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Disciplina de Desenho Artístico

Profª Lucia H. Mariotto Angarano

MATERIAIS NO DESENHO

1- Papéis

Podemos comprá-los em blocos e folhas. Basicamente qualquer papel se


presta par o desenho; existem, porém, alguns que permitem efeitos especiais,
devido à sua trama.
Há uma grande variedade de tramas, gramaturas (espessura), composição
(algodão, fibras, cascas, etc.), marcas, medidas, etc.
Alguns dos mais conhecidos entre nós são Ingres Fabriano (italiano),
Canson (belga), Canson Mi-Teintes (belga), Vergé (nacional), Debret (tipo
canson, nacional) Schoeller Durex (liso, alemâo), Murilo (ranhurado, italiano)
Tiziano (ranhurado, italiano), Acqua (100% algodão, nacional),papel jornal,
papel sulfite, etc.

2- Lápis grafite

O grafite é um mineral sólido de brilho metálico. Existem lápis de mina


branda e mina dura, para desenhar do negro mais intenso ao negro mais claro,
dependendo de sua gradação. Indicados com um B (brandos) para desenho
artístico (ex: 2B, 4B, 6B, 8B, 9B) e um H (duros) para desenho técnico (ex: H,
2H,5H, 7H, 9H). As gradações HB e F são neutras. Lápis de qualidade
superior apresentam freqüentemente 19 gradações. O lápis grafite pose ser
apresentado na forma de lápis com mina recoberta com madeira, grafite
integral(inteiro grafite), barras, bastões com porta-minas (lapiseiras), etc.

3- Carvão (fusain)

O carvão é um material que foi usado por gregos, romanos, artistas desde a
Idade Média e do Renascimento, até hoje. Encontramos esse material de
diversas maneiras: em barras de carvão artificial comprimido (Faber, conte),
minas ou barras de carvão mais argila (Conté, Koh-i-noor), em lápis de
diferentes marcas (Staedtler, Conte) e os mais utilizados por nós, os vegetais,
geralmente feitos de ramo de videira, salgueiro, nogueira, etc, cabonizados.

4- Esfuminho
É uma espécie de lápis com duas pontas, feito com papel enrolado e colado
na ponta. Existem grossuras diferentes, para trabalhos de grandes, médias e
pequenas áreas. Pode-se também esfumar com os dedos, mas corre-se o
risco de manchar o papel devido à umidade e gordura das mãos. Porém, os
dedos são macios e se adaptam facilmente às rugosidades dos papéis e a
própria umidade pode dar um negro mais intenso devido à sua mistura com o
pó do carvão. Também, devido ao calor, ajudam a dissolver e intensificar o
tom. Os dedos são um meio de execução direta que identificam melhor a
vontade do artista com o seu desejo de alisar, esfumar, enegrecer, etc e são
indispensáveis na aplicação dos pastéis.

05- Borrachas

Existem as mais moles porém compactas, as plásticas e as chamadas


maleáveis, que parecem uma pasta e são mais absorventes (limpa-tipos). A
borracha também é um material para auxiliar no desenho, para abrir brancos,
apagar, suavizar, obter efeitos, etc.

5- Cretas e sanguinas

Cretas são barras de material orgânico que inicialmente eram apresentadas


somente nas cores branca e cinza. Hoje existem caixas de até 24 cores
(Cretacolor+ Koh-i-noor, Conte, etc)
A sanguina é feita de óxido de ferro e aglutinantes e consta que Leonardo
da Vinci foi o primeiro artista a utilizar este material. Apresenta-se em barras ou
lápis com duas ou três variantes de cor (sanguina, sépia e branca).

6- Fixadores

Você mesmo pode fazer o verniz fixador com goma laca dissolvida em
álcool e utilizar-se de um vaporizador própria, à vendas nas casas
especializadas em materiais artísticos. Porém existe em spray, que já vem
pronto para uso e apresentam um jato finíssimo, dando uma melhor aparência
ao trabalho finalizado.

7- Lápis de cor

Contém uma mina de pigmentos colorantes, aglutinada por uma mescla de


cera e caolin (uma espécie de argila), embutida em um lápis de madeira. São
fabricados em qualidade escolar, apresentados em caixas de 6 a 48 cores,
mas interessa-nos os de qualidade superior, apresentados em caixas de 12 a
72 cores.
Dentre as marcas mais recomendáveis, podemos citar a inglesa Rexel
Cumberland (72 cores), a alemà Faber-Castell (60 cores), a suíça Caran
D’Ache (40 cores), as alemãs Staedtler, Schwan-Stabilo, Lyra Rembrandt e as
americanas Prismacolor, Berol, Mongol, etc. As caixas com sortimentos
grandes de cores (60 e 72) facilitam o trabalho do artista que pode pintar com
cores e matizes diretamente, evitando muita mesclagem, que deteriora a
granulação do papel e dificulta a superposição de cores ou a aplicação de
camada sucessivas.
Existem também os “sticks” ou bastões todo mina, que são constituídos por
barras com o mesmo material das minas dos lápis e são recobertos de laca,
para evitar que os dedos se manchem de pigmento. Podemos citar a marca
Rexel Cumberland que apresenta um sortimento de 72 cores.
Tanto os lápis quanto as minas citadas são resistente à água.
08 - Lápis aquareláveis

São lápis de cor cuja aplicação de água dá como resultado um trabalho de


aparência de aquarela, mas que também apresenta os traços do desenho.
Podemos citar as marcas Caran D’Ache Prismalo (40 cores), Rexell
Cumberland (72 cores), Mongol, Faber Castell, Staedtler. Existem também os
solúveis em terebentina que produzem aguadas ligeiras e salpicadas e secam
mais depressa, o que permite trabalhar com maior rapidez.

9- Bico-de-pena (nanquim)

O desenho com tinta nanquim e pena é um dos meios mais antigos de


expressão visual do homem. De fato, os chineses fabricam tinta preta desde
2500 a.C. Porém, em nosso século, o desenho à pena se associa a não menos
de 12 médios (materiais) que permitem obter resultados semelhantes como,
por exemplo a tinta Ecoline, da Talens, de várias cores.
A tinta china preta pode ser adquirida sólida, em barra ou líquida, em
frascos. A primeira serve para desenhos à aguada, com pincel, enquanto a 2ª
é usada indistintamente para desenhar com pena metálica, pincel e bambu.
São fabricadas ainda tintas coloridas como o sépia e o siena, para desenho à
pena e à aguada, a tinta branca solúvel em água para desenhar pequenas
formas brancas, realçar brilhos, etc. Existem outras tintas como a azul para
canetas tinteiro, a prata e de cores para esferográficas, etc.
Para a realização de trabalhos a nanquim ou à cores, existe uma
seleção de pincéis, canelas e marcadores tais como :
. penas de escrever: pena de ave cortada à mão, que produz linha média,
de espessura variável.
. pena de desenhar: pena de metal que produz linha fina e uniforme,
adaptável a um cabo de madeira que também serve para outras penas do tipo
plano redondo, quadrado ou rondes, pena de caligrafia, etc.
. caneta tinteiro: produz geralmente linha bastante flexível e deve ser
utilizada com tinta solúvel em água para não entupir.
. caneta técnica: existem muitas marcas diferentes no mercado, com
pontas permutáveis ou não e grande variedade de tamanho de pontas.
. caneta esferográfica: produz linha uniforme que pode, no entanto, ser
explorada de maneira criativa, dependendo do jeito, da pressão e do modo de
segurar a caneta.
. pincel de pelo de marta: os de melhor qualidade tem ponta fina que se
alarga progressivamente e outros pincéis como o pincel de cerda dura usado
para efeitos especiais como raspado, esfregado, pontilhado,etc.
. pincel japonês Sumi-e: para aguadas e pinturas delicadas, bem como
efeitos de letras orientais.
. canetas de ponta porosa: apresentada em várias formas e tamanhos,
para linhas sólidas e uniformes. Existem as descartáveis e recarregáveis.
. marcadores com ponta de feltro: possuem pontas largas, em forma de
cinzel, usados principalmente para trabalhar áreas grandes de tom uniforme.

10- Pastel à óleo e Giz de Cera

O pastel à óleo é feito com pigmentos e um veículo óleos e, por vezes,


cera. São aplicados esfregando-os no papel e podem ser esfumados. São
difíceis de apagar, sendo necessário a raspagem com lâmina. Ambos se
dissolvem com terebentina e podem ser diluídos para pintar aguadas, como se
fossem lápis aquareláveis.

11- Pastel Seco

É composto de pigmentos (os mesmos utilizados para aquarela) misturados


com um agente aglutinante como goma de tragacanto (goma arábica) e água.
Depois, combina-se a mistura com quantidades variáveis de giz branco (para
tons mais claros) ou preto (para tons mais escuros) e não levam vernizes,
ceras ou óleo e por isso mesmo são frágeis, quebradiços e instáveis. Depois
de aplicados sobre o papel, não se deve toca-los. Pode-se ou não usar fixador,
mas este altera o aveludado que o pastel proporciona e por isso a maioria dos
artistas prefere não utiliza-lo.
Existem os pastéis brandos (normalmente de forma arredondada) que
proporcionam empastes parecidos com os que se obtém com uma pintura
espessa; e os pastéis duros (normalmente em barras retangulares) para
conseguir resultados mais próximos do desenho e mesmo para iniciar o
trabalho.
São apresentados em caixas de madeira ou estojos de papelão com
sortimentos de 12, 18, 24, 36, 48, 60, 72, 90 e mais cores, dependendo da
marca. Podemos citar as marcas Nupastel da Faber Castell, Schmincke,
Rembrandt, Grumbacher, Derwent, Rowney, Yarka, Toison D’Or, e Sennellier.

12- Lápis Pastel

São lápis cujas minas tem a mesma natureza que as barras, porém mais
aglutinantes e, por isso mesmo, são mais duros. São fáceis de apontar e
permitem traçar linhas finas e marcantes, o que os torna excelentes para
esboços lineares e trabalhos pequenos e detalhados.

13- Canetas hidrográficas


É um versátil instrumento para fazer desde os mais simples esboços aos
mais elaborados desenhos. Suas pontas podem ser de feltro, de fibra sintética
(como nylon), de plástico, de carbonato de tungstênio. Podem ser encontradas
em várias cores e tamanhos e algumas marcas a serem citadas são Magic
Marker, Holbein, At Marker, Pantone, Design, Pilot, etc.

Bibliografia

PARRAMÓN, José M. El gran libro Del dibujo. Parramón Ediciones, s.a.,


Barcelona, Espanha

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