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Agora ficou mais fácil aprender sobre esse assunto tão presente no

dia a dia do Engenheiro Civil. Vem aí mais um sucesso de


aprovação da 2B Educação: livro Patologia das Construções!

E para você já ir estudando, preparamos um e-book com um estudo de caso real!

O conteúdo desse e-book foi retirado do livro “Patologia das Construções”.

Coordenadores do Livro:

Gildeon Oliveira de Sena


Matheus Leoni Martins Nascimento
Abdala Carim Nabut Neto

Autores do Livro:

Gildeon Oliveira de Sena (@momento_engenharia)


Matheus Leoni Martins Nascimento (@matheusleoni_eng)
Abdala Carim Nabut Neto (@construcaocivil)
Natália Maria Lima (@recuperandoestruturas)

Coautoras do Livro:

Ana Paula Araújo Ribeiro


Lais Alves da Silva Pires

Bons Estudos!
PATOLOGIA DAS FUNDAÇÕES DE CONCRETO ARMADO

ESTUDO DE CASO – SANTOS (SP)

O estudo de caso que veremos trata dos recalques que atingem a Orla de
Santos, onde é possível ver os edifícios inclinados com recalques diferenciais
que chegam a 120cm, como é apresentado nas Figuras 35 e 36. Segundo Dias
(2010), no solo santista existe uma espessa camada de argila marinha mole,
porém o fato de a camada superficial ser de areia compacta levou os
construtores da época a realizarem edifícios com mais de 12 andares com
fundação superficial de 1,5 a 2 metros. Com o passar dos anos, o acréscimo da
quantidade de edifícios e do seu número de pavimentos, gerou um uma elevação
de tensões na camada de argila através do incremento de cargas e do aumento
do bulbo de pressões. Apresenta-se na Figura 37 o QR Code contendo a
reportagem dos recalques da praia de Santos.

Figura 1 – Edifício Mahembi inclinado em relação ao Edifício Paineiras.

Fonte: Dias (2010).


Figura 2 – Inclinação do Edifício Excelsior.

Fonte: Dias (2010).

Figura 3 – Qr Code Reportagem recalques da Praia de Santos.

Fonte: R7 (2012).

O caso do Edifício Núncio Malzoni foi um dos mais famosos e sobre o qual
vamos nos aprofundar um pouco mais. O edifício Núncio Malzoni foi construído
em 1967 e é composto por dois blocos (A e B) de 17 andares cada. O bloco A
do edifício chegou a apresentar uma inclinação de 2,2 graus para o lado
esquerdo e 0,6 graus para o bloco B.
Segundo Dias (2010), a obra de reaprumo do bloco A se deu através da
execução de estacas escavadas no lado menos recalcado do bloco, seguido pela
execução de vigas de transição e utilização de macacos hidráulicos acionados
por bombas para reaprumar o edifício.
Após a colocação da carga nos macacos, o terreno foi escavado para que
as sapatas ficassem totalmente livres, sem contato com o terreno e hoje,
reaprumado, a transferência das cargas para o solo é feito através da fundação
profunda em estacas. A Figura 38 mostra a situação do edifício antes e depois.

Figura 4 – Bloco A do Edifício Núncio Malzoni antes e depois do


reaprumo.

Fonte: Dias (2010).

No intuito de expandir ainda mais a abrangência dos tipos possíveis de


manifestações patológicas que ocorrem nas fundações e suas respectivas
caracterizações, listamos, nos quadros 1 a 13, mais alguns exemplos, os quais
são apresentados por Berberian (2005) e contemplam desde: fissuras e trincas
causadas somente por recalques de fundações, fissuras em aterros, muros e
cortinas, anomalias em dutos enterrados, drenos, entradas e saídas d’águas que
podem impactar diretamente nas estruturas de fundações. Vejamos esses
exemplos a seguir:
Grupo A – Fissuras e trincas causadas somente por recalques de
fundações

Exemplos: fissuras inclinadas a 45º próximas às fundações;


puncionamento do piso pelo pilar recalcado; charneira plana na laje a 45º no
canto do pilar recalcado; trincas de tração em painéis de fechamento; trincas de
rotação das juntas de dilatação.

Quadro 1 – Recalques de fundações com fissuras inclinadas a 45º.


Anomalia/Sintoma Causas Possíveis Ações
Prováveis consequências corretivas

Recalque das fundações – fissuras ●Recalques ●Surgimento de ●No caso de


inclinadas a 45º diferenciais e fissuras sub colapso por
distorcionais capilares (< 0,1mm) inundação,
estruturalmente inofensivas até a corrigir as
inadmissíveis. ruptura das causas das
armaduras e infiltrações.
●CUIDADO: não colapso total da
confundir com estrutura. ●Reforço das
trincas a 45º fundações.
causadas por ●Desenvolvimento
flechas nas de pisos e lajes.
cintas. ●Danos
generalizados.

Fonte: Berberian (2005).


Quadro 2 – Recalque de fundações com puncionamento do piso.
Anomalia/Sintoma Causas Possíveis Ações
Prováveis consequências corretivas
Recalque das fundações – ● Lajes ● Se a estrutura ● Reforço
puncionamento do piso subarmadas. não for escorada imediato das
e as fundações fundações.
● Lajes com reforçadas,
pequena poderá ocorrer o
espessura. desabamento a
curto prazo.
● Concreto de
baixa ● Se o recalque
resistência. diferencial for
pequeno e o
● Recalques recalque
elevados. distorcional for
baixo, poderá se
dispor de um
maior intervalo
de tempo para se
reforçar.
Fonte: Berberian (2005).

Quadro 3 – Recalque de fundações com trinca de laje em charneira.


Anomalia/Sintoma Causas Possíveis Ações
Prováveis consequências corretivas
Recalque das fundações – trinca de ● Recalques ● Corrosão das ●Escorar com
laje em charneira. diferencial e armaduras. urgência as
distorcional lajes em vários
elevado. ● Desnivelamento andares.
do piso.
trinca ●Cortar
infiltrações e
● Desabamento
vazamentos
da laje.
caso haja.

●Reforçar
Pilar com recalque fundações ou
pilar
esmagado.
Quadro 4 – Recalque de fundações com trincas de tração em
paredes.
Anomalia/Sintoma Causas Possíveis Ações
Prováveis consequências corretivas
Recalque das fundações – trincas de ●Recalques ● Perda de nível e ● Reforço das
tração em paredes diferenciais prumo da obra. fundações.
entre o apoio
central e os ● Infiltrações se ●Recuperação
laterais os painéis forem das trincas.
adjacentes. externos.

Quadro 5 – Recalque de fundações com abertura de juntas de


dilatação.
Anomalia/Sintoma Causas Prováveis Possíveis Ações corretivas
consequências
Recalque das fundações – ● Recalques mais ●Desaprumo na ●Cortar
abertura de juntas de acentuados de um edificação. vazamentos.
dilatação lado da obra.
●Trincas ●Reforçar
● Fundações sobre generalizadas. fundações.
aterros.
●Em casos
● Profundidade das extremos levantar
fundações a parte recalcada
constante. ou abaixar a parte
sã.
Grupo B – Fissuras em aterros, muros e cortinas
Exemplos:

Quadro 6 – Fissuras em aterro rodoviário.


Anomalia/Sintoma Causas Prováveis Possíveis Ações
consequências corretivas
Fissuras em aterro rodoviário ● Maciço com ●Desnivelamento da ● Remover e
baixa resistência. pista. recompactar o
aterro.
● Aterro mal ● Panelas.
compactado. ● Corrigir a
● Ruptura do aterro. inclinação do
● Talude muito talude.
íngreme.
● Executar
● Solo inadequado. cortina, muros
ou paredes de
contenção.

Quadro 7 – Desabamento de cortinas.


Anomalia/Sintoma Causas Prováveis Possíveis Ações
consequências corretivas
Desabamento de cortinas ● Talude muito ● Desabamento ● Execução de
íngreme. da cortina. cortinas
atirantadas ou
● Falta de proteção grampeadas.
contra saturação.
● Execução de
● Solo pouco drenos.
consistente.

● Falta de drenos.

● Falta ou tirantes
inadequados.
Quadro 8 – Fissura de retração em talude.
Anomalia/Sintoma Causas Possíveis Ações corretivas
Prováveis consequências
Fissura de retração em talude ● Elevada ● As trincas ● Umidificar o
perda de enfraquecem a talude aspergindo
umidade no face do talude, água.
período de provocando
seca. desplacamentos e ● Após
rupturas umidificado,
● Solo com superficiais. protegê-lo com
alto índice de tela e chapisco e
contração. ● O agravamento posterior pintura
do processo com betume (ex.:
poderá levar a Neutrol).
ruptura de todo o
talude.

Grupo C – Anomalias em dutos enterrados, drenos, entradas e


saídas d’água

Exemplos:

Quadro 9 – Ruptura de fundo de caixas de passagens.


Anomalia/Sintoma Causas Possíveis Ações corretivas
Prováveis consequências
Ruptura de fundo de caixas de ● Colapso do ● Abatimento de ● Eliminar os
passagens terreno de piso. vazamentos
apoio. urgentemente.
● Perda de atrito
lateral nas ● Tentar
fundações recompactar o fundo
(principalmente da caixa de
nos casos de passagem da melhor
caixas de forma possível.
passagem de
esgoto e caixas ● Armar o fundo da
de gordura). caixa.

● Recalques ● Impermeabilizar a
acentuados. caixa.
Quadro 10 – Dano na tubulação da saída d’água.
Anomalia/Sintoma Causas Possíveis Ações
Prováveis consequências corretivas
Dano (ex.: rachadura) na tubulação da ● Recalque; ● Infiltração ● Checar a
saída d’água impacto. excessiva, evidência de
possível erosão água saindo
interna. ou entrando
na tubulação
existente pela
rachadura,
buracos, etc.

● Trocar o
trecho
danificado.

Quadro 11 – Buraco em tubulação.


Anomalia/Sintoma Causas Possíveis Ações corretivas
Prováveis consequências
Buraco em tubulação ● Ferrugem; ● Infiltração ● Bater de leve na
erosão; excessiva. tubulação, na
cavitação. vizinhança da área
● Possível erosão com danos,
interna. tentando ouvir um
barulho oco, que
mostra que se
formou um vazio ao
longo da parte
externa do conduto.

● Trocar o trecho
danificado.

Quadro 12 – Juntas de tubulações desiguais.


Anomalia/Sintoma Causas Possíveis Ações
Prováveis consequências corretivas
Juntas desiguais ● Recalques ● Perigo; permite a ● Se há
ou má passagem da água suspeita de
construção. para dentro ou fora ruptura
da tubulação, progressiva,
resultando na solicitar a ajuda
erosão do material de um
interno da engenheiro.
barragem.
Quadro 13 – Aumento no fluxo ou sedimento na saída do dreno.
Anomalia/Sintoma Causas Possíveis Ações corretivas
Prováveis consequências
Aumento no fluxo ou sedimento na ● Uma ● Um aumento da ● Medir a
saída do dreno pequena velocidade do quantidade do
infiltração no fluxo pode causar fluxo na saída e
caminho ou erosão no dreno e determinar o
um aumento depois no crescimento
do nível de material do comparando com o
água maciço. fluxo anterior.
armazenado.
● Pode provocar ● Coletar amostras
ruptura devido ao para comparar a
piping. turbidez.

● Se a quantidade
ou turbidez
aumentou acima
de 25%, um
engenheiro
qualificado deve
inspecionar as
condições e
recomendar outras
ações que devem
ser tomadas.
NECESSÁRIO
ENGENHEIRO.

Por fim, para mais casos, análises e detalhes de patologia das fundações,
acesse o Qr Code da Figura 39.

Figura 5 – Qr Code contendo mais casos, análises e detalhes de patologia


das fundações.

Fonte: Autor (2019)


QUADRO RESUMO

Palavras chaves Descrição


Esforço físico em que a
deformação ocorre
Flexão
perpendicularmente ao eixo do corpo,
paralelamente à força atuante.
Escalonado Formando degraus.
Parte intermediária da estaca
Fuste
entre a base e o capitel.
Qualidade, característica do
Homogeneidade
que é homogêneo.
Adição de escória de alto forno
Alto forno ao cimento Portland, subproduto do
processo de fabricação do aço e ferro.
É a diferença de pressão
Sucção mátrica através de uma membrana que
separa o sistema solo/água.
Reta perpendicular a um segmento de
Mediatriz
reta que passa pelo seu ponto médio.
Solos que sofrem significativa
redução de volume quando
Solos colapsíveis
umidecidos, com ou sem aplicação de
carga adicional.
O microcimento é uma parcela do
próprio cimento, pois se trata da
porção dos grãos mais finos com até
8 micrômetros, ou 8 milésimos de
Microcimento milímetro e sua aplicação é de cunho
estrutural e em fissuras que sejam
passivas (que não se movimentam),
por se tratar de material rígido após a
cura.
QUADRO ESQUEMÁTICO

MANIFESTAÇÕES
PATOLÓGICAS

FUNDAÇÕES

SUPERFICIAIS PROFUNDAS

FORMAÇÃO DE
REAÇÃO ÁLCALI- ATAQUE POR
RECALQUE ETRINGITA
AGREGADO SULFATOS
TARDIA

REAÇÃO ÁLCALI- SULFATOS


EXTERNOS
SILICA INTERNOS

ÁLCALIS DO TEMPERATURA
ÁGUA
CIMENTO SUPERIOR A 60°C

SÍLICA DO
SOLO
AGRAGADO

PRESENÇA DE
ÁGUA
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O conteúdo dele foi retirado do livro Patologia


das Construções!

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