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desenvolvimento
Dulci, Luiz Soares - Autor/a; Autor(es)
São Paulo Lugar
Fundação Perseu Abramo Editorial/Editor
2013 Fecha
Colección
Desarrollo económico; Gobierno; Política; Desarrollo social; Brasil; Temas
Libro Tipo de documento
"http://biblioteca.clacso.edu.ar/Brasil/fpa/20170906044658/pdf_1141.pdf" URL
Reconocimiento-No Comercial-Sin Derivadas CC BY-NC-ND Licencia
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/2.0/deed.es
Um salto
para o futuro
Como o governo Lula colocou o Brasil
na rota do desenvolvimento
2ª reimpressão
Fundação Perseu Abramo
Instituída pelo Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores em maio de 1996.
Diretoria
Presidente: Marcio Pochmann
Vice-presidente: Iole Ilíada
Diretores: Ariane Chagas Leitão, Artur Henrique Santos,
Fátima Cleide, Joaquim Soriano
Assistente editorial
Raquel Maria da Costa
Preparação editorial
Jorge Pereira Filho
Revisão
Ana Cristina Teixeira
Imagem de capa
Stock.XCHNG
ISBN 978-85-7643-145-9
Capítulo 2
Estabilidade versus crescimento 25
Capítulo 3
Exportação versus mercado interno 31
Capítulo 4
Mercado versus Estado 39
Capítulo 5
Econômico versus social 55
Capítulo 6
Capitalismo de ponta versus desenvolvimento regional 69
Capítulo 7
Integração subalterna versus isolamento internacional 81
Capítulo 8
Democracia representativa versus participação social 105
Um novo Brasil
O governo Lula foi, sem dúvida, um grande sucesso.
Seu êxito é universalmente reconhecido e admi-
rado. Graças a ele, o Brasil voltou a acreditar em si mes-
mo, venceu cruciais desafios internos e externos e deu
um impressionante salto rumo ao futuro, conquistando
um novo lugar no mundo.
Lula e sua equipe fizeram o Brasil retomar o cami-
nho do desenvolvimento, gerando 15 milhões de novos
empregos e promovendo vasta distribuição de renda e
inclusão social. O país é, hoje, incomparavelmente mais
próspero e justo. Sob a liderança de Lula, seu crescimen-
to superou – e muito – o do período anterior, mesmo
sendo obrigado a enfrentar a maior crise do capitalis-
mo mundial desde a quebra da Bolsa de Nova Iorque,
em 1929. Antes, a cada final de ano, o Brasil percorria
o mundo pedindo socorro para cobrir o déficit da sua
balança de pagamentos. Em troca, comprometia-se a
adotar políticas danosas ao país, sob supervisão externa,
abrindo mão de sua soberania econômica e do direito a
12 Luiz Dulci
Todos, mas até agora não fui chamada para explicar por
que subsidiamos hoje o Minha Casa Minha Vida. É
sinal dos tempos, o consenso mudou”.
O Estado voltou, assim, como é da sua responsa-
bilidade, a liderar democraticamente o desenvolvimen-
to nacional. Sem omissão nem intervencionismo. Sem
substituir nem atropelar o setor privado. Ao contrário,
criando as condições para a sua devida expansão. Prova
disso é que a economia privada brasileira – pequenas,
médias e grandes empresas, dos mais variados segmen-
tos – teve enorme crescimento durante o governo Lula,
nitidamente favorecido pela ação promotora e super-
visora do Estado. Superou-se dessa forma, sem qual-
quer viés estatizante, o dogma destrutivo do Estado
mínimo.
Capítulo 5
Democracia representativa
versus participação social
C onstruir uma nova relação do Estado com a so-
ciedade, mediante vasta e substantiva participação
social na definição das políticas públicas, sempre foi um
dos objetivos fundamentais do projeto histórico coleti-
vo liderado por Lula. Já na campanha presidencial de
1989, Lula havia assumido o compromisso de governar
ouvindo e mobilizando a população, fazendo dos movi-
mentos sociais e do conjunto da sociedade civil sujeitos
ativos das decisões governamentais, não meros objetos
da ação do Estado.
Na verdade, desde seu Manifesto de Fundação, lan-
çado em 1980, cujas teses centrais continuam até hoje
pertinentes, o PT já sustentava que a democracia ple-
na reclamada pelo povo brasileiro devia ser ao mesmo
tempo representativa e participativa. Essa concepção
amadureceu na resistência à ditadura, graças ao esforço
para incorporar à vida política setores sociais tradicio-
nalmente excluídos, dando à transição democrática um
caráter popular.
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