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O que nos passam, muitas vezes, e trata-se de algo difuso (que se evade quando o
alcançamos), é um tratamento conceitual de cultura carregado de objetividade, onde se
privilegia o viés mercantil do produto cultural. Logo, esquece-se que cultura não é apenas
arte, de preferência rentável e pouco custosa, mas toda a simbologia, arquétipos e canais,
através dos quais forma-se o escolho milenar esculpido pela maré da razão humana e cujo
sentido é dar vazão justamente aos ímpetos e sentimentos de um ente ou de um povo.
Isso posto, é de bom alvitre desalojar do nosso ideário a cultura como algo perdido em si
mesmo. Trabalhar com cultura é criar com o outro (mesmo em sendo o outro uma coisa,
incapaz de qualquer reação, pois as coisas podem até ser estáticas mas nunca estão paradas,
elas migram entre um olhar e outro) , e consigo mesmo ,vínculos de sensibilidade e intuição.
É edificar a alma dos personagens que compõem o espetáculo da vida. Vale lembrar que os
cenários também se inserem como o homem a mais de um time.
Apreciando por um lado mais próximo de nós, podemos verificar perfeitamente o quanto se
perde em cultura por meio do advento da massificação.
Se cada cidadão por si possui uma cultura que lhe é própria, ou seja, um “modus vivendi”
particular, não é justo se falar num mecanismo de apropriação e delimitação dos seus
horizontes culturais. Uma cultura homogênea e linear, dentro de um todo social, implica
uma negação e uma contradição. Negação de um amorfismo estrutural e uma contradição
frente a seu caráter inesgotável e plural, pluralidade esta que traz em si mesma o germe de
uma unidade. Não se pode, portanto, deixar de evidenciar um quê qualquer paradoxal no
que se costuma denominar identidade cultural. Melhor seria admitir-se uma coerência ou
uma coesão, em maior ou menor grau.
Como uma importante veia do corpo social, a cultura não pode ficar à deriva ou sob a égide
caprichosa do mecenato. Há de se fomentar normas estatais que privilegiem e estimulem a
exteriorização daquilo que cada qual tem de melhor.
Não obstante, como cada cidadão possui um eixo, mais ou menos flexível, em relação aos
seus conteúdos, a confrontação cultural passa a ser imprescindível. O estado e a indústria
cultural visam moldar uma síntese, carente de pré-requisitos lógicos, todavia, é do confronto
da tese (o norte apontado pelos veículos de propaganda) com sua antítese (os valores e
juízos pessoais insurgentes) que nasce a cultura rizomática.
Logo, a busca por cultura encontra-se imersa numa problemática maior: a devida ilação
entre o ser e o pensamento. Há de se respeitar as idéias como mídia de transbordo da
humanidade. Todas as idéias possuem validade e devem ser levadas em consideração,
respeitando-se naturalmente os ditames sagrados da ética humanista.
a) (2,5) Localize 5 palavras cujo significado você não conhece, relacione-as, apontando a
sua significação.
b) (2,5) Agora, elabore sua interpretação sobre o texto.
2) (5,0) Solicitei a vocês que assistissem ao filme “NELL” como material de suporte para
essa avaliação; sendo assim, responda às questões que se apresentam:
a) (2,5) A história deste vídeo enfoca em um dos pontos principais da pesquisa
antropológica. Qual é?
b) (2,5) Cite qual personagem do filme desenvolve a pesquisa desenvolvida por
Bronislaw Malinowski e justifique sua resposta relatando a cena.
3) (5,0) “Os índios não têm fé, nem rei (...) são mui desumanos e cruéis (...) são mui
desonestos e dados à sensualidade (...) todos comem carne humana e têm pele
melhor iguaria de quantas pode haver (...) vivem mui descansados, não têm cuidado
de coisa alguma se não comer e beber e matar gente”. (Pero de Magalhães Gandavo,
Tratado da Terra do Brasil, século XVI)
Este enunciado acima citado, pode ser considerado etnocêntrico? Justifique sua
resposta.