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Governo do Estado do Rio de Janeiro

Secretaria de Estado de Educação

Comte Bittencourt
Secretário de Estado de Educação

Andrea Marinho de Souza Franco


Subsecretária de Gestão de Ensino

Elizângela Lima
Superintendente Pedagógica

Maria Claudia Chantre


Coordenadoria de Áreas do Conhecimento

Assistentes
Carla Lopes
Catia Batista Raimundo
Roberto Farias

Texto e conteúdo

Prof.ª Flávia Ribeiro


C.E Rodrigo Otávio Filho
Prof.ª Lígia Silva de Sá
C.E. NiloPeçanha
Prof.ª Maria José Santana Monsores
C. E. Collecchio
Prof. ª Michelli Soares de Carvalho
C.E. Infante Dom Henrique
Prof.ª Vera LuciaSoares Pedro
C.E. Escritor e Jornalista Graciliano Ramos.

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Capa Luciano Cunha

Revisão de texto

Prof ª Andreia Cristina JacurúBelletti

Prof ª AndressaAmorim de Oliveira Pacheco.

Prof ª CristianePóvoaLessa

Prof ª Deolinda da Paz Gadelha

Prof ª Elizabete Costa Malheiros

Prof ª Karla Menezes Lopes Niels

Prof ª KassiaFernandes da Cunha

Prof Marcos Giacometti

Prof Mário Matias de Andrade Júnior

Prof Paulo Roberto Ferrari Freitas

Prof ª Regina Simões Alves

Prof Thiago Serpa Gomes da Rocha

Esse documento é uma curadoria de materiais que estão disponíveis na internet, somados à
experiência autoral dos professores, sob a intenção de sistematizar conteúdos na forma de
uma orientação de estudos.

©️ 2021 - Secretaria de Estado de Educação. Todos os direitos reservados.

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Língua Portuguesa – Orientação de Estudos
2º Bimestre- 9º ano- 2020

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

Aula 1 - Regência verbal 7


Aula 2 - Regência nominal 13
Aula 3 - Conjunções coordenativas e subordinativas 17
Aula 4 - Orações adjetivas: Os aspectos semânticos 23
Aula 5 - Estrangeirismo 25
CONSIDERAÇÕES FINAIS
INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS 31

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ORIENTAÇÕES DE ESTUDOS para Língua Portuguesa
2º Bimestre de 2020 – 9º ano do Ensino Fundamental

META:

A meta da disciplina é permitir que os estudantes leiam e produzam textos de qualidade, além de
desenvolver a oralidade.
Formar alunos capazes de usar adequadamente a língua materna, em suas modalidades escrita
e oral, e refletir criticamente sobre o que leem e escrevem. Esses são os objetivos das aulas de
Língua Portuguesa. Saber argumentar, fazer relações entre os textos lidos e ter uma atitude
crítica perante as informações são habilidades fundamentais para os jovens.

OBJETIVOS:

Ao final destas Orientações de Estudos, você deverá ser capaz de:

• Comparar o uso de regência verbal e regência nominal na norma-padrão com seu uso no
português brasileiro coloquial oral.
• Identificar, em textos lidos e em produções próprias, a relação que as conjunções (e locuções
conjuntivas) coordenativas e subordinativas estabelecem entre as orações que conectam.
• Identificar efeitos de sentido do uso de orações adjetivas restritivas e explicativas em um
período composto.
• Identificar estrangeirismos, caracterizando-os segundo a conservação, ou não, de sua forma
gráfica de origem, avaliando a pertinência, ou não, de seu uso.

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1. INTRODUÇÃO

Dedicamos essa Orientação de Estudos para que os alunos construam o conceito de


regência nominal e verbal e empregue adequadamente os nomes e os verbos, de acordo com
as normas culta e coloquial.
Esperamos que os discentes apropriem-se do conceito de conjunções coordenativas e
subordinativas, de acordo com seu valor semântico, em situações textuais concretas.
Acreditamos que os estudantes examinarão e analisarão o papel das orações
subordinadas adjetivas do ponto de vista semântico e /ou discursivo.
Os alunos reconhecerão a importância do uso dos estrangeirismos na situação lingüística
adequada.

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Aula 1 – Regência verbal
Aula

Nesta aula vamos estudar o emprego adequado da regência verbal e


nominal.
Você já ouviu falar de regência?

Certamente, você já ouviu algo a respeito nas aulas de História, pois a


palavra “regência” tem origem e numa expressão ligada à figura do rei, na
época das monarquias. O rei regia e os vassalos obedeciam.
Esta ideia, aplicada ao estudo da língua, exprime, em sentido geral, a
relação de dependência entre dois elementos: um que rege ouço manda, e
outro que obedece. O termo que comanda (rege) a relação chama-se regente.
O termo que é comandado (obedece) chama-se regido, que pode ser ou não
precedido por uma preposição.

Vamos observar o seguinte exemplo:

Neste exemplo, percebemos que o verbo “ensinar” apresenta duas


informações que complementam seu sentido, ou seja, o verbo “ensinar”
apresenta dois complementos: “a equação do 2° grau” e “às alunas”. Dessa
forma, o verbo “ensinar” é o termo regente da frase e os complementos “a
equação do 2° grau” e “às alunas” são dependentes deste verbo e, por isso, os
termos regidos. O verbo “ensinar” apresenta um complementos em preposição

(“a equação do 2° grau”) e outro com preposição (“às alunas”).

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Obs.: Na expressão “às alunas”, ocorreu a crase, já que houve a junção da
preposição “a” (exigida pelo verbo) e do artigo definido “a” (que precedia a
palavra feminina “alunas”).

Assim, verificamos que quando a relação de dependência é estabelecida


entre os verbos e seus complementos, temos a chamada regência verbal.
É importante que você saiba que nem sempre a regência que utilizamos na
linguagem falada e informal é a mesma que se utiliza nos textos formais escritos.
Por exemplo: os verbos “chegar” e “ir”, de acordo com a norma culta, são
regidos pela preposição “a”: Nós vamos/chegamos à escola e não pela
preposição “em”, como costumamos usar, Nós vamos/chegamos na escola.
O verbo “namorar” também ilustra esse caso. Geralmente dizemos “O
rapaz namora com a moça”. Mas, se formos considerar a regência padrão, não
devemos utilizar a preposição “com”: O rapaz namora a moça.
Já os verbos “obedecer” e “desobedecer”, de acordo com a norma culta,
exigem a preposição “a”, mas no dia a dia não é utilizado com a preposição “a”.
O verbo “preferir” exige dois complementos; um é regido por preposição e
o outro não: “Prefiro suco a refrigerante.” Essa é a construção característica da
linguagem padrão.
Há também os verbos “simpatizar” e “antipatizar”, que não são
pronominais, como costumamos utilizar, ou seja, o pronome não acompanha o
verbo. Assim, de acordo com a linguagem formal, devemos utilizar “Não
simpatizo com essa ideia” e evitar construções do tipo “Não me simpatizo com
essa ideia.”
Outro detalhe importante é que alguns verbos, dependendo da preposição
que os regem, podem apresentar significados diferentes. Por exemplo, dizer
“Aspiro o ar puro nas grandes cidades” e “Aspiro a um ar puro nas grandes
cidades”, são significados completamente diferentes. Aspirar a, significa
“desejar, querer, almejar” algo.

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“Aspirar”, sem preposição, significa “sorver, inspirar o ar”. O mesmo princípio
vale para o verbo “assistir”. Os bombeiros assistíramos acidentados significa que
os bombeiros ajudaram, socorreram, prestaram assistência aos acidentados. Por
outro lado, em “Os bombeiros assistiram aos acidentados”, significa dizer que os
bombeiros apenas olharam para os acidentados, mas não fizeram nada. Assim,
a norma culta prescreve que utilizemos a seguinte construção: “Assistimos ao
filme, ao jogo, à peça de teatro”, e não “Assistimos o filme, o jogo, a peça de
teatro”.

Agora, vamos analisar outro exemplo.

Repare que a palavra “necessidade” é um substantivo e, nafrase, precisa


de um complemento, pois quem tem necessidade, tem necessidade de alguma
coisa. Nesse caso, “de mais exercícios de matemática” é o termo que completa
o sentido de “necessidade”. Logo, “necessidade” é o termo que rege “de mais
exercícios de matemática” e este é o termo regido.
Assim, verificamos que quando a relação de dependência é estabelecida
entre os substantivos e seus complementos, temos a chamada regência
nominal.

Percebe, agora, como o estudo da regência verbal e nominal é importante


para que possamos nos comunicar com eficiência? Com o uso adequado das
regências, evitamos a criação de frases ambíguas (frases que apresentam
mais de um sentido) e, com isso, expressamos efetivamente o sentido que
desejamos.

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Desta forma, a relação entre verbos e nomes pode ser um fator de coesão
textual, isto é, de articulação entre as partes do texto, uma vez que a má
organização desse tipo de relação pode provocar mais do que simples problemas
de correção gramatical, pode comprometer a própria coerência ou sentido do
texto.

Quer saber mais?https://www.youtube.com/watch?v=B0EgJVneeGE&ab_channel=ProfessorNoslen

Agora que você já sabe o que é regência verbal e nominal e a forma


adequada de utilizá-la, vamos solidificar esse conhecimento através das
atividades práticas?
Exercícios – Aula 1

Mais de 40 milhões de brasileiros são obesos

A obesidade, que já atinge mais de 40 milhões de brasileiros, segundo


pesquisas do Ministério da Saúde, acarreta problemas de saúde de difícil
solução, como pressão alta. Para quem já passou por várias dietas e não
conseguiu perder peso, existe hoje a opção de se submeter a intervenções
cirúrgicas para redução do estômago.
Os candidatos a esse tipo de cirurgia, no entanto, precisam estar muito
acima do peso, na faixa já considerada como "obesidade mórbida" (30 quilos
acima do peso normal).
A cirurgia não é recomendada para quem estiver fora dessa faixa. Nesses
casos, a solução é voltar correndo para as academias.
"Uma intervenção cirúrgica no estômago só é indicada para os obesos que
sofrem com problemas respiratórios, nas articulações, de diabetes e
complicações no coração por causa do excesso de gordura no corpo", explica o
médico e cirurgião bariátrico Jaldo Barbosa, do Hospital Santa Lúcia.

Porém, até mesmo para quem sofre com a obesidade, o médico dá um


alerta: "o obeso tem que passar por uma série de exames e manter um

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tratamento rigoroso, pois o próprio estágio da obesidade pode trazer riscos
para a cirurgia", diz Jaldo.
Ele recomenda que, antes, o paciente procure a ajuda de endocrinologistas,
nutricionistas e até mesmo psicólogos para tratar o problema.
Para o médico gastroenterologista Flávio Ejima, as cirurgias de
estrangulamento, intervenções (corte e diminuição) e introdução de balões no
estômago, "só são indicadas quando a pessoa não tem mais condições de
fazer uma dieta".
A maior preocupação dos médicos em relação à aplicação dessas
técnicas está no pós-operatório e na capacidade do paciente de manter as
dietas e o rígido tratamento que deve ser seguido. "Não adianta nada fazer
essas cirurgias e continuar comendo muito e em excesso", afirmou Ejima.
Disponívelem: http://www.folhadaregiao.com.br/Materia. php?Canal=regiao&id=5851. Acessoem 29 jul. 2013.

1. Qual é o assunto do texto que você acabou de ler?


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2. Qual é a tese defendida no texto?


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3. Transcreva o argumento utilizado para justificar as intervenções cirúrgicas para


redução do estômago.
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4. Observe o trecho:

“A cirurgia não é recomendada para quem estiver fora dessa faixa. Nesses casos,

a solução é voltar correndo para as academias.” (1° parágrafo)

Explique a diferença de sentido entre “voltar correndo para a academia” e “voltar

correndo da academia”.

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Aula 2 - Regência nominal

Você já deve ter reparado que fala ou escreve algumas vezes de acordo com a
norma culta padrão. Certo?

O verbo namorar, por exemplo. Você já ouviu algo do tipo: “ Popeye namora
com Olívia?” Pois é, o verbo namorar é transitivo direto, então, não usamos a
preposição com.

Falar e escrever assim não é errado. Somente está em desacordo com as


normas gramaticais da Língua Portuguesa. É o uso da linguagem coloquial (a
linguagem informal, popular, que utilizamos normalmente em construções
informais como em uma conversa entre amigos, familiares, vizinhos)

Situações de uso

Norma culta e coloquial na regência do verbo assistir

Embora o verbo assistir apresente diversos significados, ele é


maioritariamente usado com o sentido de ver.
Segundo as regras gramaticais, o verbo assistir deverá ser conjugado com
a presença da preposição a com esse sentido: assistir a. Apesar dessa regra, há
uma forte tendência para a omissão da preposição a na linguagem coloquial.

Exemplo: Eu assisti o jogo do Brasil,ontem. (linguagem coloquial)


Eu assisti ao jogo do Brasil, ontem. (norma culta)

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Veja o texto abaixo:
Solicitou-me uma aluna de Direito da UFSC que discorresse sobre a
regência do verbo visar, uma vez que ela tinha escrito “tal medida visa o bem
comum” e seu professor, num excesso de zelo, corrigiu a frase para “ visa ao bem
comum”.

Com efeito, professores mais conservadores ensinam que “visar”, como verbo
transitivo direto, tem o sentido apenas de dirigir a pontaria ou pôr o visto em: Visou
o alvo, está visando a refém; visaram o cheque, visou o passaporte. Já com o
sentido de terem vista, pretender, objetivar, deve-se usar o mesmo verbo com a
preposição A. Neste caso, visar torna-se transitivo indireto: O regulamento do
condomínio visa à comodidade de todos e ao bem-estar coletivo. Visamos a
garantir sua segurança.

Mas existe o dinamismo do idioma a ser considerado:

“A regência, como tudo na língua, a pronúncia, a acentuação, a significação,


etc., não é imutável. Cada época tem sua regência, de acordo com o sentimento
do povo, o qual varia, conforme as condições novas da vida. Não podemos seguir
hoje exatamente a mesma regência que seguiam os clássicos; em muitos casos
teremos mudado” (Antenor Nascentes, 1960, apudCelso P. Luft, DicionárioPrático de Regência Verbal, 1987:534).

Esse é o caso do verbo visar, que vem perdendo a preposição, sobretudo antes de
um verbo no infinitivo, como nestes exemplos:

● Sua missão visava encontrar resposta para o imponderável.


● Foram implementadas medidas políticas que visavam regular a sociedade,
produzindo sujeitos disciplinados, produtivos, hierarquizados.

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● O princípio da razoabilidade visa, ademais, impor valores.

Mesmo diante de substantivo, a forma direta tem tido a preferência:

● As artes visam à expressão do belo e o despontar da sensibilidade.


● A divulgação deve ser impessoal, visando unicamente o interesse público.

Essa regência já está abonada por bons dicionários e bons autores, como
Domingos Paschoal Cegalla: “Entretanto, nessa última acepção [de terem vista,
objetivar] não é sintaxe condenável darão verbo visar objeto direto”
(Minigramática da Língua Portuguesa, 1996), e Celso Cunha/ Lindley Cintra:
“Esta última construção [com objeto direto], condenada por alguns gramáticos,
é a dominante na linguagem coloquial e tende a dominar também na língua
literária, principalmente quando o complemento vem expresso por uma oração
reduzida de infinitivo: O ataque visava cortar a retaguarda da linha de frente”
(Nova Gramática do Português Contemporâneo, 1985).

● Devo esclarecer que este último exemplo é de Euclides da Cunha. Quem


não costuma usar a preposição, portanto, está bem acompanhado!

Aula 3 : Conjunções coordenativas e subordinativas

Conjunções são palavras invariáveis que ligam duas orações ou dois


elementos semelhantes de uma mesma oração. Podem ser coordenadas ou
subordinadas.

Conjunções coordenativas - São as conjunções que unem orações de sentido


inteiro e autônomo.
As conjunções coordenativas ligam orações independentes ou elementos
semelhantes. São classificadas como:
ADITIVA: soma uma oração à outra.

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✔Principais conjunções e locuções: e, nem, também, mas também.
Exemplos:
● Maria correu e caiu.
● Amaro é um excelente professor , mas também possui defeitos.

ADVERSATIVA: uma oração se opõe à outra.

✔Principais conjunções e locuções: mas, porém, todavia, contudo, no entanto.


Exemplos:
● Ele a amava muito, entretanto viviam brigando.
● Mara tentou chegar cedo, porém o engarrafamento não a deixou.

ALTERNATIVA: Estabelecem relação de alternância entre os termos.

✔Principais conjunções: ora... ora, quer...quer, seja...seja, já...já.

Exemplos:
● Ou você fica ou sai.
● Quer você queira ou não eu vou trabalhar.

CONCLUSIVA: Utilizadas para propor uma relação de conclusão, dedução.

✔Principais conjunções e locuções: logo, portanto, pois (depois do verbo),

assim, por isso, por conseguinte.


Exemplos:

● Logo que Alexandre saiu, ela correu para fora.

● Meu amigo estudou muito para a prova, portanto não ficou nervoso na hora.

EXPLICATIVA: estabelece uma relação de explicação.

✔Principais conjunções e locuções: porque, que (com sentido de porque), pois


(antes do verbo), porquanto.
Exemplos:

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● Não vá lá fora porque é perigoso.
● Não vá lá fora, pois é perigoso.
.

Conjunções subordinativas
As conjunções subordinativas ligam orações que dependem uma da outra.
São classificadas como:

CAUSAL: Indica uma relação de causa.


✔Principais conjunções e locuções: porque, pois, como (com sentido de

porque), que (com sentido de porque), porquanto.


Exemplos:
● Estevão começou a chorar porque a pequena lhe pisara o pé.
● Cheguei atrasado ao compromisso, pois fui ao dentista.

COMPARATIVA: A conjunção comparativa inicia uma oração que


estabelece uma comparação com uma segunda oração.

✔Principais conjunções e locuções: como, qual, que, do que (depois de mais,

menos, menor, maior, pior e melhor), bem como, assim como, que nem.
Exemplos:
● Sou muda como a mulher chorando no velório.
● Hoje fiquei mais velho do que ontem.

CONDICIONAL: Esta conjunção forma orações que indicam uma condição


de suposição.

✔Principais conjunções e locuções: se, caso, contanto que, desde que, salvo

se, a menos que, dado que, a não serque, sem que.


Exemplos:
● Se você chegar mais cedo do previsto, me avise.
● A menos que chova, haverá jogo no próximo sábado.

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CONFORMATIVA: A conjunção conformativa indica uma oração onde há
um acordo, uma conformidade. Principais conjunções e locuções: conforme, como
(=conforme), consoante, segundo.
Exemplos:
● Conforme o tempo passava, Frederico amava mais sua namorada.
● Segundo os economistas, a inflação deve cair este ano.

CONCESSIVA: indica uma contradição em relação ao outro termo, no


entanto, o fato pode acontecer. Principais conjunções e locuções: embora,
conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, se bem que, por mais que, por
menos que, apesar de que, nem que, que.
Exemplos:
● Por mais que os alunos não queiram, terão que vir às aulas de recuperação.
● Quando acordei ontem ainda estava escuro.

CONSECUTIVA: A conjunção que inicia a oração é uma conseqüência de


um fato relacionado na oração. Principais conjunções e locuções: que (depois de
tal, tanto, tão ou tamanho), de modo que, de forma que, de sorte que. Principais
conjunções e locuções: para que, a fim de que.
Exemplos :
● Ela estava tão nervosa que mal conseguia falar.
● O aluno estuda muito para que possa ser um excelente profissional.

FINAL: A conjunção constrói uma oração que indica um fim, um propósito,


uma finalidade. Principais conjunções e locuções: porque (com sentido de para
que), que (com sentido de para que), para que, a fim de que.
Exemplos:
● Pediu licença para que pudesse passar.
● Faltou a última aula a fim de que possa consultar.

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PROPORCIONAL: Esta conjunção indica algo que aconteceu aomesmo
tempo que o outro ou que irá acontecer. Principais conjunções e locuções: à
medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais... menos, quanto menos
... mais.
Exemplos:
● Quanto mais velho o vinho fica, mais saboroso ficará.
● À medida que o tempo passa, meus conhecimentos crescem.

TEMPORAL: É a conjunção que constrói uma condição de tempo.


Principais conjunções e locuções: quando, apenas, mal, logo que, assim que,
antes que, depois que, até que, desde que, sempre que.
Exemplos:
● Assim que a mãe chegou, a menina começou a aprontar.
● Logo que puder, darei o recado para o meu vizinho.

INTEGRANTE: Esta conjunção inicia a oração que complementa o sentido


da outra. As outras conjunções iniciam a oração que indicam a circunstância, mas
com as integrantes isso não ocorre. Principais conjunções e locuções: que (com
ideia de certeza), se (quando há dúvida, incerteza).
Exemplos:
● Eles questionaram se Otaviano viria.
● Sabemos que os jogos educam e divertem.
FONTES: www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf85.php

Quer saber mais? https://www.youtube.com/watch?v=589N9KHjVGI&ab_channel=BrasilEscola

Exercícios – Aula 3

1. Classifique as conjunções destacadas nas frases abaixo:


a) Hoje estou com um humor péssimo, porque briguei com mamãe.
b) Quando acordei, minha bolsa havia sumido.

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c) Ainda que eu sofra, não voltarei.
d) Estudei o assunto, mas não entendi nada.
e) Li e reli o livro.

2. Assinale a sequência de conjunções que estabelecem, entre as orações


de cada item, uma correta relação de sentido.

1. Correu demais…... caiu.

2. Dormiu mal, ... os sonhos não o deixaram em paz.


3. A matéria perece, ... a alma é imortal.

4. Leu o livro, ... é capaz de descrever as personagens com detalhes.


5. Guarde seus pertences, ... podem servir mais tarde.

a) porque, todavia, portanto, logo, entretanto

b) por isso, porque, mas, portanto, que

c) logo, porém, pois, porque, mas

d) porém, pois, logo, todavia, porque

e) entretanto, que, porque, pois, portanto

Aula 4 - Orações subordinadas adjetivas: Os aspectos semânticos

Permeados no universo linguístico, deparamo-nos com uma


multiplicidade de conceitos, os quais levam em conta regras, mas não se
deixam desvencilhar de algumas raras exceções, enfim, particularidades
parecem não faltar, umas mais complexas, outras nem tanto assim. Assim,
compondo o rol dessas primeiras, as orações subordinadas são constituídas de

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três grandes grupos: as substantivas, adjetivas (alvo de nossa discussão) e as
adverbiais.
Como o espaço que nos é reservado se destina ao estudo das adjetivas,
em específico, voltemos nosso olhar para esse grupo que, comparado aos
outros dois, apresenta-se em pequena escala – subdividindo-se em adjetivas
restritivas e adjetivas explicativas. A diferença que demarca ambas? Todo
usuário, por mais desavisado que seja, irá apontar a presença da vírgula como
fator determinante, embora esse aspecto não seja o único, o mais relevante.
Para tanto, no intuito de compreendermos como se demarcam as
características que nelas sobressaem, partamos do princípio de que o
significado que se encaixa numa modalidade nem sempre será o mesmo que
prevalecerá em outra. Dessa forma, atendendo ao intuito de checarmos o
porquê de uma se constituir do uso da vírgula, enquanto que a outra se
apresenta desprovida de tal sinal, analisemos os aspectos semânticos nelas
impressos. Tendo em vista a relação que estabelecem com o termo que
caracterizam. Assim, veja as singularidades que diferenciam as adjetivas
restritivas das adjetivas explicativas:

Tipos de orações subordinadas adjetivas

As orações subordinadas adjetivas funcionam como adjuntos adnominais de um


substantivo – atribuindo características a ele – ou pronome anteriores. Dividem-se
em dois tipos: adjetivas explicativas e adjetivas restritivas.

Oração subordinada adjetiva explicativa- Relaciona-se ao termo anterior


conferindo um caráter que generaliza a sentença. Sua função assemelha-se a de um
aposto explicativo e, por isso, podem ser removidas sem grande prejuízo semântico.
A principal marca deste tipo de oração é o uso da vírgula.

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Exemplos:

✓ O homem, que é mortal, tem alma imortal.


✓ O pátio, que se desdobrava diante do copiar, era imenso. (Graciliano Ramos)

Oração subordinada adjetiva restritiva- Ao contrário das explicativas, as restritivas,


como o próprio nome sugere, delimitam o escopo semântico do substantivo
anterior; por isso, são indispensáveis para o completo entendimento de uma
sentença. Além disso, não são marcadas pelo uso da vírgula.

Exemplos:

✓ Os que aprendiam a ler na escola rural achavam indigna a labuta agrícola.


(J. A. de Almeida)
✓ Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. (Machado de Assis)

Como você pôde notar, o uso da vírgula nas orações subordinadas adjetivas
pode causar uma grande diferença semântica em um texto. É importante
salientar também que não são conjunções integrantes que unem as orações
(como ocorre nas subordinadas substantivas) e, sim, pronomes relativos que
resgatam especificamente o substantivo anterior.

Em resumo:
● Orações subordinadas adjetivas Explicativas:

● Possuem vírgula
● Apresentam um caráter que generaliza
● Assemelha- se a um aposto explicativo
● Podem ser removidas sem grandes problemas semânticos.

Orações subordinadas adjetivas Restritivas:

● Não possuem vírgula


● Possuem um caráter semântico especificador.
● NÃO podem ser removidas da oração sem grandes problemas
semânticos.

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.Exercício – Aula 4

Levando em consideração as características que demarcam as orações


subordinadas adjetivas, leia, analise e descreva as diferenças de sentido que
há no páreo de enunciados. Abordadas tais diferenças, classifique as orações.

Ela visitará o primo que mora em Brasília.

Ela visitará o primo, que mora em Brasília.

Aula 5 - Estrangeirismo

Você sabe o que é estrangeirismo?


Pode até não saber, mas é muito usado no nosso dia a dia.
Ao pedir um lanche no “ I- food”, ao ouvir uma música no “Spotfy”,
quando assiste ao filme na “Netflix”.

Vamos lá...
Existem alguns pontos controversos quando o assunto é a língua.
Entre os diversos pontos que geram discussões acaloradas entre os lingüistas
está o estrangeirismo. Verdade é que os empréstimos lingüísticos nem
sempre são vistos com bons olhos, muitos estudiosos acreditam que eles
podem ameaçar a soberania da língua portuguesa, bem como empobrecer e
dificultar a comunicação, função primordial da linguagem. O que é? Para que
serve? Ele realmente coloca em risco nossa língua portuguesa?

Tudo que você precisa saber sobre estrangeirismo

1. O que é estrangeirismo ?

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O estrangeirismo é o emprego de palavras, expressões e
construções alheias ao idioma tomadas por empréstimos de outra língua.
Vocábulos oriundos de outras línguas são incorporados por meio de um
processo natural de assimilação de cultura ou ainda por conta da proximidade
geográfica com regiões cujos idiomas oficiais sejam outros. Sendo assim,
podemos dizer que o estrangeirismo é um fenômeno lingüístico orgânico, isto é,
ele acontece de maneira espontânea e, quando menos percebemos, estamos
utilizando empréstimos linguísticos para nos referir a objetos e ideias.

2. O estrangeirismo não coloca em risco a soberania da língua portuguesa:


Alguns estudiosos, sobretudo os tradicionalistas, veem o estrangeirismo
como uma ameaça à língua portuguesa, um patrimônio cultural imaterial do
Brasil. Contudo, é preciso cautela antes de afirmarmos que os empréstimos
lingüísticos causam prejuízos ao idioma oficial de um país. É absurdo o mito
que corre por aí com ares de verdade de que, de repente, todos substituiremos
o português pelo inglês, idioma que mais vocábulos empresta ao português na
atualidade.
O estrangeirismo é um fenômeno social e, para que você entenda
melhor o que isso significa, podemos comparar a língua à vestimenta: assim
como as roupas, os comportamentos linguísticos da sociedade seguem a moda
da época.
Se até algum tempo atrás era comum dizer que uma garota era um “broto” e
que um garoto era um “pão”, hoje não mais, pois “broto” e “pão” tornaram-se
expressões obsoletas, como é obsoleta a expressão calças boca de sino,
atualmente chamadas de calças flare, já que estamos falando sobre
empréstimos linguísticos. Essa comparação nos diz que interações sociais,
econômicas, culturais e políticas refletem de maneira considerável os
comportamentos linguísticos, portanto, conclui-se que, diante da tradição, isto
é, da língua portuguesa, o estrangeirismo é apenas uma “nuvem passageira”.

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Fonte: https://www.portugues.com.br/gramatica/tudo-que-voce-precisasabersobre-estrangeirismo.html
Assista aos vídeos: https://www.youtube.com/watch?v=_do5ir5X9aY

https://www.youtube.com/watch?v=octdQAxGbV8&feature=emb_imp_woyt&ab_channel= Educa Mais Brasil

MÚSICA: SAMBA DO APPROACH - ZECA BALEIRO

Música: Samba Do Approach


Zeca Baleiro
Venha provar meu brunch
Saiba que eu tenho approach
Na hora do lunch
Eu ando de ferryboat...

Eu tenho savoir-faire
Meu temperamento é light
Minha casa é hi-tech
Toda hora rola um insight
Já fui fã do Jethro Tull
Hoje me amarro no Slash
Minha vida agora é cool
Meu passado é que foi trash...
[...]
Fica ligado no link

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Que eu vou confessar my love
Depois do décimo drink
Só um bom e velho engov
Eu tirei o meu green card
E fui prá Miami Beach
Posso não ser pop-star
Mas já sou um noveau-riche...
[...] ( Zeca Baleiro. Perfil, CD 3105-2, Som Livre, 2003.)

1. O Samba do Approach, de autoria do maranhense Zeca Baleiro, ironiza a


mania brasileira de ter especial apego a palavras e a modismos estrangeiros.

✓ As assertivas que se confirmam na letra da música são apenas:

I. “(...) Assim, nenhum verbo importado é defectivo ou simplesmente irregular, e


todos são da primeira conjugação e se conjugam como os verbos regulares da
classe.”

II. “O estrangeirismo lexical é válido quando há incorporação de informação


nova, que não existia em português.”

III. “O problema do empréstimo linguístico não se resolve com atitudes


reacionárias, como estabelecer barreiras ou cordões de isolamento à entrada de
palavras e expressões de outros idiomas. Resolve-se com o dinamismo cultural,
com o gênio inventivo do povo. Povo que não forja cultura dispensa-se de criar
palavras com energia irradiadora e tem de conformar-se, queiram ou não
queiram os seus gramáticos, à condição de mero usuário de criações alheias.”
IV. “Para cada palavra estrangeira que adotamos, deixa-se de criar ou
desaparece uma já existente.”

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a) I e III.
b) II e III.
c) II e IV.
d) III e IV.
e) I e II.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em todas as aulas há referências a vídeos e textos. Não deixe de assistir aos


vídeos e ler mais sobre o assunto de que você gostou mais ou que não tenha
entendido muito bem.
Vamos juntos!

INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS

ANTUNES. Irandé. Análise de Textos – Fundamentos e práticas. São Paulo:


Parábola, 2010.

BAGNO, Marcos. Gramáticapedagógica do portuguêsbrasileiro. São Paulo:


Parábola Editorial, 2012.

BECHARA. Evanildo. ModernaGramática Portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna,


2018.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:


língua portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1997.

CUNHA, Celso, CINTRA, Lindley. Nova Gramática da língua portuguesa. Rio de


Janeiro: Lexicon, 2016.

KOCH, Ingedore G.V. A coerência textual. São Paulo: Contexto, 1991.

TRAVAGLIA, Luis Carlos. Gramática e interação – uma proposta para o ensino de


gramática no 1º e 2º graus. São Paulo: Cortez Editora, 1996.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA NA “WEB”:


http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/caderno-
de praticas/ ensino- fundamental- anos- finais/

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