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Tecnologia de equipamentos eletricos para atmosferas explosivas Página 1 de 3

Abril 1999
REVENDO CONCEITOS

"Segurança intrínseca" e "à prova de explosão". Eng.


Estellito
Consultor
Ex

Os riscos de explosões nas instalações industriais que processam substâncias inflamáveis, podem ser
evitados por exemplo, utilizando-se as seguintes tecnologias:

z confinando os dispositivos centelhantes em invólucros especiais;


z limitando-se nas áreas classificadas a energia entregue aos dispositivos instalados.

Na primeira opção, dentre os tipos de invólucros especiais disponíveis, encontramos os chamados "à prova
de explosão".
Na segunda opção, para efetivarmos a limitação dos parâmetros elétricos das fontes de ignição - entre eles
tensão e corrente - necessitaremos usar dispositivos conhecidos como "barreiras de segurança intrínseca"
ou "barreiras Zener".

É importante ressaltar que os invólucros "à prova de explosão" na verdade confinam a explosão em seu
interior, evitando que ela se propague ao exterior.

Atenção: Muitos técnicos pensam que este tipo de invólucro é hermeticamente fechado e daí, como o
gás não consegue entrar, está garantida a proteção. Este conceito está completamente equivocado !

A caixa "à prova de explosão" geralmente abriga dispositivos centelhantes em seu interior, e permite que o
gás inflamável existente na planta, a penetre - através de folgas existentes em roscas e juntas.
Caso haja algum centelhamento dentro da caixa e simultaneamente, presença do gás inflamável em seu
interior, haverá condições para o estabelecimento de uma explosão. Os gases quentes resultantes desta
explosão provocam um aumento da pressão interna e serão expelidos ao exterior através das folgas
existentes.
Só que nesta fase, haverá uma troca de calor entre estes gases e as superfícies dos flanges e roscas,
fazendo com que os gases ao atingir o exterior, o farão aquecidos , porém com uma temperatura inferior à
necessária para inflamação do gás existente na unidade industrial ( temperatura de auto-ignição ), evitando
uma explosão que traria consequências desastrosas.
Note que qualquer modificação nas condições originais da caixa, ( como um visor quebrado, uma rosca
defeituosa, um flange empenado, etc. ), causarão prejuízo à troca de calor, podendo fazer com que os gases
resultantes da explosão cheguem ao exterior acima da temperatura de auto-ignição e ao encontrar a massa
gasosa do exterior, inflame-a, incendiando a unidade industrial.

Veja abaixo uma caixa à prova de explosão típica:

http://www.terravista.pt/copacabana/3824/concept1.html 10/06/2004
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A segurança intrínseca - embora utilizada na Europa há muitos anos, não foi adotada pelos EUA até
1990, quando o NEC a homologou no artigo 504.
A utilização de segurança intrínseca exige além de um conhecimento tecnológico mais apurado, uma
cuidadosa seleção dos componentes do sistema, abrangendo o equipamento de campo, a barreira
intrínseca e a fiação.
Esta necessidade de execução de cuidadosa memória de cálculo tem afastado muitos técnicos desta
tecnologia.
Como está em análise a quantidade de energia disponível no ponto da falta, é necessário calcular a
tensão de circuito aberto e a corrente de curto-circuito; caso sejam empregados dispositivos
acumuladores de energia, os valores de capacitância e indutância envolvidos também deverão ser
considerados. Os resultados então deverão ser comparados com as curvas de ignição.
Estas curvas são plotadas para diversas substâncias e permitem garantir que o sistema então
projetado está seguro para a aplicação desejada.

Ponto fraco
As instalações de segurança intrínseca - como qualquer outra tecnologia aplicada em área
classificada - precisam de manutenção adequada e pessoal treinado. As práticas
"usualmente encontradas" de curto-circuitar a proteção após atuação para atendimento ao
lema "a produção não pode parar" comprometerão a segurança da unidade industrial.
Indispensável também será a criação de uma organizada documentação de todos os
circuitos, atualizada a cada modificação ( autorizada por um responsável técnico ) ou
reparo.

Áreas classificadas segundo o NEC


DIVISÃO 1 : Probabilidade de ocorrência da mistura explosiva em
funcionamento normal.
(Risco contínuo ou por longos períodos)
Classe I Gases ou vapores
Grupo
Exemplo: Acetileno
A
Grupo
Exemplo: Hidrogênio
B
Grupo
Exemplo: Etileno
C

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Grupo
Exemplo: Propano
D
Classe II Poeiras
Grupo
Exemplo: Poeiras metálicas
E
Grupo
Exemplo: Pó de carvão
F
Grupo
Exemplo: Poeira de grãos
G
Classe III Fibras
DIVISÃO 2 : Probabilidade de ocorrência da mistura explosiva apenas
em funcionamento anormal .

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