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Ainda segundo dados do IBGE, esta população estaria dividida em pelo menos
305 grupos distintos e manteria vivas 274 diferentes línguas. Toda esta
diversidade cultural, porém, encontra-se em constante ameaça, exigindo da
FUNAI (Fundação Nacional do Índio), órgão governamental responsável
exclusivamente por cuidar da população indígena, a lidar com uma série de
desafios. As dificuldades para a manutenção das práticas culturais e a própria
sobrevivência das populações indígenas são diversas. Sobretudo no Mato
Grosso do Sul, existe uma franca disputa territorial entre índios e fazendeiros. A
violência, a dificuldade para sobreviver dos recursos da floresta e a miséria
decorrente destas circunstâncias têm levado à degradação das tribos. Grupos
indígenas inteiros são encontrados à beira das estradas, o vício em álcool ganha
dimensões alarmantes e a taxa de suicídios entre jovens índios é causa de
evidente preocupação.
Outra causa que contribuem para a violência vivida pelos povos em suas
aldeias são a política desenvolvimentista do governo, que enxerga os indígenas
como obstáculo ao progresso. “Nós vamos acusar o governo por omissão
sempre que alguma coisa seja feita contra os povos indígenas. O resultado
concreto da vinda dos Munduruku em Brasília para a reunião com o governo
foi mínima”, afirmou Dom Erwin Kräutler, presidente do Cimi.
Omissão Governamental
Das 1.113 terras indígenas reconhecidas, em processo de reconhecimento pelo
Estado brasileiro ou reivindicadas pelas comunidades, até agosto de 2016,
apenas 398, ou 35,7%, tinham seus processos administrativos finalizados, ou
seja, foram registradas pela União. Um resumo da situação das terras indígenas
no Brasil, segundo o levantamento do Conselho Indigenista Missionário (Cimi).
Observa-se que, do total das 654 terras indígenas com pendências
administrativas para terem finalizados os seus procedimentos demarcatórios,
348 terras - ou seja, pouco mais da metade (53%) - não tiveram quaisquer
providências administrativas tomadas pelos órgãos do Estado até hoje.
Homicídio culposo
O Cimi registrou em 2015, 18 casos de homicídio culposo, com 24 vítimas. Em
quase todas as ocorrências, as vítimas foram atropeladas. Em pelo menos sete
casos, os motoristas fugiram sem prestar socorro. Foram registradas ocorrências
no Maranhão (3), Mato Grosso do Sul (5), Minas Gerais (1), Pará (1), Paraná (2),
Rio Grande do Sul (3) e Santa Catarina (3).
Suicídios de indígenas
Entre os mais de 5 mil municípios brasileiros, a cidade de São Gabriel da
Cachoeira, no noroeste da Amazônia, ficou na primeira posição
do ranking brasileiro de suicídios, a razão principal do espanto é que a
população de São Gabriel é quase toda indígena. Os novos dados do Mapa da
Violência 2014 revelam que, entre 2008 e 2012, a taxa de suicídios na cidade foi
de 50 casos por 100 mil habitantes, dez vezes maior do que a média brasileira.
Entre os que se mataram, 93% eram índios. Oito entre dez se enforcaram. O
suicídio por ingestão de timbó, raiz venenosa que causa sufocamento, foi o
segundo método mais usado.
Nos últimos dez anos, entre 2002 e 2012, o Amazonas foi o estado onde o
suicídio de jovens mais cresceu (134%). Lá, onde os índios representam 4,9% da
população, 20,9% dos suicídios foram praticados indígenas, número quatro
vezes maior que o esperado. A situação é parecida no Mato Grosso do Sul,
onde a proporção de índios entre os que se mataram é sete vezes maior do que a
fatia deles na população.
São crianças e jovens que estão entre dois mundos: Foram alfabetizados. Na
cidade não são admitidos como cidadãos plenos, na cidade são índios e nas
aldeias são citadinos. São imigrantes na cidade e imigrantes nas aldeias
indígenas
Fontes: http://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/saiba-como-vivem-os-indios-
hoje-brasil/
https://mobilizacaonacionalindigena.wordpress.com/2013/08/27/violencia-contra-os-povos-
indigenas-uma-realidade-crescente/
http://www.cimi.org.br/pub/relatorio2015/relatoriodados2015.pdf