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Professor: Alan Flore

Direito Penal – Parte Especial I

Art. 121 – Homicídio

1) Classificação:
a) Sujeito Ativo – Poderá no caso ser qualquer pessoa.
b) Sujeito Passivo –
c) Objeto Jurídico – Objeto protegido, a vida.
d) Objeto Material – Pessoa ou a coisa sobre a qual recai ou incide a conduta do
agente.
e) Crime Material – Descrição da conduta e do resultado e o crime para sua
realização pressupõe a necessidade do resultado.
f) Crime Formal – O crime é consumido mediante a realização da simples conduta
prevista.
g) Crime de Mera Conduta –A simples conduta caracteriza o crime, ou seja, não é
necessário que ocorra realmente o dano.
h) Meio de Execução –

2) Homicídio Privilegiado – Parag. 1. Art. 121. (diminui-se a pena de 1/6 a 1/3)


a) Relevante valor social – matar alguém que aterroriza um bairro ou região ou seja
em nome da coletividade. (serve de motivação para o crime) elemento subjetivo.
b) Relevante valor moral – atinge um valor pessoal, ou seja, valor moral do próprio
agente. (serve de motivação para o crime) elemento subjetivo.
c) Domínio de violenta emoção (serve de motivação para o crime) elemento
subjetivo.

3) Homicídio Privilegiado – Qualificado. Parag. 2.

I – Paga, promessa de recompensa ou outro motivo torpe.


(Vingança pode ser torpe ou não).
Paga - Entrega de uma vantagem anterior ao crime.
Promessa de recompensa– Entrega de uma vantagem posterior ao crime. (incidem
tanto em quem recebe quanto em que entrega a vantagem).

II – Motivo Fútil – Que gera repugnância.


A) Embriaguez – 2 correntes – 1- permanece o motivo fútil, 2- desaparece o motivo
fútil.
B) Discussão anterior – Entende-se como afastamento do motivo fútil, desde que a
discussão anterior não tenha sido por motivo fútil.
C) Ausência de motivo –1- Se equipara ao motivo fútil, quando não provado o
motivo, 2- Não gerará o motivo fútil (entendimento majoritário).
III – Por meio de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso
(atinge a vítima de modo que ela não perceba) ou cruel ou que possa resultar perigo
comum. (meio de execução que levou a morte, ou seja, é imprescindível que tenha
sido algum desses meios que tenha levado a morte).
Veneno: qualquer substancia que tenha potencialidade para levar a vítima a morte e
também que venha a atingir a vítima de modo que ela não perceba.

a) Asfixia: Enforcamento – constrição do pescoço da vitima por corda ou material


semelhante que seja acionado pelo próprio peso da vitima.
Estrangulamento – constrição do pescoço da vitima por corda ou material semelhante
que seja acionado por uma força diversa da força da vitima.
Esganadura – constrição do pescoço da vitima com as próprias mãos.
Sufocação – consiste na asfixia, o agente através de qualquer meio impede que a
vitima venha a respirar.
Sufocação indireta – ocorre quando a asfixia e causada pela constrição da caixa
torácica.
Afogamento – asfixia provocada pela submersão do corpo da vitima, através de meio
liquido.
Soterramento – ‘’ Através de meio sólido.
Asfixia tóxica – Através de gás asfixiante.

b) Tortura – esforço além do suficiente para causar a morte, divido em tortura física e
psicológica.

c) Meio de perigo comum – é aquele que expõe a risco um numero indeterminado


de pessoas.

IV – à traição, a emboscada, a dissimulação ou outro meio que impossibilitou ou dificultou a


defesa do ofendido.
A traição – existe uma relação de confiança entre a vítima e o agente, essa relação de
confiança não foi criada com o proposito de facilitar a prática delitiva.
A dissimulação – Moral / Material.
Emboscada – é necessário que a vítima seja surpreendida pelo agente.
Dificultar ou impedir a defesa da vítima – Ex: assassinato quando a pessoa esta dormindo.

V – Para assegurar a execução, a impunidade ou vantagem de outro crime.


A) Teleológica – ocorre para assegurar a execução do crime. O agente primeiro comete o
homicídio e após executa a outra infração penal.
B) Consequencial– ocorre para garantir a ocultação(o crime anterior não foi descoberto
por qualquer pessoa) do primeiro delito.O agente executa a infração penal primeiro e
após comete o homicídio.
- enquanto que na impunidade, pratica o crime para assegurar que ficara isento da
culpa do crime anterior.
- vantagem de outro crime, ambos praticam um crime e um deles querendo ficar com
todo o valor resolve matar o comparsa.

4) Homicídio Privilegiado - Qualificado.


- É necessário que a qualificadora seja de natureza objetiva.

5) Homicídio Culposo. Parag. 3.


- Culpa – Imprudência / - Negligência / - Imperícia

6) Causas de Aumento de Pena – Parag. 4.


- Inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício. (o agente tem habilitação
legal para exercer a arte ou oficio)
- O agente deixa de prestar imediato socorro.
- Não diminuir as consequências de seu ato.
- Foge para evitar prisão em flagrante.
ESTAS SÃO APLICAVEIS PARA CRIME CULPOSO.

- HOMICÍDIO DOLOSO – Crime praticado contra pessoa menor de 14 anos ou


maior de 60 anos.

7) Perdão Judicial – Parag. 5.


- Somente homicídio culposo.
- 3 entendimentos:
1- a sentença seria condenatória no primeiro entendimento, pois condena e após
libera da pena.
2- a sentença seria absolutória, pois não existe sentença condenatória sem a aplicação
de pena.
3- a sentença que aplica o perdão judicial é declaratória da extinção de punibilidade.
SUMULA 18 do STJ – A sentença que aplica a perdão judicial é baseada no terceiro
entendimento.

ART. 122 – PARTICIPAÇÃO EM SUICÍDIO

1) Participação
a) Moral – Induzimento (faz surgir a ideia do suicídio) / - Instigação (estimula,
instiga o suicida a cometer o ato)
b) Material – Auxílio (Ex: emprestar a arma)

2) Tentativa (não existirá o crime de tentativa do cometimento do art. 122, pois


ocorrerá o surgimento de outro crime, caso tenha ocorrido uma lesão corporal
grave)
3) Ação Múltipla ou conteúdo variável – o crime pode ser praticado através de 3
condutas diversas(induzimento, instigação, auxílio), porém será praticado 1 único
crime quando o resultado final é a morte.

4) Necessidade de discernimento e autodeterminação.

5) Omissão – em via de regra o agente deverá praticar uma ação, a omissão não
caracterizará. Uma segunda corrente diz que as pessoas com o dever legal de agir
não poderão se omitir.

6) A vítima ou as vítimas deverão ser determinada ou determinadas. Deverá existir o


conhecimento por parte do agente da vítima que quer atingir.

7) Violência ou grave ameaça. (nesse caso de violência ocorrerá o homicídio, pois ela
a vítima não agirá por vontade própria).

8) Pacto de morte:
- Lesão corporal leve (ninguém responde)
- Lesão corporal grave (ambos respondem

9) A conduta do agente deve ser anterior à conduta da vítima.

10) Causas de aumento de pena:


a) Por motivo egoístico.
b) Vítima menor ou capacidade de resistência diminuída. (pena duplicada)

Art. 123 – Infanticídio:


1) Norma Especial

2) Estado Puerperal:

Conceito – Distúrbio decorrente do parto que leva a uma perturbação psíquica da


gestante.
Tempo de duração – (momento determinante) durante o parto ou logo após, antes
desse momento do inicio do parto a conduta consiste em aborto, ou seja, é necessário
o início do parto. O início do parto é caracterizado pela dilatação do útero. (deverá ser
observado caso por caso com relação ao lapso temporal).
Exame pericial – é imprescindível para determinar ou não o estado puerperal da
mulher.
Reduzir a capacidade de entendimento – a perturbação psíquica decorrente do parto
diminui a capacidade de entendimento da genitora.
3) Sujeito Ativo – necessariamente será a gestante, caracterizando como crime
próprio.

4) Sujeito Passivo – recém nascido, podendo ser outra pessoa em um único caso, a
mãe que confunde seu filho com outro recém nascido e comete o crime. Nesse
caso fica caracterizado o ERRO CONTRA A PESSOA. (art. 20, parag. 3. CP)
Pode existir a co-autoria no caso do infanticídio devido a TEORIA MONISTA.

5) Elemento Subjetivo – Apenas a título doloso, ou seja, não existe modo culposo.

6) Consumação e tentativa – a consumação se da com a morte do recém nascido, já


a tentativa se da quando o crime não chega a sua consumação por qualquer tipo
de motivo, sendo possível a tentativa.

ABORTO:
Art. 124 a 128.
1) Conceito: Interrupção da gestação.

2) Período: Início da gravidez. – Fecundação ou Nidação. (doutrina majoritária).

3) Classificação:

a) Natural- O próprio organismo da mulher acaba expulsando o ovulo fecundado


sem qualquer tipo de estimulo, é um fenômeno natural.
b) Acidental – Algum trauma sofrido pela gestante leva ao aborto, não é sujeito a
punição.
c) Criminoso – Conduta incriminada pelo legislador fazendo com que a gestante
responda por crime de aborto dentre os arts. 124 a 126.
d) Legal ou permitido – Forma de interrupção da gravidez autorizada pelo
legislador em duas hipóteses previstas no art. 128. (gravidez de risco,
estupro).
e) Eugênico ou Social – Espécie de aborto em que a interrupção da gravidez se da
por motivo de grave anomalia do feto.
Social – o aborto se daria por falta de condição social, a lei não permite mas
deve ser mencionado ao se tratar do assunto.

4) Art. 124 – Auto aborto ou consentimento para o aborto:


a) Condutas – Praticar aborto em si mesma. / - Consentir que outrem lhe
provoque.
b) Crime próprio – Somente a gestante pode cometer este crime, consentindo ou
atuando.
Considerado crime de mão própria – Necessariamente deve ser praticado por
uma única pessoa, ou seja, não existe co-autoria. (PARTICIPAÇÃO SIM CO-
AUTORIA NÃO).
c) Ação ou omissão – (Exceção a Teoria Monista no direito penal brasileiro pois o
médico responde por um artigo o 126, enquanto a gestante responde por
outro). Poderá ser praticado por uma ação ou omissão da agente e do
médico).
d) Elemento subjetivo – Punição somente na forma DOLOSA.
e) Consumação – Se da com a morte do feto.
f) Tentativa – É possível, podendo gerar a má formação do feto na tentativa.

5) Art. 125 – Aborto sem consentimento da gestante: (admite coautoria)


a) Crime Comum: Não exige especificidade, ou seja, qualquer pessoa pode
praticar este crime.
b) Sujeito passivo – Feto e Gestante.

6) Art. 126 – Aborto com o consentimento da gestante: (admite coautoria)


a) Crime Comum: Pode ser praticado por qualquer pessoa.
b) Sujeito passivo – Feto.
c) Consentimento Inválido: Vítima Menor de 14 / Alienada ou débil mental /
Fraude, grave ameaça ou violência.
d) Coautoria (os mesmos são punidos pela mesma conduta) e participação
(auxilio na pratica do ato ilícito). (PARTICIPE É O ARTIGO ORIGINAL
COMBINADO AO ARTIGO 29 DO CP).

7) Art. 127 – Causas de aumento de pena: (aplica-se nos arts. 125 e 126).
a) Lesão corporal grave – 1/3. Na gestante.
b) Morte – pena duplicada.
c) Crime preter doloso – dolo antecedente e culpa conseqüente. Dolo (na
tentativa do aborto e a culpa na lesão corporal grave ou da morte da
gestante).

8) Aborto Legal – Art. 128.


a) Causas especiais de exclusão da ilicitude – se aplicam exclusivamente ao crime
de aborto.
b) Se não há outro meio de salvar a gestante – (aborto necessário)
(ambas as hipóteses devem ser praticadas por médico).
c) Gravidez resultante de estupro – (aborto humanitário ou sentimental). É
necessário a manifestação de consentimento. Não precisa de autorização
judicial.

9)

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