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Reunião

do GAFCEn – Duque de Caxias – Junho/2019

O DOCUMENTO CURRICULAR DO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO:
CONTRADIÇÕES E DESAFIOS

PROF. DR. MARCELO MAIA VINAGRE MOCARZEL


(CEE-RJ / UNILASALLE-RJ / UFF)
O que é
currículo?
O currículo é uma
carta de intenções!

•  Currículo é sempre uma escolha (ou um conjunto
de escolhas), feita pelo grupo dominante.

•  Segundo Alice Casemiro Lopes (2015), toda


política curricular é também uma política
cultural, pois trata de um recorte, uma seleção
de símbolos, significados e representações.

•  A LDB de 1961 já celebrava a ideia de currículo
associada ao número de disciplinas a serem
ministradas. Essa característica perdura para
algumas pessoas até os dias de hoje.

A BNCC
•  Proposta no Governo Dilma, aprovada no
Governo Temer, ancorada pelo MEC e
instituições privadas, como a Fundação
Lemann e o Movimento pela Base.

Como fazer uma base nacional?
“O que se propõe com a versão preliminar do
Documento Curricular do estado do Rio de Janeiro é
apresentar um ponto de partida que precisa ainda ser
elaborado e preenchido em cada escola, por cada
professor, com aquilo que lhe é específico, peculiar
ou lhe for apropriado. Sendo assim submete-se para
a consulta pública como garantia de que o trabalho
foi iniciado, mas não finalizado, pois não terá sentido
nem força sem a participação dos educadores do
território Rio de Janeiro”. (DCERJ, 2018, p. 9)
CRONOGRAMA DE TRAMITAÇÃO DO DOCUMENTO CURRICULAR


Até 25/06 – Apresentação do Relatório Avaliativo, , pelo Relator do
CEE-RJ Conselheiro Marcelo Mocarzel, considerando as
contribuições dos especialistas das Audiências Públicas e dos
Conselheiros do CEE-RJ

26/06- Encaminhamento do Relatório Avaliativo à SEEDUC

Até 26/07 – Retorno da SEEDUC

Até 10/08 – Apresentação da Deliberação que normatizará o
Documento Curricular da SEEDUC

Agosto-Dezembro – Formação nas redes e escolas sobre o
documento

Pontos de Destaque

•  Ausência de histórico estadual na construção do
documento curricular

Como esse documento foi elaborado?


Como foram escolhidos os redatores?
Como se deu a partipação da escola pública e da escola privada?
Como se deu a participação de escolas laicas e confessionais?
Como foram as audiências públicas?
Pontos de Destaque

•  Formação do cidadão do século XXI

“Significa, ainda, considerar os jovens em sua plenitude e


diversidade, situá-los no centro do processo educativo e
transformar a escola, independentemente da duração da
jornada escolar, para o desenvolvimento das competências
gerais com intencionalidade e evidência, para que se
conheçam e se autodeterminem. Os estudantes devem ser
protagonistas, abertos ao novo; que desenvolvam
competências na resolução de problemas e busquem o que
desejam”. (DCERJ, 2018, p. 14)

Dez competências gerais da educação básica (BNCC)
Pontos de Destaque

•  Avaliação

“A avaliação precisa estar a serviço do estudante e não da classificação. Para


ser educativa, a avaliação precisa estar voltada para a formação integral dos
estudantes e não somente para a sua instrução. Assim, é importante refletir
também, sobre duas dimensões avaliativas (técnica e ética) que não se
confundem, mas se complementam e devem estar sempre presentes no
processo avaliativo. Afinal, avaliação não se encerra com a aplicação de um
instrumento e com a análise dos resultados obtidos. Avaliar implica em
tomar decisões para o futuro, pois o processo é contínuo para o
aperfeiçoamento do ensino e uma ferramenta para planejar/avaliar/
replanejar e contribuir para a concretização dos direitos de aprendizagem
indicados na BNCC”. (DCERJ, 2018, p. 21)
Pontos de Destaque

•  Educação Infantil

-  Criança como sujeito histórico e de direitos


-  Aprendizagem como experiência social
-  Currículo organizado por projetos
-  Perspectiva do letramento
-  Diversidade cultural, étnica e de gênero


“Dessa forma, o currículo deve articular as experiências e os
saberes das crianças com os conhecimentos que fazem parte
do patrimônio cultural, artístico, científico e tecnológico da
s o c i e d a d e p o r m e i o d e p r á t i c a s p l a n e j a d a s e
permanentemente avaliadas que estruturam o cotidiano das
instituições. Essa definição de currículo foge de versões já
superadas, tais como conceber listas de conteúdos
obrigatórios, ou disciplinas estanques; ou pensar que na
Educação Infantil não há necessidade de qualquer
planejamento de atividades, pois esta seria regida por um
calendário voltado para a comemoração de determinadas
datas, sem uma avaliação do sentido e do valor formativo
destas; e se basear na ideia de que o saber do senso comum é
o que deve ser tratado com crianças pequenas”. (DCERJ,
2018, p. 42)

•  Inspirada no modelo finlandês, australiano e
português, afirmava-se que a ideia da BNCC
era combater o currículo enciclopédico e
garantir um espaço para diversificação
regional. Será?
Enquanto isso no Rio de Janeiro…
Questões à vista


-  Os conselhos escolares têm papel fundamental
na formação das equipes sobre o DCERJ

-  O DCERJ pode ser uma oportunidade da
comunidade discutir e aprimorar o PPP

-  Garantia da autonomia às escolas, aos


professores e aos alunos, sem descumprir a
legislação
OBRIGADO!

marcelomocarzel@gmail.com

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