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ATUALIDADES

Atualidades Brasil

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
ATUALIDADES
Atualidades Brasil

Sumário
Luis Felipe Ziriba

Apresentação. . .................................................................................................................................. 3
Atualidades Brasil. . .......................................................................................................................... 4
1. Parte 1 – Brasil: Território, Posição, Índice de Desenvolvimento Humano e
População.......................................................................................................................................... 4
1.1. Território, Fronteiras, Transporte e Energia........................................................................ 4
1.2. A População Brasileira............................................................................................................ 11
1.3. IDH Brasil: 2019.. ....................................................................................................................... 17
2. Parte 2 – Atualidades Brasil: Política, Economia e Fatos..................................................21
2.1. A Política Brasileira.. ................................................................................................................21
2.2. Economia Brasileira............................................................................................................... 38
2.3. O Caso Marielle....................................................................................................................... 72
2.4. As Milícias no Rio de Janeiro................................................................................................ 72
2.5. A Crise na Segurança Pública no Brasil............................................................................. 73
2.6. O Mais Médicos na Berlinda. . ...............................................................................................90
2.7. A Transposição do Rio São Francisco............................................................................... 106
2.8. Cultura e Atualidades no Brasil em 2020: alguns Pontos Fundamentais. . ............... 112
2.9. Brics e o Brasil...................................................................................................................... 122
Questões de Concurso................................................................................................................ 132
Gabarito.......................................................................................................................................... 153

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Luis Felipe Ziriba

Apresentação
Caro(a) aluno(a), é um prazer imenso estar junto a você nessa etapa de preparação rumo à
conquista de algo tão importante na vida: a estabilidade profissional no serviço público.
Peço licença para me apresentar. Meu nome é Luis Felipe Ziriba. Sou formado em Geografia
desde 2004, pela Universidade de Brasília, e sou também servidor do Incra – SEDE, desde 2008,
no cargo de Analista em Desenvolvimento e Reforma Agrária. Ministro aulas para concursos
desde 2001. Comecei em sala aos 20 anos de idade em Pré-Vestibulares, tendo seguido para
concursos de admissão à carreira militar, tais como EsPCEx, ESA, entre outros, nas disciplinas
Geografia Geral e do Brasil. Lecionei também em preparatórios (matéria Geografia Geral e do
Brasil) para cursos de admissão à carreira diplomática – Instituto Rio Branco. Já no início da
década findada (2010-2019), parti também rumo ao desafio de lecionar as matérias Atualida-
des do Brasil e Mundo, além de Realidade/Atualidades do Distrito Federal.
Assim, entre tantas matérias diferentes e interessantes, lá se vão 18 anos preparando alu-
nos nos melhores cursos do Distrito Federal para os mais concorridos concursos do Brasil.
Bom, obrigado pelo espaço e confiança depositada e vamos, então, ao que realmente im-
porta a você. O tempo urge!
Com vistas a auxiliá-lo(a) nessa preparação, dividi nosso material em duas partes: na pri-
meira parte, destaco aspectos do território nacional (incluído transportes e energia) e contexto
populacional; na segunda, serão abordados aspectos de nossa política, economia e temas
mais importantes em atualidades (cultura, sociedade, segurança, relações internacionais, en-
tre outros).
Destaco, por fim, caro(a) aluno(a), ser extremamente necessário que realize a leitura inte-
gral dos temas abaixo e dos seus respectivos textos complementares, mesmo que haja em
editais recortes balizando períodos específicos, tal como pode (e costuma) acontecer. Tenha
em mente que será apenas promovendo a leitura retórica acerca dos temas, desde seu início
até o fim, que será possível, portanto, a clarificação dos contextos mais recentes de Atualida-
des. E juro… Não há como fugir disso! Pode confiar nessa informação. A disciplina de Atua-
lidades não está restrita, simplesmente, a uma coleta de notícias com base no(s) recorte(s)
estipulado(s) pelos editais. Em Atualidades existem contextos que devem ser entendidos para
que possamos atingir o nível necessário de conhecimento pedido pelas bancas em concursos.
Então, vamos começar. Peço, por favor, que faça o caderno de exercícios apresentado
como fixação de conteúdo e acréscimo didático. Avalie nosso curso em nossa platafor-
ma. Obrigado!

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1. Parte 1 – Brasil: Território, Posição, Índice de Desenvolvimento Hu-
mano e População

1.1. Território, Fronteiras, Transporte e Energia


O Brasil possui a 5a maior extensão territorial do mundo. Com mais de 8,5 milhões de qui-
lômetros quadrados de extensão, somos considerados um país-continente. Dentro da Amé-
rica do Sul, temos disparado a maior em área total (47%), com mais de 3 vezes o tamanho do
segundo maior país, a Argentina.
Repare que o enorme território brasileiro é quase equidimensional; ou seja, possui pratica-
mente as mesmas extensões de Norte-Sul e Leste-Oeste.

 Obs.: os pontos descritos são os nossos pontos extremos nas quatro direções: Norte (Monte
Caburaí, em Roraima), Sul (Arroio do Chuí), Leste (Ponta do Seixas) e Oeste (Nascente
do Rio Moa).

O Brasil faz fronteira com dez (10) países. Dentro do continente Sul-Americano, não somos
“vizinhos” apenas de dois países: o Chile e o pequeno Equador. No mapa abaixo, temos as
principais extensões de fronteiras, com destaque para o Peru (2º lugar) e Bolívia (com mais de
3.000 km de fronteira, em boa parte pela Amazônia). Destaca-se que estes dados de tamanho das

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fronteiras são estanques, ou seja, não sofrerão alterações em curto ou médio prazo, à medida
que os tratados com os países fronteiriços ao Brasil foram ratificados há tempos; também
não vêm ocorrendo reivindicações fronteiriças de nações vizinhas.

Brasil-Guiana Francesa - 730km

Brasil-Suriname - 593km
Brasil-Guiana - 1.606km
Brasil-Venezuela - 2.199km
Brasil-Colômbia - 1.644km
Brasil-Peru - 2.995km
Brasil-Bolívia - 3.423km
Brasil-Paraguai - 1.366km
Brasil-Argentina - 1.261km

Brasil-Uruguai - 1.069km
Fronteira Terrestres - 16.886km
Costa Marítima - 7.408

O Brasil é dividido politicamente em 26 estados mais o DF, totalizando 27 Unidades da


Federação (UFs). Os maiores estados são Pará, em segundo lugar, com 1.247.689 km², e Ama-
zonas, na liderança, com 1.570.745 km². O nosso menor estado é Sergipe, sendo o DF, porém,
já que não é um estado propriamente dito, a menor unidade da federação (com 5.802 km²).

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São 5 regiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Essa configuração atende a
uma divisão de 1969 do IBGE, a qual levou em conta similaridades humanas e naturais entre
os estados para o agrupamento em regiões:
• MAIOR REGIÃO (2019): Norte (45.2% do território nacional);
• REGIÃO COM MAIOR NÚMERO DE ESTADOS: Nordeste (com 9);
• MAIOR POPULAÇÃO: Sudeste (aproximadamente 86 milhões perfazendo em torno de 42%
população do Brasil).

Vale destacar que os estados brasileiros podem se desmembrar internamente em outros me-
nores, bastando haver a aprovação pela Câmara dos Deputados e a consulta à população dos
estados. Mas eles não podem se destacar do Brasil para formar outro país. Há pleitos em tor-
no de desmembramento de estados em análise atualmente para o Piauí, o Maranhão, a Bahia,
entre outros. O pleito que neste sentido fora levado mais adiante deu-se no Pará, em 2011,
quando sua população em plebiscito não aceitou a fragmentação do estado em 3 outros es-
tados (capitais em Marabá, Santarém e Belém).

Por fim, em 2021, o Brasil possuía 5.570 municípios. Os Estados com mais municípios
atualmente são: Minas Gerais (853) e São Paulo (645). Na rabeira, temos Roraima, com apenas
15, e o Amapá, com 16 municípios.
O Distrito Federal não é um Estado, e sim uma Unidade da Federação, tendo apenas Bra-
sília (a Capital Federal) como seu único município.

TEXTO COMPLEMENTAR

O Transporte de Cargas no Brasil em 2020

Por: Prof. Luis Felipe Ziriba, 10/12/2019.

O Sistema de transporte de cargas no Brasil é, via de regra, muito desequilibrado.


Vigorando desde 2005 como um plano de Estado, e não de Governo, o PNLT – Plano
Nacional de Logística de Transportes – visa promover um melhor reequilíbrio entre os
modais, alçando metas de eficiência em logística, com redução de custos e da emissão
de poluentes, além do incrementar a segurança.
Uma análise simples em nossa matriz de transportes revela que o meio rodoviário
ainda predomina no total de cargas (peso) transportadas no país. Tal meio (rodoviá-
rio) de transporte leva em torno de 60% de toda a carga. Os principais produtos trans-
portados pelos mais de 1,4 milhão de quilômetros de estradas brasileiras (a segunda
maior malha do mundo) são derivados de petróleo, soja, milho, farelo de soja, alimentos

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(industrializados, ou não) e bens de consumo manufaturados diversos. Vale destacar


que a presença do rodoviário vem sendo reduzida bem lentamente, tendo chegado, na
década de 1980, a quase 80% de toda a carga transportada no país. As vantagens do
meio rodoviário estão na capacidade de se entregar produtos porta a porta, o que não
ocorre no meio ferroviário, pois os trens param em terminais, o aquaviário em portos
e os aeroviários em aeroportos. Veja o exemplo da soja: todo grão que sai da portei-
ra das milhares de fazendas plantadoras é escoado exatamente por caminhão. Se,
por opção das empresas, a soja seguir após os caminhões por outro modal, tem-se
o que se chama de transbordo. A implementação originalmente ao de uma estrada é
também mais barata e rápida, daí a preferência de governos desenvolvimentistas ante-
riores, como Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek, por este modal (tipo) de transporte.
Como externalidades, tem-se o maior custo de manutenção das estruturas que se pre-
carizam muito facilmente, a poluição ambiental dos gases pesados e tóxicos emitidos
pelos escapamentos a diesel e o maior número de mortes em acidentes que nos outros
modais. Um ponto interessante de Atualidades é que em maio de 2018, uma greve de
praticamente um mês dos caminhoneiros praticamente parou o país. Ela revelou o
tamanho da dependência deste meio de transporte no Brasil. Estima-se que em torno
de 60% dos caminhoneiros no país trabalhem em empresas, não sendo autônomos,
portanto. A essa prática de parada de serviços por parte de empresas dá-se o nome de
lock-out. Lembrando ser tal prática proibida, tanto pela CLT como pela Lei de Greves.
O segundo meio de transporte mais utilizado no Brasil para cargas é o ferroviá-
rio, com algo em torno de 20% do total transportado por 30.000 km de ferrovias (com
metade desta quilometragem sendo subutilizada).
As vantagens desse modal de transportes estão relacionadas a sua eficiência, pois
os trens transportam uma imensa quantidade de carga, com baixo consumo de combus-
tível, baixa emissão de poluentes e níveis altíssimos de segurança, além de requerem
pouca manutenção nas estruturas, principalmente nos trilhos. A externalidade obser-
vada reside no alto custo para se construírem novas ferrovias e sua implementação em
geral (custo também dos trens). Vencer terrenos irregulares e fazer curvas acentuadas
não é o forte dos trens. Atualmente, as 13 linhas férreas do país são administradas por
concessões que duram em média 35 anos, sendo, contudo, livre o direito de passagem
a trens que não pertencerem à concessionária do trecho. O minério de ferro responde
por 80% do total de cargas transportado pelos trilhos no Brasil. Para 2019 haverá o
leilão do trecho que liga Goiás ao Porto de Santos pela ferrovia Norte-Sul.
Recomendo, caro(a) aluno(a), que para se informar melhor sobre este tema, promo-
va a leitura deste link abaixo, retirado da versão online do jornal de Goiânia, o Popular:
https://abifer.org.br/ha-mais-de-tres-decadas-sendo-construida-ferrovia-norte-sul-
-so-tera-uso-apos-2020/

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Em seguida vem o meio de transporte aquaviário, o qual responde por algo em


torno de 10% do transporte de cargas no Brasil, tendo sido aumentada esta participa-
ção ao longo das últimas décadas por meio, principalmente, das iniciativas promovidas
pelo PNLT. A carga transportada internamente pelas hidrovias do país se encontra atu-
almente na casa dos 20% na soja; 15% de petróleo; 12% é areia, o milho representando
10% e o minério de ferro outros 10%. Um dado interessante é que mais de 40% deste
transporte se dá dentro do próprio estado, com destaque para as operações deste tipo
promovidas no Rio Grande do Sul, São Paulo, Pará e Amazonas. Para estes dois últimos
estados da Região Norte, vale ressaltar, embora este texto não seja sobre transporte
de passageiros, que o modal aquaviário também leva muitas pessoas e uma imensa
gama de produtos (mudanças, por exemplo, algo impensável no Centro-Sul do Brasil,
que são feitas por barcos). São estados (principalmente o AM) que não têm expressi-
vas ligações rodoviárias, mas que possuem, contudo, rios caudalosos, largos e moro-
sos os quais auxiliam no transporte aquaviário. As vantagens do transporte aquaviário
residem na sua amplificada capacidade de carga e custos baixos para o operador. As
externalidades são a construção de hidrovias seguras e, se necessário, de eclusas (um
processo muito caro), a ocorrência de acidentes (principalmente no transporte de pas-
sageiros) e a dificuldade de se chegar a pontos diversificados do território brasileiro. O
ideal para o transporte aquaviário é que se consiga implementar uma logística eficiente
para a realização do transbordo (troca de modal). No Brasil, uma modalidade de trans-
porte por barcos que esteve relegada em décadas anteriores vem ganhando força ao
longo dos últimos anos: o transporte por cabotagem, ou seja, quando se leva a carga
entre portos marítimos, praticamente se margeando a costa. Os portos e as embarca-
ções no Brasil, na verdade, vêm se adaptando a essa eficiente modalidade de transpor-
te de cargas.
Por fim, em relação ao aquaviário, destaco que mais de 90% do comércio global
atualmente se deve ao transporte aquático em grandes navios, sejam estes de contê-
ineres, sejam de graneleiros.
Por último vem o transporte aéreo de cargas, muito importante à medida que,
embora leve algo em torno de apenas 5% das cargas no Brasil, ao somarmos os valo-
res destas cargas, tem-se algo em torno de 25% de todos os valores transportados no
Brasil. O modal aeroviário é, de fato, muito eficiente quando se precisa levar cargas
perecíveis (alimentos, flores) ou com alto valor agregado, em que o custo mais alto do
transporte, comparado aos outros meios, compensa.

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TEXTO COMPLEMENTAR

A Produção de Energia Elétrica no Brasil em 2020

Por: Prof. Luis Felipe Ziriba, 05/12/2019.

O Brasil é um dos grandes produtores de energia do Mundo. Nosso gigante parque


de produção de energia elétrica possui alta diversificação, sendo baseado em matriz
limpa (as hidrelétricas: das cinco maiores em atividade no Mundo, duas, Belo Monte e
Itaipu, estão aqui) e algumas outras peculiaridades. Vejamos, então, as principais.
Em termos gerais, a nossa produção de energia elétrica se encontra em torno de
75% (dados de 2018) oriunda de fontes renováveis. Veja os números abaixo:
• hidrelétrica: 61%;
• eólica: 6%;
• termelétricas a biomassa: 8%.
• Todas fontes renováveis…

Acrescenta-se, contudo, à nossa matriz energética, mais 18% de termelétricas, 1,5%


nuclear e o restante, em torno de 5%, importada (basicamente do Paraguai por meio de
Itaipu, ou seja, também fonte hidrelétrica).
As Hidrelétricas
Poucos países no mundo possuem proporção tão elevada em sua matriz energética
com base em hidrelétricas como no Brasil. Geograficamente, o nosso parque hidrelé-
trico já esteve bastante concentrado no Centro-Sul e Vale do Rio São Francisco. Por lá,
grandes estruturas, como as usinas de Paulo Afonso-BA e Itaipu-PR, permanecem, mas
o direcionamento do sistema elétrico nacional evidencia uma subida de novas estrutu-
ras, agora se apropriando dos rios amazônicos. Assim, nasceram nas últimas décadas
gigantescos projetos, como o Jirau e Santo Antônio em Rondônia, Tucuruí e Belo Monte
no Pará. Aliás, esta última, quando estiver em pleno funcionamento, será a maior usina
do Brasil e a segunda maior do mundo. Ao todo hoje são 218 usinas em funcionamento
no Brasil.
Em auxílio a essas estruturas, temos também as PCHs – Pequenas Centrais Hidrelé-
tricas – e as Centrais Geradoras. Estas últimas, de tão pequenas, não chegam nem a
constituir barragem e possuem um licenciamento ambiental bastante simplificado.
Ordem por tamanho de projeto:
HIDRELÉTRICAS: PCH -> Centrais Geradoras

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O Parque Eólico
Em 2019 funcionavam no Brasil 368 usinas eólicas, além de 133 novas em constru-
ção. Predominantes em regiões de vegetação baixa, como no centro da Bahia, ou no
litoral do Nordeste e Região Sul, onde a incidência de ventos é bastante favorecida, se
utilizam da energia de movimento do vento para produção de eletricidade. Um princípio
simples, mas que requer implementações tecnológicas. A produção eólica responde
por quase 6% da eletricidade total no Brasil, tendo crescido exponencialmente ao longo
dos últimos 15 anos. Em estados como o Ceará e Rio Grande do Norte, que não pos-
suem grandes hidrelétricas, já representam grande parte da produção de energia local.

Termelétricas
Incentivos ao emprego de termelétricas, sobretudo, as com uso de biomassa,
buscam diversificar a matriz energética elétrica, que até 2006 tinha 83,2% de sua potên-
cia composta por hidrelétricas. Licor negro (resíduo da produção de papel) e bagaço
de cana são as principais fontes de biomassa (renováveis). Gás natural e derivados
de petróleo são as fontes fósseis mais comuns (não renováveis). Dentro do mapa
nacional de termelétricas, tem-se termelétricas por todo o país, contudo aqueles que
se utilizam de biomassa estão no Centro-Sul e as que queimam gás natural e petróleo
(fontes não renováveis e poluidoras) na Amazônia, via de regra.

Nuclear
Localizadas em Angra dos Reis (RJ), as usinas nucleares Angra 1 e 2 utilizam o
átomo do elemento químico urânio para produção de 1.990 MW de energia elétrica,
distribuída no eixo Rio-São Paulo. Em construção, Angra 3 deve fornecer 1.350 MW. O
Brasil é o 23º país do mundo em potência nuclear instalada (2018).

Força Maremotriz
Essa modalidade de produção de energia se utiliza a força das marés. Presente em
países como Reino Unido e Canadá, esse método consiste em usar o “vai e vem” das
marés para movimentar turbinas e, com isso, gerar eletricidade. É um processo similar
ao usado em parques eólicos, com uma vantagem: por ser mais densa, a água exerce
uma força maior sobre as turbinas e, consequentemente, gera mais energia.
Uma das principais formas de exploração da energia das marés é por meio do uso de
turbinas instaladas em barragens, dessa forma as marés criam um desnível suficiente-
mente elevado entre os lados da barragem, de modo que as turbinas sejam acionadas.
As energias oceânicas ainda não fazem parte da agenda energética do Brasil. Não
existem políticas de incentivos nem iniciativas para a realização de um inventário obje-
tivo do potencial energético. Exemplo disso é que o país não possui uma legislação
específica para fontes renováveis de energia do mar.
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1.2. A População Brasileira


Dados Gerais

Para falarmos sobre a população brasileira, é necessário inicialmente nos lembrarmos de


dois pontos fundamentais que aprendemos na escola, remetendo às prazerosas aulas de Geo-
grafia. São os conceitos de país POPULOSO e de país POVOADO, então vamos a eles!
POPULOSO: é um conceito que remete à população absoluta de um determinado lugar – o
número total de habitantes. Dentro deste contexto, se comparamos o Brasil a seus pares, ou
seja, aos outros países do globo, veremos que temos a 6a maior população do mundo. Assim,
o Brasil pode ser considerado como sendo um país populoso.

Em 2019 os meios de comunicação destacaram que fomos ultrapassados, caímos de 5º para


o 6º lugar no ranking do número total de habitantes em comparação aos países do globo. Vale
destacar que ainda não há uma confirmação precisa, pois os dados do Paquistão podem não
ser 100% seguros; além disso, o Brasil ainda não realizou seu censo decenal (veremos um
pouco abaixo a quantas anda essa questão por aqui). Mas, ao que tudo indica, realmente fo-
mos ultrapassados.

Veja a lista dos países mais populosos do mundo (2019):


• 1º) CHINA – 1,390 bi.
• 2º) ÍNDIA – 1,266 bi.
• 3º) EUA – 330 milhões.
• 4º) INDONÉSIA – 252 milhões.
• 5º) PAQUISTÃO – 211 milhões.
• 6º) BRASIL – 210 milhões.
• 7º) NIGÉRIA – 182 milhões.

POVOADO: aqui entra um ponto curioso. Somos, tal qual vimos acima, um país populoso
(com uma alta população absoluta), mas seríamos também, de fato, um país povoado? Res-
pondo: não. O conceito de povoado remete à densidade populacional, ou seja, à quantidade
de habitantes por Km2 de um determinado lugar. É o dado relativo à Densidade Demográfica.
Bom, caro(a) aluno(a), neste quesito o Brasil não está listado em posição alta no ranking dos
mais populosos. Aliás, muito pelo contrário.
Ao diluirmos a enorme população brasileira por nosso gigante território nacional, em um
ranking de, mais ou menos, 190 países, o Brasil se encontra por volta do 159º lugar. É interes-
sante perceber que, para nós, habitantes de grandes cidades, ou de centros urbanos médios,
que sejam, isso parece irreal mas o que acontece no Brasil é que a nossa população se en-
contra mal distribuída, e muito concentrada, principalmente nas grandes cidades das Regiões

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Sul, Sudeste e Nordeste. Mas, de fato, na divisão total, temos apenas uma média em torno de
24 hab/km2, uma média baixa ao compararmos em termos globais.
Para quem tiver interesse em saber as posições dos países no ranking de povoamento,
espie este link recomendado abaixo:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_pa%C3%ADses_por_densidade_populacional
Portanto, em termos globais, somos considerados um país POPULOSO (grande popula-
ção total), mas não muito POVOADO (média-baixa densidade demográfica).
Leia agora, caro(a) aluna(a), matéria publicada abaixo na página da revista Veja on-line e
republicada pela revista Exame, em 28/08/2019, sobre o nosso atual panorama populacional
em termos gerais e também regionais. Vale uma leitura atenta:
Em: https://exame.abril.com.br/brasil/brasil-tem-mais-de-210-milhoes-de-habitantes-
-aponta-ibge/

MATÉRIA

Brasil já tem mais de 210 milhões de habitantes, aponta IBGE

Diário Oficial da União trouxe nesta quarta-feira (28) a mais nova estimativa da po-
pulação brasileira feita pelo IBGE

O Diário Oficial da União (DOU) traz nesta quarta-feira (28 de agosto) a mais nova
estimativa da população brasileira feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Es-
tatística (IBGE). De acordo com os dados, o País já conta com mais de 210 milhões
de habitantes, quantidade superior aos 208 milhões registrados em 2018. O número
atualizado é de 210.147.125 de habitantes.

Três Estados do Sudeste estão no topo da lista dos mais populosos. São Paulo lide-
ra com 45.919.049 de habitantes – a capital do Estado tem hoje 12.252.023 pesso-
as. Em seguida, vêm Minas Gerais, com 21.168.791 de habitantes, e Rio de Janeiro,
com 17.264.943.

No Nordeste, a Bahia tem a maior população da região, com 14.873.064 de habi-


tantes. No Sul, Paraná e Rio Grande do Sul quase empatam no número de pessoas,
com 11.377.239 e 11.433.957 de habitantes, respectivamente. No Norte, o Estado do
Pará é o mais populoso, com 8.602.865 de habitantes, e, no Centro-Oeste, é o Esta-
do de Goiás, com 7.018.354. Pela nova estimativa, o Distrito Federal tem 3.015.268
de moradores.

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Entre outros objetivos, a nova estimativa será utilizada para o cálculo das cotas dos
fundos de participação de Estados e municípios. Os dados têm data de referência em
1º de julho de 2019 e estão organizados por Estados, Distrito Federal e municípios.

Quatro municípios concentram 11,8% da população brasileira

Os quatro municípios mais populosos do país concentram 24,87 milhões de habi-


tantes. As populações de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Salvador concentram
11,8% da população brasileira, que hoje chega a 210,1 milhões de pessoas.

De acordo com as estimativas do IBGE, o município de São Paulo continua sendo o


mais populoso do país, com 12,25 milhões de habitantes, seguido pelo Rio de Ja-
neiro, com 6,72 milhões de habitantes, Brasília, com 3 milhões, e Salvador com 2,9
milhões de habitantes.

Já os municípios com menor população são Serra da Saudade (MG), com 781 habi-
tantes, Borá (SP), com 837 habitantes, e Araguainha (MT), com 935 habitantes.

Segundo o IBGE, 324 municípios têm mais de 100 mil habitantes. Juntos eles são
apenas 5,8% do total de 5.570 municípios do país, mas respondem por 57,4% da po-
pulação brasileira ou 120,7 milhões de habitantes, sendo que 48 deles têm mais de
500 mil habitantes.

Por outro lado, 3.670 municípios – 68,2% do total – são habitados por menos de 20
mil pessoas. Juntos eles têm 32 milhões de habitantes ou 15,2% da população total
do país.

Dos 5.570 municípios do país, 28,6% apresentaram redução populacional. Aproxi-


madamente metade (49,6%) dos municípios tiveram crescimento entre zero e 1% e
apenas 4,8% (266 municípios) apresentaram crescimento igual ou superior a 2%.

Unidades da Federação mais populosas em 2020 (números aproximados):


• 1º) São Paulo – 46 mi.
• 2º) Minas Gerais – 21 mi.
• 3º) Rio de Janeiro – 17 mi.
• 4º) Bahia – 14 mi.

Em último está Roraima (600 mil), seguida do Amapá (840 mil) e do Acre (880 mil), todas na
Região Norte, a 2a menos populosa do país.

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Regiões mais populosas em 2020:


• 1º) Sudeste – 87,7 mi.
• 2º) Nordeste – 56,9 mi.
• 3º) Sul – 29,7 mi.
• 4º) Norte – 18,2 mi.
• 5º) Centro-Oeste – 16 mi.

Municípios mais populosos em 2019:


• 1º) São Paulo – 12,2 mi.
• 2º) Rio de Janeiro – 6,7 mi.
• 3º) Brasília – 3 mi*.
• 4º) Salvador – 2,9 mi.
Brasília ultrapassa Salvador em 2017 e se torna a terceira maior cidade do país.

Densidade Demográfica do Brasil: 2019

Habitantes por km2


12 906
216
48
24
11
2
0
Sem informações Fonte: IBGE, Censo demográfico 2000
(novos municípios 0 N 500km

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Note haver no mapa acima, acerca de nosso povoamento relativo, uma nítida concentra-
ção populacional na fachada litorânea (faixa que vai do litoral a mais ou menos 150-200 km
em direção ao interior). Fora isso, os pontos no interior do Brasil que possuem alto índice de
adensamento são os chamados Enclaves Territoriais.
Os Enclaves Territoriais são estruturas artificialmente criadas, tais quais cidades, polos in-
dustriais, entre outros, que, ao surgirem (incentivados, via de regra, pelo Estado), conseguem
atrair para áreas antes sem qualquer desenvolvimento, ou com baixo nível de adensamento
populacional (e de desenvolvimento econômico), contingentes populacionais expressivos. Dois
exemplos clássicos de enclaves no Brasil são Brasília e a Zona Franca de Manaus, enclaves
indutores de enorme sucesso em termos de desenvolvimento e atração populacional, podendo
estes serem percebidos no mapa de Densidade Demográfica como pontos bastante averme-
lhados, ou seja, de alto adensamento, em contraste à grande parte interior de nosso território.
Para finalizar, vale destacar que o Brasil possui áreas em ANECÚMENOS, ou seja, em par-
tes de um território onde os fatores naturais são impeditivos ao desenvolvimento humano. Os
desertos, as áreas congeladas e partes alagadas e as selvas são exemplos globais neste sen-
tido. Em nosso país, temos a Floresta Amazônica e, em menor escala, o semiárido nordestino,
com a vegetação da Caatinga, nossos exemplos de anecúmenos territoriais.

1.2.1. A Evolução da Demografia Brasileira e seu Atual Momento

Criado em 1938, o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – realiza, a cada de-
cênio (desde 1940), o Censo Demográfico: a contagem de nossa população que nos traz uma
radiografia precisa acerca de uma gigantesca gama de fatores humanos e sociais de nosso
imenso país e de sua população. Nos períodos entre censitários, o Instituto promove amos-
tragens anuais com vistas a se manter atualizada a contagem decenal: o PNAD – Pesquisa
Anual por Amostra de Domicílio.
Para 2020, o IBGE mais uma vez realizaria o Censo decenal (sendo nosso último de 2010).
Ou pelo menos iria, em tese. Contudo, contingenciamentos de recursos e principalmente as
dificuldades impostas pela Covid fizeram com que os trabalhos fossem adiados.
Em função das orientações do Ministério da Saúde relacionadas ao quadro de emergência de
saúde pública causado pela COVID-19, o IBGE decidiu adiar a realização do Censo Demográ-
fico para 2021.
A decisão levava em consideração a natureza de coleta da pesquisa, domiciliar e predominan-
temente presencial, com estimativa de visitas de mais de 180 mil recenseadores a cerca de 71
milhões de domicílios em todo o território nacional.
Considera, do mesmo modo, a impossibilidade de realização, em tempo hábil, de toda a ca-
deia de treinamentos para a operação censitária, cuja primeira etapa se iniciaria em abril de
2020, de forma centralizada, e posteriormente replicada em polos regionais e locais até o
mês de julho.

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Para a realização da operação censitária em 2021, o IBGE estabeleceu formalmente com o Mi-
nistério da Saúde o compromisso de realocar o orçamento do Censo 2020, em prol das ações
de enfrentamento ao coronavírus mantidas pelo Ministério.
Eis que uma outra reviravolta ocorre, e o Censo, que seria realizado inicialmente em 2020 (se-
guindo tradição histórica de realização do macrolevantamento a cada decênio), após ser adia-
do em 2021, sofre outra mudança. Com a simples justificativa emanada pelo Ministro da Eco-
nomia, Paulo Guedes, de não haver dinheiro, o Censo será realizado (veremos, né?!), portanto,
somente em 2022.

O Brasil chegou ao ano de 2021 com as seguintes taxas de crescimento populacional, en-
velhecimento e fecundidade:
• Crescimento populacional no Brasil entre 2015-2019: 0,7% ao ano.

 Obs.: a nossa fase atual de crescimento populacional é chamada de TRANSIÇÃO DEMO-


GRÁFICA. Em 2019 (e em anos anteriores também), o nosso crescimento populacional
(0.7% a.a) não pode ser jamais considerado alto em termos globais. Pelo contrário,
visto que nossa população cresce menos que a média global (1.2% a.a), menos que
quase todos os países da América do Sul (inclusive menos que a Argentina e Paraguai)
e menos também até que o Canadá e os EUA.

• Brasil: população com mais de 65 anos (2018): 9.2%. Embora não sejamos ainda uma
sociedade tipicamente envelhecida, estamos em rota acelerada de envelhecimento.

A expectativa de vida média em 2020 da população brasileira é de aproximadamente 75 anos.


E só vem crescendo. Em países desenvolvidos, este indicador já se encontra em média da casa
dos 80 anos.
Segundo o IBGE, no Distrito Federal, Santa Catarina e São Paulo (as Unidades da Federação
com maior IDH), a expectativa de vida já atingiu a marca dos 80 anos.

• Taxa de fecundidade: 1,7 filho por mulher.1

A taxa de fecundidade é o número médio de filhos por mulher em idade adulta (15-49
anos). Ela é considerada repositiva quando se encontra acima de 2 filhos por mulher, não sen-
do, portanto, há mais de uma década o caso do Brasil (com taxa em 1,7), nem em mais de 70
países hoje, segundo a ONU.
É importante compreendermos que, à medida que atualmente ocorre um padrão compor-
tamental, o qual vem desde a década de 1980 (quando saímos da EXPLOSÃO DEMOGRÁFICA
1
Considerada como não repositiva.

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para adentrarmos na TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA), em que a contínua REDUÇÃO DA NATA-


LIDADE é evidente em nossa demografia, há consequentemente uma queda também neste
indicador.

1.2.2. Tendências Populacionais do Brasil: 2019/2020 (Estudo do IBGE)

A expectativa é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e faz parte da Re-


visão 2019 da Projeção de População. Estudo este que estima demograficamente os padrões
de crescimento da população do país ano a ano, por sexo e idade. Para os próximos 42 anos,
o estudo nos revela que a população do Brasil vai continuar em crescimento, até atingir 233,2
milhões de pessoas em 2047 para, a partir daí entrar em declínio gradual.
Antes de 2048, (ano previsto para o início da queda populacional), segundo o estudo su-
pracitado do IBGE, em 12 estados – Piauí, Bahia, Rio Grande do Sul, Alagoas, Minas Gerais,
Paraíba, Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco, Maranhão, Paraná e Rio Grande do Norte – deve-
remos experimentar uma redução no número total de habitantes dessas Unidades da Federa-
ção. Segundo o IBGE, a principal característica destas Unidades da Federação, e que fará cair
suas populações totais, se encontra relacionada a um saldo migratório negativo. No limite da
projeção, no ano de 2060, 8 Unidades da Federação – Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,
Santa Catarina, Amapá, Roraima, Amazonas e Acre, não terão queda nas suas populações. O
IBGE explicou que estas Unidades da Federação apresentam saltos migratórios positivos e/ou
têm taxas de fecundidade total mais elevadas. Assim, manterão este padrão.

1.3. IDH Brasil: 2019


O IDH – Índice de Desenvolvimento Humano – é um indicador de desenvolvimento esta-
belecido pela ONU desde a entrada da década de 1990. Ele leva em consideração 3 fatores:
renda, expectativa de vida e escolaridade. Vai de 0 (nenhum desenvolvimento) a 1 (desenvol-
vimento pleno) e pode ser usado em várias escalas, desde um bairro até países.
De acordo com o último ranking apresentado em 2019, com dados relativos ao ano de 2018,
a Noruega (0.954) está na liderança, seguida por Suíça, Irlanda e Alemanha. O rol dos países
com IDH Muito Alto compreende aqueles países que possuem indicador entre 0,8 a 1. Neste
rol, se encontram na América do Sul apenas o Chile (42º), a Argentina (48º) e o Uruguai (57º).
O Brasil se encontra no rol abaixo, denominado como de Alto Desenvolvimento. No último
ranking estacionamos em relação ao penúltimo, de 2014, na 79a posição, com indicador de
0,761. Estamos atrás de países como Cuba (72º), México (76º) e Tailândia (78º) e juntos da
Colômbia (79º).

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Posições no IDH: Países Selecionados

Fonte: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/12/15/brasil-perde-cinco-posicoes-no-ranking-mundial-de-idh.
ghtml

Entre os três critérios tomados como base no IDH – renda, expectativa de vida e escola-
ridade –, o que puxa para baixo nossa posição é exatamente o indicador escolaridade.
Para se ter uma ideia, o Brasil, entre os países emergentes, possui escolaridade acima ape-
nas da Índia.

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Escolaridade Média por Países Emergentes

ESCOLARIDADE MÉDIA POR PAÍSES EMERGENTES

CHILE 10,4

ARGENTINA 10,60

RÚSSIA 12

URUGUAI 8,70

BRASIL 7,80

COLÔMBIA 8,3

AMÉRICA LATINA E CARIBE 8,6

CHINA 7,9

EQUADOR 9

VENEZUELA 10,3

PARAGUAI 8,5

ÁFRICA DO SUL 10,20

ÍNDIA 6,5
Fonte: Pnud, 2019

Dentre as Unidades da Federação, dados de 2017 (divulgados em 2019), apenas o Distrito


Federal, São Paulo e Santa Catarina possuem IDH Muito Alto, estando a liderança na Capital
federal (DF), com IDH similar ao de Portugal (40º) e Chile (42º).

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Veja ranking (2017).

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2. Parte 2 – Atualidades Brasil: Política, Economia e Fatos


2.1. A Política Brasileira
Introdução

Forma de governo: republicana.


Sistema de governo: presidencialismo.
O Legislativo Federal, com sede em Brasília, adota o modelo bicameral. Na Câmara dos
Deputados a composição é determinada pelos chamados representantes do povo, em número
de 513 parlamentares. Na Câmara dos Deputados, busca-se atender a uma representatividade
que seja proporcional à população de cada Unidade da Federação. São Paulo, nosso estado
mais populoso, com 45 milhões de habitantes, possui 70 cadeiras na Câmara Federal. Já Ro-
raima, Acre e Amapá, todas Unidades da Federação com menos de 1 milhão de residentes,
possuem 8 deputados federais cada. É interessante notar que a proporção de deputados em
estados com pequena população acaba sendo a estes bem mais favorável quando comparada
aos estados de grandes contingentes populacionais, como São Paulo, o nosso estado mais
populoso. Há, portanto, distorções neste modelo representativo proporcional adotado na Câ-
mara Federal.
Já o Senado Federal, a outra casa do Congresso Nacional, é composto por parlamentares
representantes das Unidades da Federação que foram eleitos (em mandato de 8 anos) em
número de 3 senadores por cada U.F. Assim, em um total de 27 UFs, totalizam 81 senadores
no Brasil.
Artur Lira (PP-AL) é o Presidente da Câmara dos Deputados e segundo na linha de su-
cessão presidencial. Já o Senado Federal é presidido por Rodrigo Pacheco (DEM-MG), sendo
também o Presidente do Congresso Nacional. Ambos comandarão suas respectivas casas
até fevereiro de 2023. Eles são expoentes da chamada política do “centrão”, à qual o presiden-
te Jair Bolsonaro vem buscando dar força, exatamente com vistas a se livrar, ao menos em
tese, dos grilhões mais radicais de direita.

2.1.1. Os Partidos

O sistema partidário brasileiro se encontra, em meados de 2020, constituído por 33 parti-


dos. O último a receber o registro pelo TSE foi o UP – Unidade Popular, em dezembro de 2019.
Interessante é que alguns partidos, com vistas a dar uma melhorada na combalida imagem
dentro da política nacional, vieram ao longo dos anos retirando exatamente o nome “Partido”
de sua sigla oficial, criando, assim, novas denominações. Por exemplo; o PTB se tornou Avante;
o PSDC virou Democracia Cristã; o PTN se transformou no Podemos; e o PEN no Patriotas. O
PMDB, menos criativo, apenas mudou para MDB, retomando seu nome de criação original.

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Segundo matéria publicada no portal on-line da Revista Veja, de 18/10/2019 (em:https://


veja.abril.com.br/politica/nova-udn-corinthianos-e-ate-piratas-os-76-novos-partidos-
-na-fila-do-tse/), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tinha na fila nada menos que 76 legendas
em formação que perseguem cumprir as exigências legais para que possam ser habilitadas e
participar do processo eleitoral.
A matéria destaca que todos esses partidos já realizaram o primeiro passo para entrarem
com o processo pela regularização: Ou seja – têm CNPJ registrado. Parece bastante séria essa
busca por dezenas de novas legendas para se tornarem partidos. A partir disso, os aspirantes
a partido precisam cumprir algumas exigências. A principal delas é obter número mínimo de
apoiadores de 0,5% do total de votantes nas últimas eleições para a Câmara dos Deputados,
hoje algo em torno de 490 mil assinaturas. Detalhe: nenhum apoiador pode ter filiação a um
partido já legalizado. Além disso, é preciso ter adesões em ao menos nove estados.
Entre os partidos que deram um passo, mesmo que pequeno, além da simples abertura de
CNPJ, estão algumas tentativas de reconstrução de legendas extintas, como o Prona – Partido
da Reconstrução Nacional, do saudoso médico Enéas Carneiro, que disputou três eleições pre-
sidenciais e chegou a ficar em terceiro no pleito de 1994, atrás apenas de FHC e Lula.
Outra tentativa de ressurreição de legenda envolve a UDN (União Democrática Nacional),
partido que nasceu em 1945 como oposição a Getúlio Vargas e ao populismo; defendeu o
conservadorismo político, o liberalismo clássico e a moralidade nos costumes até ser dissol-
vido em 1965 durante a ditadura militar. Um de seus líderes foi o ex-governador da Guanabara
Carlos Lacerda, que apoiou e depois passou a fazer oposição ao regime militar até morrer
em 1977. Agora, o partido se ofereceu para abrigar o presidente Jair Bolsonaro, quando ele
deixou o PSL, partido com o qual se elegeu a Presidente em 2018. Em contraposição, o nosso
Presidente já deixou claro que irá criar seu próprio partido, que se chamará Aliança pelo Brasil.
Em 2021, contudo, não houve ainda, pelo menos quase a metade do ano, a criação do partido
de Bolsonaro. Ele segue, portanto (abril/2021), sendo um presidente que, de forma inédita em
nossa recente história republicana, governa sem ser filiado a qualquer partido.
Outro pleito de recriação de partido é o do Arena. A Aliança Renovadora Nacional foi o
partido oficial do regime militar, em um sistema de bipartidarismo, em que a outra legenda
permitida à época era o MDB, que aglutinava a oposição.
Além das recriações, a lista de espera do TSE tem partidos para todos os matizes ideo-
lógicos (cristãos, nacionalistas, esquerdistas, conservadores e ecológicos, entre outros) e de
categorias muito específicas, como militares, servidores, indígenas, negros e esportistas. Há
também partidos em defesa dos animais, das favelas.
Como tragédia pouca é bobagem, está bem próximo (acredite se quiser!) de cumprir as
exigências mínimas para homologação pela lei o Partido Nacional Corinthiano, que já recolheu
assinaturas de mais de 441 mil apoiadores segundo o TSE (o site da legenda fala em mais de
490 mil), sendo 251 mil deles no estado de São Paulo, onde fica a sede do Corinthians. O time,
no entanto, diz não ter relação com qualquer iniciativa neste sentido.

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Novidade recente na busca por maior lisura ao processo eleitoral no Brasil ocorreu por
meio da proibição do financiamento privado de campanhas por empresas. Entre 1993 e 2014,
as empresas brasileiras podiam fazer doações para campanhas eleitorais. O limite legal era
2% do faturamento bruto da empresa no ano anterior à eleição. O beneficiário podia tanto ser o
candidato, quanto o partido político, que transferia o recurso para os candidatos. A nova regra
valeu já para as eleições municipais de 2016. Com vistas a facilitar a compreensão do novo
modelo, confira do sítio na internet Politize um quadro bastante elucidativo sobre as regras e
suas mudanças. Em: http://www.politize.com.br/financiamento-privado-de-campanhas/
As maiores bancadas na Câmara atualmente (legislatura 2019-2022):
• 1. PT: 53 deputados;
• 2. PSL: 41 deputados;
• 3. PP: 40 deputados;
• 4. PL: 39 deputados;
• 5. PP: 38 deputados;
• 6. PSD: 36 deputados.

Nessa legislatura que se iniciou em 2019, 25 partidos possuem representantes na Câmara


dos Deputados; número recorde em termos de representação partidária em todos os tempos.
O PSL – Partido Social Liberal –, de orientação conservadora de direita, se tornou o maior
partido na Câmara dos Deputados no início da atual legislatura (2019-2022). Sem dúvida ne-
nhuma tamanha envergadura se encontra decisão acertada de filiar o atual Presidente Jair Bol-
sonaro, em 2018, após ele ter passado dois anos no PSC (sendo este último o 8º partido segui-
do de Bolsonaro em 30 anos como parlamentar), para juntos vencerem a eleição presidencial.
Nas eleições gerais de 2018, capitalizando os votos dados a Jair Bolsonaro e seus filhos,
Flávio Bolsonaro (PSC-RJ), senador mais votado da história do RJ, e Eduardo Bolsonaro (PSC-
-SP), eleito para a Câmara, o partido se transforma em uma potência. Se na legislatura anterior
(2015-2018), a representação do partido se resumia a UM DEPUTADO APENAS, em 2019, 53
deputados tomaram posse em fevereiro para iniciar a nova legislatura. O partido que jamais
havia governado qualquer Unidade da Federação, elege também 3 governadores: Rondônia,
Roraima e Santa Catarina.
Veja, caro(a) aluno(a), um mapa, algumas linhas abaixo, dos governadores eleitos (2019).
Por fim, ainda acerca desse tema partidário, a regra da cláusula de barreira estipula só
terem direitos ao Fundo Partidário e ao tempo gratuito de rádio e TV nessa legislatura (2019 –
2022) partidos que ultrapassaram as seguintes barreiras: eleitos pelo menos 9 deputados de 9
estados ou que tiverem um desempenho mínimo nas urnas de 1,5% dos votos válidos distribu-
ídos em pelo menos 9 estados e com, ao menos, 1% de votos em cada um deles.
Para quem tiver interesse em ler sobre as regras do fundo partidário, indico este link: http://
www.tse.jus.br/partidos/fundo-partidario-1/fundo-partidario

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2.1.2. As Eleições de 2018

Em 7 de outubro de 2018, o Brasil realizou as Eleições Gerais de 2018. Com mais de


147.000.000 de eleitores, nosso país é a terceira maior democracia global, estando atrás
apenas da Índia, país que possui um sistema eleitoral confuso, baseado em crenças, distri-
tos e castas.
Outro país que possui uma democracia maior que a nossa são os EUA: potência eivada por
um sistema eleitoral confuso e indireto, no qual o primeiro lugar no voto popular nem sempre
leva, visto o ocorrido na eleição de Trump em 2016. O antigo mandatário (Trump) obteve em
torno de 2,8 milhões de votos a menos que a sua rival, a senadora Hillary Clinton. Porém, mes-
mo com menor número de votos, Trump obteve um coeficiente eleitoral baseado em delegados
por estados (onde ele venceu) que o fizeram ser eleito.
Voltando às nossas eleições, em 2018, tivemos o pleito mais concorrido desde as elei-
ções de 1989. Se, em fins dos anos 1980, após 29 anos sem eleições diretas para Presiden-
te, havia 22 candidatos, 29 anos depois, foram 13 os candidatos. E houve candidatos para
todos os gostos: um ex-presidente presidiário (Lula, que, na verdade, tentou ser candidato,
mas não conseguiu, pois em abril de 2018 foi encarcerado); um ex-governador do estado
(Geraldo Alckmin), que produz 1/3 do PIB nacional, mas que está enrolado até a medula na
Operação Lava Jato; um debochado capitão da reserva do Exército com discursos ufanistas
e ultraconservador (Jair Bolsonaro, o vencedor!); um cabo dos bombeiros militares do Rio de
Janeiro que evoca a todo início de frase a “graça do Senhor Jesus Cristo” (Cabo Daciolo); uma
ambientalista evangélica (Marina Silva); e até a candidata da “revolução socialista” (Vera do
PSTU – Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado).

Alguns dados e fatos chamaram a atenção neste pleito e podem aparecer em questões ou
futuros temas de redação de Atualidades em concursos. Então, vamos a eles!

Nas eleições de 2018, o número de jovens entre 16-17 anos que se inscreveram para votar
caiu proporcionalmente frente às eleições de 2014. Se antes foram 23% do contingente total
os cadastrados a participar (o voto não é obrigatório nesta idade, nem para os acima de 70
anos), agora (em 2018) foram 21% do total apenas, demonstrando uma nítida queda no inte-
resse deste grupo etário por participar do processo democrático.
Outro dado chama a atenção, sendo destacado pelo ex-presidente do TSE Luiz Fux, em seu
discurso de despedida do cargo em meados do mês de ago/2018. Diz respeito ao fato de ter-
mos atingido o número de 50% de eleitores cadastrados pelo sistema biométrico, sendo meta
do TSE atingir a totalidade dos eleitores até 2022. O TSE realizou também um enorme avanço,
sem dúvidas, ao ter cadastrado mais de 6.000 eleitores pelo seu nome social. São transexuais
e travestis que, pela primeira vez na história, já poderão votar com um nome escolhido.

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Além destes avanços, Luiz Fux, ao passar o bastão para Rosa Weber, destacou que, nas
eleições de 2018, avançamos bastante, pois, com o auxílio de órgãos de investigação e judi-
ciários, como a Polícia Federal, Ministério da Justiça e ABIN, inicia-se, ao menos em tese, o
combate às chamadas fake news, ou seja, a disseminação de notícias e fatos falsos atribuídos
a candidatos. Mas é bem verdade que, mesmo havendo pioneiramente um esforço dos órgãos
oficiais com vistas a contar as fake news, o que vimos, de fato, foi uma enxurrada destes tipos
de mensagens, principalmente por meio do WhatsApp e do Facebook nas eleições. Não à toa,
uma CPI para investigar exatamente estas fake news fora aberta em fins de 2019 na Câmara
dos Deputados.
Em maio de 2021, o Presidente do TSE é o Ministro do STF Luís Roberto Barroso.

O QUE SÃO FAKE-NEWS: fake news são informações deturpadas, emanadas por agentes
que visam disseminar informações, dados, ou notícias falsas. Via de regra, servem para dene-
grir pessoas ou grupos opostos, podendo, logicamente, também promover ações positivas (de
forma falsa) de alguém ou de determinado(s) grupo(s).
Embora estejam atualmente em pauta como nunca, as fake news são uma prática antiga,
sendo disseminadas historicamente via panfletos ou veículos específicos de mídia. Contudo,
com as facilidades inerentes à propagação das redes sociais na última década, em especial,
as fake news ganharam proporções gigantescas. Foram, como já se sabe, inclusive a tônica
das eleições presidências nas duas maiores nações americanas, os EUA (em 2016) e no Bra-
sil (2018).
No caso mais específico brasileiro, a motivação pela criação da CPMI da Fake News foi
a suspeita de uso de notícias falsas e desinformação, além de assédio e incitação a outras
práticas criminosas na internet, durante as eleições de 2018.
A CPMI das Fake News foi instalada em setembro de 2019, com o senador Ângelo Coronel
(PSD-BA) sendo eleito presidente e a deputada Lídice da Mata (PSB-BA) nomeada relatora.
Em abril de 2020, a CPMI foi prorrogada e passou a focar também na disseminação de
desinformação sobre a pandemia do COVID-19 e do negacionismo do coronavírus.
Até Abr/2021, a CPMI das fake news continuava em atividade se tornando uma das CPMIs
mais longevas de toda história do Congresso Nacional.

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2.1.3. Governadores Eleitos para 2019

Em: https://congressoemfoco.uol.com.br/eleicoes/veja-quem-sao-os-governadores-eleitos-em-2018/

No mapa acima temos, em 2019, 13 partidos com governadores. PT e PSDB possuem 4


governadores e lideram no total. Já o MDB, PSB e PSL, todos estes com 3 governadores, enca-
beçam o ranking dos partidos com maiores números de governadores para a atual legislatura
iniciada em 2019.

O Impeachment de Witzel no Rio de Janeiro

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou, em fins de ago/2020, o afastamento ime-


diato do governador Wilson Witzel (PSC) do cargo por suspeitas de corrupção. O Tribunal tam-
bém determinou buscas contra a primeira-dama, a advogada Helena Witzel, que tem contratos
com empresas envolvidas no esquema de desvio de recursos.
Os ministros da Corte Especial do STJ citaram “fatos graves” e indícios de vazamento e
destruição de provas para manter Witzel fora do governo.
A ordem de afastamento e os mandados de prisão e busca e apreensão são decorrência
das investigações da Operação Favorito e da Operação Placebo -– ambas realizadas em maio,
e da delação premiada de Edmar Santos, ex-secretário de Saúde.
O ministro do STJ Benedito Gonçalves, que determinou o afastamento de Witzel do cargo,
apontou em sua decisão que o Ministério Público Federal (MPF) descobriu uma “sofisticada

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organização criminosa, composta por pelo menos três grupos de poder, encabeçada pelo go-
vernador Wilson Witzel”.
A suspeita é de que o governador tenha recebido, por intermédio do escritório de advocacia
de sua mulher, Helena Witzel, pelo menos R$ 554,2 mil em propina. O MPF descobriu transfe-
rência de R$ 74 mil de Helena Witzel para a conta pessoal do governador.
Por conta dessa suspeita, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pede reparação aos
cofres públicos no valor de R$ 1,1 milhão do governador do Rio de Janeiro.
A descoberta do esquema criminoso teve início com a apuração de irregularidades na con-
tratação dos hospitais de campanha, respiradores e medicamentos para o enfrentamento da
pandemia do coronavírus.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirma que o governo do RJ estabeleceu um es-
quema de propina para a contratação emergencial e para liberação de pagamentos a organi-
zações sociais (OSs). Estas prestam serviços ao governo especialmente nas áreas de Saúde
e Educação.
Witzel, vale destacar, foi um dos maiores aliados de Jair Bolsonaro em sua eleição. Os
dois, contudo, romperam a aliança ainda nos primeiros meses de 2019, tornando-se, rapida-
mente, inimigos políticos.

2.1.4. A Vitória de Jair Bolsonaro e os Dois Primeiros Anos de Governo

Eleito em segundo turno, bradando um discurso “contra tudo que está aí”, com vantagem
de mais de 10 milhões de votos (55,13% dos votos válidos) sobre seu adversário Fernando
Haddad (PT), o capitão reformado do Exército Jair Bolsonaro sai do baixo clero da Câmara
dos Deputados, na qual foi parlamentar por quase 30 anos, para se tornar (para surpresa de
muitos analistas políticos) o 380 presidente do Brasil.
E já em seu discurso de posse, Bolsonaro vocifera com a bandeira do país em punho que
“ela nunca mais será vermelha”, uma clara oposição ao PT – Partido dos Trabalhadores –,
que governou o país entre 2003-2016, com Lula e depois Dilma Rousseff.
Como primeira medida de governo, Bolsonaro forma um ministério mais enxuto – e com a
sua cara e preceitos. Ou seja, baseado no conservadorismo liberal. Reduzindo em 22 pastas
ministeriais principais (com Dilma havia chegado a 39 pastas), as principais novidades na
Esplanada são: a extinção do Ministério do Trabalho e a criação do Superministério da Eco-
nomia ao fundir o Ministério do Planejamento e Fazenda nessa pasta.
O núcleo ministerial mais radical (todos seguidores do autointitulado filósofo Olavo de
Carvalho) do Executivo, agora comandado por Bolsonaro, residia em um triunvirato ministe-
rial envolvendo o Ministério das Relações Exteriores (Ministro Ernesto Araújo, já demitido em
fins de Mar/2021), o da Família e dos Direitos das Mulheres (Ministra Damares) e o da Educa-
ção. Nesta última pasta, Abraham Weintraub, ex-Ministro da Educação, que havia assumido

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o cargo em abril de 2019, após a demissão de Ricardo Velez, acabou saindo do governo em
meados de 2020. Para o seu lugar, assume em definitivo o Pastor Milton Ribeiro.

A Questão das Armas

Bolsonaro, seguindo promessa feita em campanha (em que seu gesto mais simbólico
eram arminhas simuladas com as duas mãos), promove logo na largada de seu governo de-
cretos facilitando a posse de armas. Contudo, em maio de 2019, viu-se que suas pretensões
armamentistas estavam eivadas por inúmeras inconstitucionalidades. O Presidente chegou,
por meio de decreto personalista, a versar que fosse facilitada a posse de fuzis por parte da
população civil interessada. Porém, a abertura (e facilidades) por parte da população brasileira
para adquirir armas ainda segue para ser analisada mais profundamente em primeira instância
pelo Congresso Nacional.

Acerca de que se facilite a aquisição de armas de fogo para a população, premissa de cam-
panha que vem sendo arduamente perseguida por Jair Bolsonaro, tais medidas emanadas
pelo executivo federal desde a posse do atual Presidente vêm sofrendo um severo controle
por parte do Ministério Público Federal – órgão moderador que emanou uma série de ques-
tionamentos sobre isso. Destacou, por exemplo, em out/2019, via nota técnica, parecer em
que considera evidente que, ao flexibilizar-se a aquisição de armas por policiais, terá como
resultado uma enorme facilitação ao desvio de armas para milícias.
As tratativas acerca de flexibilizar o armamento para a sociedade civil seguem em curso, con-
tudo. Bolsonaro, em reunião ministerial divulgada em rede nacional, deixou claro perseguir a
intenção de armar toda a população (segundo suas próprias palavras). Os decretos arma-
mentistas que o Presidente emanou na entrada de 2021 são os mais sérios e contundentes
desde que assumiu o governo e vêm sendo analisados pelo Congresso Nacional, mas já pos-
suem vigor a partir de abr/2021.

Os decretos n. 10.627/2021, 10.628/2021, 10.629/2021 e 10.630/2021, que modificam o


Estatuto do Desarmamento, foram publicados em edição extra do Diário Oficial da União na
noite do dia 12 de Fevereiro de 2021, entrando em vigor em 60 dias.
As novas normas aumentam de quatro para seis o número de armas de fogo que um cida-
dão comum pode comprar e autorizam pessoas com direito ao porte de carregarem até duas
armas de fogo ao mesmo tempo – antes o porte era concedido para uma arma específica,
sem definir a quantidade.
Outra mudança permite que profissionais com direito a porte de armas, como integrantes
das Forças Armadas e das polícias e membros da magistratura e do Ministério Público, pos-
sam adquirir até seis armas de uso restrito, como rifles e submetralhadoras.

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Os textos também ampliam o acesso de colecionadores, atiradores e caçadores (CACs) a


armas e munições sem a necessidade de autorização do Exército: até 60 armas para atirado-
res e até 30 armas para caçadores. Os CACs passam ainda a ter direito de comprar, por ano,
insumos para recarga de até 2 mil cartuchos para armas de uso restrito e para até 5 mil cartu-
chos de armas de uso permitido.
Nessa baila, o número de aquisições de armas regulares por cidadãos no Brasil vem cres-
cendo como há muito tempo não se via; atingindo recordes em 2019 seguindo a mesma pro-
gressão em 2020.

A chamada “Bancada da Bala” é uma coligação formada por um grupo de parlamentares, em


geral militares, policiais, delegados e ruralistas que defendem arduamente o armamento por
parte da população e pretendem dar salvaguarda aos projetos de lei neste sentido.

Reforma da Previdência

Já no plano estrutural/econômico, uma primeira grande vitória de nosso mandatário se


deu quando Jair Bolsonaro, em conluio com seu Ministro da Economia, Paulo Guedes, conse-
gue a aprovação, em jul/2019, na Câmara dos Deputados, da Reforma da Previdência. Gesta-
da originalmente no governo anterior, em molde bastante draconiano de Michel Temer, é com
Bolsonaro na presidência que este novo marco, nascido com vistas a se promover um ajuste
nas contas públicas nacionais e correções de injustiças, se tornou realidade. Falaremos so-
bre a Reforma da Previdência, caro(a) aluno(a), tão importante e de enorme dimensão na vida
nacional, de forma esmiuçada um pouco mais à frente, ok?

A Política Externa Bolsonarista e as Relações com o Meio Ambiente

No plano externo, o governo de Jair Bolsonaro se alinha, como há muito tempo não se via,
com os EUA. Seguindo (de forma nada velada) uma diretriz acima de tudo política, à medida
que o Presidente Bolsonaro, junto a seu ex-chanceler Ernesto Araújo (que ficou à frente do
Min. Rel. Exteriores de jan/19 a mar/21), se identificava enormemente com as plataformas
políticas adotadas por Donald Trump (Presidente dos EUA entre 2017-2020). Bolsonaro, em
sua primeira viagem oficial aos EUA, em fev/2019, volta de Washington oferecendo vanta-
gens aos turistas americanos, como isenção de custas para vistos a todos os americanos que
aqui desejassem desembarcar como turistas. Além disso, nessa mesma viagem, garantiu-se
a compra de trigo plantado nos EUA, com isenção de taxas alfandegárias por parte de nosso
país. Em contrapartida, Trump devolve apenas uma vaga sinalização de que apoiaria o ingres-
so brasileiro na enfraquecida Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômi-
co (OCDE), e ambos encerram os protocolos desta visita trocando entre eles camisas de suas
respectivas seleções de futebol.

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O alinhamento escancarado promovido por Bolsonaro em torno de seu parceiro ideológico,


Donald Trump, resultou, meses depois, em declarações de apoio proferidas pelo mandatário
norte-americano a que nosso presidente prosseguisse aguerrido em defesa de seu projeto
pessoal: tornar o Deputado Federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), um de seus filhos, embaixa-
dor do Brasil nos EUA. E Bolsonaro, em 2019, após quase um mês brigando contra a imprensa
e (parte) da opinião pública, se demove da ideia ao ser acusado de promover uma tentativa de
nepotismo.
Em sua primeira viagem oficial com destino ao Fórum Econômico de Davos, na Suíça, em
dez/19, o Presidente Jair Bolsonaro promoveu um discurso curto. Por lá, no inverno rigoroso
europeu, sem arrancar aplausos (nem vaias), sinalizou que não iria sair, por enquanto, do Acor-
do do Clima de Paris, após ter anunciado em campanha no ano anterior que deixaria o acordo,
caso fosse eleito. Já aqui me 2021, mantemos nossa presença no acordo.
Já em setembro de 2019, ao assumir o posto destinado aos presidentes brasileiros e abrir
a Assembleia Geral anual da ONU, em Nova York, por 30 minutos, o nosso Presidente se di-
rigiu ao mundo vociferando ataques em meio a seus paradigmas ideológicos e perseguindo
deixar claro, entre outros pontos, que o seu governo era uma oposição ao socialismo/comu-
nismo. Sobre seu discurso na ONU (24/09/2019), o seu primeiro, com vistas a facilitar nosso
trabalho em Atualidades do Brasil, veja abaixo em resumo 5 pontos (em tópicos) atacados/
destacados por Bolsonaro. Vale a pena, sem dúvidas, fazer uma leitura sobre os dois discursos
na ONU já realizados (2019 e 2020), porém, claro, sem precisar decorar o ponto a ponto, ape-
nas como um embasamento interessante acerca do pensamento.
Segue link para quem quiser promover uma leitura integral do discurso de Bolsonaro na
ONU: https://exame.abril.com.br/brasil/leia-na-integra-o-discurso-de-bolsonaro-na-assem-
bleia-da-onu/)

1. Socialismo

Bolsonaro abriu seu discurso dizendo que o Brasil “ressurge depois de estar à beira do so-
cialismo”. Ele fez duras críticas a Cuba, especialmente ao programa Mais Médicos, que levou
médicos cubanos para trabalhar no Brasil, e também à Venezuela.
Os cubanos deixaram o programa, iniciado durante o governo da ex-presidente Dilma Rou-
sseff, com o rompimento do acordo de colaboração por parte de Havana após a eleição de
Bolsonaro.

Meu país esteve muito próximo do socialismo, o que nos colocou numa situação de corrupção ge-
neralizada, grave recessão econômica, altas taxas de criminalidade e de ataques ininterruptos aos
valores familiares e religiosos que formam nossas tradições.

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Segundo Bolsonaro:

A história nos mostra que, já nos anos 60, agentes cubanos foram enviados a diversos países para
colaborar com a implementação de ditaduras. Há poucas décadas tentaram mudar o regime brasi-
leiro e de outros países da América Latina. Foram derrotados!

Bolsonaro acrescentou que o Brasil está trabalhando com os Estados Unidos para que a “a
democracia seja restabelecida na Venezuela, mas também nos empenhamos duramente para
que outros países da América do Sul não experimentem esse nefasto regime”.

O Foro de São Paulo, organização criminosa criada em 1990 por Fidel Castro, Lula e Hugo Chávez
para difundir e implementar o socialismo na América Latina, ainda continua vivo e tem que ser com-
batido.

2. Economia

Em seguida, Bolsonaro defendeu a abertura da economia. Destacou o acordo entre o Mer-


cosul e a União Europeia, alcançado em seu governo. Prometeu ainda novos acordos “nos
próximos meses”.
Além disso, falou sobre a adesão do Brasil à OCDE (Organização para a Cooperação e De-
senvolvimento Econômico), preconizada em sua visita oficial aos EUA em fev/2019.

Não pode haver liberdade política sem que haja também liberdade econômica. E vice-versa. O li-
vre mercado, as concessões e as privatizações já se fazem presentes hoje no Brasil. A economia
está reagindo, ao romper os vícios e amarras de quase duas décadas de irresponsabilidade fiscal,
aparelhamento do Estado e corrupção generalizada. A abertura, a gestão competente e os ganhos
de produtividade são objetivos imediatos do nosso governo. Estamos abrindo a economia e nos
integrando às cadeias globais de valor. Em apenas oito meses, concluímos os dois maiores acordos
comerciais da história do país, aqueles firmados entre o Mercosul e a União Europeia e entre o Mer-
cosul e a Área Europeia de Livre Comércio, o EFTA. Pretendemos seguir adiante com vários outros
acordos nos próximos meses. Estamos prontos também para iniciar nosso processo de adesão à
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Já estamos adiantados,
adotando as práticas mundiais mais elevadas em todo os terrenos, desde a regulação financeira até
a proteção ambiental.

3. Amazônia

Bolsonaro defendeu a soberania do Brasil sobre a Amazônia. Reforçou que a Amazônia


não é um “patrimônio da humanidade”, tampouco “o pulmão do mundo”.
Criticou ainda o que chamou de “os ataques sensacionalistas” de “grande parte da mídia
internacional devido aos focos de incêndio”.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostram um aumento expres-
sivo no número de incêndios florestais nesse ano no Brasil, na comparação com igual período
do ano passado.

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Após a divulgação dos números, Bolsonaro demitiu o então Diretor-Geral do órgão, Ri-
cardo Galvão.

Em primeiro lugar, meu governo tem um compromisso solene com a preservação do meio ambiente
e do desenvolvimento sustentável em benefício do Brasil e do mundo. Nesta época do ano, o clima
seco e os ventos favorecem queimadas espontâneas e criminosas. Vale ressaltar que existem tam-
bém queimadas praticadas por índios e populações locais, como parte de sua respectiva cultura e
forma de sobrevivência. Problemas, qualquer país os têm. Contudo, os ataques sensacionalistas
que sofremos por grande parte da mídia internacional devido aos focos de incêndio na Amazônia
despertaram nosso sentimento patriótico. É uma falácia dizer que a Amazônia é patrimônio da hu-
manidade e um equívoco, como atestam os cientistas, afirmar que a nossa floresta é o pulmão do
mundo. Valendo-se dessas falácias, um ou outro país, em vez de ajudar, embarcou nas mentiras da
mídia e se portou de forma desrespeitosa, com espírito colonialista. Questionaram aquilo que nos é
mais sagrado: a nossa soberania.

Um deles por ocasião do encontro do G7 ousou sugerir aplicar sanções ao Brasil, sem se-
quer nos ouvir”, disse, em alusão indireta ao presidente da França, Emmanuel Macron.
Bolsonaro também reforçou que o Brasil “não vai aumentar para 20% sua área já demar-
cada como terra indígena, como alguns chefes de Estado gostariam que acontecesse”. Disse
ainda que os indígenas “são seres humanos, exatamente como qualquer um de nós”.
Também criticou o cacique Raoni Metuktire, do povo caiapó, liderança indígena de desta-
que internacional.

A visão de um líder indígena não representa a de todos os índios brasileiros. Muitas vezes alguns
desses líderes, como o cacique Raoni, são usados como peça de manobra por governos estrangei-
ros na sua guerra informacional para avançar seus interesses na Amazônia.
Infelizmente, algumas pessoas, de dentro e de fora do Brasil, apoiadas em ONGs, teimam em tratar
e manter nossos índios como verdadeiros homens das cavernas.

Bolsonaro afirmou que a mentalidade colonialista não pode regressar à ONU e criticou
França e Alemanha.

Não podemos esquecer que o mundo necessita ser alimentado. A França e a Alemanha, por exem-
plo, usam mais de 50% de seus territórios para a agricultura, já o Brasil usa apenas 8% de terras
para a produção de alimentos. 61% do nosso território é preservado.

Segundo o presidente brasileiro, seu governo tem uma política de “tolerância zero para com
a criminalidade, aí incluídos os crimes ambientais”.
Ele disse que qualquer “iniciativa de ajuda ou apoio à preservação da Floresta Amazônica,
ou de outros biomas, deve ser tratada em pleno respeito à soberania brasileira”.

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Também rechaçamos as tentativas de instrumentalizar a questão ambiental ou a política indige-
nista, em prol de interesses políticos e econômicos externos, em especial os disfarçados de boas
intenções. Estamos prontos para, em parcerias, e agregando valor, aproveitar de forma sustentável
todo nosso potencial.

4. Criminalidade

O presidente brasileiro destacou a redução da criminalidade que, segundo ele, tem ocorri-
do em seu governo. “Hoje, o Brasil está mais seguro e ainda mais hospitaleiro”, afirmou.
Citou os quase 70 mil homicídios anuais no Brasil, dizendo que os policiais militares “eram
o alvo preferencial do crime”, sem citar o caso que na semana gerou comoção no Brasil da
menina Ágatha Félix, de oito anos, que foi atingida por um tiro e morta no Complexo do Ale-
mão, no Rio, por policiais.
Também disse que supostos “presidentes socialistas” que o antecederam no Brasil “des-
viaram centenas de bilhões de dólares comprando parte da mídia e do parlamento”.
E citou seu ministro da Justiça e Segurança Pública, o ex-juiz Sergio Moro, atribuindo a ele
o julgamento e punição dessas pessoas “graças ao seu patriotismo, perseverança e coragem”.

5. Ideologia

Na parte final de seu discurso, Bolsonaro investiu contra o que chamou de “sistemas ide-
ológicos de pensamento que não buscavam a verdade, mas o poder absoluto” e relacionou
isso ao ataque que sofreu durante a campanha, quando foi esfaqueado.
Afirmou que “a ideologia” teria se instalado “no terreno da cultura, da educação e da mídia,
dominando meios de comunicação, universidades e escolas”.
Também teria invadido “lares” para, em suas palavras, “investir contra a célula mater de
qualquer sociedade saudável, a família”.
“Tentam ainda destruir a inocência de nossas crianças, pervertendo até mesmo sua iden-
tidade mais básica e elementar, a biológica”, afirmou.
O presidente brasileiro destacou também o “politicamente correto” que, segundo ele, “pas-
sou a dominar o debate público para expulsar a racionalidade e substituí-la pela manipulação”.
“A ideologia invadiu a própria alma humana para dela expulsar Deus e a dignidade com que
Ele nos revestiu”, afirmou. Essa “ideologia”, segundo ele, deixou “rastro de morte, ignorância e
miséria por onde passou”.
E disse Bolsonaro que ele próprio foi “vítima”, quando foi esfaqueado por um “militante de
esquerda”. O então candidato à Presidência foi esfaqueado por Adélio Bispo de Oliveira, em
setembro de 2018.
O autor do crime foi detido e julgado incapaz de responder pelos próprios atos, porém se-
gue preso como um preso digamos “normal” na penitenciária de segurança máxima de Campo
Grande, no Mato Grosso do Sul (uma das 5 penitenciárias federais deste tipo no Brasil). Sua

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defesa considera que Adélio foi considerado inimputável no julgamento do caso da facada,
tendo sido “absolvido impropriamente”, no jargão jurídico. Portanto, seu status não pode ser
considerado como preso, devendo ser levado a um hospital psiquiátrico.

Bolsonaro e ONU 2020

Em set/2020, o Presidente volta a abrir a Conferência da ONU. Pela primeira vez, a As-
sembleia Geral das Nações Unidas foi realizada em um ambiente virtual, por causa da Co-
vid-19. Os líderes mundiais enviaram vídeos gravados com seus pronunciamentos para a 75ª
Assembleia Geral das Nações Unidas. Como tradição, o Brasil foi o primeiro a ser ouvido.
Em seu discurso, de quase 15 minutos, o Presidente da República, Jair Bolsonaro, la-
mentou as mortes provocadas pelo novo coronavírus e falou sobre as medidas adotadas
pelo Governo Brasileiro para enfrentar a doença. “Desde o princípio, alertei, em meu País, que
tínhamos dois problemas para resolver: o vírus e o desemprego, e que ambos deveriam ser
tratados simultaneamente e com a mesma responsabilidade”, disse.
O Presidente Bolsonaro também lembrou que, apesar da crise mundial, a produção rural
não parou, mantendo a preservação de matas nativas. “Nosso agronegócio continua pujante e,
acima de tudo, possuindo e respeitando a melhor legislação ambiental do planeta”.
Destacou ainda a política ambiental brasileira. “Os focos criminosos são combatidos com
rigor e determinação. Mantenho minha política de tolerância zero com o crime ambiental.
Juntamente com o Congresso Nacional, buscamos a regularização fundiária, visando identi-
ficar os autores desses crimes”.
Confira os principais temas do discurso do Presidente Jair Bolsonaro:
Covid-19: o Presidente ressaltou a importância de combater o novo coronavírus e o desem-
prego. Para isso, o Governo Brasileiro implementou medidas econômicas para o pagamento de
um auxílio emergencial a 65 milhões de pessoas, além disso destinou mais de 100 bilhões de
dólares para ações de saúde, socorro a pequenas e microempresas, assim como compensou
a perda de arrecadação dos estados e municípios.
Produção rural: mesmo com a crise do novo coronavírus, o Presidente Bolsonaro ressaltou
que a produção rural não parou, e que os caminhoneiros, marítimos, portuários e aeroviários
mantiveram ativo todo o fluxo logístico para a distribuição interna e a exportação.

Garantimos a segurança alimentar a um sexto da população mundial, mesmo preservando 66% de


nossa vegetação nativa e usando apenas 27% do nosso território para a pecuária e agricultura. Nú-
meros que nenhum outro país possui.

Meio Ambiente: o Presidente Bolsonaro ressaltou a tolerância zero com crimes ambientais
e que o Brasil é líder em conservação de florestas tropicais com a matriz energética mais limpa
e diversificada do mundo. Segundo o Presidente, o País está ampliando e aperfeiçoando o emprego

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de tecnologias e aprimorando as operações interagências, contando, inclusive, com a partici-


pação das Forças Armadas.
Apoio humanitário: o Presidente lembrou que o Brasil vem sendo referência internacional
pelo compromisso e pela dedicação no apoio prestado aos refugiados venezuelanos, que che-
gam ao Brasil a partir da fronteira no estado de Roraima com a Operação Acolhida. Segundo
ele, o País já recebeu quase 400 mil venezuelanos.
Operações de paz: Bolsonaro ressaltou que o Brasil tem os princípios da paz, cooperação
e prevalência dos direitos humanos inscritos na Constituição, e, tradicionalmente, contribui, na
prática, para a consecução desses objetivos. Citou que o País já participou de mais de 50 ope-
rações de paz e missões similares, tendo contribuído com mais de 55 mil militares, policiais e
civis, com participação marcante em Suez, Angola, Timor-Leste, Haiti, Líbano e Congo. O Brasil
teve duas militares premiadas pela ONU na Missão da República Centro-Africana pelo trabalho
contra a violência sexual.
Política Externa: o País está comprometido com a conclusão dos acordos comerciais fir-
mados entre o Mercosul e a União Europeia e com a Associação Europeia de Livre Comércio,
segundo o Presidente. Tais acordos possuem importantes cláusulas que reforçam o compro-
misso do Brasil com a proteção ambiental, na visão de Jair Bolsonaro. Ele também disse que
o Brasil está próximo do início do processo oficial de acessão à OCDE (Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
Ainda dentro do plano externo, em dois anos e alguns meses de governo (até Mai/2021),
o que se percebe é que Jair Bolsonaro e sua política externa agem revestidos claramente por
um discurso (em tese) soberanista, ao bradar não aceitar qualquer ingerência internacional
sobre a Amazônia, gerando assim enorme distensão com organismos estrangeiros e países
centrais. Uma crise de confiança acerca de sua capacidade em gerir de forma equilibrada o
meio ambiente nacional ganha enorme envergadura quando ele, por exemplo, demite do cargo
de Diretor do INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – o servidor de carreira Ricar-
do Galvão, em ago/2019, após este haver alertado à imprensa um contundente aumento em
curso nas queimadas na Amazônia em 2019 em comparação aos dados colhidos pelo mesmo
instituto em 2018. Bolsonaro se coloca também em oposição às iniciativas do Ibama de cunho
punitivo, instrumentalizadas por multas (e o próprio presidente foi multado pelo órgão, ainda
deputado, ao realizar a pesca no mar em época e área proibida). Por fim, Bolsonaro rompe
com o Fundo Amazônia em jul/2019, um mecanismo patrocinado pela Noruega e Alemanha
com vistas a destinar recursos na casa dos bilhões de dólares a serem utilizados em ações
de preservação principalmente do bioma amazônico. Passados praticamente dois anos de
tal importante ruptura, estima-se que neste período essa ruptura algo em torno de 5 bi. de
dólares destinados à proteção da Amazônia. E segue como chefe da pasta o Ministro Ricardo
Salles, bastante malvisto por entidades de vários tipos (ONGs e governamentais) de defesa do
meio ambiente.

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E houve também um anticlímax absoluto em termos de relações externas quando o pre-


sidente francês Emmanuel Macron aproveitou para, na reunião do G7 de 2019, sensibilizar
os outros chefes de estado, reunidos na cidade francesa de Biarritz, de que o Brasil entrava
em uma rota no ano de 2019, ditada por Bolsonaro, de evidente descaso frente às questões
ambientais sensíveis e globais. Jair Bolsonaro, com a popularidade já no período bastante es-
farelada no exterior, de fato, apelou e, como uma espécie de troco ao presidente francês, deu
voz a seus seguidores que ridicularizaram nas redes sociais a esposa de Macron, a primeira-
-dama Brigitte Macron. Nosso presidente deixou no ar que as críticas proferidas por Macron
seriam resultado de uma suposta inveja do presidente francês diante da beleza e juventude
de nossa primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
Caro(a) aluno(a), um ponto de extrema importância em Atualidades, no que tange à polí-
tica externa do atual governo de Jair Bolsonaro, diz respeito ao fato de que seu molde atual
vem sendo bastante criticado quando em relação a questões sobre o meio ambiente. E os nú-
meros não mentem: é fato que todo mês de agosto, época de seca na Amazônia, é o de maior
incidência de queimadas. Contudo, no primeiro de governo de Bolsonaro, em 2019, ao se de-
tectarem 28.000 focos de incêndio, tivemos o maior número de focos de queimadas em com-
paração a qualquer ano da série histórica, para o mesmo mês de agosto, desde 1988 (quando
se iniciam as medições pelo INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Bolsonaro,
ao ser questionado, não perdeu tempo e apontou o dedo em direção às atividades das ONGs
(veremos nesta aula o trabalho das ONGs ambientais no Brasil). Eximindo-se de responsabi-
lidades, o Presidente Jair Bolsonaro fez questão de deixar no ar desconfiar, mesmo dizendo
não ter provas, que o crescimento nos focos de incêndio percebidos para 2019 estivera em
completa associação às atividades criminosas promovidas por organismos ambientais com
vistas a prejudicar a imagem de seu governo. O Presidente, tal como seu ex-chanceler Ernesto
Araújo e o Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sempre enfáticos, destacam considerar
haver uma campanha orquestrada por tais organismos internacionais e pelos próprios gover-
nos centrais de países desenvolvidos com vistas a desmoralizar este governo usando o meio
ambiente como argumento.
Historicamente a diplomacia brasileira consolidou como base o conceito de desenvolvi-
mento sustentável, expansão de energia limpa e proteção de áreas em todos os biomas. Em
tese, era uma agenda que deveria continuar sendo implementada, mas que sofreu – e isso
não é um discurso personalista deste professor que vos fala, nem é imbuído de qualquer
conteúdo ideológico –, mas é fato (e dos mais importantes em Atualidades Brasil) ter havido
uma ruptura quase que completa a partir de 2019, quando Jair Bolsonaro tomou posse como
nosso 38º Presidente. Suas políticas para o meio ambiente consideram que áreas indígenas,
unidades de conservação e políticas de proteção de ecossistemas, ao menos tal qual vinham
sendo implementadas (ou seja, com ganhos consideráveis de envergadura) são a base para o
atraso (isso nas palavras do próprio Presidente) devendo serem reformuladas por completo.

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Como consequência, ao embarcar de cabeça em torno de uma ideologia antiambientalis-


ta, Bolsonaro criou em torno de si uma rejeição jamais vista antes por parte de países desen-
volvidos europeus. Na verdade, eles (os países europeus em sua maioria) contavam exata-
mente com um pragmatismo histórico acerca de temas relacionados ao meio ambiente por
parte da política externa brasileira, o que não veio a acontecer pós-2019, quando a trinca Jair
Bolsonaro, Ernesto Araújo (ex-ministro das Relacões Exteriores) e Ricardo Salles (Ministro do
Meio Ambiente) assumiram suas respectivas pastas.

Por fim, em relação à política externa brasileira, dois pontos devem ser destacados. O primeiro
reside na formação de um amplo ACORDO ECONÔMICO ENTRE MERCOSUL - UNIÃO EURO-
PEIA, uma costura que se encontra bastante abalada, em fase de quase término de relações,
bem verdade, após ter caminhado em céu de brigadeiro ao longo de 2018, até os primeiros
meses de 2019. E não podia ser diferente: houve por parte de nossa política externa uma falta
de maturidade e consenso, relacionado ao direcionamento de nossa política externa acerca de
temas tão sensíveis, tais quais o meio ambiente e os direitos humanos. Tal promoção de um
discurso “soberanista” e as viradas de costas por parte de nosso governo frente às exigências
emanadas por potências europeias na defesa, principalmente da Amazônia, repercutiram gra-
vemente no acordo econômico em tela.
Nessa entrada de nova década (2021), o escopo de negociações (e recentes rusgas e frus-
trações) não poderia ser pior. O Parlamento Europeu aprovou, em 7 de outubro de 2020, uma
resolução que manifesta oposição à ratificação do acordo comercial entre União Europeia e
Mercosul por preocupações exatamente com a política ambiental no Brasil.
Aprovado por 345 votos a favor, 295 contra e 56 abstenções, o texto diz que nosso país vai con-
tra os “compromissos feitos no Acordo de Paris, particularmente no combate ao aquecimento
global e na proteção da biodiversidade” (ler, nesta mesma aula, sobre o tema Acordo de Paris).
O alerta consta, na verdade, como emenda a um relatório de 2018 sobre as políticas comer-
ciais do bloco. O documento concluía que a integração com os sul-americanos teria o poten-
cial de diversificar as cadeias produtivas da Europa e poderia criar um mercado conjunto de
aproximadamente 800 milhões de habitantes.
Outro ponto (um segundo) importante em relação à política externa brasileira diz respeito a
uma completa blindagem do Itamaraty frente a conversas com países que se autodeterminam
como sendo de esquerda, com exceção à China, embora as relações com o gigante oriental
comunista não sejam as melhores também.
Chega-se ao exagero de praticamente ter se anulado qualquer contato entre os presidentes
do Brasil, Jair Bolsonaro (de direita) e Alberto Fernandez (de direita).

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O Ministro das Relações Exteriores do Brasil, do primeiro dia de governo de Jair Bolsonaro (1
de janeiro de 2019), até os últimos dias de mar/2021, foi o diplomata Ernesto Araújo, um bas-
tião de uma política externa fortemente baseada em uma ideologia de direita. Araújo não se
eximia em deixar claro ao que viera: representar uma fissura em torno de paradigmas e agen-
das impressas, sustentando a ferro e fogo o discurso do conservadorismo e antiglobalista.
Em relação ao antiglobalismo, Ernesto Araújo se posicionou de forma contundente com vis-
tas à promoção de uma ruptura frente a noções consolidadas pelas relações internacionais
em termos globais (ou seja, o globalismo), tais quais o aquecimento global vetorizado por
atividades antrópicas (que ele chama, ridicularizando, como um “climatismo”) e as ações
conjuntas globais em defesa da Amazônia.
Por fim, quem assume nos primeiros dias de abril de 2021 a pasta como novo chanceler de
Jair Bolsonaro é o diplomata Carlos Alberto Franco França, que afirmou, ao tomar posse, que
o serviço diplomático do Brasil no exterior trabalhará por uma “verdadeira diplomacia da saú-
de” com vistas a conseguir vacinas e medicamentos necessários para o enfrentamento da
pandemia da Covid-19 no país.

2.2. Economia Brasileira


O PIB brasileiro em 2020 apresentou queda de 4.1% em relação ao ano anterior. Reverte-se
com este resultado uma série de 3 anos de indicadores positivos registrados entre os anos de
2017 e 2019, após dois anos recessivos, 2015 e 2016. Veja os números abaixo:
2015: – 3.8% >>> Governo Dilma
2016: – 3.6% >>> Governo Dilma
2017: + 1.1% >>> Governo Temer
2018: + 1.1% >>> Governo Temer
2019: + 1.1% >>> Governo Bolsonaro
2020: – 4.1%
Entre os setores que tiveram queda no ano de 2020, estão Serviços (-4,5%) e Indústria
(-3,5%). Houve alta somente no setor de Agropecuária (2%).
O péssimo resultado de nosso crescimento econômico possui relação intrínseca à devas-
tação que a pandemia de Covid-19 trouxe à tona para, praticamente, todas as economias do
mundo. E perceba que a nossa recessão nem chegou a ser das piores em termos globais em
2020, se levarmos em consideração o fato de que, dentre as 50 principais economias do plane-
ta, ficamos em 21º primeiro lugar em desempenho. Abaixo, apresento um gráfico contendo o
desempenho de algumas economias centrais no mundo e o Brasil em 2020:

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Em: https://g1.globo.com/economia/noticia/2021/03/03/desempenho-do-pib-do-brasil-em-2020-supera-o-de-la-
tinos-e-europeus-mas-pais-deve-ficar-para-tras-este-ano.ghtml

Findada a década de 11-20 (e lembrando que uma década só termina ao fim do último ano
com 0), encerramos a nossa pior década desde os anos 1900 em termos de crescimento (PIB)
econômico. Sim, isso mesmo, caro(a) aluno(a). Em 120 anos, a década de 2010 foi a nossa
verdadeira “década perdida”, sendo pior até que a década de 1980 – outra década que recebeu
esta alcunha de “perdida” também em função das perdas econômicas. Sendo assim, caro(a)
aluno(a), para questões de Concurso que abordem o cenário de crescimento econômico em
panoramas gerais no Brasil, fique atento(a) quando afirmarem ter sido a década passada (11-
20) a nova década perdida, pois os resultados já consolidados, de fato, confirmam plenamen-
te tal assertiva, ok?
E sem querer me estender muito em torno da análise de números, caro(a) aluno(a), mas
é de suma importância analisar, de forma prática e resumida, alguns indicadores acerca dos
cenários mais atualizados de nossa economia. Portanto, observe abaixo o comportamento
dos indicadores de crescimento do PIB nacional agrupado por décadas (não precisa decorar
os números, e sim entender os contextos, ok?). Em 12 décadas, de fato, a pior em termos de
crescimento do PIB foi exatamente a que se encerrou no dia 31 de dezembro de 2020.

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Em: https://g1.globo.com/economia/noticia/2021/03/03/com-recessoes-e-pandemia-pib-do-brasil-tem-pior-de-
cada-em-120-anos.ghtml

A recessão econômica de 2020, associada aos nossos fracos desempenhos de anos ante-
riores e uma economia que não consegue sustentar níveis duradouros de crescimento de seu
PIB, rebaixou nosso país nesta entrada de década entre o ranking das maiores economias glo-
bais. Entre os anos de 2012 e 2020, descemos, simplesmente, de um patamar em que éramos
a 7ª maior economia do mundo (2012) para, atualmente, ocupar a 12ª posição.
Nossa política econômica nesta década que inicia precisa recuperar a força do crescimen-
to econômico de forma consistente, perseguindo indicadores robustos. Novamente conseguir
atingir indicadores de crescimento do PIB que possam, além de retomar o crescimento do PIB
(que esteve em alta, entre 2017-2019, mas a níveis modestos), projetar-se em patamares com-
patíveis a nosso imenso potencial.
A retomada do crescimento não deve se apequenar em torno de indicadores minúsculos (e
frustrantes) e que mal conseguem superar o crescimento anual de nossa própria população,
hoje em torno de 0.7%/ano.
Ou seja, devemos buscar crescer ao menos acima de 2.5% a 3% ao ano. Somente assim,
haverá distribuição de riqueza, incremento na renda per capita, além de vermos de volta um
cenário de nossa política econômica em que o rol de certezas, consiga, finalmente, superar o
das incertezas.
O Brasil não pode mais carregar a pecha (e tal carga vem de longa data, diga-se de pas-
sagem) de ser uma perfeita representação de ter uma economia do tipo “ioiô” – alusão a um
brinquedo que subirá, mas invariavelmente descerá de novo.

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A produção de valor dentre os 3 setores tradicionais – serviços (terceiro setor), indústria (se-
gundo setor) e agropecuária (primeiro setor) – se distribui da seguinte forma no Brasil em
2021, em números aproximados:
• Serviços: 75%
• Indústria: 20%
• Agropecuária: 5%

 Obs.: um pouco mais à frente nesta aula falaremos sobre o corrente processo de desindus-
trialização e a produção de valor no agronegócio (de forma resumida), temas também
muito importantes em Atualidades.

Voltando ao nosso mais recente panorama econômico, a economia brasileira experimenta,


além de um baixo índice de crescimento (que virou crise em 2020 em função da Covid-19),
também uma crise fiscal aguda. A busca (volta) pelo superavit orçamentário é algo sério. O
Brasil não consegue absolutamente, arrecadar mais do que gasta. A série de deficit orça-
mentários – os chamados deficit primários – tiveram seu início em 2014. Em 2020, o cabo de
guerra, em que temos, em uma ponta, os gastos totais do governo federal e, na outra, a arre-
cadação total, pendeu francamente a favor do lado dos gastos como nunca antes em toda a
nossa história republicana. Vivemos uma dura realidade. Abaixo, antes de analisarmos a série
de deficit que se seguem desde 2014 até o recorde de 2020, vejamos abaixo algumas medidas
recentes (e drásticas) que foram tomadas exatamente com vistas a tentar se reduzir o deficit
fiscal (orçamentário) no Brasil:
• Teto de Gastos (EC n. 95, de 2017);
• Planos de Recuperação Fiscal para estados (RRF, de 2017);
• Reforma Trabalhista (2017) e, mais recentemente, a Reforma da Previdência (2019).

Mesmo assim, não conseguimos sair do atoleiro em nossas contas públicas.


Impressa desde o governo de Michel Temer (2016-2018), sendo seguida por Jair Bolsonaro
(desde 2019), a agenda econômica do governo federal se encontra umbilicalmente ligada ao
discurso NEOLIBERAL (ver texto abaixo sobre o tema). Elege, portanto, como inimigos figa-
dais marcos como os gastos com servidores públicos, programas assistenciais e proteção aos
hipossuficientes; além disso, lógico, busca representar ser a quintessência de uma cartilha que
se opõe ao um conteúdo de ações que envolvam a atuação estatal precípua que, bem ou mal,
é base a que haja a proteção dos direitos e garantias fundamentais.
Assim, desembarcamos em 2021 com o modelo neoliberal capitaneado pelo Ministro Pau-
lo Guedes ainda mais fortalecido, havendo rodadas de concessões de aeroportos, terminais

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de portos e ferrovias em curso até 2022 (inclusive muito importante que acompanhem tais
iniciativas sobre este assunto, caro(a) aluno(a)). E devem ser levadas a cabo também, ainda
neste mandato do Presidente Jair Bolsonaro, as Reformas Tributária e Administrativa.
Em suma, a nossa economia na entrada desta nova década vem enfrentando os desafios
relativos a um deficit fiscal imenso (veremos sobre este tema um pouco mais abaixo) e de
uma baixa taxa de crescimento econômico (tal qual vimos acima). Estes são, sem dúvida, os
nossos maiores desafios não só para o ano de 2021, mas também para os anos seguintes.
Sigamos então!

O que é neoliberalismo?
Fonte: https://www.politize.com.br/neoliberalismo-o-que-e/

O termo neoliberalismo já era registrado em alguns escritos dos séculos XVIII e XIX, mas
começou a aparecer com mais força na literatura acadêmica no final dos anos 1980, como
uma forma de classificar o que seria um ressurgimento do liberalismo como ideologia pre-
dominante na política e economia internacionais. A ideia é que, durante um certo período de
tempo, o liberalismo perdeu predominância para o keynesianismo, inspirado pelo trabalho de
John Maynard Keynes, que defendeu a tese de que os gastos públicos devem impulsionar a
economia, especialmente em tempos de recessão. Keynes era favorável ao Estado de bem-es-
tar social.
A partir dos anos 1970, o mundo passou a vivenciar um declínio do modelo do Estado de
bem-estar social, o que deu espaço para que ideias liberais aos poucos voltassem a ter pre-
ferência na política. Uma das primeiras experiências consideradas neoliberais no mundo foi
levada a cabo pelo Chile. Em 1975, o ditador chileno Augusto Pinochet entrou em contato com
acadêmicos da Escola de Chicago, que recomendaram medidas pró-liberalização do mercado
e diminuição do Estado. Entre tais medidas, estavam a drástica redução do gasto público,
demissão em massa de servidores públicos e privatização de empresas estatais. As eleições
de Margareth Thatcher no Reino Unido e de Ronald Reagan nos Estados Unidos no início dos
anos 1980 também foram indicativos desse fenômeno. Ambos são considerados até hoje lí-
deres neoliberais.
Mas o conjunto mais claro de ideias chamadas de neoliberais veio no ano de 1989, quando
o economista John Williamson publicou um artigo apresentando um conjunto de regras eco-
nômicas acordadas por economistas de grandes instituições financeiras. Essas regras, que
ficariam conhecidas como Consenso de Washington, seriam o mínimo denominador comum,
os pontos com que todas as principais instituições financeiras do mundo concordavam. Nos
anos seguintes, esse ideário neoliberal orientaria a elaboração das políticas econômicas re-
comendadas por grandes agências internacionais e, de fato, foram implementadas em vários

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países em desenvolvimento a partir do início dos anos 1990 – inclusive no Brasil. O conjunto
de regras neoliberais seria:
• disciplina fiscal;
• redução dos gastos públicos;
• reforma tributária;
• juros de mercado;
• câmbio de mercado;
• abertura comercial;
• investimento estrangeiro direto;
• privatização de empresas estatais;
• desregulamentação (flexibilização de leis econômicas e trabalhistas);
• direito à propriedade intelectual.

Enquanto a definição de “liberal” é ampla e abriga formas de pensamento bem diferentes


entre si, a definição de neoliberal é mais específica. Trata-se de uma doutrina prática, voltada
a ações econômicas concretas, já que poucos acadêmicos, de fato, se definem como neoli-
berais ou desenvolvem uma filosofia política ou econômica neoliberal. Também não existem
muitas tentativas de definição rigorosa do termo. Dessa forma, o artigo de Williamson e as
políticas do FMI e do Banco Mundial são o que temos de mais concreto sobre o que compõe
o ideário neoliberal.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) talvez seja a organização mais atrelada ao chama-
do Consenso de Washington. Esse fundo foi criado após a Segunda Guerra Mundial, junto com
o Banco Mundial, conta com recursos principalmente de países desenvolvidos e é responsável
por supervisionar o sistema monetário internacional. O FMI atende a países com problemas
de instabilidade financeira – geralmente, países em desenvolvimento. Os recursos aportados
para esses países vêm quase sempre em caráter emergencial, para evitar que o governo socor-
rido quebre definitivamente. Em troca desse socorro financeiro, o FMI exige de seus devedores
o cumprimento de condicionalidades, que nada mais são do que medidas alinhadas com o
chamado receituário neoliberal (ou seja, as medidas que listamos acima).
Os resultados da implementação de tais medidas ao longo das últimas décadas foram
mistos: por um lado, muitos países alcançaram maior estabilidade econômica ao adotar as
recomendações do FMI; o comércio internacional expandiu muito, tirando milhões de pessoas
da pobreza extrema; e o investimento direto estrangeiro se tornou uma maneira de transferir
tecnologia e conhecimento para países em desenvolvimento. Desde o governo Collor, o gover-
no brasileiro tem colocado em ação planos como maior abertura comercial, privatização de
empresas estatais, juros, câmbio flexível e maior disciplina fiscal. Medidas semelhantes foram
adotadas nos governos seguintes. Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, privatizou diversas
empresas públicas (exemplos: Vale do Rio Doce e Telebras), criou a Lei de Responsabilidade Fiscal

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(cujo objetivo é trazer rigor à disciplina fiscal no setor público) e adotou o tripé macroeconômi-
co, que coloca ênfase no superavit primário (ou seja, contenção de gastos para gerar economia
para o pagamento de juros da dívida pública), além de tornar o câmbio flutuante, definido pelo
mercado. A política do tripé macroeconômico continuou a ser seguida durante o governo Lula,
entre 2003 e 2010. Também no governo Lula foram feitas diversas concessões (negociação
semelhante à privatização) de infraestrutura à iniciativa privada, como rodovias federais.
Um artigo de maio de 2016, assinado por dois economistas do próprio FMI, chamou a
atenção justamente por questionar a eficiência do receituário neoliberal. Eles afirmam que em
alguns casos, em vez de entregar crescimento econômico, medidas neoliberais aumentaram a
desigualdade e prejudicaram um crescimento duradouro.
Segundo os autores, dois aspectos do neoliberalismo podem acabar desequilibrando a
trajetória de crescimento econômico de países que adotam tais medidas:
• livre movimento de capitais;
• a austeridade fiscal (redução da dívida pública e do tamanho do Estado).

No longo prazo, essas medidas podem causar instabilidades e também aumentar a desi-
gualdade de renda, o que acaba minando o crescimento econômico – que é o grande objetivo
de medidas neoliberais. Essa visão, apesar de ter sido compartilhada por economistas do FMI,
não reflete o posicionamento da instituição como um todo, mas mostra que, mesmo nessa
organização, há divergências sobre sua eficiência.
A controvérsia sobre a eficácia do neoliberalismo em melhorar a situação de países em
desenvolvimento continua em aberto, visto que muitos economistas discordam desse conjun-
to de medidas econômicas. De qualquer forma, é importante entender que o neoliberalismo é
uma doutrina econômica que continua a influenciar muitas decisões de políticas públicas no
Brasil e no mundo.

TEXTO COMPLEMENTAR

O saldo comercial brasileiro: algumas considerações

Nosso saldo comercial, ou seja, a relação entre o quanto exportamos e importa-


mos, em 2020, repetiu-se positivo. Em 2020, a balança comercial brasileira teve supe-
ravit de US$ 50,9 bilhões. O saldo é positivo quando o país exporta mais que importa.
O número é maior que o de 2019 quando o superavit foi de US$ 48 bilhões.
O saldo positivo da balança comercial brasileira em 2020 é resultado de US$
209,921 bilhões em exportações e US$ 158,926 bilhões em importações. A corrente de
comércio foi de US$ 368,847 bilhões.

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Os principais produtos exportados pelo Brasil em 2020*


* todos são commodities
1 – Soja
2 – Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos
3 – Minério de ferro e seus concentrados
4 – Óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos
5 – Carne bovina fresca, refrigerada ou congelada
6 – Celulose
7 – Carnes de aves e suas miudezas comestíveis, frescas, refrigeradas ou congeladas
8 – Farelos de soja e outros alimentos para animais (excluídos cereais não moídos),
farinhas de carnes e outros animais
9 – Produtos para a Indústria da Transformação
10 – Açúcares e melaços
Os principais países consumidores das exportações brasileiras
1 – China
2 – Estados Unidos
3 – Países Baixos
4 – Argentina
5 – Japão
6 – Chile
7 – México
8 – Alemanha
9 – Espanha
10 – Coreia do Sul

A Reforma Administrativa

Concebida em 2020, em quase simultaneidade à Reforma Tributária, veio à luz a Reforma


Administrativa. Trata-se de um conjunto de novas regras relacionadas ao Serviço Público em
âmbito federal, especialmente no que tange à atividade do Executivo.
Proposta por Paulo Guedes, a Reforma Administrativa toca em pontos sensíveis, como a
possibilidade de demissão de servidores, o fim de férias acima de 30 dias (professores uni-
versitários) e o fim das progressões apenas por tempo de serviço. Em suma, visam, ao menos
no papel, corrigir distorções, devendo apenas ser votada no Congresso em 2021.
E tal como a sua irmã, a Reforma Tributária, gestada em mesmo período, a Reforma Ad-
ministrativa buscará contato com temas mais polêmicos apenas em uma segunda fase, tais
quais a diminuição da remuneração de entrada de servidores e cargos que perderão em defi-
nitivo a estabilidade.

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Atualmente, vale o destaque: os gastos com servidores são crescentes e se tornam chave
para correções orçamentárias, ainda mais se levando em conta o tamanho do rombo orça-
mentário nacional que já dura 7 anos fiscais. Este representando mais de 12% do orçamento
federal, indicador proporcionalmente superior ao de países desenvolvidos.

O Agronegócio e a Desindustrialização

Para que entendamos o movimento da economia nacional em Atualidades, faz-se necessá-


rio haver um entendimento acerca do significado do agronegócio e, também, de como o Brasil
vem se desindustrializando ao longo dos últimos anos. Então, siga comigo, ok?

A Divisão do PIB Nacional e o Agronegócio

A agropecuária (primeiro setor) responde isoladamente em torno de 6% da produção do


valor total no país (PIB). Encontra-se, portanto, atrás da indústria e do ramo de serviços.
Sobre estes dados e a agropecuária, valem duas análises muito importantes:
Em primeiro lugar, note bem: mesmo a agropecuária possuindo uma baixa participação
relativa no PIB nacional, ao levarmos em conta o PIB do agronegócio – ou seja, o encadea-
mento industrial da produção de alimentos e dos serviços prestados pela gama de profissio-
nais que trabalham no campo –, tal resultado sobe para 25%. Isto é, ao haver uma interação
entre o setor primário e/ou os setores secundário e terciário, o agronegócio representa parce-
la muito maior que o setor primário (agropecuária) isoladamente. O Brasil se tornou uma po-
tência no campo exatamente em função da expansão do agronegócio. E podemos nos tornar
o maior exportador global de alimentos (estamos ainda bem atrás do EUA) já em 2024. Vale
lembrar que já estamos na liderança global na exportação de café, suco de laranja, açúcar,
carne e carne de frango, entre outros produtos. Em 2019, ultrapassamos os EUA também na
produção de soja. Já somos também os maiores exportadores globais desta oleaginosa. Tal
avanço em nossas exportações de soja tem sido auxiliado pela guerra comercial, que desde
2017 vem colocando em choque China e EUA. Os EUA são um grande exportador de soja para
o país oriental.

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Atualidades Brasil
Luis Felipe Ziriba

O Brasil, Commodities e o Agronegócio em 2018:

A Desindustrialização

O Brasil vem experimentando uma toada de desindustrialização acelerada.


Repare bem: se nos anos 1980 o peso da indústria de transformação no PIB nacional foi de
33%, atualmente a participação da indústria foi reduzida a apenas 16%. No contexto do comér-
cio exterior também, nos últimos cinco anos, a indústria nacional transitou de superavit para
deficit. Em suma, produzimos menos, exportamos menos e dependemos mais de produtos
estrangeiros. Para piorar, o Real perdeu valor – e atualmente vale menos (um Real) do que 0,17
de Dólar e nem 0,14 centavo de Euro (câmbio de abr/2021).
A relação de manufaturados nas exportações totais do Brasil chegou a atingir 59% em
tempos áureos, para atualmente chegar na casa dos 40%. Mas quais são os principais fatores
que fizeram o Brasil se desindustrializar tão rapidamente? Vejamos, portanto, alguns destes:
• políticas voltadas à produção/exportação de commodities;
• baixa capacitação profissional;
• marcos legais que geram insegurança para investimentos externos;
• um capitalismo nacional que privilegia o rentismo e também o setor agrário (primeiro se-
tor) e/ou de serviços (terceiro setor), em detrimento do investimento no setor industrial
(segundo setor).

Dentro desse processo desindustrializante, ocorre, também, quase que uma completa nu-
lidade em termos de iniciativas locais com vistas à consolidação de marcas nacionais. E para
piorar, percebe-se a pressão sobre nossos produtos aqui fabricados de similares chineses bem
mais baratos.

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Atualidades Brasil
Luis Felipe Ziriba

O Brasil, em 2021, segue se desindustrializado de forma radical (vide a saída Ford do país,
por exemplo). Inclusive, é muito provável que atualmente o Brasil seja em termos globais o
país que mais rápido vem se desindustrializando.

Obs.: Conceito de Commodity


 Commodity significa mercadoria. São, de forma genérica, produtos minerais e agrí-
colas primários (ou semimanufaturados, como o suco de laranja) de uso global. Vale
destacar que seus preços diariamente são taxados em bolsas específicas de commo-
dities, tais quais a de Seul, Amsterdam e Chicago.

A Questão do Deficit Primário

As contas públicas nacionais combalidas, e sem fechar no azul desde 2014, permanece-
ram em 2019 em situação de deficit primário, completando, assim, o quinto ano seguido de
deficit em contas públicas, sendo que, para 2019, houve a manutenção deste deficit em torno
de 90 bilhões de reais. Para 2020, enormemente influenciado pelos gastos no combate à
Covid-19 e, principalmente, no auxílio emergencial, o deficit foi quase 10 vezes maior que o
anterior, chegando à casa dos 750 bilhões de reais.
O deficit primário é o saldo do que o governo arrecada, pelo que ele gasta, excetuados os
pagamentos de juros das dívidas. Ou seja, o Brasil gasta mais que arrecada desde 2014.
Acompanhe a série de deficit, iniciada em 2014:

Em: https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/01/29/no-6º-ano-seguido-de-deficit-contas-do-governo-regis-
tram-rombo-de-r-95-bilhoes-em-2019.ghtm
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Atualidades Brasil
Luis Felipe Ziriba

Em 2020, o deficit saltou para 750 bi. aproximadamente. Esse resultado crítico possui rela-
ção estreita com os esforços relacionados ao combate à epidemia de Covid-19, principalmente
o auxílio emergencial (primeira fase de R$ 600), que teve custo aproximado de 300 bi. de reais.

O orçamento de guerra da Covid-19 e o auxílio emergencial


A Câmara dos Deputados aprovou, nos primeiros dias de maio de 2020, o texto-base da PEC
(Proposta de Emenda à Constituição) n. 10 de 2020, conhecida como PEC de Orçamento
de Guerra.
Por ela, o Orçamento da União se divide em dois para facilitar a gestão durante a crise do novo
coronavírus e não misturar os gastos direcionados ao enfrentamento da pandemia com as
demais despesas do governo. Com a criação do Orçamento de Guerra, o governo não precisa-
rá cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Regra de Ouro (que estabelece que o aumento
deliberado da dívida, por meio de operações de crédito, não deve ultrapassar o volume de des-
pesas de capital), que estabelecem limites no uso de recursos públicos e punições em caso
de descumprimento. O objetivo é que o novo mecanismo dure enquanto persistir o estado de
calamidade pública, até 31 de dezembro de 2020.
E, dentro deste aspecto orçamentário, entrou em vigor, a partir de abril de 2020, o Auxílio
Emergencial, um programa do governo de assistência a quem é maior de idade e não possui
vínculo empregatício formal. Com aporte de 260 bilhões, o auxílio pago pela Caixa Federal
conseguiu atingir quase 1/3 da população brasileira, se tornando o maior programa de distri-
buição de renda já realizado em toda a nossa história. Este auxílio dinamizou a economia em
milhares dos mais de 5.000 municípios brasileiros, sendo que em várias localidades o número
de pessoas que recebem o auxílio é superior à metade da população local. Este é, sem dúvida,
um mecanismo (embora extremamente oneroso ao Estado) de rápida eficiência na redução
da pobreza, mas perigoso, pois criou uma extrema dependência em pouco tempo nas econo-
mias locais (deste recurso de 600 reais). Por fim, o Governo Federal estuda uma maneira de
substituir o Bolsa Família pelo Renda Brasil, porém tal discussão frente à troca de programas
no Governo Federal deve ganhar fôlego, de fato, somente em 2021.

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Luis Felipe Ziriba

Temas de Atualidades

TEXTO COMPLEMENTAR

Lula Livre e a Prisão em Segunda Instância

Por: Prof. Luis Felipe Ziriba, 12/12/2019.

Após cumprir mais de um ano e meio de prisão em regime fechado na sede da


Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, condenado pelos crimes de lavagem
de dinheiro e corrupção passiva, com apenação de 12 anos impetrada pelo juiz Sérgio
Moro dentro do âmbito das investigações da Operação Lava Jato, o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva é solto em novembro de 2019.
Mas ainda longe de ter sido absolvido e ainda respondendo pelas acusações de ter
recebido em torno de R$ 3.700.000 em vantagens destinados pela empreiteira OAS,
incluindo-se aí um plus na reforma de um apartamento triplex de frente ao mar no
Guarujá, em São Paulo, Lula sai da carceragem beneficiado pela decisão do STF que
considerou inconstitucional prisões, ao menos nos casos tipificados, tais quais cor-
rupção passiva e lavagem de dinheiro, em segunda instância.
O estamento jurídico brasileiro determina que, se alguém comete um crime e é
levado a julgamento, poderá ser julgado até 3 vezes por juízes diferentes, na tentativa
de ser considerado inocente em alguma dessas vezes. No direito, dá-se o nome de 3
instâncias. São elas:
1ª instância: essa é a principal porta de entrada do judiciário. É aqui em que atua
o juiz de Direito e em que será julgado pela primeira vez o crime cometido por João.
2ª instância: caso o réu não concorde com a sentença dada pelo juiz de 1ª instân-
cia, ele pode recorrer para que seu caso seja julgado novamente. Quando isso aconte-
ce, o processo sobe para a 2ª instância.
3ª instância: a instância superior (ou 3ª instância) é a última, e é lá em que será
julgada a decisão recorrida pelo réu.
Depois de passar pelas 3 instâncias, o réu não pode mais recorrer para lugar
nenhum. Ou seja, se ele for condenado em 3ª instância, irá cumprir a pena destinada
na última decisão, pois já terão sido utilizados todos os seus recursos.
É possível recorrer tantas vezes porque, no Direito, toda e qualquer pessoa é consi-
derada inocente até o trânsito em julgado da decisão (até ser julgado pelas 3 instân-
cias, caso recorrida). Isso é chamado de “princípio da presunção de inocência”.
Mas como era antes e como fica agora?

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Atualidades Brasil
Luis Felipe Ziriba

Até o início de novembro de 2019, uma pessoa poderia ir para prisão logo após a
condenação em 2ª instância. Então, se o juiz de 1ª instância condenasse o cidadão e,
após recorrer na 2ª instância, o juiz o condenasse novamente, a pessoa já iria presa.
O fato é que o condenado ainda poderia recorrer na 3ª instância, como no caso de
Lula e de vários figurões (empresários e políticos) condenados pela Lava Jato, mas
iria aguardar esse julgamento preso. Porém, entre idas e vindas em suas súmulas
(tais quais ocorridas em 2016, quando, por duas vezes, decidiu o Superior Tribunal
pela prisão já em segunda instância), o STF muda seu entendimento e, por 6 votos a
5, decide que a pessoa só poderá ser presa após a condenação nas 3 instâncias. Ou
seja, agora uma pessoa só pode ser presa após ver esgotado todos os seus recursos,
com exceção, claro, de mandados de prisão provisória e preventiva. Lula, o ex-pre-
sidente, havia sido condenado em 2ª instância e, por isso, estava preso, mas, após a
mais recente mudança, não é mais. Então, por isso, ele foi solto e recorre em liberdade.
Por fim, vale destacar dois pontos. O primeiro, extremamente importante, diz res-
peito ao fato de que tal matéria é, em tese, da alçada decisória do Congresso Nacio-
nal. O STF sumulou porque o momento suscitou, e quer queiramos, ou não, a prisão
em segunda instância estava em desconformidade ao que reza a Constituição. Sendo
assim, lembrando possuir o STF o papel precípuo de defensor de nossa Carta Magna,
para que volte a ocorrer a prisão em segunda instância, o procedimento correto, e que
irá dirimir uma série de polêmicas, é exatamente se promover a discussão no Congres-
so Nacional com vistas a se aprovar uma Emenda Constitucional. Tal papel, o Con-
gresso deve desempenhar ainda em 2020. Por fim, o ex-presidente Lula pode recorrer
em liberdade, tal qual vimos, contudo não pode se candidatar a nenhum cargo eleti-
vo, pois a Lei da Ficha Limpa impede aqueles que já possuem uma condenação em
segunda instância a concorrer a qualquer tipo de mandato eletivo.

A Operação Lava Jato

A Operação Lava Jato foi deflagrada oficialmente em março de 2014 pela Justiça Federal
em Curitiba, com apoio da Polícia Federal, iniciando, assim, a primeira fase daquela que se tor-
naria a maior operação anticorrupção da história do Brasil.
A operação possui primeiras instâncias em Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo, com esfe-
ras recursais nos TRF-4 de Curitiba e TRF-2 do Rio de Janeiro e Tribunais Superiores em Brasília.
Baseada na Operação Mãos Limpas, realizada na Itália nos anos 1990, e sob o arbítrio do
Juiz Sergio Moro, em suas preliminares, foram investigadas (e depois processadas) quatro
organizações criminosas lideradas por doleiros – figuras operadoras do mercado paralelo de
câmbio que possuem condições de lavar o dinheiro sujo com mais facilidade. Estes doleiros
tinham postos de gasolina, inclusive sendo proprietários de um dos maiores postos de Brasília,
bem no centro da cidade (por isso, o nome Lava Jato). Logo em seguida, o Ministério Público

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Luis Felipe Ziriba

Federal recolheu provas e concluiu por um imenso esquema criminoso de corrupção envolven-
do a Petrobras, partidos centrais da base vencedora das campanhas presidenciais de 2010 e
2014 (leia-se PT, PMDB e PP) e uma série de políticos de diversas esferas, inclusive do PSDB,
partido que era, diga-se de passagem, epicentro da oposição.
Vale destacar que a maior vítima da corrupção, segundo o MPF, foi a Petrobras.
E vale a curiosidade, a Lava Jato lançou em suas fases nomes engraçados: 7ª fase, ou Ju-
ízo Final, a 9ª denominada My Way, a 10ª chamada Que País é Esse, ou a 17ª e 18ª chamadas
de Pixuleco I e II, respectivamente. Por fim, Gabriela Hardt atualmente substituiu o juiz Sergio
Moro, quando este virou Ministro da Justiça, tornando-se aos 43 anos a Juíza titular da 13ª
Vara Federal de Curitiba.
Em 2021, após mais de 74 fases a fim de assegurar estabilidade e caráter duradouro ao
trabalho, a sistemática da força-tarefa é incorporada aos Grupos de Atuação Especial de
Combate ao Crime Organizado (Gaecos).

TEXTO COMPLEMENTAR

Moro e os Hackers

Prof. Luis Felipe Ziriba, 01/08/2019.

A PF deflagrou uma operação em meados de 2019 que puxa, ao que tudo indica, o
fio da meada que pode levar à descoberta de uma organização criminosa especializa-
da em captura de informações em aplicativos de e mensagens.
A operação Spoofing prendeu 3 homens em fins de jul/2019 (sendo um deles, inclu-
sive, DJ) e uma mulher, acusados de serem os responsáveis por acessos a celulares de
gente graúda, como os Ministros da Justiça e Economia Sergio Moro e Paulo Guedes
e até o próprio presidente Jair Bolsonaro. Bolsonaro, com seu jeito sem rédeas, decla-
rou: “Não estou nem um pouco preocupado se, porventura, algo vazar aqui do meu
telefone. Não vão encontrar nada aqui que me comprometa”. Já Sergio Moro levou a
ferro e fogo, pois os Hackers estariam capturando mensagens entre ele, quando ainda
era Juiz titular da Lava Jato, e procuradores da própria Lava Jato. Tais mensagens,
obtidas pelo site Intercept e divulgadas gradualmente em parte de seu conteúdo, tanto
pela revista Veja, como pelo jornal Folha de São Paulo, mostram o ex-juiz e ex-minis-
tro da Justiça em deliberada atuação que fere os princípios da magistratura, orien-
tando procuradores sobre estratégias de investigação, coleta de provas e tomada de
depoimentos em processos. Caso sejam comprovados tais atos por parte de Moro,
será uma mácula inequívoca frente aos trabalhos da Lava Jato.

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Atualidades Brasil
Luis Felipe Ziriba

Como funcionava a operação dos hackers


1 – Os hackers, munidos do telefone da pessoa, entram no Telegram e pedem que
seja enviada uma mensagem com código que permita que seja utilizado o aplicativo
por computador.
2 – Logo depois, os hackers se utilizam de um serviço de telefone via internet que
possibilita simular o número de origem de chamadas telefônicas. A partir daí, conse-
guiram ligar para as autoridades sem ser identificadas, pois constava nos telefones
que a pessoa havia telefonado para si mesma.
3 – Neste ponto os Hackers telefonavam exaustivamente para a vítima a ponto de
congestionar a linha do alvo e, assim, fazer com que a mensagem de acesso fosse
enviada diretamente para a caixa postal. Por fim, se aproveitando de uma falha do
sistema das telefônicas, o qual permite que as ligações com mesmo número entre
destinatário e origem tenham ouvidas suas gravações em caixa de mensagem sem
necessidade de uso de senha, os Hackers conseguiam roubar os códigos de Telegram,
dados de mídias e outras conversações.

TEXTO COMPLEMENTAR

A Procuradoria-Geral da República e as Mudanças em 2019

Prof. Luis Felipe Ziriba.

Terminou, em 17 de setembro de 2019, o mandato de dois anos de Raquel Dodge à


frente da Procuradoria-Geral da República. Em seu lugar, indicado por Jair Bolsonaro,
assume Augusto Aras.
Primeira mulher a ocupar a função, Raquel Dodge entrou no lugar de Rodrigo Janot,
sendo indicada por Michel Temer em 2017.
Com a promessa de auxiliar a Lava Jato, aumentando as equipes em auxílio à ope-
ração, o que se viu no mandato de Dodge foi o contrário. Ela por várias vezes se indis-
pôs com o STF exatamente por ser acusada se “segurar” a operação. Pesam acusações
contra a Procuradora em Brasília de não dar seguimento a processo que investiga o
ex-presidente do Senado Eunício de Oliveira (MDB-CE), ou em processos contra Renan
Calheiros (MDB-AL). Dodge se indispôs também com o presidente Jair Bolsonaro ao
dar seguimento a um processo de racismo em que o próprio presidente foi o réu e outro
também contra seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), por ter promovido
xingamentos a uma jornalista. Mas isso é pouco, muito pouco; esperava-se mais dela.

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Atualidades Brasil
Luis Felipe Ziriba

Algumas das funções de um Procurador-Geral da República:


• pedir abertura de inquéritos para investigar o presidente da República, ministros,
deputados e senadores;
• apresentar denúncias;
• se manifestar, a pedido do STF, em assuntos nos quais o Supremo é provocado;
• criar forças-tarefa para investigações especiais, como é o caso do grupo que
atua na Lava Jato;
• apresentar pareceres em ações de constitucionalidade;
• atuar como procurador-geral eleitoral.
O novo procurador escolhido por Jair Bolsonaro no início de setembro de 2019 é
Augusto Aras, subprocurador-geral da República e especializado nas áreas de direito
público e direito econômico.
Como entrou na carreira do Ministério Público Federal (MPF) em 1987, antes da
promulgação da Constituição Federal, Aras pôde optar por atuar no Ministério Público
e manter as atividades como advogado.
Os últimos Procuradores-Gerais:
Roberto Gurgel (2013-2015), Rodrigo Janot (2015-2017), Raquel Dodge (2017-
2019).

TEXTO COMPLEMENTAR
Moro e a Crise Política

Prof. Luis Felipe Ziriba, 15/05/2020.

Sergio Moro se torna Ministro da Justiça e da Segurança Pública no primeiro dia


de janeiro de 2019. Visto como a “supercontratação” do time de Bolsonaro, o jovem
juiz federal que conduziu com pulso forte a Operação Lava Jato desde o seu início, em
2014, sai finalmente da magistratura da 13ª Vara de Curitiba, passando a compor a
comissão de frente de ministros do novo governo do Presidente Jair Bolsonaro. Serve,
bem verdade, a sua nomeação como resposta à promessa empunhada em campa-
nha pelo candidato capitão que bradou seguir, caso eleito fosse (e foi), coibindo em
absoluto a corrupção. Uma nomeação também, é claro, que acabou sendo um prêmio
(e suposto trampolim ao STF) àquele cidadão de fala mansa e sotaque carregado do
interior do Paraná que acabou sendo visto como o maior bastião do combate à cor-
rupção do Brasil.
Moro inicia seu trabalho à frente do ministério tendo de se confrontar com uma
parcela da opinião pública (pois nem tudo são flores), e também da imprensa, que

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o acusam ser o mentor intelectual no afrouxamento nas punições que a (sua) Operação
Lava Jato poderia (deveria) ter promovido acerca de ilícitos também cometidos por
vários outros caciques da política nacional de outras agremiações partidárias que não
apenas o PT, e do grupo aliado peemedebista. Moro prende Lula, Zé Dirceu, Sérgio
Cabral e Eduardo Cunha (este último um inimigo figadal de Dilma Rousseff), mas vira
descaradamente as costas aos ilícitos cometidos por Aécio Neves, Geraldo Alckmin
e toda uma cepa de políticos do PSDB nitidamente envolvidos nos atos de corrupção
que a própria Lava Jato concluiu.
No exercício de função como ministro, Moro perde uma queda de braço já na lar-
gada, ao ver a Coaf – Conselho de Controle de Atividades Financeiras – se despe-
dir de sua pasta e rumar, contra a sua vontade, para a gerência de Paulo Guedes no
recentemente reestruturado Superministério da Economia (o qual fundiu o Ministério
do Planejamento). Em seguida, Moro tem de aceitar a decisão do STF que determina a
ilegalidade (outra pauta em que Moro se colocava declaradamente em oposição) das
prisões em segunda instância. Lula, seu algoz, sai da cadeia de imediato em função da
decisão sumulada em novembro de 2019 (ver Texto Complementar).
16 meses após sua posse como Ministro da Justiça e deixando claro sua inten-
ção, sempre que possível, de chegar ao STF por indicação do seu chefe, o Presidente
Jair Bolsonaro, ruídos entre o mandatário e o subordinado ocasionam a demissão do
Diretor-Geral da Polícia Federal, o delegado Maurício Valeixo, homem de confiança
de Moro. Na verdade, o fato é que o Presidente Jair Bolsonaro, como sempre, sem o
menor polimento, apenas avisa a Moro (isso após o Ministro ter experimentado várias
perdas de força) de sua decisão unilateral de troca no comando da Polícia Federal. Era
a gota d’água de uma relação que, sabia-se em todo meio político de Brasília, jamais
fora pacífica. A força da caneta Bic presidencial de Bolsonaro impôs a Moro mais uma
derrota no âmbito de sua esfera de atuação. Assim, como um desfecho triste de um
romance (pouco duradouro), Moro pede demissão e sai magoado, levando consigo um
pedaço considerável do que resta do “bolsonarismo”. Mas ele cai atirando, ao afirmar
categoricamente em coletiva que o governo de seu ex-chefe buscara, por meio da Polí-
cia Federal, e de outros órgãos, promover uma gerência absoluta sobre as investiga-
ções do órgão. Moro destaca considerar tal ingerência um absurdo frente à autonomia
prevista legalmente nas investigações no âmbito da Polícia Federal.
Ao deixar o ministério, em mesma coletiva, o ex-ministro chega a destacar que nem
em governos anteriores, tal qual dos presidentes Lula e Dilma (os quais o magistrado
à sua maneira contribuiu diretamente em derrubar), houve ação tão escancarada dire-
cionada por parte do chefe do executivo federal com vistas a influir sobre a autonomia
de investigações garantidas pela constituição.
Por fim, associado à saída de Moro e também às recentes saídas de dois Ministros
da Saúde em menos de um mês, os médicos Luiz Mandetta e Nelson Teich, e tudo isso
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justo no auge da pandemia da Covid-19, o governo de Bolsonaro entra em rota de crise


política à medida, entre outros aspectos, que o modus-operandi típico do Presidente,
por excelência, se demonstra avesso a opiniões contrárias e a ceder onde quer que
seja. Sendo assim, ele experimenta mensalmente, desde que tomou posse, um san-
gramento, no qual evadem aliados, alguns, bem verdade, pouco importantes, tal qual
Alexandre Frota, porém outros muitos importantes, como o próprio Sérgio Moro.

TEXTO COMPLEMENTAR
Bolsonaro versus o STF

Inicialmente, caro(a) aluno(a), antes de abordarmos alguns pontos polêmicos sobre


essa guerra fria entre o Judiciário (por meio da ação da corte máxima Supremo Fede-
ral) e o Executivo (na figura do Presidente Jair Bolsonaro), que vem ganhando muita
repercussão em atualidades e possui enorme chance de cair em provas de concur-
sos, vamos entender primeiro alguns aspectos basilares acerca do funcionamento de
nossa corte suprema.
O Supremo Tribunal Federal é o órgão de cúpula do Poder Judiciário brasileiro.
Cabe ao STF, em suma, resguardar a Ordem Constitucional.
Composto por 11 (onze) Ministros, escolhidos dentre cidadãos brasileiros natos,
que possuam mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, além
de notável saber jurídico e reputação ilibada (art. 12, § 3º, IV, e art. 101, ambos da Cons-
tituição Federal). O processo de nomeação para o cargo vitalício (art. 95 da Constitui-
ção Federal c.c art. 16 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal) de Ministro
do Supremo Tribunal Federal, descrito no art. 101 da Constituição Federal, inicia-se
com indicação pelo Presidente da República, observada a satisfação dos pré-requi-
sitos constitucionais. Após, o indicado deve ser aprovado pela maioria absoluta do
Senado Federal, cuja deliberação é precedida de arguição pública pela Comissão de
Constituição, Justiça e Cidadania daquela Casa Legislativa. Uma vez aprovado pelo
Senado, o escolhido é nomeado pelo Presidente da República e está habilitado a tomar
posse no cargo, em sessão solene do Plenário do Tribunal.
Uma vez empossado, o Ministro só perderá o cargo por renúncia, aposentadoria
compulsória (aos 70 anos de idade) ou impeachment. A Constituição Federal, em seu
art. 52, II, atribui ao Senado Federal a competência para processar e julgar os Ministros
do Supremo Tribunal Federal nos crimes de responsabilidade. O mesmo dispositivo,
em seu parágrafo único, estabelece que a condenação, que somente será proferida
por dois terços dos votos do Senado Federal, limitar-se-á à perda do cargo, com ina-
bilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais
sanções judiciais cabíveis.

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Luis Felipe Ziriba

Bom, visto tal preâmbulo sobre a mais importante corte do país, o qual serve a
auxiliar-nos em nossa matéria e, também, muito importante para outras disciplinas,
tal qual o Direito Constitucional, vamos agora falar sobre os pontos em Atualidades
mais importantes sobre a atuação do STF; e onde residem celeumas graves que con-
frontam o Superior Tribunal e o Executivo, mais precisamente na figura do atual Presi-
dente Jair Bolsonaro, “talquei”?
Desde que assumiu a Presidência, em 2019, Bolsonaro dispara deliberadamen-
te contra o que menciona considerar ser “uma ditadura do STF”. Mas o que o Chefe
do Executivo nacional busca ao se lançar abertamente contra a instância máxima do
Judiciário brasileiro?
Vamos lá, e é mais simples do que parece, então sigamos:
Bolsonaro acredita, de modo inequívoco, que a atuação do STF visa inviabilizar
seu governo de todas as formas. Ele já declarou isso a interlocutores próximos. Suas
pautas de costumes, tais quais liberalização de armas a ponto em que, em tese, possuir
fuzis e armas de grosso calibre sejam possíveis a “qualquer cidadão de bem”, como o
próprio presidente sempre destaca, vêm sendo, ao longo destes primeiros anos do seu
governo, tolhidas pela corte suprema. Esse é só um exemplo. Outras emanações de
Bolsonaro, encampadas por seu séquito, também são compelidas a ferro e fogo pelo
STF. Vejamos algumas destas abaixo:
1 – O STF E OS ATOS ANTIDEMOCRÁTICOS (Tema ultraimportante em Atualidades
em 2021!!!)
A atuação do STF nesses anos de governo Bolsonaro vem expondo uma clara
orientação de combate a quaisquer manifestações antidemocráticas por parte dos
cidadãos e, principalmente, funcionários públicos e parlamentares. Para alguns, tal
disposição da suprema corte é intransigente; para outros e, inclusive, lógico, para o
próprio STF, trata-se apenas resguardar o estado democrático de direito. Exemplos de
ações severas e contundentes por parte da corte sobre pessoas e grupos que saíram
em defesa de pautas consideradas “antidemocráticas” foram as prisões da ativista
Sara Winter, em 2020, e, mais recentemente, do deputado declaradamente bolsona-
rista Daniel Silveira. Daniel, desde que entrou em sua primeira legislatura em 2019,
deixou claro que sua intenção era causar. Ao longo da campanha, em que foi eleito
pelo PSL no Rio de Janeiro (ex-partido de Bolsonaro), partiu ao meio uma placa de rua
em homenagem à vereadora morta a tiros, Marielle Franco, em um crime ainda sem
condenados. Silveira, um ex-cobrador de ônibus e também um ex-policial militar do
Rio de Janeiro, foi preso em flagrante (após desafiar o STF a prendê-lo) por crime ina-
fiançável em meados de fev/2021, após divulgar em rede social vídeo no qual defende
o AI-5 — instrumento mais duro da ditadura militar — e a destituição dos ministros do
Supremo Tribunal Federal, o que é inconstitucional em um dos poucos casos de ilícito
que, de fato, a Constituição não veda a prisão em rito sumário de um parlamentar .
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Logo em mar/2021, sua prisão foi substituída por prisão domiciliar com monitora-
mento por tornozeleira eletrônica.
2 – O IMPEACHMENT DE MINISTRO(S) DO STF
O presidente Jair Bolsonaro em 2021 se lançou com vistas a dar ensejo, de forma
inédita em nossa história recente, ao impeachment de um ministro do STF, no caso em
tela, Alexandre de Moraes. O impeachment de um Ministro do STF é um movimento
possível, mas o rito é complicado (tal qual vimos no início deste texto complementar,
envolve a atuação do Senado Federal) e, após uma discussão que desgastou mais
ainda a relação entre o Tribunal e o Chefe do Executivo Federal, o STF, por meio do voto
do Ministro Kássio Nunes Marques, ministro este escolhido pelo próprio Bolsonaro em
2020 para assumir uma cadeira no tribunal, sentenciou em sua relatoria sua oposição
frente à abertura de processo de impedimento do Ministro Moraes, enterrando de vez
este assunto. No Senado, uma proposta de emenda à Constituição (PEC) cria uma lista
tríplice na qual o presidente da República teria que basear sua escolha de quem ocu-
paria as próximas cadeiras de Ministro do STF.
3 – O INQUÉRITO DAS FAKE NEWS
Iniciado em 2019, ou seja, poucos meses após Bolsonaro tomar posse, um inqué-
rito encampado por Alexandre de Moraes, Ministro do STF (processo feito, é bem ver-
dade, sem qualquer aval da Procuradoria-Geral da República, o que surpreendeu muita
gente e gerou desconforto no meio político e jurídico), em mais de 10.000 páginas,
identificou uma rede imensa de apoiadores de Bolsonaro que promove ações explíci-
tas de ódio contra a corte suprema, sugerindo, inclusive, a morte de Ministros, entre
outros pontos. O chamado “inquérito das fake news”, além de identificar uma rede
imensa de apoiadores anônimos do Presidente e sua rede de ações de todos os tipos
na internet contra o STF e a democracia (em que a maioria dos inquiridos deixa explí-
cito ser a favor do retorno da ditadura militar buscando defender argumentos, tais
quais como sendo a liberdade associada à ditadura, e a democracia como uma prisão),
cravou haver a participação de políticos, tais quais o próprio filho do Presidente, Carlos
Bolsonaro e o ex-ministro da educação Abraham Weintreaub, que defendeu a prisão
de ministros do STF e saiu (para alguns, ele fugiu mesmo) do país dois dias depois de
deixar a pasta. O mesmo inquérito identificou também a participação nestes atos do
dono da loja Havan, Luciano Hang, e mandou prender o jornalista declaradamente bol-
sonarista Oswaldo Eustáquio. Oswaldo era um militante conhecido nas redes sociais
que havia defendido o fechamento do Congresso ou do Supremo. De acordo com as
investigações, ele é suspeito de financiar manifestações ao longo dos anos de 2019 e
2020 que ocorreram em Brasília e que contaram também com a participação de Sara
Winter, presa também pelo STF por razões parecidas.

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4 – LULA E O STF
O ex-presidente Lula, maior rival de Jair Bolsonaro, obteve ao longo dos últimos
dois anos algumas vitórias importantes com as graças do STF. Primeiro foi solto após
cumprir mais de 500 dias de prisão por crimes de lavagem de dinheiro e corrupção
passiva, à medida que o tribunal jogou na ilegalidade sua prisão após sumular serem
ilegais prisões no caso de seus crimes em 2ª instância. (Ver texto complementar: Lula
Livre e a Prisão em Segunda Instância nesta mesma aula.)
Por fim, na entrada do mês de abr/2021, o ex-presidente Lula (2003-2010) recebeu
um salvo conduto da Suprema Corte para concorrer às eleições de 2022, quando a
Corte decidiu por 8 votos a 3 que o processo de condenação de Lula levado a cabo pela
Justiça Federal de Curitiba era irregular por incompetência territorial. Ou seja, Sergio
Moro, e seus juízes que o acompanhavam, não possuía competência para julgá-lo. O
processo de apenação de Lula, nos crimes nos quais já havia sido julgado, retorna à
estaca zero e Lula passa a ser potencial concorrente nas eleições de 2022.

ONGs, Meio Ambiente e Amazônia: Atualidades e Polêmicas

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, no dia 21 de agosto de 2019, que as organizações


não governamentais (ONGs) poderiam, de fato, estar por trás de uma série de queimadas
na região amazônica, promovidas estas com vistas a “chamar atenção” contra o governo do
Brasil. O presidente não citou nomes específicos de ONGs e, questionado se há embasamen-
to para as alegações, disse não haver registros escritos sobre tais suspeitas, mas deixou tal
questão no ar.
Segundo dados do Programa Queimadas, publicados no Portal G1 e oriundos do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a Amazônia concentra 52,5% dos focos de queimadas
de 2019 no Brasil. O portal mostrou, após receber tais dados do INPE, que o número de queima-
das aumentou 82% em relação ao mesmo período de 2018 (de 1º de janeiro a 18 de agosto).
Ainda de acordo com nosso Presidente, o governo precisa fazer o possível para que esse
tipo de crime não aumente, mas disse que sua gestão retirou dinheiro que era repassado para
ONGs, o que poderia justificar uma reação das instituições e a deflagração de queimadas in-
tencionais por parte das ONGs e de grupos que atuam em defesa da floresta. Segundo nosso
mandatário sobre a onda de incêndios na região:

O crime existe, e isso aí nós temos que fazer o possível para que esse crime não aumente, mas nós
tiramos dinheiros de ONGs. Dos repasses de fora, 40% ia para ONGs. Não tem mais. Acabamos
também com o repasse de dinheiro público. De forma que esse pessoal está sentindo a falta do
dinheiro.

O Presidente Jair Bolsonaro, é bem verdade, não apresentou provas que sustentassem
sua afirmação. Motivado por um relatório governamental que recebera, o qual denunciava

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irregularidades em uma gama de repasses para ONGs que lidam com saúde indígena, uma
semana depois reiterou sua posição de completa oposição às atividades das Organizações.
No Congresso Nacional, cresce também a intenção por parte dos parlamentares de se criar
uma CPI das ONGs com vistas a se detectar qual o uso de recursos e influência estrangeira
destas instituições no Brasil e, principalmente, na Amazônia.
Vale destacarmos que tais posturas como a de Bolsonaro – desconfianças em relação ao
trabalho de ONGs – não são uma particularidade deste governo que tomou posse em 2019.
Houve, por exemplo, ao longo da administração de Luiz Inácio Lula da Silva, também discursos
de que a atuação das ONGs precisava ser vigiada de perto. “Grande parte dessas ONGs não
está a serviço de suas finalidades estatutárias”, afirmou, por exemplo, o então Ministro da Jus-
tiça, Tarso Genro, em 2008. “Muitas delas escondem interesses relacionados à biopirataria e à
tentativa de influência na cultura indígena, para apropriação velada de determinadas regiões,
que podem ameaçar, sim, a soberania nacional” disse o comandante-geral da Amazônia na
mesma época, General Augusto Heleno, um crítico enfático da política indigenista do governo
Lula, por ele vista como: “lamentável, para não dizer caótica”.
Mas qual é o perfil das ONGs na Amazônia?
Para responder este questionamento em tela, me basearei inicialmente e, é importante
fazermos este recorte, em matéria publicada pelo Nexo Jornal, um veículo de jornalismo ele-
trônico brasileiro que publica textos jornalísticos multidisciplinares sobre política, economia,
acontecimentos internacionais, cultura, ciência e saúde, tecnologia, arte e outros temas, em
perspectiva de contextualização (jornalismo de contexto), além da cobertura factual, inte-
ratividade com dados e recursos multimídias, que se encontra inserido como parte da Slow
Media (mídia vagarosa, em tradução livre), em que se declara preconizador de um jornalismo
reflexivo e de profundidade como veículo da mídia independente brasileira.
Sigamos então, ok?
Com base em matéria publicada pelo Nexo Jornal de 1º/09/2019 intitulada Qual o papel das
ONGs ambientais na Amazônia (em: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2019/09/01/
Qual-o-papel-das-ONGs-ambientais-na-Am%C3%B4nia), um levantamento do IPEA – Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada – sobre as ONGs brasileiras indica que há 102.080 organi-
zações da sociedade civil com sede em municípios da Amazônia Legal. Esta imensa estimati-
va, contudo, difere radicalmente dos números que o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística – revela: 15.919 apenas.
Pelo IPEA, 12,4% das ONGs do Brasil são sediadas em municípios da Amazônia Legal (área
do planejamento estatal que envolve todos estado da Região Norte, mais o Mato Grosso e
parte do Maranhão). E são diversas as áreas de atuação de ONGs na Amazônia. Outro levanta-
mento do IPEA demonstra que quase metade (49,9%) das ONGs atua em “defesa de direitos e
interesses”, nomenclatura abrangente a qual inclui associações de moradores, centros comu-
nitários e organizações de defesa de direitos de grupos de minorias, meio ambiente e proteção

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animal. ONGs desse tipo também são majoritárias (41,3%) no restante do país. Na Amazônia,
a atuação pode se traduzir em ações de vigilância ambiental, capacitação de povos indígenas
para a agricultura, assistência à saúde e projetos de educação, entre outras atividades. Dessas
ONGs, 422 são de defesa do meio ambiente e proteção animal. “A atuação das ONGs ajuda as
populações indígenas, ribeirinhas, extrativistas a conhecer melhor seus direitos sociais”, disse
ao Jornal Nexo Ageu Lobo, beiradeiro e presidente da Associação de Moradores das Comuni-
dades de Montanha e Mangabal, localizada na região de Itaituba, Pará. “Ajudam os povos nas
aldeias e comunidades com oficinas que realizam e ajuda as pessoas a irem até as cidades
para cobrar seus direitos”.
Atuando na Amazônia ao menos desde a década de 1960, as ONGs e outras entidades que
não estão vinculadas ao governo ocupam a floresta com projetos de infraestrutura e reprimin-
do ações contra povos indígenas promovidas desde a ditadura militar (1964-1985). Exemplo
é o CIMI (Conselho Indigenista Missionário), que, mesmo não se definindo como ONG, nasceu
em 1972 após denunciar o chamado Massacre do Paralelo 11, ocorrido em 1966 em uma
região entre Rondônia e Mato Grosso, quando uma empresa seringalista foi responsável pela
chacina de uma aldeia do povo indígena Cinta-Larga. De acordo com o IPEA, 3.626 organiza-
ções que atuam na Amazônia obtiveram verba federal entre 2010 e 2018, no valor de R$ 6,8
bilhões. O aporte representou 5,7% do total destinado a ONGs pelo governo no período. A desti-
nação de recursos de origem governamental diminuiu com os anos e tende, tal qual Bolsonaro
enfatiza, a secar. As informações do IPEA são relativas apenas a entidades registradas em mu-
nicípios da Amazônia Legal, sendo que ainda não existe um estudo detalhado sobre a atuação
de organizações internacionais em território brasileiro, aponta o instituto de pesquisa. ONGs
internacionais que atuam na Amazônia, por exemplo, também estão sediadas no Sudeste.

Principais ONGs Ambientais no Brasil

Considerado o maior reservatório de biodiversidade do globo, em que praticamente 20% de


todas as espécies conhecidas de fauna e flora se encontram, o território do Brasil é foco princi-
pal acerca da questão da preservação do meio ambiente no mundo. Há décadas uma enorme
quantidade de ONGs aqui se encontra. Constituíram-se levantando a bandeira da preservação
ambiental e em âmbito que transcende o bioma amazônico.
Vejamos abaixo algumas destas principais organizações:

CIMA
(www.cima.org.br)

O Centro de Cultura, Informação e Meio Ambiente, CIMA, é uma entidade civil, que não con-
ta com lucro para existir tal qual versa em seu estatuto. Possui sua sede no Rio de Janeiro e

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desenvolve ações relacionadas à educação, cultura, e meio ambiente, contando com parcerias
com instituições governamentais, privadas e multilaterais.
O objetivo dessa entidade é a contribuição por meio de diferenciadas ações e de maneira
eficiente, à busca de uma melhor qualidade de vida, segundo sua página oficial.
Nas áreas de meio ambiente e de educação, o CIMA organizou inúmeros projetos, entre
eles, podemos citar o “Protetores da Vida”, “A Natureza e a Paisagem”, que são Programas de
Educação para o Desenvolvimento Sustentável, mobilizando vários setores a proteger os ecos-
sistemas existentes na Bacia da Baía de Guanabara. A expedição do projeto passou por muitos
estados e ainda por sítios paleontológicos do Brasil e teve seu registro compilado numa expo-
sição realizada no Museu Nacional, intitulada “Em busca dos Dinossauros”.
Além dos programas citados ainda houve a implantação do “Programa Coca-Cola de Valo-
rização do Jovem”, em colégios estaduais e municipais de inúmeros estados e ainda o “Gente
é pra Brilhar”, que promove a estimulação de ações que causam a inclusão do indivíduo na
sociedade, como, por exemplo, a capacitação de adolescentes na produção de documentários
e também na área audiovisual. Esse evento direcionado ao público jovem permite o acesso ao
mercado da mídia, chamado de “RioTecnomídia”.
E finalmente o PROCEL, um programa que promove o combate e a educação para que não
haja o desperdício de energia, sendo este, para o público pouco inteirado sobre as atividades
desta ONG, o maior programa em termos de repercussão de sua atuação em âmbito nacional.

WWWF
(https://www.wwf.org.br/)

O WWF-Brasil é uma organização da sociedade civil brasileira, de natureza não governa-


mental e constituída como associação civil sem fins lucrativos que trabalha para mudar a atual
trajetória de degradação ambiental e promover um futuro em que sociedade e natureza vivam
em harmonia.
Criado em 1996, o WWF-Brasil mantém 137 funcionários atuando em 67 projetos na Ama-
zônia, Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica e Caatinga, além dos ecossistemas marinhos, na
costa brasileira.
A Governança do WWF-Brasil é realizada por meio de órgãos previstos em seu Estatuto So-
cial e Regimento Interno, com o objetivo de zelar pelos compromissos e relacionamento com a
Rede WWF, cumprir as políticas, os princípios e os objetivos da organização e assegurar, dessa
forma, o cumprimento da Missão Institucional do WWF-Brasil:

Contribuir para que a sociedade brasileira conserve a natureza, harmonizando a atividade humana
com a conservação da biodiversidade e com o uso racional dos recursos naturais, para o benefício
dos cidadãos de hoje e das futuras gerações.

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Greenpeace
(https://www.wwf.org.br)

Em 1971, uma equipe de 12 pessoas, entre jornalistas, hippies e ecologistas, partiu de Van-
couver, Canadá, a bordo de um velho barco de pesca rumo ao Ártico. Esses ativistas acredita-
ram que a ação de indivíduos comuns poderia fazer a diferença e sua missão era testemunhar
e tentar impedir os testes nucleares realizados pelos EUA nas ilhas Amchitka, no Alaska.
Para levar adiante tal empreitada, o grupo tentou arrecadar fundos com a venda de bro-
ches. Verde (Green) e Paz (Peace) eram as palavras de ordem, mas, segundo eles mesmo
dizem, “não cabiam separadas no broche”. E assim nascia o nome Greenpeace.
Interceptados antes de chegar a seu destino, os ativistas não impediram os Estados Uni-
dos de detonarem a bomba.
Mas sua obstinação e coragem despertou a atenção do planeta. Após forte pressão popu-
lar, os testes nucleares foram suspensos em Amchitka, então declarada santuário de pássaros.
O protesto pacifista teve ainda consequências muito além da esperada. A ideia de que
alguns indivíduos podiam fazer a diferença por um planeta mais verde e pacífico se tornou
realidade e arrebatou uma legião de seguidores. Foi também o embrião do que é hoje a maior
organização ambientalista do mundo.
O Greenpeace oficialmente destaca não aceitar doações de estados, nem de partidos po-
líticos. Possui ainda atualmente 3 navios ao redor do mundo: Rainbow Warrior, Arctic Sunrise
e Esperanza.
No Brasil, o Greenpeace chega em 1992, ano em que o país abrigou a primeira e a mais
importante conferência ambiental da história, a Eco-92.

Conservação Internacional
(https://web.conservation.org/global/brasil/Pages/default.aspx)

É uma organização brasileira sem fins lucrativos, que trabalha a proteção da natureza para
o bem-estar humano. Seu trabalho primordial consiste em conservar a natureza promovendo a
sustentabilidade e o bem-estar humano por meio de projetos socioambientais, educacionais e
culturais que geram uma sociedade mais saudável e sustentável. Segundo sua página oficial,
busca tudo isso a partir dos de três eixos centrais:​Capital Natural, Produção Sustentável e
Governança.
Uma ação interessante que a CI promove consiste na busca por fundos e ações multila-
terais a que se protejam os hotspots, que, em tradução livre, são os lugares em que se mani-
festam imensa biodiversidade de fauna e flora. No Brasil inúmeras iniciativas desde a década
de 1990 foram alçadas por esta associação com vistas a redimensionar a proteção destes
lugares. Vale a pena conhecê-las.
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S.O.S Mata Atlântica


(https://www.sosma.org.br/quem-somos/historia/)

Essa foi a primeira ONG destinada a defender os últimos remanescentes de Mata Atlânti-
ca no país. O ideal de conservação ambiental da entidade, criada em 20 de setembro de 1986,
associa-se ao objetivo de profissionalizar pessoas e partir para a geração de conhecimento
sobre o bioma. A proposta representa também um passo adiante no amadurecimento do mo-
vimento ambientalista no país.
A história da Fundação SOS Mata Atlântica foi construída por meio da mobilização perma-
nente e da aposta no conhecimento, na educação, na tecnologia, nas políticas públicas e na
articulação em rede para consolidação do movimento socioambiental brasileiro.
Atualmente, fica o registro, apenas 5%, ou menos, da Mata Atlântica original ainda está de pé.

TEXTO COMPLEMENTAR

As Queimadas e o Fundo Amazônia

Por: Prof. Luis Felipe Ziriba, 15/09/2019.

Ao longo de 2018, os governos de Alemanha, Noruega e França, sob o lema “O Brasil


Cuida. O mundo apoia. Todos ganham”, destinaram mais de 1,8 bi de recursos com
vistas à preservação da maior floresta tropical do planeta para ações de preservação
em 103 projetos.
Contudo, no dia 15 de agosto de 2019, a Noruega suspendeu o pagamento de recur-
sos para, em seguida, na mesma esteira, a Alemanha também anunciar sua intenção de
romper com o Fundo. Tudo justificado por ambos os países em função da decisão do
Presidente Jair Bolsonaro de promover a extinção dos conselhos que orientam o fundo.
Na verdade, o descontentamento por parte dos países apoiadores à causa de pro-
teção da Amazônia se deve a várias questões relacionadas à forma como o Presidente
vem conduzindo sua política ambiental. Bolsonaro não se furta de deixar claro em alto
e bom som não compactuar com as ONGs de preservação e que também não vê com
bons olhos qualquer ingerência internacional sobre questões amazônicas.
Há também a presença de Ricardo Salles como Ministro do Meio Ambiente, uma
persona non grata pelos setores ambientalistas nacional e internacional para em nada
contribuir à questão. E tal qual já vimos em nossa análise sobre o contexto geral da
política externa brasileira, e como o meio ambiente afetou as relações (em parte) com
o exterior após Bolsonaro questionar os dados exprimidos pelo INPE, que indicavam

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um considerável aumento no desmatamento da Amazônia em 2019 em se comparado


aos anos anteriores e, simplesmente, demitir o Diretor do Instituto, Ricardo Galvão, que
alertou pessoalmente à impressa.
E contra dados fica difícil contestar: entre jan-ago de 2019, houve um total de 72.800
focos de incêndio na Amazônia, um aumento de 83% em relação ao mesmo período do
ano de 2018.

As queimadas representam em torno de 70% das emissões de gases de efeito estufa do país.
Para o ano de 2020, ocorrem novos recordes de queimadas e consequentemente de emissões.
Com vistas a tentar conter tal passivo ambiental, o vice-presidente Hamilton Mourão, figura
central do Conselho da Amazônia – um dispositivo de regulação de políticas de desenvolvi-
mento sustentável na Amazônia, reeditado por Bolsonaro em janeiro de 2020 –, revelou que,
em poucos dias (a partir de 15 de julho de 2020), o Presidente editará um decreto PROIBINDO
AS QUEIMADAS NA AMAZÔNIA PELO PRAZO DE 4 MESES.

TEXTO COMPLEMENTAR

O Satélite Amazônia 1

Por: Prof. Luis Felipe, 05/03/2021.

Lançado no último dia de fevereiro de 2021, numa base na Índia, o Amazônia-1 é


o terceiro satélite brasileiro de sensoriamento remoto em operação, juntando-se ao
CBERS-4 e ao CBERS-4A. O novo equipamento, contudo, foi totalmente projetado, inte-
grado e testado pelo país — e, a partir de então, será também operado exclusivamen-
te pelo Brasil. Com desenvolvimento sob a responsabilidade do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (INPE), o Amazônia 1 integra a chamada Missão Amazônia: um
esforço da entidade em melhorar o sensoriamento remoto da natureza brasileira. Seu
escopo de imagens visa atender o monitoramento da região costeira, reservatórios de
água, desastres ambientais e estará à disposição da comunidade científica, órgãos de
Governo e quaisquer interessados.
Com lançamento bastante celebrado por Marcio Pontes, nosso astronauta e Minis-
tro da Ciência e Tecnologia, o equipamento tem por objetivo fornecer dados de senso-
riamento remoto para observar e monitorar especialmente a região amazônica, além
de monitorar a agricultura no país, a região costeira, reservatórios de água e florestas
(naturais e cultivadas). Há, ainda, a possibilidade de uso para observações de possí-
veis desastres ambientais. O equipamento é projetado para gerar imagens do planeta a
cada cinco dias — e, sob demanda, é capaz de fornecer dados de um ponto específico

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em no máximo dois dias. Em caso de um eventual desastre ambiental, por exemplo,


como o rompimento da barragem em Mariana, em 2015, o monitoramento poderá ser
ajustado para o local. Focos de queimada também poderão ser visualizados. A estrutu-
ra conta com 14 mil conexões elétricas. Se esticados, todos os seus fios chegariam a
6 quilômetros.
A Missão Amazônia, por fim, pretende lançar, em data a ser definida, mais dois saté-
lites de sensoriamento remoto: o Amazônia-1B e o Amazônia-2 com vistas a alargar o
horizonte de sensoriamento do meio ambiente nacional e uso do solo e recursos natu-
rais.

As Tragédias Ambientais de Mariana e Brumadinho

No dia 5 de novembro de 2015, ocorreu aquele que seria o maior acidente ambiental da
história do Brasil até então. A Barragem do Fundão de rejeitos de mineração se rompe. Admi-
nistrada pela empresa joint-venture Samarco – criada pela união entre a brasileira Vale do Rio
Doce e a inglesa Bp.Hilton –, a barragem de rejeitos de mineração de ferro, nas cercanias de
Mariana, na área conhecida como sendo o Quadrilátero Ferrífero, o nosso maior polo de pro-
dução mineral situado em Minas Gerais, se rompe e leva uma carga de mais de 40 milhões de
metros cúbicos de lama para uma área de raio de mais de 700 km. Em rios em Minas Gerais e
no Espírito Santo, mais de 11 milhões de toneladas de peixes mortos foram retirados de suas
águas em relação direta com a tragédia e 19 pessoas morreram.
Eis que três anos depois, em janeiro de 2019, outra tragédia em Minas Gerais com o
mesmo tipo de barragem ocorre. Em Brumadinho, exatamente na hora do almoço e em dia
de expediente comum, a barragem da Mina do Feijão, administrada pela Vale do Rio do Doce
se rompe. A primeira leva de vítimas ocorre exatamente no refeitório lotado que ficava logo
abaixo da barragem e aqui valem alguns destaques. Essa era, de fato, uma tragédia anun-
ciada, pois, embora fosse uma barragem desativada, o modelo obsoleto de construção dela
era do tipo a montante (o mesmo de Mariana), em que diques vão sendo gradativamente
construídos para segurar a entrada de novos rejeitos. A fiscalização por parte da Secretaria
de Meio Ambiente de Minas Gerais e de uma gama lateralmente de órgãos públicos foi falha,
e a Vale tinha ciência de que a barragem poderia se romper a qualquer hora. Em documentos
internos da empresa Vale do Rio Doce, revelados logo após o acidente, soube-se que esta e
outras várias barragens da mesma empresa estavam em vigente estado de “atenção”. Até
agora, mais de 280 mortes foram confirmadas, ou seja, mais de 10 vezes mais vidas ceifadas
que em Mariana, revelando uma lógica perversa que demonstra não termos aprendido com
nossos erros.
O Brasil é atualmente o maior produtor de minério de ferro do mundo, quase 10% das nos-
sas exportações (atrás apenas do complexo da soja) se concentra apenas nessa commodity.
Importa-nos, mais que nunca, questionarmos a que preço sustentamos tal posição e se vale a
pena de fato.

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TEXTO COMPLEMENTAR

A Nuvem Tóxica do Agrotóxico

Por: Prof. Luis Felipe, 05/08/2019.

Somente no mês de jun/2019, foram autorizadas 42 novas marcas de agrotóxicos


para atuarem em nosso concorrido mercado de defensivos agrícolas. Quem libera? A
Coordenação-Geral de Agrotóxicos e Afins, do Ministério da Agricultura.
Assim, somente nos primeiros seis meses de 2019, 232 novas marcas estão auto-
rizadas. Um recorde. Entre 2009 até 2018, a média foi alta, vale o destaque, com 136
novas marcas atualmente. Em 2018 foram 450.
E há sem dúvidas hoje um direcionamento na questão dos agrotóxicos, pois, se
vínhamos de um crescimento enorme no uso destes produtos de forma geral nos anos
do Lula e da Dilma, o que se percebe nos últimos dois, ou três anos (e neste governo
atual se mostra de forma mais aguda) é uma perda de qualquer tensionamento entre
pastas frente a esta questão. Antes, o fato é que havia, ao menos, possibilidades de
salvaguardas e freios ao uso indiscriminado de defensivos tóxicos. Já em 2019 não há
mais tais prerrogativas importantes, prevalecendo única e exclusivamente o interesse
do Ministério da Agricultura.
Entre os anos de 2012-2017, cresceu em 25% a quantidade total (que já era alta) de
agrotóxicos pulverizados no campo nacional. Consumiremos em 2019 mais de 500.000
toneladas de (centenas) defensivos – o que dá em média 2,5 quilos de agrotóxicos por
habitante em média por ano. É muito agrotóxico em conta que só aumenta.

TEXTO COMPLEMENTAR

Conselho da Amazônia e a Força Nacional Ambiental

Como uma espécie de resposta a tantos olhares desconfiados, nacionais e interna-


cionais, o governo de Jair Bolsonaro anunciou a criação de duas entidades para integrar
a administração e a defesa da floresta: o Conselho da Amazônia e a Força Nacional
Ambiental.
O Conselho da Amazônia, na verdade, foi criado em 1995 (Decreto n. 1.541/1995)
pelo ex-Presidente da República Fernando Henrique Cardoso. Seu objetivo era controlar
e coordenar as atividades dos ministérios federais e dos Governos de Estado que com-
punham a Amazônia Legal. Subordinado ao Ministério do Meio Ambiente nunca chegou
a ser realmente utilizado.

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Depois das crises envolvendo a ação (ou ausência de ação) na Floresta no final do
ano passado, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a reativação do Conselho em janei-
ro de 2020, por meio das suas redes sociais. Sua mensagem comunicava a transferên-
cia de comando do Conselho, que era do Ministério do Meio Ambiente, para a Vice-pre-
sidência da República. Como na antiga formulação, o órgão teria por objetivo:
[…] coordenar as diversas ações em cada ministério voltadas para a proteção, defesa
e desenvolvimento sustentável da Amazônia. (Jair Bolsonaro em postagem no Face-
book no dia 21/01/2020).
Até aqui, apenas sabíamos que ele funcionaria como um órgão de controle e coor-
denação de atividades já exercidas por outros setores governamentais. Mas o que seria
“controle e coordenação”?
Segundo o Vice-presidente da República e chefe do Conselho, Hamilton Mourão,
muitos setores diferentes do Governo realizam atividades diferentes, mas conexas,
relacionadas à Amazônia. O Ministério da Defesa, por exemplo, entre outras atividades,
cuida da atuação do exército na mata amazônica, protegendo seu território. O Ministé-
rio da Ciência e Tecnologia, entre muitas outras atividades, propõe diretrizes de pesqui-
sa e avanço tecnológico na região.
Para que todos começassem a “falar a mesma língua” e cooperar nestas mais diver-
sas realizações, criou-se um órgão de cúpula com o objetivo de reunir os chefes de
todos esses setores para deliberar e decidir sobre assuntos que envolvem a Floresta
Amazônica. Isto, segundo Mourão, possibilitará, inclusive, ações mais rápidas de con-
trole emergencial, o que faltou para as queimadas que ocorreram no fim do ano passa-
do.
Assim, “renasceu” o Conselho Nacional da Amazônia Legal, oficialmente reativado
no dia 12/02 com a publicação do Decreto n. 10.239/2020. Este Decreto estabeleceu as
competências, o funcionamento e a composição do órgão.
Um conselho é um órgão colegiado que delibera sobre alguns assuntos e toma deci-
sões. Colegiado significa ser formado por um “colégio”, isto é, membros que se rela-
cionam como “colegas”, com a mesma dignidade. São canais de discussão e debate
democrático.
Segundo o Decreto n. 10.239/2020, são membros do colegiado que forma o Conse-
lho da Amazônia Legal, além do Vice-presidente, os chefes dos seguintes ministérios:
Casa Civil, Justiça e Segurança Pública, Defesa, Relações Exteriores, Economia, Infra-
estrutura, Agricultura, Minas e Energia, Ciência e Tecnologia, Meio Ambiente, Desenvol-
vimento Regional, Secretaria-Geral da Presidência, Secretaria de Governo e Gabinete de
Segurança Institucional da Presidência.
A maior crítica envolvendo o novo Conselho foi a exclusão dos Governadores de
Estado dentre seus membros. Na formação antiga, participavam das deliberações os

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governadores dos estados que compunham a Amazônia Legal. Agora, participam, além
do Vice-presidente da República, apenas chefes de Ministérios do Poder Executivo
Federal. O Presidente do Conselho, no entanto, afirmou que os governadores continua-
rão sendo consultados, embora não participem oficialmente do colegiado.
Já sabemos que o Conselho é um órgão colegiado, formado pela Vice-presidência
da República e por 14 ministérios. Segundo o Decreto n. 10.239/2020, este grupo de
pessoas se reunirá a cada três meses, e excepcionalmente quando o seu Presidente
(isto é, o Vice-presidente da República) o convocar.
Eles discutirão, em relação à Amazônia Legal, assuntos como proteção ambiental,
coordenação e integração de ações dos mais diversos setores governamentais, desen-
volvimento científico e inovação, repressão e prevenção de atividades ilícitas etc.
Um conselho, além de deliberar, decide sobre alguns assuntos. Normalmente, as
decisões de um conselho são colegiadas, isto é, se resolvem pelo número de votos dos
seus membros. Mas, no caso do Conselho da Amazônia, os membros não possuem
poder de voto. A última decisão sempre ficará a cargo do seu Presidente, após mani-
festação dos outros membros (art. 5º do Decreto n. 10.239/2020).
As competências do Conselho da Amazônia estão definidas no art. 3º do Decreto n.
10.239/2020, e são bastante autoexplicativas.
As competências definidas são bastante abrangentes, como “fortalecer a presença
do Estado na Amazônia Legal” (art. 3º, V) ou “coordenar as ações destinadas à infraes-
trutura regional” (art. 3º, IX), regras que possibilitam muitas medidas diferentes.
Algumas das principais competências do Conselho da Amazônia são:
• coordenar e integrar as ações governamentais relacionadas à Amazônia Legal;
• propor políticas e iniciativas relacionadas à preservação, à proteção e ao desenvol-
vimento sustentável da Amazônia Legal;
• opinar, quando provocado pelo Presidente da República ou por quaisquer de seus
membros, sobre propostas de atos normativos do Governo Federal relacionados à Ama-
zônia Legal;
• acompanhar a implementação das políticas públicas com vistas à inclusão social
e à cidadania na Amazônia Legal;
• apoiar a pesquisa científica, o desenvolvimento tecnológico e a inovação;
• coordenar ações de prevenção, fiscalização e repressão a ilícitos e o intercâmbio
de informações;
• acompanhar as ações de desenvolvimento sustentável e o cumprimento das
metas globais em matérias de adaptação e mitigação das mudanças climáticas.
A Força Nacional Ambiental foi mencionada na mesma mensagem que reativou o
Conselho da Amazônia. No entanto, pouco se sabe ainda sobre o seu funcionamento.

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A informação repassada pelo Governo em coletivas de imprensa é a de que ela estará


subordinada ao Conselho e funcionará nos moldes da Força Nacional de Segurança
Pública, mas voltada à proteção da Amazônia.
A Força Nacional de Segurança Pública foi criada em 2004, e funciona como uma
tropa de elite em casos emergenciais ou de grande importância para a ordem pública.
É formada por policiais militares, civis, bombeiros militares e profissionais de perícia
dos estados e do Distrito Federal. Ela também atua em casos de calamidades ambien-
tais e proteção do meio ambiente.

TEXTO COMPLEMENTAR

O Bioma Pantanal e o Fogo em 2020

A temporada de seca no ano de 2020 (compreendida pelos meses do meio do ano,


basicamente) foi a mais drástica de que se tem notícia em décadas em relação às con-
sequências de queimadas no Bioma Pantanal, tais quais emissão de gases de efeito
estufa e, principalmente, perda de biodiversidade vegetal e faunística.
Antes de abordamos o nosso foco em Atualidades acerca das queimadas no Pan-
tanal em 2020, contudo, é importante nos debruçarmos em torno de dois pontos fun-
damentais. Lembrando, claro, que aqui ninguém sairá, não sendo o nosso objetivo, um
especialista em Geografia do Pantanal. Mas vale-nos (e muito) destacar tais questões:
o conceito de Bioma e as características principais do bioma pantaneiro. Então, siga-
mos juntos, ok?
O que são biomas?
Na definição do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), bioma é o
“conjunto de vida (vegetal e animal) definida pelo agrupamento de tipos de vegetação
contíguos e identificáveis em escala regional, com condições geoclimáticas similares
e história compartilhada de mudanças, resultando em uma diversidade biológica pró-
pria”. Em outras palavras, ele pode ser definido como uma grande área de vida forma-
da por um complexo de ecossistemas com características homogêneas.

As Queimadas no Pantanal em 2020

O número de focos de incêndio no Pantanal, que em média se situam na casa dos 5.000 em
períodos de seca, em 2020 atingiu a marca de 15.000 focos em setembro, consumindo algo
em torno de 20% da superfície do bioma.
É evidente que, mesmo havendo um fenômeno natural que contribuiu enormemente (a au-
sência de entrada de qualquer massa úmida, as quais começam a subir e atingir a região no
mês de setembro), fatores antrópicos, tais quais a expansão contínua da fronteira agrícola

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em associação às dificuldades por parte da fiscalização, tanto de órgãos federais (leia-se


Ibama), quanto das secretarias estaduais de meio ambiente do Mato Grosso do Sul e do Mato
Grosso, contribuíram para a calamidade. O Ibama, inclusive, segundo matéria da Revista Veja
intitulada “os Campeões do Desmatamento,” de 5 de agosto de 2020, vem imprimindo multas
milionárias aos grandes desmatadores, principalmente no chamado “Arco do Desmatamento”
(veja figura abaixo). Entretanto, não consegue receber os valores à medida que os grandes
proprietários rurais notificados conseguem postergar tais multas dentro da esfera jurídica.
Impera a ilegalidade.

Figura: Arco do Desmatamento e Limites da Amazônia Legal: note que o Pantanal NÃO SE ENCONTRA NESTE
ARCO DE INTENSA ATIVIDADE DE QUEIMADAS:

A origem das queimadas no Pantanal, como no Cerrado ou na Amazônia, na verdade,


está em sua maioria relacionada ao que se denomina “queimadas controladas”. Acontece
quando os produtores rurais buscam queimar o mato seco com vistas, exatamente, a não
perder o controle do fogo por meio de queimadas espontâneas (causadas pela secura do ar,
junto à energia eletroestática.) O problema, contudo, reside na perda de controle deste tipo
de limpeza dirigida por parte dos produtores rurais e, principalmente, na sanha crescente de
grandes pecuaristas que visam abrir enormes pastagens na marra. Não por coincidência, o

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próprio ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente, em vídeo recente divulgado de uma reunião
ministerial realizada em abril de 2020, deixou claro ser importante que “se deixasse passar a
boiada” justamente enquanto a mídia e a opinião pública estivessem com suas atenções vol-
tadas à Covid-19.

2.3. O Caso Marielle


A vereadora carioca pelo PSOL, Marielle Franco, a 5a mais votada nas eleições municipais
de 2016, foi assassinada em 14 de março de 2018, junto a Anderson Gomes, motorista do veí-
culo em que se encontrava. Defensora dos direitos dos homossexuais e combatendo de frente
a ação de milícias no Rio de Janeiro, a vereadora, por seu ativismo declarado, colecionava
desafetos perigosos. Quase um ano após o assassinato, em 12 de março de 2019, eis que os
primeiros suspeitos são presos e apresentados à sociedade: o policial militar reformado Ron-
nie Lessa, de 48 anos, e o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, de 46 anos. A força-tarefa
que levou à Operação Lume diz que eles participaram dos assassinatos da vereadora Marielle
Franco e do motorista Anderson Gomes, mas um tempo depois de presos o caso continua lon-
ge de uma solução, pois os réus não confessam quais foram os reais mandantes.
“É inconteste que Marielle Francisco da Silva foi sumariamente executada em razão da
atuação política na defesa das causas que defendia”, diz a denúncia. Em nota do MP descreve
como “barbárie” e “golpe ao Estado Democrático de Direito” o assassinato cometido na noite
de 14 de março do ano passado.
Mas muito ainda há de se solucionar, como se percebe, em relação ao assassinato da
vereadora. Correm em segredo as investigações acerca de quem de fato mandou matá-la
e exatamente porque, embora já se saiba que existe ligação com a questão das milícias e,
principalmente, a grilagem de terra promovida por tais grupos para militares. Por fim, acerca
desta questão de grilagem de terra, exatamente onde Marielle denunciava haver a ação de
grileiros que se apropriavam de áreas públicas para a construção de prédios totalmente irre-
gulares, na Muzema, comunidade da Zona Oeste do Rio de Janeiro, eis que em 12 de maio de
2019 ocorre um desastre ocasionado pelo desabamento de dois prédios em empreendimento
completamente irregular comandado por milicianos. E 23 pessoas morrem.

2.4. As Milícias no Rio de Janeiro


Em 2020, estima-se que praticamente 2 milhões de pessoas na cidade do Rio de Janeiro
(para um total de 6,5 milhões de habitantes na cidade) vivam em áreas sob o controle de milí-
cias. Outros dados dão conta que mais da metade da área urbana do município já esteja sob o
comando de alguma milícia.
O conceito de milícia remete a grupos em geral aparamentados por funções de estado,
como policiais, que, revestidos da justificativa de combate ao tráfico e atividades criminosas

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variadas, praticam uma justiça particular. Esses grupos não nasceram no Rio de Janeiro nes-
tes tempos, tal como pode parecer. Desde as décadas de 1950 e 1960, é percebida a ação em
grandes centros urbanos de grupos de extermínio que agem à margem do devido processo
legal. Foi assim, por exemplo, com o Esquadrão da Morte nos anos do regime militar atuando
no Rio e em São Paulo.
Na verdade, o que acontece no Rio de Janeiro atualmente possui estrita relação com uma
ação da política de segurança pública e a respectiva criação das UPPs, nascidas em 2008 (e
ainda em vigor), e sua incisiva ação repressora ao tráfico de drogas e principalmente à facção
Comando Vermelho. Lateralmente a estas atividades de estado, ocorrem as iniciativas de pro-
teção de áreas por parte de policiais, bombeiros e militares, na ativa ou na reserva, mas fora
do serviço, atuando, em uma primeira fase, com vistas a proteger a população da volta de tra-
ficantes. Em seguida, seguindo roteiro exato do que vimos acontecer ao longo desta década,
estes grupos se apoderam das áreas promovendo uma série de novas funções e novas repre-
sentações aos quais não estão legalmente incumbidos, quais sejam:
• cobrança da taxa de proteção, marcando com símbolos as casas dos moradores que
a pagam e, assim, oferecendo proteção contra quaisquer crimes, seja um roubo ou a
venda de drogas;
• exploração clandestina ao cobrar e centralizar serviços de gás, televisão a cabo, má-
quinas caça-níqueis, cocos verdes, crédito pessoal, imóveis e transporte alternativo;
• oposição aos narcotraficantes e ao domínio territorial de facções;
• segurança alternativa provida por policiais, bombeiros, vigilantes, agentes penitenciá-
rios e militares, fora de serviço ou ativos, como integrantes da milícia.

A vereadora Marielle Franco, ao que indica o MP, foi morta exatamente por combater gru-
pos milicianos, que chegaram até a grilar áreas e construir prédios clandestinos, tal qual vi-
mos no bairro da Muzema na Zona Oeste do Rio de Janeiro (área de predomínio absoluto de
milícias), onde, em março do ano de 2019, dois prédios construídos em completa irregulari-
dade por milicianos desabaram, causando a morte de 24 pessoas.

2.5. A Crise na Segurança Pública no Brasil


2.5.1. A Questão dos Homicídios

Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, publicação referência em termos de


dados sobre o tema no Brasil, o número de homicídios em 2018 no país caiu em 13% frente
aos dados do ano anterior, 2017, quando o número de homicídios no Brasil foi de praticamente
60.000 mortes.
Provavelmente o advento da criação do Min. Segurança Pública, na entrada do ano de
2018, tenha realmente promovido a diferença, justiça seja feita, mas não há muito a celebrar.
Faz tempo que somos o maior número absoluto em todo o mundo neste tipo de crime. Para se
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ter uma ideia do que isto representa, atualmente algo em torno de 12% dos homicídios no Mun-
do ainda têm ocorrência no Brasil. O segundo país com mais homicídios em números totais, o
México, não possui nem a metade dos números brasileiros. Há, sem dúvidas, uma epidemia de
violência em curso por aqui e a pequena redução de 2018 em nada muda este cenário drástico.
De cada 100 mortos, 71 são negros e, em termos proporcionais, somos o aproximada-
mente o nono lugar no mundo, com uma taxa de 28 mortes para grupo de 100.000 habitantes,
sendo que Honduras está em primeiro, com 110, e El Salvador, em segundo, com 80.
Há algumas questões importantes a serem levadas em conta na análise deste crescimen-
to dos homicídios no Brasil, as quais vão além do senso comum, e por vezes simplista, mas
oportuno, sem dúvidas, que versa sobre fatores como o despreparo da polícia e a morosidade
de justiça. Listo abaixo três fatores que colaboram bastante para que este cenário de guerra
tenha praça no país.
A INTERIORIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA: até algum tempo, o Brasil podia ser considerado um
lugar onde, via de regra, a vida nas cidades do interior era tranquila. Ostentavam-se indicado-
res de violência, de fato, em cidades grandes. Havia, portanto, uma metropolização muito bem
marcada da violência. Contudo, ao longo dos últimos anos, o que se percebe é que a violência
seguiu com força para as cidades do interior, geralmente nas chamadas fronteiras, ou seja, nas
áreas de entrada de atividades, tanto minerais, de produção de energia e, principalmente, em
algumas fronteiras agrícolas. Para muitas áreas no país, a vida nas cidades pequenas já não
é mais sinal de tranquilidade. Em regiões metropolitanas, o mesmo fenômeno ocorre. Várias
cidades pequenas em estados como Bahia, Alagoas ou Maranhão, só para dizer alguns, osten-
tam números de homicídios superiores ao de muitas capitais.
A EPIDEMIA DE CRACK: o Brasil é hoje considerado no mundo o país com o maior número
de usuários de crack. Essa droga, derivada da cocaína e de alto poder viciante, vem penetrando
as ruas de norte a sul do país ao longo das duas últimas décadas, promovendo um rastro de
violência, tanto por parte dos usuários quanto por parte das facções que buscam o comando
deste lucrativo e crescente negócio. Para se ter uma ideia, estima-se haver algo perto de 1 mi-
lhão de usuários de “pedra”, tal qual é chamada comumente a droga no país.
A LETALIDADE POLICIAL E A CULTURA DO ENFRENTAMENTO: outro ponto que chama a
atenção acerca da violência no Brasil, e que eleva para cima o número de homicídios no país,
é a quantidade de mortes causadas pela atividade policial. Esta cultura do enfrentamento vem
desde os tempos do Regime Militar, quando a polícia passou a fazer a vez tanto de opressão
criminal como de opressão política, recebendo praticamente um salvo-conduto para matar. De
lá para cá, cresceram os instrumentos de controle sobre a atividade policial e seus desman-
dos, tais quais o Ministério Público e corregedorias especializadas, mas o número de mortes
relacionadas à atividade policial não para de crescer, estimando-se estar na casa dos 4.000
mortes anuais. Na outra ponta, cresce também o número de mortes de policiais, já estando na
casa das 400 mortes (mas nem todos em trabalho) por ano em todo o país.

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2.5.2. A Crise Prisional e as Facções

Somente na entrada de 2017, nos 15 primeiros dias do ano, 134 pessoas morreram em pre-
sídios sob a custódia do Estado. Para muitos, tais dados são irrelevantes, pois, visto o quanto o
Brasil anda violento, o que tem valido mesmo para alguns (mas não para este que aqui vos fala)
é a ótica que versa que “bandido bom é bandido morto”. Contudo, vale a pena nos atermos a
algo que não há como ser negado. O Estado brasileiro gasta muito com presídios e gasta mal.
Em 2017, o número de presos no país atingiu a casa dos 700.000. Se levarmos em conta
que em 2002 eram apenas 232.000, tal evolução no número de presidiários realmente salta
aos olhos. Assim, chegamos à terceira maior população carcerária do mundo, atrás apenas
da China e dos EUA, países com sistemas penais e judiciários infinitamente mais severos
que o nosso.
O que chama a atenção neste quadro também é que o número de presos por roubos, crime
que sempre liderou as estatísticas, é hoje menor que o número de presos por tráfico de drogas.
Na população de presidiárias femininas, esse número já é de 40%. Outro dado que puxa para
cima o número de presidiários é o número de presos provisórios, ou que já venceram a pena, o
qual se estima também que ronde a casa dos 40%.
Ainda em relação à questão prisional no país, um fato drástico também vem sendo colo-
cado em pauta e merece atenção: as principais organizações criminosas em atuação atual-
mente no Brasil têm sua origem em presídios. São facções como o PCC – Primeiro Comando
da Capital –, que nasceram com um discurso voltado ao assistencialismo intraprisional, para
em seguida transcender as fronteiras e se lançarem nas ruas, comandando ações de roubos e
tráficos de drogas.
O crescimento do PCC, hoje disparada a maior organização criminosa do Brasil, suscitou a
formação de outras organizações concorrentes pelo país, as quais atualmente lutam pelo con-
trole de presídios e também do tráfico de drogas e outras atividades criminosas em inúmeras
cidades brasileiras. Assim, como exemplo, temos a luta pelo tráfico de drogas e controle de
presídios no Amazonas promovida entre a Família do Norte versus PCC. No Ceará a explosão
recente do número de homicídios em Fortaleza está, umbilicalmente, ligada na luta por pontos
de tráfico de drogas promovida entre os Guardiões do Estado (grupo local) e o PCC. Já em Na-
tal e Mossoró, ambas no Rio Grande do Norte, o conflito atual reside no enfrentamento entre o
PCC e a facção Sindicato do Crime.
E, nessa guerra entre facções, impressiona a forma como o Estado brasileiro não conse-
guiu se antecipar em momento algum a ascensão destes grupos e o tanto que se percebe ser
quase impossível conter estes grupos criminosos e suas ações no atual nível em que chega-
ram. Esses embates se espalharam pelas grandes cidades do Brasil em 2019 também.

2.5.3. A Atual Política de Segurança no Rio de Janeiro

Wilson Witzel, um juiz federal nascido em São Paulo com atuação em inúmeras varas no
estado do Rio de Janeiro, se lançou em 2018 pela primeira vez como candidato a um cargo

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eletivo. Com apenas 1% das intenções de votos no início da campanha, Witzel se elege como
Governador do Rio de Janeiro com 60% dos votos no segundo turno, derrotando o ex-prefeito
da capital Eduardo Paes, do DEM.
Witzel, logo nos primeiros dias de seu governo (de viés declaradamente de ultradireita),
anuncia medidas radicais no combate ao crime no estado. Apoiado por um descontentamento
geral da população carioca assolada por indicadores crescentes de violência ao longo dos últi-
mos dois anos, o governo adota uma política de completa chancela às ações da polícia militar
e civil no estado, com vistas a eliminar do mapa bandidos em áreas onde o poder paralelo do
tráfico é evidente.
Autoriza-se, a que qualquer suspeito em áreas de risco ou pontos conhecidamente de trá-
fico de drogas, caso seja visto portando armas (fuzis principalmente), seja sumariamente exe-
cutado. O Estado abre mão, bem verdade, do processo legal dando as costas a ditames relati-
vos aos direitos humanos e ao preceito basilar que determina ser direito do cidadão o devido
processo legal. O governo do Rio de Janeiro – tanto com Witzel, que está afastado em função
do processo de impeachment, como com o seu substituto Claudio Catro – justifica agir com
tamanha veemência exatamente para colocar sob controle uma situação considerada perdida.
E a política de segurança do atual governo recebe apoio de parte da sociedade carioca
que reza na cartilha do “bandido bom, é bandido morto” e do próprio governo federal. Incentiva
sem concessões o extermínio de suspeitos em áreas tomadas pelo poder paralelo do tráfico
no Rio de Janeiro. Mas como tal medida drástica não poderia deixar de ser alvo de críticas, o
governador é acusado de promover um genocídio nas comunidades mais pobres e ir contra
a dispositivo constitucional que versa encabeçando o art. 5º de que todos são iguais perante
a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade.
Como resultado direto dessa política, nos anos de 2019 e 2020, desde que são atualizados
os dados anuais de mortes em função da ação policial no Estado, o número de casos sus-
peitos de mortes relacionadas à ação da polícia chega à enorme média de 5 mortes por dia,
transformando a polícia do Rio de Janeiro em uma das mais letais do mundo. Eis que, no dia 6
de maio de 2021, a Polícia Civil do Rio de janeiro invade a “comunidade” do Jacarezinho com
vistas a cumprir mandados de prisão, resultando em 29 mortes, sendo um deste um policial
civil de 48 anos e todos os outros suspeitos – na imensa maioria com passagens pela Justiça
relacionadas com tráfico de drogas e crimes como roubo. 30 armas são apreendidas nessa
que se tornou a operação mais letal já vista na cidade.
Por fim, destaca-se que o STF proibiu incursões das Polícias em “comunidades” sem au-
torização do próprio tribunal enquanto dure a pandemia.

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2.5.4. O Projeto de Lei Anticrime de Moro: Trâmite, Aprovação e Entrada em


Vigor

Com o objetivo de estabelecer medidas contra a corrupção, o crime organizado e os cri-


mes praticados com grave violência, o (agora) ex-Ministro da Justiça e Segurança Pública
(MJSP), Sergio Moro, apresentou em fevereiro de 2019 o anteprojeto de Lei Anticrime.
O anteprojeto era uma das três metas prioritárias do Ministério da Justiça e Segurança Pú-
blica para os 100 primeiros dias de governo. O objetivo é aumentar a eficácia no combate aos
crimes e reduzir pontos de estrangulamento do sistema de justiça criminal.
É importante frisar que a maioria das propostas contidas na proposta Anticrime não de-
mandam recursos orçamentários extras.
Mesmo sendo prioridade para o governo, a discussão se estende por todo o ano de 2019
em relação ao projeto de lei.
Confira abaixo inicialmente as principais medidas da proposta:
• Prisão em segunda instância: o novo texto regulamenta, no Código de Processo Penal,
a prisão em segunda instância. Pela proposta, ao proferir acórdão condenatório, o tri-
bunal determinará a execução provisória das penas privativas de liberdade, restritivas
de direitos ou pecuniárias, sem prejuízo do conhecimento de recursos que vierem a ser
interpostos;
• Embargos de declaração: segundo redação conferida ao artigo 116 do Código Penal,
a prescrição não correrá na pendência de embargos de declaração ou de recursos aos
Tribunais Superiores, estes quando inadmissíveis;
• Crimes de caixa dois: a alteração no Código Eleitoral se dá com a pretensão de acrés-
cimo do artigo 350-A, que criminaliza o uso de caixa dois em eleições, com pena de
reclusão de dois a cinco anos. As práticas de movimentação paralela à contabilidade
exigida pela legislação eleitoral também terão a pena aumentada em 1/3 (um terço) a
2/3 (dois terços), no caso de agente público concorrer, de qualquer modo, para a prática
criminosa;
• Legítima defesa: a alteração no Código Penal é no artigo 23, que trata da exclusão de ili-
citude. A proposta inclui o § 2º, que indica que o juiz poderá reduzir a pena até a metade
ou deixar de aplicá-la se o excesso decorrer de situação comprovada de medo, surpresa
ou violenta emoção. Neste caso, as circunstâncias em que o ato foi praticado serão
avaliadas e, se for o caso e assim o juiz entender, o acusado poderá ficar isento de pena;
• Regime inicial fechado ou semiaberto: a proposta inclui três parágrafos no artigo 33 do
Código Penal, todos agravando a forma de cumprimento de pena nos casos mais gra-
ves. Em todas as hipóteses, o regime inicial será o fechado. Há exceções para crimes de
menor relevância.

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No caso de condenado reincidente ou havendo elementos probatórios que indiquem con-


duta criminal habitual, reiterada ou profissional, o regime inicial da pena será o fechado. Con-
denados pelos crimes de corrupção, por exemplo, passam a cumprir, inicialmente, a pena em
regime fechado. Também estão submetidos a essa regra os condenados por crime de roubo
circunstanciado pelo emprego de arma de fogo ou pela destruição ou rompimento de obstá-
culo mediante o emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum, bem
como quando da violência resultar lesão corporal grave.
Progressão de regime e saídas temporárias: na hipótese dos condenados por crimes con-
siderados hediondos, a progressão de regime passa a ser possível apenas após o cumprimen-
to de três quintos da pena. A possibilidade também fica subordinada ao mérito do condenado
e à constatação de condições pessoais que façam presumir que ele não voltará a delinquir.

Vale destacar que, em meio a essa iniciativa de enrijecer a lei penal, principalmente para crimes
de corrupção e terrorismo, como vimos acima, o STF iniciou pela 3a vez a discussão acerca de
se extinguir a prisão em segundo instância (ver o Texto Complementar: Lula e o STF). E o pró-
prio Tribunal Superior já havia sumulado a possibilidade de prisão em segunda instância em
fev/16 e out/16. Por fim, em novembro de 2019, súmula ao contrário, ou seja, não permitindo
mais a prisão antes de esgotados todos os 3 graus de jurisdição judiciária, salvo prisões pre-
ventivas e provisórias, foi emitida pelo Superior Tribunal.

A Aprovação do Pacote Anticrime

Eis que, finalmente, a Lei n. 13.964/2019, conhecida como Pacote Anticrime, é aprovada
pelo Congresso e sancionada pelo presidente da República Jair Bolsonaro, entrando em vigor
nos primeiros dias de 2020 e reunindo um conjunto de propostas e reformas apresentadas
pelo ex-Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e por uma comissão de juristas
coordenada pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Pelas redes sociais, o ex-Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse que a
nova lei tem avanços importantes e afirmou que nem todas as medidas propostas foram apro-
vadas pelo Congresso, dizendo que “em 2020, vamos resgatar o que ficou de fora”.
Bolsonaro manteve a criação da figura do juiz de garantias (ainda sub judice frente à pos-
sibilidade de execução de tal dispositivo),mas vetou um dos pontos desse trecho. Esse juiz
passará a ser o “responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal e pela sal-
vaguarda dos direitos individuais”. O ponto vetado pelo presidente previa que presos em fla-
grante ou por força de mandado de prisão provisória seriam encaminhados à presença de um
juiz de garantias no prazo de 24 horas, para realização da audiência de custódia. O texto tam-
bém vedava o uso de videoconferência nesses casos. Caberá ao juiz de garantias atuar na fase
da investigação e decidir, por exemplo, sobre a autorização de quebra dos dados resguardados

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por sigilo constitucional. Atualmente, o juiz que participa da fase de inquérito é o mesmo que
determina a sentença posteriormente.
Legítima Defesa: altera o Código Penal e passa a considerar a legítima defesa de agentes
de segurança pública quando se “repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida re-
fém durante a prática de crimes”. O código entende como legítima defesa, inclusive para civis,
se uma pessoa usa com moderação meios necessários para se defender ou proteger uma
vítima, repelindo “injusta agressão, atual ou iminente”.
Tempo Máximo de Cumprimento da Pena: amplia o limite de tempo de cumprimento das
penas privativas de liberdade (prisão, impedimento do direito de ir e vir) de 30 para 40 anos.
As penas privativas de liberdade são reclusão (crimes graves), detenção (crimes menos gra-
ves) e prisão simples (contravenções penais).
Comércio Ilegal de Arma de Fogo: o projeto também endurece a pena nos casos de venda
ilegal de arma. A punição atual é reclusão de quatro a oito anos e multa. O projeto aumenta
para 6 a 12 anos e multa. De acordo com o texto, esta pena valerá também para quem entre-
gar arma, acessório ou munição, sem autorização, para policial disfarçado.
Cadeia de Custódia: cria um conjunto de regras da chamada cadeia de custódia (ações
para manter e documentar vestígios coletados em locais onde ocorreram crimes). As regras
vão disciplinar a atuação das autoridades desde a coleta de material no local do crime até
o descarte.
Presos Perigosos em Presídios Federais: amplia o período de permanência de presos pe-
rigosos em presídios federais. A lei previa prazo máximo de 360 dias. Agora, o período foi
ampliado para três anos, renováveis por mais três.
Presídios de Segurança Máxima: estados e Distrito Federal poderão construir presídios de
segurança máxima ou adaptar as instalações já existentes ao regime de segurança máxima.
“Informante do Bem”: determina que a administração pública, direta ou indireta, manterá
ouvidorias para garantir que “qualquer pessoa tenha o direito de relatar informações sobre cri-
mes contra a administração pública, ilícitos administrativos ou quaisquer ações ou omissões
lesivas ao interesse público”.
Confisco Alargado de Bens: nos casos com pena máxima superior a seis anos de prisão, a
Justiça poderá decretar a perda dos bens obtidos a partir do crime. Os bens recolhidos serão
equivalentes à diferença entre o valor do patrimônio do condenado e o valor da sua renda.
Decisões Colegiadas em Casos de Organização Criminosa: amplia os crimes que podem
ser julgados por varas criminais colegiadas. A possibilidade de decisão colegiada já existe
em lei, para o caso de crimes de organização criminosa. A nova redação prevê o uso desse
recurso também no caso do crime de associação criminosa armada.
Prescrição da Pena: inclui uma nova hipótese em que pode ser suspensa a contagem da
prescrição de penas: quando houver recursos pendentes de julgamento em tribunais supe-
riores. A prescrição ocorre quando termina o prazo para que a Justiça promova a punição

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contra um acusado de crime. A prescrição varia de acordo com o delito e a pena aplicada no
caso concreto.
Saída Temporária: o texto proíbe a saída temporária da prisão aos condenados por crime
hediondo que resultaram em morte. A saída temporária é um benefício concedido a quem
cumpre pena em regime semiaberto, em datas específicas.
Delação Premiada: muda regras sobre delação premiada. Pelo texto, há a obrigação de o
colaborador narrar apenas os atos ilícitos relacionados diretamente com os fatos investiga-
dos. Lembrando, caro(a) aluno(a), que há uma Lei de 2013, a Lei de Organizações Criminais
(Lei n. 12.850/2013), que esmiuçou a questão da chamada “colaboração premiada”.

Pontos do Projeto Aprovados pelo Congresso e Vetados por Bolsonaro

Homicídio com Arma de uso Restrito: foi vetado o dispositivo previsto no texto aprovado
pelo Congresso que aumentava a pena do crime de homicídio quando o criminoso usa, na
ação, arma de fogo de uso restrito ou proibido. A pena atual é de 6 a 20 anos. Pela proposta,
passaria para 12 a 30 anos.
Crimes contra a Honra: foi vetado o dispositivo previsto no texto aprovado pelo Congresso
que aumentava as penas dos crimes contra a honra (calúnia, difamação, injúria) cometidos
na internet. O texto previa que a pena poderia ser aplicada até o triplo “se o crime é cometido
ou divulgado em quaisquer modalidades das redes sociais da rede mundial de computadores.”
Defesa de Agentes de Segurança: Bolsonaro vetou três pontos do trecho do projeto apro-
vado pelo Congresso que estabelecia que o Estado deveria disponibilizar defensores aos agen-
tes de segurança investigados por fatos relacionados à atuação em serviço. Os pontos veta-
dos determinavam, por exemplo, que a defesa desses agentes deveria ser feita por defensor
público e que, na ausência deste, um defensor deveria ser contratado e pago pela instituição à
qual o agente está vinculado.
Identificação de Perfil Genético de Criminosos: o presidente vetou alterações feitas pelo
Congresso na Lei de Execução Penal. A lei original prevê que “os condenados por crime pra-
ticado, dolosamente e com violência de natureza grave contra pessoa”, por exemplo, “serão
submetidos, obrigatoriamente, à identificação do perfil genético, mediante extração de DNA”.
Um dos trechos vetados por Bolsonaro alterava esse texto da lei, tornando obrigatória tam-
bém a coleta de DNA de condenados por “crime contra a vida, contra a liberdade sexual ou por
crime sexual contra vulnerável”. Determinava ainda que a extração de amostra de DNA deve-
ria ser feita “por ocasião do ingresso no estabelecimento prisional”, o que não consta da lei
em vigor atualmente. Ainda neste tema, o presidente vetou trecho do projeto que estabelecia
que o DNA coletado de condenados “só poderá ser utilizado para o único e exclusivo fim de
permitir a identificação do perfil genético” e proibia o uso da amostra para, por exemplo, bus-
ca familiar. Bolsonaro vetou, ainda, o trecho que determinava o descarte da amostra biológica

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assim que o perfil genético fosse identificado, para impedir o seu uso para outros fins; e o que
fixava que a coleta de DNA deveria ser feita por “perito oficial”.
Progressão de Pena: outro veto atinge o trecho do texto que trata da progressão do regime
de pena dos condenados. O ponto vetado estabelecia que os condenados que cometem falta
grave na prisão passariam a readquirir a condição de “bom comportamento” após um ano da
falta “ou antes, após o cumprimento do requisito temporal exigível para a obtenção do direito”.
Improbidade Praticada por Agente Público: Bolsonaro vetou alterações feitas pelo Con-
gresso na lei que trata das sanções aplicáveis a agentes públicos no caso de enriquecimento
ilícito. O trecho vetado criava a possibilidade de o Ministério Público, nestes casos, celebrar
acordo de não persecução cível, ou seja, para evitar processo na Justiça, e estabelecia os
critérios para o acordo, como o integral ressarcimento do dano e o pagamento de multa.
Interceptação de Conversas e Escutas Ambientais: Bolsonaro vetou pontos do trecho do
projeto aprovado pelo Congresso que alterava a lei que trata de interceptação de conversas e
escutas ambientais. Um dos pontos vetados estabelecia que “a instalação do dispositivo de
captação ambiental poderá ser realizada, quando necessária, por meio de operação policial
disfarçada ou no período noturno, exceto na casa (…).” A captação ambiental consiste em uma
pessoa gravar a própria conversa privada com outra pessoa sem conhecimento da outra.
Defesa de Policiais e Bombeiros em Inquéritos por Uso de Força Letal: Bolsonaro vetou
três alterações feitas pelo Congresso no Código de Processo Penal Militar. Esses trechos esta-
beleciam as situações em que policiais e bombeiros investigados em inquéritos sobre uso de
força letal no exercício profissional podem ter um defensor. Um dos pontos vetados previa que,
havendo a necessidade de indicação de defensor para o agente, ele seria “preferencialmente”
um defensor público e que, se não houver defensor público no local, que a União ou o estado
deveria “disponibilizar profissional” para acompanhar o processo. Outro ponto vetado determi-
nava que a contratação de um defensor de fora dos quadros públicos deveria ser precedida de
manifestação indicando a ausência de defensor público na região em que corre o inquérito. O
terceiro ponto vetado especificava que os custos com a atuação desse defensor de fora dos
quadros públicos “ocorrerão por conta do orçamento próprio da instituição a que este esteja
vinculado à época da ocorrência dos fatos investigados”.
Seguem as 17 leis alteradas pelo Pacote Anticrime (Lei n. 13.964 de 24/12/2019, com
entrada em vigor em 23/01/2020)
Fonte: https://anamariaprates.com.br/conheca-as-17-leis-alteradas-pelo-pacote-anticrime/

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I – CÓDIGO PENAL (DECRETO-LEI N. 2.848 DE 07/12/1940) – alterações pela Lei n. 13.964


de 24/12/2019, com entrada em vigor em 23/01/2020, e pela Lei n. 13.968/19 de 26/12/2019,
entrada em vigor na data da publicação.
Parte Geral
1. Legítima defesa protetiva para agentes de segurança pública no caso de risco de agres-
são (artigo 25).
2. Competência para execução da pena de multa é do juízo de execução penal (artigo 51).
3. Tempo do cumprimento máximo da pena privativa de liberdade passa de 30 para 40
anos (artigo 75).
4. Livramento condicional – acréscimo do requisito de não cometimento de falta grave nos
últimos doze meses para que haja a concessão (artigo 83).
5. Novos efeitos da condenação penal: poderá ser decretada a perda, como produto ou
proveito do crime, dos bens correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio do conde-
nado e aquele que seja compatível com o seu rendimento lícito (artigo 91-A).
6. Novas causas suspensivas (impeditivas) da prescrição: na pendência de embargos de
declaração ou de recursos aos Tribunais Superiores, quando inadmissíveis e enquanto não
cumprido ou não rescindido o acordo de não persecução penal (artigo 116).
Parte Especial
7. Roubo – novas majorantes quando há emprego de arma branca e de arma de fogo de
uso restrito ou proibido (artigo 157).
8. Estelionato – como regra, torna-se de ação penal pública condicionada à representação
(artigo 171).
9. Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação – acréscimo do crime
de auxílio à automutilação (artigo 122 alterado pela Lei n. 13.968/2019 de 26/12/2019 já em
vigor desde a publicação).
10. Concussão – aumento da pena máxima de 8 para 12 anos (artigo 316).
II – CÓDIGO DE PROCESSO PENAL (DECRETO-LEI N. 3.689 DE 03/10/1941) – alterações
pela Lei n. 13.964 de 24/12/2019, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Criação do juiz das garantias (artigo 3º-A a 3º-F).
2. Designação de defensor na fase de investigação a servidores da segurança pública (ar-
tigo 14-A).
3. Arquivamento de inquérito – novas regras – não é mais homologado pelo juiz (artigo 28).
4. Acordo de não persecução penal para infração penal sem violência ou grave ameaça e
com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, desde que o investigado tenha confessado (ar-
tigo 28-A).
5. Bens: venda não precisa aguardar 90 dias do trânsito em julgado; bens de valor artístico
e cultural podem ser destinados a museus públicos; possibilidade de utilização de bem se-
questrado, apreendido ou sujeito a qualquer medida assecuratória pelos órgãos de segurança
pública; destinação do valor ao Fundo Penitenciário Nacional (artigos 122, 124A, 133 e 133A).
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6. Prova ilícita: impedimento do magistrado que conheceu do conteúdo da prova declarada


inadmissível de proferir a sentença ou acórdão (artigo 157).
7. Regulamentação da cadeia de custódia: regras para resguardar a confiabilidade da prova
(artigo 158A a 158F).
8. Medidas cautelares pessoais: não possibilidade de decretação de medidas cautelares
pessoais de ofício; necessidade de justificação pela não possibilidade de substituição da pre-
ventiva por outras cautelares (artigos 282, 283 e 287).
9. Audiência de custódia/Prisão em flagrante: previsão da audiência de custódia no prazo
de 24h da prisão em flagrante sob pena de responsabilidade penal, administrativa e civil e
relaxamento da prisão; impossibilidade de concessão de liberdade provisória para o agente
reincidente ou integrante organização criminosa armada ou milícia, ou que porta arma de fogo
de uso restrito (artigo 310).
10. Prisão preventiva: não possibilidade de decretação de ofício; necessidade de funda-
mentação em receio de perigo e existência concreta de fatos novos ou contemporâneos que
justifiquem a aplicação da medida adotada; inclusão do perigo gerado pelo estado de liberda-
de do imputado (periculum libertatis) como requisito para decretação; fixação de parâmetros
de fundamentação da preventiva; necessidade de revisão da preventiva a cada 90 dias (artigos
311, 312, 313, 315 e 316).
11. Júri: execução provisória da pena em condenação por jurados com sanção igual ou
superior a 15 anos não tendo a apelação, como regra, efeito suspensivo (artigo 492).
12. Nulidade: necessidade de fundamentação das decisões penais sob pena de nulidade
(artigo 564).
13. Recursos: da decisão que recusa homologação à proposta de acordo de não persecu-
ção penal, previsto no art. 28-A cabe recurso em sentido estrito e inclusão do recurso especial
no mesmo dispositivo do recurso extraordinário (artigos 581 e 638).
III – LEI DE EXECUÇÃO PENAL (LEI N. 7.210 DE 11/07/1984) – alterações pela Lei 13.964
de 24/12/2019, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Material genético: não submissão à coleta constitui falta grave (artigo 9º-A).
2. Falta grave: inserção da recusa à submissão à coleta de material genético (artigo 50).
3. Regime disciplinar diferenciado: novas regras (artigo 52).
4. Progressão de regime: percentuais diferenciados conforme características do conde-
nado; interrupção da contagem para progressão de regime com o cometimento de falta grave
(artigo 112).
5. Saída temporária: impossibilidade para o condenado que cumpre pena por praticar crime
hediondo com resultado morte (artigo 122).
IV – LEI DE CRIMES HEDIONDOS (LEI N. 8.072 DE 25/07/1990) – alterações pela Lei 13.964
de 24/12/2019, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Inclusão de diversos tipos penais do rol dos crimes hediondos: a) várias espécies de
roubo; b) extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima; c) furto qualificado pelo

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emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum; d) comércio ilegal de
armas de fogo; e) tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição; f) organização
criminosa, quando direcionado à prática de crime hediondo ou equiparado (artigo 1º).
2. Novas regras de progressão de regime conforme artigo 122 da LEP (artigo 2º).
V – LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (LEI N. 8.429 DE 02/06/1992) – alterações
pela Lei 13.964 de 24/12/2019, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Possibilidade de celebração de acordo de não persecução cível na improbidade.
VI – INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS (LEI N. 9.296 DE 24/07/1996) – alterações pela Lei
13.964 de 24/12/2019, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Regulamentação captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos
(artigo 8-A).
2. Novo tipo penal: realização de captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos
ou acústicos (artigo 10-A).
VII – LEI DE LAVAGEM DE CAPITAIS (LEI N. 9.613 DE 03/03/1998) – alterações pela Lei
13.964 de 24/12/2019, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Possibilidade de ação controlada e da infiltração de agentes no crime de lavagem
de capitais.
VIII – ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI N. 10.826 DE 22/12/2003) – alterações pela
Lei n. 13.964 de 24/12/2019, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Alteração de pena para o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido
(artigo 16), para o crime de comércio ilegal de arma (artigo 17), para o crime de tráfico interna-
cional de arma (artigo 18).
2. Conduta equiparada a comércio ilegal de arma e a tráfico internacional de arma para
quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, em operação de importação,
sem autorização da autoridade competente, a agente policial disfarçado, quando presentes
elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente (artigos 17 e 18).
3. Aumento de pena para o reincidente específico (artigo 20).
4. Criação do Banco Nacional de Perfis Balísticos (artigo 34-A).
IX – LEI DE DROGAS (LEI N. 13.343 DE 23/08/2006) – alterações pela Lei n. 13.964 de
24/12/2019, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Novo tipo penal: venda ou entrega de drogas a agente disfarçado.
X – LEI DO SISTEMA PENITENCIÁRIO FEDERAL (LEI N. 11.671 DE 08/05/2008) – altera-
ções pela Lei 11.671 de 08/05/2008, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Competência do juízo federal da execução penal para apreciar fatos ou incidentes rela-
cionados à execução da pena ou infrações penais ocorridas no estabelecimento penal federal
(artigo 2º).
2. Inclusão de presos em estabelecimentos penais federais – novas regras: regime fecha-
do; cela individual; visitas em dias determinados com comunicação por interfone, com filma-
gem e gravação; duas horas diárias de banho de sol; monitoramento dos meios de comunica-
ção (artigo 3º).

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3. Período de permanência do preso em estabelecimento penal federal de segurança má-


xima passa de 360 dias para 3 anos (artigo 10).
4. Competência de órgão colegiado para decisões relativas aos presos em estabeleci-
mento penal federal de segurança máxima (artigo 11-A).
5. Possibilidade de estabelecimentos penais de segurança máxima serem construídos pe-
los Estados e DF (artigo 11-B).
XI – LEI DE IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL (LEI N. 12.037 DE 1º/10/2009) – alterações pela
Lei 11.671 de 08/05/2008, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Prazo para exclusão do perfil genético no caso de condenação: 20 anos após o cumpri-
mento da pena, independente do crime (artigo 7º-A).
2. Criação do Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais (artigo 7º-C).
XII – JULGAMENTO DE ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS (LEI N. 12.694 DE 24/07/2012) –
alterações pela Lei 11.671 de 08/05/2008, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Possibilidade de criação de varas criminais colegiadas para julgamento de casos que
envolvam organizações criminosas e infrações conexas.
XIII – LEI DE ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS (LEI N. 12.850 DE 02/08/2013) – alterações
pela Lei 11.671 de 08/05/2008, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Líderes de organizações criminosas armadas: início de cumprimento de pena em esta-
belecimento penal de segurança máxima (artigo 2º).
2. Perda de benefícios para condenado, que mantém vínculo associativo, que integra or-
ganização criminosa ou que praticou crime por meio de organização criminosa (artigo 2º).
3. Colaboração premiada: meio de obtenção de prova; negócio jurídico processual (artigo
3-A); novas regras procedimentais e materiais (artigos 3-B, 3-C e 4º); cumprimento de pri-
são cautelar e pena em estabelecimento diverso dos demais corréus (artigo 5º); impossibi-
lidade de decisão quanto à publicidade do acordo até o recebimento da denúncia – sigiloso
(artigo 7º).
4. Regulamentação da infiltração virtual de agentes de polícia, na internet, para investigar
os crimes previstos na lei de organizações criminosas e conexos (artigos 10-A, 10-B, 10-C,
10-D e 11).
XIV – SERVIÇO TELEFÔNICO DE RECEBIMENTO DE DENÚNCIAS E SOBRE RECOMPENSA
(LEI N. 12.850 DE 02/08/2013) – alterações pela Lei 13.608 de 10/01/2018, com entrada em
vigor em 23/01/2020.
1. Criação de unidade de ouvidoria ou correição para assegurar a qualquer pessoa relatar
informações sobre crimes, condutas ilícitas ou condutas lesivas aos interesses públicos (ar-
tigo 4º-A).
2. Preservação de identidade do informante que somente será revelada mediante concor-
dância do informante (artigo 4º-B).
3. Proteção ao informante contra condutas praticadas em retaliação ao exercício do di-
reito de relatar (artigo 4º-C).

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XV – PROCESSO NOS TRIBUNAIS SUPERIORES (LEI N. 8.038 DE 28/05/1990) – altera-


ções pela Lei 13.608 de 10/01/2018, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Possibilidade de oferecimento da não persecução penal para crimes sujeitos a ações
penais originárias nos termos do artigo 28-A do Código de Processo Penal.
XVI – FUNDO NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA (FNSP) (LEI N. 13.756 DE 12/12/2018)
– alterações pela Lei 13.608 de 10/01/2018, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Acréscimo de recursos para o Fundo Nacional de Segurança Pública (artigo 3º).
XVII – CÓDIGO PENAL MILITAR (DECRETO-LEI N. 1.002 DE 21/10/1969 – alterações pela
Lei 13.608 de 10/01/2018, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Designação de defensor na fase de investigação a servidores das polícias militares e
dos corpos de bombeiros militares (artigo 16-A).

TEXTO COMPLEMENTAR

A Segurança Pública no Brasil em Atualidades: 2020

No Brasil, tal qual versa nossa Constituição de 1988, é privativo à União legislar
sobre DIREITO PENAL. É interessante perceber que, ao mesmo tempo em que legislar
sobre tal tema é de competência privativa da União, ocorre também uma descentraliza-
ção nas políticas/ações de segurança pública no Brasil. Explico: as Unidades Federa-
das são responsáveis por conduzir suas políticas de segurança, sendo 27 Corporações
de Polícia Militar (comandadas por um Comandante-Geral escolhido pelo Governador)
e, também, 27 Polícias Civis (comandadas estas por um Diretor-Geral, também esco-
lhido pelo Governador), além de haver a instrumentalização de um corpo de segurança
pública por parte dos municípios por meio da formação (que não é obrigatória) das
Guardas Civis.
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I – direito civil, comercial,
penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
Tal qual vimos acima, e vale este parêntese, o tema segurança pública se encontra
descentralizado (mesmo a matéria Direito Penal sendo privativa da União), com atua-
ção das polícias estaduais (PMs e Civil) e até municipal. Contudo, importa-nos perceber
que, ao longo dos últimos anos, duas iniciativas importantes frente à federalização do
tema foram tomadas por parte do governo federal.
A primeira diz respeito à formação da FORÇA NACIONAL. Unidade composta por
policiais militares, civis, bombeiros militares e peritos dos estados e do Distrito Federal,
a FNSP atua na preservação da ordem pública, segurança das pessoas e patrimônio,
além de calamidades. Os integrantes da Força Nacional permanecem cedidos por um
período de até dois anos, ressalvada estipulação contrária entre os pactuantes para as
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localidades onde forem convocados por qualquer dos 27 governadores. Atualmente a


Força Nacional se vinculada ao Ministério da Justiça e as respectivas Sec. de Seguran-
ça Pública dos lugares onde houver atuação.
Já a outra iniciativa veio por parte do Governo Temer (2016-2018) com a criação nos
primeiros dias de 2018 do Ministério da Segurança Pública. Com atribuição de planejar
em nível nacional a segurança pública e dar suporte às políticas estaduais de Seguran-
ça Pública, o Ministério foi extinto por Jair Bolsonaro em 2019, sendo, portanto, incor-
porado ao Min. Justiça, mas sem perder importância, de fato. Aventou-se, inclusive, na
entrada de 2020, reeditar-se novamente a pasta, porém tal iniciativa não ganhou corpo.
Por fim, outra iniciativa relacionada à federalização da questão da Segurança Públi-
ca no país se deu em função da Intervenção Federal (dispositivo previsto na CF/1988,
em que o próprio governador local é quem solicita), experimentada pelo estado do Rio
de Janeiro e que se arrolou por mais de 10 meses, entre fevereiro de 2018 até o último
dia do mesmo ano. Por esta, destituiu-se o Secretário de Segurança Pública do Estado,
sendo nomeado em seu lugar o Gen. Braga Netto (atual Min. da Casa Civil desde
fev/2020). O militar respondia, portanto, apenas ao Presidente da República (Michel
Temer), estando as ações de segurança pública no Estado, pela primeira vez no Brasil
desde que o dispositivo fora inserido pela Constituição de 1988, em imensa parte a
cargo do Governo Federal.

Os Homicídios 2017/2019

Em 2017, o Brasil atingiu o número recorde de 60.000 homicídios no ano. O maior número
no mundo e uma das 10 maiores taxas globais em termos proporcionais. Para 2019, o que se
constatou, contudo, foi uma queda nestes últimos dois anos no número de homicídios totais
no Brasil.
Foram 19% menos assassinatos de um ano para outro. Em números absolutos, a diminui-
ção representa 41.635 mortes em 2019 ante 51.558 em 2018. Todas as unidades da federação
tiveram queda, de acordo com registros de suas secretarias de Segurança Pública.
O resultado mais recente confirmou uma tendência de redução de número de assassinatos
já registrada entre 2017 e 2018. Na contagem estão incluídos óbitos por homicídio doloso, com
intenção de matar (incluindo feminicídio), latrocínios e lesões corporais seguidas de morte.
É interessante observar que tal queda atende a fatores que envolvem a ação fundamental
dos governos estaduais, embora o discurso do governo federal vá em outra direção. Mas veja-
mos, então, alguns fatores os quais, segundo especialistas, resultaram em tal queda acentu-
ada percebida. Lembrando, antes de tudo, que, embora seja expressiva tal queda percebida, o
Brasil, mesmo assim, ainda ostenta provavelmente o maior número de homicídios no mundo.

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Fatores Atinentes à Redução nos Homicídios 2017-2019

Melhor “Organização” das Facções

É interessante perceber, tal qual vimos em nossa aula, que o espocar de facções crimino-
sas nascidas estas em sua maioria dentro de presídios ao longo do território nacional, com
vistas, sobremaneira, a segurar o domínio territorial em atividades criminosas do PCC, resultou
diretamente no aumento da violência e, consequentemente, dos homicídios no Brasil ao longo
das duas últimas décadas até chegarmos aos 60.000 casos em 2017.
Porém, o que se percebe, ao que tudo indica, é que as facções criminais no Brasil se
organizaram melhor e reduziram suas ações de violência dentro das cidades, reduzindo
também ações criminosas envolvendo umas contra as outras. Se as facções estão na ori-
gem do aumento da violência e homicídios, pressupõe-se, logicamente, que a redução no
número de homicídios passa também por elas. Aliás, ainda sobre esta questão, o Estado de
São Paulo, por exemplo, possui hoje as menores taxas de homicídios do Brasil, estando tal
evento positivo, segundo especialistas, relacionado exatamente às formas mais “pacíficas”
de ação do PCC.

Chefes de Facções Presos

Um outro ponto que deve ser levado em conta ao analisarmos a queda no número de
homicídios no Brasil diz respeito ao fato de que, em boa parte das facções, os respectivos
líderes destes grupos encontram-se presos (tal qual o PCC) e em presídios de segurança
máxima federais. Neste aspecto, o Judiciário no Brasil atuou de forma enérgica e, justiça
seja feita, o sistema prisional brasileiro, ao incrementar em sua estrutura várias prisões fe-
derais de segurança máxima, vem conseguido de forma eficaz segurar tais criminosos atrás
das grades.

Maior Expertise no Combate ao Crime por parte das Polícias Estaduais e do


Governo Federal

Após décadas de contato com a crescente criminalidade, as Sec. Estaduais de Seg. Pú-
blica, ao que tudo indica, aprenderam as lições e conseguiram empreender métodos mais
eficientes no combate ao crime. Houve também em algumas Unidades Federadas uma maior
valorização salarial e de condições gerais tanto para as PMs quanto para as Polícias Civis.
É pacífico também que a atuação do governo federal, em conluio com os Estados, me-
lhorou bastante. Exemplos são as atuações do Ministério da Seg. Nacional e também da For-
ça Nacional.

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A Questão do Feminicídio

Mesmo com queda considerável nos índices de homicídios no Brasil nos últimos dois anos,
percebe-se, contudo, a ocorrência no país de uma crescente na taxa de feminicídios. O con-
ceito de feminicídio diz respeito aos crimes relacionados às mulheres enquanto sua condição
de gênero. Em 2015, o Brasil alterou o Código Penal Brasileiro e incluiu a Lei n. 13.104, que
tipifica o feminicídio como homicídio, reconhecendo o assassinato de uma mulher em função
do gênero. Não são todas as mulheres assassinadas que entram na conta do feminicídios.
Por exemplo, em um acerto de contas de drogas que envolva várias pessoas e que, no meio,
estejam algumas mulheres, não entra nessa conta. Mas, no total, a conta no Brasil foi drástica
e estima-se que em 2019 uma mulher tenha sido vítima de feminicídio a cada sete horas no
Brasil, totalizando 1.314 casos em 2019.

TEXTO COMPLEMENTAR

A Política de Segurança Cibernética

Por: Prof. Luis Felipe Ziriba, 07/11/2019.

Em 2019 ascende no âmbito do governo federal a discussão acerca de se estruturar


finalmente uma estratégia nacional de segurança cibernética com vistas a que se con-
siga aprovar uma lei que norteie a Política Nacional de Segurança da Informação, com
vistas a mitigar ação de Hackers sobre máquinas e dados da administração pública em
todas as suas esferas. Tal promoção desta estratégia de segurança cibernética estaria
vinculada ao GSI e seria comandada pela ABIN.
Segundo a União Internacional de Telecomunicações, uma agência especializada
da ONU, o Brasil está em 70O lugar entre 175 nações na classificação de cyberseguran-
ça no ano de 2018, atrás de países como Paraguai e a Índia. Tal índice mede a capaci-
dade de cada nação em se proteger de ataques cibernéticos.
O problema é grande. Hoje o Centro de Defesa Cibernético ligado ao exército, criado
em 2012, é o único responsável por ser guardião das informações de todo o poder públi-
co nacional e possui um orçamento em queda para 2018, com a alocação de apenas
14 milhões de reais. Como comparação, nos EUA, tal área recebe do governo algo em
torno de 9 bilhões de dólares anuais.
Marcos legais acerca da internet e segurança de dados virtuais dos cidadãos evolu-
íram ao longo dos últimos anos no Brasil. Em 2014 Dilma Rousseff sancionou o Marco
Civil da Internet que estabeleceu garantias ao uso da rede no Brasil. Outro marco impor-
tante foi a Lei Geral de Proteção de Dados, sancionada em agosto de 2018 por Michel
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Temer e que, entre outras coisas, prevê multa de até 50 milhões de reais a empresas
que se utilizem de informações de pessoas (como nome e e-mail) sem autorização
prévia.
Por fim, nesse campo cibernético, uma outra novidade ganha força dentro do âmbito
legislativo, com a discussão no segundo semestre de 2019 acerca da instalação de
uma CPI das Fake News, com vistas a se apurar o uso ilegal de WhatsApp na campanha
de 2018 pelo atual Presidente Jair Bolsonaro. Mas, como pau que dá em Chico também
dá em Francisco em nossa esfera política, mesmo protocolada pelo PT a iniciativa de
se abrir tal CPI, vale destacar que o candidato Fernando Haddad, do PT (e rival direto de
Bolsonaro nas eleições), também tem um teto de vidro nessa questão, tendo, inclusive,
sido condenada a sua chapa a pagar multa por ter usado ilegalmente o WhatsApp para
impulsionar de forma irregular conteúdo contra seu rival.

2.6. O Mais Médicos na Berlinda


Criado em 2013, o Programa Mais Médicos do Governo Federal visa suprir uma demanda
antiga de médicos atendendo nos rincões do Brasil. É interessante perceber que, mesmo ha-
vendo um acréscimo estimado de 23% no número de médicos no Brasil nesta década (mais
precisamente desde 2011), perfazendo mais de 451 mil profissionais cadastrados nos CRMs,
as taxas ainda são totalmente discrepantes por Estados e Regiões. Enquanto o DF tem média
de 4,35 médicos por grupo de 1.000 habitantes, número similar ao da Suíça, estados da região
Norte e Nordeste, como o Maranhão, não têm nem 1 médico por mesmo contingente de 1.000
habitantes.
Assim, em conjunto a ações e iniciativas variadas de fortalecimento à atenção à saúde
básica no Brasil, o Sistema Único de Saúde brasileiro veio se aparelhando por meio do Mais
Médicos com médicos cubanos, via de regra, para atender mais de 8.000 postos de trabalho.
Olhando para trás, o que ocorre é que, em uma primeira fase, ocorre pelo programa a
abertura de vagas para médicos brasileiros. Logo após, não havendo efetiva entrada destes
profissionais (por pura falta de interesses por parte de profissionais brasileiros), o Gover-
no Federal no governo de Dilma Rousseff lança vagas para profissionais de países vizinhos,
para, somente após tais tentativas, oferecer, então, postos de trabalho aos médicos cubanos.
O Brasil firma acordo com a OPAS – Org. Pan-Americana de Saúde – e, assim, os médicos
cubanos entram sob condições, entre elas a proibição de trazer familiares (obrigando o seu
retorno após o período contratual), a não feitura do Revalida (a prova de validação do diploma
de estrangeiros) e também o fracionamento do salário pago pelo governo brasileiro, com par-
te destinada ao governo central do país comunista. Aceitas as condições por parte do gover-
no do PT, o Mais Médicos, com maioria de médicos cubanos, entra em atividade e chegou em
seu quinto ano, 2018, atendendo mais de 70% dos municípios brasileiros, inclusive capitais,
sendo que, em alguns desses lugares (mais afastados), o único médico da comunidade era

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exatamente um médico cubano. Controvérsias à parte, a eficácia do Programa era incontes-


tável. Porém, ainda em campanha, o atual presidente Jair Bolsonaro brada dizendo que não
aceitaria mais seguir com o Programa caso eleito fosse (e foi!), se as condições acima men-
cionadas fossem mantidas (leia-se: retenção de parte do salário por Cuba e não realização
do exame Revalida, os dois principais pontos controversos). Cuba não aceita a forma como
Bolsonaro conduzira seus discursos contra o programa e as novas condições impostas e
abandona, de uma hora para outra, o programa em novembro passado.
Numa primeira fase o Governo Temer com bastante rapidez anunciou nova leva de con-
vocação de médicos em novembro de 2018, dizendo, portanto, já ter a solução, contudo, não
foi bem isso que ocorreu e, seis meses depois da saída dos cubanos, o Programa ainda sentia
a falta destes profissionais. Na verdade, a culpa nesta questão analisando friamente é de
todos no comando: do Governo Federal, pois não previu saídas alternativas anteriormente (e
ficou por demasiado amarrado aos serviços dos médicos cubanos); do candidato eleito Jair
Bolsonaro, que eleito, antes mesmo de tomar posse, não promoveu qualquer palatabilidade e
estratégia em seu discurso; e também de Cuba, não podemos deixar de mencionar que não
poderia, sem conversar tal como fez, simplesmente abandonar o Programa, pois eles sabiam
o quão éramos dependentes destes profissionais. No frigir dos ovos, quem perde é exatamen-
te quem mais precisa da saúde pública e é mais vulnerável, ou seja, a população mais pobre
e de localidades distantes.
Abaixo apresento matéria extraída da página virtual do G1, da Globo, de 23 de maio de
2019, a qual nos revela a dimensão atual do Programa, e sua cronologia de implementação.
Em: https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2019/05/23/desistencias-no-mais-
-medicos-crescem-e-chegam-a-19percent-das-vagas-preenchidas-apos-saida-de-
-cubanos.ghtml

MATÉRIA

Desistências no Mais Médicos crescem e chegam a 19% das vagas preenchidas


após saída de cubanos

De acordo com o Ministério da Saúde, 1.325 profissionais formados com registro


profissional válido se desligaram do programa até o mês de maio. Não há desistên-
cias nas vagas preenchidas por médicos brasileiros formados no exterior.

Cerca de 19% dos médicos brasileiros que entraram no Mais Médicos desistiram de
participar do programa até o mês de maio. Dados obtidos peloG1 junto ao Ministério
da Saúde mostram que 1.325 profissionais com registro profissional brasileiro se
desligaram do programa até agora.

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O número de desistências cresceu 25% em relação ao balanço anterior, que indicava


1.052 médicos desistentes nos três primeiros meses do ano.

Após a saída de Cuba do programa, em novembro, um edital foi aberto para preen-
cher as 8.517 vagas que foram deixadas. No total, 7.120 vagas foram preenchidas em
seguida por médicos formados no Brasil.

Cuba decide deixar programa Mais Médicos no Brasil e cita declarações ‘ameaçado-
ras’ de Bolsonaro.

Em um novo edital, publicado em dezembro, as 1.397 vagas remanescentes foram


oferecidas a médicos brasileiros formados no exterior. O Ministério da Saúde alega
que não há desistências nesse grupo: todos concluíram o módulo de acolhimento
obrigatório e foram direcionados aos municípios escolhidos durante o edital.

Diversos municípios brasileiros convivem com a ausência de médicos nos serviços de


saúde desde a saída dos profissionais cubanos. Na Grande São Paulo, por exemplo, 19
cidades somavam 106 vagas ociosas no último dia 8 por conta da saída dos cubanos.

Novo edital

Na segunda-feira (13) o Ministério da Saúde lançou um novo edital do Mais Médicos.


O objetivo é contratar pelo menos 2 mil médicos que devem atuar em 790 municípios
considerados carentes ou de difícil acesso, onde vivem cerca de 6 milhões de pessoas.

Os profissionais com registro profissional brasileiro devem se inscrever entre os dias


27 e 29 de maio no site do programa. Caso haja vagas remanescentes, as oportu-
nidades serão estendidas, em um segundo chamamento público, aos profissionais
brasileiros formados em outros países.

Até o momento, 36 municípios foram contemplados pelo novo edital. A seleção de


cidades ainda pode mudar já que, nesta primeira fase do edital, os municípios preci-
sam renovar ou aderir e, em seguida, validar a participação no programa e o número
de vagas ofertadas.

Reformulação do Mais Médicos

O ministro da Saúde à época, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que novas ações para
o Mais Médicos estão em análise. Em entrevista ao G1, em fevereiro, Mandetta disse
que o programa seria “reformulado” .

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“Um novo programa para ampliar a assistência na Atenção Primária está sendo ela-
borado e será divulgado em breve”, informa o Ministério da Saúde.

Cronologia do Mais Médicos

Em julho de 2013, governo federal cria o programa Mais Médicos para fixar profissio-
nais em regiões mal atendidas.

Em novembro de 2018, Cuba anuncia saída do programa.

No mesmo mês, governo publica edital com 8.517 vagas abertas.

No primeiro edital, todas as vagas foram ofertadas a médicos com registro no Con-
selho Regional de Medicina do Brasil.

Em dezembro de 2018, um segundo edital foi lançado para preencher 1.397 vagas
remanescentes com brasileiros formados no exterior.

Em janeiro de 2019, os médicos brasileiros começaram a se apresentar aos mu-


nicípios.

No começo de março de 2019, os médicos formados no exterior iniciam a fase de


acolhimento obrigatória.

No início de maio de 2018, um terceiro edital é lançado com 2.000 vagas para muni-
cípios vulneráveis.

A Reforma da Previdência

A Previdência brasileira entrou em rota de crise e deficit em fins da década de 1990, e as


previsões até 2060, ou seja, para os próximos 40 anos, são (eram, ao menos, antes da refor-
ma) sombrias. Há um consenso praticamente relacionado à reforma da Previdência de Jair
Bolsonaro: era algo imprescindível, inevitável e inadiável. E foi, em tese, ao menos, preciso
mesmo cortar na carne, isto é, o brasileiro terá de trabalhar mais tempo, poupar mais dinheiro
e conformar-se em receber benefícios menores do que os pagos atualmente. A intenção das
mudanças é, antes de tudo, tornar o sistema sustentável. Se mantidas as regras anteriores,
as despesas continuariam crescendo muito mais rápido do que a arrecadação e passariam a
consumir quase todos os recursos da União. Em 2026, chegaria a quase 80% do Orçamento
para o pagamento de previdência, segundo projeções da Consultoria Legislativa do Senado.
A fatia atual é de 56%.

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O aspecto demográfico é o principal fator de pressão. A fatia da população com mais de 65


anos subirá dos cerca de 9% atuais para 25% em 2060, um acréscimo de 50 milhões de pesso-
as. O fenômeno é combinado pela queda nos nascimentos e o aumento da expectativa de vida.
Atualmente, a razão entre contribuintes e beneficiários é positiva, em 1,2. Ou seja, há mais
pessoas que pagam do que recebem. Em 2060 a conta ficará negativa. Será 0,8 pagante para
cada aposentado. Mais importante que se antecipar a problemas futuros, a urgência é corrigir
distorções do passado. Por exemplo: durante anos, servidores federais e estaduais se benefi-
ciaram da regra que permitia a aposentadoria com o último salário, enquanto os trabalhadores
da iniciativa privada ficavam limitados ao teto do INSS, hoje em R$ 5.839,00.
No governo federal, a limitação só foi igualada em 2013. Nos estados, há casos que che-
gam a superar a regra do Regime Geral de Previdência Social (RGPS). Os dados revelam o abis-
mo nos números. A despesa per capita média estatal com a aposentadoria de um funcionário
público é dez vezes maior do que a de um trabalhador de uma empresa privada. É isso o que
explica o peso muito mais elevado dos servidores aos cofres públicos. O deficit das aposenta-
dorias e pensões de trabalhadores de Estados e da União se aproxima do rombo acumulado
em todo o sistema privado. O que torna a diferença gritante é que o primeiro grupo é compos-
to de cerca de 4 milhões de beneficiários, ante os 35 milhões do INSS. Sem contar que, na
administração federal, cerca de 40% dos servidores têm direito a se aposentar com o salário
integral, por terem entrado na carreira pública antes de 2003.
A Reforma Previdenciária prevê a mudança de regras de aposentadoria tanto para trabalha-
dores do INSS como para servidores públicos, policiais, professores e políticos. Confira como
devem ficar as regras da aposentadoria. Lembrando que, para a nova Previdência entrar em
vigor, foi necessária a aprovação final em dois turnos no Senado.
Entenda a seguir como fica a reforma em seus principais pontos, lembrando que nosso pro-
pósito aqui em Atualidades não é sairmos especialistas no tema. Não precisamos aqui, portanto,
decorar esmiuçadamente os pontos abaixo, mas vale entender o contexto geral das mudanças, ok?

Principais Pontos

PARA SE APOSENTAR, SERÁ EXIGIDA IDADE MÍNIMA:


Mulheres:
• 62 anos de idade;
• 15 anos de contribuição.

Homens:
• 65 anos de idade;
• 15 anos de contribuição.

Para os servidores públicos, a idade mínima é a mesma, mas o tempo mínimo de contribui-
ção é de 25 anos para homens e mulheres.
A aposentadoria por tempo de contribuição, em que não é preciso ter idade específica,
vai acabar.
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VALOR DO BENEFÍCIO:

Com isso, são necessários 40 anos de trabalho para ter direito a 100% da aposentadoria.
Com isso, são necessários 35 anos de trabalho para ter direito a 100% da aposentadoria.

REGRAS DE TRANSIÇÃO: para quem está no mercado de trabalho, no entanto, há quatro


opções de transição para usar as regras da aposentadoria por tempo de contribuição.

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Exemplo: uma mulher de 57 anos e 28 anos de contribuição se aposentaria daqui a dois anos
com as regras vigentes atualmente. Com essa transição, ela poderá se aposentar após quatro
anos depois de a reforma começar a valer (2 anos que faltam + 2 anos de pedágio).

No caso dos servidores que entraram no funcionalismo antes de 2003, a regra garante inte-
gralidade de salários na aposentadoria (ou seja, não fica sujeito ao teto do INSS).

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Exemplo: um homem com 33 anos de recolhimentos ao INSS se aposentaria daqui a dois


anos. Com o pedágio, ele se aposentaria daqui a três (dois anos que faltam + 1 ano de
pedágio).

Haverá limite no acúmulo de aposentadorias e pensões.


Beneficiário passará a receber 100% do benefício de maior valor e um percentual do outro
benefício, sendo:
• 80%, se o valor for até 1 salário mínimo;

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• 60%, entre 1 e 2 salários;


• 40%, entre 2 e 3 salários;
• 20%, entre 3 e 4 salários;
• 10%, acima de 4 salários.

Médicos, professores e forças armadas são exceções à regra.

No caso de professor da rede pública, é necessário ter 10 anos no funcionalismo, sendo 5


como professor.
Há regra de transição prevista: 52 anos para mulheres e 55 para os homens, com pedágio
de 100% do tempo que falta.

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Na transição serão exigidos 52 anos para mulheres e 55 anos para os homens, mais pedá-
gio de 100% do tempo que falta para se aposentar hoje.

É preciso cumprir um pedágio de 30% do tempo que falta para se aposentar hoje.

O que ficou pelo Caminho

Capitalização

O parecer retira da proposta a possibilidade de capitalização proposta pelo governo.


Com a capitalização, trabalhadores que viessem a entrar no mercado de trabalho depois
da reforma aprovada, passariam a contribuir para uma espécie de poupança e o que acumulassem
é o que bancaria a aposentadoria. Continua o regime de repartição, que o trabalhador contri-
bui para bancar a aposentadoria de quem já está inativo.

Benefício de Prestação Continuada (BPC)

As mudanças foram suspensas e, com isso, idosos e deficientes de baixa renda têm direi-
to a receber um salário mínimo (998 reais, hoje).

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Como é hoje:

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É possível, então, atingir a aposentadoria integral aos 35 anos.

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O fator é uma fórmula que leva em conta a expectativa de vida, idade e tempo de contribui-
ção. Quanto mais novo o segurado, mais desconto ele terá na aposentadoria.

* Soma o tempo de contribuição à idade do segurado. Essa tabela é progressiva e passará


a ser 87/97 em 2021 se a reforma da Previdência não for aprovada.

Para todas as contas, são considerados 80% das maiores contribuições de 1994 em dian-
te. O período anterior a isso é contado apenas como tempo e o valor não entra no cálculo.

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2.7. A Transposição do Rio São Francisco


A transposição do Rio São Francisco foi iniciada em 2007, pelo Presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, sendo a principal obra do governo federal para combater os efeitos da seca. Vale
lembrar que esse tipo de política hidráulica já esteve em vigor em vários momentos históricos
(sendo esta obra de transposição do Rio São Francisco pensada desde os tempos de Dom Pe-
dro II) com, por exemplo, obras de açudamento na maioria dos estados do Nordeste. Para se
ter uma ideia, o Ceará é considerada a região mais açudada do Mundo atualmente.
Seu objetivo é desviar algo em torno de 3% das águas do “Velho Chico”, por meio de dutos
e canais, para o abastecimento de rios menores e açudes que secam durante o período de es-
tiagem no semiárido nordestino. Basicamente se busca perenizar rios intermitentes.
O governo aposta que a obra, orçada em 9,6 bilhões de reais (em que 4 bilhões era o seu
orçamento inicial), beneficiará 12 milhões de pessoas em 390 municípios e estimulará a agri-
cultura nas áreas atingidas. Para isso, são necessários 27 reservatórios, nove estações de
bombeamento e nove subestações elétricas, ao longo de 477 quilômetros de canais, divididos
em dois eixos (norte e leste).

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Os Dois Eixos do Projeto

Para redistribuir as águas do Rio São Francisco, o projeto está dividido em dois eixos:

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A Transposição em Atualidades e as Metas

Fonte: https://arte.folha.uol.com.br/poder/2019/12/09/projeto-integracao-rio-sao-francisco/

A Execução do Eixo Norte

META 1N

O trecho de 140 km, maior do eixo, vai da captação do Rio São Francisco, no município
de Cabrobó (PE), até o reservatório de Jati, em Jati (CE). No eixo norte, foi o maior avanço do
governo Bolsonaro, que hoje tem 96,6% da meta cumprida. Quando recebeu a obra do governo
Temer, a meta estava em 92,5%.

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META 2N

O trecho é menor. São 39 km, que começam no reservatório Jati e terminam no reservató-
rio Boi II, no município de Brejo Santo (CE). Foi o maior avanço do governo Temer no eixo norte.
Em dezembro de 2018, no fim do mandato do peemedebista, 99,5% do trecho estava feito.
Quando ele assumiu, a meta estava em 80,6%.

META 3N

Os 81 km do terceiro trecho se estendem do reservatório Boi II até o reservatório Engenhei-


ro Ávidos, no município de Cajazeiras (PB). No eixo norte, foi o maior avanço dos governos
petistas. Em abril de 2016, três meses antes de Dilma ser afastada da Presidência, 93,3% do
trecho estava feito.
Na análise do eixo como um todo, quase 88% do eixo norte foram realizados nos governos
do PT, considerando-se o relatório executivo do empreendimento de abril de 2016. Com Temer,
a obra atingiu 95,4% do que havia sido projetado. Atualmente, no governo Bolsonaro, estima-se
que a transposição esteja 97,5% pronta.

A Execução do Eixo Leste

META 1L

Era a meta piloto. O trecho, de 16 km, compreende a captação no reservatório de Itaparica


até o reservatório Areias, ambos em Floresta (PE).

META 2L

É o maior trecho, com 167km. Começa na saída do reservatório Areias e segue até o reser-
vatório Barro Branco, em Custódia (PE).

META 3L

Com 34 quilômetros, o trecho está situado entre o reservatório Barro Branco e o reservató-
rio Poções, em Monteiro (PB).
Em termos globais, aproximadamente 84% das obras foram realizadas nas gestões Lula e
Dilma, até abril de 2016. O governo Temer afirmou ter chegado aos 100% e inaugurou o eixo.

O que foi feito no Governo Bolsonaro?

Durante a gestão Bolsonaro, a abertura da comporta entre Pernambuco e Ceará foi o ter-
ceiro marco de avanço do projeto de transposição, que é a maior obra hídrica do país.

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Quando chegou ao governo federal, Bolsonaro assumiu a obra quase pronta em termos de
“avanço físico” do projeto, isto é, a construção das grandes estruturas que permitem a trans-
posição das águas. Nesse aspecto, faltavam menos de 5% do eixo norte, e o eixo leste já esta-
va entregue.
Mas ainda estavam pendentes serviços complementares, como a construção de muretas
de proteção dos canais e de sistemas de drenagem de águas pluviais, tratamento de taludes,
melhorias nas estradas de serviço e conclusão das ações ambientais.
Também faltavam consertos de estruturas que, segundo a metodologia de acompanhamen-
to da obra do Ministério do Desenvolvimento Regional, já são consideradas 100% executadas.
1,3% foi o percentual da estrutura física do eixo norte que avançou em 2019, primeiro ano
do governo Bolsonaro.
Em 2019, de janeiro a novembro, a gestão Bolsonaro investiu R$ 582 milhões no projeto
da transposição (R$ 300 milhões apenas para a energia necessária ao bombeamento da água
em uma topografia com grandes alturas). Os investimentos das gestões anteriores, somados,
passaram dos R$ 10 bilhões.
5% foi o valor investido pela gestão Bolsonaro em 2019, em relação ao total já investido
pela União no projeto.
Ao longo de seus 13 anos de execução e depois de diversos adiamentos de entrega, o cus-
to do projeto foi de R$ 4,5 bilhões para R$ 12 bilhões. O salto orçamentário pode ser atribuído
a diversos fatores, como erros de projeto, problemas contratuais com as empreiteiras respon-
sáveis e dificuldades administrativas para a desapropriação de terrenos.

Os Avanços com Bolsonaro

Bomba em Sertânia (PE)

A bomba, que permite que as águas cheguem ao município de Monteiro (PB) e à região de
Campina Grande, no eixo leste, havia sido colocada em funcionamento em março de 2017. No
entanto, em razão de vazamentos na barragem Cacimba Nova, na cidade de Custódia (PE), a
bomba ficou desligada de abril a julho e depois de agosto a outubro de 2019. Em novembro
daquele ano, foi religada, depois de adaptações e reparos no sistema.

Bomba em Salgueiro (PE)

Outra bomba foi religada no final de agosto de 2019, mas no eixo leste. Ela também já havia
sido inaugurada, mas ficou em obras durante nove meses, porque vazões anormais haviam
sido detectadas na barragem Negreiros, no município de Salgueiro (PE).

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Comportas do Trecho Milagres-Jati (PE)

Com a inauguração da obra em junho de 2020, a água do reservatório Milagres, também


no município de Salgueiro (PE), começa a chegar ao reservatório de Jati, em município homô-
nimo no Ceará.

O que Falta Fazer para Concluir a Obra

O governo Bolsonaro promete a conclusão do eixo norte do projeto para 2021. Ainda preci-
sam ser implantados sistemas de drenagem e de operação e controle.
Também falta instalar nas três estações de bombeamento do eixo o restante das bombas
previstas no projeto, de forma a garantir a vazão projetada. “Só há uma bomba em cada esta-
ção, o que implica numa capacidade de pouco mais de 10% da vazão prevista”, afirmou ao jor-
nal Folha de S. Paulo o professor o da UFPB Francisco Sarmento, que coordenou por 14 anos
os estudos e planejamentos hidrográficos da transposição.
Além do projeto de transposição, o Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco prevê
a necessidade de mais R$ 30 bilhões, do poder público e da iniciativa privada, para garantir a
revitalização da bacia. O plano do Comitê cobre o período de 2016 a 2025, mas já prevê que as
iniciativas de revitalização tomem mais tempo do que isso.
Os projetos incluiriam, por exemplo, obras de saneamento, ações de monitoramento am-
biental e diversificação da matriz elétrica na região da bacia, dependente do São Francisco.

Dificuldades Pendentes

Deterioração

Em setembro de 2019, reportagem do jornal Folha de S. Paulo revelou que trechos da obra
apresentavam sinais de deterioração no eixo leste: paredes de concreto rachadas, estações de
bombeamento paralisadas, barreiras de proteção rompidas, sistema de drenagem obstruído e
assoreamento do canal. Técnicos atribuem os problemas à má qualidade dos materiais, bem
como à inauguração prematura da obra, que entrou em funcionamento sem estar plenamen-
te pronta para a operação. O bombeamento de água pelos canais do eixo já foi interrompido
em razão de riscos e acidentes técnicos, o que também expôs o concreto às intempéries do
semiárido.

Obras Estaduais

Para que o projeto atinja as 12 milhões de pessoas previstas, é necessário que sejam con-
cluídas também as obras complementares em cada um dos estados beneficiados pelo projeto
(Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte). Os cronogramas estão atrasados, segun-
do o portal UOL.

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Manutenção

Dada a topografia da região, o gasto com energia para bombeamento das águas para gran-
des alturas chega a R$ 300 milhões anuais, segundo o governo federal. O governo Bolsonaro
estuda a possibilidade de privatizar ao menos parte da operação da estrutura construída pelo
governo federal, um plano já aventado pela gestão Temer.

A Paternidade do Projeto

Em março de 2017, o então presidente Michel Temer inaugurou todo o eixo leste do projeto,
que corta Pernambuco e Paraíba.
Nove dias depois, Dilma e Lula, já ex-presidentes, organizaram uma “inauguração popular”
da obra. O evento simbólico, com grande público, foi uma forma de os petistas reivindicarem o
mérito pelo projeto. Pensada desde que o Brasil ainda era um Império, a transposição ganhou
projeto efetivo e saiu do papel nos governos petistas.
Em abril de 2016, menos de um mês antes de Dilma ser afastada da Presidência em razão
da abertura de processo de impeachment contra ela, a maior parte da construção do eixo leste
já estava pronta.
83,8% era o percentual das obras físicas do eixo leste que estavam concluídas em
abril de 2016.
Para Temer, ninguém pode ter a paternidade da obra. Disse o então presidente, em viagem
à Paraíba para a cerimônia de inauguração:

Nós empreendemos muitos esforços nesses poucos meses de governo para que pudéssemos che-
gar a este ponto. Mas não quero a paternidade dessa obra, porque ninguém pode tê-la. A paternida-
de é do povo brasileiro e do povo nordestino.

2.8. Cultura e Atualidades no Brasil em 2020: alguns Pontos


Fundamentais
O conceito de cultura diz respeito a todo o complexo que inclui o conhecimento, a arte, as
crenças, a lei, a moral, os costumes, hábitos e aptidões adquiridos pelo ser humano não ape-
nas em família, mas também por ser parte de uma sociedade a qual é membro.
As culturas têm sua produção associada por grupos sociais ao longo das suas histórias,
como forma de sua subsistência, na organização da vida social e política, nas suas relações
com o meio e com outros grupos, na produção de conhecimentos e suas manifestações ar-
tísticas etc. A diferença entre culturas é fruto da singularidade desses processos em cada
grupo social.

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No cenário mundial, o Brasil é um expoente de uma coexistência de ampla diversidade ét-


nica, linguística e religiosa. E exatamente por se tratar de um ambiente de enorme diversidade
cultural, é dever de todos reconhecê-la e valorizá-la e atuar sobre os mecanismos de exclusão.
Acerca dos povos e continentes formadores desta origem multicultural do Brasil, estes
constituem-se basicamente por:
• europeus, oriundos nos primeiros anos de nossa colonização (portugueses, holande-
ses e franceses), e os imigrantes (principalmente alemães, italianos, japoneses e espa-
nhóis), trazidos no imediato pós-Independência (1822) com vistas a ocupar a Região
Sul, servir de mão de obra nas lavouras (também na Região Sudeste) e como gesto
explícito de busca por um embranquecimento da população no recém-fundado Império
do Brasil;
• seus povos nativos que, além de possuírem uma ocupação imemorial, possuem ainda
enorme diversidade cultural – estima-se haver mais de 200 etnias indígenas presentes
em nosso território, sendo que boa parte destes grupos teve sua própria identidade cul-
tural atacada de forma contundente pelos processos de catequização, aldeamentos,
entradas e bandeiras pelo interior do território. Em tempos atuais, o contato da civili-
zação branca com índios originou uma nova toada de destruição de seus patrimônios
materiais e culturais, por meio da conquista do “eldorado amazônico”, tal qual visto ao
longo de nossas aulas anteriores sobre Geografia do Brasil;
• a matriz africana, berço da humanidade, complexa organização socioeconômica e po-
lítica que aqui ingressa sobre a forma da pior barbaridade possível, a escravidão, e que,
mesmo assim, lutou enormemente com vistas a manter suas tradições culturais varia-
das e sua religião (promovendo um interessante processo de sincretismo religioso em
nosso país);
• há também, em menor quantidade, mas de grande importância, os grupos oriundos do
Oriente Médio que, em sua maioria, professam a segunda maior religião do Mundo (o
Islamismo), os quais ingressaram no Brasil no século passado e estão presente na vida
urbana das cidades brasileiras. E não podemos nos esquecer também dos asiáticos e
suas fortes raízes espirituais milenares e influenciadas por espírito de paz e resignação.

Ocorre no Brasil também um fenômeno interessante que se dá em função de nossa imen-


sidão territorial. A formação de grupos culturais internos, muito relacionados, inclusive, a uma
tradição oral, como os caipiras, ribeirinhos, sertanejos, caboclos, pantaneiros, habitantes dos
mangues, entre outros. Nestes grupos, observa-se também haver a criação de uma identida-
de marcada por instrumentos típicos de suas tradições, como o gibão (o chapéu de couro do
sertanejo), o berrante, a viola caipira etc.
Por fim, assim como o conceito de cultura não é estanque, a nossa imensa diversidade cul-
tural ainda recebe novas influências, seja pelo fato de termos alçado uma posição central tanto

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no campo econômico como geopolítico na América do Sul, o que nos projeta como sendo um
país atrativo à entrada de contingentes populacionais oriundos de países vizinhos (povos es-
tes, diga-se de passagem, com legado de enorme enraizamento cultural, tal qual os peruanos
e os bolivianos), seja pelo fato de termos estado ao longo das últimas décadas cada vez mais
abertos ao mundo e em crescente disposição à recepção de imigrantes e refugiados, isso, ao
menos, até ver-se a entrada do Presidente Jair Bolsonaro.

A Cultura e o Executivo Nacional: Temer e Bolsonaro

Entre impasses e alterações, a pasta da Cultura na Esplanada dos Ministérios bate como
uma bola de pinball de uma parede a outra, passando por idas e vindas constantes desde o
governo do ex-presidente Michel Temer (2016-2018), seguindo-se em mesmo processo no
atual governo de Jair Bolsonaro (2019-atual). Decreto publicado no Diário Oficial da União
transferiu a Secretaria Especial de Cultura do Ministério da Cidadania (antigo Ministério da Cul-
tura), comandado por Osmar Terra (atualmente o titular é Onix Lorenzoni), para o do Turismo,
chefiado por Marcelo Álvaro Antônio. Conforme Terra disse à época, a troca de pasta ocorre
por motivos operacionais, pois as demandas da secretaria o estavam sobrecarregando. No
fundo a extinção do Ministério da Cultura e sua transformação em Secretária é, na verdade, um
nítido esforço de enfraquecimento da pasta.
Assinada pelo presidente Jair Bolsonaro, a mudança ocorreu um dia após o economista
Ricardo Braga ter sido exonerado da subpasta. Quem assumiu a secretaria foi o dramaturgo
Roberto Alvim, substituído em fins de fevereiro de 2020 pela atriz Regina Duarte, após ter em
17 de janeiro de 2020 parafraseado Joseph Goebbels, ministro da Propaganda da Alemanha
Nazista em vídeo institucional da Secretaria de Cultura, fato este que gerou diversas manifes-
tações de repúdio no Brasil e até no exterior. Antes disso, a cultura perdeu status de ministério
e passou por tensões, em especial em relação às políticas de incentivo, que culminaram com a
alteração da chamada Lei Rouanet, além de controvérsias que reacenderam a discussão sobre
a censura à produção artística.

A volta da censura?

Iniciativas com vistas a tolher expressões culturais ganham dimensionamento em 2019


como há tempos não era visto. Seja por parte de governos locais, ou do governo federal, ou por
grupos conservadores, pipocam pelo país iniciativas com vistas a limitar manifestações, seja
em exposições, livros, meio audiovisual entre, outros.
Em set/2019, o Prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, determinou que fossem reco-
lhidos todos os livros “Vingadores: A cruzada das crianças”, uma obra infantil que continha um
beijo entre dois homens, sendo logo revogada pela Justiça tal determinação. Nessa celeuma,
o youtuber Felipe Neto comprou 10.000 exemplares e distribui os livros por conta própria.

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Em seguida Carlos Bolsonaro, vereador e filho de Jair Bolsonaro tuitou considerar ser difícil
realizar as tais “transformações” em meio ao ambiente democrático.
No campo do audiovisual, Jair Bolsonaro determinou que se suspendessem editais de pa-
trocínio a séries de TV e filmes que contivessem temática gay em tela. Há, na verdade, uma
cruzada nítida impressa pelo Governo Federal em torno de obstaculizar produções culturais
mais liberais.

Grupos radicais de direita intensificaram sua atuação neste ano de 2020. Houve, até a entrada
do mês de maio, uma série de manifestações em fins de semana seguidos, sendo a imensa
maioria com a participação, inclusive, do Presidente Jair Bolsonaro, as quais bradam pela In-
tervenção Militar, fechamento do STF e até reedição do AI-5, entre outras bandeiras totalitárias.
Esses grupos possuem a liderança de um grupo principal denominado “Brasil dos 300”, uma
organização que, segundo a Polícia Civil do DF, possui cunho paramilitar com atuação ativa em
defesa exatamente destas bandeiras que há meses se encontra acampado na Esplanada dos
Ministérios.

O que se constata, de fato, em termos globais é que a Internet deu voz a discursos de vários
tipos. Muitos destes trazem incutidos em si visivelmente um combate direto à razão, à ciência
– e veja o absurdo, por exemplo, do caso dos defensores do terraplanismo. Ou seja, aqueles
que defendem sem a menor base teses que vão contra princípios basilares da sociedade oci-
dental, tais quais o humanismo e a progresso. Esses discursos vêm sendo denominados como
um “novo obscurantismo”.

O Escola sem Partido

O movimento denominado Escola sem Partido foi constituído em 2004. Após anos atrela-
do a um obscurantismo, o movimento acabou ganhando enorme projeção ao ser encampado
como uma das principais bandeiras do atual presidente Jair Bolsonaro.
Os defensores do Escola sem Partido vociferam acerca de se combater aquilo que cha-
mam de “doutrinação ideológica” nas escolas e universidades.
Visam estabelecer marcos legais com vistas a conter ao que eles consideram serem dou-
trinações político-partidárias ideológicas em escolas e universidades no Brasil. Sendo assim,
anseiam promover um regramento à atividade de expressão de professores, principalmente
em ciências humanas, como História, Geografia, Antropologia, Filosofia e Sociologia.
Bastante criticado por pedagogos, professores e parte da sociedade civil organizada, mas
aplaudido também por muitos conservadores, o Escola sem Partido, em sua página na inter-
net, se autodeclara como sendo uma organização que diz ser declaradamente de combate

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a professores que praticam a “doutrinação ideológica”. Vários municípios e até o estado de


Alagoas (com projeto de lei neste sentido votado em 2016 em sua Assembleia Legislativa) já
embarcaram nessa onda, promovendo legislações que contam em seus textos esses comba-
tes a “doutrinações ideológicas”, porém todos esbarraram na inconstitucionalidade da matéria,
já que legislar sobre princípios da educação é privativo da União.

A Cultura e seu Financiamento: a Falácia do Atual Discurso

A cultura é cercada de externalidades positivas. Mas o que são estas externalidades posi-
tivas? As externalidades positivas são um conjunto de ganhos imateriais promovidos por meio
do contato das populações com as diferentes formas de arte. Bom, basta pensarmos que nin-
guém sai o mesmo após assistir a um filme, uma peça teatral, após ler um livro ou visitar uma
bela exposição. A cultura é modificadora, faz pensar e liberta.
Há, contudo, uma discussão que é sadia em sua origem, é bem verdade, aqui em nosso
país, mas que vem sendo deturpada e reside em buscar-se entender o papel do estado frente
ao fomento à cultura. Vamos esmiuçar, então, um pouco este tema, ok?
Em todo o mundo civilizado (inclusive nos Estados Unidos), a cultura recebe incentivos es-
tatais. Importa-nos entender, de início, uma analogia que farei abaixo e promovermos um exer-
cício de percepção acerca desta importante relação entre o estado e a promoção de atividades
culturais. Assim, sigamos: repare que uma praça não tem a obrigação de gerar lucro direto para
as cidades (e gera escalas de renda mesmo assim, por meio de pessoas que delas dependem,
tais quais o pipoqueiro, o vendedor de algodão doce etc.), as mesmas, junto com os parques,
devem ser mantidas pelas prefeituras independente de qualquer relação econômico-financei-
ra. O lucro de uma praça, e também dos parques, não pode ser mesurado contabilmente, con-
tudo é enorme à medida que os ganhos advêm exatamente daquilo de mais precioso: das
escalas da vida que ali se procedem em um ambiente profícuo à diversão, aos encontros e, no
caso dos parques, à realização de atividades físicas, dos passeios com animais de estimação,
expressões múltiplas (tais quais dança e música) e, claro, do próprio contato do homem com
a natureza.
Visto o exposto acima, o ponto a que quero chegar é que este mesmo pensamento, ou
seja, fora de uma escala contábil pura e simples, deve também envolver o entendimento acer-
ca do papel do Estado enquanto agente de suporte às atividades culturais, buscando, inclu-
sive, como condição fundamental, desassociar o incentivo estatal à cultura de impressões
partidárias/ideológicas. E é assim, com independência no aporte de recursos, que funciona
no mundo civilizado, isso quer queira, ou não, o nosso atual governo. O lucro, tanto de praças
e parques, tal qual de atividades culturais, não é apenas direto e não deve ser, portanto, colo-
cado na ponta do lápis. O lucro na cultura transcende uma escala contábil, como já destaquei,
possuindo conteúdo ao permear toda uma cadeia de relações e valores que vão desde a for-
mação de cidadãos mais críticos, até o próprio deleite individual e/ou coletivo que a arte traz.

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Embarca em subjetividades, sem dúvidas, mas o acesso à cultura fomentado pelo Estado
jamais deve ser suprimido.

Estima-se que mais de um milhão de famílias possuam no imenso rol das atividades culturais
em curso atualmente no Brasil fonte de sustento primário.

Pensando nessa relação entre Estado e cultura e seus mecanismos de fomento, o legislador
criou a possibilidade, por meio da chamada Lei Rouanet (que se tornou Lei de Incentivo à Cultura,
e veremos isso à frente), que grupos empresariais associem suas marcas a investimento em
cultura, tendo como retorno direto uma série de isenções fiscais além de uma melhora na sua
relação com o público em geral, à medida que passam, assim, a ser vistos como os verdadeiros
mecenas do Brasil. Aos que se opõem à tal prática, é importante disseminar que este mecanis-
mo funciona muito bem, porém com erros e distorções que devem ser corrigidos e que já vêm
sendo. Vale dizer, e precisamos compreendermos também que todos os setores industriais no
Brasil recebem isenções governamentais. Assim, a geladeira que você tem, o carro que dirige e
até o fósforo que usa foram fabricados com isenções muito superiores às relativas à indústria
cultural. Em números, o conjunto de isenções no Brasil destinados à cultura não responde nem a
1% das que são oferecidas a todas as outras atividades industriais somadas.
Por fim, vale destacar que o principal fundo atualmente de fomento à atividade audiovisual
(de longe aquela com maior força em termos financeiros no Brasil), o FSA – Fundo Setorial do
Audiovisual –, possuiu uma capacidade arrecadatória da ordem de mais de 1 bilhão de reais,
sendo que ele se encontra totalmente vinculado à própria atividade. Ou seja, quem produz au-
diovisual contribui para o próprio fundo. E ele mesmo redistribui os valores dentro da própria
atividade gerando, assim, um ciclo sustentado e cada vez mais forte de fomento à própria
atividade.

A Lei Rouanet e o Atual Governo

As mudanças mais significativas propostas para Cultura no governo Bolsonaro residem


nas novas regras da Lei Rouanet (agora chamada de Lei de Incentivo à Cultura), que foram for-
malizadas pelo Ministério da Cidadania, em abril de 2019. Cada projeto terá a partir de agora
um teto de R$ 1 milhão, e não mais de R$ 60 milhões, como ocorria até então. Esse teto não
atinge os planos anuais e plurianuais de atividades, os projetos sobre patrimônio cultural ma-
terial e imaterial, além dos museus, assim como conservação, construção e implantação de
equipamentos culturais.
A construção e a manutenção de salas de cinema e de teatro em municípios com menos
de 100 mil habitantes também estão fora do teto. Já outros projetos, como óperas, festivais,
concertos sinfônicos, desfiles festivos e corpos artísticos estáveis terão um limite maior, de

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R$ 6 milhões. Além deles, datas comemorativas nacionais, eventos literários e exposições de


artes visuais também terão o teto ampliado.

Os termos Indústria Cultural e Cultura de Massa, embora similares, não são a mesma coisa.
Vamos analisá-los, pois as provas podem cobrar tais congruências (e incongruências) e, sen-
do assim, não vale a pena perder uma questão de concurso por causa disso.
O primeiro termo, ou seja, Indústria Cultural, advém de uma busca iniciada por marxistas, isto
lá pelas décadas de 20 e 30 do século passado, rezando na cartilha da Escola de Frankfurt,
com vistas a popularizar o acesso a atividades culturais. A indústria cultural é um termo re-
lacionado às mídias e comunicações de massa. A crítica marxista imposta vai no sentido de
perceber que diferentes grupos sociais dominantes começavam a utilizar a cultura e as artes
a partir da lógica de mercado capitalista. Para os autores (Theodor Adorn e Max Horkhermeir,
autores do livro “Dialética do Esclarecimento” de 1944), isso é extremamente nocivo, pois, ao
atender aos ideais de lucro, mercado, aceitabilidade, esses produtos da cultura serão consumi-
dos como os demais e perdem seu potencial de crítica social e de crítica ao próprio sistema,
criando uma alienação cada vez maior em seus consumidores. Para os mesmos autores, a
arte é um processo de reflexão sobre uma situação e, por isso mesmo, demanda momento
para a sua produção, técnicas e estudos. A arte como produto industrializado e produzido em
massa, consequentemente, carece de alguns elementos pela necessidade do mercado de ser
constantemente abastecido e renovado. Com isso, o próprio processo criativo se torna meca-
nizado e sempre orientado para agradar ao mercado, ao consumidor, as classes que dominam
o mercado e ao lucro, dessa forma seu potencial crítico é minimizado.
Visto isto, tem-se a crítica também à Cultura de Massa que é, exatamente, a formação de gru-
pos hegemônicos, voltados ao interesse tão somente do capital, os quais reproduzem modelos
culturais que promovem uma homogeneização dos indivíduos. De certa maneira, a indústria
cultural produz a cultura de massa.

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TEXTO COMPLEMENTAR

Democracia em Vertigem no Oscar 2020

Por: Prof. Luis Felipe Ziriba, 05/05/2020.

Eis que, pela primeira vez em toda sua história, o Oscar seleciona um documentário
produzido no Brasil para concorrer ao prêmio máximo do cinema. Em sua 92a edição,
junto a mais 4 obras (todas feitas nos EUA), o festival incluiu o documentário Demo-
cracia em Vertigem na categoria de melhor documentário de 2019. Dirigido por Petra
Costa e produzido pela plataforma americana de streaming Netflix, por 120 minutos,
o que se vê na tela é nossa história política nos últimos anos que culminou no impe-
achment da primeira presidente mulher do Brasil, Dilma Rousseff. O filme não levou a
estatueta, perdendo a competição para American Factory, ou Indústria Americana (dis-
ponível no Netflix), mas não deixa de ser interessante que nossa primeira indicação na
categoria de documentários seja exatamente sobre a crônica polarização política que
experimentamos ao longo dos últimos anos.
Aqui neste texto, caro(a) aluno(a), faço minha única incursão de tom personalíssi-
mo em toda nossa matéria e peço, portanto, licença a você:
ASSISTA AO FILME!
Pronto.
É uma obra muito bem-feita, que não é narrada em tom panfletário (recebendo crí-
ticas muito elogiosas por quase a totalidade dos veículos especializados em cinema
no Brasil e no mundo), fundamental para a compreensão de um dos processos mais
importantes de nossa história e que se encontra diretamente ligado a vários aspectos
de nossa aula de Atualidades Brasil.
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TEXTO COMPLEMENTAR

O Brasil dos 300 e o Radicalismo de Ultradireita

O Brasil experimenta neste ano de 2020 um processo similar ao que fora vivenciado
a época do impeachment da ex-Presidente Dilma Rousseff, o qual se encontra umbi-
licalmente relacionado ao momento que vivemos de extrema divisão ideológica em
nossa sociedade. Com a ascendência do pensamento de ultradireita ao longo dos últi-
mos anos, eis que, entre os meses de maio e junho de 2020, vimos ocorrer uma série
de manifestações em que, tal qual relatado no filme que concorreu ao Oscar de melhor
documentário, Democracia em Vertigem, de Petra Costa, que relata os momentos da
deposição de Dilma Rousseff, novamente foi necessário dividir-se grupos antagônicos
em manifestações com vistas a se garantir a integridade física de todos envolvidos.
Em meio à maior pandemia dos últimos 100 anos, foram às ruas das maiores cidades
brasileiras manifestantes; de um lado, os apoiadores incondicionais de Jair Bolsonaro;
de outro, seus opositores.
Dentro desse contexto, chamou a atenção a presença de um grupo denominado
Brasil dos 300, comandado pela ex-ativista de esquerda e ex-feminista que se autode-
nomina Sara Winter.
“Olá, nós somos os 300 do Brasil, o maior acampamento contra a corrupção e a
esquerda do mundo” disse Sara Fernanda Giromini, mais conhecida como Sara Winter,
a uma reportagem entre as várias que se interessaram em cobrir esse curioso (e porque
não esquisito) grupo que se autoproclama também como bastiões da defesa da pátria.
As bandeiras do Brasil dos 300 saíram apenas no plano ideológico, ou de defesa de
valores já consagrados pelo Presidente Jair Bolsonaro, tais quais a defesa da família,
do direito ao armamento e a amor à pátria (...) e seguem em colisão aos poderes cons-
titucionais constituídos. Ao longo das várias manifestações conduzidas por apoiado-
res do Presidente, em que até em algumas o próprio líder, Jair Bolsonaro, esteve pre-
sente acenando fervorosamente de fora das dependências do Palácio do Planalto, os
manifestantes bradaram xingamentos ao ministro Alexandre de Moraes e, entre outros
devaneios, expressaram fragorosamente suas pautas, tais quais o retorno da ditadura
militar, com gestos em completa e escancarada alusão a Klu Klux Klan – grupo antisse-
mita branco dos EUA. Também saem em defesa de atos institucionais tirânicos, tal qual
o AI-5 (ato institucional número 5, de 13 de dezembro 1968, que, entre outros pontos,
versava o fechamento por tempo indeterminado do STF.
Frente a tudo isso, Sara Winter acabou sendo expulsa do DEM, acusada formalmen-
te pelo presidente do partido a que era filiada e pelo qual chegou a concorrer a uma
vaga de mandato de Deputada Federal em 2018 (sem sucesso na empreitada, obteve
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17.000 votos) de envolvimento de movimentos contra o Estado de Direito e o regime


democrático. Para piorar a situação de Sara Winter, a jovem de 27 anos, líder do movi-
mento 300 do Brasil, foi presa em 15 de junho, a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da
República). A prisão decorre das investigações que apuram o financiamento a mani-
festações que defendem pautas antidemocráticas e ataques a instituições públicas.
Dias depois, ela foi solta, mas teve instalada uma tornozeleira eletrônica. Junto à sol-
tura de Sara, contudo, a justiça determinou em definitivo o fim do acampamento dos
300 do Brasil na Esplanada dos Ministérios e desbaratou um bunker do grupo em uma
área rural do Distrito Federal. Após meses de intensa atividade de grupos radicais, com
epicentro no Brasil dos 300, ao que tudo indica, o Judiciário, os órgãos de segurança
pública e a Abin se encontram alinhados mais do que nunca no combate a tais grupos.

TEXTO COMPLEMENTAR

TEMOS UMA SANTA: IRMÃ DULCE

Embora o Brasil venha perdendo número de fiéis católicos proporcionalmente ao


longo das últimas décadas, ainda somos considerados o país com maior número de
católicos em números absolutos no mundo todo. Estima-se que, em 2020, o Brasil pos-
suía em torno de 50% de sua população professando a fé católica (estima-se que esse
número era de 90% nos anos 1950), para um pouco mais de 30% de evangélicos. O
fenômeno de crescimento dos evangélicos é uma realidade no país, já havendo for-
mado bancadas grandes (e que só crescem) tanto no Congresso Nacional, quanto em
Assembleias Legislativas. Podem decidir eleições e determinam comportamentos ao
longo do território. Assembleia de Deus e Igreja Universal dominam a maioria dos fiéis,
mas há milhares de núcleos pentecostais espalhados principalmente pelas periferias
das mais de 5.000 cidades brasileiras.
Visto isto, eis que um alento chega aos céus católicos do Brasil e, em 2019, temos
consagrada a nossa primeira santa. Pois é, o Brasil teve atendido seu pleito (que vigo-
rava fazia muitos anos,) para finalmente ver canonizada Irmã Dulce.
Irmã Dulce, nascida rica em Salvador em 1914 e falecida pobre na mesma cidade
em 1992, veio ao mundo em berço de ouro para dedicar a sua vida aos doentes e men-
digos das calçadas manjedouras, carentes de pão e prece.
Dentre a vastidão de milagres relatados em seu nome, dois deles foram basilares.
Ao dar à luz, Cláudia dos Santos, hoje com 41 anos, sofreu uma hemorragia ao longo de
dezoito horas e acabou desenganada pelos médicos. Ela conta que um padre foi visitá-
-la no hospital e lhe perguntou se acreditava que Irmã Dulce poderia salvá-la. A resposta

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foi sim. Segundo Cláudia, o religioso clamou por sua vida e o sangue estancou. O outro
milagre é relatado pelo maestro José Maurício Moreira, 50 anos. Em entrevista ao “Vati-
can News”, ele afirmou que era deficiente visual, não enxergava nada, e que certa vez
pediu em pensamento para a Irmã lhe aliviar a dor do glaucoma: “de um momento para
o outro, passei a enxergar normalmente”. Uma história, digamos, que vale destaque
porque não deixa de ser curiosa, envolve uma senhora que tinha unha encravada no pé
e tropeçara em um altar. Enquanto blasfemava e clamava por Dulce, a unha desencra-
vou.
Irmã Dulce, além de estar umbilicalmente envolvida a populações de miseráveis e
de enfermos, sabia transitar muito bem entre poderosos e políticos, contendo a admi-
ração e capacidade de receber apoio às suas causas quando necessário de modo for-
midável de figurões não tão santos. Era amiga pessoal, por exemplo, de José Sarney e
Antônio Carlos Magalhães, e, entre “globais”, era comum ver o escritor Paulo Coelho a
exaltá-la, além de Fafá de Belém, Fernanda Montenegro, entre outros.

2.9. Brics e o Brasil


A coordenação entre Brasil, Rússia, Índia e China (BRIC) iniciou-se de maneira informal em
2006, com reunião de trabalho entre os chanceleres dos quatro países à margem da Assem-
bleia Geral das Nações Unidas. Desde então, o acrônimo, criado alguns anos antes pelo merca-
do financeiro, não mais se limitou a identificar quatro economias emergentes. O BRIC passou
a constituir mecanismo de cooperação em áreas que tenham o potencial de gerar resultados
concretos aos brasileiros e aos povos dos demais membros.
Desde 2009, os Chefes de Estado e de governo do agrupamento se encontram anualmente.
Em 2011, na Cúpula de Sanya, a África do Sul passou a fazer parte do agrupamento, acrescen-
tando o “S” ao acrônimo, agora BRICS.
Nos últimos 10 anos, ocorreram 10 reuniões de Cúpula, com a presença de todos os líderes
do mecanismo:
I – Cúpula: Ecaterimburgo, Rússia, junho de 2009;
II – Cúpula: Brasília, Brasil, abril de 2010;
III – Cúpula: Sanya, China, abril de 2011;
IV – Cúpula: Nova Délhi, Índia, março de 2012;
V – Cúpula: Durban, África do Sul, março de 2013;
VI – Cúpula: Fortaleza, Brasil, julho de 2014;
VII – Cúpula: Ufá, Rússia, julho de 2015;
VIII – Cúpula: Benaulim (Goa), Índia, outubro de 2016;
IX – Cúpula: Xiamen, China, setembro de 2017;
X – Cúpula: Joanesburgo, África do Sul, julho de 2018; e
XI – Cúpula: Brasília, Brasil, novembro de 2019.

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Desde a primeira cúpula, em 2009, o BRICS tem expandido significativamente suas ativi-
dades em diversos campos, mas foi o campo financeiro que garantiu, desde o início, maior
visibilidade ao agrupamento. Os então quatro países-membros passaram a atuar de forma
concertada, a partir da crise de 2008, no âmbito do G20, FMI e Banco Mundial, com propostas
concretas de reforma das estruturas de governança financeira global, em linha com o aumento
do peso relativo dos países emergentes na economia mundial. O papel desempenhado pelo
BRICS foi fundamental para a reforma das quotas do FMI, aprovada em Seul, em 2010.
No mesmo campo, a cooperação BRICS levou ao lançamento das duas primeiras insti-
tuições do mecanismo: o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) e o Arranjo Contingente de
Reservas (ACR). A criação do banco visou a responder ao problema global da escassez de
recursos para o financiamento de projetos de infraestrutura.
A partir de 2015, o BRICS passou a buscar novas áreas de cooperação, sempre tendo
presente a necessidade de obter benefícios palpáveis para os cinco países. Para o Brasil, as
áreas de saúde, ciência, tecnologia e inovação, economia digital e cooperação no combate ao
crime transnacional são prioritárias nesse esforço de avançar novas áreas de atuação.
A XI Cúpula foi realizada em Brasília, em 13 e 14 de novembro de 2019, no Palácio Ita-
maraty, sob o lema “BRICS: crescimento econômico para um futuro inovador”. Antecedendo o
encontro de líderes, a presidência brasileira organizará dezenas de encontros que terão como
prioridades: (i) o fortalecimento da cooperação em ciência, tecnologia e inovação; (ii) o refor-
ço da cooperação em economia digital; (iii) o adensamento da cooperação no combate aos
ilícitos transnacionais, em especial ao crime organizado, à lavagem de dinheiro e ao tráfico de
entorpecentes; e (iv) o incentivo à aproximação entre o Novo Banco de Desenvolvimento e o
Conselho Empresarial.

TEXTO COMPLEMENTAR
O Brasil e o Canabidiol

Prof.: Luis Felipe Ziriba, 03/01/2020.

O Brasil é um dos países que produz uma das maiores quantidades de pesquisas
acerca do uso de canabidiol no mundo, o santo elixir que é uma das 113 substâncias
químicas canabidioides encontradas na Cannabis Sativa. Contudo, após mais de 30
países aprovarem o uso da substância para fins medicinais (inclusive nossos vizinhos
Uruguai, Argentina e Colômbia), foi somente no início de dezembro de 2019 que a
Anvisa – órgão oficial de regulação de medicamentos no Brasil – liberou finalmente a
prescrição legal de remédios feitos da maconha.
A importação de medicamentos com base na maconha (que bem verdade já ocorria,
desde 2015, mas era cara e demorada), a partir de agora, fica facilitada com a chancela
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oficial. O Brasil, porém, ainda discutirá o uso da maconha para fora do âmbito medicinal
(ou seja, recreativo) em fase futura. Holanda, EUA (em alguns estados) e Uruguai, entre
outros países, já legalizaram a cannabis também para seu uso recreativo. A nova regu-
lamentação no Brasil (atendendo a pleitos conservadores) não permite que a cannabis
seja plantada em território nacional para nenhum fim.
O canabidiol é usado com bastante eficiência para tratamentos diversos, como
epilepsia, esquizofrenia, psicose, ansiedade, artrite, entre outros. Segundo a Anvisa, a
eficiência é ultracomprovada e não produz efeitos colaterais conhecidos na maconha
quando fumada, tais quais perda de memória e fome incessante, conhecida também
como “larica”.
Mesmo perdida a batalha por parte dos grupos conservadores, liderados por Osmar
Terra, o Ministro da Cidadania de Bolsonaro, eles foram até o fim na seara de discussões
no Congresso Nacional empreendidas em fase pré-liberalização pela Anvisa, defenden-
do a não legalização do uso medicinal da maconha com a alegação de que, entre outros
motivos, na maioria dos países que permitiram o uso medicinal da maconha, o que se
viu como resultado direto (comprovadamente) foi uma abertura rápida ao uso recreati-
vo.
Polêmicas à parte, abre-se com a regulamentação um enorme mercado no Brasil.
Os remédios à base de canabidiol já representam algo em torno de 7% dos ganhos
da indústria farmacêutica global, criando por aqui uma expectativa de faturamento na
casa dos R$ 5 bilhões até 2023 e solução para ao menos 500.000 crianças que pos-
suem epilepsia e não se adaptam a tratamentos tradicionais.

TEXTO COMPLEMENTAR

A Covid-19 no Brasil: 1 ano e 3 meses (fev/20 até mai/21)


Histórico, politização e lockdown.

O Ministério da Saúde, ainda sob o comando do Ministro Luiz Mandetta, confirmou


no dia 26 de fevereiro de 2020, o primeiro caso de novo coronavírus no Brasil, em São
Paulo. Um homem de 61 anos deu entrada no Hospital Israelita Albert Einstein, com
histórico de viagem para Itália, região da Lombardia. Na entrada de 2021, quase 1 ano
e 3 meses após o registro do primeiro caso em nosso país, são mais de 14 milhões de
infectados e quase 420.000 mortes no país; um número que não para de crescer. O que
se vê agora é que mal terminou a chamada “1a onda”, de imediato engatamos numa “2A
onda” de transmissões e mortes desta nova cepa a qual é ainda mais virulenta.
Para começarmos este histórico, vale destacar que, logo na origem, a politização do
assunto ganhou contornos imensos desde oficializados os primeiros casos de Covid-19. O
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Presidente Jair Bolsonaro, temeroso acerca das perdas econômicas que se avizinha-
vam, já na largada, se posicionou de forma radicalmente contra as medidas que em
uníssono foram sendo tomadas por todos os 27 governadores de estado do país. Os
Chefes dos Executivos locais expediram decretos entre os meses de março e início de
abril de 2020, ou seja, logo no início dos esforços do combate ao vírus, determinando a
realização de medidas de isolamento social, com o consequente fechamento de vários
tipos de comércio. Na outra ponta, pairou discurso emanado pelo presidente Jair Bol-
sonaro acerca de “se preservar vidas ou empregos?”, como se um fato estivesse disso-
ciado do outro. Ou seja, na ilusão de que houvesse, de fato, uma opção real.
O Presidente defendeu o chamado “isolamento vertical”, ou seja, isolar-se apenas
crianças e idosos, ou pessoas nos chamados grupos de risco, em vez de se imprimir
o “isolamento horizontal”, tal qual fora realizado, que é quando o maior número possí-
vel de pessoas deve permanecer dentro de casa, independentemente de apresentarem
fatores de risco ou não para a doença. O distanciamento horizontal pode ser feito em
diferentes níveis de rigidez.
O mais rígido termo é já bem conhecido como LOCKDOWN. Nele somente as ati-
vidades consideradas essenciais (como farmácias e supermercados) são permitidas
funcionarem normalmente (sendo que nessa segunda cepa de Covid pós-Carnaval,
bebidas alcoólicas não podem ser vendidas após determinados horários). Pode, inclu-
sive, haver um monitoramento das ruas pela polícia frente ao movimento de pessoas
em atividades consideradas não essenciais (o chamado toque de recolher). Nessa
toada, o governador de São Paulo (João Doria) e de Goiás (Ronaldo Caiado), aliados
de primeira hora do Presidente desde a campanha de Bolsonaro à Presidência, chega-
ram a romper com ele exatamente por discordarem destas modalidades de isolamen-
to. O mandatário nacional retrucou, chamando todos os governadores que procederam
tal qual orientação da OMS – Organização Mundial de Saúde –, ou seja, que realiza-
ram o isolamento horizontal, como “irresponsáveis”, alegando nas entrelinhas estarem
promovendo um complô contra o seu governo ao intencionarem “quebrar a economia
nacional”. Ainda dentro deste raciocínio negacionista, e que vai, inclusive, contra sua
própria política de estado para a saúde, outrora comandada por Ministros da Saúde (o
oncologista Nelson Teich assumiu em 16/04 em lugar de Luiz Henrique Mandetta, mas
este último não durou nem um mês no cargo, sendo demitido em 14/05) que versa exa-
tamente a que seja promovido o isolamento social, o Presidente Bolsonaro imprime um
modus operandi peculiar, passando a se locomover cada vez mais pelas ruas da capi-
tal federal e pelo país, seja comendo pastel em feira, inaugurando obras, a passeio, ou
a trabalho remoto (como no fim do ano no Guarujá). Sem qualquer proteção frente ao
contágio por Covid (leia-se uso máscara, luvas e prática de distanciamento). Em

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pronunciamento nacional, Bolsonaro chegou a dizer ser esta pandemia apenas uma
“gripezinha”, exaltando em sequência se encontrar imune aos efeitos da Covid por pos-
suir “um histórico de atleta”.
A politização em relação ao Covid-19 se seguiu em torno da decisão acerca da(s)
vacina(s) a ser(em) aplicada(s), de fato, e aderida(s) pelo Governo. Em fins de 2020,
se digladiariam em tom de embate público o Presidente Jair Bolsonaro e João Dória,
governador de São Paulo. O Presidente dizia ser totalmente contra a vacina chinesa,
que por aqui teve colaboração à sua feitura do Instituto Butantan, na capital paulista. Já
Doria, como havia de se supor, dizia não abrir mão da vacina que seu estado havia dado
suporte na feitura. Venceu o governador.

Economia e Auxílio

Dentro do âmbito inevitável de paralisia econômica que assolou o país (as previsões eram
de redução do PIB em taxa em torno de 6% a 8% em 2020, mas se confirmaram em “apenas”
4.1% de queda do PIB), o governo federal se apressou e enviou ao Congresso Nacional medida
emergencial de auxílio à população de informais, que beirou, segundo últimas estimavas, a
casa de 100 milhões de pessoas. Foi o chamado “coronavoucher” de 600 reais, distribuído já
em abril de 2020 em sua primeira parcela, com seguimento por mais três meses (e prorrogação
por mais 3 de 600 reais), nas agências da Caixa a todos que se encaixarem no seguinte perfil:
• ser maior de 18 anos;
• não possuir emprego formal;
• a renda familiar per capita tem que ser de até meio salário mínimo (R$ 522,50), ou a ren-
da total de até 3 salários mínimos (R$ 3.135,00);
• não ter recebido rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 no ano de 2018;
• exercer atividade na condição de microempreendedor individual (MEI);
• ser ou não contribuinte Regime Geral de Previdência Social (RGPS);
• ser trabalhador informal inscrito no Cadastro Único de Programas Sociais do Governo;
• ter cumprido o requisito de renda média até 20 de março de 2020;
• não receber benefício previdenciário ou assistencial como seguro-desemprego ou pro-
gramas de transferência de renda federal, exceto Bolsa Família.

Além disso, a proposta do governo aprovada pelo Congresso Nacional estabelece que até
2 membros da mesma família possa receber o benefício, somando uma renda de R$ 1.200.
E as mulheres que sustentam seus lares sozinhas poderão acumular dois benefícios indi-
vidualmente.
Outras medidas econômicas em 2020 com vistas a assistir a população frente ao abalo
econômico gerado pelo coronavírus são as antecipações do 13º salário de aposentadorias do
INSS e do PIS/Pasep. No âmbito estadual, bancos regionais, como o BRB – Banco de Brasília
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–, lançaram linhas de créditos com juros mais baixos para suporte a empresários de pequeno
e médio porte.

 Obs.: em março de 2021, o Governo Federal anunciou a reedição do Auxílio Emergencial,


contudo a valor mais baixo: 150 reais.

Investigações e CPI

Neste mar de notícias ruins, inclui-se ainda a investigação conduzida pelo Ministério Pú-
blico Federal, com auxílio da Polícia Federal, de que respiradores em alguns estados, tais quais
Pará e Rio de Janeiro, foram adquiridos em regime de emergência de forma superfaturada.
Nos dois estados, inclusive, os governadores foram intimados a depor pela Polícia Federal e
o do Rio de janeiro já está afastado esperando julgamento de impeachment. No DF, a situação
é parecida, tendo sido preso o Secretário de Saúde do DF, Francisco Araújo, em setembro de
2020 em operação que visa apontar culpados acerca de irregularidades em compra de testes
para Covid-19 dentro do âmbito da Operação Falso Negativo.
Para o Governo Federal, o Senado aprova o início dos primeiros dias de maio de 2021 da
CPI da Covid, presidida pelo Senador Renan Calheiros (MDB-AL) com vistas a apurar as res-
ponsabilidades relacionadas ao Governo Federal em relação ao surto de Covid no país.
Em maio de 2021, o Brasil fora ultrapassado pela Índia em número total de mortes pelo
Covid, mas ainda ocupa (apenas atrás de Índia e dos EUA) a terceira colocação no ranking
global de mortes por Covid, devendo atingir a cifra de maio milhão de mortos em julho.

Veja abaixo, caro(a) aluno(a), as diferenças entre surto, epidemia, pandemia e endemia.
Surto: acontece quando há o aumento repentino do número de casos de uma doença em uma
região específica. Para ser considerado surto, o aumento de casos deve ser maior do que o
esperado pelas autoridades. Em algumas cidades (como Itajaí-SC), a dengue é tratada como
surto (e não como epidemia), pois acontece em regiões específicas (um bairro, por exemplo).
Epidemia: a epidemia se caracteriza quando um surto acontece em diversas regiões. Uma
epidemia a nível municipal acontece quando diversos bairros apresentam uma doença, a epi-
demia a nível estadual acontece quando diversas cidades têm casos. Na entrada de 2020,
o Brasil experimentou um surto de dengue. Somente em janeiro deste ano, foram mais de
30.000 casos suspeitos de dengue no país. Outra doença que tem como vetor o Aedes Aegyp-
ti, a Chikungunya, apresentou 959 casos prováveis no início de 2020. A taxa de incidência é de
0,46 casos por 100 mil habitantes. O Nordeste e o Sudeste são as regiões mais afetadas, com
índices de 0,58 por 100 mil e 0,52 por 100 mil, respectivamente. O estado do Rio de Janeiro
registra 28,5% das notificações, onde também foi registrada uma morte pela infecção.
Pandemia: em uma escala de gravidade, a pandemia é o pior dos cenários. Ela acontece quan-
do uma epidemia se espalha por diversas regiões do planeta. Em 2009, a gripe A (ou gripe

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suína) passou de epidemia para pandemia quando a OMS começou a registrar casos nos seis
continentes do mundo. A AIDS, apesar de diminuir no mundo, também é considerada uma
pandemia. Assim como o atual surto de coronavírus, que virou uma pandemia.
Endemia: a endemia não está relacionada a uma questão quantitativa. Uma doença é classifi-
cada como endêmica (típica) de uma região quando acontece com muita frequência no local.
As doenças endêmicas podem ser sazonais. A febre amarela, por exemplo, é considerada
uma doença endêmica da região Norte do Brasil.

Dentro do enorme bojo de assuntos (e controvérsias) acerca da Covid no Brasil e das me-
didas emanadas pelo governo federal no combate ao vírus, entram, como não podia deixar de
ser, os tratamentos preventivos, tais quais propalados insistentemente pelo Presidente Bolso-
naro. Perdendo força nesta entrada de 2021, mas ainda em voga, tal qual podemos perceber
em matéria abaixo do G1 de janeiro de 2021, em meio à segunda onda de pandemia em Ma-
naus. Vejamos abaixo:

MATÉRIA

Em: https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2021/01/15/bolsonaro-insiste-em-tratamento-preco-
ce-sem-comprovacao-contra-a-covid-estudos-mostram-que-nao-ha-prevencao-contra-a-doenca-com-ajuda-
-de-medicamentos.ghtml

Bolsonaro insiste em “tratamento precoce” contra Covid-19 mesmo sem compro-


vação; não há medicamentos para prevenir a doença, mostram estudos

Nesta sexta-feira (15), em meio ao colapso do sistema de saúde em Manaus, o pre-


sidente voltou a defender o uso de ‘antimaláricos’ contra a doença. Não há compro-
vação de que o uso de qualquer remédio tenha a capacidade de proteger e/ou tratar
o coronavírus.

Por G1 – 15/01/2021 18h00 Atualizado há 3 meses

O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender nesta sexta-feira (15) o “tratamento


precoce” contra a Covid-19, mesmo sem qualquer comprovação científica. A insis-
tência em defender o uso de medicamentos ineficientes contra a doença acontece
em meio ao caos do sistema de saúde de Manaus, com falta de oxigênio para aten-
dimento dos pacientes nos leitos hospitalares.

“Estudos clínicos demonstram que o tratamento precoce da Covid, com antimalá-


ricos, podem reduzir a progressão da doença, prevenir a hospitalização e estão as-
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sociados à redução da mortalidade”, escreveu Bolsonaro em sua conta no Twitter.


Algumas horas após a postagem, a rede social colocou uma marcação explicando
que as informações não têm comprovação.

Tuíte de Bolsonaro — Foto: Twitter

O “tratamento precoce”, ou “Kit Covid”, disponibilizado pelo Ministério da Saúde é


uma combinação que inclui a hidroxicloroquina e a cloroquina, junto com outros fár-
macos. As substâncias inicialmente foram testadas em laboratório e, depois, em
estudos clínicos, pesquisadores de diferentes universidades e países comprovaram
que não há prevenção e/ou tratamento com a ajuda de medicamentos.

“Todos os países com seriedade, que seguem a ciência, eles já compreenderam que
esses medicamentos não são eficazes contra a Covid. Se esses medicamentos ti-
vessem qualquer comprovação científica, seria impossível que esses países, onde
existem pesquisadores muito sérios e instituições muito respeitadas e competentes,
não estivessem recomendando para a sua população”, disse Ethel Maciel, professo-
ra titular da Universidade Federal do Espírito Santo e pós-doutora em epidemiologia
pela universidade Johns Hopkins.

“O Brasil precisa deixar isso pra trás. O Brasil precisa colocar o nosso dinheiro, que
é um dinheiro público, naquilo que é realmente efetivo: as vacinas e as medidas
emergenciais, para que as pessoas possam fazer isolamento social com dignida-
de”, completou Maciel.

Nesta sexta-feira (15), centenas de pacientes de Manaus estão sendo transferidos


para outros estados. As transferências ocorrem em meio ao colapso do sistema de

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saúde amazonense, após recorde das internações por Covid-19 e com uma nova va-
riante do coronavírus circulando no estado.

Hospitais do estado ficaram sem oxigênios para pacientes. O G1 registrou nesta


quinta-feira (14) cenas de médicos transportando cilindros nos próprios carros para
levar ao hospital e familiares tentando comprar o insumo. Cemitérios estão lotados
e instalaram câmaras frigoríficas.

‘Terrível o problema em Manaus. Agora, nós fizemos a nossa parte’, diz Jair Bol-
sonaro

Sobre o assunto, o presidente disse:

“Problemas. A gente está sempre fazendo o que tem que fazer. Problema em Ma-
naus. Terrível, o problema em Manaus. Agora, agora, nós fizemos a nossa parte. Re-
cursos, meios. Hoje, as Forças Armadas ‘deslocou’ para lá um hospital de campanha.
O ministro da Saúde esteve lá segunda-feira e providenciou oxigênio”.

Estudos de medicamentos contra a Covid

Em novembro, um estudo brasileiro mostrou que pacientes que tomam cloroquina


há anos tem o mesmo risco de desenvolver a Covid-19 do que aqueles que nunca
tomaram. Participaram cerca de 400 estudantes de medicina e quase 10 mil volun-
tários espalhados por 20 centros do Brasil.

Antes disso, outras pesquisas já haviam acusado a ineficácia das substâncias para
prevenção e tratamento da infecção pelo coronavírus. A revista científica “Nature”,
uma das mais renomadas do mundo, publicou dois estudos que apontaram que a
cloroquina e a hidroxicloroquina não são úteis contra a Covid-19.

Em um dos artigos da “Nature”, o medicamento anti-malárico falhou em apresentar


efeito antiviral contra a Covid-19 em macacos. Já a outra pesquisa não viu efeitos da
cloroquina nas células pulmonares infectadas pelo vírus, em laboratório.

Agência reguladora dos Estados Unidos cancela autorização da cloroquina

Em 16 de julho de 2020, outra revista, a “Annals of Internal Medicine”, mostrou com


testes randomizados padrão ouro, o mais preciso possível em pesquisas científicas,
que a administração de hidroxicloroquina em pacientes com quadro leve de Co-
vid-19 também não se mostrou eficaz.

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Em: https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2021/01/15/bolsonaro-in-
siste-em-tratamento-precoce-sem-comprovacao-contra-a-covid-estudos-mostram-
-que-nao-ha-prevencao-contra-a-doenca-com-ajuda-de-medicamentos.ghtml

A Vacinação

Por fim, o Brasil iniciou em janeiro, em torno de um mês atrasado em relação aos países
da União Europeia e os EUA, a vacinação em massa com vistas a combater a Pandemia de
Covid-19. As 7 vacinas aprovadas pela Anvisa (entre registros definitivos e emergenciais)
por terem cumprido os protocolos relacionados à 3ª fase de experimentação são, na entrada
de maio/2021: as vacinas da Pfizer/BioNTech e a Covishield (Fiocruz/AstraZeneca/Oxford).
Possuem um registro definitivo, concedido pela Anvisa. Agora, a vacina da Janssen (Johnson
& Johnson), a CoronaVac (Instituto Butantan/Sinovac) e a Covishield (com IFA produzido na
Índia) receberam autorização para uso emergencial.
Depois, os imunizantes contra o coronavírus da Moderna e da Sinopharm foram autoriza-
dos por meio do consórcio COVAX Facility. Dessa forma, “sete vacinas poderão ser usadas no
país com a aprovação da Anvisa”.

COVAX Facility e a Vacinação contra a Covid-19 no Brasil

Para facilitar o recebimento de doses dos imunizantes distribuídos pelo COVAX Facility,
a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 465 foi aprovada no dia 9 de fevereiro. “A propos-
ta tem por objetivo deixar clara a dispensa de registro ou da autorização temporária de uso
emergencial para as vacinas importadas pelo Ministério da Saúde provenientes da iniciativa
global Covax Facility”, afirmou a diretora da Anvisa, Meiruze Freitas, na ocasião.
Nestes casos, as vacinas poderão ser distribuídas ao Plano Nacional de Imunização (PNI)
e precisarão apenas da avaliação do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde
(INCQS), órgão associado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Previsão: até dezembro de 2021, todos os adultos vacinados.
E o Governo Federal já comemora a vacinação, nesta entrada de maio de 2021, de grande
parte (85%) da população idosa do Brasil (+60 anos) com ao menos uma dose de vacina contra
o Coronavírus. A estimativa (bastante otimista) emitida pelo Governo Federal é que, na entrada
de dezembro de 2021, toda a população adulta já se encontre vacinada.
FIM

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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (CESPE/FUB/CONHECIMENTOS BÁSICOS/CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR/2018) Acerca
de temas diversos da atualidade, julgue o próximo item.
Atualmente, o massivo investimento em ciência e tecnologia tem feito o setor secundário do
Brasil desempenhar papel de grande destaque no produto interno bruto nacional, que, atual-
mente, está entre os dez maiores do mundo.

O que se percebe atualmente no Brasil é haver uma queda da participação da indústria na


produção de valor total. O PIB industrial, que chegou a ser quase 30% na década de 1980, atu-
almente está abaixo dos 20%. Vivemos provavelmente o processo mais acelerado no mundo
de desindustrialização.
Errado.

002. (CESPE/FUB/CONHECIMENTOS BÁSICOS/CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR/2018) Acer-


ca de temas diversos da atualidade, julgue o próximo item.
No Brasil, o significativo crescimento da produção de grãos fez que o país se tornasse o segun-
do maior produtor de soja do planeta.

O Brasil se tornou o maior exportador de soja em tempos recentes sendo o segundo maior
produtor global. Provavelmente deveremos consolidar, contudo, primeiro lugar no ranking de
produção em pouco tempo, vale o destaque.
Certo.

003. (CESPE/FUB/CONHECIMENTOS BÁSICOS/CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR/2018) Acer-


ca de temas diversos da atualidade, julgue o próximo item.
No contexto econômico das relações internacionais contemporâneas, o Brasil se destaca na
produção e exportação de commodities.

O Brasil possui em sua pauta de exportações uma participação de 50% de commodities. O con-
ceito de commodities se refere a produtos primários minerais e agrícolas de uso global, com
valor de venda determinado por bolsas específicas, sendo a principal a Bolsa de Chicago. As
commodities não possuem valor agregado nem pesquisa em manufatura e tecnologia indus-
trial, além disso, impactam enormemente o meio ambiente.
Certo.

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004. (CESPE/FUB/CONHECIMENTOS BÁSICOS/CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR/2018) Acerca


de temas diversos da atualidade, julgue o próximo item.
Brasília, como importante cidade administrativa e sede do poder federal, influencia direta-
mente municípios dos estados de Goiás e de Minas Gerais.

A área de influência de Brasília alcança GO e MG. Não à toa, a RIDE – Região Integrada de
Desenvolvimento Econômico do Entorno e DF –, que faz as vezes de Região Metropolitana do
DF, possui municípios de ambas as UFs (29 do GO e 4 de MG).
Certo.

005. (CESPE/ABIN/OFICIAL DE INTELIGÊNCIA/2018) De acordo com a Organização das


Nações Unidas (ONU), o número de megacidades no mundo aumentou de quatorze, em 1995,
para vinte e nove, em 2015. Com relação a esse fenômeno de urbanização da sociedade con-
temporânea, julgue o item a seguir.
Denominam-se megacidades as áreas urbanas com população superior a dez milhões de
habitantes.

Ponto interessante em Atualidades. Não confundir com megalópoles, conceito que se refere
à aglomeração de metrópoles. No caso, as megacidades são exatamente estas cidades (não
aglomerações) com mais de 10 milhões de habitantes. A maioria destas estão na Ásia. O lu-
gar onde mais crescem é, justamente, na Ásia e na África. O Brasil possui apenas uma: São
Paulo, considerada uma das 6 maiores cidades do mundo.
Certo.

006. (CESPE/PC-MA/ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL/2018) Em 2017, houve uma série de rebe-


liões de detentos em Roraima, em Minas Gerais, em Santa Catarina, no Amazonas, no Paraná
e no Rio Grande do Norte. Essas ocorrências demonstram a séria crise do sistema prisional
brasileiro. A respeito desse assunto, julgue os itens a seguir.
I – A população carcerária brasileira é composta em sua totalidade por detentos que cum-
prem penas já sentenciadas pela justiça.
II – Um dos problemas dos presídios brasileiros é a superlotação, resultante de políticas de
segurança ineficazes e da falta de celeridade da justiça.
III – As referidas rebeliões ocorreram devido às precárias condições e falhas do sistema car-
cerário, não guardando relação com disputas entre grupos do crime organizado de outras re-
giões do país.
IV – Para assegurar o controle do sistema carcerário, a privatização ou terceirização dos pre-
sídios tem sido apresentada como opção para solucionar a atual crise desse sistema.

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Estão certos apenas os itens:


a) I e III.
b) II e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, II e IV.

Os itens errados são o I e o III. No I, o erro está ao afirmar que a população carcerária advém
de pessoas que, em sua totalidade, cumprem penas já sentenciadas pela justiça. O que temos
hoje no Brasil é, na verdade, um contingente enorme de pessoas ainda esperando julgamento,
presos em prisão temporária e/ou preventiva com prazos em muito expirados.
Letra b.

007. (CESPE/TJ-PR/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2019) Em reunião ministerial realizada em Bruxe-


las, em junho de 2019, foi concluída a negociação da parte comercial do Acordo de Associação.
Segundo estimativas do Ministério da Economia, esse acordo incrementará o PIB brasileiro em
US$ 87,5 bilhões em 15 anos, podendo chegar a US$ 125 bilhões se consideradas a redução
das barreiras não tarifárias e o incremento esperado na produtividade total dos fatores de pro-
dução. O aumento de investimentos no Brasil, no mesmo período, será da ordem de US$ 113
bilhões. Com relação ao comércio bilateral, as exportações brasileiras apresentarão ganhos de
quase US$ 100 bilhões até 2035.
Internet:<www.itamaraty.gov.br> (com adaptações).

O texto anterior descreve projeções de resultados do acordo de livre-comércio negocia-


do entre o:
a) Brasil e os Estados Unidos da América.
b) Brasil e a China.
c) MERCOSUL e os Estados Unidos da América.
d) MERCOSUL e a União Europeia.
e) Brasil, a União Europeia e a China.

Mercosul e União Europeia costuram, há mais de 15 anos, um acordo de liberalização comercial


(com bases a serem a posteriormente definidas). Em 2018, último ano de Temer na Presidên-
cia do Brasil, houve avanços consideráveis em tal questão, que se seguiram, em parte de 2019,
com Bolsonaro. Contudo, o que se percebeu, nos últimos meses de 2019, é haver um retroces-
so nas negociações, uma vez que Bolsonaro se indispôs com França e Alemanha (países-ba-
se da UE) em função de questões acerca de nossa política ambiental. Houve também outro
atraso nas negociações quando a Argentina elegeu em fins de outubro a chapa de esquerda

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comandada por Alberto Fernandez Presidente, com Cristina Kirchner Vice, para 2020-2023.
Bolsonaro já se antecipou e disse não telefonar parabenizando seu maior parceiro no bloco.
Letra d.

008. (CESPE/TJDFT/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/REMOÇÃO/2019)


A respeito das imigrações internacionais, julgue os itens a seguir.
I – A imigração internacional resulta da insatisfação econômica e é também consequência de
situações de conflito civil.
II – Muitas das restrições impostas à imigração resultam do receio do impacto cultural que
o recebimento de estrangeiros pode provocar em determinadas culturas, além dos possíveis
impactos econômicos e sociais.
III – Por ser uma questão humanitária, a imigração internacional é tratada no âmbito dos direi-
tos humanos sem gerar grandes controvérsias na política internacional.
IV – Apesar de não adotar políticas restritivas, o Brasil não é um país de interesse para os imi-
grantes, sendo os maiores fluxos de imigrantes destinados aos países europeus.
Estão certos apenas os itens
a) I e II.
b) I e III.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.

Os itens III e IV estão errados, porque, respectivamente, a questão migratória global é uma pau-
ta conflituosa em política internacional, ao contrário do que o item afirma, e também o Brasil
faz parte do jogo migratório, sendo receptor atualmente de quase 100.000 venezuelanos em
apenas 3 anos, além de ter recebido ao longo desta década que se encerra imigrantes haitia-
nos, bolivianos, peruanos, entre outros.
Letra a.

009. (CESPE/PGE-PE/ASSISTENTE DE PROCURADORIA/2019) Três anos após testemunhar


o maior desastre socioambiental do mundo em barragens de mineração, ocorrido na cidade de
Mariana – MG, o Brasil viu a história se repetir em outro município mineiro, Brumadinho.
A respeito desses desastres ambientais, julgue o próximo item.
O enrijecimento da legislação é indispensável para prevenir desastres como os de Mariana e
de Brumadinho, já que as leis brasileiras são brandas e impedem a atuação mais efetiva dos
órgãos de controle dessas barragens, os quais dispõem de corpo técnico especializado sufi-
ciente para a fiscalização das mineradoras.

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ATUALIDADES
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As tragédias de Mariana e de Brumadinho, ao promovermos recorte acerca da responsabilida-


de do Estado, possuem o mesmo componente: a ineficiência na ação incisiva de órgãos res-
ponsáveis pela fiscalização em tais barragens. Os dois desastres, ao que tudo indica, poderiam
ser evitados se, por exemplo, uma agenda mais rigorosa e minuciosa tivesse sido impressa por
parte da Agência Nacional de Mineração (órgão que concede a lavra), da Secretaria de Meio
Ambiente de Minas Gerais, entre outros órgãos. Vale destacar, que o modelo das barragens
de rejeitos que romperam nas duas ocasiões era do tipo a montante, considerado este, entre
as outras modalidades de barragens, como sendo o menos seguro e, assim, demandante de
fiscalizações periódicas para o funcionamento. Mas o que se constata é não ter havido tal ca-
pacidade por parte do poder público em torno de prevenir tais catástrofes. É claro que há uma
responsabilidade imensa da Vale do Rio Doce (e suas subsidiárias) em ambos os casos.
Por fim, destaca-se que a última catástrofe, de Brumadinho, matou mais de 280 pessoas,
sendo disparado o maior acidente ambiental no país em termos de mortes. No caso de área
atingida, o acidente de Mariana, contudo, superou.
Certo.

010. (CESPE/PGE-PE/ASSISTENTE DE PROCURADORIA/2019) Como um país pode salva-


guardar a sua memória? O museu é o lugar onde se guardam coisas que são importantes
para a história de um país, de uma época e de um povo. O museu perpetua um conhecimento
adquirido por meio da pesquisa, preservação e a divulgação de bens materiais e imateriais.
Quando vamos a um espaço como esse, o museu cumpre um papel social e educativo de
transmitir cultura para a sociedade. É um relicário de nossas memórias enquanto humanida-
de e seu ambiente.
Internet: <https://vestibular.uol.com.br> (com adaptações).

Tendo o texto precedente como referência inicial, julgue o item a seguir.


O trágico incêndio ocorrido no Museu Nacional em setembro de 2018 chama a atenção para a
necessidade de preservar e proteger os bens históricos e culturais tanto por causa de seu valor
para a memória do país quanto para combater o tráfico internacional desses bens.

A assertiva não deixa dúvidas. A preservação do patrimônio cultural em todas suas formas,
com sua guarda em museus, possui, de fato, um viés fundamental também muito bem mar-
cado à salvaguarda de nossos bens.
Certo.

011. (CESPE/PGE-PE/CARGOS 1, 2, 3 E 4/2019) Acerca de temas da atualidade que envolvem


o Brasil e o mundo, julgue o item seguinte.

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Atualidades Brasil
Luis Felipe Ziriba

Com a participação no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, o Brasil firmou impor-
tantes acordos bilaterais com países estratégicos.

Primeiramente, o Fórum Econômico de Davos, realizado anualmente na Suíça, não possui mis-
são que sirva como praça que acordos comerciais sejam firmados. Outro ponto importante a
ser destacado é que o atual Presidente Jair Bolsonaro, em sua primeira participação em Davos,
teve uma atuação morna, sem arrancar aplausos nem críticas.
Errado.

012. (CESPE/PGE-PE/CARGOS 1, 2, 3 E 4/2019) Acerca de temas da atualidade que envolvem


o Brasil e o mundo, julgue o item seguinte.
As práticas sociais na atualidade são totalmente direcionadas pela comunicação nas redes
sociais, que proporcionam amplo debate e favorecem o consenso sobre temas relevantes à
maioria da população.

As redes sociais, como sabemos bem, proporcionam (em tese) debates, mas não vêm favore-
cendo consensos acerca de temas relevantes.
Errado.

013. (CESPE/2019) Acerca de temas da atualidade que envolvem o Brasil e o mundo, julgue o
item seguinte.
O fato de os países árabes serem grandes importadores de produtos da cadeia produtiva do
agronegócio brasileiro pode influenciar a política externa brasileira relativa ao Oriente Médio.

Em tese, o que se espera de nossa política externa, comandada atualmente pelo Ministro Er-
nesto Araújo, é que ocorra maturidade por nossa parte acerca de temas sensíveis do Oriente
Médio, tais quais religião e costumes. Em termos comerciais, houve, ao compararmos com
20 anos atrás, um crescimento considerável tanto em termos absolutos como proporcionais
entre o Brasil e o Oriente Médio. Além do mais, a nossa balança comercial com eles é do tipo
superavitária.
Certo.

014. (CESPE/PGE-PE/CARGOS 1, 2, 3 E 4/2019) Acerca de temas da atualidade que envolvem


o Brasil e o mundo, julgue o item seguinte.
A atual flexibilização de regras nas relações de trabalho, a exemplo de questões relativas à ter-
ceirização, jornada, férias e remuneração, foi resultado de projetos aprovados pelo Congresso
Nacional com a reforma trabalhista.

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Atualidades Brasil
Luis Felipe Ziriba

A reforma trabalhista completou 2 anos em set/2019 após ser aprovada pelo Congres-
so Nacional.
Certo.

015. (CESPE/PGE-PE/CARGOS 1, 2, 3 E 4/2019) Acerca de temas da atualidade que envol-


vem o Brasil e o mundo, julgue o item seguinte.
Dados atuais acerca da segurança pública no Brasil mostram quadro quantitativo de mortes
violentas intencionais por ano similar à média de mortes anuais na guerra na Síria.

É o que se percebe: com mais de 60.000 homicídios em 2017, o Brasil, ao liderar com folga
tal ranking macabro globalmente, ainda se equiparou ao que se estima de perdas humanas
em um ano na pior guerra civil (na Síria) em curso atualmente no mundo. Vale destacar que
em 2019 o governo federal anuncia ter havido, frente a 2017, uma queda de mais de 20% nos
homicídios totais no país.
Certo.

016. (IESES/PREF SÃO JOSÉ-SC/2019) Com relação à aplicação dos recursos oriundos do
Fundo Partidário assinale a alternativa correta:
a) Deve ser usado na manutenção das residências dos membros do partido.
b) Permite a transferência de recursos para outros partidos.
c) Não é permitido o pagamento de despesas com alimentação.
d) Pode ser destinado à criação e manutenção de instituto ou fundação de pesquisa e de dou-
trinação e educação política.

Vejamos abaixo o artigo 17 da Res. do TSE (23.546), de 18 de dezembro de 2017, em confor-


midade com a Lei n. 9.096/1995, sobre os gastos permitidos pelo fundo:

Art. 17. Constituem gastos partidários todos os custos e despesas utilizadas pelo órgão do partido
político para a sua manutenção e consecução de seus objetivos e programas.
§ 1º Os recursos oriundos do Fundo Partidário somente podem ser utilizados para pagamento de
gastos relacionados (Lei n. 9.096/1995, art. 44):
I – à manutenção das sedes e serviços do partido;
II – à propaganda doutrinária e política;
III – ao alistamento e às campanhas eleitorais;
IV – à criação e manutenção de instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação
política;

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Atualidades Brasil
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V – à criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mu-
lheres;
VI – ao pagamento de mensalidades, anuidades e congêneres devidos a organismos partidários
internacionais que se destinem ao apoio à pesquisa, ao estudo e à doutrinação política, aos quais
seja o partido político regularmente filiado; e
VII – ao pagamento de despesas com alimentação, incluindo restaurantes e lanchonetes.
Letra d.

017. (IESES/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ-SC/2019) As queimadas correspondem a uma das


técnicas agrícolas mais primitivas da história do homem. No Brasil há registros da utilização
das queimadas desde o período. No entanto, este modo de limpar o terreno, na atualidade é
alvo de críticas por parte de ambientalistas e técnicos, em particular, no momento na Amazô-
nia. É correto afirmar:
a) Por ser uma técnica rápida e barata, ainda é pouco utilizada no meio rural.
b) Causa empobrecimento do solo, poluição, destruição de redes de eletricidade e cercas,
acidentes rodoviários.
c) Toda queimada é de origem humana.
d) A queimada facilita a vida de todos os agricultores, pecuaristas e população em geral tra-
zendo benefícios a curto e longo prazos.

As queimadas podem até ocorrer por fatores naturais, como raios e energia eletroestática no
ar, mas, na imensa maioria das vezes, são de origem humana. Na Amazônia, em 2019, veri-
fica-se um aumento destes eventos em comparação a anos anteriores. Seus danos se dão
tanto em relação ao quase banimento de organismos que enriquecem o solo, quanto em rela-
ção ao aumento da emissão de gases de efeito estufa na atmosfera, como também prejuízos
estruturais, tal qual citado no item B.
Letra b.

018. (IESES/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ-SC/2019) O cargo de embaixador do Brasil nos Esta-


dos Unidos é um dos cargos mais visados pelos diplomatas de carreira. No Brasil é tradição
selecionar diplomatas de carreira e de longa experiência. O cargo de embaixador nos EUA é
considerado pelo Itamaraty estratégico em virtude de alguns pontos.
I – Longa tradição na diplomacia entre os dois Países.
II – Grande poder econômico e militar norte-americano.
III – EUA tem a segunda maior comunidade brasileira no exterior.
IV – Influência dos EUA somente nos países mais desenvolvidos das Américas.
Assinale a sequência correta:
a) Apenas as assertivas III e IV estão incorretas.
b) Apenas a assertiva I está correta.

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c) Apenas a assertiva IV está incorreta.


d) As assertivas I, II, III e IV estão corretas.

Estão erradas a III e a IV respectivamente porque o número de brasileiros nos EUA é o maior
entre todos países no globo e a influência norte-americana nas Américas se consolidou não
apenas nos países mais desenvolvidos, mas de forma praticamente hegemônica.
Letra a.

019. (CESPE/TJ-PR/TEC JUDICIÁRIO/2019) Em reunião ministerial realizada em Bruxelas,


em junho de 2019, foi concluída a negociação da parte comercial do Acordo de Associação.
Segundo estimativas do Ministério da Economia, esse acordo incrementará o PIB brasileiro em
US$ 87,5 bilhões em 15 anos, podendo chegar a US$ 125 bilhões se consideradas a redução
das barreiras não tarifárias e o incremento esperado na produtividade total dos fatores de pro-
dução. O aumento de investimentos no Brasil, no mesmo período, será da ordem de US$ 113
bilhões. Com relação ao comércio bilateral, as exportações brasileiras apresentarão ganhos de
quase US$ 100 bilhões até 2035.
Internet:<www.itamaraty.gov.br> (com adaptações).

O texto anterior descreve projeções de resultados do acordo de livre-comércio negociado entre o


a) Brasil e os Estados Unidos da América.
b) Brasil e a China.
c) MERCOSUL e os Estados Unidos da América.
d) MERCOSUL e a União Europeia.
e) Brasil, a União Europeia e a China.

O avanço nas tratativas de um acordo comercial entre Mercosul e UE avançaram significati-


vamente em 2018 até meados de 2019 (com Temer e Bolsonaro na Presidência). Contudo, as
atuais trocas de farpas em função da questão nas queimadas na Amazônia, em que o governo
brasileiro se colocou radicalmente contra o posicionamento de dois players principais do bloco
europeu – Alemanha e França –, ao que tudo indica, em primeira análise, fizeram andar para
trás tais negociações. Vejamos as cenas dos próximos capítulos.
Letra d.

020. (ADM&TEC/PREFEITURA DE ALAGOINHAS-PB/AUX ADMINISTRATIVO/2019)


TEXTO: Soja
A China provavelmente não vai poder contar apenas com o Brasil para atender sua demanda
por soja, já que o país asiático deixou de importar a oleaginosa dos Estados Unidos em meio
à guerra comercial.

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Atualidades Brasil
Luis Felipe Ziriba

Quando Donald Trump deu início à disputa de tarifas no ano passado, o Brasil havia acabado
de registrar uma supersafra, o que permitiu ao maior exportador de soja do mundo atender
quase que exclusivamente à voraz demanda da China. Mas, depois dos volumes recordes ex-
portados e de problemas climáticos no período de cultivo, os estoques brasileiros estão em
queda e a próxima safra está a meses de distância.
Isso poderia criar um problema para a China, o maior consumidor de soja do mundo. Depois
que Trump intensificou a disputa comercial na semana passada, o gigante asiático decidiu
suspender as compras de produtos agrícolas dos EUA. A Argentina (um país sul-americano)
pode ser uma opção, mas os agricultores atualmente estão estocando grãos antes das pró-
ximas eleições.
Já há evidências de um aperto na oferta. Os estoques de soja do Brasil estão 80% abaixo do
nível registrado no mesmo período do ano passado, e as exportações do país caíram 8% até
julho. Para a China, as exportações mostram queda de 11%. Os prêmios dos preços para em-
barques do país estão em alta.
(Adaptado. Acesso em agosto de 2019. Disponível em: http://bit.ly/2yZRUiV)

Com base no texto ‘SOJA’, leia as afirmativas a seguir:


I – De acordo com o texto, Donald Trump iniciou uma disputa comercial com a China há alguns
anos, determinando o aumento das tarifas de importação de produtos desse país asiático.
Naquele período, o Brasil havia registrado uma queda expressiva de estoques devido à proxi-
midade das eleições.
II – A partir da leitura atenta do texto, o leitor pode concluir que a China está diante do risco
de não ter sua demanda por soja completamente atendida. Entre as causas desse fenômeno,
o autor cita os problemas climáticos no período de cultivo na Argentina, as sanções aos pro-
dutos agrícolas brasileiros impostas por Donald Trump e a redução de 11% nos estoques dos
países asiáticos produtores desse cereal.
Marque a alternativa CORRETA:
a) As duas afirmativas são verdadeiras.
b) A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.
c) A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa.
d) As duas afirmativas são falsas.

O I está errado ao estabelecer relação entre o desabastecimento do estoque de soja no Brasil


com a proximidade das eleições, o que, segundo o texto, se dá na Argentina (que realizou seu
pleito presidencial em fins de out/2019).
Já o II afirma que as questões climáticas afetaram a produção na Argentina, mas tal intempérie
está associada ao Brasil, além do que, o mesmo item versa também de forma enganosa que

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os EUA imprimiram sanções comerciais ao Brasil, sendo que, na verdade, tal contenda foi em
relação à China.
Letra d.

021. (IESES/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ-SC/2019) O G7 é o grupo dos países economica-


mente mais poderosos do mundo. Os países-membros possuem alto nível de industrialização
e são estruturados enquanto governos democráticos. O G7 surgiu na década de 1970. A ideia
era realizar um encontro informal entre as nações que dominavam os mercados ocidentais
para coordenar movimentos em direção ao crescimento econômico e bloquear o avanço dos
blocos comunistas. Anualmente os chefes de estado dos países-membros G7 reúnem-se para
discutir os rumos financeiros de seus países, e consequentemente da economia mundial.
Assinale a alternativa correta que contém os países-membros do G7 na atualidade.
a) Alemanha, Canadá, Rússia, EUA, Franca, Japão e Reino Unido.
b) Alemanha, Canada, EUA, Franca, Itália, Japão e Reino Unido.
c) Brasil, Alemanha, Canada, EUA, Japão, Rússia e Itália.
d) Rússia, Reino Unido, Franca, Espanha, Canada, Itália e China.

Atualmente a Rússia se encontra suspensa do G8, como retaliação em função das ações em-
preendidas pelo país na questão da Crimeia, em 2014, sendo estes, portanto, os atuais pa-
íses do G7.
Letra b.

022. (VUNESP/PREFEITURA DE VALINHOS-SP/ENFERMEIRO/2019) As agências espaciais


da Europa e dos Estados Unidos apresentaram, no dia 10 de abril deste ano (2019), a primeira
imagem do buraco negro no Universo, graças ao trabalho de 200 pesquisadores e oito teles-
cópios de rádio interligados. Segundo cientistas que participaram do projeto, a descoberta
comprova a Teoria
(http://twixar.me/9jtK. Adaptado)
a) do Princípio Antrópico.
b) do Big Bang.
c) da Quinta Força Fundamental.
d) da Relatividade.
e) do Caos.

No centro de um buraco negro, há o que chamamos de “singularidade”, uma enorme quantida-


de de massa encolhida em um ponto infinitamente pequeno, de dimensão zero, no espaço. A

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teoria da relatividade geral de Albert Einstein prevê que uma massa suficientemente compacta
pode deformar o espaço-tempo para formar um buraco negro.
Letra d.

023. (VUNESP/CONTADOR/2019) Os principais institutos de pesquisa argentinos divulgaram


que a aprovação popular ao governo de Mauricio Macri está caindo a níveis preocupantes.
Anunciados neste domingo (14 de outubro), os levantamentos de um instituto mostram que,
dos 40% que o presidente tinha em março de 2018, agora restam 26%. Já os números de outro
instituto mostram uma queda de 60%, índice do presidente em dezembro de 2017, para 40%
agora. O governo mostra-se preocupado pelo curto espaço de tempo em que se perderam de
15% a 20% de aprovação.
(Folha de S. Paulo, 14 out. 18. Disponível em:<https://goo.gl/VjXoHZ>. Adaptado)

Entre as causas para a queda identificada nas pesquisas citadas no trecho, é correto indicar
a) os escândalos de corrupção publicados pela imprensa.
b) o aumento vertiginoso dos índices de violência urbana.
c) a forte crise econômica que atinge o país.
d) a rápida deterioração do sistema público de saúde.
e) o colapso do sistema público de educação.

Macri não conseguiu colocar a economia do país nos trilhos. Há recessão (queda do PIB em
2017 e 2018 na casa dos 2% ao ano), inflação galopante (uma das maiores do mundo, em
torno de 40% para 2019) e derretimento do valor do peso frente ao dólar. Como resultado, ele
experimentou níveis baixíssimos de popularidade chegando ao fim do mandato em que tenta-
va ser eleito novamente, perdendo, contudo, o posto para o grupo rival de Alberto Fernandez,
com Cristina Kirchner Vice.
Letra c.

024. (VUNESP/CONTADOR/2019) A liderança política disse nesta segunda-feira (29 de outu-


bro de 2018) que não buscará um quinto mandato na chefia de governo em 2021 e que deixará
a liderança de seu partido no fim de 2018. “É hora de dar início a um novo capítulo”, afirmou à
imprensa, na saída de uma reunião com correligionários, acrescentando que a mudança traz
mais oportunidades do que riscos. “Em 2021, não voltarei a disputar a chancelaria nem uma
cadeira no Parlamento. E não concorrerei mais a cargos políticos.”
(Folha de S.Paulo, 29 out. 18. Disponível em:<https://goo.gl/MVBW7d>. Adaptado)

O trecho citado aborda uma notícia relacionada


a) à chanceler alemã Angela Merkel.
b) ao presidente russo Vladimir Putin.

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c) ao primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi.


d) ao primeiro-ministro britânico David Cameron.
e) ao presidente francês Emmanuel Macron.

Angela Merkel se tornou uma das principais lideranças globais. Postulada quase unanimemen-
te como sendo a mulher mais importante do mundo ao longo destes últimos 15 anos, destila
na condução de seu governo um estilo conciliador e umbilicalmente ligado aos preceitos de
unicidade europeia. No comando de uma das maiores potências globais, e país mais rico e
populoso da Europa desde 2005, declara perceber ser a hora de passar o bastão em 2021.
Seu partido, acima citado, se chama União Democrática Cristã (CDU), de viés ideológico cen-
tro-direita.
Letra a.

025. (VUNESP/UNICAMP/BIBLIOTECÁRIO/2019) Os americanos foram às urnas nesta ter-


ça-feira (06.11) para as eleições de meio de mandato (midterms, em inglês), nas quais defini-
ram uma nova Câmara, um terço do Senado e mais de 75% de seus governadores.
(Acesso em 06.11.18 – disponível em: https://glo.bo/2QltGGJ. Adaptado)

A votação teve clima de referendo para Donald Trump, que completou dois anos na Casa
Branca, pois:
a) o Presidente manteve sua maioria no Senado, perdendo a maioria da Câmara dos represen-
tantes para os Democratas.
b) a população manifestou boicote à eleição em protesto contra o Presidente.
c) os candidatos eram todos contrários à política do presidente contra imigrantes.
d) o Presidente aguardava as eleições para continuar sua guerra contra a Coreia do Norte.
e) o Presidente dependia das eleições para saber se iria continuar com sua política de corte de
gastos militares.

Trump segue com maioria na Câmara e, assim, busca se sustentar no recente processo de
impeachment contra ele aberto em dez/2019.
Letra a.

026. (VUNESP/PREF SERRAN-SP/ENG CIVIL/2018) O candidato governista no Paraguai, Ma-


rio Abdo Benítez, venceu as eleições presidenciais no domingo com a promessa de manter o
rumo econômico e atrair mais investimentos ao país.
(Terra, abr. 2018. Disponível em:<https://goo.gl/7Zpoki>. Adaptado)

Mario Abdo Benítez é um:


a) líder oriundo das camadas populares e ligado à esquerda.

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b) político tradicional que luta por pautas da centro-esquerda.


c) militante dos povos nativos que luta pela reforma agrária.
d) jovem conservador com laços com a última ditadura do país.
e) religioso ligado aos católicos e defensor do conservadorismo moral.

Benítez possui um direcionamento político parecido com nosso presidente Jair Bolsonaro, de
viés de direita-radical. Seu pai foi auxiliar de primeira mão do último ditador do país, Alfredo
Strossner.
Letra d.

027. (INÉDITA/2020) A população mundial cresce nesta entrada de nova década ainda em
taxa superior a 1% ao ano em média, ostentando indicadores de fecundidade repositivos, ou
seja, acima da média de 2 filhos por mulher em idade reprodutiva.

Estima-se que a média de filhos por mulher em 2019, muito puxada pela África, esteja em
trono dos 3.2.
Certo.

028. (INÉDITA/2020) A demografia em vários países em desenvolvimento vive uma fase em


que, ao longo das últimas décadas, ganhou corpo o “bônus ou janela demográfica”. Este fe-
nômeno demográfico ocorre pela predominância nas pirâmides etárias locais (sendo o Brasil
um destes países, inclusive) de população em grupo de idade adulta (20-59 anos) em contra-
posição aos grupos de jovens e idosos.

Bônus demográfico é exatamente quando ocorre a predominância de população adulta na so-


ciedade. É uma fase que vem após a “explosão demográfica”.
Certo.

029. (INÉDITA/2020) O Brasil em termos globais pode ser ainda classificado como um país
tipicamente populoso, visto que o nosso contingente populacional total está ranqueado entre
um dos dez maiores do mundo em 2019.

Somos o sexto contingente, atrás do Paquistão.


Certo.

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030. (INÉDITA/2020) Segundo a ONU, em seu mais recente estudo sobre a população global,
o World Population Prospects-2019, o grupo de países atualmente que experimenta uma de-
pressão demográfica, ou seja, a queda em seus totais populacionais, está localizado funda-
mentalmente em áreas onde ocorrem guerras, tais quais a Síria, o Iraque, o Iêmem.

A depressão demográfica ocorre em aproximadamente 30 países atualmente, via de regra,


nações europeias e Japão.
Errado.

031. (INÉDITA/2020) Governos que se posicionam declaradamente à esquerda comandam


imensa parcela dos países da América do Sul atualmente. Em larga medida, tal tomada de
poder logrou êxito no subcontinente por vias não democráticas, com expedientes golpistas e
auxílio de grupos paramilitares.

Houve uma massiva entrada de governos à esquerda na América do Sul na década anterior
(2000-2010). Estes governos entraram no poder por via democrática.
Errado.

032. (INÉDITA/2020) A política externa de Donald Trump é declaradamente refratária a acor-


dos comerciais multilaterais, mas se posiciona positivamente a que haja a ampliação do le-
que de intervenções militares por parte das Forças Armadas ao redor do globo.

O direcionamento da política externa de Trump é refratário a acordos multilaterais, mas também


busca diminuir o leque intervencionista dos EUA, demonstrando um imenso isolacionismo.
Errado.

033. (INÉDITA/2020) A China e os Estados unidos são hoje ao mesmo tempo os maiores pro-
dutores industriais e as maiores economias do mundo. A formação de um campo comercial
unificado entre estas duas potências se encontra em fase inédita, tendo em vista que ambos os
países não vêm medindo esforços com vistas a consolidar, já para 2020, acordos comerciais
liberalizantes em quase todas as esferas e, assim, consolidar um modelo de trocas comerciais
estruturado praticamente sem qualquer entrave aduaneiro entre estes dois gigantes globais.

Embora seja longo o texto do item, vale destacar que não há, por parte dos dois países, inicia-
tivas claras com vistas a liberalizar o comércio entre ambos.
Errado.

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034. (INÉDITA/2020) A ONU tem atualmente como chefe máximo no cargo de Secretário-Ge-
ral, em mandato que se sucede entre o quinquênio 2017-2021, o português António Guterres.

Esse é o atual Secretário-Geral da ONU. Mandato de 4 anos.


Certo.

035. (INÉDITA/2020) Há uma guerra comercial em curso no mundo envolvendo os EUA e a


China, as duas maiores economias globais. Um conflito que preocupa investidores em inúme-
ras praças financeiras e prejudica investimentos diretos por partes de empresas. Com relação
aos principais elementos desta crise de comércio atual envolvendo dois gigantes globais,
julgue os itens.
O combate aos produtos made in China é uma bandeira de campanha do presidente dos EUA,
Donald Trump. Desde 2018, ele começou a colocar em prática, de fato, sua política America
First (América Primeiro, na tradução livre), que tem, entre seus focos, fortalecer a indústria
americana em detrimento de produtos importados.

Ao convocar a população dos EUA nas eleições com este lema, America First, Trump vence as
eleições de 2016 impulsionado por votos de uma massa de americanos ansiosos em recupe-
rar postos de emprego perdidos em função da dispersão de parques industriais para outros
países, principalmente a China.
Certo.

036. (INÉDITA/2020) Os EUA intensificam as sanções econômicas frente a China, já que ocor-
re ano a ano, desde 2010, um distanciamento do tamanho do PIB norte-americano frente a de
seu rival oriental. A década que se encerra (2010-2020) marca, portanto, a consolidação de
uma dianteira disparada do tamanho do PIB chinês frente ao PIB dos EUA.

A guerra comercial tem a ver com deficit dos EUA em balança comercial frente a China e o
avanço da tecnologia 5G comandada pela China em curso. Em relação ao PIB, o Produto Inter-
no Bruto dos EUA ainda é maior que o da China, numa razão de 40%, devendo, contudo, haver
a ultrapassagem do PIB chinês sobre o norte-americano até 2030.
Errado.

037. (INÉDITA/2020) A política impressa por Donald Trump, desde seus primeiros dias de go-
verno frente ao comércio exterior, pode ser considerada agressiva e isolacionista.

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Sem sombra de dúvidas. É um isolacionismo que se demonstra por meio de saída de blocos
econômicos e revisões tarifárias várias, frente, por exemplo, ao Nafta, o acordo de livre comér-
cio firmado com EUA e México em 1994.
Certo.

038. (INÉDITA/2020) É fato inequívoco que o mercado interno chinês ainda prescinde de es-
calas atrativas de consumo e renda. Em função das imposições restritivas do partido comu-
nista local, os gastos com bens de consumo por parte da imensa população local ainda se
encontram longe do que se observa em países bem menores, tais quais a Bélgica, ou mesmo
a Argentina.

O mercado interno chinês cresce espantosamente e já muito maior em gastos que qualquer
país, com exceção dos EUA. Aliás, no mercado de consumo de luxo, a China lidera o ranking
global faz alguns anos.
Errado.

039. (INÉDITA/2020) A política relativa ao comércio global se encontra rendida atualmente à


cotação de moedas, tais quais o Yuan – a moeda chinesa. Quando a moeda da China se va-
loriza frente ao dólar dos EUA, fato que aconteceu muitas vezes em 2019, o mercado norte-a-
mericano perde capacidade de compra de produtos e, como consequência, os EUA promovem
sanções e aumentos de taxas a produtos de fora.

Na verdade, a premissa inicial do item está correta, mas há erros após. Há um balanceio nas
relações comerciais que se deve, entre outros fatos, sem dúvidas, à cotação de moedas im-
portantes, tais quais a moeda chinesa. Contudo, o que se percebe é que a cotação dela se
encontra desvalorizada frente ao dólar, o que torna mais competitivos os produtos fabricados
na China. A China controla a inflação global, de certa forma, e sua moeda subvalorizada contri-
bui a que ocorra superavit comerciais em sua balança comercial principalmente com os EUA.
Sendo assim, é errado afirmar que a moeda chinesa vem se valorizando ostensivamente frente
ao dólar. Por fim, vale destacar que os EUA reclamam enormemente frente ao processo que
consideram artificial imposto pela China de desvalorização de sua moeda exatamente para
vender mais baratos seus produtos ao exterior.
Errado.

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040. (INÉDITA/2020) Acerca dos principais pontos de Atualidades Brasil, julgue como certo
ou errado os itens abaixo conforme seus conhecimentos:
Algumas díades (questões fronteiriças) ganharam espaço no ano de 2019, causadas sobrema-
neira em função dos posicionamentos antagônicos ideológicos de Brasil (a direita) e Venezue-
la (a esquerda). Uma delas se deve ao fechamento da fronteira entre os dois países, por prazo
aproximado de 3 meses, por parte da Venezuela no primeiro semestre de 2019.

Embora não haja questões em voga em Atualidades acerca de limites territoriais entre o Bra-
sil e seus países vizinhos (são 10), o ano de 2018/2019 expôs algumas questões acerca de
imigrantes venezuelanos que aqui adentraram fugindo da Crise Econômica por lá instalada. O
Brasil, como forma de tripudiar o vizinho (se utilizando marotamente do argumento da “ajuda
humanitária”), disse que enviaria mantimentos para o país, sendo tal proposta rechaçada por
Nicolas Maduro que, logo em seguida, ficou “emburrado” e promoveu o fechamento (por sua
livre e espontânea vontade) de suas fronteiras com o Brasil entre os meses de mar a jul/2019.
Certo.

041. (INÉDITA/2020) Em 2019, o Brasil marcou um total de 5.570 municípios. Os Estados com
mais municípios atualmente são Minas Gerais e São Paulo.

Os dados acima conferem com a realidade de nossa malha urbana em 2019 com SP e MG na
liderança em número total de municípios.
Certo.

042. (INÉDITA/2020) No balanço dos modais de transporte em 2019, o meio rodoviário pos-
sui predominância sobre todos os outros meios no país, com algo em torno de 60% da carga
transportada.

Depois do modal rodoviário no Brasil, vem o modal ferroviário que transporta em torno de 20-
25% da carga no país seguido pelo hidroviário e o aéreo.
Certo.

043. (INÉDITA/2020) A ausência de incentivos atualmente à entrada de empreendimentos


com vistas a ampliar o parque nacional de produção eólica no Brasil criou um impasse, o qual
pode ser percebido tendo em vista que vivemos um aumento considerável da produção de
energia por fontes que produzem gases de emissão de estufa e, como consequência, uma
quase ausência na participação desta matriz limpa oriunda pela força dos ventos.

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A produção de energia pela força dos ventos (eólica) ganhou impulso no Brasil ao longo dos
últimos 15 anos. Hoje essa matriz em crescimento responde por praticamente 6% da energia
do Brasil em média.
Errado.

044. (INÉDITA/2020) O PNAD – Programa Nacional de Amostragem Domiciliar – visa acom-


panhar as flutuações trimestrais e a evolução, no curto, médio e longo prazos, da força de
trabalho, e outras informações necessárias para o estudo do desenvolvimento socioeconô-
mico do País. Para atender a tais objetivos, a pesquisa foi planejada para produzir indicado-
res trimestrais sobre a força de trabalho e indicadores anuais sobre temas suplementares
permanentes (como trabalho e outras formas de trabalho, cuidados de pessoas e afazeres
domésticos, tecnologia da informação e da comunicação etc.), investigados em um trimestre
específico ou aplicados em uma parte da amostra a cada trimestre e acumulados para gerar
resultados anuais, sendo produzidos, também, com periodicidade variável, indicadores sobre
outros temas suplementares. Tem como unidade de investigação o domicílio.
A PNAD Contínua foi implantada, experimentalmente, em outubro de 2011 e, a partir de janei-
ro de 2012, em caráter definitivo, em todo o Território Nacional. Sua amostra foi planejada de
modo a produzir resultados para Brasil, Grandes Regiões, Unidades da Federação, Regiões
Metropolitanas que contêm Municípios das Capitais, Região Integrada de Desenvolvimento –
RIDE Grande Teresina, e Municípios das Capitais. Desde sua implantação, a pesquisa, gradual-
mente, vem ampliando os indicadores investigados e divulgados.
Com relação aos aspectos relacionados à população brasileira, suas tendências atuais e pa-
noramas, julgue os itens.
A densidade demográfica do Brasil revela-nos um país povoado em comparação a outras na-
ções do globo, com grande adensamento populacional em quase todas as porções de nosso
imenso território.

Nesse quesito o Brasil não está listado em posição alta no ranking dos mais populosos. Aliás,
muito pelo contrário.
Ao diluirmos a enorme população brasileira por nosso gigante território nacional, em um
ranking de mais ou menos 190 países, o Brasil se encontra por volta do 159º lugar.
Errado.

045. (INÉDITA/2020) Contribui para ser baixa atualmente a taxa de densidade demográfica do
Brasil o tamanho continental do Brasil e a presença de anecúmenos, áreas onde a fixação de
pessoas é dificultada por fatores naturais, tais quais a Floresta Amazônica.

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Lembrando que anecúmenos são áreas como desertos, selvas e geleiras.


Certo.

046. (INÉDITA/2020) O padrão de crescimento populacional no Brasil revela-nos que em


2045-2050 o país deva adentrar ao rol de países em depressão populacional.

É isso que o IBGE prevê caso mantidas as atuais tendências de crescimento.


Certo.

047. (INÉDITA/2020) Os estados mais populosos do Brasil se encontram primeiramente nas


regiões mais populosas: Sudeste e Nordeste.

Os estados mais populosos do Brasil são São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia. As
regiões mais populosas são Sudeste e Nordeste.
Certo.

048. (INÉDITA/2020) A maior taxa de crescimento entre os municípios brasileiros está em


São Paulo, onde a população atinge em 2019 40 milhões de habitantes.

São Paulo é o maior município do Brasil e Região Metropolitana (respectivamente 12,5 mi e 21


milhões), longe de possuir 40 milhões de habitantes.
Errado.

049. (INÉDITA/2020) Acerca dos temais mais importantes de Atualidades em 2019 no Brasil,
julgue os itens abaixo.
A Operação Lava Jato tem suas instâncias iniciais em Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro.

A operação possui primeiras instâncias em Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo, com esferas
recursais nos TRF-4 de Curitiba e TRF-2 do Rio de Janeiro e Tribunais Superiores em Brasília.
Certo.

050. (INÉDITA/2020) A Petrobras deve ser vendida por completo até fins de 2019, saindo das
mãos estatais e indo por completo para a iniciativa privada.

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O momento da Petrobras é de liberalização e busca pela volta de investimentos e lucros. Há


em 2019 venda de ativos, como refinarias e leilões de poços de petróleo com permissividade
à total participação de empresas estrangeiras, contudo a estatal não está sendo vendida tal
qual afirma o item.
Errado.

051. (INÉDITA/2020) No biênio 2018/2019, as escalas de produção industrial no ramo de


bens manufaturados no país experimentaram uma retomada inédita relacionada a políticas
assertivas para o setor empreendidas nos governos Temer e Bolsonaro.

Vivemos uma contínua desindustrialização.


Errado.

052. (INÉDITA/2020) As milícias no Rio de Janeiro possuem estrita relação com áreas em que
o Comando Vermelho, maior facção criminosa no estado, se uniu a militares tais quais PMs e
Bombeiros, em favelas da Zona Sul e Centro.

As milícias possuem atuação principalmente na Zona Oeste. Sua ação, na verdade, em pri-
meira fase, se deve à expulsão de traficantes e do poder paralelo por parte de grupos de mili-
tares na ativa ou não.
Errado.

053. (INÉDITA/2020) Os acordos de leniência e delações premiadas são instrumentos jurídi-


cos bastante comuns na Lava Jato.

São instrumentos de acordos já existentes em nosso estatuto jurídico que, contudo, vêm sen-
do usados ostensivamente na Lava Jato. Acordos de Leniência são para pessoas jurídicas e
as delações premiadas são para pessoas físicas.
Certo.

054. (INÉDITA/2020) O novo Ministério da Economia representa a fusão do Ministério da Fa-


zenda e do Planejamento estando à frente da pasta o economista Paulo Guedes.

O novo Ministério tem o economista liberal Paulo Guedes como chefe da pasta.
Certo.

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GABARITO
1. E 19. d 37. C
2. C 20. d 38. E
3. C 21. b 39. E
4. C 22. d 40. C
5. C 23. c 41. C
6. b 24. a 42. C
7. d 25. a 43. E
8. a 26. d 44. E
9. C 27. C 45. C
10. C 28. C 46. C
11. E 29. C 47. C
12. E 30. E 48. E
13. C 31. E 49. C
14. C 32. E 50. E
15. C 33. E 51. E
16. d 34. C 52. E
17. b 35. C 53. C
18. a 36. E 54. C

Luis Felipe Ziriba


Formado em Geografia pela Universidade de Brasília, leciona desde 2001 em cursos e plataformas
variadas pelo Distrito Federal, tendo começado em pré-vestibulares, seguindo para preparatórios para o
concurso de admissão à carreira diplomática, escolas de ingresso na carreira militar (ESPCEX) além de
lecionar para os mais concorridos concurso do Brasil, tais quais Câmara dos Deputados, Senado Federal,
BC, PF, PCDF, entre outros, promovendo nestes últimos, principalmente, aulas na frente de Atualidades e
de Realidade do DF

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