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1- Entende-se por Direito Feudal o conjunto de normas consuetudinárias

que regiam as relações advindas do sistema feudal de produção. Era


sistema original de direito, com total independência do direito romano e do
direito germânico. Suas características principais, destacadamente mais
germânicas que romanas, eram a valorização das relações pessoais e da
propriedade fundiária e a ausência de qualquer concepção abstrata de Estado.
Como o direito era oral, e a principal fonte era o costume, as normas mudavam
de região para região. Não houve qualquer espécie de ensino jurídico, nem se
pode afirmar que se desenvolveu ciência jurídica de qualquer natureza. O único
direito supranacional, no início da Idade Média, era o direito da Igreja Romana,
sendo que nem ele, que gozava de prestígio, foi na época estudado.
A Igreja tinha também a função da administração da justiça em uma série de
casos, onde tinha jurisdição e competência exclusiva. Julgava baseada no
Direito Canônico, que regia a igreja Católica Apostolica Romana e obtinha suas
referências de Leis e condutas nas escrituras sagradas, regulando assim
inúmeras relações e instituições sociais segundo suas leis. Essa, detinha poder
de julgar através de seus bispos e arcebispos contra a Igreja Apostólica
Romana, e logo depois, tendo a necessidade de reafirmar seu Poder
jurisdicionalmente para a sociedade, criando assim o Tribunal da Santa
Inquisição, onde era julgado crimes cometidos pela população, e suas penas
eram feitas através de torturas e praticavam a censura dentro da sociedade.

2- Na declaração de Independência das Treze Colônias


Inglesas na América (1776) e também citada na
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, é
citada uma Felicidade Política, na qual todos possam
se satisfazer politicamente e terem seus direitos
garantidos. Dessa forma, a declaração de
Independência das Treze Colônias diz que a
felicidade é um direito inalienável a todos os
indivíduos e cabe ao governo assegurar esses
direitos, os quais também são citados na declaração
dos direitos humanos. Ambas contrapõem o Poder
Absolutista, apoiam uma outra forma de governo,
extinguindo a soberania dos reis absolutistas,
determinando o povo como soberano, e assim
entendendo seus direitos e deveres com o Estado.
Ambas entendem que a Nação não está mais
limitada em um território, tendo sua própria
autonomia como um Estado.

3- Cesare Beccaria concordava com a pena capital, de maneira objetiva, dentro do


sistema penitenciário, de maneira rápida e misericordiosa para que o cidadão
comum tivesse certeza de que a justiça foi feita. Ele tinha uma tendência a
humanização das penas, critérios científicos para a estrutura de um sistema
penitenciário e princípio da legalidade.
O mesmo é a favor da pena capital, mas em apenas duas situações: Quando o
preso fosse um articulador e colocasse em risco a população e o Estado, essa
pena seria rápida e sem humilhação, e quando o condenado mesmo preso, fosse
uma ameaça
A humanização das penas foi proposta como um forma de estabelecer e
reafirmar como uma lógica civilizatório iluminista, a fim de acabar com as penas
de morte e humilhação pública, para que fosse restabelecido a lógica
civilizatória e entendendo que não são a através de medidas punitivas extremas
que vão coibir determinados grupos de cometer crimes.

RESUMO
O artigo “Impunidade no Brasil: Colônia e Império”, do advogado e articulista Luís
Francisco Carvalho Filho, mostra de que forma a impunidade está no centro do debate
político. O autor teve como referência, entre outros enfoques, a aplicação de penas para
delitos comuns, em contraposição a delitos políticos, militares e religiosos. “Do ponto
de vista estritamente jurídico, impunidade é a não aplicação de determinada pena
criminal a determinado caso concreto”, explica Carvalho Filho. “Fala-se em impunidade
não apenas quando se verificam a incapacidade ou a falta de disposição de o Estado
fazer prevalecer a punição estabelecida, mas também quando a própria lei e o
magistrado que a aplica são considerados benevolentes para com determinado ato
criminoso”, diz. O estudo mostra que a lei prevê uma punição para cada delito, e quando
o infrator não é alcançado por ela o crime permanece impune. “Trata-se, apenas, de um
olhar retrospectivo para a história do Brasil, que mostra que a impunidade sempre
esteve na ordem do dia.”

Quando se fala de impunidade no âmbito político não se trata apenas de das leis falhas
que regem o Estado, mas fala-se também da população e como elas consideram próprias
ou impróprias determinados atos jurisdicionais.

As penas até 1830 era a severidade extrema, utilizava-se a mutilações físicas para o uso
da pena de morte para praticamente todas infrações no Brasil colônia. Outro aspecto da
impunidade do direito penal era devido a política do perdão, utilizada para as
necessidades conjunturais, como esvaziamento de cárcere.

Com a instalação do governo-geral em 1549 houve uma tentativa de estabelecer uma


ordem mais rigorosa nas capitanias. A Justiça existia, porém era utilizada de forma
eficiente para índios, peões e escravos. As capitanias, não tinham poder de aplicar as
penas de morte e consideravam um incentivo à criminalidade.. Mas ao longo do século
18 o poder de condenar a morte passou a ser conferida a governadores e ouvidores das
capitanias que acreditavam que dessa forma acabariam com a impunidade.

No Brasil colônia em 1830 foi a marca das ordenações do Reino, era uma severidade
extrema.

No antigo regime, o direito penal em termos de punição efetiva, caracteriza-se “mais do


que por uma presença, por uma ausência”.

No século XVII, com o “despotismo iluminista”, as novas intenções iriam vigorar em


Portugal, entre elas a de conversão do direito penal da coroa, um instrumento efetivo
que funcionava eficaz, e sendo, por isso, temido.

Fica notório que durante o processo de colonização no Brasil, permitiu nos centros
políticos periféricos, se formassem núcleos, afim de inviabilizar a aplicação da lei penal.

Outro aspecto é que tiveram diversas rebeliões, em 1829, e enforcamentos de escravos


rotineiros, em 1836, com a mudança de atitude do regime em relação a pena de morte
que foi considerada fator de incentivo a violência, tomando fim em 1866.

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