
ULD12003 800 14,90 c VC
Letras diferentes representam uma diferença estatística entre as pontas hidráulicas de acordo com método de
Tukey considerando α=0,05.

Figura 23. Deriva (%) a 2 m da ponta hidráulica a pressões máximas. As barras de erro
representam o desvio padrão.

38
Assim como o ensaio de potencial de deriva a 400 kPa, o teste a altas pressões
também foi comparado com os tamanhos de gota previamente mensurados. A ponta
TTI11003 que produziram gotas EXTREMAMENTE GROSSAS TEVE o menor percentual
de gotas sujeitas à deriva. A AVI11003 também produziu gotas EXTREMAMENTE
GROSSAS. As pontas ADIA11003 e ULD12003 apresentaram qualidade de pulverização de
gotas MUITO GROSSAS, com a ULD12003 produzindo 16% gotas favoráveis a deriva do
que a ADIA11003. Mesmo com maior porcentagem de gotas menores que 100 µm, o
resultado de potencial de deriva da ponta ULD12003 a 800 kPa foi muito superior do que o
esperado, considerando os parâmetros de tamanho de gotas (DV0,1, DV0,5, DV0,9 e
porcentagem de gotas propícias a deriva). Tais diferenças, em ambas as pressões (400 kPa e
800 kPa) pode ser consequência do ângulo do leque pulverização da ponta ou diferente
velocidade das gotas. Todos os outros bicos, exceto o ULD12003, têm um ângulo de
pulverização de 110º, enquanto este tem um maior ângulo, 120o. O aumento do ângulo pode
alterar o a distribuição padrão de depósito e, por conseguinte, a quantidade de produto
coletado pelos fios de nylon. Dorr (2009)1 menciona três estudos avaliando o padrão de
pulverização e distribuição entre fios coletores em diferentes alturas diferentes em túnel de
vento (i.e. HOLTERMAN et al., 1997; GHOSH; HUNT, 1998; PARKIN; WHEELER,
1996)1. Além disso, a diferença de velocidade de gotas é outra provável causa. A ponta
ULD12003 possui menor câmara de mistura do líquido em seu interior, em comparação com
as outras pontas, como possível observar na Figura 6.

A mesma tendência de depósito de corante, como observado no tratamento a pressões


media, foi observada a máximas pressões (Figura 24). A deposição foi maior nos coletores
inferiores (mais próximo ao chão do túnel). As alturas de 0,5 m tiveram menor depósito
enquanto a 0,1 m do chão maior, exceto para o bico ULD12003. Além disso, os coletores
colocados próximos à ponta tiveram altos depósitos, com maior concentração de corante
fluorescente a 2 m e menor a 5 m da ponta. O bico ULD12003 apresentou considerável
variação nos resultados obtidos considerando o desvio padrão (barras de erros), especialmente
para as alturas de 0,2 e 0,1 m. Porém se observarmos a Figura 25, é possível verificar que o
potencial de deriva a 2 m ainda é alto, com pouca variação.

39
1
Trad. por: Pedro H. U. Ferreira
Figura 24. Depósito de pulverização (µL L-1) nos coletores acima do chão (m) a 2 m da ponta
e depósito (µL L-1) dos coletores no sentido do vento (m) da ponta. As barras de erro
representam o desvio padrão.
40
As comparações entre pontas para cada valor de potencial de deriva a 2 m, a média e
máxima pressão é disponível na Figura 25. Uma uniforme e constante tendência foi
observada para todas as pontas. Quando o aumento da pressão aumentou-se a percentagem do
potencial de deriva. No entanto, para algumas pontas, durante a medição de gotas, o potencial
de deriva foi superestimado. A ponta TTI11003, por exemplo, durante os testes de tamanho de
gotas, formou 0,25% de gotas favoráveis a deriva a 400 kPa. Ainda, a 700 kPa produziu 1%,
um valor 4 vezes maior. No entanto, a porcentagem do potencial de deriva aumentou menos
de 1%, passando de 6,5% para 7,4%. A ponta ULD12003 aumentou em 1% sua porcentagem
do potencial de deriva. A ponta AVI11003 aumentou de 7% para 8,9 %, enquanto a
ADIA11003 aumentou 2,5% seu valor, de 7,5% para 10% do potencial de deriva.

Figura 25. Comparação dos valores de deriva a 2 m da ponta hidráulica entre pressões médias
e máximas. As barras de erro representam o desvio padrão.

Estas porcentagens do potencial de deriva e tendências de deposição em sentido do


vento são importantes para compreender e comparar pontas de pulverização e suas respostas
em determinadas condições. Os resultados não devem, porém, serem extrapolados para
situações reais de pulverização devido a diferenças entre o túnel de vento e condições de
campo. Diferenças como direções do vento, velocidade, temperatura e umidade, número de
bicos em toda a barra, velocidade de trabalho entre outros fatores influenciam aplicações de
pulverização em situações reais de aplicação.

41
Contudo, o presente estudo é importante para comparar as pontas de indução de ar,
quanto ao seu potencial de deriva e ter uma ideia do desempenho anti-deriva, sob condições
de pulverização consideradas inapropriadas como em ambiente quente, seco e com alta
velocidade de vento. A ponta TTI11003 produziu o menor potencial de deriva enquanto a
ponta ULD12003 o maior.

5. Conclusão

Procurando comparar diferentes pontas de indução de ar com relação ao tamanho de


gotas e diferenças de potencial de deriva, este estudo foi realizado em vários etapas para
validar semelhanças, variações e riscos de deriva entre as pontas. Em geral, observou-se que
as diferenças em tamanhos de gota sempre acontecerá entre diferentes pontas, não
importando se comparadas sob mesmas condições ou não, tal como mesma concentração de
produto, vazão da ponta ou pressão.

As vazões reais das pontas variaram de acordo com as vazões nominais fornecidas
pelos fabricantes. A ponta ADIA11003 foi uma exceção, apresentando mesma taxa de vazão.
A máxima diferença foi observada com a ponta TTI11003 com um aumento de 4.31% do
valor real com o nominal. Os resultados comprovam que exatos valores de vazão entre
nominal e real, são improváveis, e por isso usuários devem verificar tal precisão. Além disso,
os fabricantes de pontas de pulverização deveriam informar seus clientes sobre tal provável
diferença.

Os testes de tamanho de gotas foram realizados comparando pontas de indução de ar


em diferentes condições. A primeira condição testada foi o teste sob glifosato em dose padrão
e comum entre pontas, apresentando, no geral, baixo percentual de gotas propensas à deriva.
Todos os bicos de indução de ar formaram gotas com baixo risco de deriva, tendo a ponta
TTI11003 o menor risco. Por outro lado, a ponta XR11003 apresentou elevado risco de
deriva, com até 12% de gotas menores que 100 µm.

A diferença no tamanho de gotas para diferentes vazões de pontas (03 e 04) não
resultou em valores concisos e consistentes para todas as pontas. Quando analisados os
valores de pontas de vazão 03 para pontas 04, algumas aumentaram o tamanho de gota e
diminuíram o número de gotas favoráveis a deriva (pontas TTI e ULD). Entretanto, a ponta
ADIA apresentou o resultado oposto enquanto a ponta AVI basicamente manteve os mesmos

42
valores entre vazões. No entanto, todas as pontas não apresentaram consideráveis mudanças
nas gotas com risco de deriva, mantendo os baixos valores.

Quando se comparado a influência de diferentes pressões, mínimas á máximas


recomendadas pelos fabricantes, o risco de deriva, com base no resultado do tamanho de
gotas se manteve baixo. A baixa pressões o risco foi quase inexistente, com o máximo de 1%,
e nas pressões mais altas, o valor de gotas menores que 100 µm variou de 1 para quase 3% do
volume total pulverizado. A ponta TTI11003 produziu o valor mais baixo (1%), bem como os
maiores tamanhos de gota para todos os parâmetros DV0,1, DV0,5 e DV0,9. O bico ULD12003
apresentou o maior risco de deriva, porém ainda baixo; 2,8%. Além disso, a ponta
ULD12003 teve a mais ampla faixa de pressão, de 100 kPa a 800 kPa.

Comparando-se os tanques de pulverização entre água e glifosato, pequenas diferenças


entre tratamentos foram encontradas para todas as pontas de indução de ar. A maior diferença
em gotas menores que 100 µm foi inferior a 1%, não representando um verdadeiro risco da
deriva para ambos os tratamentos. No entanto, a ponta XR11003 teve um aumento
considerável no risco de deriva (de 8,2 a 12,4% de gotas favoráveis a deriva), mesmo com
pequena redução no tamanho de gota.

Por fim, não houve alterações significativas no tamanho de gotas entre as duas doses
de glifosato (3 e 7 L ha-1), em todas as pontas. Consequentemente, não foram detectadas
diferenças consideráveis em gotas susceptíveis a deriva. A maior diferença foi para a ponta
XR11003, com aumento de 1,23% a 7 L ha-1 de produto. As pontas não alteraram suas
característica anti-deriva considerando as diferentes doses de glifosato. As pontas de indução
de ar continuaram a produzir gotas MUITO a ULTRA GROSSAS, com baixa porcentagem de
gotas propensas à deriva.

A porcentagem do potencial de deriva de todas as pontas de indução de ar a médias e


máximas pressões apresentou semelhantes comportamentos e tendências. Para ambas as
pressões, a ponta TTI11003 teve a menor porcentagem do potencial de deriva (6,5% a 400kPa
e 7,4% a 700kPa). As pontas AVI11003 e ADIA11003 apresentaram valores semelhantes,
7% e 7,5% a 400 kPa, e 8,9% e 10% em 500 e 800 kPa, respectivamente. A ponta ULD12003
produziu o maior potencial de deriva para as pressões médias e máximas, aumentando de
13,8% a 400 kPa para 14,9% a 800 kPa.

43
Um padrão de deposição comum entre pontas e pressões foi observado. Ainda, os
depósitos foram maiores nos fios coletores mais baixos (0,1 m > 0,2 m > 0,3 m > 0,4 m > 0,5
m) com maiores concentrações do corante fluorescente a 0,1 metros de altura. As distâncias a
favor do vento, que tiveram os maiores depósitos foram as que mais próximas da ponta
hidráulica, com os valores mais altos a 2 m da ponta.

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