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Se é dever e do interesse da Loja providenciar pela correcta e bem sucedida integração do novo
Maçon, o processo, no entanto, é bidireccional: também o novo Maçon deve providenciar pela sua
correcta e bem sucedida integração na Loja e na Maçonaria.
Essencial, desde logo, é a sua assiduidade. A Integração do novo Maçon é, em larga medida,
efectuada com recurso a factores emocionais. A Cerimónia de Iniciação terá marcado o novo
Maçon. Mas essa marca, se não for protegida, desenvolvida, acarinhada, desaparecerá com o tempo,
com o desvanecer da memória, com o diluir das sensações experimentadas. Todo o processo de
integração na Loja é, não só racional, como afectivo. A sua interrupção, o distanciamento dele, o
desinteresse na sua prossecução, ferem-no de morte. A maior parte dos abandonos de Aprendizes –
isto é, de falhanços no processo de integração de Aprendizes – decorre da sua deficiente
assiduidade. Os laços, não só emocionais e afectivos, mas também desta natureza, que deviam ter
sido criados, ficaram irremediavelmente comprometidos. A integração do novo Maçon é como a
colocação de uma planta no jardim: se não for regada com a devida assiduidade, se não for cuidada,
não pegará, definhará e secará. Mas, se receber os cuidados adequados, as suas raízes firmar-se-ão,
crescerá e desenvolver-se-á e, a seu tempo, florirá e frutificará.
Não quero com isto dizer que a quebra de assiduidade irremediavelmente conduza ao desinteresse
do novo Maçon. Já assisti a situações em que Aprendizes, logo a seguir a terem sido iniciados, se
ausentaram, designadamente por razões profissionais, para longínquas partes do globo e só
regressaram passado um ou dois ou, mesmo, mais anos e que, apesar disso, reiniciaram sua vida
maçónica, tão precocemente interrompida, e completaram, com êxito, o seu processo de integração.
Também conheço exemplos de plantas que, sem terem recebido os devidos cuidados após a sua
transplantação, apesar disso resistiram, não secaram e, vindo mais tarde a beneficiar das condições
que nunca lhes deveriam ter faltado, arribaram, recuperaram e cresceram. Mas, quer num caso, quer
no outro, o esforço de recuperação do que quase se perdeu foi muito maior, mais fundas foram as
preocupações, mais intensos foram os cuidados necessários.
Uma das mais básicas leis da Natureza é aquela que costumamos designar por “lei do menor
esforço”: o máximo de eficácia resulta da melhor relação entre o resultado obtido e o esforço
despendido. Também aqui se deve procurar maximizar essa relação. E essa maximização depende
grandemente da assiduidade do novo maçon.
O segundo aspecto que deve merecer o cuidado do nóvel maçon respeita à gestão das suas
expectativas. A Maçonaria não é uma varinha mágica que transforma um sapo num belo príncipe
através do toque da Iniciação… E também não é, nem uma corte de extasiados súbditos
determinados a apreciar as excelsas qualidades do novo elemento que, triunfador na sua vida
profana, irá expandir sua glória entre os maçons, nem uma soberba estrutura de prestação de
cuidados individuais que, num abrir e fechar de olhos, cuidará de suas deficiências, reparará seus
complexos e o doutorará em Êxito Pessoal, Social, Profissional, Esotérico e Valências
Correlativas… A Maçonaria é um meio, um caldo de cultura, um ambiente, um método. O seu
aproveitamento cabe ao maçon, ao seu esforço, à sua capacidade, ao seu interesse.
Paciência, pois! O trabalho metódico, calmo, firme, seguro, persistente, dará seus frutos! Poderá
não dar os frutos que, à partida, se pensava que desse, mas alguns frutos dará. E dará quando, tempo
após tempo, for tempo de os dar! A nossa vida “moderna” habituou-nos a obter tudo já, agora e
imediatamente, a querer tudo para ontem, para o podermos largar hoje e avançar amanhã para novos
objectivos. A Maçonaria não é assim, a Maçonaria poderá ser hoje por alguns considerada
anacrónica, mas dá valor ao Tempo, à Sequência, à Evolução, à Consistência.
E, afinal de contas, o que mais admiramos? O moderno, brilhante e construído em poucos meses
edifício, ou a vetusta e arcaica catedral que demorou décadas a ser finalizada?