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MELHORANDO O SEU REPERTÓRIO SOCIOCULTURAL 1

MELHORANDO
SEU REPERTÓRIO
SOCIOCULTURAL

Este é um manual supercompleto


para ajudar você, e muito, na
produção de 3 temas atualíssimos e
pertinentes: o bullying, a depressão
e o ensino a distância. Vamos
conferir o conteúdo?
MELHORANDO O SEU REPERTÓRIO SOCIOCULTURAL 2

A Organização Educacional Farias


Brito é parceira da Imaginie. Ambas,
visando enriquecer seus estudos
e melhorar a sua abordagem
sociocultural na redação do Enem e
de outros vestibulares, apresentam
um apanhadão de fontes, como leis,
dados estatísticos, além de séries e
filmes, para você escrever a redação
vencedora.

IMAGINIE + FARIAS BRITO


MELHORANDO O SEU REPERTÓRIO SOCIOCULTURAL 3

SUMÁRIO

1º tema: o bullying...........................................................................................4

Conceito............................................................................................................ 4

Repertório sociocultural ................................................................................... 4

Ficção ............................................................................................................... 6

2º tema: a depressão.......................................................................................9

Repertório sociocultural.................................................................................... 9

3º tema: o ensino a distância.........................................................................15

Repertório sociocultural ................................................................................. 22

Livros e autores .............................................................................................. 24

Palavras finais ................................................................................................ 27

IMAGINIE + FARIAS BRITO


COMO PREPARAR OS ALUNOS PARA O ENEM 4

1º TEMA: O BULLYING

CONCEITO
Bullying é uma palavra de origem inglesa adotada em muitos países para definir
o desejo consciente e deliberado de agir com violência física ou psicológica, de
modo intencional e repetido, praticada por um indivíduo (bully – “valentão”,
“brigão”) ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro
indivíduo (ou grupo de indivíduos) incapaz(es) de se defender.

REPERTÓRIO SOCIOCULTURAL
Veja algumas fontes distintas para enriquecer o seu repertório sociocultural:

LEIS

Confira algumas leis para citar em sua redação:

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1. Lei de Combate à Violência Sistemática – Lei 13.185/15.

2. Lei 13.663/18 – Modifica o art. 12 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação


Nacional, determinando que todos os estabelecimentos de ensino terão
como incumbência promover medidas de conscientização, de prevenção
e de combate a todos os tipos de violência, “especialmente a intimidação
sistemática (bullying)” e ainda estabelecer ações destinadas a “promover a
cultura de paz nas escolas”.

DADOS ESTATÍSTICOS:

Estes dados podem servir de estratégia argumentativa para a defesa de seu ponto
de vista:

1. Dados do Diagnóstico Participativo das Violências nas Escolas, obtidos em


2016 pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais em parceria com
o Ministério da Educação, apontam que 69,7% dos jovens afirmam ter
visto algum tipo de agressão dentro da escola.

2. 80% dos que cometem o bullying sofreram algum tipo de violência em


casa ou na escola e agora reproduzem essa violência. (Informações fazem
parte do II Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), pesquisa
feita pela Unifesp, divulgada em 2014)

FATOS:

Estes fatos podem ajudar você a escrever uma boa redação:

1. Chacina de Realengo, no Rio de Janeiro, em 2011, na qual Wellington


Menezes matou 11 pessoas, feriu 13 e se suicidou, na Escola Municipal
Tasso da Silveira, em decorrência de traumas psicológicos acarretados pelo
bullying que sofreu na escola.

2. Em 2017, um aluno de 14 anos matou 2 alunos e feriu outros 4, em Goiânia,


em decorrência do sentimento de revanchismo por sofrer bullying.

3. Em 2018, no Paraná, estudante de 15 anos atirou em colegas da escola,


em decorrência do bullying que estava sofrendo.

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4. Em 2019, dupla armada ataca escola em Suzano – SP e mata 8 pessoas,


além de deixar 11 feridos. Em carta, os jovens associam o atentado ao
bullying que sofreram na escola.

5. O psiquiatra americano Timothy Brewerton, que tratou de alguns dos


estudantes sobreviventes do massacre de Columbine, apresentou estudo
realizado pelo serviço secreto do país cujo resultado apontou que, nos 66
ataques em escolas que ocorreram no mundo de 1966 a 2011, 87% dos
atiradores sofriam bullying e agiram movidos pelo desejo de vingança.

FICÇÃO
Veja algumas obras ficcionais para usar em sua redação e enriquecer a defesa de
seu ponto de vista:

13 Reasons Why é uma série de televisão americana


Divulgação/Netflix

baseada no livro Thirteen Reasons Why, de Jay Asher, o


qual foi adaptado por Brian Yorkey para a Netflix. A série
gira em torno de uma estudante que comete suicídio após
uma série de falhas culminantes, provocadas por indivíduos
selecionados dentro de sua escola. A série mostra como
o bullying sofrido pela personagem foi um dos fatos
motivadores do seu suicídio.

Esta comédia narra as desventuras do adolescente Chris,


Divulgação/Paramount

nos anos 80, no bairro do Brooklyn. Chris está rodeado


por familiares excêntricos, incluindo seu pai Julius, sua
mãe Rochelle, sua irmã mimada Tonya e seu irmão Drew,
que é bastante popular. Em vários momentos da série,
Chris sofre bullying de seus colegas de escola, por ser o
único negro.

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O desenho gira em torno de uma família de Springfield.


Divulgação/20th Century Fox Television

O pai, Homer, que não pode ser considerado um típico


chefe de família, a dedicada matriarca Marge, com
seu cabelo azul, e os filhos Bart, um encrenqueiro, a
inteligente Lisa e a bebê Maggie. Em vários momentos,
nas cenas que ocorrem na escola, personagens fazem
bullying com aqueles que apresentam alguma diferença.

Turma da Mônica é uma série de histórias em quadrinhos


brasileira criada pelo cartunista e empresário Mauricio
de Sousa. Foi originada em 1959 de tirinhas de jornal,
na qual os personagens principais eram Bidu e Franjinha.
de Sousa Produções
Divulgação/Mauricio

A partir dos anos 1960, a série começou a ganhar a


identidade atual com a criação de Mônica e Cebolinha,
entre 1960 e 1963, que passaram a ser os protagonistas.
Em vários quadrinhos, os personagens fazem bullying
uns com os outros, por causa de características físicas
específicas, como ter sobrepeso.

Auggie Pullman é um garoto que nasceu com uma


Divulgação/Lionsgate

deformidade facial, o que fez com que passasse por


27 cirurgias plásticas. Aos 10 anos, ele irá frequentar
uma escola regular, como qualquer outra criança, pela
primeira vez. No quinto ano, ele precisa se esforçar para
conseguir se encaixar em sua nova realidade. Em virtude
de suas diferenças, o protagonista sofre vários casos de
bullying.

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Taylor Hillridge (Emily Osment) é uma adolescente


Divulgação/Muse Entertaiment

comum, que ganha um computador de presente de


aniversário e logo cria um perfil em uma rede social.
Vítima de cyberbullying, ela passa a ser rejeitada pelos
conhecidos no “mundo real” e tenta superar o drama
trocando experiências com pessoas que sofreram o
mesmo tipo de humilhação.
Divulgação/Muse Entertaiment

CITAÇÕES:

Confira algumas citações famosas para usar em sua redação:

A educação é a arma mais A violência, seja qual for a maneira


poderosa que você pode usar para como ela se manifesta, é sempre
mudar o mundo. uma derrota.

Nelson Mandela Jean-Paul Sartre

Meu dever ético, enquanto um


dos sujeitos de uma prática
impassivelmente neutra – a
educativa – é exprimir o meu
respeito às diferenças de ideias e
de posições.

Paulo Freire, Pedagogia da


Esperança.

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2º TEMA: A DEPRESSÃO

REPERTÓRIO SOCIOCULTURAL:
Veja algumas fontes distintas para enriquecer seu repertório sociocultural:

DADOS ESTATÍSTICOS:

1. Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, entre 2000 e 2016, o número


de suicídios aumentou 73% e é a quarta maior causa de mortes de jovens
entre 15 e 29 anos. A taxa é maior entre homens (79%) do que entre
mulheres (21%). Entre etnias, os índios são os que mais cometem suicídio
(15,2%), em comparação com brancos (5,9%) e negros (4,7%).

2. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgado em 2015, o


suicídio acomete mais de 800 mil pessoas por ano, tendo a Europa e a Ásia
com os maiores índices.

3. Segundo a OMS, 322 milhões de pessoas sofrem Depressão no mundo.

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No Brasil, 5,8% da população apresenta esse transtorno, sendo o segundo


país das Américas com maior número de casos e o primeiro da América
Latina.

4. A depressão está diretamente relacionada ao suicídio, e esta doença


psicológica tem crescido de forma expressiva entre os jovens. Ainda
segundo a OMS, até 2020 a depressão passará a ser a segunda maior
causa de incapacidade e perda de qualidade de vida na população mundial.

5. A OMS também estima que, no Brasil, ocorram 12 mil suicídios por ano.
No mundo, são quase 800 mil ocorrências, ou seja, a cada 40 segundos
acontece uma morte por suicídio, conforme o primeiro relatório mundial
sobre o tema, divulgado no ano de 2014.

6. Segundo a OMS, em 2015, 788 mil pessoas morreram por suicídio, o que
representa quase 1,5% de todas as mortes no mundo, ficando entre as 20
maiores causas de morte do ano. Entre jovens de 15 a 29 anos, o suicídio
foi a segunda maior causa de morte em 2015.

LEIS:
CÓDIGO PENAL – Decreto – Lei nº 2.848 de 07 de dezembro de 1940

Art. 122 – Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio


para que o faça:

Pena – reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um


a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.

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FILOSOFIA/ SOCIOLOGIA

O suicídio – Emile Durkheim

Suicídio Egoísta: As relações entre os indivíduos


Divulgação/Martins Fontes

e a sociedade se afrouxam fazendo com que o


indivíduo não veja mais sentido na vida, não
tenha mais razão para viver;

Suicídio Altruísta: é aquele no qual o


indivíduo sente-se no dever de fazê-lo para se
desembaraçar de uma vida insuportável. Temos
como exemplo os kamikazes japoneses, os
muçulmanos que colidiram com o World Trade
Center em Nova Iorque, em 2001, etc.;

Suicídio Anômico: é aquele que ocorre em uma situação de anomia social,


ou seja, quando há ausência de regras na sociedade, gerando o caos,
fazendo com que a normalidade social não seja mantida.

Sociedade do Cansaço — Byung-Chul Han

O filósofo sul-coreano Byung-Chul Han mostra


Divulgação/Editora Vozes

como hoje o indivíduo se autoexplora na tentativa


de otimizar o seu desempenho profissional. E essa
cobrança causa frustração por ele não conseguir
aquilo que realmente deseja. Na opinião do
filósofo, passou-se do “dever fazer” para o “poder
fazer”. “Vive-se com a angústia de não estar
fazendo tudo o que poderia ser feito”, e se você
não é um vencedor, a culpa é sua. “Hoje a pessoa
explora a si mesma achando que está se realizando;
é a lógica traiçoeira do neoliberalismo que culmina
na síndrome de Burnout”.

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OBRAS LITERÁRIAS
Divulgação/Martin Claret

Na literatura, Os sofrimentos do jovem Werther,


publicado em 1774 pelo alemão Goethe, retrata
a história de um jovem apaixonado, que, após
ser frustrado em suas expectativas amorosas, tira
a própria vida. Na época, houve uma onda de
suicídios de jovens que se identificavam com a
situação do protagonista, o chamado “Efeito
Werther”, que fez com que a obra fosse proibida
em diversos países europeus.

Lançado em 2000, O demônio do meio-dia


Divulgação/Cia. Das Letras

continua sendo uma referência sobre a


depressão, para leigos e especialistas. O
premiado autor Andrew Solomon convida o leitor
a uma jornada sem precedentes pelos meandros
de um dos temas mais espinhosos e complexos
de nossos dias. Entremeando o relato de sua
própria batalha contra a doença com o
depoimento de vítimas da depressão e a opinião
de especialistas, Solomon desconstrói mitos,
explora questões éticas e morais, descreve as medicações disponíveis, a
eficácia de tratamentos alternativos e o impacto que a depressão tem nas
várias populações demográficas (sejam crianças, homossexuais ou os
habitantes da Groenlândia).

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“A depressão é muitas vezes o destino da


Divulgação/Alaúdes

personalidade moderna – ambiciosa – faminta


por atenção e ressentida, sempre convencida de
merecer mais, sempre perseguida pela
possibilidade de estar perdendo algo melhor,
sempre sofrendo pela falta de reconhecimento e
sempre insatisfeita. É preciso reencontrar a
coragem e a humildade de Sísifo, que não exige
recompensa, mas sabe transformar qualquer
atividade em sua própria recompensa. Sísifo é
feliz com o absurdo e a insignificância de seu ato de empurrar
constantemente uma rocha montanha acima.”

FILMES/SÉRIES

É uma série americana disponível gratuitamente aos


Divulgação/Netflix

assinantes do serviço streaming Netflix. A série gira em


torno de uma estudante que se mata depois de ter sofrido
várias agressões no ambiente escolar. Antes de tirar a
própria vida, ela grava fitas cassete explicando para treze
pessoas como elas desempenharam um papel na sua
morte: os treze motivos.

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MÚSICAS

1. Raul Seixas, na letra de “Suicídio”, bem evidencia o tédio, claramente


expresso na vida do personagem inspirador da canção.

2. “Essa Noite, Não”, de Lobão, confirma o apelo supremo do voluntário do


CVV, quando, ao despedir-se do outro, ao sabê-lo prestes a suicidar-se, lhe
pede: “na próxima semana gostaria de voltar a falar com você…”.

3. Milton Nascimento, na sua composição “Travessia”, acaba por entender


que deseja e necessita viver e não mais declarar, mas, sim, proclamar.

4. A música “Flores”, dos Titãs, descreveria a visão de um suicida em seu


velório. Parece um pouco mórbido, mas vários trechos levam a crer nessa
teoria, pois exibem, no decorrer da canção, a imagem de uma pessoa se
vendo no caixão; uma análise da situação; as pessoas chorando pela perda
dessa pessoa; e uma reflexão conclusiva sobre a vida e a morte.

Teóricos que podem ser relacionados com a temática:

• Arthur Dapieve – Suicídio e imprensa.

• Émile Durkheim – Suicídio e fato social.

• Albert Camus – Suicídio, modernidade e existência.

• José Carlos Rodrigues – Suicídio como liberdade e dignidade.

• Tom Beauchamp – Suicídio e bioética.

• Sigmund Freud – Modernidade e depressão.

• Daniel Bando – O excesso de normas e o suicídio.

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3º TEMA: O ENSINO A DISTÂNCIA


Conheça um pouquinho melhor o tema:

• A quarentena imposta para evitar a propagação do Covid-19 mudou todos os


segmentos de negócios, que agora precisam se reinventar e se reposicionar
tornando essencial o uso dos recursos digitais. No comércio, redes varejistas
passaram a trabalhar com portais e apps para assegurar descontos e fretes
gratuitos nas entregas. Os restaurantes reforçaram o sistema de delivery,
ampliando o número de canais de pedidos, via web, WhatsApp e até com
mais números de linhas telefônicas.

• Não muito diferente, o setor educacional também teve de se posicionar. Mas,


ao fazer isso, descortinou uma série de atrasos naquilo que, para um olhar
distraído, parecia ser um grande sinal de modernidade. O tradicionalismo
retrógrado aplicado no segmento da educação, que afasta o EaD, agora se vê
obrigado a recorrer a esta modalidade para reduzir a perda de conteúdo dos
alunos em tempos de confinamento. O movimento, porém, esbarra em alguns
problemas de ordem estrutural.

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• A educação infantil e fundamental são as mais críticas, na visão das


instituições, pois evitaram, por anos, a implantação de atividades lúdicas com
recursos tecnológicos. Na verdade, era mais econômico contratar estagiários
de pedagogia para cuidar das crianças sem a preocupação real de pré-
alfabetizá-las, inclusive tecnologicamente.

• Deixar de identificar a total adesão da modalidade EaD para os cursos


de educação básica nas etapas infantil, fundamental e subsequentes é
desconhecer os aspectos de aprendizado e cognição das gerações alfa, X e Y
que nascem hábeis na utilização de recursos tecnológicos.

• A modalidade EaD não despreza os importantes papéis de mediação,


orientação e definição de trajetória do professor, mas tira dele o papel de
ser o único provedor de conhecimento e de informação. A modalidade
EaD exige maior autonomia, motivação, comprometimento e busca do
aluno. Assim, além de aprender, ele passa a assumir posições e desenvolver
atitudes fundamentais na formação de um cidadão e profissional autônomo,
demandado no mercado e na sociedade moderna.

Veja algumas fontes distintas para enriquecer o aspecto sociocultural de sua


redação com o tema: “ensino a distância”:

Conheça melhor a contextualização histórica a respeito desse tema:

• Em 2019 foi divulgado que, pela primeira vez, o número de vagas oferecidas
no ensino a distância (EaD) ultrapassou a oferta em cursos presenciais no
Ensino Superior. Segundo dados do Censo da Educação Superior de 2018,
foram disponibilizadas 7.170.567 vagas para EaD, cerca de 800 mil a mais do
que as oferecidas presencialmente.

• Seu início foi marcado no século XVIII, quando um jornal dos Estados Unidos
enviava as matérias anexadas a ele. Porém, existem controvérsias sobre o seu
surgimento, pois alguns pesquisadores relatam que seu início foi em 1881,
pela Universidade de Chicago, através do curso de língua hebraica, e outros
consideram seu surgimento em 1890, na Alemanha, onde eram oferecidos
por meio de correspondências. O ensino por cartas chegou ao Brasil nos anos
1960 e também contava com aulas transmitidas pelo rádio.

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• Em 2005, a modalidade foi regulamentada na Lei de Diretrizes e Bases da


Educação Nacional pelo Ministério da Educação. Desde então, com o acesso
maior à internet, o ensino a distância tem crescido cada vez mais e gerado
polêmica.

Disponível em: <https://abmes.org.br/noticias/detalhe/3601/ensino-a-distancia-supera-o-presencial-e-faculdades-


privadas-adaptam-negocios>.

Disponível em: <http://veja.abril.com.br/educacao/matriculas-em-cursos-de-educacao-a-distancia-sobem-58>.

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• Algumas das discussões mais importantes sobre o tema começaram em 2017,


quando o governo abriu a possibilidade de convênios com escolas à distância
no ensino médio, ampliou os casos emergenciais nos quais é autorizado o EaD
e eliminou a exigência de visita técnica para a abertura de novos polos EaD.

• O assunto voltou em 2018 quando, durante sua campanha, o atual presidente


Bolsonaro defendeu o ensino a distância no ensino básico como forma
“combater o marxismo nas escolas”.

• O fato é que o mundo todo passa por uma fase de novas tecnologias que
facilitam a vida coletiva cada vez mais. O que há um tempo era necessário
sair de casa para realizar, hoje é possível fazer em um pequeno aparelho, em
qualquer lugar. Com toda essa revolução nas tecnologias, as pessoas estão
cada vez mais acomodadas e pedem tecnologia para estudar.

• Estudos da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior


(ABMES) indicam que até 2023 a modalidade de EaD terá mais alunos
matriculados que a presencial no país.

REPERTÓRIO JURÍDICO:

[…] A Educação a Distância foi conceituada no Brasil por meio do Decreto nº


5.622:

• Art. 1º: Para os fins deste Decreto, caracteriza a Educação a Distância


como modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica
nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios
e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores
desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos.

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Amparada nessa conceituação, a Educação à Distância delineou um papel


colaborativo contemporâneo fundamental para a Educação, proporcionando
diversos avanços por possibilitar a superação dos limites de espaço e tempo inerentes
às formas tradicionais da educação presencial, graças, sobretudo, à utilização de
tecnologias de informação e comunicação (TICs) atualmente disponíveis, com
destaque para a internet. Foi responsável também por instigar e massificar uma
característica edificante na EaD, autoaprendizagem, conforme podemos depreender
do que está na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394, de 20 de
dezembro de 1996, pelo Decreto n.º 2.494, de 10 de fevereiro de 1998 (publicado
no DOU de 11 de fevereiro de 1998).

POLÊMICAS: CONVENIÊNCIA X ENSINO

Pró: O ensino a distância é mais conveniente, pois o aluno pode estudar de


qualquer lugar, de casa ou no ônibus, do computador ou do celular. O aluno
também tem flexibilidade nos horários de estudos e pode conciliar trabalho e
estudo.

Contra: Sem o contato direto com os professores e apoio pedagógico, os


estudantes EaD podem não conseguir acompanhar o curso e ficar com muitas
dúvidas, mesmo após atendimento virtual. No EaD se perde o vínculo direto entre
o professor e aluno que garante um bom aprendizado. Também é necessária
muita disciplina do aluno, principalmente no ambiente de casa, onde se tem
muita distração.

POLÊMICAS: INCLUSIVO X EXCLUDENTE

Pró: O EaD é mais democrático, pois rompe barreiras geográficas, sociais e


culturais, permitindo que mais pessoas tenham acesso à educação. Isso porque
as mensalidades são mais baratas, já que o curso exige menos infraestrutura
por parte das instituições de ensino. Além disso, o aluno não gasta com o
deslocamento, somente em alguns dias de aula presencial.

Contra: O ensino a distância não é democrático, pois pressupõe o acesso à


internet, computadores e celulares por parte de seus estudantes. Regiões mais
afastadas dos grandes centros ainda sofrem com a falta de infraestrutura básica,
como saneamento e luz elétrica. Apesar de estar se popularizando, o acesso à

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internet ainda não é realidade para 30% da população brasileira, de acordo com
o pesquisa TIC Domicílios de 2018.

POLÊMICAS: PEDAGOGIA E DIDÁTICA

Pró: O EaD força o desenvolvimento de novos métodos na educação, por


meio do estudo da pedagogia do ensino a distância na busca por respostas
aos questionamentos sobre a capacidade dessa modalidade de ensino. Com o
ensino praticamente todo feito através do computador, o professor (e também
o estudante) obrigatoriamente torna-se mais capacitado no uso de novas
tecnologias, como a internet e a produção virtual.

Contra: Na maior parte das instituições que oferecem a EaD, os professores


recebem salários mais baixos (só assim é possível reduzir o valor das
mensalidades) e, geralmente, são substituídos por tutores sem formação
avançada. Com o contato somente virtual, estudantes e professores deixam de
ter reações espontâneas e as dúvidas e propostas passam a ser mecanizadas
e burocratizadas. A carga horária de aulas práticas é reduzida e os estudantes
têm pouco ou nenhum contato com laboratórios, salas de vídeo e outras
metodologias de ensino prático.

POLÊMICAS: QUALIDADE DO ENSINO

Pró: A qualidade do ensino a distância é a mesma que do ensino presencial, o


tempo de curso também. Todas as instituições passam pelo reconhecimento do
Ministério da Educação (MEC). Por lei, os cursos da modalidade EaD precisam ter
até 30% das atividades de forma presencial, além da carga horária referente a
estágios.

Contra: A qualidade do ensino EaD é menor que do ensino presencial. No Exame


Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) de 2017, realizado com os
estudantes concluintes do ensino superior, cursos presenciais obtiveram conceito
máximo; no ensino a distância, apenas 2,4%.

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POLÊMICAS: PRECONCEITO DO MERCADO DE TRABALHO

Pró: O diploma de um curso EaD é o mesmo que o do curso presencial,


não constando a modalidade escolhida. Cada vez mais o mercado contrata
profissionais que vieram do ensino a distância e tende a contratar mais, já que
a modalidade cresce muito. O preconceito inicial é o mesmo pelo qual passou
o ensino tecnológico e deve se dissipar com o tempo. Mesmo que os conselhos
profissionais queiram proibir o registro desses profissionais, os cursos são
regulamentados pelo Ministério da Educação.

Contra: Os profissionais formados no ensino a distância ainda não são bem


aceitos no mercado de trabalho. Um exemplo são os conselhos profissionais de
Medicina, Arquitetura e Urbanismo, Odontologia e Veterinária, que publicaram,
no início do ano, resoluções que proíbem a inscrição e o registro de alunos de
cursos da modalidade EaD.

POLÊMICAS: ACESSO À EDUCAÇÃO X SOCIALIZAÇÃO

Pró: O ensino a distância é uma alternativa para alunos de áreas muito distantes,
que tenham dificuldade de se deslocar até a escola de ensino básico. É o caso
de estudantes de áreas rurais, indígenas e vulneráveis à exclusão escolar. O EaD
também pode ser liberado em casos emergenciais, por motivos de saúde ou
privação de liberdade ou para complementar o ensino dos estudantes.

Contra: A convivência com outros alunos e professores é fundamental no


processo de socialização. Em países desenvolvidos, os alunos de ensino básico
ficam na escola cerca de 7h por dia. A proposta de EaD no ensino básico afeta
também a rotina das famílias, pois, com crianças e jovens estudando em casa, é
necessária a supervisão dos responsáveis, que geralmente precisam trabalhar fora.
Ao pensar em regiões mais pobres, a escola básica ainda garante a alimentação
dos estudantes, por meio da merenda escolar.

OUTRAS INFORMAÇÕES

• Em 2006, apenas 4,2% dos universitários estudavam nessa modalidade. Dez


anos depois, a parcela saltou para 18,6% das matrículas.

IMAGINIE + FARIAS BRITO


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• Segundo o Inep, a idade mais frequente do aluno que entra no curso à


distância é de 28 anos – no presencial, é de 21 anos.

• As estatísticas do Censo, registram o Brasil com 2.407 instituições de


educação superior: 87,7% são privadas e 12,3%, públicas (federais, estaduais
e municipais). A distribuição dos estudantes nos cursos brasileiros fica da
seguinte forma: 75,3% dos universitários estão setor privado e 24,7%, no
público.

• De acordo com as estatísticas do Inep, de cada quatro estudantes de


graduação, três frequentam uma instituição privada.

• Vale destacar que os únicos estados em que há mais alunos nas instituições
públicas do que nas privadas são Paraíba e Roraima.

• Diferente das situações de Paraíba e Roraima, em São Paulo, para cada aluno
de rede pública, existem cinco na particular.

REPERTÓRIO SOCIOCULTURAL

FILMES E TV
Divulgação/Netflix

Na série “Anne with an E”, da plataforma Netflix, é


abordada a história de uma garota adotada que não se
encaixa no padrão escolar da comunidade em que vive.

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MELHORANDO O SEU REPERTÓRIO SOCIOCULTURAL 23

Divulgação/Warner Bros

O filme “Um senhor estagiário” retrata como a contratação


de um senhor de mais idade em uma firma impacta
positivamente o ambiente de trabalho. Não distante da
ficção, uma ferramenta crescente de renovação no ambiente
profissional é o ensino a distância (EaD), permitindo que
pessoas oriundas de escolas públicas se insiram no mercado
de trabalho e indivíduos mais velhos experienciem uma
mudança de profissão.

O Telecurso 2000 da Rede Globo foi outra iniciativa


Divulgação/Fundação
Roberto Marinho

pioneira no ensino a distância. As aulas eram


transmitidas pela TV toda manhã e instruíam os
telespectadores com exemplos baseados em situações
cotidianas.
Divulgação/Netflix

No filme ‘’O menino que descobriu o vento’’, da


plataforma Netflix, o jovem William constrói uma turbina
eólica para bombear água para seu vilarejo, no Malawi,
um dos países mais pobres da África, mostrando a
importância da educação escolar. Em nosso século,
com a tecnologia em ascensão, o ensino a distância é
imprescindível, principalmente em um país de dimensão
continental como o nosso.

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O documentário “Quando sinto que já sei” (2014)


Divulgação/Despertar Filmes

registra práticas educacionais inovadoras que estão


ocorrendo pelo Brasil. A obra reúne depoimentos de
pais, alunos, educadores e profissionais de diversas
áreas sobre a necessidade de mudanças no tradicional
modelo de escola. Projeto independente, o filme partiu
de questionamentos em relação à escola convencional,
da percepção de que valores importantes da formação
humana estavam sendo deixados fora da sala de aula.

LIVROS E AUTORES

O livro “Eu sou Malala” retrata a história de uma


Divulgação/Cia. das Letras

ativista paquistanesa que luta e defende o direito à


educação de mulheres de diversos países. É preciso lutar
pela educação como Malala, para que todos tenham as
mesmas oportunidades educacionais.

Na obra “A condição humana”, a filósofa Hannah


Divulgação/Forense Universitária

Arendt é categórica ao identificar duas predisposições


do ser humano: contemplar e agir. Partindo dessa
assertiva, infere-se que, para além da mera
contemplação, a educação a distância exige iniciativas
pontuais, engajadas e mais pertinentes.

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OUTROS

• A Constituição Brasileira de 1988, em seu artigo 6°, a educação está entre


os direitos os quais devem ser garantidos à sociedade.

• Segundo Aristóteles, todos os homens têm, por natureza, desejo de


conhecer. Em consonância com o pensamento do filósofo grego, é possível
compará-lo com a questão do ensino a distância (EaD) no Brasil, que ainda
encontra inúmeras dificuldades para deslanchar.

• Heráclito de Éfeso, filósofo pré-socrático, ficou conhecido por defender a


teoria da mobilidade, e o constante fluxo do universo. Partindo desse ponto
de vista, é fácil de perceber que tudo na sociedade é passivo à mudança,
sobretudo com o avanço da tecnologia, que possibilita quebrar as barreiras
da distância.

• O filósofo e educador Paulo Freyre, em uma de suas citações, afirmou


que a educação não transforma o mundo, mas transforma pessoas, sendo
assim, essas pessoas precisam ser educadas para transformar o mundo.
Desse modo, o ensino a distância pode ser transformador para a educação,
pois é uma maneira das pessoas terem acesso a melhores oportunidades
para melhorar suas vidas.

LIVROS E LINKS

• CARVALHO, Ruy de Quadros. Novas tecnologias, trabalho e educação. In:


FERRETTI, Celso João et al. (Org.). Capacitação tecnológica, revalorização
do trabalho e educação. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1994.

• CHUEIRE, C. A formação superior de professores através de mídias


interativas. 2005. Tese (Doutorado) – Universidade Estadual de Campinas,
Campinas - SP.

• FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática


educativa. Coleção Leitura. 29ª edição. São Paulo: Paz e Terra, 2004.

• MARTINS, Onilza Borges. A educação superior à distância e a


democratização do saber. Petrópolis: Vozes, 1991.

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• PERRENOUD, Philippe. Novas competências para ensinar. Porto Alegre:


Artes Médicas, 2000.

• MERCADO, Luís (org.). Tendências na utilização das tecnologias da


informação da educação. Maceió. Edufal. 2009.

Disponível em: <https://www.ead.unb.br/arquivos/livros/ead_reflexoes_critica_praticas.pdf>.

CHARGES

Gentilmente cedido pelo chargista


Luciano Kayser via e-mail.
Gentilmente cedido pelo chargista Carlos Latuff via
Instagram (@carloslatuff).

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E aí, curtiu conhecer algumas fontes


para aumentar e enriquecer o
aspecto sociocultural de sua redação?
Esperamos que sim e que este material
tenha sido, de fato, proveitoso para
você! E para conferir mais dicas sobre
como escrever uma excelente redação
e alcançar a nota 1000, basta acessar o
Blog da Imaginie. Bons estudos!

Professor Sousa Nunes, Graduado em Letras Português, Inglês,


Grego e Latim pela UECE. Chefe do Departamento de Linguagens
do Farias Brito. Autor de livros didáticos do Sistema Farias Brito
de Ensino e Editora Moderna. Leciona Gramática, Literatura e
Redação no Pré-Vestibular do Colégio Farias Brito em turmas
preparatórias para o ENEM, UNICAMP, ITA e IME.

Professor Daniel Victor, Graduado em Letras Português na UECE e


mestrado em Linguística Aplicada na UECE. Atualmente, leciona
Redação no pré-vestibular do Colégio Farias Brito, em turmas
voltadas para Enem, Fuvest, Unicamp, IME e ITA.

Prof. João Saraiva, Licenciado em Teologia e Filosofia pelo Instituto


de Ciências Religiosas do Estado do Ceará (ICRE) e Bacharelado
(fase conclusiva) em Ciências Sociais pela Universidade Estadual
do Ceará. Leciona Filosofia e Sociologia e professor com atuação
há 28 anos na rede de ensino de Fortaleza. Coordenador da Área
de Filosofia e Sociologia da Organização Educacional Farias Brito e
autor de material didático do Sistema Farias Brito de Ensino (SFB).

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