Você está na página 1de 22

Ciência Econômica

e Administrativa
Material Teórico
O Papel da Administração Financeira

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Dr. Marcello de Souza Marin

Revisão Textual:
Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento
O Papel da Administração Financeira

• Introdução;
• Finanças e Empresas;
• Função da Administração Financeira;
• Instituições e Mercado Financeiro.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Conhecer um pouco mais sobre a administração e a sua ramificação financeira;
· Aprender para que serve e associá-la à realidade do dia a dia.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar e verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE O Papel da Administração Financeira

Introdução
Nesta unidade, vamos analisar o conceito de finanças dentro das empresas. Para
começarmos, podemos conceituar finanças da seguinte maneira:
• Em nível macro, a ciência financeira é onde estudamos as instituições financei-
ras, os mercados financeiros e o seu funcionamento dentro do sistema finan-
ceiro nacional.
• Em nível micro, finanças envolvem estudos do planejamento financeiro, da ges-
tão de ativos e da captação de fundos por empresas e instituições financeiras.

O administrador financeiro deve gerir ativamente a área financeira de qualquer


tipo de organização, seja ela pública ou privada, grande ou pequena, com ou sem
fins lucrativos. O estudo das finanças traz o conhecimento necessário para que esse
administrador consiga, com o conhecimento adquirido, cuidar das mais diversas
empresas, claro que cada empresa tem a sua particularidade, mas o conceito geral
não é diferente de empresa para empresa.

Com a globalização cada vez mais presente dentro da nossa sociedade, a com-
plexidade das funções da administração financeira aumenta exponencialmente,
pois está associada a novas condições econômicas, muitas vezes com crises prolon-
gadas e ainda somadas a novas regulamentações de governos e entidades privadas.

O nosso estudo de finanças sempre trará, como pano de fundo, as funções das
empresas, às quais não podemos esquecer a principal delas que é a maximização
do lucro do acionista em gerar riqueza para quem corre o risco de colocar o próprio
capital em um sonho.

A administração financeira estudará como se portam os recursos dentro das


empresas, como é o fluxo desses recursos. A função do administrador financeiro é
a de tomar as melhores decisões dentro de um ambiente, muitas vezes de pressão
constante; tais decisões tanto de curto prazo (capital de giro da empresa) quanto
de longo prazo (investimento dos recursos da empresa e formas de financiamento
destes investimentos) devem ser muito bem analisadas para que a empresa não seja
prejudicada por conta de uma decisão equivocada do administrador financeiro.

Ainda passaremos pelo estudo do Sistema Financeiro Nacional, onde conhece-


remos diversas instituições importantes para o mercado financeiro.

Vamos conhecer esse novo mundo de possibilidades e de conhecimentos.

Abra a mente e mergulhe nesse conhecimento!

8
Finanças e Empresas
Quando falamos de finanças, a primeira imagem que nos vem à cabeça é aquela
pessoa que cuida do dinheiro nas empresas, que tem a chave do cofre como cos-
tumamos dizer.

Mas não é só disso que falamos quando pensamos em finanças empresariais; o


pensamento deve ser muito além de simplesmente a pessoa que paga e que recebe
as contas, temos que pensar em investimentos, em soluções para fazer com que o di-
nheiro renda mais e que trabalhe para nós, e não nós trabalharmos para o dinheiro.

Para a administração financeira, o objetivo da empresa é aumentar o valor do seu


investimento inicial, aumentar a renda dos proprietários e, por consequência, aumen-
tar a riqueza dos acionistas e investidores, seja via ação ou via cotas de participação.

O retorno deve ser sempre compatível ao risco assumido, pois ninguém aplicará di-
nheiro em um investimento se não tiver previsto um retorno bem alto. Essa é a premissa
básica de risco e retorno: quanto mais se arrisca, mais lucro se espera do investimento.

O caixa é de extrema importância para todas as empresas, mas, principalmente,


para empresas abertas que normalmente buscam valores financeiros para o seu cres-
cimento, seja via reinvestimentos ou via compra de novas companhias no mercado.

Mesmo nas empresas do governo, são esperados rendimentos e caixa constante


para que possa ser reinvestidos valores em prol da população, melhorando e ex-
pandindo os serviços prestados à comunidade.

Uma empresa que se mantém constante na geração de caixa e lucro, ao longo


do tempo, consegue cumprir com todos os seus papéis, inclusive com o social, pois
ela pagará impostos constantemente e dessa maneira ajudará a sociedade a crescer
e se desenvolver.

As atividades empresariais podem ser classificadas em:


• Atividades de Operações;
• Atividades de Investimentos;
• Atividades de Financiamento.

A seguir, vamos explicar um pouco de cada uma delas.

As atividades de operações (ou atividades operacionais): são aquelas diretamente


ligadas à operação diária da empresa e normalmente serão descritas no balanço,
nos grupos de ativo e passivo circulante, com algumas exceções somente.

9
9
UNIDADE O Papel da Administração Financeira

As atividades de investimentos: são aquelas em que as empresas investem di-


nheiro, seja em caráter permanente ou temporário e normalmente estarão de-
monstradas na parte do ativo permanente da empresa. Alguns exemplos de inves-
timentos são: maquinários, participação em outras empresas etc.

As atividades de financiamentos: são referentes ao modo como a empresa se


financia, se for com dinheiro próprio, estará no balanço das contas de patrimônio
líquido; se for via captação de terceiros, estará classificado no balanço patrimonial
das contas de empréstimos e financiamentos.

Normalmente, as contas que não são de investimentos ou de financiamentos


são consideradas operacionais dentro das empresas. O contexto operacional é
aquele que reflete o dia a dia da companhia: pagar fornecedores de matéria prima,
receber duplicatas de clientes, entre outras atividades. Esse dia a dia não pode ser
confundido com as atividades de financiamento e investimento, que são diferentes
e requerem que a análise seja ainda maior.

Na Tabela 1, temos uma demonstração de resultado e das atividades empresa-


riais sobre o aspecto gerencial, não sobre o aspecto fiscal, normalmente as empre-
sas utilizam as informações gerenciais para a tomada de decisão de investimentos
e financiamentos.

Tabela 1 - Demonstração de resultado e atividades empresariais: aspecto gerencial


Demonstração de Resultado Atividades Empresariais
RECEITA BRUTA DE VENDAS E SERVIÇOS
Vendas de Produtos
Prestação de Serviços
(–) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA Comerciais (Vendas)
Devoluções e Abatimentos
Impostos Incidentes sobre Vendas
Impostos Incidentes sobre Serviços
= RECEITA LÍQUIDA
(–) CUSTO DOS PRODUTOS E SERVIÇOS Operacionais
Custo dos Produtos Vendidos Produção (Parte Vendida ou Executada)
Custo dos Serviços Prestados
= LUCRO BRUTO
(–) DESPESAS OPERACIONAIS
Despesas de Vendas Comerciais, administrativas e gerais
Despesas Gerais e Administrativas (despesas de vendas e de suporte e
Outras Receitas e Despesas Operacionais atividades de operações)
(=) LUCRO OPERACIONAL ANTES DAS RECEITAS E
DESPESAS FINANCEIRAS
Receitas Financeiras Investimentos temporários e
(–) Despesas Financeiras Findanciamentos
(=) LUCRO OPERACIONAL (DE ACORDO COM A
LEGISLAÇÃO SOCIETÁRIA) Não Operacionais
Receitas não Operacionais
Atividades extraordinárias e eventuais
(–) Despesas não Operacionais
(=) LUCRO ANTES DO IR E CSLL

10
Demonstração de Resultado Atividades Empresariais
(–) PROVISÃO P/ IR E CSLL
Despesas sobre o lucro (ver Nota)
(=) LUCRO APÓS O IR E CSLL
(–) PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES
Empregados Despesas sobre o lucro (ver Nota)
Administradores
(=) LUCRO (PREJUÍZO) LÍQUIDO
Explor

Conheça o perfil do profissional ‘controller’ para atuar nas empresas: https://goo.gl/Z7h8Q4

Funções do Administrador Financeiro


Falando um pouco sobre a profissão na área de finanças, podemos dividir as
atividades em dois caminhos: o caminho do Controller e o caminho do Tesoureiro,
a Figura 1 define bem qual o caminho que cada um dos dois segue normalmente
dentro da administração financeira.

Conforme Hoji (2017), o tesoureiro cuida do planejamento de controle e movi-


mentação de recursos financeiros e o Controller é responsável pelo planejamento
de controle e análise das operações e investimentos.

FINANÇAS

TESOURARIA CONTROLADORIA

Administração Contabilidade
de caixa financeira

Crédito e contas Contabilidade


a receber de custos

Contas
a pagar
Orçamentos

Administração
Câmbio de tributos

Planejamento Sistemas de
financeiro informação

Figura 1 - Caminho da administração financeira


Fonte: Adaptada de HOJI, 2017

11
11
UNIDADE O Papel da Administração Financeira

Os dois profissionais são extremamente importantes para as empresas e ambos


têm de trilhar um caminho muito árduo para se chegar até alguma dessas posições.

A administração financeira é o conjunto de ações que envolvem o controle, planejamento


Explor

e análise de todas as movimentações financeiras de uma empresa, residência ou conta


bancária. Este tipo de administração permite que o investimento de capital seja realizado
de maneira mais racional e otimizado, gerando lucro e economia.
Para ler o artigo na íntegra, acesse: https://goo.gl/bU3NRP

Função da Administração Financeira


A principal função da administração financeira é gerir a companhia rumo ao
sucesso ou ao insucesso. As empresas dependem da competência das pessoas que
trabalham nas atividades da administração financeira para que possam auxiliar o
restante da empresa em busca do sucesso.

Conforme Maximiano (2014), a função da administração financeira tem por ob-


jetivos proteger e utilizar eficazmente os recursos financeiros e ainda busca manter
certo grau de liquidez, para que a organização consiga cumprir seus compromissos.

Dentro da função financeira, devemos nos preocupar com quatro grandes gru-
pos de decisão:
• Planejamento: previsão das necessidades de recursos financeiros para todos
os tipos de operações e atividades.
• Financiamento: identificação e escolha de alternativas de fontes de recursos.
• Controle: acompanhamento e avaliação dos resultados financeiros da organização.
• Investimento: seleção de alternativas para aplicação dos resultados financeiros
da organização.

O profissional desta área cuidará de empresas de tamanhos diversos, o que não


causará impacto na forma de se trabalhar, somente no tamanho da equipe que o
profissional terá à sua disposição.

12
Explor
Microempresa (ME)
Conforme a Lei Complementar nº 123, do ano de 2006, o porte micro diz respeito às
empresas que faturam no máximo R$ 360 mil por ano.
Elas podem, desde que não exerçam atividade impeditiva, optar pelo Simples Nacional.
Empresa de Pequeno Porte (EPP)
É a empresa que fatura acima de R$ 360 mil por ano até o limite de R$ 3,6 milhões anuais.
Como a ME, pode estar enquadrada no Simples se não desenvolver alguma atividade que o
regime não permita.
Empresas de Médio e Grande Porte
Para a classificação de portes de empresas maiores, os órgãos públicos e de fiscalização
utilizam diferentes critérios, o número de funcionários, por exemplo.
O Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), por exemplo, usa o critério de faturamento:
Acima de R$ 16 milhões até R$ 90 milhões por ano: média;
Acima de R$ 90 milhões até R$ 300 milhões anualmente: média-grande;
Após os R$ 300 milhões anuais: grande.
Conforme o BNDES, negócios que faturam entre R$ 3,6 milhões e R$ 16 milhões anuais
ainda são EPP. Mesmo assim, pela receita, não são autorizadas a optar pelo Simples.
Para saber mais, acesse: https://goo.gl/HxGp3e

Instituições e Mercado Financeiro


O mercado financeiro é o local em que o dinheiro circula, onde ele é procurado
e podemos encontrá-lo por meio de intermediários que circulam por dentro e fora
do sistema.

O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é um conjunto de instituições responsáveis


pelo funcionamento do mercado financeiro brasileiro, no que tange a alocação de
recursos na economia. É subdividido em três níveis, como segue:
1. Sistema Normativo: composto por órgãos responsáveis pela definição das
políticas e diretrizes gerais do sistema financeiro, sem funções executivas.
2. Entidades Supervisoras: responsáveis pela fiscalização das instituições sob
sua responsabilidade e regulamentação dos dispositivos legais ou normas
editadas pelos órgãos normativos. Englobam três entidades especiais.
3. Sistema Operativo: responsável pelo funcionamento dos vários mercados,
envolvidos diretamente ou como instituições auxiliares nas atividades de cap-
tação, intermediação e aplicação de recursos no sistema financeiro nacional.

Em nosso estudo, vamos focar basicamente no Sistema Normativo por ser con-
siderado de maior relevância dentro do contexto do SFN, conforme ilustração das
estruturas na Figura 2.

13
13
UNIDADE O Papel da Administração Financeira

Instituições Financeiras
As instituições financeiras, no que tange a legislação em vigor, são as pessoas
jurídicas públicas e privadas que tenham como atividade principal ou acessória a
coleta, a intermediação ou a aplicação de recursos financeiros próprios ou de ter-
ceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de
terceiros. (Lei de Reforma Bancária - 4.595/64, em seu Art. 17).

Os intermediários financeiros são as pessoas jurídicas que emitem seus próprios


passivos, ou seja, captam poupança diretamente do público por sua própria inicia-
tiva e responsabilidade e, posteriormente, aplicam esses recursos junto às empresas
através de empréstimos e financiamentos. Incluem-se neste segmento os bancos co-
merciais, de investimento, de desenvolvimento, a Caixa Econômica Federal (CEF), as
sociedades de crédito, financiamento e investimento e os bancos múltiplos.

Já as Instituições auxiliares propõem-se a colocar em contatos poupadores com


investidores, facilitando o acesso destes àqueles. Nestes casos, figuram, por exem-
plo, as bolsas de valores, cuja finalidade, em última instância, consiste em propiciar
liquidez aos títulos emitidos pelas empresas (ações), através de institucionalização
do mercado secundário para esses ativos.

Sistema Financeiro Nacional

Subsistema
Normativo
Sistema
Financeiro
Nacional (SFN)
Subsistema de
Intermediação

Sistema Normativo

Subsistema Comissões
Normativo Consultativas

Sistema
Normativo Subsistema
Normativo

Subsistema
Responsável pelo Normativo
funcionamento do B.B
mercado financeiro e de
suas instituições. Subsistema
Normativo BNDES

CEF

Figura 2 - Estruturas do sistema financeiro Nacional e do sistema normativo


Fonte: Elaborada pelo autor

14
A Tabela 2 demonstra quais são os órgãos normativos, quais são as entidades super-
visoras e quem são os operadores dentro do mercado financeiro que estão inseridos.

Tabela 2 - Órgãos normativos, entidades e operadores


Órgãos Normativos Entidades Supervisoras Operadores
Instituições Financeiras
captadoras de depósitos
Banco Central do Brasil (Bacen) à vista. Outros
Demais Instituições intermediários
CONSELHO MONETÁRIO
Financeiras. financeiros e
NACIONAL (CMN)
administradores de
Bolsas de Mercadorias recursos de terceiros.
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e Futuros.
Bolsas de Valores.
Resseguradores.
CONSELHO NACIONAL DE Superintendência de Seguros Sociedades Seguradoras.
SEGUROS PRIVADOS (CNSP) Privados (Susep) Sociedades de Capitalização.
Entidades Abertas de Previdência Complementar.
CONSELHO NACIONAL Superintendência Nacional de
Entidades fechadas de previdência complementar
DE PREVIDÊNCIA Previdência Complementar
(fundos de pensão).
COMPLEMENTAR (CNPC ) (PREVIC)
Fonte: O Mercado de Valores Mobiliários Brasileiro - Comissão de Valores Mobiliários

Agora, explicaremos um pouco sobre cada órgão dentro do SFN, apenas os


considerados mais relevantes.

CMN: é o órgão deliberativo máximo do SFN e não desempenha função execu-


tiva, tem apenas funções normativas.

Atualmente, o CMN é composto por três membros: Ministro da Fazenda (Pre-


sidente), Ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão e Presidente do
Banco Central.

Trabalhando em conjunto com o CMN, funciona a Comissão Técnica da Moeda


e do Crédito (COMOC), que tem como atribuições o assessoramento técnico na
formulação da política da moeda e do crédito do País.

As matérias aprovadas são regulamentadas por meio de Resoluções normativas


de caráter público, sempre divulgadas no Diário Oficial da União e na página de
normativos do Banco Central do Brasil.

Banco Central: foi criado em 1964 com a promulgação da Lei da Reforma


Bancária (Lei nº 4.595 de 31.12.64). A partir da Constituição de 1988, a emissão
de moeda ficou a cargo exclusivo do BCB.

Funções do Banco Central


• Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda nacional e da solidez
do Sistema Financeiro Nacional;
• Executar a política monetária mediante utilização de títulos do Tesouro Nacional;

15
15
UNIDADE O Papel da Administração Financeira

• Fixar a taxa de referência para as operações compromissadas de um dia, co-


nhecida como taxa SELIC;
• Controlar as operações de crédito das instituições que compõem o Sistema
Financeiro Nacional;
• Formular, executar e acompanhar a política cambial e de relações financeiras
com o exterior;
• Fiscalizar as instituições financeiras e as clearings (câmaras de compensação);
• Emitir papel-moeda;
• Executar os serviços do meio circulante para atender à demanda de dinheiro
necessária às atividades econômicas;
• Manter o nível de preços (inflação) sob controle;
• Manter, sob controle, a expansão da moeda e do crédito e a taxa de juros;
• Operar no mercado aberto, de recolhimento compulsório e de redesconto;
• Executar o sistema de metas para a inflação;
• Divulgar as decisões do Conselho Monetário Nacional;
• Manter ativos de ouro e de moedas estrangeiras para atuação nos mercados
de câmbio;
• Administrar as reservas internacionais brasileiras;
• Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras nacionais;
• Conceder autorização para o funcionamento das instituições financeiras.

CVM: foi criada em 07 de dezembro de 1976, pela Lei 6.385, para fiscalizar e
desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil.

O Colegiado define as políticas e estabelece as práticas a serem implantadas e


desenvolvidas pelas Superintendências, as instâncias executivas da CVM.

Autorização
Normatização Registro

CVM
Informação Supervisão
Educação Fiscalização

Figura 3
Fonte: Elaborada pelo autor

16
A CVM é a instituição do governo responsável pela regulação e fiscalização do
mercado de capitais no Brasil e tem como funções:
• estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários;
• promover o desenvolvimento e a eficiência do mercado;
• proteger os investidores contra fraudes e práticas irregulares;
• garantir o acesso do público às informações;
• assegurar a observância de práticas comerciais equitativas.

Além dessas, a CVM é responsável por mais outras funções e sanções:

I) Função Normativa
• Instruções: regulam as matérias previstas expressamente nas Leis 6.404/76
e 6.385/76.
• Deliberações: atos do Colegiado que constituam competência específica
deste, nos termos de Regimento Interno.
• Pareceres de Orientação: orientação aos agentes do mercado e aos investi-
dores sobre matéria que cabe à CVM regular.
• Notas Explicativas: tornam públicas as razões pelas quais o Colegiado
aprovou determinada instrução.
• Audiência Pública: art. 8º, § 3º, inciso I, da Lei nº 6.385/76.

II) Função Registraria


• Emissor de valores mobiliários (companhias abertas, fundos de investimento etc.).
• Integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários (corretoras, bancos
de investimento etc.).
• Prestadores de serviços autorizados (auditores independentes, agentes fiduciários,
consultores e analistas de valores mobiliários, administradores de carteira etc.).
• Ofertas públicas de distribuição ou de aquisição de valores mobiliários.
• Outros: plataforma de crowdfunding.

III) Função de Supervisão


• Análise de informações periódicas e eventuais dos participantes de mercado.
• Supervisão das operações nos mercados.
• Recebimento e Análise de consultas, reclamações e denúncias.
• Processos Administrativos Sancionadores.
• Termos de Compromisso.
• Supervisão Baseada em Risco (SBR).

17
17
UNIDADE O Papel da Administração Financeira

IV) Sanções da CVM


• Advertência.
• Multa.
• Suspensão ou inabilitação temporária (até 20 anos) do exercício do cargo de
administrador ou de conselheiro fiscal de companhia aberta, de entidade do sistema
de distribuição ou de outras entidades que dependam de autorização da CVM.
• Suspensão ou cassação da autorização ou registro junto à CVM.
• Cassação de autorização ou registro para o exercício das atividades de que
trata esta Lei.
• Proibição temporária, até o máximo de vinte anos, de praticar determinadas
atividades ou operações para os integrantes do sistema de distribuição ou de
outras entidades que dependam de autorização ou registro na Comissão de
Valores Mobiliários.
• Proibição temporária, até o máximo de dez anos, de atuar, direta ou indiretamen-
te, em uma ou mais modalidades de operação no mercado de valores mobiliários.

Banco do Brasil: é o mais antigo banco comercial do Brasil e foi criado em 12


de outubro de 1808 pelo príncipe regente D. João. É uma sociedade de economia
mista de capitais públicos e privados e, também, uma empresa aberta que possui
ações cotadas na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBOVESPA).

O BB opera como agente financeiro do Governo Federal e é o principal execu-


tor das políticas de crédito rural e industrial e de banco comercial do governo. E, a
cada dia, tem se ajustado a um perfil de banco múltiplo tradicional.

BNDES: criado em 1952 como autarquia federal, hoje é uma empresa públi-
ca vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. É
responsável pela política de investimentos de longo prazo do Governo Federal,
necessários ao fortalecimento da empresa privada nacional.

CEF: criada em 12 de janeiro de 1861 por Dom Pedro II, com o propósito de
incentivar a poupança e de conceder empréstimos sob penhor. É a instituição fi-
nanceira responsável pela operacionalização das políticas do Governo Federal para
habitação popular e saneamento básico.

A Caixa é uma empresa 100% pública e não possui ações em bolsas. Além das
atividades comuns de um banco comercial, a CEF também atende aos trabalhado-
res formais - por meio do pagamento do FGTS, PIS e seguro-desemprego, e aos
beneficiários de programas sociais e apostadores das Loterias.

As ações da Caixa priorizam setores como habitação, saneamento básico, infra-


estrutura e prestação de serviços.

Com essas explicações e explanações, espero que vocês tenham conseguido


entender um pouco mais o contexto do Sistema Financeiro Nacional.

18
Explor
Principais Termos do Sistema Financeiro Nacional
Mercado de Crédito: composto por organizações financeiras ou não, que fazem uma
intermediação entre os recursos de curto ou médio prazo para pessoas que precisam de
recursos para consumir ou para o capital de giro. O Banco Central do Brasil é o órgão que
controla e fiscaliza esse mercado.
Mercado Monetário: mercado de operações de controle da oferta de moeda e taxas de
juros de curto prazo para assegurar a liquidez da economia. O Banco Central faz parte desse
mercado atuando na Política Monetária.
Mercado de Câmbio: nesse mercado há a negociação e troca de moedas estrangeiras por
moeda brasileira (reais). O Banco Central administra, fiscaliza e controla as operações e
taxas de câmbio, por meio da Política Cambial.
Mercado de Capitais: é responsável por entregar recursos de médio e longo prazo para os
indivíduos, por meio da compra e venda de títulos e valores mobiliários que são feitas pelas
empresas, investidores e intermediários. O órgão que controla, normatiza e fiscaliza esse
mercado é chamado de Comissão de Valores Mobiliários.
Além desses, existem os mercados primário e secundário:
Mercado Primário: é quando as empresas ou governo transmitem títulos e valores
mobiliários para atrair recurso direto dos investidores.
Mercado Secundário: formado por títulos e valores mobiliários adquiridos anteriormente
no mercado primário ocorrendo a compra e venda de títulos, o objetivo nesse mercado é
gerar negócios. Para saber mais, acesse: https://goo.gl/GWd6Pc.

19
19
UNIDADE O Papel da Administração Financeira

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

 Livros
Finanças Empresariais
BERK, Jonathan, DeMARZO, Peter. Porto Alegre: Bookman, 2010.
Curso de Administração Financeira
Neto, Assaf, Alexandre, Lima, Fabiano Guasti. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2014.

 Leitura
A importância da Comissão de Valores Mobiliários no Controle do Mercado de Capitais
TEIXEIRA, Ana Luiza Silva; TEIXEIRA, Juliana.
https://goo.gl/7YN3fw
O Sistema Financeiro Brasileiro
BAROSA, Fernando de Holanda.
https://goo.gl/rX4j7d

20
Referências
GITMAN, L. J. Princípios de Administração Financeira. 10. ed. São Paulo:
Pearson, 2007.

HOJI, Masakazu. Administração Financeira e Orçamentária, 12. ed. São Paulo:


Atlas, 2017.

LIMA, Iran Siqueira; LIMA, Gerlando Augusto Sampaio Franco de; PIMENTEL,
Renê Coppe (Coord.). Curso de mercado financeiro: tópicos especiais. São
Paulo: Atlas, 2009.

MAXIMIANO, Antonio Amaru. Fundamentos de Administração - Introdução à


Teoria Geral e aos Processos da Administração, 3. ed. São Paulo: LTC, 2014.

Sites visitados
CONTABNET. Conheça todos os tipos de empresas antes de abrir a sua.
Disponível em: <http://contabnet.com.br/blog/tipos-de-empresa>. Acesso em:
30/07/2018.

GLOBO.COM. Conheça o perfil do profissional controller para atuar nas


empresas. Disponível em: <http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/bom-
dia-cidade/videos/v/conheca-o-perfil-do-profissional-controller-para-atuar-nas-
empresas/2610876/>. Acesso em: 30/07/2018.

INSTITUTO COACHING FINANCEIRO. O que é administração financeira.


Disponível em: <http://www.coachfinanceiro.com/portal/o-que-e-administracao-
financeira/>. Acesso em: 30/07/2018.

MERCADO DE VALORES. Sistema financeiro nacional. Disponível em:


<http://mercado-de-valores.info/sistema-financeiro-nacional.html>. Acesso em:
30/07/2018.

21
21

Você também pode gostar