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Raquel Patro

Como engrossar o caudex da

Rosa-do-deserto:
10 DICAS ESSENCIAIS

Revisão: Bruna Camargo Correa

Diagramação: Raquel Patro

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direitos autorais é crime estabelecido na lei. nº 9.610/98/98 e punido pelo artigo 184 do Código
Penal.

Prefixo editorial: 9000942

ISBN: 978-65-995547-1-1
Título: Como engrossar o caudex da rosa-do-deserto: 10 dicas essenciais
Tipo de Suporte: Publicação digitalizada
Formato Ebook: PDF

Raquel Patro https://www.jardineiro.net

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U m dos principais atributos das rosas-do-deserto, senão o mais

importante, é seu característico caudex engrossado. Com suas formas
voluptuosas e esculturais, os caules das plantas do gênero Adenium
conquistam admiradores e colecionadores aficionados no mundo todo.

E mesmo que alguns digam que as colecionam por suas flores, o fato é,
que a grande popularidade dessas espécies se deve ao caudex avantajado.
Afinal, plantas com belas flores existem de muitas espécies e, a despeito
do que temos hoje em dia, nos primórdios do cultivo, os Adenium não
apresentavam muitas variações florais. A grande maioria das plantas
tinham flores cor-de-rosa. Ainda assim, eram belíssimas e desejadas,
devido ao formato do seu caudex.

Independente de opiniões, o objetivo deste livro é oferecer conceitos e

ferramentas para promover o desenvolvimento do caudex da sua

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rosa-do-deserto. Leia-o com senso crítico aguçado e extraia as

informações que fizerem sentido para você e seu estilo de cultivo.

Antes de explorar as técnicas e dicas de como engrossar o caudex da

rosa-do-deserto, é importante entender o que é um caudex e o porquê
essa espécie tem essa estrutura ao invés de um caule ou tronco como
outras espécies de plantas. Para explicar a definição de caudex, vamos
viajar para os locais de origem do Adenium: o seu habitat.

Originárias do continente africano e da península arábica, os Adenium são

plantas suculentas, que evoluíram em ambientes semidesérticos.
Diferentes espécies ocorrem de norte a sul da África e nos países árabes.
Sendo assim, algumas podem ser encontradas próximas à linha do
equador, em áreas ensolaradas e quentes o ano todo, enquanto outras
preferirão o clima mais temperado do Sul do continente africano, com
estações do ano mais marcadas.

Na natureza as espécies de Adenium se desenvolveram para guardar água e energia para

períodos de escassez.

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Mas, o que elas têm em comum afinal? Todas as espécies são suculentas e
adaptadas às condições semiáridas. São plantas que se preparam desde o
início da vida para sobreviver em locais com pouca disponibilidade de
água em alguma época do ano. É por isso que elas desenvolvem o caudex.
Enquanto outras plantas suculentas podem ter folhas engrossadas ou
mesmo raízes especiais para reservas, os Adenium modificaram seu caule
para que ele se tornasse o seu armazém. Um armazém que serve para
guardar água e energia para momentos difíceis, como a seca.

No entanto, o caudex é estruturalmente uma região basal do caule. Uma

área curta e engrossada, que inclui o que chamamos “colo” da planta. Na
maioria das plantas, o colo nada mais é do que uma região tênue, e muitas
vezes sutil, onde o caule encontra as raízes. Essa região só existe em
plantas originárias de sementes. Assim, precisamos ter em mente que não
é possível engrossar o caudex de uma planta originária de propagação por
estaquia, visto que essa planta simplesmente não tem caudex. Com a
técnica correta podemos desenvolver belas raízes engrossadas e obter um
caule principal mais calibroso e muito escultural, mas nunca um caudex
natural característico. Vamos a algumas dicas:

1. Genética
A primeira dica para um caudex gorducho, pasmem: vem de berço. Ou
seja, de nada adianta você seguir todos os segredos que serão explicados
mais adiante nesse livro, se a sua rosa-do-deserto não tiver genética para
um caudex engrossado.

Na busca por um caudex cada vez mais largo e escultural, muitos

viveiristas de Adenium fazem programas de melhoramento genético, com
cruzamentos controlados a partir das melhores matrizes. Dessa forma,
apenas as matrizes com o caudex mais largo e bonito são utilizadas como

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pais nos serviços de polinização. Além disso, algumas espécies e linhagens

utilizadas nas hibridizações e na criação de novas cultivares, têm maior
propensão ao caudex engrossado. Assim, podemos aumentar as
probabilidades de obtermos plantas filhas com as boas características
herdadas dos pais.

Algumas linhagens, como aquelas descendentes de Adenium arabicum, são naturalmente mais
compactas e com um caudex bem largo.

Ainda não há estudos aprofundados sobre os genes dos Adenium, e

acredito que a característica para um caudex bonito e escultural, dependa
de mais do que um simples gene. Provavelmente, estamos diante de uma
característica controlada por mais genes e que sofre uma grande
influência do meio ambiente onde a planta cresce.

Então, não é como a cor dos olhos de uma pessoa, ou mesmo como a cor
das flores, em que há poucos genes envolvidos e tudo se define

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independente do ambiente. É mais aceitável pensar que seja uma

característica como a “propensão” ao ganho de peso, algo em que há um
conjunto de genes envolvidos somado à influência do ambiente, que
resultará nas características da planta.

Se você compra sementes misturadas, pode ter a sorte de ver germinar

uma planta com uma clara tendência ao caudex grosso. Mas, essa
probabilidade aumentará consideravelmente se as matrizes utilizadas na
produção das sementes tiverem um caudex avantajado. Leve isso em
consideração na hora de nivelar suas expectativas sobre o caudex de suas
plantas.

2. Qualidade das sementes

E a influência do berço não termina na genética. Sementes grandes e

cheias têm maiores chances de originar mudas igualmente gordinhas. Ou
seja, uma muda de qualidade começa pela genética dos pais, mas passa
também por um bom desenvolvimento e maturação da vagem. Adquira
sempre sementes de boa procedência, com bom tamanho e cor uniforme.
Afinal, quanto maior e mais pesada a semente, maior a quantidade de
energia que ela guarda e melhor o desenvolvimento inicial da plântula
logo após a emergência.

Repare como algumas plantinhas de Adenium já nascem gorduchinhas.

Isso não tem relação com o substrato, adubação, regas ou outra questão

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de cultivo. Toda energia utilizada no seu desenvolvimento inicial é

proporcional à energia contida na semente que lhe deu origem. Nos
primeiros dias, como suas radicelas ainda são poucas e estão apenas
começando a se desenvolver, elas não são capazes de extrair muitos
nutrientes presentes no substrato.

Por mais insignificante que possam parecer esses estágios iniciais da vida
dos Adenium, lembre-se que o caudex natural só surge de plantas
cultivadas a partir de sementes. Logo, é nas fases iniciais que o “embrião”
de um caule inchado e escultural se forma, e não devemos ignorar a
importância de uma boa germinação e manejo inicial das mudinhas.

É incrível como desde a germinação, as plântulas já apresentam diferenças. E isso se deve

principalmente à quantidade de reserva disponível na semente.

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3. Luminosidade

A terceira dica é uma das

mais importantes. Muitas
pessoas ignoram o fato de
que a luz natural
abundante é fundamental
para a saúde das
rosas-do-deserto e tentam
cultivar a planta em locais
sombreados. Nessas
condições não é possível
evitar que o estiolamento,
isto é, o enfraquecimento
gradual da planta, ocorra e
se torne o primeiro passo
para seu definhamento.
Temos então uma planta
que fica alongada, fraca,
murcha e que reduz a
floração a cada ciclo, isso
se não for acometida por pragas e doenças durante seu enfraquecimento.

Assim, ter contato com a luz solar direta desde a germinação é

fundamental para um caudex grosso e vistoso. A luz do sol ainda é
insubstituível para a maioria das plantas. Ela contém uma mistura de
comprimentos de onda diferentes, que dificilmente se consegue em
ambiente artificiais, mesmo com lâmpadas próprias para crescimento de
plantas. Essa “mistura de luz” é a responsável pela produção da energia da
planta, através do processo conhecido como fotossíntese. É somente pela

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fotossíntese que uma planta consegue produzir energia e armazená-la na

forma de carboidratos e gorduras.

Então, como uma planta poderia ter uma estrutura de reserva, como um
caudex, repleto de energia, se não lhe é oferecida uma fonte adequada?
Como ela entenderá que precisa e pode acumular reservas se não é
treinada desde cedo com o contato direto com o sol?

Por essa razão, recomenda-se que as mudinhas jovens, em germinação,

tenham incidência direta do sol no período da manhã. Já com relação às
plantas adultas, recomenda-se que sejam expostas por pelo menos 6
horas diretas de sol pleno. Lembre-se, no entanto, que se você mora em
locais de sol escaldante, pode proteger suas plantas nas horas mais
quentes do dia com algum sombrite ou sob uma árvore, para evitar
queimaduras no caudex, principalmente se suas plantas não foram
adaptadas desde o início ao sol pleno.

Há viveiristas - e muitos - que cultivam suas plantas a vida toda em telados

de sombrite. Mas, atente-se que os telados estimulam a produção de uma
folhagem exuberante, em detrimento do caudex. O que aumenta as
possibilidades de venda de plantas jovens a pessoas leigas, que não
conhecem rosas-do-deserto. Afinal, uma boa muda em formação, visando
um caudex escultural, nem sempre é uma planta bonita no começo. Suas
folhas costumam ser menores e mais esparsas, e como você verá mais
adiante, ela pode sofrer podas que podem deixar seu aspecto inicial um
pouco estranho a uma pessoa que não entende de Adenium.

Por essa razão, as plantas de supermercado e floricultura são compridas,

verdes, cheias de folhas bonitas, grandes e brilhantes, com flores no topo.
Elas não foram treinadas para terem um caudex escultural, pois o objetivo
é vender essas plantas no menor tempo possível de cultivo, a fim de
reduzirem os custos. Esse tipo de planta facilmente sofrerá queimaduras

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se for exposta imediatamente, após a compra, ao sol pleno. Se você

adquiriu ou pretende comprar alguma, lembre-se de expô-la
gradualmente ao sol, para permitir sua aclimatação.

Mudas para floricultura e supermercado são bonitas, com folhas grandes e brilhantes e flores no
topo, de acordo com a demanda de mercado e com o menor custo e tempo de produção.

4. Regas

Essa dica pode parecer um contrassenso para algumas pessoas, mas não
se assuste, pois ao final fará sentido: devemos regar nossas
rosas-do-deserto em profundidade. À primeira vista, essa informação
choca os mais céticos. Como assim, regar uma planta que teme a água?
Como assim molhar bastante uma planta de deserto, uma suculenta?

Mas, a verdade é essa: apenas “engorda”, a planta que recebe boa

quantidade de água. Tenha em mente que em seu habitat, a

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rosa-do-deserto aproveita a época das chuvas para encher o seu caudex e

assim poder sobreviver confortavelmente durante o tempo seco. Ela
recebe muita água em uma época do ano, que propicia o crescimento do
caudex, para depois “estacionar” ou mesmo murchar durante a seca. Mas,
nossas plantas não precisam passar por esses períodos de sofrimento. Elas
são programadas geneticamente para aproveitar as chuvas. e você pode
dar “chuvas” para elas, na forma de regas, durante o ano todo, de modo
que será sempre tempo de engordar.

Por isso, não negligencie as regas se o seu objetivo é ter um caudex bonito
e vigoroso. Mas, há uma forma certa de regar: A rega correta é abundante
e profunda, de forma que a água escoe pelos furos de drenagem dos
vasos. Além disso, como em muitas outras espécies de suculentas, é
preciso aguardar que o substrato seque para efetuar uma nova rega.

Então, esqueça aquela receitinha de rega regular, em que se molha uma

vez por dia, ou uma vez por semana com um copinho de água. A rega da
sua planta vai depender de muitos fatores, como o clima da sua região, a
estação do ano, se há ou não chuvas, o tipo de substrato, o tamanho da
planta etc.

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No calor do verão do Maranhão, no Nordeste do Brasil, seu Adenium pode

merecer uma rega diária, enquanto no frio do inverno gaúcho, a planta em
dormência pode receber uma rega mensal. Avalie cada planta
separadamente, coloque a mão no substrato e sinta se é mesmo
necessário regar.

De qualquer forma, não deixe sua planta passar sede. A sede trabalha
contra o engrossamento do caudex, faz com que a planta consuma as
reservas e murche. Mudinhas ou sementes em germinação são as que
mais necessitam de umidade, afinal há pouca ou nenhuma raiz e o
substrato das células ou dos copinhos é mínimo. Neste caso, regue duas
vezes por dia: uma vez pela manhã e outra no final da tarde.

5. Temperatura

Essa dica pode entristecer alguns cultivadores, mas a verdade é que o

calor tropical e equatorial favorece os Adenium. Plantas que se
desenvolvem no calor têm o metabolismo ativo e acelerado, acumulando
reservas com velocidade e crescendo o caudex. Isso não significa dizer
que plantas que passam pelo inverno frio ou alguma eventual dormência
nunca irão desenvolver um bom caudex, mas podemos afirmar que elas
levarão muito mais tempo.

Então, se a sua coleção tem o privilégio de ter calor o ano inteiro, com
temperaturas sempre acima de 21ºC, parabéns! Você tem mais chances de
ter plantas gordinhas em menos tempo.

Se você tem suas plantas em clima subtropical, tropical de altitude ou

temperado, onde há um inverno frio e marcado, não perca as esperanças.
Escolha as cultivares e espécies mais adaptadas ao frio e arme-se com
uma boa estufa, onde possa proteger suas plantas no inverno e permitir

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que elas continuem a se desenvolver. Muitos viveiristas têm sucesso nos

seus cultivos nesses locais.

Cultivares e híbridos de Adenium swazicum (foto) e A. multiflorum são mais adaptados ao clima
frio.

6. Substrato

Como sexta dica, temos o substrato adequado. É até um pouco estranho,

mas muitas pessoas temem a rega, sendo que o culpado pelos problemas
de umidade muitas vezes é o substrato. Sempre ouvimos que não
podemos irrigar demais ou “encharcar” nossas plantas. Mas, o
encharcamento está diretamente relacionado com um substrato
inadequado e não com a rega. O problema maior do encharcamento não é
o excesso de água, mas a falta de ar e ventilação. No delicado ambiente

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das raízes, a circulação do ar é fundamental. O ar permite que as raízes

respirem e se mantenham saudáveis.

Quando os espaços estão todos preenchidos, por um substrato

compactado que não drena, as raízes morrem asfixiadas. Dessa forma, elas
sofrem infecções por fungos e bactérias e perdem as suas funções
absortivas. É contraintuitivo, mas raízes encharcadas não conseguem
absorver a água das regas, e consequentemente a planta murcha. Os
cultivadores desavisados acabam piorando ainda mais o problema,
regando as plantas murchas por imaginarem que estão com sede.

Então, como deve ser o substrato das nossas rosas-do-deserto? Não há

regras sobre este ou aquele material, mas há características que devemos
respeitar. Uma delas é justamente quanto aos espaços para as raízes
respirarem. Um bom substrato é de alta granulometria. É pedaçudo, de
forma que o ar circule nos espaços. Por essa razão, sempre observamos
nas misturas para as rosas-do-deserto materiais como casca de pinus
decomposta, coquinhos de açaí, casca de amendoim, areia grossa de rio,
carvão triturado, fibra de coco. Evite materiais que tenham muito pó, argila,
húmus ou outros que possam preencher os espaços de aeração
rapidamente.

Os espaços garantem também uma drenagem perfeita, junto com as

características dos vasos como veremos a seguir. Além da alta
granulometria, ele deve ser fibroso, leve, com uma boa proporção de
matéria orgânica, fértil e preferencialmente durável.

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Carvão triturado é um material excelente e de fácil acesso em qualquer lugar, ideal para compor
as misturas de substrato para rosa-do-deserto.

7. Replantio

Você já parou para pensar sobre o porquê de muitos viveiristas

recomendarem replantios anuais, e até mesmo semestrais, das
rosas-do-deserto? Não é apenas porque o substrato perde a fertilidade.
Um dos principais fatores é por eles se tornarem compactos com o tempo.
É normal e esperado que o substrato assente, e os espaços que são tão
importantes acabam se reduzindo.

Além disso, um Adenium saudável cresce “embaixo da terra” e comprime o

substrato, aumentando a compactação. Fatores como rega e a degradação
natural da matéria orgânica presente no substrato, ajudam ainda mais a

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reduzir os espaços, tornando o substrato um local inóspito e perigoso para

sua rosa-do-deserto e uma das principais causas de podridão no caudex.

O replantio favorece o arejamento das raízes, além de renovar os

nutrientes e eliminar os sais acumulados das adubações frequentes. Sais
esses que também tornam o substrato tóxico para suas plantas. Não
replantar o Adenium envasado, além de limitar o crescimento do caudex, é
praticamente como assinar o atestado de decadência das plantas.

Um bom esquema de replantio, pode iniciar mesmo em plantas jovens, a

partir do quarto mês de vida, embora alguns produtores prefiram mexer
nas plantas somente após o primeiro ano, a depender de muitos fatores,
como clima, qualidade do substrato, nível de desenvolvimento das mudas,
fase da lua etc.

O fato é que os replantios favorecem o crescimento do caudex de

plantas saudáveis. Se chegou a hora do seu Adenium receber um novo

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substrato, verifique se está na lua minguante (que favorece a concentração

de seiva das raízes) e em período vegetativo (não replante plantas em
dormência ou que vão entrar em dormência), e mãos à obra.

O replantio, além de favorecer o crescimento, ainda ajuda você a avaliar o

desenvolvimento do caudex, que no começo cresce sob o substrato.
Acredito que um dos momentos mais satisfatórios no cultivo de um
Adenium é justamente essa descoberta. Como um “Kinder Ovo”: é delicioso
ter a surpresa de ver o quanto sua planta cresceu embaixo da terra e como
ela pode já ter formas esculturais. É sempre uma revelação. O replantio é o
momento de elevarmos o caudex em alguns centímetros e expô-lo
sempre um pouco mais.

Um dos problemas com o replantio é alocar o caudex acima do solo cedo

demais ou muito alto, ou seja, quando sua planta ainda está em
desenvolvimento. Essa prática pode interromper o processo de
crescimento e resultar num caudex menor e mais magro. Tenha em mente
que ele fica escondido do sol durante o crescimento da planta, então
considere esse fator para que a exposição seja feita gradativamente, sem
prejudicar o processo de crescimento e evitando queimaduras. Por essa
razão, evite elevar o caudex ao mesmo tempo em que efetua uma poda.
Lembre-se que a copa da planta é responsável por proteger o caudex da
luz direta do sol.

8. Vaso

Escolha um bom vaso para as suas rosas-do-deserto. E isso se resume a

basicamente vasos mais largos do que altos, do tipo bacia, e que sejam
proporcionais ao tamanho da planta. Colocar as plantas em vasos muito
grandes, além de não formar um conjunto harmonioso, em nada favorece
a planta. Calcule que sobre nas laterais de 7 a 10 cm entre o caudex e a

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borda do vaso. O formato de bacia não é aleatório ou por superstição. Ele é

recomendado, pois favorece a drenagem e a aeração das raízes. Além
disso, permite que possamos plantar os Adenium mais altos no centro do
vaso, deixando a superfície do substrato convexa, com menor risco de
desabar, como ser com um vaso alto.

Esse formato convexo do substrato, como um pequeno monte no centro

do vaso, favorece a drenagem ao mesmo tempo em que protege o caudex
permitindo seu maior crescimento.

O melhor tipo de vaso para a rosa-do-deserto é largo e raso.

Outra dica, que poucas pessoas sabem, é que a base sob o vaso também
pode favorecer a drenagem e aeração, e ao invés de uma superfície planta
convencional de uma bancada, ela deve ser ripada ou ondulado como de
uma telha, ou gradeada. Assim, o ar circula sob o vaso e a água não fica

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parada ali, favorecendo doenças. Por essa mesma razão nunca utilize
pratinho sob o vaso da sua Adenium.

9. Adubação

Essa é uma das dicas mais importantes, por isso deixamos mais para o
final. A fertilização fornece os elementos essenciais para que nossas
plantas produzam e acumulem energia em seus caudex, assim, ela é parte
fundamental do seu programa de cuidados com suas Adenium.

Para que o seu cronograma de adubação faça sentido, entenda quais são
os elementos mais importantes para o engrossamento do caudex (e
quais podem atrapalhar seu desenvolvimento).

A maioria dos jardineiros experientes sabe que o nitrogênio (N) é o

elemento mais importante para as plantas. Afinal, ele é o componente
principal dos aminoácidos e consequentemente das proteínas. Sem ele a
fotossíntese simplesmente não acontece. O que poucas pessoas sabem é
que as plantas conseguem armazená-lo para momentos de carência, e
que ele favorece mais a parte aérea, ou seja, as folhas, em detrimento dos
outros órgãos das plantas. Então, se você deseja que seu Adenium tenha
folhas brilhantes, abundantes e verdinhas, esse é o nutriente certo para
você caprichar. Em compensação aceite que sua planta crescerá
comprida, com caudex magro e terá poucas flores.

Mas se você quer favorecer um caudex vistoso e flores abundantes, invista

no fósforo (P) e no potássio (K). Os fertilizantes que favorecem o caudex,
desde a fase de mudinhas, são aqueles com alta proporção dos elementos
P e K da fórmula, e baixos em N.

Por isso, recomenda-se o uso de Superfosfato simples (0.20.0), Forth Flores

(6.18.12) ou Plantafol (10.54.10). O Superfosfato, além de fósforo, apresenta

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ainda uma boa quantidade de enxofre e cálcio bastante favoráveis ao pH

do substrato e à saúde das plantas. Ele pode ser aplicado durante a
mistura do substrato ou em cobertura na borda dos vasos. A dose para
plantas adultas é de uma colher de chá, enquanto nas mudinhas de 20
dias você pode começar com apenas 3 pequenas pedrinhas. O Forth
Flores contém micronutrientes, é granulado, para o substrato e de
liberação rápida. Ele deve ser utilizado acompanhado de regas abundantes
antes e depois da aplicação. O Plantafol tem também Ferro, Cobre e é
solúvel, próprio para aplicação via foliar. Os produtores geralmente utilizam
uma tampinha do produto diluído em um litro de água, aplicado uma vez
por semana.

O superfosfato é um adubo cinzento, de baixo preço e excelente para engordar os

Adenium.

A farinha de ossos, apesar dos altos teores de fósforo e cálcio, não é mais
recomendada, visto que o fósforo não se encontra tão disponível para as
plantas como nas formulações citadas anteriormente.

Faça aplicações semanais de fertilizantes a partir de um mês de vida das

plantas, seguindo sempre as recomendações do fabricante e evitando
excessos desnecessários. Apesar de ter um teor reduzido de nitrogênio,
ainda assim suas plantas são passíveis de queimaduras nas raízes,

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dependendo da dose e diluição utilizada. O excesso de fertilizantes

promove também uma salinização do substrato, o que é tóxico para as
plantas. Por isso, escolha apenas um fertilizante para o seu programa de
adubação, sem fazer misturas.

Lembre-se de sempre colocar o fertilizante nas bordas do vaso, longe da

base do caudex, assim, o crescimento da raiz será estimulado e a planta
será alimentada gradualmente, pois conforme são feitas as regas, o
fertilizante vai se espalhando pelo substrato. Evite adubar nas horas mais
quentes do dia, preferindo o final da tarde.

10. Podas

Por último, vamos falar sobre as podas. Uma medida um tanto controversa,
uma vez que experientes produtores afirmam que ela em nada tem a ver
com o engrossamento do caudex. O fato é que as podas, independente de
auxiliarem ou não, ajudam na percepção de que o caudex está maior,
uma vez que nós temos uma tendência a relativizar o que vemos. Como
assim? Podemos olhar para uma planta recém-germinada, com poucos
dias de vida, diâmetro de milímetros e termos a ideia de que ela está
gordinha e sadia, uma vez que as folhas são pequenininhas e o caule é
muito maior proporcionalmente. Da mesma forma, quando olhamos uma
planta com ramos altos e pouco ramificados, podemos ter a percepção de
uma rosa-do-deserto fraca e magrela, mesmo que ela tenha até um bom
diâmetro de caudex.

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Independente se ela ajuda a engrossar o caudex, o fato é que a poda muda a percepção que
temos sobre as plantas e isso faz toda a diferença.

O que de fato nos ajuda a termos a impressão de que uma planta está com
um bom desenvolvimento de caudex é a sua proporção com relação à
copa da planta. Assim, mesmo que as podas não interfiram diretamente na
medida do diâmetro do caudex, elas alteram a nossa percepção sobre a
planta, que pode se tornar mais bonita e gordinha ao nosso olhar.

Há quem defenda também que, ao suprimirmos as raízes ou galhos de

uma planta, “forçaremos” a planta a uma situação de necessidade. E ela
percebendo essa adversidade, foca em armazenar reservas e fica mais
gordinha com o passar do tempo. Também já vi argumentos de que ao
podarmos a parte aérea, forçamos a seiva a alimentar o caudex, que acaba
engordando consequentemente.

Independente se isso é verdade ou não, eu estou convencida de que as

podas alteram nossa percepção, deixando nossas plantas mais gordinhas

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aos nossos olhos, assim como o

levantamento do caudex. Além
disso, a poda favorece o
desenvolvimento de uma copa
ramificada e abundantes
florações, o que já é o suficiente
para que eu opte por podar
minhas plantas.

No geral, tenha em mente que o

conjunto de cuidados é o maior
segredo para engrossar os seus
caudex e conservar a saúde da
sua rosa-do-deserto. Para
identificar se o processo está
dando certo, observe se há
estrias no caudex. Elas indicam o
crescimento, portanto se sua planta estiver lisa (sem estrias), ela pode ter
estacionado o crescimento e você precisará rever o seu cultivo.

O maravilhoso hobby das rosas-do-deserto não para por aqui. Se você

gostou desse conteúdo e deseja se aprofundar no cultivo desse
maravilhoso gênero de plantas chamado Adenium, eu te convido a
conhecer o e-book Rosa-do-deserto: Manual de Cultivo.

Neste e-book eu reuni toda a minha experiência e conhecimento com as

Rosas-do-deserto, essas plantas esculturais e maravilhosas que provocam
amor à primeira vista em jardineiros como eu e você.

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Agora você pode descobrir

todas as minhas sacadas, que
fazem com que eu cultive
rosas-do-deserto sempre
deslumbrantes, robustas, livres
de pragas e em variedade
incríveis e únicas.

Se você gosta de
rosas-do-deserto esta é uma
leitura obrigatória para você
ampliar o seu conhecimento
sobre essas plantas, tornando-se um verdadeiro especialista. Aqui você vai
aprender técnicas avançadas utilizadas pelos mais renomados viveiristas,
como polinização e enxertia, de uma forma simples e totalmente ilustrada.

Este e-book será seu guia nessa jornada, em que você irá alcançar o
próximo nível no cultivo das rosas-do-deserto. Só adquira este e-book se
você deseja ter plantas saudáveis e floridas. Este conteúdo vai mudar
completamente a forma como você olha as suas plantas. Sem enrolação,
de uma forma didática, objetiva, leve e agradável, assim como o conteúdo
que você conheceu aqui. Tenho certeza de que você vai devorar esse livro
em poucas horas.

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A Autora

Raquel Patro é jardineira, paisagista e palestrante, mais conhecida por ser a

editora do maior site sobre plantas em língua portuguesa, o Jardineiro.net.
Ela não se cansa de estudar sobre as plantas e seus usos, assim como qual
a melhor forma de cultivá-las e
arranjá-las em aprazíveis jardins.

É formada em Medicina
Veterinária pela UFRGS, com
pós-graduação em paisagismo, e
foi a paixão pelas plantas que
direcionou sua carreira. Seu
interesse pelas plantas é herança
de sua mãe, que a carregava
ainda menina por cursos de
jardinagem e floriculturas, na
região metropolitana de Porto
Alegre/RS.

Na área da medicina veterinária, acabou se interessando pelas abelhas, e

seu intenso trabalho de voar de flor em flor. Ainda na faculdade, acabou
projetando e executando cinco jardins residenciais, seus primeiros
trabalhos, o que lhe rendeu experiência e conhecimento. Assim, o
interesse se tornou uma paixão e o hobby floresceu em um negócio. Ela é
apaixonada por plantas ornamentais, com um carinho especial por
orquídeas, rosas-do-deserto, suculentas, aráceas e bromélias, e utiliza
práticas sustentáveis de jardinagem e as incorpora nos seus projetos,
cursos e consultorias.

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