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Escritores que tinham estado mudos durante anos poderiam voltar à vida. Petrarca
se referindo a Homero e Platão.
A Catedral de Santa Maria del Fiore foi considerada um gigantesco guarda sol no
centro de Florença. Iniciada em 1296 por Arnolfo di Cambio, a construção
continuou sob a direção de Giotto, que deu atenção especial à torre e ao
campanário. Um grande numero de edifícios foi demolida para que se tivesse uma
vista ampla da catedral. Foram alargadas para 21 metros as ruas e edificações, "de
modo que esta catedral seja cercada por belas e espaçosas ruas, que reflitam a
honra e o interesse pelos bens públicos dos cidadãos florentinos". A largura da nave
central e das naves laterais fazia com que um espaço extremamente amplo tivesse
que ser coberto. Entretanto, cobri-lo com o domo seria impossível com os
conhecimentos técnicos da época. Nesse tempo, as abóbadas eram construídas
como arcos pelo método do cimbre: uma viga era colocada de um lado a outro do
vão no topo das paredes; uma moldura de madeira instalada sobre a viga
sustentava os tijolos do arco ate ser conseguida a altura desejada, e a séria final de
tijolos sustentava-se a si mesmo graças a inserção de um último tijolo central, o
fecho e abóbada ou pedra angular. Assim, o arco se mantinha no lugar graça a
pressão dos tijolos uns contra os outros. O madeirame de sustentação podia então
ser retirado. Construir uma abóbada sobre a nave central e as naves laterais de
Santa Maria del Fiore teria requerido uma viga suficientemente extensa para ir de
um lado ao outro da tribuna octogonal, um vão de cerca de 43 metros. Ora,
semelhante viga não existia, simplesmente. Brunelleschi estudou o Panteão de
Roma e outras abobadas romanas e descobriu um modo de construir um domo
assentando no tambor de pedra octogonal uma serie de anéis concêntricos ou
fieiras horizontais de tijolos e pedras, cada uma suficientemente forte para
sustentar a seguinte. As pedras formaram, pois, oito pesados espigões assentados
nas esquinas do octógono. Para fins de isolamento e também com vista à
suntuosidade, Brunelleschi construiu duas abóbadas, uma interna e outra externa.,
o que contribuiu para reduzir o peso da abóbada exterior. Entre os espigões, a
tensão elástica dos painéis intermediários parece manter o domo aberto, como se
estivesse cheio de ar, à semelhança de um imenso guarda-sol aberto sobre o
coração de Florença. O domo de Santa Maria del Fiore serviu para coroar Florença,
não só como cidade-estado medieval, mas também pelo seu novo papel de capital
da Toscana. O artista Alberti, que entendeu o significado político mais amplo da
obra de Brunelleschi, disse que o domo era "suficientemente vasto para conter toda
a população toscana".
Muito dessas formas novas, ainda presas ao barroco, atravessaram o oceano, como
por exemplo a elipse, para modelar as plantas das igrejas no Brasil.
A Basílica de São Pedro foi construída nos alvores do cristianismo, e foi ameaçada
em fins do século XV pelo Papa Nicolas V e por Alberti que pretendiam transforma-
la em moderno monumento renascentista. O Papa Júlio II institui um concurso
privado para a remodelação da basílica. Bramante sai vitorioso com suas idéias
gigantescas. Foi substituído por Rafael depois de morto e ainda por Michelangelo.
Outro vulto da arquitetura, já no final do renascimento foi Vignola, que elaborou a
planta do Gesú, Igreja da Companhia de Jesus, que estava talhada a ser o
balizamento inicial da arquitetura dita dos jesuítas que mais tarde viria ao Brasil.
Na França, a arquitetura renascentista adquire seu caráter genuíno com Francisco I,
de 1515 a 1547, continuando até 1590 com Henrique II. O primeiro período se
caracteriza pela construção de castelos como os de Loire e em Íle de France, escola
de Fontenebleau. Fora os castelos, seguem-se o pátio do Louvre, o jardim de
Luxemburgo e as Tulleries. Chegado o século XVII, surge uma reação contra o
academismo renascentista, reação que floresce com um novo espírito: o Barroco.
http://www.territorios.org/teoria/H_C_renascimento.html