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Universidade Federal do Espírito Santo – UFES

Centro de Ciências Exatas


Centro de Educação
Licenciatura em Química

RELATÓRIO 4 – FENÔMENOS DE SUPERFÍCIE: ISOTERMAS DE ADSORÇÃO

Cintia Souza Schettino


Hyago Assef de Almeida

VITÓRIA
2021
Universidade Federal do Espírito Santo – UFES
Centro de Ciências Exatas
Centro de Educação
Licenciatura em Química

RELATÓRIO 3 – FENÔMENOS DE SUPERFÍCIE: ISOTERMAS DE ADSORÇÃO

CINTIA SOUZA SCHETTINO


HYAGO ASSEF DE ALMEIDA

Relatório do Curso de Licenciatura em Química


apresentado ao UFES – Universidade Federal
do Espírito Santo, como parte das atividades
exigidas para aproveitamento da disciplina de
Físico-Química Experimental.

Orientadores:
Prof. Marcos B. Jose Geraldo de Freitas

VITÓRIA
2021
1. INTRODUÇÃO

A relação entre quantidade de substância adsorvida por um adsorvente e


a pressão do gás ou a concentração da substância em solução no equilíbrio, em
uma dada temperatura, é conhecida como isoterma de adsorção. Existem
diferentes modelos de isotermas e os mais conhecidos: isotermas de Langmuir,
isotermas de Freundlich e isotermas BET.
 Isoterma de Langmuir (Irving Langmuir - 1916)
É um dos modelos mais simples de adsorção desenvolvido para descrever o
fenômeno de adsorção de gás em sólidos e é baseado em três hipóteses: a
superfície do sólido possui um grande número de sítios de adsorção equivalentes,
cada um podendo ser ocupados por uma molécula adsorvida; não há interações
entre as moléculas adsorvidas e a adsorção completa-se quando uma
monocamada de adsorvato foi formada.

O equilíbrio dinâmico correspondente pode ser representado por:

Onde a reação direta representa a adsorção e a reação inversa representa a


dessorção.
A velocidade da adsorção do gás é proporcional à pressão do gás, p, e ao
número de sítios livres, N(1-), com N o número total de sítios inicialmente livres:

A velocidade da dessorção, é proporcional ao número de sítios ocupados, N:

A isoterma de Langmuir, deduzida a partir do equilíbrio (va+ vb = 0)


corresponde à equação:
Que se expressa:

onde K = ka/kb e corresponde à constante de equilíbrio da adsorção.


 Isoterma de Freundlich (Herbert Max Finlay Freundlich – 1980-1941)

É uma das primeiras equações propostas para relacionar quantidade de material


adsorvido e concentração do material em solução num sistema constituído por
uma fase líquida em contato com uma fase sólida. É descrita:

onde x é a massa da substância adsorvida, m a massa do adsorvente, C a


concentração do soluto e k e n constantes características do sistema (adsorvente e
soluto em solução), em uma dada temperatura.
 Isoterma de Brunauer, Emmet e Teller (BET)
Baseia-se num modelo de adsorção em camadas múltiplas no qual o processo de
adsorção de um gás A numa superfície S acontece em uma sequência de etapas,
sua equação se resume:

onde Ki representa a constante do equilíbrio da etapa i, i as frações das posições

na superfície do adsorvente cobertas pela camada i e v a fração das posições


inicialmente vagas.
2. OBJETIVO
Estudar o equilíbrio de adsorção através da construção da isoterma de adsorção,
bem como ajustar modelos matemáticos de isotermas existentes à mesma.

3.1. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Parte 1:

I. Preparou-se 250 mL de solução de NaOH 1,0 mol/L e padronizou com


hidrogênio ftalato de potássio. Repetiu-se 3 vezes e calculou a média.
Utilizou-se fenolftaleína como indicador. A massa utilizada de NaOH
9,965g.

II. Preparou-se 250 mL de uma solução 1,0 mol/L de ácido acético. Foi
retirado uma alíquota de 10 mL dessa solução e padronizou empregando
a solução de NaOH. Repetiu-se 3 vezes e calculou a média. Utilizou-se
fenolftaleína como indicador.

III. Com restante da solução padronizada de ácido acético, preparou-se seis


soluções de 100 mL Para isto foi pego 6 balões volumétricos e adicionou
os volumes necessários de ácido e água) para obtenção das
concentrações de ácido acético diluídas.
IV. Pesou-se a massa de seis amostras de 1,0 g de carvão ativo e foi
transferido para os frascos com rolha (meça as massas rapidamente, para
evitar adsorção de impurezas da atmosfera).
V. Transferiu-se as soluções de ácido acético preparadas para cada um dos
frascos que contém carvão ativo.
VI. Foi deixado que a adsorção ocorrer por 60 minutos, agitando-se
esporadicamente. Deixou o carvão decantar e filtrou-se as soluções
separando-as do carvão.
VII. Em sequência, as soluções foram filtradas e tituladas com a solução
padronizada de NaOH alcançando assim a concentração do ácido acético
no equilíbrio. De acordo com o mesmo raciocínio utilizado para o cálculo
da concentração de ácido acético na padronização. Os dados foram
obtidos para as seis amostras estão organizados na tabela final.

3.2. MATERIAIS E REAGENTES

- Frascos com rolha


- Ácido Acético - Funil
- Agitador Magnético - Garra Universal
- Água Destilada - Hidrogeno Ftalado de Potássio
- Amostra de Carvão Ativo - Papel Filtro
- Balança Analítica Eletrônica - Pipeta Volumétrica
- Balão Volumétrico - Proveta
- Béquer - Solução de NaOH 1,0 mol/L
- Fenolftaleína
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
A reação que ocorre entre o bftalato de potássio e o hidróxido de sódio está
descrita na Figura 1. A estequiometria da reação é 1:1, sendo assim,
calculou-se a concentração da solução de hidróxido de sódio pelas
seguintes relações:

Figura 1 – Reação do biftalato de potássio com hidróxido de sódio

Para calcular a concentração do NaOH foi realizada a padronização da


solução utilizando hidrogênio ftalato de potássio e como indicador a
fenolftaleína, os volumes utilizados e as concentrações calculadas estão
apresentados na Tabela 1.
Tabela 1 – Dados referentes a padronização de NaOH.
Massa de Volume de Concentração
ftalato (g) NaOH (mL) (mol/L)
1,999 10,50 9,280 x 10-4
2,005 10,40 9,4394 x 10-4
2,002 10,50 9,3362 x 10-4

A média da concentração de NaOH é igual a 9,3518 x 10 -4 mol/L, valor que


será utilizado para os cálculos posteriores.
A padronização do ácido acético com hidróxido de sódio ocorre de acordo
com a reação abaixo:
CH3COOH + NaOH → NaC2H3O2 + H2O
Sendo a relação estequiométrica 1:1, podemos calcular a concentração do
ácido acético a partir da concentração de NaOH. As concentrações
calculadas estão presentes na Tabela 2.

Tabela 2 – Dados referentes a padronização de CH3COOH.


Concentração
Volume de
CH3COOH
NaOH (mL)
(mol/L)
10,10 9,445 x 10-4
9,90 9,255 x 10-4
10,90 10,212 x 10-3

A média das concentrações de ácido acético é 9,637 x 10 -4 mol/L.

Partindo da solução de ácido acético padronizada, foram preparadas 6


soluções diluídas no volume de 100 mL, e então as novas concentrações foram
calculadas e está presente na Tabela 3.

Essas soluções ficaram em contato com carvão ativado por 60 minutos e


depois tituladas com a solução padronizada de NaOH para determinação da
concentração de ácido acético no equilíbrio. Essas quantidades estão
presentes na Tabela 4.

A partir dos dados obtidos, é possível calcular a concentração de ácido acético


antes e depois da adsorção através da equação de estequiometria da reação
1:1.
Antes da adsorção:
As concentrações em mol/L e g/L calculadas de ácido acético diluído estão
presentes na Tabela 4.

Tabela 4 - Concentração das soluções.


Amostra 1 2 3 4 5 6

Vácido(mL) 50 25 10 5 2 1

Vágua(mL) 50 75 90 95 98 99

Concentração
0,482 0,241 0,0964 0,0482 0,01929 0,00964
(mol/L)
Concentração
28,96 14,48 5,79 2,89 1,15 0,57
(g/mol)

No equilíbrio:
A Tabela 5 apresenta as concentrações da solução de ácido acético pós o
tempo de 60 minutos em contato com carvão ativado.

Tabela 4 - Concentração das soluções.

Amostra 1 2 3 4 5 6

Concentação
0,4739 0,2301 0,0923 0,0472 0,0181 0,072
(mol/L)
Concentação 2,834
28,458 13,817 5,542 1,0869 0,4323
(g/L)

Com os dados das Tabelas 4 e 5, foi possível calcular e preencher a Tabela 6


abaixo.
Tabela 6 – Dados antes e após adsorção.
i f
log
Amostra mác mác m x x/m log x/m C log C
[HAc]

1 2,896 2,845 1,003 0,051 0,050 -1,29 28,45 1,45 1,46

2 1,448 1,381 1,096 0,066 0,060 -1,21 13,81 1,14 1,16

3 0,579 1,065 1,065 0,025 0,023 -1,62 5,54 0,743 0,7629

4 0,289 0,283 1,062 0,0062 0,0058 -2,23 2,83 0,452 0,4619

5 0,115 0,108 1,001 0,0071 0,0071 -2,14 1,08 0,0362 0,0639

6 0,057 0,043 1,028 0,014 0,014 -1,84 0,43 -0,364 0,237

Sendo x a massa adsorvida pelo carvão ativado portando a diferença das


massas iniciais e finais, e m correspondente a massa de carvão ativado
utilizado.
Utilizando os dados da Tabela 6 foi possível construir o gráfico de log (x/m)
versus log C, chamado de gráfico de Freudlinch que esta apresentada na
Figura1.
0
1 2 3 4 5 6

-0,5

-1
log x/m

-1,5

-2

-2,5

log C
Figura 1 – Gráfico de Freudlinch.
Quando fazemos a linearização no gráfico, a equação da reta obtida é:

A equação de Freudlinch é dada pela equação abaixo, onde k é a constante


que representa a capacidade de adsorção do material utilizado e n é a
intensidade de adsorção.

( )

Substituindo os coeficientes da equação da reta na equação de Freudlinch,


temos:

Para a adsorção ocorrer favoravelmente a constante de Freudlinch tem que


estar entre 1 a 10, o que não é o caso do experimento sendo um valor muito
abaixo do esperando.
5. CONCLUSÃO
A partir dos dados obtidos da adsorção de ácido acético no carvão ativado
podemos afirmar que o experimento não foi como o esperado, devido a
constante muito pequena. Também pode-se levar em consideração alguns
fatores que não foram estudados mas interfere diretamente no fenômeno de
adsorção como pH e temperatura. A concentração da solução a ser adsorvida
também tem que ser levado em conta.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

[1] ATKINS, P. W.; PAULA, J., Físico- Química, 8a ed. Rio de Janeiro:
LTC, 2008. BALL, David W. Físico-Química. Thomson, 2005, 877p.

[2] ATKINS,P. W.; JONES, Loretta. Princípios de química: questionando a


vida moderna e o meio ambiente. 3 ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. 965p.
(SOUZA, 2005)

[3] CONSTANTINO, M. G; da Silva G. V. J; DONATE, P. M. Fundamentos


de Química Experimental 2. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São
Paulo, 2014.

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