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O DISCURSO DE COLOMBO ACERCA DO OURO ENCONTRADO NAS

AMÉRICAS COMO MOTIVAÇÃO PARA O INVESTIMENTOS NA EXPLORAÇÃO


DAS TERRAS (Maria Eduarda Rodrigues Confort)

O presente aspecto a ser analisado diz respeito à narrativa feita por Cristóvão
Colombo, presente no Diário da Descoberta da América, acerca da presença de ouro nas terras
exploradas por ele em suas primeiras viagens. Nesse sentido, busca-se verificar de que formas
essa narrativa é feita e sua finalidade, uma vez que o Almirante se encontrava numa posição
de comando em nome da coroa espanhola.

A observação desse aspecto relacionado ao discurso acerca do ouro e das riquezas em


geral se faz pertinente no sentido de que Colombo, estando a frente de tais explorações, tinha
a necessidade de mostrar um caráter lucrativo. Essa necessidade se faz porque os
investimentos nas viagens foram aceitos pela coroa da Espanha, após uma rejeição da coroa
portuguesa, fazendo com que seja importante que se afirme que um empreendimento em tais
explorações seria vantajoso. Se torna importante destacar que o destino inicial da Primeira
Viagem era a chegada nas Índias, para que lá pudesse se estabelecer relações comerciais
sobretudo das especiarias.

A narrativa de Colombo se divide em três fases, cada uma delas se situa em uma
viagem e também se difere uma da outra na forma como o discurso se constrói. Podemos
analisar, em cada uma delas a maneira como a questão do ouro se faz presente. Na primeira
viagem pode-se encontrar a base da exploração, que está pautada no reconhecimento de que
terras e ilhas presentes na rota navegada contém. Na segunda viagem, que se faz em um
momento de retorno das terras da América, tem-se uma extensa descrição acerca das riquezas
exploradas na terra e a forma como tais riquezas vinham sendo exploradas pela tripulação. A
terceira viagem se inicia de forma mais crítica que as outras, uma vez que a coroa encontrou
dificuldades no financiamento da expedição e também é o momento em que Colombo perderá
o título de governador geral. Já a quarta viagem

Pode-se notar a construção do discurso de Colombo acerca do ouro durante a primeira


viagem a partir da ênfase dada por ele quando se deparava com alguns rastros da existência de
ouro nas terras, como se faz no seguinte trecho

“E eu estava atento, me esforçando para saber se havia ouro, e vi que alguns


traziam um pedacinho pendurado num furo que têm no nariz e, por sinais, consegui
entender que indo para o sul ou contornando a ilha naquela direção, encontraria
um rei que tinha grandes taças disso e em vasta quantidade.”
A descrição apresentada é feita logo no início da viagem e a partir dela nota-se a ânsia
que se constrói dentro da exploração de novas ilhas uma vez que pode-se encontrar nas falas e
nas descrições feitas por Colombo que a exploração das terras passa a ser guiada pelos
mínimos rastros encontrados acerca da existência do Ouro. Nesse sentido, passa a se fazer
presente a noção de que, uma vez que as escrituras tinham como finalidade informar a Coroa
acerca de que passo se dava a exploração, se queria, por meio daquelas falas, justificar que a
exploração seria proveitosa.
Muitas passagens durante a primeira viagem deixam explícita a vontade e a esperança
de que pudesse achar e explorar muito ouro naquela terra. Nota-se, também, que conforme
encontrava-se ouro pelas ilhas e sabia-se também da possibilidade da existência de tal riqueza,
a exploração começa a ser feita com uma seriedade maior, onde passa-se a seguir com mais
afinco as instruções deixadas pelos índios acerca de terras que poderiam ou não conter ouro.

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