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ORIENTAÇÕES PARA AS PANFLETAGENS

Camaradas, escrevo essa mensagem para servir como guia nas próximas panfletagens,
possibilitando maior aproveitamento do tempo destinado às tarefas. Estas diretrizes não servem
apenas para as atividades de conversa do Comitê, e sim para todas as próximas atividades
presenciais que envolvam conversas com a população paulistana.

Como abordar?
No começo, pode ser um pouco difícil. Afinal, falar com pessoas que nos são estranhas geralmente
gera um pouco de nervosismo e isso acaba nos atrapalhando durante nossa fala. O que aqui escrevo,
especificamente neste tópico, não deve ser utilizado como modelo universal (isso poderia resultar
também em nervosismos e travas por não estar seguindo o “roteiro”) então esboçarei como eu me
aproximo e converso com os outros:
- Me apresento (com panfleto e máscara em mãos);
- Pergunto o nome da pessoa;
- Pergunto se a pessoa teria alguns minutos para conversar;
- Explicito de antemão que não quero dinheiro nem vender produtos para a pessoa, apenas
apresentar uma iniciativa;
- Explico o que é o Comitê;
- Apresento nossas redes;
- Durante a explicação, tento analisar as expressões e reações das pessoas, e a partir disso, vou
reforçando alguns pontos;
- Dou prioridade para o que as pessoas tem a dizer.
Pode parecer mecânico, mas foi assim que consegui formular como tentei realizar as abordagens.
Sempre mantendo a educação, a cortesia, o bom humor e a transparência. Olho no olho, sem frases
complexas ou enrolações, “palavrórios”.

Com quem conversar?

Pode parecer muito simples, mas não é. Não podemos simplesmente sair abordando todos que
vemos por ai nas ruas. Muitas pessoas estão se deslocando pela cidade e não dispõe de tempo e
paciência para ouvir atentamente a nossa causa e nossos objetivos. Além do mais, precisamos ter
muito cuidado para não entrarmos em contato com possíveis reacionários e protofascistas.
Apoiadores do Bolsonaro ainda existem e dividem dos mesmos espaços conosco, por isso vale uma
avaliação rápida das pessoas que estaremos abordando.
Além do mais, por sermos jovens, o diálogo com pessoas mais velhas pode ser mais difícil. As
causas pra essas adversidades são infinitas, e não me cabe aqui detalhar isso. De qualquer forma,
vale ressaltar que, das experiências obtidas nas últimas panfletagens, devemos nos aproximar de
pessoas jovens, sendo o mais honesto e direto possível, sem enrolações. Os diálogos com pessoas
da nossa faixa-etária podem ser mais fáceis devido ao fato de que muitas vezes temos questões em
comuns e compartilhamos de experiências semelhantes.
Isto significa que não devemos abordar adultos e a terceira idade? Claro que não. Além do mais, o
Comitê luta por direitos para toda a população, e não apenas para a parcela mais jovem. Entretanto,
nosso foco deve estar guiado aqueles que conseguem mais facilmente se comunicar conosco.

• Sobre atuações dentro do transporte público


Coloquei este subtópico porque ele tem especial relevância no momento em que vivemos. O
Sindicato dos Metroviários anda organizando os trabalhadores do Metrô para uma greve,
dado as condições precárias de trabalho, a falta de direito e o congelamento de salários agora
por 2 anos. Além disso, eles não são reconhecidos pelo Estado como trabalhadores
essenciais e, por isso, não estão inclusos na lista de vacinação, junto com os cobradores e
motoristas de ônibus. Vale observar bem esses trabalhadores, na panfletagem realizada no
dia 8 de Maio, foram encontrados alguns metroviários usando coletes com palavras de
ordem, numa espécie de protesto contra as atuais condições. Aproximei-me de um deles e a
conversa fluiu muito tranquilamente, aliás, o bom moço acompanhava o Jones! Então vale a
especial observação.

O que levar?
As panfletagens geralmente tem entre 1-3 horas de duração, a depender do local, dia e fluxo. Em
primeiro momento, pode parecer pouco tempo e que basta o celular e a carteira, mas isto seria um
engano. Estaremos em constante movimento, provavelmente debaixo de sol árduo (se não for de
noite) e conversando a todo tempo. Isto requer energia. Recomendo então que tragam sempre uma
mochila com uma garrafa da água e algum belisco ou lanche. Nada muito elaborado, apenas algo
que possibilite a continuidade da tarefa. Aliado a isso e a depender do horário, levar também
protetor solar, evitando queimaduras de pele desnecessárias.

Como se vestir?
De preferência, camisetas que NÃO CONTENHAM SÍMBOLOS RELACIONADOS AO
COMUNISMO. Sem foices e martelos, sem rostos de grandes revolucionários estampados em
nossos peitos. Essas atividades geralmente são e serão realizadas com poucos camaradas, o que
pode muitas vezes significar uma vulnerabilidade a ataques imprevistos ou inimagináveis. Não nos
é agradável, em hipótese alguma, a ideia de que um camarada foi agredido durante uma
panfletagem porque alguma pessoa - claramente desprovida de suas faculdades mentais – a agrediu
e intimidou por ser comunista. Deixemos as camisetas e acessórios do PCB e da UJC para os atos e
manifestações, onde estaremos na presença de diversos outros camaradas e da Comissão de
Segurança. Para as panfletagens e colagens de lambe devemos estar vestidos com uma camiseta,
calça longa e tênis fechado, de preferência. Com o desenvolvimento do aquecimento global e com
isso as drásticas mudanças climáticas, recomendo também sempre levar um casaco e um guarda-
chuva. Nunca se sabe o que esperar em uma cidade que nem São Paulo.

Este documento está longe de ser considerado uma palavra final paras nossas atuações e deverá ser
atualizado de acordo com o acúmulo de experiências. A única constante é a de atualização do que
foi escrito, reforçando, deletando ou alterando determinados trechos.

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